O exército maliano e alegados mercenários russos estiveram envolvidos na morte de 33 civis
DW 05.08.2022
Um relatório da ONU afirma que soldados malianos e elelmentos do grupo mercenário russo Wagner estiveram diretamente envolvidos na chacina de 33 civis no Mali em março.
O exército maliano e alegados mercenários russos estiveram envolvidos na morte de 33 civis, incluindo 29 mauritanos e 4 malianos, no início de março, no Mali, não muito longe da fronteira com a Mauritânia, segundo um relatório de um grupo de peritos das Nações Unidas.
De acordo com o documento consultado pela agência de notícias francesa AFP e divulgado hoje, os corpos dos civis foram encontrados a poucos quilómetros da aldeia de Robinet El Ataye, na região de Ségou, onde "militares brancos", - elementos do grupo paramilitar russo Wagner segundo um diplomata em Nova Iorque -, e militares do Mali prenderam, amarraram, espancaram e levaram 33 homens, na véspera de 5 de março, dia em que foram encontrados os restos mortais.
Segundo disse um diplomata em Nova York à AFP, "os militares brancos" seriam paramilitares do grupo Wagner, mobilizados desde janeiro para apoiar as tropas malianas.
Bamako refuta a presença de mercenários, referindo-se à presença de "instrutores", enquanto Moscovo afirma não ter nada a ver com esta empresa de "base comercial".
O desaparecimento dos civis em Robinet El Ataye causou choque no Mali e na Mauritânia.
A Mauritânia acusou o exército maliano de "atos criminosos recorrentes" contra cidadãos mauritanos nesta região fronteiriça. Bamako disse que nada punha em causa o seu exército.
Os dois países abriram uma investigação conjunta, cujos resultados não foram publicados no início de agosto.
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© Kay Nietfeld/picture alliance via Getty Images
Por LUSA 05/08/22
O exército alemão anunciou hoje a retirada de 60 soldados de uma base logística no aeroporto da capital do Mali, Bamako, num novo episódio de tensão com as autoridades malianas, que exigiam a partida do contingente.
Os soldados foram transferidos para o campo de Bifrost, nas proximidades da missão da ONU, num movimento que complica ainda mais as condições para o destacamento de tropas alemãs para o Mali.
No início da semana, as autoridades deste país da África ocidental ordenaram a todos os soldados estrangeiros que deixassem as instalações da empresa Sahel Aviation Services (SAS), no recinto do aeroporto, no prazo de 72 horas.
Segundo as suas próprias informações, a Bundeswehr é arrendatária da SAS para operar um centro logístico no aeroporto.
O Mali, com uma população de cerca de 20 milhões de habitantes, sofreu três golpes militares desde 2012 e é considerado politicamente muito instável.
Desde o último golpe de Estado, em maio de 2021, o país tem sido liderado por um governo militar de transição, que alegadamente mantém relações estreitas com a Rússia.
Desde então, o desdobramento da missão de manutenção da paz das Nações Unidas (Minusma), no qual a Alemanha participa com mais de mil tropas, tem sido repetidamente afetado.
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