O partido do atual Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, pediu hoje ao Supremo Tribunal de Justiça a anulação dos resultados das eleições de 01 de dezembro, ganhas por Adama Barrow com 19 mil votos de diferença.
Segundo o texto do apelo da Aliança para a Reorientação Patriótica e Construção, a que a agência noticiosa AFP teve acesso, a Comissão Eleitoral "não compilou corretamente os resultados" e numa região do país os apoiantes do partido "sofreram intimidações" e não foram votar.
Aqueles argumentos já tinham sido invocados pelo chefe de Estado a 09 de dezembro em declarações à televisão para explicar a sua decisão de não reconhecer os resultados eleitorais, depois de já ter felicitado Adama Barrow pela vitória.
O apelo visa a Comissão Eleitoral Independente, cuja sede foi hoje encerrada pela polícia, antes da chegada de uma delegação de chefes de Estado da África Ocidental para convencerem o atual Presidente a aceitar os resultados eleitorais e ceder o poder.
Jammeh, 51 anos e há 22 no poder, já tinha anunciado domingo que iria apresentar um recurso ao Tribunal Constitucional para anulação dos resultados eleitorais e repetição do escrutínio.
A União Africana considera que as eleições foram "livres e transparentes" e defende uma transferência de poderes "rápida e pacífica" para preservar a estabilidade e a democracia na Gâmbia e em toda a região.
Jammeh chegou ao poder em 1994 através de um golpe de Estado e é há muito acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de deter, torturar e assassinar opositores.
NAOM
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