sábado, 21 de junho de 2025

Líder supremo do Irão terá nomeado sucessores para o caso de ser morto... O líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, terá nomeado três possíveis sucessores a partir de um bunker onde está escondido para o caso de morrer num ataque israelita ou norte-americano, noticiou hoje o The New York Times.

Por LUSA 

O jornal, que cita três funcionários iranianos familiarizados com a situação, afirma que Khamenei, de 86 anos, deu instruções à Assembleia de Peritos do seu país, o órgão clerical responsável pela nomeação do líder supremo, para escolher rapidamente o seu sucessor de entre os três clérigos de alto nível que propôs.

A sucessão na república islâmica é um processo delicado, mas o 'ayatollah' quer assegurar uma transição rápida e ordenada para preservar o seu legado no meio da guerra com Israel, acrescenta o jornal.

O líder supremo é o comandante chefe das Forças Armadas e dirige os poderes executivo, legislativo e judicial, além de ser a mais alta autoridade religiosa do xiismo, o ramo maioritário do Islão no Irão.

O conflito direto entre Israel e o Irão - o mais grave entre os dois países até à data - começou na semana passada, após o bombardeamento israelita de instalações nucleares e militares em território iraniano. Desde então, os dois países têm trocado uma série de ataques aéreos.

Entretanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que decidirá dentro das próximas duas semanas se o seu país se juntará aos ataques israelitas, com o objetivo de impedir a República Islâmica de obter uma arma nuclear.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que assassinar Khamenei "acabaria com o conflito", enquanto Trump afirmou conhecer o paradeiro do líder supremo, embora tenha descartado matá-lo "por enquanto".


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Ataque contra central nuclear iraniana Isfahan foi "em grande escala"... O ataque aéreo israelita contra a central nuclear iraniana Isfahan na madrugada de hoje foi "em grande escala" e procurou aumentar os danos causados às instalações em bombardeamentos anteriores, afirmou o porta-voz do exército israelita.

Por  LUSA 

"Durante a noite, aprofundámos o ataque à central nuclear de Isfahan e à parte ocidental do Irão", disse Effie Defrin numa conferência de imprensa 'online', acrescentando que estas instalações já tinham sido alvo de um ataque a 13 de junho e, hoje de madrugada, Israel voltou a bombardear "em grande escala" o local "para reforçar os ganhos".

A imprensa iraniana alertou hoje para os ataques à central nuclear e os responsáveis iranianos garantiram que o bombardeamento não "provocou a fuga de materiais perigosos".

Isfahan, no centro do país, alberga o Centro de Tecnologia Nuclear do Irão e uma instalação de conversão de urânio, que sofreram "danos significativos" com os ataques, segundo os militares israelitas.

A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) confirmou que a central nuclear de Isfahan, no centro do Irão, foi atingida após novos ataques israelitas, que atingiram uma oficina com máquinas utilizadas para enriquecer urânio.

"Conhecemos bem estas instalações. Não havia material nuclear e, consequentemente, o ataque não terá consequências em termos de radiação" no ambiente, disse o diretor-geral do organismo da ONU, Rafael Grossi, citado num comunicado de imprensa.

A guerra entre o Irão e Israel começou na madrugada de 13 de junho, com Israel a lançar uma vasta ofensiva militar contra o país persa, alegadamente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano para fins militares.

Os ataques dizimaram infraestruturas militares e nucleares do Irão, que tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas, incluindo Tel Aviv e Jerusalém, assim como várias instalações militares espalhadas pelo país.


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Moscovo exige que Kyiv reconheça soberania russa das regiões que controla ... O Presidente russo, Vladimir Putin, reiterou que a Ucrânia tem de reconhecer a soberania russa sobre as povoações ucranianas controladas pela Rússia e declarar formalmente a sua neutralidade, como passos para avançar nas conversações de paz.

© REUTERS/Maxim Shemetov     Lusa   21/06/2025

As povoações ucranianas controladas pela Rússia, região que outrora Putin designou por Novorossiya (Nova Rússia) são as localidades que foram incorporadas em território russo na sequência de um referendo que nem o Governo ucraniano nem os seus aliados reconhecem, como Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporiyia. 

Novorossiya é um nome histórico resgatado pelo Presidente russo.

"É necessário que a Ucrânia reconheça os resultados dos referendos nestas quatro regiões. É do interesse da Ucrânia manter relações amigáveis connosco a longo prazo", afirmou o Presidente russo numa entrevista à Sky News Arabia.

Putin apelou ainda para que a Ucrânia declare a sua "neutralidade" e se abstenha de "aderir a qualquer aliança estrangeira", referindo-se à NATO, duas medidas essenciais para "alcançar a estabilidade na região".

"Espero que a atual liderança na Ucrânia seja guiada pelos interesses nacionais e não pelos interesses de terceiros", acrescentou, antes de acusar "partidos externos" de manipularem as autoridades ucranianas.

"A Ucrânia merece um destino melhor do que ser um instrumento nas mãos desses partidos, que estão a trabalhar contra a Rússia", acrescentou Putin.

Putin tem vindo a reivindicar todas estas questões praticamente desde a crise de 2014 na Ucrânia, o precedente direto do atual conflito que eclodiu com a invasão russa do país em 2022.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sempre respondeu que o seu país não tem intenção de aceitar uma única destas exigências e que o fim do conflito exige a retirada da Rússia de todos os territórios ucranianos sob o seu controlo.

Entretanto, o Ministério da Defesa russo informou hoje que as defesas antiaéreas da Rússia abateram na quinta-feira à noite 28 drones ucranianos em quatro das suas regiões, sendo a região fronteiriça de Belgorod a que registou o maior número de vítimas.

"No dia 20 de junho, entre as 22:00 e as 23:55 locais, os sistemas antimíssil ativos destruíram 23 drones ucranianos do tipo aeronave", afirmou o ministério da Defesa russo no seu canal Telegram.


Leia Também: Putin diz que Irão tem direito a programa nuclear "pacífico"...     Vlaimir Putin diz que a Rússia “está disposta a dar a assistência e o apoio necessários” para o “Irão desenvolver programas para o uso de tecnologias nucleares com fins pacíficos”.

Papa pede que se enfrente "inaceitável" desproporção entre ricos e pobres... O Papa Leão XIV pediu aos políticos de todo o mundo para enfrentar a "inaceitável" desproporção entre ricos e pobres como um serviço à paz social, durante uma audiência hoje para o Jubileu dos governantes.

Por LUSA 

O pontífice recordou aos políticos que um dos seus "deveres" é "promover e proteger, além de qualquer interesse particular, o bem da comunidade, especialmente em defesa dos mais fracos e marginalizados".

"Trata-se de lutar para superar a inaceitável desproporção entre a riqueza nas mãos de poucos e a pobreza inaceitável. Aqueles que vivem em condições extremas clamam para fazer ouvir a sua voz, mas muitas vezes não encontram ouvidos dispostos a escutá-los", denunciou Leão XIV.

Neste sentido, salientou que esta desigualdade gera injustiça, que pode levar à violência e "mais cedo ou mais tarde ao drama da guerra".

"Uma boa ação política, que favoreça uma distribuição equitativa dos recursos, pode oferecer um serviço eficaz à harmonia e à paz, tanto a nível social como internacional", recomendou.

Leão XIV recebeu hoje de manhã no Palácio Apostólico os políticos que neste fim de semana participam no Jubileu dos Governantes e Administradores, no âmbito deste Ano Santo.

O encontro contou com a presença da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e de deputados, senadores, presidentes de câmara, governadores regionais e diplomatas de 68 países.

No encontro, o papa salientou que o surgimento da Inteligência Artificial (IA) é "um grande desafio", observando que "será válida para ajudar a sociedade na medida em que a sua utilização não afete a identidade e a dignidade" das pessoas e as suas liberdades fundamentais.

"A vida pessoal vale muito mais do que um algoritmo e as relações sociais precisam de espaços humanos muito superiores aos ecrãs limitados que qualquer máquina sem alma pode fazer", alertou.

Por fim, o Pontífice agostiniano, evocando Cícero, recomendou que, ao legislar sobre o bem comum, o conceito de direito natural, "não escrito pela mão do homem, mas reconhecido como universalmente válido em todos os tempos", fosse o ponto de referência.

A lei natural, válida universalmente e acima de outras convicções de caráter mais opinativo, constitui uma bússola com a qual nos devemos orientar quando legislamos e agimos, particularmente em questões éticas delicadas que hoje tocam a esfera da intimidade pessoal", aconselhou.

Leão XIV despediu-se dos governantes citando como "exemplo" Thomas More, o jurista e chanceler de Henrique VIII que foi decapitado em 1535 por não ter respeitado a nova igreja anglicana.

"A coragem com que não hesitou em sacrificar a sua própria vida para não trair a verdade faz dele ainda hoje, para nós, um mártir da liberdade e do primado da consciência. Que o seu exemplo seja uma fonte de inspiração para cada um de vós", concluiu o pontífice.


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Congresso internacional debate ensino da Língua Portuguesa na Guiné-Bissau

Por LUSA 

O ensino da Língua Portuguesa na Guiné-Bissau junta, durante três dias, académicos e especialistas de alguns países lusófonos no primeiro congresso internacional sobre a temática, que decorre entre segunda e quarta-feira, na capital do país africano.

Com intervenções da Guiné-Bissau, de Portugal, de Cabo Verde e de Angola, o primeiro Congresso do Ensino da Língua Portuguesa na Guiné-Bissau tem como propósito a partilha, reforço da cooperação científica e dar contributos para o sistema educativo guineense.

"Que seja um subsídio científico para depois ficar", enfatizou, em entrevista à Lusa, Júlio Azevedo João da Silva, da comissão organizadora, que é também coordenador da licenciatura em Língua Portuguesa na Escola Superior de Educação Tchico Té.

A iniciativa parte deste estabelecimento de ensino superior público guineense, onde terá início no próximo ano letivo o primeiro mestrado em Língua Portuguesa na Guiné-Bissau.

O ensino do português tem o apoio do Instituto Camões com a disponibilização de docentes e assessoria científica, e foi a assessora científica Sofia Santos que fez a proposta, "imediatamente aceite", para a realização do congresso, disse Júlio Azevedo, da comissão organizadora.

Ao longo de três dias, presencialmente e através de videoconferência, especialistas, cientistas de língua, pedagogos, professores universitários e académicos vão partilhar experiências e debater o ensino do português.

No final do congresso internacional, segundo a organização, será feito um relatório pela comissão científica que vai deixar um instrumento, uma orientação ao sistema educativo guineense sobre o ensino do português.

Júlio Azevedo, também professor de português, realçou que deste congresso vai ficar também a cooperação científica entre os diferentes intervenientes do espaço lusófono.

"Tenho a certeza que vão deixar aqui contribuições que vão ter o seu impacto no ensino e na valorização e na presença da língua portuguesa na Guiné-Bissau", considerou, explicando que o congresso "vai ser um debate teórico de partilha de práticas, como é que lá nos outros contextos da lusofonia o ensino é encarado".

"Também são experiências que vão ser partilhadas e que de certeza absoluta vão ficar como uma riqueza, sobretudo para os professores, em especial, e para o nosso sistema educativo, no geral", acrescentou.

O ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica da Guiné-Bissau, Herry Mané, é um dos convidados para o evento, assim como o diretor de Serviços da Língua do Instituto Camões, Rui Vaz.

Com este congresso internacional pretende-se ainda enfatizar "que há uma preocupação e há uma iniciativa em que vai debater-se tudo aquilo que tem a ver com os aspetos científicos do ensino da língua".

Para Júlio Azevedo, "vai ser um momento histórico no ensino, com o objetivo de apoiar, proporcionar um ambiente de confiança no sistema educativo" guineense.

O primeiro Congresso Internacional de Ensino da Língua Portuguesa na Guiné-Bissau, financiado pelo Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., é coorganizado pela Escola Superior de Educação -- Unidade Tchico Té e pelo Centro de Língua Portuguesa Camões I.P. em Bissau.

O evento tem como parceiros o Ministério da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica da Guiné-Bissau, as Embaixadas de Portugal e do Brasil em Bissau e os institutos Internacional da Língua Portuguesa (ILLP) e Guimarães Rosa.

São ainda parceiros as universidades do Minho e de Lisboa (Portugal), de Cabo Verde, a Amilcar Cabral (Guiné-Bissau), a de Leipzig (Alemanha), a Faculdade de Direito de Bissau e o Agrupamento de Escolas Daniel Sampaio (Portugal).

Análise. Irão ameaça fechar estreito de Ormuz: porque é tão importante? ... José Palmeira, professor de relações internacionais, explica como é que o estreito de Ormuz liga o Médio Oriente ao resto do mundo.

Por SIC Notícias

Teerão ameaçou fechar o estreito de Ormuz, o corredor marítimo mais importante do mundo para o transporte de petróleo, caso os Estados Unidos se envolvam no conflito entre o Irão e Israel.

Estima-se que cerca de 20 milhões de barris de petróleo e combustíveis sejam transportados por este local entre o Irão e os Emirados Árabes diariamente, pelo que o seu encerramento faria disparar o preço do petróleo, explica à SIC o professor de relações internacionais José Palmeira.

Irã ameaça fechar Estreito de Ormuz caso EUA apoiem Israel em conflito 

Os consumidores da Europa e Estados Unidos “seriam imediatamente afetados”, aponta.

“Os custos do petróleo têm implicações não apenas ao nível do consumidor doméstico e industrial, mas acaba por afetar também o preço de todos os produtos que são transportados e, por via disso, teríamos uma nova crise inflacionista que vinha a somar já outras recentes que os bancos centrais têm vindo a combater."

O estreito de Ormuz continua aberto, mas o petróleo já está mais caro e, consequentemente, inclusivamente em Portugal, espera-se um aumento do preço dos combustíveis na próxima semana.

“Os mercados antecipam sempre os cenários, isto é, se há um cenário de acentuar a crise, de eventualmente existir esse encerramento do estreito de Ormuz com as consequências de os Estados terem menos acesso às importações de combustíveis, os mercados antecipam e aquilo que está a acontecer é essa perspetiva”, explica José Palmeira.


Escolas da Guiné-Bissau recebem primeiros manuais escolares... As crianças da Guiné-Bissau têm, pela primeira vez, manuais para aprender e os professores guias para ensinarem, acompanhados de uma reforma curricular que promete mudar as salas de aulas das escolas públicas.

© Lusa   21/06/2025

"São os primeiros manuais", enfatizou à Lusa Jorge Sanca, diretor da escola de Cadjens, no setor de Bula, com 376 alunos, do jardim-de-infância até ao nono ano.

O material continua a ser guardado nas caixas em que chegou recentemente, mas a utilidade do mesmo já pode ser observada nas salas de aulas do primeiro ao quarto ano, como constatou a reportagem da Lusa.

As escolas públicas do primeiro ciclo foram as primeiras contempladas pelo projeto Reforma Curricular do Ensino Básico da Guiné-Bissau (RECEB) com a impressão de 220 mil manuais e cadernos de atividades e sete mil guias para professores, além de outros materiais, como 'tablets' e carregadores solares.

O projeto começou há dez anos e envolve o Governo guineense, o Banco Mundial, a Fundação Gulbenkian e a Universidade do Minho, em Portugal, para a reforma do ensino num país onde 45% da população adulta é analfabeta.

Uma década depois, os resultados chegaram às escolas e na de Cadjens o diretor contou à Lusa o que mudou, a começar pela renovação do currículo escolar.

O ensino do primeiro ciclo tem mudança nas disciplinas que passam agora a ser Expressão, Matemática, Língua Portuguesa, Meio Físico e Social e Cidadania.

Os 20 professores que o Ministério da Educação guineense envia de Bissau para aquela escola tiveram formação e cada um tem um guia que usa para lecionar.

O diretor acredita que "vai mudar muito, porque o ensino era muito deficitário por falta de materiais. Agora, com esse apoio, com esses materiais, vai ajudar as crianças".

"Dantes, por exemplo, na Língua Portuguesa ensinava Gramática mas primeiro era a oralidade, agora os alunos estão vendo imagens, já começam a falar, criar oralidade, depois escrita. Isso vai ajudar muito", exemplificou.

No português, na matemática ou noutra disciplina, o facto de terem algo que permita ver a realidade do que se fala, "facilita a aprendizagem das crianças", acredita o diretor.

As crianças, acrescentou, aprendem observando e o facto de terem o apoio dos manuais, nomeadamente das gravuras, "ajuda muito".

"Antes era difícil, porque não havia manuais. O professor é que fazia tudo, a sua arte para poder ensinar. Agora, com esses manuais, vai ser mais fácil o professor trabalhar", contou.

Os guias para os docentes ajudam porque servem de orientação, dão toda a explicação de "como introduzir uma matéria, como vai desenvolver, como vai avaliar".

De acordo com informação disponibilizada pela Universidade do Minho, antes da pandemia da covid 19, foi iniciado o processo de alargamento da reforma ao segundo ciclo, mas "limitações orçamentais fizeram com que só agora fosse possível pensar em retomar o processo".

Mais recentemente, foram elaborados materiais para a educação pré-escolar e para a educação acelerada, uma inovação no país, destinada a quem não fez o 1.º e o 2.º ciclos obrigatórios na idade normal, segundo  fonte.

Estes materiais estão a ser testados em algumas pré-escolas e escolas de diversas regiões do país e, em paralelo, têm decorrido cursos de formação para educadores de infância e para professores daqueles ciclos.

Zelensky adverte "ayatollah Putin" para situação do regime iraniano... O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou hoje a intenção da Rússia de continuar a guerra apesar das negociações de cessar-fogo e advertiu o homólogo russo, Vladimir Putin, para a situação do regime do Irão, alvo de ataques israelitas.

© Ukrinform/NurPhoto via Getty Images   Por  Lusa

"Hoje, os russos declararam mais uma vez, de forma aberta e absolutamente cínica, que 'não estão com disposição' para um cessar-fogo. A Rússia quer estar em guerra, inclusive brandindo algumas ameaças", destacou Zelensky, durante o seu discurso noturno diário.

O governante ucraniano referiu-se ainda ao homólogo russo como o "ayatollah Putin", numa referência aos lideres da República Islâmica, sublinhando que o líder do Kremlin (presidência russa) pode "contar com os seus amigos no Irão para ver onde estes regimes vão parar e até que ponto estão a levar os seus países ao declínio".

Também o chefe da diplomacia ucraniana acusou hoje Vladimir Putin de demonstrar desprezo pelo processo de paz, ao sugerir que Moscovo poderá tomar novos territórios na Ucrânia, nomeadamente a cidade de Sumy, no nordeste do país.

"As declarações cínicas de Putin demonstram um total desprezo pelos esforços de paz norte-americanos (...). A única forma de obrigar a Rússia a fazer a paz é privá-la do seu sentimento de impunidade", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriy Sybiga, numa mensagem publicada na rede social X.

O chefe da diplomacia ucraniana reagiu assim às declarações hoje emitidas por Putin, que se disse "muito preocupado" com a possibilidade de uma terceira guerra mundial, devido aos conflitos no Irão e na Ucrânia, reivindicando, ao mesmo tempo, a posse do país vizinho.

"Estou preocupado. Digo isto sem ironia ou brincadeira. Há um grande potencial de conflito que está a crescer (...). O conflito que estamos a viver na Ucrânia, o que está a acontecer no Médio Oriente e, claro, estamos muito preocupados com o que está a acontecer em torno das instalações nucleares do Irão", declarou o líder russo no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.

Numa intervenção transmitida em direto pela televisão russa, Vladimir Putin comentou que todos estes conflitos exigem não só a atenção do Kremlin, "mas também a procura de soluções, de decisões, de preferência por meios pacíficos".

Quanto à Ucrânia, o chefe de Estado russo reivindicou a posse de todo o país, que mandou invadir em fevereiro de 2022, num conflito em curso há mais de três anos e que envolveu ajuda militar do Ocidente a Kyiv.

"Já o disse muitas vezes, considero o povo russo e ucraniano o mesmo povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa", defendeu, citando "uma regra antiga" ao moderador do debate: "Onde a bota de um soldado russo pisa, é nosso".

Mais de três anos após o início da invasão da Ucrânia, a Rússia exige o reconhecimento da sua anexação das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país, e de Zaporijia e Kherson, no sul, além da península da Crimeia, desde 2014.

Moscovo pretende também que Kyiv renuncie aos seus planos de aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e ao reforço das suas capacidades militares, condições recusadas pelas autoridades ucranianas.


Leia Também: O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, defendeu hoje que ou a NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) muda, porque "o mundo mudou", ou então "já não tem razão para existir".

Vladimir Putin diz que "toda a Ucrânia é russa"... O presidente russo afirmou que todo o território que um soldado russo pisa é Rússia e admitiu conquistar mais território na Ucrânia. Putin avançou a possibilidade de eclodir uma Terceira Guerra Mundial e propôs ideias ao Irão.

© Lusa

Putin diz estar "muito preocupado" com hipótese de uma 3.ª guerra mundial. 

O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu hoje estar "muito preocupado" com a possibilidade de uma terceira guerra mundial devido aos conflitos no Irão e na Ucrânia e, ao mesmo tempo, que reivindicou a posse deste país vizinho.

"Estou preocupado. Digo isto sem ironia ou brincadeira. Há um grande potencial de conflito que está a crescer (...). O conflito que estamos a viver na Ucrânia, o que está a acontecer no Médio Oriente e, claro, estamos muito preocupados com o que está a acontecer em torno das instalações nucleares do Irão", declarou o líder russo durante o Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.

Numa intervenção transmitida em direto pela televisão russa, Vladimir Putin comentou que todos estes conflitos exigem não só a atenção do Kremlin, "mas também a procura de soluções, de decisões, de preferência por meios pacíficos".

Em relação ao seu aliado Irão, Putin disse que Moscovo cumpre todos os seus compromissos com a República Islâmica, mas afastou o envolvimento russo ao lado de Teerão na guerra iniciada por ataques israelitas em grande escala desde 13 de junho, justificados por Telavive com a necessidade de parar o programa nuclear iraniano.

"Sempre cumprimos os nossos compromissos, e o mesmo se aplica às relações russo-iranianas. Apoiamos o Irão na luta pelos seus interesses legítimos, incluindo a sua luta por um programa nuclear pacífico", sustentou, criticando aqueles que o acusam de não ter feito o que estava ao seu alcance para apoiar o Irão.

"O que mais deveríamos fazer? Iniciar algum tipo de operação militar, ou quê?", questionou Putin, acrescentando que o Kremlin "tem as suas próprias operações militares contra aqueles que considera inimigos das ideias que defende e contra aqueles que representam ameaças à Rússia".

O presidente russo afirmou que não procura o papel de mediador no conflito entre Israel e o Irão, mas está "simplesmente a propor ideias" para resolver a situação.

"Se forem apelativas para ambos os países, ficaremos felizes", disse Putin, ao referir que mantém contactos com Israel e os seus "amigos iranianos" quase diariamente, após a diplomacia de Moscovo ter considerado as justificações de Telavive para os seus ataques no Irão como cínicas.

A propósito da incerteza expressada pelo homólogo norte-americano, Donald Trump, sobre uma participação de Washington no conflito, em apoio de Israel, o líder russo recomendou a Washington que mantenha o seu afastamento, sob risco de "consequências imprevisíveis".

Do mesmo modo, manifestou confiança de que as ameaças de Israel em relação a um eventual assassínio do líder supremo do Irão, Ali Khamenei, continuem "na retórica", dois dias após ter afirmado aos jornalistas que "nem sequer queria falar sobre essa possibilidade".

Na sua intervenção, o presidente russo referiu-se também à Ucrânia e reivindicou a posse de todo o país vizinho, que mandou invadir em fevereiro de 2022, num conflito que persiste há mais de três anos e que envolveu o apoio militar do Ocidente a Kiev.

"Já o disse muitas vezes, considero o povo russo e ucraniano o mesmo povo. Nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa", defendeu, citando "uma regra antiga" ao moderador do debate: "Onde a bota de um soldado russo pisa, é nosso".

O líder russo não descartou a conquista da região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, onde as forças de Moscovo abriram uma frente de combate alegando que pretendem criar uma "zona de segurança", que indicou já se estender por 10 a 12 quilómetros.

"Não temos esse objetivo: conquistar Sumy. Mas, em princípio, não descarto", disse Putin, que realçou ter alertado Kiev, em diversas ocasiões, que se não parasse as suas operações militares, as condições de Moscovo à mesa das negociações ficariam cada vez mais exigentes.

Mais de três anos após o início da invasão da Ucrânia, a Rússia exige o reconhecimento da posse das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país, e de Zaporijia e Kherson, no sul, além da península da Crimeia, anexada desde 2014.

Moscovo pretende também que Kiev renuncie aos seus planos de aderir à NATO e do reforço das suas capacidades militares, condições recusadas pelas autoridades ucranianas.


Leia Também: "As declarações cínicas de Putin demonstram um total desprezo pelos esforços de paz norte-americanos (...). A única forma de obrigar a Rússia a fazer a paz é privá-la do seu sentimento de impunidade", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriy Sybiga, numa mensagem publicada na rede social X.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Comemoração do Dia Mundial do Refugiado sob o lema “Solidariedade com os Refugiados”.... O Dia Mundial do Refugiado é assinalado anualmente a 20 de Junho e visa lembrar a todos a importância de acolher e apoiar quem é forçado a deixar tudo para trás, em busca de segurança e dignidade.

Assinatura do memorando de entendimento entre o Ministério das Pescas e Economia Maritima, através do Intituito Nacional e Controlo de Atividades de Pescas (INFISCAP-IP), com o Instituto Nacional da Segurança Social (INSS), para liquidação das dívidas desde 2010 até mês de Abril de 2025.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, deslocou-se à capital da República Federal da Nigéria, Abuja, para participar na Cimeira da CEDEAO.

À chegada, o Chefe de Estado foi recebido com honras de Estado pelas autoridades nigerianas, acompanhado pela delegação guineense, reafirmando o papel ativo da Guiné-Bissau na resolução dos desafios regionais.

A agenda inclui o Fórum Económico da CEDEAO, nos dias 20 e 21 de Junho, e a 67.ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, no dia 22 de Junho.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Boeing E-4 da Força Aérea norte-americana, o ‘avião do fim do mundo’, fez escala em Washington: estará relacionada com a guerra ao Irão?

Boeing E-4 da Força Aérea norte-americana, o ‘avião do fim do mundo’, fez escala em Washington: estará relacionada com a guerra ao Irão?    © Chip Somodevilla,  por  msn.com/pt-pt    

Também conhecido como 'Pentágono voador’,o aparelho voou na terça-feira do estado da Louisiana para a base aérea de Andrews, nos arredores da capital federal

Um dos Boeing E-4 da Força Aérea norte-americana fez esta semana uma escala numa base perto de Washington, o que fez equacionar se, com a escalada de tensão com o Irão, estará relacionada com um ataque àquele país.

O Boeing, conhecido como 'avião do fim do mundo' ou 'Pentágono voador', voou na terça-feira do estado da Louisiana para a base aérea de Andrews, nos arredores da capital federal, que serve como ponto de partida para os voos de longa distância do Presidente dos Estados Unidos, segundo mostram 'sites' de rastreamento aéreo.

A operação desencadeou especulações sobre os preparativos para uma escalada da violência entre os Estados Unidos e o Irão, país que o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou estar a considerar atacar, para impedir que conclua o processo de criação de uma bomba nuclear.

O E-4, uma versão altamente modificada do Boeing 747, serve como centro de operações aéreas para o Presidente, o secretário da Defesa e o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, num cenário de emergência bélica que inclui ataques nucleares.

Teoricamente, o E-4 é capaz de resistir a explosões atómicas, ataques com ondas de impulso eletromagnético ou ciberataques.

O avião, que pode ser reabastecido de combustível em pleno voo, foi tecnicamente projetado para permanecer no ar durante uma semana inteira.

A aeronave "fornece um centro de comando, controlo e comunicações com alta capacidade de sobrevivência para dirigir as forças norte-americanas, executar ordens de guerra de emergência e coordenar as ações das autoridades civis", segundo explica a Força Aérea.

O 'site' da Internet de seguimento de voos Snopes assegurou que o E-4 que aterrou na base militar de Andrews voou no dia seguinte para o estado do Nebrasca e que uma fonte militar garantiu que se tratou de uma "operação de rotina", não-relacionada com a situação no Irão.

Israel lançou na madrugada de 13 de junho uma ofensiva sobre o Irão, argumentando que o avanço do programa nuclear iraniano e o fabrico de mísseis balísticos por Teerão representam uma ameaça direta à sua segurança.

Desde então, aviões israelitas atacaram uma série de infraestruturas estratégicas, incluindo sistemas de defesa aérea, instalações de armazenamento de mísseis balísticos e as centrais nucleares de Natanz, Isfahan e Fordow, e foram também eliminados comandantes da Guarda Revolucionária, chefes dos serviços secretos e cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.

As autoridades da República Islâmica indicaram que os bombardeamentos já fizeram pelo menos 232 mortos e 1.800 feridos, ao passo que o Governo israelita informou que os mísseis lançados pelo Irão em retaliação causaram a morte de 24 pessoas em território israelita.

🇬🇼📦 Guiné-Bissau dispõe de stock suficiente de arroz e farinha de trigo para garantir o consumo até ao final do ano e início do próximo.✅🧭 Esta informação foi confirmada pela Missão do Ministério do Comércio e Indústria, durante uma visita técnica aos armazéns dos principais importadores destes cereais — base da dieta alimentar nacional.

✅🤝 A missão contou com a presença da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) e visitou as empresas CRTrading, ADG e SOCOBIS, para tranquilizar os consumidores quanto ao abastecimento dos produtos da primeira necessidade a preços acessíveis.✅

Cerimónia de Lançamento Oficial da Campanha Agrícola 2025–2026 Sob o lema "Labour ki nô firkidja", que em bom crioulo simboliza o poder transformador do trabalho e o compromisso coletivo com o desenvolvimento sustentável, esta campanha marca o início de um novo ciclo de esperança, inovação e resiliência para o setor agrícola nacional.

Daniel Mendes Pereira Presidente da Cruz Vermelha da Guine-Bissau é o novo Líder do Grupo SAHEL+, atual responsável máximo da Cruz Vermelha foi empossado durante a Assembleia Geral da da organização que decorreu nos dias 17,18, e 19 arredores da capital Bissau, concretamente em região de Biombo.

Migrações: ONG acusam UE de "guerra aos migrantes" com políticas aprovadas... Várias organizações não-governamentais (ONG) que apoiam pessoas migrantes condenaram hoje o que consideram ser uma "guerra aos migrantes" perpetrada pela União Europeia (UE), exigindo a reversão da política migratória e fronteiriça que foi adotada no ano passado.

© GUILLERMO ARIAS/AFP via Getty Images    Lusa   20/06/2025 

De acordo com uma declaração conjunta, por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, hoje assinalado, as organizações signatárias "condenam a atual 'guerra aos migrantes' da UE e exigem a reversão completa das políticas atuais da Europa sobre migrações e fronteiras". 

"Os líderes da UE estão a alimentar a violência, o racismo e as mortes nas fronteiras através de políticas que criminalizam as migrações e os que apoiam as pessoas que querem deslocar-se", acusaram no documento conjunto, que foi subscrito por um total de 71 organizações.

Na declaração divulgada, as ONG pedem o fim das políticas que "ameaçam as migrações" e também que se reverta a "criminalização de migrantes e intervenientes solidários".

As organizações também querem um tratamento sem "duplos padrões", criticando a maneira como os refugiados ucranianos foram acolhidos nos países da UE em comparação com pessoas de outras nacionalidades.

Jennifer Kamau, elemento da ONG International Women Space disse, citada no comunicado, que a legislação europeia "vai legitimar a segregação racial e aumentar a violência institucional e estatal".

"As deportações não são mais do que pessoas a serem sequestradas, detidas sem qualquer representação legal. Tudo isto são crimes contra a humanidade", denunciou.

Na ótica da ativista, "não há uma crise de migrações", mas sim "uma crise de distribuição de recursos".

Já Sarah Chander, da Iniciativa Equinox para a Justiça Racial, também uma organização não-governamental, acusou a UE de "estar a levar a cabo uma guerra contra os migrantes e de estar a construir um arsenal de infraestruturas repressivas, concebidas para vigiar, discriminar e deter migrantes".

"Com um conjunto de leis novas, a UE está a abrir caminho para a remoção de migrantes em qualquer sítio, colocando as pessoas em perigo, enquanto enriquecem empresas de segurança que investem no negócio da deportação", criticou.

De acordo com os dados da agência da União Europeia para o controlo de fronteiras (mais conhecida como Frontex), em 2024, chegaram aos países da UE cerca de 239.000 migrantes sem visto aprovado. A maior parte atravessou o Mar Mediterrâneo, que continua a ser uma das rotas migratórias mais perigosas.

O Dia Mundial do Refugiado é celebrado a 20 de junho, com o objetivo de realçar a coragem, os direitos, as necessidades e a resiliência dos refugiados.

É assinalado desde 2001, no seguimento de uma resolução aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.


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Agência de Energia Atómica confirma danos em reator em Arak.... A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou hoje danos no reator de água pesada de Arak, no oeste do Irão, no âmbito de uma nova vaga de bombardeamentos israelitas contra o país.

© Satellite image (c) 2025 Maxar Technologies   Lusa  19/06/2025

Israel iniciou uma ofensiva militar a 13 de junho contra o Irão, desencadeando um novo conflito militar no Médio Oriente.

"Inicialmente, foram observados danos na unidade de produção de água pesada, mas agora acredita-se que os principais edifícios da instalação foram danificados, incluindo a unidade de destilação", referiu um comunicado da agência de vigilância nuclear da ONU, explicando que, uma vez que o reator não estava operacional e não continha material nuclear, "não se esperavam consequências radiológicas".

A AIEA destacou que, embora até à data não se tenham registado incidentes radiológicos graves na sequência dos ataques, existem riscos potenciais para a segurança nuclear.

"Existe uma grande quantidade de material nuclear no Irão, distribuído em diferentes locais, o que significa que existe a possibilidade de um acidente radiológico devido à dispersão de materiais e partículas radioativas na atmosfera", afirmou Rafael Grossi, diretor-geral da agência da ONU.

Salientou também a importância da cooperação e do intercâmbio de informações com as autoridades iranianas: "Nestas circunstâncias difíceis e complexas, é crucial que a AIEA receba informação técnica oportuna e regular sobre as instalações nucleares e as respetivas localizações".

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

Desde então, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares iranianas, como sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares, nomeadamente em Natanz, Isfahan e Fordow.

Os ataques causaram centenas de mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear.

O Irão retaliou com lançamentos de mísseis e drones contra várias cidades israelitas que mataram mais de duas dezenas de pessoas.


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Cuidado com os suplementos naturais. A canela pode ser mais perigosa do que parece

Canela (imagem: Pixabay)    © CNN Portugal

Embora a canela seja uma especiaria popular utilizada em vários alimentos, tem também uma longa história de utilização na medicina tradicional em muitas culturas. Atualmente, os produtos à base de canela são vendidos como suplementos alimentares, para ajudar no tratamento de vários problemas de saúde, incluindo diabetes, perda de peso e alívio da febre dos fenos (rinite alérgica) e outras condições inflamatórias.

Mas quanto é demasiada canela? Poderá o consumo excessivo de produtos à base de canela ter impactos negativos? É preciso ter cautela, pois a canela pode interferir no metabolismo de medicamentos sujeitos a prescrição médica, de acordo com um estudo publicado na revista Food Chemistry: Molecular Sciences. Os autores alertam para os riscos do consumo excessivo de substâncias que contêm canela, especialmente em indivíduos com outros problemas de saúde.

Para nos ajudar a entender os resultados do estudo e quais são as principais conclusões sobre o consumo de canela, falámos com a especialista em bem-estar da CNN, Leana Wen, médica de urgência e professora adjunta da Universidade George Washington. Anteriormente, foi comissária de saúde de Baltimore.

O que é a canela - de onde vem e quais são os seus potenciais benefícios para a saúde?

A canela é uma especiaria proveniente da casca seca das árvores Cinnamomum. O tipo mais comum de canela vendido na América do Norte é a canela Cassia, obtida das árvores Cinnamomum aromaticum, de acordo com o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa, um dos centros subordinados aos Institutos Nacionais de Saúde. A canela do Ceilão, por vezes chamada de canela "verdadeira", é proveniente das árvores Cinnamomum verum.

Embora alguns estudos sugiram que a suplementação com canela pode ser útil no tratamento da diabetes ou na perda de peso, são necessárias mais investigações para comprovar esses benefícios.

Da mesma forma, embora investigações preliminares apontem para um possível efeito do spray nasal com canela do Ceilão no alívio da rinite alérgica, são necessárias mais pesquisas para confirmar que pode ser um tratamento.

O Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa afirma que "a investigação não apoia claramente o uso da canela no tratamento de qualquer problema de saúde". A canela não está aprovada pela  Autoridade de Segurança Alimentar e Medicamentos dos EUA (FDA) como tratamento para qualquer problema médico.

O que já se sabe sobre os possíveis riscos do consumo de canela?

A canela cassia pode conter altos níveis de cumarina, que é um anticoagulante. A canela do Ceilão também pode ter vestígios. Se alguém que toma medicamentos anticoagulantes ingerir uma grande quantidade de cumarina, isso pode aumentar o risco de hemorragia.

Além disso, existem interações conhecidas entre a cumarina e o fígado. O uso prolongado de produtos de canela com alto teor de cumarina pode representar riscos para a saúde de pessoas com doenças hepáticas. O Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa refere ainda que existem "razões teóricas" para pensar que a canela pode interagir com medicamentos anticancerígenos e com nicotina.

O que analisou este estudo?

Este estudo analisou o principal ingrediente ativo da canela, chamado cinamaldeído. Os investigadores começaram por analisar se o cinamaldeído é bem absorvido quando ingerido por via oral, através da análise dos fluidos gástricos e intestinais. Descobriram que é 100% bioacessível em ambos os fluidos, em jejum e depois de comer. Isto significa que, independentemente de alguém estar em jejum ou ter acabado de comer, espera-se que o cinamaldeído seja bem absorvido. Depois, descobriram que o cinamaldeído é rapidamente metabolizado noutro composto, o ácido cinâmico, e que pode ativar vários recetores que afetam o metabolismo dos medicamentos.

A possível interferência no metabolismo de medicamentos foi o que levou os autores a concluir que o consumo excessivo de canela pode causar interações entre ervas e medicamentos. Os investigadores defendem a realização de mais estudos para analisar essas possíveis interações. Até que esses estudos estejam concluídos, conforme indicaram num comunicado de imprensa, recomendam que quem estiver a considerar tomar suplementos de canela o faça com precaução e consulte um médico antes de utilizá-los.

Quem deve ter cuidado?

De acordo com os investigadores do estudo, a lista de doenças crónicas que justificam cautela antes de iniciar a suplementação com canela inclui hipertensão, diabetes, cancro, artrite, asma, obesidade, VIH/SIDA e depressão.

Acrescentaria a essa lista todas as pessoas que tomam medicamentos anticoagulantes - por exemplo, quem tem histórico de doenças cardíacas ou acidente vascular cerebral (AVC). Também devem ter cautela aqueles que tomam medicação metabolizada pelo fígado e outros suplementos alimentares que possam interagir com a canela, como a curcuma (açafrão-das-índias), o ginseng e o ginkgo biloba.

E quanto a polvilhar canela no café ou nas panquecas? Devemos ficar preocupados?

Os investigadores são bastante claros ao afirmar que uma pitada de canela no uso culinário não deve causar problemas. O que eles alertam é para o que chamam de "consumo excessivo". Isso não está claramente definido, pois o estudo não foi concebido para determinar o que seria um nível excessivo de canela. O que provavelmente se entende por consumo excessivo é o uso prolongado de produtos concentrados de canela, como suplementos - por exemplo, tomar cápsulas de canela todos os dias durante meses.

As pessoas que estejam a pensar tomar suplementos de canela devem consultar o seu médico para verificar possíveis interações com medicamentos. Devem também estar conscientes de que não há provas claras dos benefícios da suplementação com canela.

Que mais gostaria que as pessoas soubessem antes de começarem a tomar suplementos alimentares?

Os consumidores devem saber que a FDA não regula os suplementos alimentares da mesma forma que regula os medicamentos sujeitos a receita médica. De acordo com a legislação atual, a FDA não tem autoridade para regular a eficácia dos suplementos alimentares. A FDA também não analisa os suplementos antes de serem colocados no mercado. Em vez disso, a agência recorre à vigilância pós-comercialização para identificar problemas de segurança.

As pessoas devem ser cautelosas ao tomar suplementos alimentares. O facto de algo ser comercializado como "natural" não significa que seja seguro. Além disso, algo que é seguro em pequenas quantidades pode tornar-se perigoso quando consumido em grandes quantidades. As pessoas devem informar sempre o seu médico sobre os suplementos que estão a tomar ou que pretendem tomar, para que este possa avaliar as interações com outros medicamentos.


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quinta-feira, 19 de junho de 2025

"Vamos ser muito claros: o Irão tem tudo para construir uma arma nuclear"... A Casa Branca afirmou hoje que o Irão tem capacidade para montar uma bomba nuclear em "quinze dias" se o líder supremo, Ayatollah Ali Khamenei, der a ordem.

© Celal Güne/Anadolu via Getty Images  LUSA  19/06/2025 

"Vamos ser muito claros: o Irão tem tudo o que precisa para construir uma arma nuclear. Tudo o que precisam é de uma decisão do líder supremo para o fazer, e demorariam quinze dias a completar a produção desta arma, que representaria uma ameaça existencial não só para Israel, mas também para os Estados Unidos e para o mundo inteiro", declarou a porta-voz do executivo americano, Karoline Leavitt, numa conferência de imprensa.

A responsável disse também que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai tomar uma decisão sobre uma eventual intervenção norte-americana no Irão "nas próximas duas semanas".

"Dado que existe uma possibilidade substancial de potenciais negociações com o Irão num futuro próximo, tomarei a minha decisão sobre ir ou não para lá nas próximas duas semanas", disse o líder norte-americano, numa declaração transmitida pela porta-voz presidencial.

Leavitt sublinhou que "ninguém deve ficar surpreendido" com a abordagem de Trump de que o Irão "não deve ter uma arma nuclear", uma posição que tem defendido "não só como Presidente, mas também como cidadão".

Israel tem em curso uma ofensiva contra o Irão desde 13 de junho, que justificou com os progressos do programa nuclear iraniano e a ameaça que a produção de mísseis balísticos por Teerão representa para o país.

Desde então, os aviões israelitas atacaram infraestruturas militares iranianas, como sistemas de defesa aérea e instalações de armazenamento de mísseis balísticos, bem como centrais nucleares.

Os ataques causaram centenas de mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear.

O Irão retaliou com lançamentos de mísseis e drones contra várias cidades israelitas que mataram mais de duas dezenas de pessoas.


Leia Também: Dezenas de aviões militares norte-americanos foram retirados da pista de uma das maiores bases dos Estados Unidos no Médio Oriente, segundo imagens de satélite, o que pode proteger os equipamentos de possíveis ataques de Teerão, indicou hoje a France-Presse.

Instalação nuclear iraniana alvo de bombardeamento israelita

Por Sicnoticias 

As autoridades israelitas confirmam ser o terceiro ataque contra instalações nucleares iranianas, incluindo Isfahan e Natanz. O Irão garante não haver risco de radiação. 

Israel atacou esta quinta-feira o reator de água pesada de Arak, uma das maiores instalações nucleares do Irão. A televisão estatal iraniana confirmou o ataque, mas garantiu que não há qualquer risco de radiação na zona. Segundo as autoridades israelitas, este foi o terceiro ataque contra instalações nucleares no país.

O reator de Arak localiza-se a cerca de 250 quilómetros a sudoeste de Teerão, capital do Irão. Imagens captadas à distância mostram fumo a sair da instalação, indicando que terá sido atingida.

As forças armadas israelitas confirmaram o ataque e divulgaram imagens com grafismo militar para explicar a operação. De acordo com a mesma fonte, a instalação foi evacuada antes do bombardeamento.

O reator foi construído em 2003 e tinha capacidade para produzir aproximadamente nove quilos de plutónio por ano. No entanto, o Irão tem reiterado que o reator não é utilizado para produzir material nuclear com grau de pureza militar.

Em 2016, anunciou mesmo ter enchido o núcleo com cimento, num gesto destinado a demonstrar o cumprimento dos compromissos assumidos no acordo nuclear internacional.

Além de Arak, Israel afirma ter atacado outras duas centrais nucleares iranianas: Isfahan e Natanz. Esta última é considerada a maior instalação de enriquecimento de urânio no Irão.

Os ataques israelitas ao Irão, que se têm intensificado ao longo da última semana, incluíram também um bombardeamento à televisão pública iraniana. O ataque ocorreu na passada segunda-feira, durante uma emissão em direto. Segundo a estação estatal, quatro bombas caíram sobre o edifício principal.

A Federação Internacional de Jornalistas confirmou a morte de pelo menos quatro pessoas, entre jornalistas e outros trabalhadores do canal.


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A força da explosão e o incêndio que se seguiu deixaram o hospital parcialmente destruído. Com cerca de 1.000 camas, o Soroka tem agora várias enfermarias destruídas e foi obrigado a transferir os doentes que inspiram mais cuidados.