quarta-feira, 30 de abril de 2025

EUA alargam motivos para retirar estatuto legal a estudantes estrangeiros... A nova orientação permite revogar o estatuto dos estudantes se os seus nomes aparecerem numa base de dados criminal ou de impressões digitais de uma forma que não era permitida no passado, disse Charles Kuck, um advogado de imigração de Atlanta que interpôs uma ação judicial em nome de 133 pessoas nos EUA com vistos de estudante que perderam o seu estatuto legal.

© Shutterstock  Lusa  30/04/2025

O governo norte-americano está a alargar os motivos pelos quais os estudantes estrangeiros podem perder o estatuto legal, quando milhares estão sob escrutínio e alguns enfrentam deportações.

Os advogados dos estudantes internacionais dizem que os novos motivos permitem deportações mais rápidas e servem para justificar muitas das ações que o governo está a tomar para cancelar a permissão de estudantes estrangeiros para estudar no país.

Depois de perderem subitamente o seu estatuto legal nas últimas semanas, com poucas ou nenhumas explicações, estudantes de todo o país apresentaram ações judiciais em tribunais federais.

Em muitos casos, os juízes tomaram decisões preliminares assumindo que o governo agiu sem o devido processo legal.

O governo disse depois que iria emitir novas diretrizes para cancelar o estatuto legal de um estudante.

Um documento do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) partilhado na segunda-feira num processo judicial dizia que os motivos válidos incluem agora a revogação dos vistos que os estudantes usaram para entrar nos EUA.

No passado, se fosse revogado o visto de um estudante, este podia geralmente permanecer nos EUA para terminar os estudos, mas se saíssem do país não conseguiria reentrar.

"Isto apenas deu carta branca para que o Departamento de Estado revogasse o visto e depois deportasse estes estudantes, mesmo que não tenham feito nada de errado", disse à AP Brad Banias, advogado de imigração que representa um estudante que perdeu o seu estatuto.

Este aluno já foi acusado de uma infração de trânsito, que apareceu numa base de dados policial pesquisada pelas autoridades de imigração.

Banias disse que as novas diretrizes expandem enormemente a autoridade do ICE para além da sua política anterior, que não considerava a revogação do visto como motivo para retirar a permissão de um estudante para estar no país.

A nova orientação permite revogar o estatuto dos estudantes se os seus nomes aparecerem numa base de dados criminal ou de impressões digitais de uma forma que não era permitida no passado, disse Charles Kuck, um advogado de imigração de Atlanta que interpôs uma ação judicial em nome de 133 pessoas nos EUA com vistos de estudante que perderam o seu estatuto legal.

"Basicamente, estão a tentar encobrir o que já fizeram de mau, tornando aceitável a coisa má que fizeram", disse Kuck à agência AP.

Muitos dos estudantes que tiveram os seus vistos revogados ou perderam o seu estatuto legal disseram que tinham apenas infrações menores nos seus registos, incluindo infrações de trânsito.

Os advogados do governo forneceram algumas explicações numa audiência na terça-feira no caso do cliente de Banias, Akshar Patel, um estudante estrangeiro no Texas.

O estatuto de Patel foi revogado e depois restabelecido este mês, impedindo que fosse deportado.

Nos autos do processo e na audiência, as autoridades do Departamento de Segurança Interna (DHS) disseram ter verificado os nomes dos titulares de vistos de estudante no Centro Nacional de Informação Criminal, uma base de dados gerida pelo FBI que contém grandes quantidades de informações relacionadas com o crime.

Enquanto o DHS revogava o estatuto legal dos estudantes, o Departamento de Estado cancelava os vistos que alguns estudantes utilizavam para entrar no país.

No total, cerca de 6.400 alunos foram identificados na pesquisa na base de dados, disse a juíza distrital dos EUA Ana Reyes numa audiência na terça-feira.

Um dos alunos era Patel, que foi mandado parar e acusado de condução imprudente em 2018. A acusação acabou por ser retirada --- informação que também está na base de dados.

Reyes disse que o curto período de tempo sugere que ninguém reviu os registos individualmente para descobrir por que razão os nomes dos alunos estavam na base de dados.

"Tudo isto poderia ter sido evitado se alguém tivesse agido", disse Reyes, que foi nomeado pelo presidente Joe Biden. Ela disse que o governo demonstrou "uma total falta de preocupação com os indivíduos que chegaram a este país".


EUA e Ucrânia chegam a acordo sobre minerais, avança a Bloomberg... Recorde-se que era esperado que os Estados Unidos e a Ucrânia assinassem o acordo esta quarta-feira.

© Getty Images   Notícias ao Minuto  30/04/2025

Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram o acordo sobre o acesso aos minerais ucranianos, esta quarta-feira, informou a agência de notícias Bloomberg.

O acordo vai providenciar ao Estados Unidos o acesso privilegiado a novos projetos de investimento que permitam desenvolver os recursos naturais da Ucrânia, incluindo o alumínio, grafite, petróleo e gás natural.

O Departamento do Tesouro norte-americano confirmou o acordo, que criará um "fundo de investimento para a reconstrução", após semanas de negociações bilaterais sobre o acesso aos recursos naturais ucranianos.

Num vídeo publicado no X, o secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, adiantou que "esta parceria permite aos Estados Unidos investir em conjunto com a Ucrânia, desbloquear os ativos de crescimento da Ucrânia, mobilizar talentos, capital e padrões de governação americanos que irão melhorar o clima de investimento da Ucrânia e acelerar a recuperação económica do país".

A ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, confirmou à Associated Press (AP) que o acordo foi assinado em Washington.

Numa publicação no X, Svyrydenko disse que Kyiv está a criar com os Estados Unidos "o Fundo que atrairá investimento global para o país".

"O documento na sua forma atual é uma garantia de sucesso para ambos os países", garantindo ainda que Kyiv mantém "a propriedade e o controlo totais" dos seus recursos naturais, adiantou Svyrydenko.

Segundo a agência AP, os EUA pretendem aceder a mais de 20 matérias-primas da Ucrânia consideradas estrategicamente críticas para os seus interesses, incluindo o titânio, utilizado no fabrico de asas de aeronaves e outras indústrias aeroespaciais, e o urânio, que é utilizado na energia nuclear, equipamento médico e armas.

"Em reconhecimento do significativo apoio financeiro e material que o povo dos Estados Unidos forneceu à Ucrânia desde a invasão da Rússia, esta parceria económica posiciona os nossos dois países para colaborar e investir em conjunto para garantir que os nossos ativos, talentos e capacidades possam acelerar a reconstrução económica da Ucrânia", refere o Departamento do Tesouro norte-americano em comunicado.

Washington forneceu à Ucrânia ajuda militar no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, durante a presidência do democrata Joe Biden (2021-2025), depois de a Rússia ter invadido o país em fevereiro de 2022.

O projeto de acordo esteve durante semanas no centro de tensões entre Kyiv e Washington, cujo apoio é essencial à Ucrânia.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, declarou hoje após uma reunião do Governo Trump que os Estados Unidos estavam prontos para assinar o acordo sobre minerais, detalhando que os ucranianos "decidiram [na terça-feira] à noite fazer algumas alterações de última hora".

Questionado sobre as alterações, o secretário do Tesouro respondeu: "Nada foi retirado. É o mesmo acordo que alcançámos este fim de semana. Não há alterações da nossa parte".

Por sua vez, o Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou que os Estados Unidos queriam algo em troca "dos seus esforços" em relação à Ucrânia.

"E nós dissemos: as terras raras. Eles têm terras raras muito boas", acrescentou.

"Concluímos um acordo que garante o nosso dinheiro e nos permite começar a escavar e a fazer o que precisamos de fazer", prosseguiu Trump, sublinhando que "também é bom para eles porque haverá uma presença norte-americana" na Ucrânia.

Uma versão anterior do texto devia ter sido assinada durante a visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, no final de fevereiro, mas a altercação sem precedentes com Trump em direto da Sala Oval precipitou a partida sem assinar o acordo.

Uma nova versão, proposta por Washington em março, foi considerada pelos deputados e pela comunicação social ucranianos muito desfavorável.

No decurso das negociações, esse documento foi transformado numa versão mais aceitável para Kyiv, segundo responsáveis ucranianos.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

DIREÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL DE BAFATÁ COM DÍVIDA QUE SUPERA OS 20 MILHÕES DE FRANCOS CFA

Por Rádio Sol Mansi

A atual direção do Hospital Regional de Bafatá denuncia ter herdado uma dívida superior a 20 milhões de francos CFA, acumulada pela anterior gestão, que esteve à frente da instituição durante 11 meses.

Em entrevista exclusiva à Rádio Sol Mansi, a diretora do hospital, Ndafa Binalu, revelou que a situação financeira da unidade é crítica e afeta diretamente a missão de salvar vidas humanas. “Encontrámos muitas lacunas na parte financeira, o que poderia ter sido evitado”, afirmou.

Segundo Binalu, o hospital enfrenta atualmente os seus piores momentos financeiros, operando com limitações significativas. A responsável sublinhou que estas dificuldades comprometem o funcionamento normal do hospital.

Este caso soma-se a um outro escândalo de desvio de fundos ocorrido há quatro anos, também no mês de abril, quando foi denunciado o desaparecimento de mais de 100 milhões de francos CFA. O então ministro da Saúde Pública esteve envolvido na denúncia, e o caso continua a gerar constrangimentos no funcionamento não só do Hospital Regional de Bafatá, como também de outras regiões.

Confira o vídeo 👈.

Lisboa aprova consulta pública do plano para integrar migrantes

© Lusa  30/04/2025

A Câmara de Lisboa decidiu esta quarta-feira submeter a consulta pública os projetos do IV Plano Municipal para a Integração de Migrantes 2024-2027 e do Programa Municipal para a Educação Antirracista, Intercultural e para os Direitos Humanos.

Em reunião privada do executivo municipal, a proposta relativa ao projeto do IV Plano Municipal para a Integração de Migrantes de Lisboa (PMIML) foi aprovada com a abstenção de BE, PCP, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e Livre, e os votos a favor de PS e da liderança PSD/CDS-PP. 

Subscrita pela vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Sofia Athayde (CDS-PP), o documento a ser submetido a consulta pública, por um período de 30 dias úteis, para recolha de contributos e sugestões, refere que a elaboração do novo PMIML surge do cumprimento do Plano Nacional de Implementação do Pacto Global das Migrações, do Plano de Ação para as Migrações e do Pacto Europeu em matéria de asilo e migração.

Estes três documentos, de âmbito nacional, europeu e mundial, "enquadram as políticas públicas municipais ao nível das migrações e interculturalidade", explica Sofia Athayde.

Também as Grandes Opções do Plano 2024-2028 da cidade de Lisboa incluem como medidas "promover, apoiar e participar em programas e iniciativas de integração das comunidades imigrantes, refugiados e requerentes de asilo, minorias étnicas, culturais e religiosas", assim como "fortalecer as associações, instituições e comunidades", e "reativar o Conselho Municipal da Interculturalidade e Cidadania -- CMIC".

Para a elaboração deste novo plano, foi feito pelo Instituto de Geografia do Ordenamento do Território -- IGOT o diagnóstico sociodemográfico, síntese da população migrante de Lisboa, lê-se na proposta, sem adiantar mais informação.

Apesar de votar a favor, sobretudo para que o plano possa entrar em vigor "o mais brevemente possível", a vereação do PS criticou a demora de "quase três anos" na apresentação do PMIML 2024-2027 por parte da liderança PSD/CDS-PP, sob presidência do social-democrata Carlos Moedas.

Os socialistas criticam ainda a ausência de informação sobre o grau de execução do anterior plano, o que não permite concluir o que já foi implementado, referindo que também não há um orçamento nem calendarização para as medidas.

"Faltam medidas essenciais que até já foram aprovadas, como campanhas para o recenseamento eleitoral dos migrantes e o Conselho Municipal para a Interculturalidade, que neste mandato só reuniu uma vez, não foi auscultado", apontou o PS, esperando que a fase de consulta pública permita corrigir falhas.

O Livre adiantou que o plano apresenta 66 medidas divididas por três eixos, mas, entre elas, "não há uma única que represente um verdadeiro investimento municipal em habitação para migrantes", avisando que "sem garantir o direito à habitação, não há integração possível".

O BE acusou Carlos Moedas de fazer "uma política de costas voltadas para as pessoas migrantes", por ter apresentado o plano sem aprovação do CMIC, crítica também subscrita pelos Cidadãos Por Lisboa, a que se juntam as preocupações com a ausência de cronograma e orçamento para a concretização do plano.

Para o PCP, o plano para integração de migrantes, assim como o Programa Municipal para a Educação Antirracista, Intercultural e para os Direitos Humanos, "pecam por já vir tarde, uma vez que o início do processo, remete para deliberações de 2022 e 2023".

A proposta de submeter a consulta pública o Programa Municipal para a Educação Antirracista, Intercultural e para os Direitos Humanos, subscrita por PSD/CDS-PP e pela vereação dos Cidadãos Por Lisboa (CPL), foi aprovada por unanimidade.

Lembrando que a proposta surge no seguimento da sua iniciativa, apresentada em julho de 2022, os CPL reforçaram que este programa "vai proporcionar às escolas de Lisboa projetos e ações de formação no terreno, já com maturidade e capacidade de replicação", entre eles está a iniciativa "Com uma mala na mão contra a discriminação", da Escola EB 1 do Castelo.


África: Mais de 500 mil crianças com menos de cinco anos morrem anualmente em África de doenças evitáveis, como o sarampo e a poliomielite, por falta de vacinas, anunciou esta quarta-feira a agência de saúde pública da União Africana (UA).

© Lusa  30/04/2025

 Meio milhão de crianças morrem anualmente em África por falta de vacinas

Mais de 500 mil crianças com menos de cinco anos morrem anualmente em África de doenças evitáveis, como o sarampo e a poliomielite, por falta de vacinas, anunciou esta quarta-feira a agência de saúde pública da União Africana (UA).

"Apesar do poder comprovado das vacinas para salvar vidas, mais de 500 mil crianças com menos de cinco anos ainda morrem todos os anos em África devido a doenças evitáveis como o sarampo, a difteria, o tétano, a poliomielite e a tosse convulsa, doenças que foram quase erradicadas em grande parte do mundo", afirmou o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) num comunicado.

 "O financiamento nacional limitado da saúde, a desconfiança em relação às vacinas, a instabilidade política e a dificuldade de acesso às comunidades remotas" são alguns dos fatores que impedem milhões de crianças no continente de ter acesso às vacinas.

De acordo com o CDC África, em 2023, apenas 16 países africanos excederam 90% de cobertura para as vacinas infantis essenciais, como a terceira dose para a difteria, o tétano e a tosse convulsa ou a primeira dose para o sarampo.

De facto, nesse ano, o número de "crianças não vacinadas" (que não receberam nenhuma vacina) atingiu 7,9 milhões, um aumento de 16% em relação a 2019.

"Estes números refletem o impacto prolongado da covid-19, as iniquidades no acesso à saúde e as fragilidades de todo o sistema", referiu a agência.

Países como a Nigéria, a República Democrática do Congo, o Sudão do Sul, a Etiópia e o Zimbabué continuam a ter elevadas taxas de mortalidade por doenças que poderiam ser evitadas se tivessem as vacinas necessárias.

Estas doenças também custam a África um valor estimado em 13 mil milhões de dólares (mais de 11,4 mil milhões de euros) por ano, colocando mais pressão sobre os sistemas de saúde e abrandando o desenvolvimento económico.

"Atualmente, África produz menos de 1% das vacinas que utiliza. Estamos empenhados em mudar este desafio. O nosso objetivo é produzir localmente 60% das vacinas utilizadas em África até 2040", afirmou o diretor-geral do CDC África, John Kaseya.

A este respeito, a organização observou que, até 2024, 25 projetos estavam em curso para fabricar vacinas em África, enquanto oito antigénios deverão ser pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e estar prontos para o mercado entre 2025 e 2030.

Caxemira: Soldados indianos e paquistaneses estão há várias noites envolvidos em fogo cruzado na fronteira dos respetivos países na região de Caxemira, após um atentado que fez 26 mortos no lado indiano deste território disputado.

© TAUSEEF MUSTAFA/AFP via Getty Images  Lusa  30/04/2025 

 Forças militares de Índia e Paquistão envolvidas em conflito em 

Soldados indianos e paquistaneses estão há várias noites envolvidos em fogo cruzado na fronteira dos respetivos países na região de Caxemira, após um atentado que fez 26 mortos no lado indiano deste território disputado.

A 22 de abril, vários homens armados mataram a tiro 26 pessoas na cidade turística de Pahalgam, na parte de Caxemira administrada pela Índia.

Antes mesmo de qualquer reivindicação, Nova Deli responsabilizou Islamabad pelo atentado, o mais mortífero em mais de 20 anos contra civis nesta região de maioria muçulmana.

O Paquistão negou imediatamente qualquer envolvimento e exigiu a realização de um "inquérito neutro".

As duas potências nucleares estão desde então em pé de guerra: os respetivos Governos multiplicaram as sanções diplomáticas recíprocas e os cidadãos foram convidados a abandonar até terça-feira o território do país vizinho.

Islamabad afirmou esperar um ataque militar de retaliação indiana dentro de dois dias, acrescentando estar pronto para responder.

Os dois adversários partilham mais de 2.900 quilómetros de fronteira terrestre.

Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram Estados independentes, em 1947. Mas os dois adversários continuam desde então a reivindicar total soberania sobre a região de maioria muçulmana.

Desde o cessar-fogo que pôs fim à primeira guerra, em 1949, as tropas indianas e paquistanesas têm-se enfrentado ao longo dos 770 quilómetros da "linha de controlo" (LoC) que divide Caxemira em duas, desde os picos nevados dos Himalaias até às planícies férteis do Punjab.

A parte indiana de Caxemira é palco de uma rebelião separatista iniciada em 1989 que já fez dezenas de milhares de mortos entre rebeldes, soldados indianos e civis.

Os dois países acusam-se mutuamente de apoiar grupos armados do outro lado da fronteira.

A Índia - o país mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de habitantes - e o Paquistão - com 240 milhões - possuem ambos armas nucleares e Forças Armadas poderosas.

As Forças Armadas do Paquistão estão em grande parte equipadas com material militar chinês e também com 'drones' (aeronaves não-tripuladas) turcos.

A Índia é o maior importador de armas do mundo, segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz, de Estocolmo.

Durante muito tempo, abasteceu-se de armamento junto da Rússia, mas entretanto diversificou os fornecedores, recorrendo aos Estados Unidos, a França e a Israel.

Ambos os países aumentaram as capacidades militares desde o último grande incidente armado entre os dois, em 2019, na sequência de um ataque suicida a uma coluna militar indiana.

Eis o nível das forças, de acordo com as estatísticas do Instituto Internacional para os Estudos Estratégicos (IISS), com sede em Londres:

Paquistão

Efetivos militares: 660.000

Polícia e paramilitares: 291.000

Orçamento da Defesa 2025: 10 mil milhões de dólares (8,79 mil milhões de euros)

Poder nuclear: O Paquistão dispõe de mísseis nucleares terra-terra e ar-terra de curto e médio alcance. Pretende adquirir submarinos com capacidade de lançar ogivas nucleares.

Aviões: 812

Helicópteros: 322

Veículos blindados: 6.137

Peças de artilharia: 4.619

Índia

Efetivos militares: 1.475.000

Polícia e paramilitares: 1.616.000

Orçamento da Defesa 2025: 81 mil milhões de dólares (71,3 mil milhões de euros)

Poder nuclear: Sobretudo mísseis terra-terra de alcance intermédio. Estão atualmente a ser testados mísseis de longo alcance. A existência de mísseis ar-terra com ogivas nucleares não foi confirmada. A Índia está também a desenvolver forças submarinas com capacidade para lançar ogivas nucleares.

Aviões: 1.437

Helicópteros: 995

Veículos blindados: 7.074

Peças de artilharia: 11.225.


𝐂𝐎𝐌𝐔𝐍𝐈𝐂𝐀𝐃𝐎 À 𝐈𝐌𝐏𝐑𝐄𝐍𝐒𝐀

 LGDH - Liga Guineense dos Direitos Humanos

A Liga Guineense dos Direitos Humanos acompanha com bastante apreensão, os recentes casos de violações dos direitos humanos e de tentativa de restrição ao espaço de intervenção das organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau, nomeadamente:

1.  A detenção ilegal do cidadão Alexandre da Costa, militante do Partido dos Trabalhadores da Guiné (PTG), desde o dia 16 de abril de 2024, por três agentes da polícia à paisana em sua casa sita no Bairro de Bôr, donde foi conduzido através de um táxi para as instalações do Ministério do Interior;

2. A privação arbitrária de liberdade a 5 cidadãos, dentre os quais mulheres e ativistas ambientais pelo suposto envolvimento no fogo posto numa máquina de extração de minerais, em Varela;

3. Ameaça e intimidação ao Deputado Bamba Banjai, quem por via de uma denuncia, fez saber que a sua residência foi invadida duas vezes, nos dias 27 e 28 de Abril de 2025, por um grupo de homens armados e não identificados sem um motivo aparente.

Estes e demais casos de violações dos direitos humanos, intimidação e privação arbitrária de liberdade, agravados pela tentativa de coerção às organizações da sociedade civil, evidenciam inequivocamente a degradação dos indicadores dos direitos humanos na Guiné-Bissau.Aliás, esta nossa observação corresponde à recente declaração pública da Liz Throssell Porta-Voz da ONU para direitos humanos, segundo a qual a Guiné-Bissau regista “numerosas alegações de intimidação, assédio e, em alguns casos, prisões e detenções arbitrárias de defensores dos direitos humanos e do ambiente, jornalistas e sindicalistas”.

Perante o agravamento  do contexto nocivo e prejudicial ao livre exercício dos direitos e liberdades fundamentais pelos cidadãos, a Direção Nacional da LGDH delibera o seguinte:

1. Condenar severamente todos os casos de detenção arbitraria, perseguição e intimidação aos cidadãos, com especial destaque para os recentes casos de detenção ilegal do Sr. Alexandre da Costa e a suposta invasão da residência do Deputado Bamba Banjai do MADEM- G15;

2. Exigir mais uma vez do Ministério do Interior, a libertação imediata e incondicional do ativista político Alexandre da Costa;

3. Exortar as forças de segurança, no sentido de adequarem a sua conduta aos ditames da lei, abstendo-se comportamentos capazes de pôr em causa os princípios do Estado de Direito;

4. Congratular-se com a declaração pública das Nações Unidas emitida, em 29 de Abril de 2025, que confirma a indubitável degradação da situação dos direitos humanos na Guiné-Bissau. 5. Reafirmar a sua inabalável determinação de continuar a promover, proteger os direitos e defender os valores e princípios de Estado de Direito no País.

Pela Paz, justiça e Direitos Humanos

Feito em Bissau, 30 dias do mês de Abril de 2025

A Direção Nacional

Para aceder a versão digital, vide o link em baixo:

https://drive.google.com/.../1z.../view...



O Presidente da República, chega a Brazzaville para uma visita de amizade e de trabalho de 72 horas. À sua chegada, foi calorosamente recebido pelo Primeiro-Ministro da República do Congo, Anatole Collinet Makosso, e manteve igualmente um encontro com o seu homólogo congolês, Denis Sassou-Nguesso.


 Presidência da República da Guiné-Bissau

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afastou os nomeados pelo ex-Presidente Joe Biden para o Conselho Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, incluindo Doug Emhoff, marido da ex-vice-Presidente Kamala Harris.

© REUTERS/Kevin Mohatt   Lusa  30/04/2025 

 Trump afasta do Conselho Memorial do Holocausto próximos de Joe Biden

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afastou os nomeados pelo ex-Presidente Joe Biden para o Conselho Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, incluindo Doug Emhoff, marido da ex-vice-Presidente Kamala Harris.

Emhoff, que é judeu e liderou os esforços da administração democrata de Biden para combater o antissemitismo, criticou a decisão de Trump, dizendo que "a memória e a educação do Holocausto nunca devem ser politizadas". 

"Transformar uma das piores atrocidades da história numa questão polémica é perigoso --- e desonra a memória de seis milhões de judeus assassinados pelos nazis, que este museu foi criado para preservar", adiantou.

Outros demitidos juntamente com Emhoff incluem o ex-chefe de gabinete de Biden, Ron Klain, e a ex-assessora de política interna Susan Rice.

O Conselho Memorial do Holocausto dos Estados Unidos foi criado pelo Congresso em 1980 para preservar a memória do Holocausto e angariar fundos privados para construir um Museu, inaugurado em 1993.

Segundo o site da entidade, o Conselho tornou-se depois o conselho administrativo do Museu, independente do governo e que opera como uma parceria público-privada que recebe financiamento federal para apoiar as operações do edifício.

O Conselho, que se reúne duas vezes por ano, é composto por 55 membros nomeados pelo Presidente, para além de cinco membros do Senado e da Câmara dos Representantes e três membros dos Departamentos de Educação, Interior e Estado.

As nomeações presidenciais têm a duração de cinco anos, enquanto os mandatos de 11 membros expiram todos os anos, segundo o site.


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Depois de Burundi, o Presidente da República visita os seus homólogos da Ruanda Paulo Kagame e Félix Tshisekedi da RDC, dois países cujas relações são marcadas por conflitos.

O General Umaro Sissoco Embaló tenta influenciar as partes para sentar-se a mesa e, negociar a paz. 

Durante a visita, o Presidente Embalo foi condecorado com Grande Coordenador na Ordem Nacional dos Heróis Kabila-Lumumba e nomeado Grão- Chanceler das Ordens Nacionais, em reconhecimento ao seu compromisso com o pan-africanismo e a paz na África.



Veja Também: O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi recebido pelo Presidente Paul Kagame, no Palácio Presidencial de Urugwiro.

Resultados da análise do Quadro Harmonizado (CH) de março/abril de 2025 para a Guiné-Bissau, validados na reunião do Mecanismo Regional de Prevenção e Gestão de Crises Alimentares (PREGEC) realizada em Lomé nos dias 10 e 11 de abril de 2025.

As análises foram efetuadas entre fevereiro e abril. Nove países, incluindo a Guiné-Bissau, realizaram exercícios completos (período atual: março-maio; projeção: junho-agosto).

Situação atual (março-maio 2025):

Atualmente, mais de 121 mil pessoas (7% da população analisada) estão em situação de insegurança alimentar (CH/IPC Ph3+).

Em comparação com março-maio de 2024, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar aumentou de 23.671 para 121.695, representando um aumento de 24%.

Cerca de 334.606 pessoas (ou seja, 18% da população analisada) estão na fase de pressão, ou seja, estes agregados familiares têm uma ingestão alimentar minimamente adequada, mas não podem suportar certas despesas não alimentares sem recorrer a estratégias de stress.

 Situação projetada (junho-agosto de 2025):

Prevê-se que 146.034 pessoas estarão em situação de insegurança alimentar na fase de crise e acima, representando um aumento de 26% em comparação com o mesmo período em 2024.

O número de pessoas em situação de pressão será de 371.884 pessoas (20% da população analisada). Estes agregados familiares necessitarão de programas de reforço da resiliência para evitar que entrem em crise.


Isabel Nunes Correia

Communication Associate
World Food Programme, Guinea-Bissau Country Office
Praça Titina Sila CP 622  Bissau (Guiné-Bissau)
T +245 95 5341657/+245 96 6123076
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NATO: Os Estados Unidos aprovaram hoje a venda à Polónia, membro da NATO, de 400 mísseis ar-ar de médio alcance por 1,33 mil milhões de dólares (1,17 mil milhões de euros).

© Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images  Lusa  29/04/2025 

EUA aprovam venda de mísseis à Polónia no valor de 1,17 mil milhões

Os Estados Unidos aprovaram hoje a venda à Polónia, membro da NATO, de 400 mísseis ar-ar de médio alcance por 1,33 mil milhões de dólares (1,17 mil milhões de euros).

"Esta venda proposta aumentará a capacidade da Polónia para lidar com ameaças atuais e futuras, fornecendo defesa ar-ar para proteger as forças polacas e aliadas em transição ou em combate, e aumentará significativamente a contribuição da Polónia para os requisitos da NATO", afirmou em comunicado a Agência de Cooperação em Segurança de Defesa dos EUA (DSCA). 

A venda "apoiará os objetivos da política externa dos EUA e a segurança nacional ao aumentar a segurança de um aliado da NATO que é uma força para a estabilidade política e económica na Europa", acrescentou a agência.

Depois de o Departamento de Estado ter dado luz verde, o Congresso norte-americano ainda tem de aprovar a transação.

Varsóvia empreendeu uma modernização do seu exército nos últimos anos, acelerada pela invasão russa da vizinha Ucrânia.

A Polónia está a concretizar uma série de grandes aquisições de equipamentos militares, principalmente dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

Prometeu ainda gastar mais de 5% do seu produto interno bruto (PIB) em defesa no próximo ano, atendendo a uma exigência norte-americana.

A maior parte da ajuda militar a Kyiv passa pelo território deste estado, membro da União Europeia.


Leia Também: Desde 15 de março, "os ataques do Centcom (Comando dos Estados Unidos para o Médio Oriente) atingiram mais de 1.000 alvos, matando combatentes e líderes Huthis (...) e degradando as suas capacidades", disse o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em comunicado.

Alimentação: Estes sete alimentos podem prejudicar (muito) a saúde do seu intestino... Podem ter um sabor delicioso, mas médicos e nutricionistas concordam que os deve evitar se quiser manter o seu intestino feliz e saudável.

© Shutterstock  Notícias ao Minuto  29/04/2025 

Tudo o que come passa pelo seu intestino, então provavelmente não é surpresa que os alimentos que consome possam ter um enorme impacto na saúde do mesmo. 

O seu intestino está cheio de trilhões de bactérias, vírus, fungos e outros micróbios que se alimentam dos alimentos que ingere. Se forem bem alimentados, pode ser um benefício para a sua saúde em geral.

"Infelizmente, nem todos os alimentos são bons para o intestino e para os micróbios que nele vivem. Gases, inchaço, cólicas, diarreia e constipação não são nada agradáveis", explica Anish A. Sheth, médico da Penn Medicine e chefe de Gastroenterologia do Princeton Medical Center. "Um intestino doente afeta a digestão, a energia, a nossa capacidade de trabalhar e socializar, e até a nossa saúde mental."

Para manter o seu sistema digestivo a funcionar da melhor forma possível, Sheth recomenda beber bastante água, praticar exercícios regularmente, priorizar o sono e, se conseguir, evitar ao máximo os seguintes alimentos:

1 - Carnes processadas: Podem levar à diminuição de bactérias intestinais benéficas;

2 - Alimentos ultra processados: Batatas fritas de pacote ou pizza congelada desregulam o microbioma e causam inflamação, aumentando o risco de desenvolver doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn;

3 - Adoçantes artificiais: Podem desregular a microbiota intestinal, levando potencialmente à intolerância à glicose e a problemas metabólicos;

4 - Grãos refinados: Alimentos como macarrão instantâneo, bagels e, sim, pão branco, pizza e massa têm sido associados a uma menor diversidade microbiana no intestino;

5 - Alimentos com açúcares adicionados: Estudos mostram que o excesso de açúcar alimenta bactérias intestinais prejudiciais;

6 - Alimentos fritos: Podem levar a um microbioma intestinal menos diverso, o que pode promover o crescimento de bactérias nocivas e contribuir para doenças crónicas;

7 - Álcool: O consumo de álcool é um fator de risco para muitos tipos de cancro intestinal, incluindo esófago, estômago e cólon.


Leia Também: Estudo revela nova causa do cancro (e dieta pode estar associada)...Cuidar do intestino pode ser mais essencial do que já se pensava.

terça-feira, 29 de abril de 2025

Portugal: A REN adiantou esta terça-feira que o intercâmbio comercial de energia entre Portugal e Espanha não está a funcionar por precaução, após o apagão maciço que atingiu a Península Ibéria.

JOSE SENA GOULAO/LUSA  SIC Notícias, 29 abr. 2025

Troca comercial de energia entre Portugal e Espanha parada por precaução

REN espera que a "fase final" para a "estabilização completa do sistema" esteja concluída até às 00h00 de quarta-feira.

A REN adiantou esta terça-feira que o intercâmbio comercial de energia entre Portugal e Espanha não está a funcionar por precaução, após o apagão maciço que atingiu a Península Ibéria.

O administrador da REN, João Faria Conceição, referiu ainda que espera que a "fase final" para a "estabilização completa do sistema" esteja concluída até às 00:00 de quarta-feira, em declarações na CNN Portugal.

João Faria Conceição esclareceu que, pouco antes das 23:30 de segunda-feira, foi restabelecida a ligação a toda a sua infraestrutura, enquanto a operadora da rede de distribuição ligou esta terça-feira "muito cedo" os últimos pontos de consumo.

"Estamos a caminhar para uma situação normal", mas "a parte da distribuição está a demorar um pouco mais", sublinhou o administrador da empresa responsável pelo transporte de eletricidade e gás em Portugal.

O administrador executivo da REN realçou que é ainda necessário "garantir a estabilização completa do sistema" para conseguir o normal funcionamento dos mercados grossistas.

"A partir daí, podemos dizer que o sistema voltou, tanto técnica como economicamente, ao funcionamento completamente normal", continuou, acrescentando que espera que esta etapa final esteja concluída até à meia-noite de hoje.

Para isso, é necessário "gerir o sistema em separado", uma decisão tomada em "total coordenação" com o governo português e a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), bem como com as autoridades e contrapartes da rede elétrica espanhola.

"As interligações entre os sistemas estão operacionais, mas não há troca comercial de energia" entre Espanha e Portugal, explicou Conceição.

Causa do apagão ainda não é conhecida

Questionado sobre a possibilidade de um excesso de energia renovável no sistema energético estar na origem do apagão, o administrador considerou a ideia plausível, embora "não a única".

"Aparentemente, e de acordo com as autoridades espanholas, as questões cibernéticas foram descartadas e, por isso, temos agora de nos concentrar exatamente no que aconteceu", apontou.

João Faria Conceição afirmou ainda que as energias renováveis são "uma fonte de energia segura" que possui uma série de características, "especificamente, a sua volatilidade", que devem ser acomodadas na gestão de qualquer sistema elétrico para mitigar os efeitos dessa volatilidade.

O responsável da REN salientou que o apagão que ocorreu esta segunda-feira e afetou Portugal, Espanha e o sul de França foi "absolutamente extraordinário", mas alertou que "não há risco zero" de a situação se repetir.


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Trump diz que gostaria de ser Papa: "Seria a minha escolha número um"

Alessandra Tarantino SIC Notícias   29 abr. 2025  

O presidente norte-americano declarou que gostaria de ser pontífice, considerando-o a sua 'escolha número um'. Embora não tenha expressado preferência por um sucessor específico para o Papa Francisco, elogiou Timothy Dolan, cardeal de Nova Iorque.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que gostaria de ser Papa e observou que o cardeal de Nova Iorque, Timothy Dolan, é "muito bom", embora não tenha preferência para o sucessor de Francisco.

"Gostaria de ser Papa. Essa seria a minha escolha número um", disse Trump na Casa Branca.

Questionado se tinha algum favorito para o conclave, respondeu não ter nenhuma preferência, mas elogiou o cardeal norte-americano Timothy Dolan.

"Devo dizer que há um cardeal de um lugar chamado Nova Iorque que é muito bom. Vamos ver o que acontece", afirmou.

O cardeal Dolan é o arcebispo de Nova Iorque e será um dos prelados norte-americanos presentes no conclave, que, a partir de 7 de maio, elegerá o sucessor do Papa Francisco, falecido a 21 de abril.

Os Estados Unidos terão dez cardeais representados no conclave, e Dolan esteve presente no conclave de 2013, onde foi eleito papa o cardeal argentino Jorge Bergoglio, que tomou o nome de Francisco.

Dolan esteve no conclave de 2013

Dolan recebeu dois votos em 2013 e estará novamente presente neste novo conclave até que o novo pontífice seja anunciado com o fumo branco.

Outros cardeais americanos mencionados como favoritos incluem Raymond Burke, considerado o favorito entre os conservadores, e Robert Prevost, nomeado por Francisco como prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, além de fluente em espanhol.

A missa que assinala o início do Conclave eleitoral do novo Papa será presidida pelo decano dos cardeais e o juramento dos funcionários e religiosos que acompanharão os trabalhos será celebrado na segunda-feira, anunciou o Vaticano.

Conclave arranca na próxima semana

Segundo a sala de imprensa do Vaticano, a missa que vai assinalar em 7 de maio o início do conclave será presidida por Giovanni Battista Re, 91 anos, decano do Colégio Cardinalício, na Basílica de São Pedro, em Roma.

Dois dias antes, na Capela Paulina do Palácio Apostólico, terá lugar o juramento dos oficiais e religiosos que irão ajudar nos trabalhos dos cardeais.

Após mais uma reunião das Congregações Gerais [encontros de cardeais que decorrem durante a Sé Vacante para fazer a gestão corrente do Vaticano], o colégio agradeceu a presença no funeral do Papa dos "líderes das Igrejas não católicas e das comunidades eclesiais

Caxemira: O Governo paquistanês afirmou hoje ter "informações credíveis" de que a Índia planeia um ataque militar iminente em resposta ao recente atentado em Caxemira e prometeu uma "resposta decisiva" ao mesmo.

© Reuters   Lusa  29/04/2025

Paquistão diz ter "informações credíveis" sobre ataque iminente da Índia

O Governo paquistanês afirmou hoje ter "informações credíveis" de que a Índia planeia um ataque militar iminente em resposta ao recente atentado em Caxemira e prometeu uma "resposta decisiva" ao mesmo.

"O Paquistão tem informações credíveis de que a Índia pretende lançar um ataque militar nas próximas 24 a 36 horas, usando o incidente de Pahalgam como pretexto", disse o ministro da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar.

"Qualquer agressão será recebida com uma resposta decisiva. A Índia será totalmente responsável por quaisquer consequências graves na região", acrescentou em comunicado.

Num sinal das tensões extremas na região, o Paquistão anunciou hoje que tinha "abatido" um drone de vigilância indiano, sem especificar a data do incidente, sobre o qual a Índia se manteve em silêncio.

A 22 de abril, vários homens armados mataram a tiro 26 pessoas na cidade turística de Pahalgam, na parte de Caxemira administrada pela Índia.

Antes mesmo de qualquer reivindicação, Nova Deli responsabilizou Islamabad pelo atentado, o mais mortífero em mais de 20 anos contra civis nesta região de maioria muçulmana.

O Paquistão negou imediatamente qualquer envolvimento e exigiu a realização de um "inquérito neutro".

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, garantiu hoje ao Exército "liberdade operacional" para responder como quiser ao ataque que matou 26 pessoas na Caxemira indiana, indicou uma fonte governamental.

Numa reunião com os seus chefes de Estado-Maior, Modi repetiu que o seu país, que culpou o Paquistão pelo ataque, está "determinado a infligir um golpe decisivo ao terrorismo", declarou a fonte governamental que solicitou o anonimato, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Segundo a mesma fonte, Modi "disse às Forças Armadas que estas tinham a liberdade de decidir sobre os alvos, o momento e o modo da retaliação indiana ao ataque terrorista que vitimou civis em Caxemira".

O chefe do executivo indiano "reiterou a determinação nacional em desferir um golpe decisivo contra o terrorismo e a sua total confiança na capacidade das Forças Armadas indianas" para o fazer, acrescentou a fonte.

As duas potências nucleares estão desde então em pé de guerra: os respetivos Governos multiplicaram as sanções diplomáticas recíprocas e os seus cidadãos foram convidados a abandonar o mais tardar hoje o território do país vizinho.

Já em 2019, após um ataque mortal aos seus soldados, a Índia realizou um ataque aéreo em solo paquistanês, que retaliou.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, vai contactar os seus homólogos indiano e paquistanês pedindo-lhes que não escalem a situação, disse a sua porta-voz na terça-feira.

"Estamos a contactar ambas as partes e a pedir, claro, que não agravem a situação", disse Tammy Bruce aos jornalistas.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou hoje aos governos de Índia e Paquistão para que "evitem" que as atuais tensões bilaterais degenerem em confrontos, que poderiam ter "consequências trágicas".

Guterres falou hoje separadamente por telefone com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar e "expressou a sua profunda preocupação com o aumento das tensões entre a Índia e o Paquistão", sublinhando" a necessidade de evitar um confronto que poderia ter consequências trágicas", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral.

O líder da ONU ofereceu também os seus serviços para "apoiar os esforços de desanuviamento", das tensões criadas pelo ataque mortal de há uma semana em Caxemira, pelo qual a Índia culpa o vizinho Paquistão.

Há várias noites que se regista fogo cruzado de artilharia ligeira entre soldados paquistaneses e indianos ao longo da "linha de controlo", a fronteira 'de facto' que separa as zonas indiana e paquistanesa de Caxemira, segundo o Exército indiano.

Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram independentes, em 1947. Mas os dois adversários continuam desde então a reivindicar a sua total soberania sobre a região.

Desde 1989, a parte indiana é palco de uma insurreição separatista que já fez dezenas de milhares de mortos.


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