quinta-feira, 20 de março de 2025

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, saudou hoje o anúncio de Trump de ajuda à defesa aérea da Ucrânia como extremamente importante.

© TING SHEN/AFP via Getty Images  Lusa   20/03/2025 

Ucrânia. Kaja Kallas saúda anúncio de Trump sobre defesa aérea

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, saudou hoje o anúncio de Trump de ajuda à defesa aérea da Ucrânia como extremamente importante.

"Congratulo-me com o anúncio do Presidente [Donald] Trump de que os Estados Unidos estão a tentar encontrar defesas aéreas adicionais para a Ucrânia, isto é extremamente importante", afirmou Kaja Kallas em declarações à entrada para a reunião do Conselho Europeu.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, adiantou que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a Trump sistemas de defesa antiaéria e que este "aceitou trabalhar com ele para ver o que está disponível, nomeadanente na Europa".

Leavitt acrescentou que os Estados Unidos irão manter "a partilha de informações militares para a defesa da Ucrânia".

As próximas conversações russo-americanas sobre o conflito na Ucrânia vão decorrer na Arábia Saudita no domingo ou no início da próxima semana, anunciou hoje o Kremlin (presidência russa).

"Pode não ser no domingo, estamos a tentar chegar a acordo sobre todas as 'nuances'. Também poderá ser no início da próxima semana", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

As negociações terão lugar "a nível de peritos", referiu, citado pela agência francesa AFP.

A Rússia ainda não deu o acordo ao plano norte-americano de tréguas de 30 dias, aceite por Kyiv sob pressão de Washington.

Por enquanto, o Presidente russo, Vladimir Putin, limitou-se a uma moratória recíproca de um mês sobre os ataques contra as infraestruturas energéticas.

A ajuda à Ucrânia e o plano para rearmar a Europa estão hoje na agenda dos trabalhos da cimeira, em que Portugal está representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.


Leia Também: Rússia e Estados Unidos vão realizar uma nova ronda de negociações a nível de peritos na próxima segunda-feira em Riade, na Arábia Saudita, para abordar o conflito na Ucrânia, avançou hoje um conselheiro diplomático da Presidência russa (Kremlin).

O Presidente do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau entregou, esta quinta-feira, 20 de março, os pareceres sobre as Contas Gerais do Estado de 2014, 2015 e 2016 à Presidente da Assembleia Nacional Popular, Adja Satu Camara.

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Radio Voz Do Povo

Ministério do Interior em conferência de imprensa sobre roubo e corte de cabos eléctricos

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Carta Aberta do Movimento, dirigida ao Senhor Ministro de Administração Territorial e do Poder Tradicional, Dr. Aristides Ocante da Silva.



Indonésia permite a militares ocuparem mais postos governamentais

© Lusa  20/03/2025 

O Parlamento da Indonésia alterou hoje uma lei que permite aos militares ocuparem mais cargos governamentais, num país marcado por décadas de lideranças militares, entre as quais a do general Suharto, por mais de 30 anos.

A revisão da lei das forças armadas, apoiada principalmente pela coligação do Presidente Prabowo Subianto, ele próprio um antigo general, suscitou as críticas dos movimentos de defesa dos direitos humanos, que denunciam o crescente papel das forças armadas nos assuntos civis.

O texto, que já tinha sido aprovado por uma comissão na terça-feira, levanta receios de um regresso à era ditatorial de Suharto, de quem o presidente Prabowo era próximo, marcada pela repressão da dissidência política.

Os oficiais do Exército já podiam servir em dez agências ou instituições governamentais, incluindo o Ministério da Defesa, sem renunciar ao serviço militar.

De acordo com a lei revista, poderão agora ocupar cargos em 14 organismos da Indonésia, a terceira maior democracia do mundo.

As instituições que lhes são agora acessíveis incluem a Agência Nacional de Gestão de Catástrofes, o Gabinete do Procurador-Geral e as que gerem medidas de contraterrorismo e a segurança marítima.

A revisão foi aprovada hoje, logo após o início da sessão de votação no Parlamento de Jacarta, cujo complexo foi protegido por um forte dispositivo segurança.

Grupos estudantis e organizações não-governamentais (ONG) convocaram protestos para hoje e instaram o Governo de Prabowo a travar a reforma.

"O Presidente Prabowo parece determinado a restaurar o papel dos militares indonésios nos assuntos civis, que há muito se caracterizam por violações generalizadas [de direitos] e impunidade", sublinhou Andreas Harsono, investigador indonésio da ONG Human Rights Watch, citado num comunicado da organização.

"A pressa do Governo em adotar estas alterações prejudica o seu compromisso expresso com os direitos humanos e uma maior responsabilização", acrescentou o ativista.

O Instituto Indonésio de Assistência Jurídica alertou que a revisão legislativa "faz o país recuar 30 anos", referindo-se à era do ditador Suharto, que foi acusado de graves violações dos direitos humanos durante a sua liderança do país (1967-1998).

A Amnistia Internacional e outras ONG sublinharam numa declaração conjunta divulgada esta semana que "o Exército é treinado, educado e preparado para a guerra, não para posições civis".

Genro do falecido Suharto, Prabowo, de 73 anos, venceu as eleições de 2024 depois de reabilitar a sua imagem numa campanha impulsionada pelo apoio do antecessor, o popular Joko Widodo, o único líder do arquipélago nas últimas décadas originário de fora dos círculos tradicionais de poder.

A eleição de Prabowo - acusado desde há décadas de violações dos direitos humanos - marcou o regresso de um líder com perfil autoritário ao país com o maior número de muçulmanos do mundo.

Nível do mar subiu 38 metros após a última Idade do Gelo

Cnnportugal.iol.pt,

Nível global do mar aumentou rapidamente após a última era glaciar

O aumento total do nível do mar desde o fim da última Idade do Gelo, há 11.700 anos, que se prolongou até há 3.000 anos, foi de cerca de 38 metros, de acordo com novos dados geológicos.

Os novos dados proporcionaram uma melhor compreensão da taxa e magnitude da subida global do nível do mar após a última Idade do Gelo, há cerca de 11.700 anos.

Esta informação é essencial para compreender o impacto do aquecimento global nas calotas polares e na subida do nível do mar.

As descobertas foram publicadas na revista Nature por uma equipa liderada por cientistas do instituto de tecnologia neerlandês Deltares, noticiou na quarta-feira a agência Europa Press.

O nível global do mar aumentou rapidamente após a última era glaciar. Isto ocorreu devido ao aquecimento global e ao degelo das enormes calotas polares que cobriam a América do Norte e a Europa.

Até agora, a taxa e a magnitude da subida do nível do mar durante o início do Holocénico eram desconhecidas devido à falta de dados geológicos fiáveis deste período.

Utilizando um conjunto de dados único para a região do Mar do Norte, os investigadores conseguiram realizar cálculos altamente precisos pela primeira vez.

Analisaram uma série de poços na zona do Mar do Norte que antigamente era Doggerland, uma ponte terrestre entre a Grã-Bretanha e a Europa continental.

Esta área foi inundada com a subida do nível do mar. Ao analisar as camadas de turfa submersas nesta área, datá-las e aplicar técnicas de modelação, os investigadores mostraram que, durante duas fases do início do Holocénico, as taxas globais de subida do nível do mar atingiram brevemente um pico de mais de um metro por século.

Em comparação, a taxa atual de subida do nível do mar nos Países Baixos é de cerca de 3 mm (milímetros) por ano, o equivalente a 30 centímetros por século, e a previsão é que aumente.

Além disso, até agora tem havido uma incerteza considerável sobre o aumento total entre 11.000 e 3.000 anos atrás. As estimativas variaram entre 32 a 55 metros.

O novo estudo eliminou esta incerteza e mostra que o aumento total durante o período foi de 38 metros.

Investigadores criam bactérias modificadas para combater tumores... Uma equipa de investigadores chineses desenvolveu um sistema de controlo inteligente em bactérias geneticamente modificadas. Saiba mais,

© Shutterstock  Lusa  20/03/2025 

Uma equipa de investigadores chineses desenvolveu um sistema de controlo inteligente em bactérias geneticamente modificadas para atacar tumores de forma precisa e segura, ativado por luz infravermelha (NIR).

Este avanço pode melhorar significativamente a eficácia das terapias bacterianas contra o cancro ao permitir a administração localizada e regulamentada de medicamentos contra o cancro, referiu na quarta-feira o jornal chinês The Paper.

O estudo, publicado na revista Nature Cancer, foi conduzido por cientistas da East China Normal University, com a participação do professor Ye Haifeng e do investigador associado Guan Ningzi.

Os especialistas conceberam um sistema optogenético chamado NETMAP (Near-Infrared Light-Mediated PadC-Based Photoswitch), que permite que a expressão genética seja modulada em bactérias oncolíticas através da irradiação de luz infravermelha.

As bactérias utilizadas na investigação foram modificadas para conter um "interruptor biológico" baseado na proteína PadC, que responde à luz NIR e ativa a produção de medicamentos anticancerígenos diretamente no local do tumor.

Este método oferece vantagens em relação às terapêuticas convencionais, permitindo um controlo preciso da dose e reduzindo os efeitos adversos.

De acordo com resultados obtidos em modelos pré-clínicos de ratinhos, a aplicação do sistema NETMAP em linfoma, cancro do cólon e cancro da mama demonstrou uma redução tumoral até 80%.

Em ensaios com xenoenxertos derivados de doentes (PDX), foi observada uma inibição significativa do crescimento tumoral e um aumento da apoptose das células cancerígenas.

O professor Ye enfatizou que a luz infravermelha próxima tem uma elevada penetração nos tecidos biológicos, facilitando a ativação de bactérias modificadas sem procedimentos invasivos.

Além disso, os investigadores modificaram geneticamente as estirpes bacterianas oncolíticas para melhorar a sua segurança, eliminando os genes associados à toxicidade sem afetar a sua capacidade de colonizar tumores.

A equipa de investigação está atualmente a colaborar com o Hospital Ruijin da Universidade de Medicina Jiao Tong de Xangai para avaliar a viabilidade clínica desta tecnologia.

Segundo os especialistas, os próximos passos passarão pela expansão dos estudos a outros tipos de cancro, como o melanoma e o cancro da mama, com o objetivo de avançar para testes em humanos.

Nos últimos meses, investigadores chineses desenvolveram também ferramentas de inteligência artificial para melhorar a deteção precoce do cancro do esófago e inauguraram dispositivos de produção de isótopos médicos para tratamentos de cancro de alta precisão.


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quarta-feira, 19 de março de 2025

Detidos em flagrante 5 indivíduos por furto de cabos elétricos.

A GN, em colaboração com a POP, detiveram em flagrante, hoje (19-03-2025) em Buba, sul do país, cinco indivíduos por furto de cabos elétricos. 

No âmbito de uma investigação pela prática de diversos furtos ocorridos, através de cortes de cabos elétricos no sul do país, os militares da GN e Agentes da POP realizaram diligências policiais que permitiram as detenções dos suspeitos.

Por  Júlio Sambú

Afeganistão: Talibãs proíbem vozes femininas nas rádios da província de Kandahar

© Getty Images/WAKIL KOHSAR/AFP   Lusa  19/03/2025 

As vozes femininas foram proibidas nos programas de rádio da província Kandahar, no sul do Afeganistão, ao abrigo de uma diretiva hoje anunciada pelo regime talibã e justificada com a proibição de as mulheres se fazerem ouvir em público.

"A transmissão de vozes femininas na rádio, incluindo a transmissão de quaisquer mensagens de mulheres em programas de entretenimento, é estritamente proibida", referiu a ordem emitida pela Direção de Informação e Cultura de Kandahar.

A decisão segue a ordem, emitida em agosto passado, que proíbe as vozes de mulheres afegãs em público em todo o Afeganistão.

Esta é uma proibição sem precedentes na província, que até agora enfrentava restrições à transmissão de vozes femininas, mas ainda podia exibir certos anúncios ou programas produzidos em Cabul que incluíam vozes femininas, informou o Centro de Jornalismo do Afeganistão, em comunicado.

Kandahar é a segunda província, depois de Helmand, no sudoeste do país, a impor uma proibição total e oficial das vozes femininas na rádio.

Os talibãs proibiram ainda a publicidade na rádio de medicamentos, cremes e cosméticos, bem como promoções de clínicas e hospitais, sem autorização oficial da Direção de Saúde Pública.

Atualmente, Kandahar tem 12 estações de rádio, 11 das quais privadas, e nenhum canal de televisão local.

Isto deve-se à decisão publicada no ano passado pelos talibãs de proibir a transmissão de imagens de seres vivos na televisão.

O Afeganistão assistiu ao desaparecimento de mais de metade dos 547 meios de comunicação social que operavam no país antes de agosto de 2021, quando os talibãs voltaram a assumir o controlo do poder.

Muitos jornalistas fugiram do Afeganistão após a ascensão dos fundamentalistas ao poder, sendo que vários dos que ficaram foram ameaçados ou mesmo presos.

A isto somou-se um aumento do número de restrições aplicadas às mulheres, a quem foram restringidos os direitos quase por completo.

De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Afeganistão ficou em 178.º lugar entre 180 países analisados no 'ranking' da liberdade de imprensa em 2024, à frente apenas da Síria e da Eritreia.


Educação Nacional! 50 Bolsas para os estudantes guineenses à República Bolivariana da Venezuela.

 

Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional

O Governo francês afirmou hoje que a França não quer uma guerra com a Argélia, sustentando que é Argel quem está a atacar Paris, ao reagir à recusa argelina em receber de volta os seus cidadãos sujeitos a expulsão.

© IAN LANGSDON/AFP via Getty Images   Lusa  19/03/2025

 Tensões nas relações entre França e Argélia intensificam-se

O Governo francês afirmou hoje que a França não quer uma guerra com a Argélia, sustentando que é Argel quem está a atacar Paris, ao reagir à recusa argelina em receber de volta os seus cidadãos sujeitos a expulsão.

"Não somos beligerantes, não queremos a guerra com a Argélia. É a Argélia que nos está a atacar. A Argélia não deve impedir-nos quando estamos convencidos, com um documento de identidade, um passaporte, que o nacional é argelino. A Argélia deve readmiti-lo"", declarou hoje o ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, em declarações à emissora Sud Radio.

No meio de uma crise diplomática entre os dois países, o ministro apelou a uma "resposta gradual" a Argel, argumentando que podem ser aprovadas diversas medidas.

Para Ratailleau, uma resposta gradual significa que Paris pode dizer: "Não somos o agressor".

"Começámos a aplicá-la com a suspensão das facilidades para a 'nomenklatura' argelina", acrescentou o ministro, referindo-se ao questionamento dos acordos de 2007, que permitem que os titulares de passaportes diplomáticos não necessitem de visto.

Na segunda-feira, a Argélia rejeitou a lista de argelinos expulsáveis fornecida por Paris dias antes, reiterando a sua "rejeição categórica das ameaças, intimidações, injunções e ultimatos" de França.

No final de fevereiro, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, tinha ameaçado "denunciar" o acordo de 1968, que confere um estatuto especial aos argelinos em França, antiga potência colonial, em termos de circulação, residência e emprego, se a Argélia não aceitasse os seus cidadãos em situação irregular no prazo de seis semanas.

No entanto, no início de março, o Presidente francês, Emmanuel Macron, tentou apaziguar a tensão entre Paris e Argel, defendendo que era a favor "não de denunciar, mas de renegociar" o acordo.

Quando questionado sobre a sua ameaça de se demitir caso o Governo desistisse de uma luta de poder com a Argélia, o que fez segunda-feira, Retailleau respondeu hoje, na essência, a mesma intenção.

"Obviamente, se um dia me deparar com um obstáculo que possa pôr em causa a segurança dos nossos compatriotas, então teria de me questionar", afirmou hoje à Sud Radio.

As relações entre a França e a Argélia têm vindo a deteriorar-se constantemente desde que Macron reconheceu, em julho passado, um plano de autonomia sob a soberania marroquina proposto por Rabat para o Saara Ocidental, um território "não autónomo" de acordo com a ONU.

Em sentido contrário, já hoje, os tribunais franceses pronunciaram-se contra seis pedidos de extradição para a Argélia de Abdesselam Bouchouareb, ministro da Indústria e das Minas de 2014 a 2017, durante o mandato do Presidente Abdelaziz Bouteflika (1999/2019), pondo assim um fim definitivo a este processo.

Citando as "consequências excecionalmente graves" que esta extradição poderia ter devido ao "estado de saúde e à idade" de Bouchouareb, de 72 anos, a câmara de instrução do tribunal de recurso de Aix-en-Provence considerou que tal violaria o artigo 3.º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos e o artigo 5.º do acordo de extradição franco-argelino de 2019.

Há cerca de 18 meses que a Argélia exige a extradição de Bouchouareb, que vive atualmente nos Alpes Marítimos, para cumprir cinco penas de prisão de 20 anos e para o julgar num sexto caso de infrações económicas e financeiras.

A divisão de instrução do Tribunal de Recurso de Aix-en-Provence seguiu, assim, a posição do Ministério Público, que se tinha oposto ao pedido de extradição na audiência de 05 de março.

"O afastamento de Bouchouareb, gravemente doente, expô-lo-ia, se não a um risco de vida, a um risco de degradação rápida e irreversível do seu estado de saúde", segundo o procurador Raphaël Sanesi de Gentile, citado pelas agências internacionais.

A advogada da Argélia, Anne-Sophie Partaix, considerou que as autoridades judiciais tinham, a 13 de fevereiro, "dado as garantias necessárias" aos tribunais franceses.

"Bouchouareb roubou dinheiro aos argelinos, foi condenado e deve responder pelos seus atos", insistiu a representante de Argel, sem sucesso.

"Se Bouchouareb for enviado para a Argélia, é para morrer lá", argumentou, por seu lado, o seu advogado, Benjamin Bohbot, referindo-se a dois antigos primeiros-ministros e a vários membros do governo que foram condenados a longas penas de prisão em 2020.

Bohbot sempre apresentou o seu cliente como uma vítima das "purgas" pós-Bouteflika, forçado a demitir-se pelo movimento popular de protesto Hirak, em abril de 2019.


Leia Também: A Argélia recusou hoje a lista de 60 nomes de argelinos que a França pretende expulsar e lhe tinha apresentado há dias, rejeitando a iniciativa francesa "em termos de forma e de fundo", segundo um comunicado do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Comunicado à Imprensa do Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento sobre o ataque ao diplomata

@Fode Caramba Sanha

Pedro Arrojo-Agudo, relator especial da ONU para direitos humanos à água e saneamento, em Conferência de imprensa para Compartilhar as conclusões preliminares sobre a situação da a água e saneamento na Guiné Bissau após a visitar as Regiões de Bafatá, Gabú, Tombali, Oio e Cacheu.

Radio Voz Do Povo 

BANCO MUNDIAL | Comunicado de Imprensa: O Capital Humano é fundamental para reduzir a pobreza e impulsionar o desenvolvimento na Guiné-Bissau

BISSAU, 18 de março de 2025 - As principais conclusões da Análise do Capital Humano, um novo relatório do Banco Mundial lançado ontem em Bissau, salientam que o reforço do capital humano é crucial para reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável a longo prazo na Guiné-Bissau. Os investimentos na saúde, nutrição, proteção social e educação são fundamentais para permitir que os cidadãos atinjam o seu pleno potencial como futuros trabalhadores e contribuam para o crescimento económico do país. 

“A Análise do Capital Humano é uma avaliação fundamental do estado atual do capital humano na Guiné-Bissau, identificando lacunas e apresentando dados importantes para informar as políticas de desenvolvimento do governo e alinhar as nossas operações com as necessidades do país”, refere Rosa Brito, Representante Residente do Grupo Banco Mundial na Guiné-Bissau. “Este estudo destaca a necessidade de mais investimentos em saúde, educação e proteção social para fortalecer o capital humano na Guiné-Bissau. Em resposta, o Banco Mundial aprovou um projeto de 20 milhões de dólares para impulsionar o progresso nestes setores essenciais, lançando as bases para o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza.”

O capital humano consiste nos conhecimentos, competências e saúde que as pessoas acumulam ao longo das suas vidas, permitindo-lhes atingir o seu pleno potencial como membros produtivos da sociedade. Na Guiné-Bissau, constrangimentos transversais como os desafios climáticos, as disparidades de género e a fragilidade impedem o reforço e a preservação do capital humano.

Algumas das recomendações apresentadas no relatório incluem a melhoria do acesso a cuidados de saúde de qualidade para diminuir as elevadas taxas de mortalidade materna e neonatal; a melhoria da nutrição de mulheres grávidas e crianças com menos de cinco anos para evitar efeitos negativos no seu desenvolvimento físico e cognitivo; a expansão do acesso a um ensino básico de qualidade; a criação de um sistema de proteção social para apoiar a população mais pobre e vulnerável; e o desenvolvimento de medidas de inclusão económica para apoiar jovens desempregados com formação académica.

O relatório aconselha ainda a Guiné-Bissau a reativar o Conselho Nacional de Proteção Social para facilitar uma forte coordenação entre as várias partes interessadas; aumentar a participação local e comunitária na prestação de serviços; e estabelecer um registo social nacional.

Leia e descarregue o relatório aqui👈.

Contactos:

Em Bissau: Joana Rodrigues, +245 96 640 17 28, jdossantosrodrig@worldbankgroup.org

Para saber mais sobre o trabalho do Banco Mundial na Guiné-Bissau: https://www.worldbank.org/en/country/guineabissau

Para mais informações visite: https://www.worldbank.org/en/region/afr/western-and-central-africa

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Comunicado de imprensa

2025/054/AFW

O governo francês está a preparar um manual de sobrevivência para preparar a população para “ameaças iminentes”, o que inclui conflitos armados, ameaças nucleares, crises sanitárias ou desastres naturais, avança a imprensa francesa, que diz que este documento de 20 páginas será entregue a cada família ainda antes do verão.

CNN Portugal
França vai entregar manual de sobrevivência a cada família antes do verão - para que estejam preparadas para "ameaças iminentes"

Esta espécie de livro de instruções será à base de conselhos para as pessoas se protegerem a si mesmas e às que as rodeiam em casos de ameaça

O governo francês está a preparar um manual de sobrevivência para preparar a população para “ameaças iminentes”, o que inclui conflitos armados, ameaças nucleares, crises sanitárias ou desastres naturais, avança a imprensa francesa, que diz que este documento de 20 páginas será entregue a cada família ainda antes do verão. 

Esta espécie de livro de instruções, conta o Le Figaro, será à base de conselhos para as pessoas se protegerem a si mesmas e às que as rodeiam em casos de ameaça. O documento, ainda para aprovação do primeiro-ministro François Bayrou, contará com contactos de emergência e informações para inscrições nas corporações locais de bombeiros.

Uma vez que o objetivo é preparar a população para os vários tipos de ameaças, algumas delas capazes de voltar a confinar as pessoas às suas próprias casas, como aconteceu com a pandemia de covid-19 e poderá acontecer com uma nova crise sanitária ou ameaça nuclear ou terrorista, este manual de sobrevivência francês aconselha ainda as famílias a criarem um kit de sobrevivência com alguns mantimentos, como seis litros de água, uma dúzia de enlatados, pilhas, lanternas e conjuntos de primeiros socorros, incluindo medicamentos não sujeitos a receita médica, como analgésicos ou anti-inflamatórios de venda livre.

A rádio Europe 1 divulga a imagem do kit de sobrevivência que consta no documento, ainda sob aprovação do governo francês (Reprodução: Europe 1)

Segundo a rádio Europe 1, o manual aconselha cada família francesa a ter uma mochila também com um canivete-suíço, carregadores para telemóveis, agasalhos (como luvas, cachecóis e gorros), óculos, duplicação das chaves de casa e do carro e ainda fotocópias dos documentos de identificação ou outros importantes. Além disso, e como o cenário de confinamento é uma possibilidade, o governo francês aconselha ainda a ter jogos por perto, como cartas, para entreter os mais novos.

Em declarações a esta rádio, o porta-voz do gabinete do primeiro-ministro diz que “o objetivo deste documento é garantir a resiliência das populações face a todos os tipos de crise, sejam elas naturais, tecnológicas, cibernéticas ou relacionadas com a segurança”.

Assunto: Passagem Rotativa de Coordenação



O que pode acontecer ao corpo depois de vários dias no Espaço

© Keegan Barber/NASA via Getty Images  Notícias ao Minuto  19/03/2025

Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore regressaram, finalmente, à Terra depois da missão na Estação Espacial Internacional que se prolongou mais do que o previsto. Antes de irem para casa, têm de passar por um conjunto de exames médicos. Saiba o que pode acontecer ao corpo.

Esta terça-feira, 18 de março, chegou ao fim a missão de Suni Williams e Butch Wilmore na Estação Espacial Internacional. Aquela que era para uma ser uma estadia curta, acabou por revelar-se num dos períodos mais longos a bordo desta estação no Espaço, com mais de 280 dias.

Segundo o Today, os astronautas têm de passar por um período de avaliação médica antes de voltarem a casa. Podem apresentar alguns problemas que são necessários de monitorizar. É no Lyndon B. Johnson Space Center da NASA, em Houston, que os exames irão decorrer. 

Tonturas e enjoos são apenas alguns dos sintomas que podem experienciar. Com uma permanência tão longa no espaço o corpo pode sofrer outro tipo de complicações. Segundo a Nasa, a perda óssea e muscular é algo mais evidente, especialmente na zona das pernas e na coluna. São áreas que na Terra são bastante usada, mas não no Espaço devido à gravidade.

"É um grande choque para o corpo voltar à Terra. Tudo é muito pesado. É preciso algum tempo para voltar a estar acostumado à gravidade de novo", revelou o ex-astronauta Peggy Whitson.

Por outro lado, os astronautas podem apresentar alguns problemas de visão. Um dos problemas mais comuns é o inchaço na zona posterior do olho. Já segundo a Baylor College of Medicine, a redução do fluxo sanguíneo pode levar a alguns problemas cardiovasculares. 

No regresso à Terra, o coração pode ficar mais fraco. Também o sistema gastrointestinal pode sair afetado, que sente os efeitos da perda de gravidade. Podem ainda acontecer erupções cutâneas e sensibilidade na pele no regresso à Terra.


Leia Também: Astronautas chegaram seguros à Terra e até foram recebidos por golfinhos

EUA: "III Guerra Mundial? Seria ridículo, mas coisas estranhas acontecem"

© Kevin Lamarque/Reuters  Notícias ao Minuto com Lusa  19/03/2025

Trump sugeriu que o seu impulso para um cessar-fogo mais alargado na Ucrânia tem como objetivo manter as forças norte-americanas fora de um conflito alargado.

Depois de conversar com Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou que os norte-americanos "poderiam" vir a estar envolvidos na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, caso esta escalasse para a "Terceira Guerra Mundial", atirando que "coisas estranhas acontecem".

Estas declarações surgiram numa entrevista ao programa 'The Ingraham Angle', da Fox News, quando Trump falava sobre o facto de o presidente russo ter rejeitado um cessar-fogo total. 

"Neste momento, temos muitas armas apontadas umas às outras e um cessar-fogo sem ir um pouco mais longe teria sido difícil", disse Trump. 

"A Rússia está em vantagem, como sabem", acrescentou, referindo que Moscovo tem milhares de soldados ucranianos "bem cercados"  - "e isso não é bom", notou. 

Desta forma, sugeriu que o seu impulso para um cessar-fogo mais alargado tem como objetivo manter as forças norte-americanas fora de um conflito alargado. 

"Estamos a fazer isto - não há americanos envolvidos. Poderá haver se acabarmos na Terceira Guerra Mundial por causa disto, o que é tão ridículo", disse. "Mas, sabe, coisas estranhas acontecem", avisou.. 

Recorde-se que Trump acordou com Putin uma trégua de 30 dias limitada às infraestruturas energéticas.

Após uma conversa telefónica, Donald Trump e Vladimir Putin também acordaram iniciar as negociações de paz de imediato, indicou um comunicado da presidência norte-americana. As futuras negociações vão ter lugar no Médio Oriente.

Moscovo concordou também com a troca de 350 prisioneiros de guerra - 175 de cada lado - com a Ucrânia, na quarta-feira e, como gesto de boa vontade, Putin informou que Moscovo ia entregar 23 prisioneiros gravemente feridos a Kyiv.

A Rússia estabeleceu condições para o fim das hostilidades, incluindo o fim do rearmamento de Kyiv, e a interrupção da ajuda militar ocidental às forças ucranianas.

Além da suspensão dos ataques às infraestruturas, a Casa Branca assinalou também "negociações técnicas sobre o estabelecimento de um cessar-fogo marítimo no mar Negro, um cessar-fogo abrangente e uma paz duradoura" na Ucrânia.

Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou uma reaproximação à Rússia, após o congelamento de relações entre os dois países durante o mandato de Biden, devido à invasão da Ucrânia.


Leia Também: Os russos estão do outro lado do rio, a menos de três quilómetros. Na cidade-fantasma da Ucrânia há "apenas horror"

A chamada, a trégua e os ataques. "Jogo" de Putin é "enfraquecer" Kyiv?

© MAXIM SHEMETOV/POOL/AFP via Getty Images  Notícias ao Minuto com Lusa  19/03/2025
A chamada dos dois líderes durou mais de 90 minutos. Zelensky relatou nas redes sociais que perto de 40 'drones' de ataque russos Shahed cruzavam os céus ucranianos durante a noite, em várias regiões do país, e que a defesa aérea estava ativa. Isto, poucas horas depois de Moscovo ter anunciado, na sequência da conversa telefónica, uma trégua de 30 dias nos ataques às infraestruturas e alvos energéticos ucranianos, aquém do cessar-fogo.

Após semanas de expectativa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, conversaram, finalmente, sobre a guerra na Ucrânia. Da chamada telefónica saiu um acordo de cessar-fogo de 30 dias (limitado), uma troca de prisioneiros, mas não só. De que mais falaram - e o que diz Kyiv?

Sabe-se que o  cessar-fogo acordado é limitado a ataques contra alvos energéticos e infraestruturas. Trump e Putin concordaram também, segundo revelou a presidência norte-americana em comunicado,  em iniciar as negociações de paz de imediato. As futuras negociações vão ter lugar no Médio Oriente.

Note-se que a Ucrânia já dera o aval a um acordo de cessar-fogo de 30 dias, proposto pelos Estados Unidos, instando Putin a fazer o mesmo. No seguimento do telefonema, a presidência russa indicou ter concordado em suspender os ataques às infraestruturas energéticas da Ucrânia durante 30 dias, descrevendo a conversa como "detalhada e franca".

Vladimir Putin "emitiu imediatamente a ordem correspondente aos militares russos", referiu em comunicado o Kremlin, que dizia que o presidente russo está pronto para "trabalhar com os parceiros norte-americanos numa análise completa das possíveis formas de chegar a um acordo, que deve ser abrangente, estável e duradouro". 

"E, claro, devemos ter em conta a necessidade incondicional de eliminar as causas profundas da crise e os legítimos interesses de segurança da Rússia", sublinhou a mesma nota.

Moscovo concordou também com a troca de 350 prisioneiros de guerra - 175 de cada lado - com a Ucrânia, na quarta-feira e, como gesto de boa vontade, Putin informou o homólogo que Moscovo ia entregar 23 prisioneiros gravemente feridos a Kyiv.

A Rússia estabeleceu condições para o fim das hostilidades, incluindo o fim do rearmamento de Kyiv, e solicitou ao presidente norte-americano a interrupção da ajuda militar ocidental às forças ucranianas.

"Uma condição fundamental para evitar uma escalada do conflito e trabalhar no sentido de um acordo político e diplomático deve ser a cessação completa da ajuda militar estrangeira e o fornecimento de informações para Kyiv", acrescentou o Kremlin.

Além da suspensão dos ataques às infraestruturas, a Casa Branca assinalou também "negociações técnicas sobre o estabelecimento de um cessar-fogo marítimo no mar Negro, um cessar-fogo abrangente e uma paz duradoura" na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

Os comunicados divulgados pelos dois países não mencionam qualquer possível reordenamento territorial da Ucrânia, apesar de Moscovo ter alertado anteriormente que não abdicará das regiões que ocupa parcialmente no país vizinho e de Kyiv se recusar a cedê-las.

Conversa "muito boa e produtiva"

Pouco depois, na sua rede social Truth, Trump disse ter um entendimento com Putin para negociar um "cessar-fogo total" na Ucrânia rapidamente. O presidente dos Estados Unidos considerou a conversa "muito boa e produtiva". 

"Jogo de Putin é enfraquecer Ucrânia o mais possível"

Numa primeira reação, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou-se favorável a uma trégua de 30 dias com a Rússia nos ataques às infraestruturas e alvos energéticos, destacando, contudo, a importância de ver os detalhes com Washington. 

Zelensky advertiu, por outro lado, que as condições estabelecidas por Putin para uma trégua alargada com Kyiv visam enfraquecer a Ucrânia e mostram que não está pronto para acabar com a guerra.

"Todo o seu jogo é enfraquecer-nos o mais possível", declarou o presidente ucraniano. 

Mais tarde, Zelensky voltaria a pronunciar-se para dizer que o homólogo russo "rejeitou efetivamente a proposta de cessar-fogo" apresentada pelos Estados Unidos e que prosseguiu na última noite com os ataques contra a Ucrânia.

O presidente ucraniano relatou nas redes sociais que perto de 40 'drones' de ataque russos Shahed cruzavam os céus ucranianos ontem à noite, em várias regiões do país, e que a defesa aérea estava ativa, poucas horas depois de Moscovo ter anunciado a trégua. 

Negociações de cessar-fogo começam na Arábia Saudita no domingo

Entretanto,  o enviado norte-americano para o Médio Oriente indicou que as negociações para um cessar-fogo na Ucrânia "vão começar no domingo em Jeddah", na Arábia Saudita. 

"Penso que os russos aceitaram ambos os pontos. Tenho esperança de que os ucranianos aceitem", disse na terça-feira Steve Witkoff à televisão norte-americana Fox News, em referência à trégua limitada às infraestruturas energéticas e um cessar-fogo marítimo no mar Negro.

O enviado disse que a delegação dos EUA na Arábia Saudita seria liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, mas não especificou quem seriam os interlocutores do lado da Rússia.

Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou uma reaproximação à Rússia, após o congelamento de relações entre os dois países durante o mandato do antecessor Joe Biden, devido à invasão da Ucrânia.


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"Uma derrota substancial", uma "estratégia ideal" e uma nova exigência. Como Putin lançou armadilha a Trump para chegar à paz na Ucrânia

Donald Trump e Vladimir Putin Por João Guerreiro Rodrigues  cnnportugal.iol.pt

De uma chamada de 90 minutos saem "sensações" de que foi Putin a liderar as negociações onde a Ucrânia não foi vista nem achada

As expectativas eram elevadas e a bola estava "do lado de Moscovo", porque a Casa Branca tinha conseguido fazer com que Kiev aceitasse um acordo de cessar-fogo de 30 dias em todas as hostilidades, mesmo sem qualquer garantia de segurança. Mas os 90 minutos da chamada telefónica não foram suficientes para Donald Trump conseguir convencer Vladimir Putin a travar a invasão da Ucrânia e "parar a matança" por 30 dias, como tinha sido acordado com a Ucrânia. Para os especialistas, a estratégia do presidente americano saiu "completamente derrotada", com a Rússia a recusar o acordo proposto por Trump e com Putin colocar uma armadilha no caminho do presidente norte-americano que o pode obrigar a voltar atrás numa medida que tomou.

"Há aqui uma derrota substancial americana. Os Estados Unidos fizeram uma proposta que foi recusada pela Rússia. Quem é que está a mediar esta paz? É Donald Trump que está a fazer propostas atrás de propostas a que Putin responde com cada vez mais exigências e cada vez mais duras? Parece-me bastante inquietante, porque a sensação que nós temos é de que quem está a comandar as negociações verdadeiramente é a Rússia e não os Estados Unidos", afirma Diana Soller, especialista em relações internacionais. 

Apesar de a Casa Branca ter celebrado o resultado entre a conversa dos dois presidentes, que acabou num acordo para a pausa de 30 dias nos ataques contra infraestruturas críticas de ambos os lados, esta "cedência" do Kremlin fica muito aquém da vontade de Donald Trump. O presidente norte-americano falou com Putin na esperança de fazer Moscovo concordar com aquilo que Kiev concordou uma semana antes: 30 dias sem combates em terra, no mar e no ar, ao longo de toda a frente. 

Esta decisão acontece precisamente numa altura em que Kiev tem vindo a intensificar os ataques de longa distância contra as refinarias petrolíferas e instalações de gás russas um pouco por todo o território, como forma de prejudicar a economia e a logística de Moscovo. E há sinais de que essa campanha estava prestes a intensificar-se, depois do Ministério da Defesa da Ucrânia ter anunciado a meta do fabrico de 30 mil drones de longo alcance em 2025 e de desenvolver com sucesso o seu primeiro míssil balístico de longo alcance, o R-350 Neptune, com um alcance de mais de mil quilómetros.

No sentido inverso, a Rússia compromete-se a parar este tipo de ataques numa altura em que isso pouco interfere com a sua estratégia no terreno. As forças armadas russas, ao longo de três anos de guerra, destruíram de forma sistemática a rede energética ucraniana. Centrais termo e hidroelétricas, subestações, linhas de transmissão e depósitos de combustível foram repetidamente atacados por algumas das armas mais avançadas russas, com o objetivo de paralisar a economia ucraniana e tornar mais difícil a vida da população, de forma a pressionar o governo de Kiev. Com o inverno a chegar ao fim, os efeitos práticos dessa estratégia são mais difíceis de serem sentidos, o que torna menos relevante esta suspensão.

"A montanha pariu um rato. Os russos comprometem-se a não atacar instalações elétricas ucranianas, mas isso é um crime de guerra. Ou seja, os russos comprometem-se a não cometer crimes de guerra durante 30 dias. Donald Trump vai dizer que isto foi um enorme sucesso e que conseguiu um ótimo acordo, mas aquilo que tinha sido acordado na semana passada entre a Ucrânia e os EUA que seria levado à Federação Russa era o cessar-fogo incondicional de 30 dias. A resposta de Putin foi não", refere Francisco Pereira Coutinho, especialista em direito internacional.

A nova exigência

Poucos minutos depois da chamada, o presidente norte-americano celebrou na sua rede social a conversa com Putin, apelidando-a de "muito boa e produtiva", com os dois lados a partilharem "a compreensão de que vão trabalhar rapidamente para chegar a um cessar-fogo completo". As palavras do lado americano, contrastam com o longo e exigente comunicado russo, que coloca ainda mais exigências em cima da mesa para o fim das hostilidades na Ucrânia.

No documento elaborado pela diplomacia russa, Moscovo insiste na "necessidade absoluta" de eliminar "as causas profundas da crise", sublinhando que o fim do envio de equipamento e informações militares à Ucrânia por parte dos aliados é uma "condição-chave" para o fim do conflito. Esta nova exigência surge poucas semanas depois de o presidente americano ter ordenado o fim do envio de ajuda militar e da partilha de informações, dias depois da tensa reunião entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Sala Oval.  

Esta decisão provou ter um forte impacto no campo de batalha. A Rússia já vinha a aumentar a intensidade das operações contras as posições ucranianas na região ocupada de Kursk, com uma combinação de novas unidades russas apoiadas por tropas norte-coreanas. No entanto, a suspensão da partilha de informações cruciais por parte dos Estados Unidos da América tornou a defesa de Kursk cada vez mais insustentável, levando ao colapso desta frente. Foi necessário um pedido de desculpas do líder ucraniano para que Trump levantasse as restrições. Agora, para satisfazer Putin, a Casa Branca teria de voltar a reverter a sua decisão. 

"Nós vimos o resultado em Kursk, onde a Ucrânia esteve pouco mais de uma semana sem informações estratégicas e sem informação em tempo real. A Rússia aproveitou para dar um novo ímpeto às suas ações ofensivas. Os ucranianos são frontalmente contra o desarmamento e frontalmente contra a desmilitarização. Portanto, eu penso que a Rússia vai insistir nestas condições para que se vá um pouco mais além do que aquilo que se conseguiu hoje com Trump", defende o major-general Isidro de Morais Pereira.

Apesar de tudo, Vladimir Putin não rejeita completamente o acordo proposto por Trump. O líder russo compromete-se a criar uma equipa técnica para começar a estudar e criar uma iniciativa relativa à segurança no Mar Negro e aceitou uma troca de 175 militares ucranianos em troca de 175 soldados russos, bem como a transferência de 23 ucranianos gravemente feridos que estão a ser tratados em unidades médicas russas. Estas medidas demonstram que existe um esforço da parte russa para abrir os canais de diálogo com os Estados Unidos da América para que se inicie o processo negocial, com medidas de "construção de confiança" como a libertação de prisioneiros.

Os dois comunicados também começam a desvendar o véu sobre o verdadeiro mediador do conflito: a Arábia Saudita. Depois de ter sido o palco da ronda de negociações entre os Estados Unidos e a Rússia e, pouco mais tarde, entre a delegação americana e ucraniana, ambos os lados comprometem-se a continuar as negociações na Arábia Saudita. 

"O que o comunicado não diz mas que me começa a parecer evidente é de que há um novo mediador no ar. A Arábia Saudita parece ter chutado para canto a Turquia, para já. Porque a ideia de que as negociações vão ser no Médio Oriente, depois de a primeira ronda ter sido em Jeddah e em Riade significa que a Arábia Saudita está a tomar a dianteira neste processo. Os sauditas estão a apresentar-se como facilitadores das iniciativas que a Casa Branca quer usar para a deslindar", garante Tiago André Lopes, especialista em Relações Internacionais. 

Mas o acordo que acabou de nascer pode já ter complicações pelo caminho. Ao contrário da Casa Branca, que escreve que o cessar-fogo se aplica a "infraestruturas e energia", a linguagem utilizada pelo Kremlin é vaga o suficiente para poder atingir infraestruturas como portos, pontes, aeródromos e outros edifícios. Poucas horas depois da conversa, o líder ucraniano acusou a Rússia de lançar dezenas de drones contra infraestruturas civis no país, por exemplo.

Em conversa com os jornalistas, Volodymyr mostrou-se cauteloso em relação ao acordo, admitindo que este pode ser um passo em direção à paz e não em direção à "complicação militar de situações de combate". “É claro que estamos satisfeitos por haver um primeiro passo, e foi isso que oferecemos: silêncio no céu e no mar. Os americanos ofereceram mais, um cessar-fogo total. De facto, os russos recusaram”, defende. 

Mas, na Ucrânia, nem todos estão otimistas em relação ao que ficou acordado entre Trump e Putin. Segundo o jornalista ucraniano Illia Ponomarenko, Vladimir Putin está simplesmente a continuar a sua estratégia de "arrastar as coisas indefinidamente" para continuar a conquistar o território ucraniano. 

"O Kremlin está essencialmente a manter a sua estratégia ideal - atrasar as coisas indefinidamente, dizer “não” sem realmente dizer “não”, afogar tudo em demagogia sem sentido, manipular Trump massajando o seu ego, atirando-lhe bugigangas tolas como “milhares de vidas de soldados ucranianos poupadas apenas graças a Trump” e jogos de hóquei (!), tudo isto enquanto continua a sua guerra em grande escala contra a Ucrânia. E enquanto Trump continuar a satisfazer as suas “vitórias” virtuais e a andar em bicos de pés à volta de Putin, não há razão para parar", afirma Ponomarenko.

terça-feira, 18 de março de 2025

𝗠𝗜𝗡𝗜𝗦𝗧𝗥𝗔 𝗗𝗘 𝗔𝗚𝗥𝗜𝗖𝗨𝗟𝗧𝗨𝗥𝗔 𝗙𝗢𝗜 𝗢𝗨𝗩𝗜𝗗𝗔 𝗛𝗢𝗝𝗘 𝗡𝗢 𝗠𝗜𝗡𝗜𝗦𝗧É𝗥𝗜𝗢 𝗣Ú𝗕𝗟𝗜𝗖𝗢

À saída de audição, o seu advogado, Suleimane Cassamá, informou a Rádio Jovem que a sua cliente saiu inocente perante acusações invocadas sobre denúncia de suposto desvio de fundos e fertilizantes no Ministério que dirige.  

Cassamá disse que Fatumata Djau Baldé foi caluniada e que no entanto o Ministério Público cometeu algumas irregularidades sobre o processo.  A antiga dirigente do Partido dos Trabalhadores Guineenses foi exonerada no governo pelo Presidente da República no momento que estava a ser ouvida no Ministério Público.

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Rádio Jovem

Portugal: População sem-abrigo duplica em cinco anos. Há cada vez mais imigrantes em risco de pobreza

Quase meio milhão de pessoas residentes em Portugal vive em privação material e social severa. Mais de 260 mil não têm sequer uma alimentação adequada e o número de pessoas em situação de sem-abrigo continua a aumentar. 

A jornalista Alda Martins explica o que está em causa, partindo da denúncia da Cáritas para o aumento do risco de pobreza em Portugal.