terça-feira, 27 de maio de 2025

Absolvido deputado guineense acusado de traficar droga... Manuel Lopes foi absolvido por falta de provas e saiu em liberdade. O deputado foi intercetado, em maio do ano passado, no aeroporto de Lisboa, com 13 quilos de cocaína.

Manuel Lopes: "Não existe e nunca existirá um homem que me impedirá de regressar ao meu país"Foto: João Carlos/DW Por  DW Português para África

Era próximo das 10 horas da manhã, quando um tribunal de Lisboa anunciou a decisão de libertar o deputado guineense Manuel Lopes, absolvido dos crimes de tráfico de estupefacientes, incluindo cocaína, além da posse de 20 mil dólares.

A pronúncia da sentença do coletivo de juízes, esta terça-feira, baseou-se em toda a argumentação da defesa e da acusação, notou o advogado Carlos Melo Alves.

"O tribunal teve dúvidas de que o arguido tenha conhecimento de que transportava com ele a droga que foi apreendida e, nesse sentido, aplicando um princípio que é universal, entendeu absolvê-lo", relatou.

A acusação

"Manelinho", como também é conhecido, foi detido em 7 de maio de 2024 no aeroporto de Lisboa porsuspeita de tráfico de estupefacientes, após terem sido encontradas diversas embalagens de cocaína, totalizando 13 quilos. 

A mala onde se encontrava a droga ter-lhe-ia sido entregue por um trabalhador de uma companhia aérea no aeroporto de Bissau, quando se preparava para viajar para Lisboa.

O deputado do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) arriscava uma pena entre quatro e doze anos de prisão.

O seu advogado referiu que o processo esteve rodeado de "questões estranhas", nomeadamente relacionadas com imagens de entrega da mala com cocaína captadas no aeroporto de Bissau que não eram conhecidas, nomeadamente pela defesa.

"Esse é um argumento a nosso favor, que utilizámos, uma vez que não se percebe por que razão a prova que deve estar no processo estava noutro local", afirmou Melo Alves.

"Cilada política"

Manuel Lopes, recebido efusivamente por familiares à saída do tribunal, disse que sempre acreditou na Justiça portuguesa e garantiu que "tudo isso não passa de uma cilada política", versão que o tribunal não provou nem descartou.

Mas em declarações à DW a propósito da aludida "cilada política" envolvendo altas figuras do Estado guineense, o deputado foi cauteloso.

"Não posso ser muito aberto consigo nesse aspeto porque ainda quero regressar ao meu país. Quando lá chegar, terei a conclusão [disso]. O meu pai deu toda a sua vida pela libertação daquele país. Não existe e nunca existirá um homem que me impedirá de regressar ao meu país", vincou. 

Sentindo-se injustiçado, o também ex-Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau garantiu ser um homem honesto, tendo exemplificado que trabalhou com a FIFA, com um orçamento de mais de 12 milhões de dólares, e que dele nunca tirou um centavo.

Cabe recurso

Ouvido pela DW, o jornalista e consultor guineense Hélmer Araújo, que acompanhou o julgamento, ficou surpreso com a decisão do tribunal. Mas admite que a prisão de "Manelinho" poderá ser parte de uma cabala política.

"E a Justiça portuguesa, absolvendo-o hoje, provavelmente [fortalece esta] linha de [acusação]: O 'Manelinho' sempre disse que quem está por detrás de tudo o que aconteceu com ele é o Presidente da República" guineense, acrescenta.

Manuel Lopes saiu em liberdade, embora fique ainda sob termo de identidade e residência, podendo sair do país desde que informe o tribunal, enquanto decorre o período em que o Ministério Público pode apresentar recurso da decisão.

Além da restituição de Manuel Lopes à liberdade, o tribunal ordenou a destruição dos produtos ilícitos apreendidos pela Polícia Judiciária no aeroporto de Lisboa.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebeu esta terça-feira, em Bissau, o Marechal Mahamat Idriss Déby Itno, Presidente da República do Chade, que inicia uma Visita de Estado à Guiné-Bissau.

A recepção oficial decorreu com Honras de Estado no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, marcando o início de uma agenda que reforça os laços diplomáticos, políticos e de cooperação entre os dois países.


@Presidência da República da Guiné-Bissau

China forneceu armas à Rússia? "Nunca", garante porta-voz... A China reiterou hoje que nunca forneceu armas letais "a nenhuma das partes envolvidas" na guerra na Ucrânia, depois de Kiev ter afirmado novamente que Pequim fornece materiais e equipamentos militares à indústria de armamento russa.

© Lusa   27/05/2025

"Nunca fornecemos armas letais a nenhuma das partes envolvidas no conflito e controlámos rigorosamente os artigos civis e militares de dupla utilização. A Ucrânia sabe-o muito bem", disse hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning, numa conferência de imprensa.

A porta-voz acrescentou que a China se opõe a "acusações infundadas" e a "manipulações políticas", em resposta ao chefe do Serviço de Informações Externas ucraniano, Oleh Ivashchenko, que disse à imprensa ucraniana na segunda-feira que "Kiev pode confirmar que Pequim fornece materiais e equipamentos importantes a 20 fábricas militares russas".

No mês passado, a Ucrânia já tinha acusado a China de fornecer assistência militar direta à indústria de armamento russa. De acordo com Ivashchenko, o seu país dispõe de dados que confirmam que "a China fornece máquinas, produtos químicos especiais, pólvora e componentes específicos às indústrias de defesa russas".

Desde o início da guerra na Ucrânia, a China tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e à atenção às "preocupações legítimas de todos" os Estados, em referência à Rússia.

Pequim opôs-se a sanções "unilaterais" contra Moscovo e apelou a uma "solução política" para o conflito. O Ocidente acusou a China de apoiar a campanha militar russa, o que esta sempre negou, e de fornecer ao líder russo, Vladimir Putin, componentes essenciais para a produção de armas.

Os países europeus também têm apelado repetidamente ao líder chinês, Xi Jinping, para que use a sua influência sobre Putin para pôr termo ao conflito, embora alguns argumentem que a China tem dado prioridade ao reforço das suas relações com a Rússia, da qual tem importado petróleo e gás a baixo custo.


Presidente da República do Senegal, Bassirou Diomaye Faye visita Fábrica de Processamento de Castanha de Caju na Zona Industrial de Brá.

Não, Trump, o "louco" Putin não mudou. A questão é: mudaste?

Por  cnnportugal.iol.pt, Análise de Matthew Chance, Correspondente Chefe de Assuntos Globais da CNN

“Sempre tive uma relação muito boa com Vladimir Putin, da Rússia, mas algo lhe aconteceu”, observou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, numa reação aos intensos ataques com drones e mísseis russos contra a Ucrânia durante o fim de semana.

Na verdade, o líder do Kremlin parece praticamente inalterado, apesar dos apelos da Casa Branca, continuando simplesmente a sua política de guerra de desgaste na Ucrânia, onde os ataques aéreos se tornaram uma ocorrência demasiado frequente.

A verdadeira questão é se Trump mudou — ou, pelo menos, se a sua atitude em relação a Putin começou a alterar-se — perante aquilo que parece ser um esforço cada vez mais infrutífero por parte dos EUA para alcançar a paz na Ucrânia, algo que Trump gabou-se de conseguir — não nos esqueçamos — em pouco tempo.

Emmanuel Macron, o presidente francês, acredita claramente que houve uma mudança de atitude, dizendo aos jornalistas no Vietname que a mais recente crítica de Trump ao seu homólogo russo, chamando-o de “completamente LOUCO”, significa que o presidente dos EUA “percebeu” que Putin “mentiu” sobre a guerra na Ucrânia, acrescentando que espera que as palavras de Trump se “traduzam em ações”.

Mas o histórico aponta noutra direção.

Esta é a sexta vez, durante o atual mandato, que Trump — que afirma constantemente manter uma relação sólida com Putin — manifesta publicamente impaciência ou mesmo irritação com o líder do Kremlin.

Em março, Trump revelou estar “furioso” com Putin por este se recusar a aceitar um cessar-fogo de 30 dias.

Em abril, exigiu: “Vladimir, PÁRA”, depois de um ataque com mísseis russos em Kiev ter causado a morte de uma dúzia de pessoas.

“Talvez ele não queira realmente parar a guerra e esteja apenas a enrolar-me”, refletiu Trump mais tarde.

As reprimendas de Trump têm sido rotineiramente acompanhadas de expressões de desilusão pessoal e ameaças de retaliação, como tarifas secundárias sobre “todo o petróleo que venha da Rússia” ou “mais sanções” não especificadas.

Questionado novamente, após a mais recente crítica a Putin, sobre se consideraria impor mais sanções à Rússia, Trump respondeu: “Absolutamente.”

Até agora, porém, não há sinais reais de que Trump esteja preparado para usar o substancial poder económico ao seu dispor para forçar o Kremlin a repensar a sua posição intransigente.

O mesmo não se pode dizer do Senado dos EUA, onde foi apresentado um projeto de lei bipartidário para dificultar o financiamento da guerra por parte da Rússia.

O projeto, agora apoiado por 81 senadores, propõe não apenas sanções mais diretas à Rússia, mas também sanções secundárias, como uma tarifa massiva de 500% sobre países que comprem energia russa.

Contudo, estas medidas — que afetariam seriamente uma economia russa já frágil e dependente do petróleo — são altamente controversas, pois puniriam igualmente a China, a Índia e a União Europeia, todos ainda grandes consumidores de energia russa.

É claro que é possível que Trump decida agora apoiar o projeto de lei — ou talvez uma versão suavizada do mesmo. Mas isso representaria uma mudança drástica de rumo, tendo em conta a sua relutância persistente em confrontar e punir o Kremlin até agora.

Mais provável, no entanto, é que a recente escalada da violência na Ucrânia venha apenas reforçar, para um presidente norte-americano já frustrado, a ideia de que é simplesmente incapaz de aproximar as partes beligerantes num futuro próximo.

E, no meio de toda a sua indignação e retórica agressiva contra Putin, Trump pode simplesmente optar por se afastar.

Chefe de Estado, General Umaro Sissoco Embaló, ofereceu o jantar ao seu homólogo Chefe de Estado senegalês Bassirou Diomaye Faye e sua delegação Banquete Oficial.

 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

As organizações da Sociedade Civil, nomeadamente, CNJ, RCJJ, CONAEGUIB, entre outras, reagem em conferência de imprensa a detenção dos membros da Frente Popular e Pó de Terra.

 

Presidente em exercício da Assembleia Nacional Popular, Adja Satu Camara, recebe em audiência esta Segunda-Feira, (26-05-2025), a delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental "CEDEAO" que se encontra em Bissau.

Mali. Grupo canadiano rejeita gestão provisória das suas minas de ouro... A empresa canadiana Barrick Gold opôs-se hoje à eventual colocação sob administração provisória das instalações de extração de ouro no Mali, tal como exigido pela junta no poder, que encerrou os escritórios do grupo em Bamako.

Por LUSA 

Há meses que a empresa canadiana e o Governo do Mali estão num braço de ferro sobre o complexo de Loulo-Gounkoto, uma das maiores jazidas de ouro do mundo, detida 80% pelo grupo mineiro e 20% pelo país.

Em meados de abril, as autoridades malianas ordenaram o encerramento dos escritórios da empresa em Bamako por "falta de pagamento de impostos" e exigiram centenas de milhões de dólares de impostos em atraso à Barrick e detiveram quatro empregados malianos no final de novembro.

A 08 de maio, o Governo do Mali pediu ao Tribunal de Comércio de Bamako que impusesse uma administração provisória sobre as instalações de Loulo-Gounkoto. A decisão deverá ser tomada a 02 de junho.

A empresa "considera que não existe qualquer fundamento - nem de direito nem de facto - para que a gestão corrente das operações em Loulo-Gounkoto seja confiada a um administrador provisório nomeado por um tribunal", declarou hoje num comunicado.

A empresa denunciou uma "nova escalada" das autoridades malianas, que já a tinham obrigado a suspender as operações depois de terem apreendido três toneladas de ouro no local, em janeiro.

"A tentativa de interferir com as operações em Loulo-Gounkoto não tem precedentes nem justificação legal", afirmou o grupo.

"Ignora os direitos da Barrick ao abrigo da lei do Mali e dos acordos vinculativos, e é inconsistente com os princípios de um processo justo e de respeito mútuo que devem estar na base das parcerias entre governos e investidores a longo prazo", acrescentou a empresa.

A empresa, que diz ter lançado um processo de arbitragem internacional em janeiro, reafirmou hoje a sua determinação em "encontrar uma solução justa e equitativa".

A junta, que chegou ao poder após dois golpes de Estado em 2020 e 2021, está a exercer uma pressão sem precedentes sobre os grupos mineiros estrangeiros, especialmente os ocidentais, tendo reformado o código mineiro do país, em 2024.

Os militares procuram obter uma parte maior das receitas geradas pelas atividades extrativas, incluindo as do complexo subterrâneo e a céu aberto de Loulo-Gounkoto.

O Mali, um dos países mais pobres do mundo, que enfrenta ataques de extremistas islâmicos e uma profunda crise económica, é um dos principais produtores de ouro em África que contribui com um quarto do orçamento nacional e três quartos das receitas de exportação.


Leia Também: Mali. ONU pede revogação do decreto que dissolveu partidos políticos

Alemanha anuncia que Ucrânia já pode usar as suas armas na Rússia... O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse hoje que a Alemanha passa a estar entre os países que já não impõem à Ucrânia a condição de não utilizar armas alemãs contra alvos militares na Rússia.

© Lusa   26/05/2025

"A Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia", disse Merz, embora tenha evitado esclarecer se o seu Governo entregará mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia, como tinha prometido antes de se tornar chanceler. 

"Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, nem pelos americanos", explicou Merz, referindo-se a medidas que tinham sido tomadas por outros países em 2024.

O chefe de Governo alemão denunciou o ataque "sem escrúpulos" da Rússia a alvos civis, como cidades, jardins de infância, hospitais e lares de idosos, algo que a Ucrânia não faz, disse Merz, sublinhando que o Ocidente "atribui grande importância em garantir que isto continua".

"Um país que só consegue defender-se de um agressor no seu próprio território não se está a defender suficientemente", comentou o chanceler alemão conservador, para justificar a decisão de permitir o uso de armas do seu país contra alvos militares na Rússia.

O seu antecessor, o social-democrata Olaf Scholz, recusou terminantemente fornecer estes mísseis à Ucrânia, argumentando que a Rússia poderia interpretar isto como o envolvimento direto da Alemanha na guerra.

Entretanto, os media alemães anunciaram hoje que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitará Berlim na quarta-feira, embora o Governo alemão ainda não tenha confirmado essa visita.

A agenda das negociações entre os dois países inclui um novo pacote de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia, bem como aspetos técnicos que visam potenciais negociações de paz.

Zelensky, de acordo com a publicação alemã Der Spiegel, deverá encontrar-se com Merz, mas vai também reunir-se com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Zelensky e Merz já tiveram um primeiro encontro em Kiev, onde o líder alemão foi acompanhado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pelos primeiros-ministros do Reino Unido e da Polónia, Keir Starmer e Donald Tusk, respetivamente.


Leia Também: Fim das restrições de armas entregues a Kyiv? "Decisão bastante perigosa"...    A Rússia qualificou hoje como uma "decisão bastante perigosa" o anúncio feito pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, de que os principais aliados ocidentais de Kyiv acabaram com as restrições relativas ao armamento a fornecer à Ucrânia.

O Ministro da Informação da República de Gâmbia está de visita de trabalho e teve reunida esta segunda-feira 26.05.25 com o seu Homologo Ministro da Comunicação social da Guine-Bissau, a visita do trabalho visa reforçar a cooperação bilateral entre os dois países vizinhos.

Chefes de Estado da Guiné-Bissau e de Senegal, Umaro Sissoco Embaló e Bassirou Diomaye Faye, Depositam Coroas de Flores no jazigo do saudoso Amílcar Cabral e do General João Bernardo Vieira na Fortaleza de Amura

Declaração Conjunta à imprensa, dos dois Chefes de Estado, Umaro Sissoco Embalo e Bassirou Diomaye Faye.

O 'segredo' para pôr fim à dor ciática em poucos dias está nesta bebida... Verá que o problema fica resolvido em menos de nada

Por LUSA 

"A dor ciática inclui dor, formigueiro, fraqueza ou adormecimento que se originam na zona lombar, descem pela região glútea até à porção posterior da perna, acompanhando o trajeto do nervo ciático", explica o  'website' da rede de saúde CUF.

Pode ser um problema que o deixa com fraca mobilidade, mas existe solução, nada tema. Segundo a página Saúde e Beleza Natural, tudo o que precisa é de ingerir uma infusão de cavalinha.

"É um dos analgésicos naturais mais potentes e sem efeitos colaterais. Além disso, é diurética, antisséptica e ajuda na saúde da próstata", explicam.

Assim, só precisa de ferver quatro colheres de copa de cavalinha em meio litro de água durante cinco a 10 minutos. Coe e beba ao longo do dia. Deverá consumir entre 20 a 45 dias para começar a sentir os efeitos.

Hamas aceita proposta dos EUA para um acordo de cessar-fogo em Gaza.... A proposta apresentada prevê a libertação de dez reféns vivos e 70 dias de tréguas.

Por LUSA 

O grupo Hamas concordou, esta segunda-feira, com a proposta apresentada pelo enviado especial dos Estados Unidos ao Médio Oriente, Steve Witkoff, para um acordo de cessar-fogo, abrindo assim caminho para um possível fim da guerra em Gaza, de acordo com a agência Reuters, que cita uma fonte próxima do grupo. 

"A proposta inclui a libertação de dez reféns israelitas vivos sequestrados pelos Hamas em dois grupos em troca de um acordo de 70 dias de cessar-fogo e uma saída parcial da Faixa de Gaza", disse a fonte palestiniana à agência de notícias.

A proposta apresentada pelos Estados Unidos prevê ainda a libertação de prisioneiros palestinianos por parte de Israel, incluindo aqueles que estão a cumprir penas longas de prisão.

Ainda não há comentários do lado de Israel.

Recorde-se que a guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Foram ainda raptadas 251 pessoas.

Uma trégua de 19 de janeiro a 17 de março permitiu que 33 reféns, incluindo oito mortos, regressassem a Israel em troca da libertação de cerca de 1800 palestinianos presos em Israel.


Leia Também: Fonte israelita diz que país rejeitou proposta de cessar-fogo dos EUA

Alemanha diz que vai continuar a vender armas a Israel. Tem "a obrigação"

Por LUSA 

A Alemanha vai continuar a vender armas a Israel, apesar dos apelos internacionais para um embargo e da situação em Gaza, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) alemão, Johann Wadephul.

O ministro disse que a Alemanha "considera a segurança e a existência de Israel um princípio fundamental" e tem "a obrigação de ajudar Israel" a garantir a sua segurança e o direito à sua existência como Estado, "o que implica fornecer-lhe armas", afirmou Wadephul, em Madrid.

O MNE alemão falava após um encontro com o homólogo de Espanha, José Manuel Albares, anfitrião no domingo de um encontro de ministros de cerca de 20 países europeus e árabes focado na situação no território palestiniano da Faixa de Gaza.

Espanha apelou a um embargo total de compra e venda de armas a Israel, atendendo à ofensiva militar israelita em Gaza iniciada em outubro de 2023, em resposta a um ataque do grupo islâmico radical Hamas, e na qual já morreram mais de 50 mil pessoas, segundo as Nações Unidas.

O MNE alemão invocou hoje responsabilidades históricas da Alemanha em relação a Israel, por causa do Holocausto, mas ressalvou que também não ignora a situação em Gaza.

"Apoiamos claramente Israel, mas não podemos ignorar o destino dos habitantes da Faixa de Gaza", afirmou, opondo-se a "qualquer expulsão" de palestinianos daquele território.

"Não deve haver uma política de fome e deve haver um fornecimento ativo de ajuda e de bens humanitários", insistiu.

Johann Wadephul disse ainda que a Alemanha defende que deve manter-se o acordo de associação da União Europeia com Israel, que vários países membros do bloco comunitário pediram para ser revisto.

"Com todas as críticas a Israel e às suas políticas, estamos a favor deste acordo de associação e queremos mantê-lo", afirmou Johann Wadephul.

O MNE da Alemanha insistiu em que Berlim partilha da "profunda preocupação" internacional pela situação humanitária em Gaza e prometeu trabalhar pelo fim da guerra no território palestiniano e pela designada solução dos dois Estados (Israel e Palestina).

Wadephul desloca-se hoje à tarde a Lisboa, onde se reunirá com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel.

Também o chanceler alemão, Friedrich Merz, defendeu hoje que o sofrimento de civis em Gaza atingiu um nível que não pode ser justificado pela luta de Israel contra o grupo islamita Hamas, falando em violação do direito internacional.

O chefe de Governo da Alemanha descreveu o bombardeamento israelita de uma escola que albergava pessoas deslocadas como uma "tragédia humana e catástrofe política".

O atentado desta manhã fez pelo menos 31 mortos, muitos deles crianças.

"Sinceramente, não compreendo o objetivo do que o Exército israelita está a fazer em Gaza neste momento. Infligir este tipo de sofrimento à população civil, como tem acontecido cada vez mais nos últimos dias, é algo que já não pode ser justificado na luta contra o terrorismo do Hamas", disse.

Numa das críticas mais duras até agora às ações de Israel, Merz admitiu que a Alemanha deve abster-se, mais do que qualquer outro país, de criticar Israel publicamente, mas afirmou que "se forem ultrapassados limites que violem o direito internacional, o chanceler alemão tem a obrigação de o denunciar".

Merz anunciou que vai falar sobre a situação no Médio Oriente com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, esta semana, e assegurou que repetirá a mesma mensagem que lhe transmitiu noutras ocasiões à porta fechada: "Não exagerem!".

O chanceler alemão afirmou que não há desacordo dentro da União Europeia (UE) sobre a forma como a situação deve ser abordada e que medidas devem ser tomadas para pressionar Israel, mas que a única diferença entre os países é o quão explícitas são as críticas.

Apesar da possibilidade que levantou de que Israel estava a violar o direito internacional, afirmou que a UE está "do lado de Israel" e apelou ao Governo em Telavive para não agir de uma forma "que os seus melhores amigos não estejam dispostos a aceitar".

Suspensão da lei que endurece penas pelo não uso do hijab? Revela tensões

Por LUSA 

A recente decisão do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão de não aplicar uma lei que endurece as regras sobre o uso do véu islâmico em público revela as divergências internas das autoridades iranianas.

A questão é descrita por peritos da ONU como "apartheid de género", sobretudo na sequência dos protestos maciços de 2022 após a morte sob custódia da polícia da moralidade da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que sucumbiu à tortura três dias depois de ter sido detida por "uso irregular" do 'hijab'.

Domingo, o presidente do parlamento iraniano, Mohamed Bagher Ghalibaf, precisou que o órgão, que tem por objetivo "salvaguardar os interesses nacionais e preservar a Revolução Islâmica" de 1979, entre outros, tinha recebido ordens para não aplicar esta legislação, aprovada pelo parlamento em setembro de 2023, meses depois do início dos protestos do movimento 'Mulheres, Vida, Liberdade'.

A legislação, oficialmente conhecida como a Lei para a Proteção da Família através da Promoção da Cultura do 'Hijab' e da Castidade, recebeu 'luz verde' da legislatura a 20 de setembro de 2023, tendo sido aprovada pouco mais de um ano depois pelo Conselho dos Guardiães, que deve aprovar todos os projectos de lei enviados pelo Parlamento e garantir que não violam a Constituição ou a lei islâmica.

No entanto, o Conselho Supremo de Segurança Nacional acabou por se pronunciar face às críticas dos setores ultraconservadores sobre o facto de o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, um aparente reformista, não ter promulgado a medida, declarando que esta não deve ser aplicada para já, embora esteja por se perceber se poderá ser aprovada no futuro.

"Por isso, não posso promulgar a lei", disse Ghalibaf, referindo-se à lei de 74 artigos que visa reforçar a aplicação do véu obrigatório e de outros códigos de vestuário e de moralidade.

O Conselho Supremo de Segurança Nacional é composto pelos chefes dos três ramos do governo, pelo chefe do Conselho de Comando Supremo das Forças Armadas, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, do Interior e da Informação, pelos chefes das Forças Armadas e da Guarda Revolucionária e por dois representantes nomeados pelo líder supremo, ayatollah Ali Khamenei.

A lei impõe multas pesadas, a retirada de serviços públicos e, em caso de reincidência, penas de prisão às mulheres que não cubram o cabelo em público. Até ao anúncio de Ghalibaf, a lei estava a ser revista após vários episódios de protesto e sob as reservas de Pezeshkian.

O parlamento insistiu em aplicar a lei de uma vez por todas para defender os valores islâmicos da "invasão cultural do Ocidente".

A decisão reflete as tensões no seio dos órgãos de poder do Irão, marcadas pela pressão dos setores ultraconservadores para endurecer estas medidas face às "reservas" expressas publicamente por Pezeshkian sobre esta nova lei, devido às "dúvidas e ambiguidades" em torno da aplicação da polémica legislação.

O Presidente, em funções desde julho de 2024, argumentou que "ao tentar consertar algo, muitas outras coisas podem ser prejudicadas por essa intervenção", antes de apelar a "conversações" para encontrar uma solução que "preserve os princípios e valores religiosos sem fazer nada que perturbe o consenso e gere descontentamento na sociedade".

Durante a campanha, o próprio Pezeshkian defendeu a retirada da "Polícia da Moralidade" das ruas e também a necessidade de uma abordagem mais aberta ao código de vestuário, criticando simultaneamente a repressão dos protestos contra a morte de Amini, que morreu sob custódia depois de ter sido detida em Teerão por alegadamente usar o véu de forma incorreta.


Leia Também: Conselho de Segurança do Irão suspende lei de obrigatoriedade do hijab

Tentativa de golpe em São Tomé e Príncipe? "Não existem provas sérias"

Por LUSA 

Peritos da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) concluíram que "não existem provas sérias e convincentes" sobre uma tentativa de golpe de Estado, declarada pelas autoridades são-tomenses em 2022, segundo um relatório a que Lusa teve acesso.

Segundo o documento disponibilizado pelo Governo são-tomense "há, por outro lado, mais elementos que poderiam ter levado à conclusão de uma instrumentalização e manipulação pelas quais certos líderes militares podem ser responsabilizados por razões não declaradas".

Em causa está o ataque ao Quartel do Morro, em São Tomé, ocorrido na noite de 24 para 25 de novembro, após o qual três dos quatro civis assaltantes - que agiram com a cumplicidade de alguns militares - e um outro homem, identificado como o orquestrador do ataque e detido posteriormente pelos militares, foram submetidos a maus-tratos e acabaram por morrer no mesmo dia, nas instalações militares.

Os peritos da CEEAC apontam que "a responsabilidade por estas violações cabe aos membros das Forças Armadas claramente identificados", e referem que "o Estado de São Tomé e Príncipe é agora obrigado a persegui-los e puni-los".

"Afigura-se importante que, além da responsabilidade individual dos membros das FASTP, se equacione também a responsabilidade dos Estado são-tomense, pois, as graves violações contra os direitos de cidadãos foram cometidas por membros do exército dentro de um quartel militar, uma instituição sob a autoridade exclusiva do poder público", lê-se no documento.

A missão internacional da CEEAC esteve em São Tomé de 29 de novembro a 21 de dezembro de 2022 e refere que a sua estratégia e metodologia de trabalho basearam-se na "investigação documental e das entrevistas abertas e indiscriminadas que permitiram reconstruir os acontecimentos".

Encontro Bilateral entre as duas delegações

Guiné-Bissau prepara XV Cimeira da CPLP a 18 de julho... O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau garantiu hoje que todos os preparativos estão em curso para receber a XV Cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) a 18 de julho, em Bissau.

© Lusa   26/05/2025

O país é o anfitrião do evento que culmina com a reunião dos chefes de Estado, a 01 de julho, mas que arranca a 13 de julho com reuniões de várias entidades e outras iniciativas, e que será também o momento da passagem da presidência da CPLP para a Guiné-Bissau. 

Durante uma semana, entre as várias reuniões programadas constam o habitual conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, indicou o governante guineense.

Carlos Pinto Pereira explicou à Lusa que a cimeira "está em plena preparação" e "os convites já foram enviados há algum tempo".

Disse ainda que a comissão, que em Bissau está a organizar o evento, "está em pleno funcionamento" e "os dispositivos todos estão assegurados".

"Podemos confirmar que, na data prevista, 18 de julho, a Guiné-Bissau estará pronta a receber os chefes de Estado que vem participar na conferência", assegurou.

A Guiné-Bissau assumirá nesta cimeira a presidência rotativa da CPLP por dois anos, sucedendo a São Tomé e Príncipe.

A última cimeira decorreu em agosto de 2023 em São Tomé e Príncipe, país que sucedeu a Angola na presidência da organização.

Além da Guiné-Bissau, são Estados-membros da CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.


Leia Também: Bissau pede devolução de passaportes apreendidos em Lisboa