Por radiosolmansi.net
Bissau é o palco nestes dias do Terceiro Encontro Regional de Coordenação do Projeto "Ação Climática Feminista da África de Oeste", na qual os parceiros da Guiné-Bissau, Costa do Marlim, Senegal e do Togo vão refletir sobre o progresso do projeto, partilha de conhecimentos e experiências e planejar as principais áreas de atividades futuras.
Neste encontro cujo início teve lugar ontem e término prevista para o próximo sábado (07 a 12), do presente mês de abril, vai ser um passo importante para a Guiné-Bissau, tendo em conta os engajamentos que estão a ser feitas, para que as áreas protegidas de Urok, Orango e João Vieira e Poilão sejam reconhecidas e classificadas, como Património Mundial Natural da Humanidade.
No entanto, na abertura oficial deste evento realizado esta terça-feira, não contou com a presença de nenhuma autoridade governativa do país, como é o caso do ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática.
No entender do Secretário Executivo da ONG Tiniguena, Miguel de Barros, o projeto é "extremamente" importante na perspetiva que permite a sociedade civil partilhar as suas experiências e os seus instrumentos e é importante na medida que permite construir uma agenda da advocacia global ao nível da sub-região, mas também com norte global.
"É importante porque pode nos permitir trazer elementos que sirvam para inspirar outras experiências como por exemplo a realização do próximo COP, no Brasil", enfatiza sociologo guineense.
Miguel promete total empenho da sua organização em continuar a acompanhar a implementação deste projeto no país, mas "sobretudo encontrar pistas que nos permitam continuar também a inscrever esta intervenção ao longo prazo".
O projeto Ação Climática Feminista de Africa de Oeste, é uma iniciativa de adaptação às alterações climáticas, com foco nas mulheres rurais, nos jovens, e nas comunidades mais vulneráveis nas zonas costeiras.
Na Guiné-Bissau, o projeto está a ser executado em duas regiões, nomeadamente Quinara e Bolama Bijagós, sendo a previsão é beneficiar 7 mil mulheres, que segundo explica o coordenador nacional do projeto ACF-AO, Emanuel José Gomes Ramos aos jornalistas à margem da abertura.
"Neste momento estamos com quase 4 mil mulheres, porque é um projeto que tem a duração de cinco amos, mas houve necessidade e por questões estratégicas foi reduzido a mais ou menos 3 anos e meio e ainda não conseguimos chegar à uma velocidade cruzeira", explica Emanuel que, no entanto, garante que atualmente estão numa margem confortável e pensa-se que até ao final do projeto atingirão mais de metade da meta traçada.
Durante os encontros serão analisados os progressos e desafios após dois anos de implementação do projeto, especialmente o plano de advocacia e as experiências relacionadas com o gênero, por um lado, e por outro, definir as abordagens e estratégias para a COP 30 no Brasil e as próximas atividades de advocacia.
No país, o projeto é executado pela Tiniguena desde 2023 em parceria com as organizações canadiana Inter Pares e SUCO, graças ao financiamento da Global Affairs Canadá, a fim de aumentar as respostas comunitárias à adaptação das mudanças do clima, pelo reforço da participação das mulheres rurais e dos jovens na governança local da biodiversidade, e na ação climática, beneficiando as populações das ilhas de Urok, Canhabaque, Orango, Uno e Soga.
Por: Braima Sigá