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Com Florença Iyere
© Lusa
POR LUSA 10/05/23
O ministro da Administração Territorial da Guiné-Bissau, Fernando Gomes, apelou hoje aos partidos políticos que vão participar nas legislativas de 04 de junho para evitarem "discursos incendiários" e "violência".
"Gostaria de apelar a todos os partidos concorrentes neste pleito eleitoral para colaborarem. No dia 13 vai dar-se início à campanha eleitoral. Vamos fazer desta campanha uma festa da democracia, vamos evitar discursos incendiários, vamos fazer uma campanha para mostrar ao mundo que o guineense é um povo amante de paz", afirmou Fernando Gomes.
O ministro da Administração Territorial falava no aeroporto Osvaldo Vieira em Bissau, após ter recebido material eleitoral sensível adquirido pelo Programa das Nações Unidas de Apoio ao Desenvolvimento.
Fernando Gomes destacou também que todos os partidos políticos contribuíram de forma positiva para o processo eleitoral, principalmente para o recenseamento eleitoral.
"Este clima deve permanecer durante a campanha que começa dentro de três dias, no dia da votação e após o dia 04 de junho", disse.
"Não há razões para criarmos problemas. O Governo vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance e dentro do quadro legal para não permitir quaisquer desvios às regras preestabelecidas. Todo o mundo tem o direito de fazer campanha e mobilizar os votos, mas ninguém tem o direito de usar violência durante a campanha, no dia das eleições, e depois do dia 04", salientou Fernando Gomes.
O ministro pediu também para que todos aguardem "serenamente" que a Comissão Nacional de Eleições "anuncie os resultados" eleitorais.
"Queremos uma eleição num clima de paz e tranquilidade, ganhe o partido que Deus entender. Qualquer partido que ganhar, é um partido da Guiné-Bissau. O mundo não acaba com o dia 04", disse.
Vinte partidos e duas coligações viram hoje as suas candidaturas aprovadas pelo Supremo Tribunal de Justiça para participar nas eleições de 04 de junho.
A campanha eleitoral, que começa sábado, termina em 02 de junho.
O Ministério da Agricultura acaba de demonstrar que é possível produzir arroz suficiente para consumo e excedente para exportação, afirmou hoje o Ministro Botche Candé no final de visita ao Centro de Carantaba. Botche Candé falava no âmbito da iniciativa do Governo apoiada pelo Presidente da República para produção agrícola de grande escala.
© Radio TV Bantaba Maio 10, 2023
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) validou a participação de 20 partidos políticos e duas alianças nas eleições legislativas do dia 4 de junho, conforme as listas definitivas divulgadas recentemente.
Duas candidaturas partidárias foram recusadas pelo STJ.
Em abril, foram apresentadas ao tribunal as propostas de duas alianças e 22 partidos políticos.
Depois de solicitações de alterações pelo STJ, a aliança que envolve o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) adotou o nome de Plataforma Aliança Inclusiva — Terra Ranka.
Da mesma forma, o partido Resistência da Guiné-Bissau — Movimento Bafatá teve de mudar a sua denominação para Resistência da Guiné-Bissau.
A legislação não autoriza que os partidos políticos tenham em seus nomes referências a cidades, regiões, etnias ou religiões.
A campanha para as eleições legislativas inicia no sábado e se estende até 2 de junho.
A Comissão Nacional de Eleições deve ainda hoje realizar o sorteio dos boletins de voto, que serão impressos em Portugal.
Lista Definitiva dos Partidos que candidatam as eleições legislativa 04 de Junho de 2023
Coligação Plataforma Aliança Inclusiva – Terra Ranca
PRS
MADEM G15
PAPES
RGB
COLIDE – GB
PRID
PUSD
FREPASNA
APR
PTG
MSD
PUN
PALDG
PND
PDD MP- GUINE NOBU
CNA
PNP
PMP
PLGB
APU PDGB
C D
Tema: Questões e perspetivas relacionadas com a criação de uma balcão único de transportes (Guiné Bissau) como parte de modernização e profissionalização do setor dos transportes
Provided by Deutsche Welle © JOK SOLOMUN/REUTERS
Por msn.com/pt-pt 10/05/23
A ONU alerta para uma crise humanitária catastrófica no Sudão que pode alastrar-se ao Corno de África. Milhares de pessoas tentam sair do país. Analistas também temem que o conflito possa espalhar-se pelo Sahel.
Os tiros continuam a soar em várias cidades sudanesas, opondo o exército sudanês e as forças paramilitares do país. E milhares de pessoas tentam sair do país. De todos os lados chegam apelos para um cessar-fogo imediato e para a criação de corredores humanitários.
"O conflito no Sudão também aumenta os riscos de circulação de armas ligeiras através das fronteiras muito porosas para outros países, que poderiam depois chegar à região do Sahel - especialmente ao Mali, Níger e Burkina Faso", alerta Henrik Maihack, chefe do departamento de África da Fundação Friedrich Ebert.
"Já existem muitos grupos armados na região e a chegada de novas armas iria piorar a situação de segurança. Há uma ameaça de propagação, de modo que, através da crise no Sudão, podemos ter duas regiões em crise ao mesmo tempo, a região do Sahel, mas também o Corno de África", explica.
Especialistas alertam para a proliferação de grupos armados nos países vizinhos do Sudão © Inside the Resistance
Riscos de regionalização do conflito
Henrik Maihack lembra ainda que "o problema desta região é, muitas vezes, o facto de não existir um sistema de segurança coletiva, ou seja, comum, mas sim uma segurança nos países individuais, que estão sempre organizados uns contra os outros."
O analista alerta que a proliferação de grupos armados nos países vizinhos do Sudão também pode "tornar difícil regular ou acabar com o atual conflito".
Ahmed Soliman, especialista da África Oriental do grupo de reflexão Chatham House, concorda que há riscos de regionalização do conflito, tendo em conta que o Sudão faz fronteira com sete países, nomeadamente Chade, Egito, Etiópia, Eritreia, Líbia, República Centro Africana (RCA) e Sudão do Sul.
"Todos estes países vizinhos vão tentar influenciar o resultado do conflito e têm interesse em saber quem vai liderar o Sudão no futuro", diz.
Combates continuam na capital sudanesa, Cartum, e noutras cidades © AFP
Apelos a cessar-fogo imediato
Várias organizações internacionais e governos continuam a apelar às partes em conflito no Sudão para o cessar-fogo urgente. Neste momento, estima-se que 13 milhões de pessoas já terão abandonado o país para o Sudão do Sul, Egito, Chade e RCA.
Para muitos destes países, a chegada dos refugiados constitui um desafio, alerta a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Eujin Byun.
"Mais de 70% dos refugiados que atravessam atualmente a fronteira são mulheres e crianças. Andam a pé durante 24 horas, não levam quase nada consigo e chegam à fronteira sem abrigo, sem roupa, sem comida e sem água", sublinha Byun, que apela a mais ajuda da comunidade internacional e maior empenho dos governos.
Na segunda-feira (08.05), o Programa Alimentar Mundial (PAM) denunciou o saque dos seus escritórios nos arredores da capital sudanesa, Cartum, onde foram roubados equipamentos informáticos e outros bens.