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Notícias ao Minuto 25/01/24
Um ‘presente envenenado’ destinado à primeira-dama da Coreia do Sul, Kim Keon Hee, pode fazer tremer a liderança do país já daqui a uns meses.
Em causa está uma mala da marca de luxo Dior, no valor de três milhões de won (cerca de dois mil euros euros) e a polémica veio ao de cima com a divulgação de imagens partilhadas por um pastor.
O responsável em causa, Choi Jae-young, terá gravado as imagens em questão com uma câmara embutida no seu relógio.
Segundo a BBC, as imagens mostram Choi Jae-young a entrar numa loja para comprar uma mala de pele acinzentada e, num momento posterior, numa visita do pastor à primeira-dama. “Por que razão me traz estas coisas?”, questiona. Os media sul-coreanos apontam que as imagens são de 2022.
O vídeo não mostra a mulher do presidente Yoon Suk Yeol a aceitar explicitamente o objeto, mas o jornal Korea Herald referiu, citado pela imprensa britânica, que o gabinete presidencial confirmou que recebeu a mala e disse que “estava a ser administrada e armazenada como propriedade do governo”.
Já agência de notícias Yonhap diz que o presidente planeia falar sobre o caso “ainda este mês”.
Mas por que razão esta prenda é polémica… e o que pode daí vir?
Segundo explica a BBC, é ilegal que os responsáveis com cargos públicos e os seus cônjuges recebam presentes no valor de um milhão de won (690 euros), de uma só vez, ou um total de três milhões de won (2072 euros) num ano fiscal.
Após as imagens serem conhecidas, foi feita uma sondagem que, de acordo com a BBC, mostra de 69% dos eleitores sul-coreanos querem uma explicação sobre esta situação. Uma outra sondagem, realizada ainda em dezembro, mostrava que 53% dos inquiridos achava que a situação era inadequada.
Alguns analistas citados pela BBC adiantam que esta situação pode prejudicar o partido de Yoon Suk Yeol, que vai a eleições daqui a três meses.
No entanto, não foi só entre o eleitorado que esta situação terá criado problemas, mas também dentro do seu partido – já que o líder do Partido do Poder Popular terá sido pressionado pelo presidente, depois de este ter dito que a situação “podia ser um caso de interesse público”.
"Basicamente, tratou-se de uma armadilha planeada com uma câmara de espionagem. No entanto, houve vários erros na forma como as questões foram tratadas", afirmou Han Dong-hoon.
Já há algumas semanas, um outro dirigente do partido tinha comparado a primeira-dama a Maria Antonieta, rainha que era conhecida na corte francesa pelas suas extravagâncias.
Também a oposição já acusou a primeira-dama de estar envolvida na manipulação de preços de ações, mas o presidente já vetou um projeto de lei que pedia que esta fosse investigada.