A realização do V° Congresso Ordinário da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) provocou uma reação dura que resultou no encerramento, por algumas horas, das portas da sede da mesma organização sindical.
Foi um congresso que, depois de muitas lutas judiciais, acabou por reeleger, no último fim-de-semana, por meio de votos por aclamação, Júlio Mendonça ao cargo do Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné.
Porém, este congresso continua ainda a gerar muitas polémicas. Aliás, esta manhã, provocou o encerramento por algumas horas da porta da sede da União Nacional dos Trabalhos da Guiné.
Informações apuradas pela Rádio Jovem indicam que terá sido João Cá, o mandatário de Laureano Pereira, quem colocou os cadeados na porta das instalações da UNTG, toadavia, momentos depois, foi reaberto devido à intervenção dos elementos da Polícia Judiciária.
Coincidência ou não, havia agentes da Polícia da Ordem Pública no local, supostamente para assegurar as instalações da maior central sindical do país.
Em reação a isso, Edmundo Mendes, advogado da candidatura de Laureano Pereira, considera de inexistente o congresso que reelegeu Júlio Mendonça.
“Não houve e nunca haverá o congresso, salvo quando a lei autorizar, porque a Providência Cautelar ainda está em vigor. Então, o que aconteceu no sábado foi um protesto e escândalo que não tem nada a ver com o nome digno de um congresso”, afirma o advogado.
Em relação à última decisão do tribunal “absolvição da instância” que a comissão organizadora usou como argumento para realização da quinta reunião magna reunião da UNTG, Edmundo Mendes explica que, de acordo com a lei, mesmo com a absolvição da instância, o efeito da previdência cautelar ainda mantém-se em vigor.
“Sabemos como e com que propósito essa decisão foi tomada. Pensaram que, com a absolvição da instância, eu ia entrar com uma outra ação, assim para, durante esse tempo, pudessem consumar a violação dos nossos direitos. Só que não foram inteligentes, porque nesta circunstância, com absolvição da instância, segundo a lei, o efeito da previdência cautelar ainda tem efeito de 30 dias, permitindo que nós, enquanto a defesa, recorrer ou intentar uma nova ação no tribunal”, esclareceu.
Perante isso, o advogado, por outro lado, adverte das consequências judiciais que podem advir em caso da investidura de Júlio Mendonça ao cargo de Secretário-geral da UNTG.
“Que ninguém avance com a tomada de posse ou investidura como Secretário-geral. Se avançarem com esta decisão, penso que as coisas não vão ficar bem, porque haverá consequências judiciais”, avisou, apelando que as partes mantenham serenas e para aguardarem a decisão do tribunal.