sábado, 12 de julho de 2025

África Austral é "linha da frente" da competição entre EUA e China... A consultora Oxford Economics considera que a África Austral, que inclui Angola e Moçambique, é a "linha da frente da competição global por recursos naturais", com os Estados Unidos da América e a China a disputarem influência.

© Shutterstock   Lusa  12/07/2025 

Num comentário à 17.ª Cimeira de Negócios Estados Unidos da América-África, realizada em junho em Luanda, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que "a luta pelo poder entre os EUA e a China em África ganhou dimensão depois de Pequim ter anunciado a intenção de remover todas as tarifas sobre 53 países africanos". 

"Esta rivalidade entre os EUA e a China elevou a importância geopolítica da África Austral, tornando a região na linha da frente da competição global por recursos naturais", escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica.

Os EUA, por outro lado, "estão a aumentar a sua presença através da Parceria de Segurança dos Minerais e têm direcionado o financiamento de investimentos para infraestruturas com o objetivo de equilibrar o domínio chinês, como por exemplo no corredor do Lobito", dizem os analistas.

A grande diferença de atuação das duas potências económicas em África está, argumentam, no tipo de abordagem: "a China ganhou uma pegada significativa através de investimentos de longo prazo em estradas, caminhos de ferro e infraestruturas de energia", enquanto a postura dos EUA "é mais focada e transacional".

Neste sentido, o corredor do Lobito "é uma alternativa atrativa às atuais rotas de transporte, que obrigam os condutores de camiões a superarem estradas esburacadas e esperar dias a fio nas filas, por vezes superiores a 50 quilómetros, até à alfândega".

O corredor do Lobito, que liga o porto angolano do Lobito, em Benguela, à Republica Democrática do Congo (RDCongo), é operado por um consórcio europeu composto pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, numa concessão de 30 anos com o governo angolano, e é considerado um eixo estratégico para escoar minerais, facilitar as exportações e promover a agroindústria.

A infraestrutura abrange o porto do Lobito, o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) e os terminais logísticos ao longo da linha ferroviária de mais de 1.300 quilómetros, que liga o litoral angolano à RDCongo, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié, Moxico e Moxico-Leste.

Em junho, à margem da cimeira EUA-África, o Fundo Soberano de Angola (FSDEA) e o empresário israelita Haim Taib anunciaram o lançamento de uma plataforma para mobilizar mil milhões de dólares para projetos no Corredor do Lobito, com um investimento inicial de 100 milhões de dólares.

A Plataforma de Desenvolvimento e Investimento do Corredor do Lobito (LCID Platform) vai funcionar como uma estrutura independente para acelerar investimentos em setores considerados catalisadores de desenvolvimento, incluindo agricultura, infraestruturas, saúde, indústria, educação e inclusão digital.

"Com uma redução projetada dos custos de transporte até 40% e um aumento do comércio intra-SADC [Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral] de até 40%, o Corredor do Lobito tornar-se-á uma das artérias económicas mais estratégicas de África," afirmou o presidente do FSDEA, Armando Manuel, citado num comunicado da empresa no final de junho.

O empresário revelou ainda que decorrem negociações avançadas para que a Zâmbia integre a plataforma, alargando o alcance da iniciativa para lá das fronteiras de Angola e da RDCongo, para ligar, a longo prazo, o porto moçambicano da Beira, no Oceano Índico, ao Atlântico, atravessando África de leste a oeste.


Vestido de óleo de bebé. 50 Cent volta a atacar Sean Diddy Combs... 50 Cent, um dos maiores rivais de Sean Diddy Combs, não perdeu a oportunidade de gozar com o rapper ao partilhar um vídeo no qual este desfila com um vestido de óleo de bebé, numa referências aos crimes de que foi acusado.

50 Cent; Diddy  © Getty Images    noticiasaominuto.com   12/07/2025 

50 Cent tem sido um dos maiores críticos de Sean 'Diddy' Combs desde que o rapper se viu envolvido num escândalo sexual que o levou à prisão em setembro de 2024, após uma investigação policial. 

Esta sexta-feira, 11 de julho, o artista de 'Candy Shop' não perdeu a oportunidade de voltar a gozar com Combs ao partilhar um vídeo no qual este 'desfila' com um vestido cor-de-rosa de óleo de bebé. 

A música do vídeo também não foi escolhida ao acaso, uma vez que se intitula 'Baby Oil Freak Off Party'. 

"Não sabia que o Diddy desfilou para o Michael Amiri", escreveu 50 Cent na legenda da partilha. 

A piada refere-se a um dos pormenores mais polémicos do caso policial. No ano passado, numa busca que o FBI fez às propriedades de Diddy, encontrou mais de mil frascos de óleo para bebé, os quais, alegadamente, seriam usados nas famosas festas de sexo organizadas pelo rapper, que ficaram conhecidas como 'Freak Offs'. 

Porque é que 50 Cent não suporta Diddy?

A quezília entre os dois rappers já é antiga. Em 'The Bomb', música que lançou em 2006, 50 Cent acusava Diddy de ter conhecimento da identidade do assassino de Christopher Wallace, mais conhecido como The Notorious B.I.G.

Wallace, recorde-se, foi morto a tiro em Los Angeles em 1997, enquanto viajava com a sua equipa, na qual Combs, conhecido como Puff Daddy, estava incluído (contudo, o artista seguia num carro diferente). 

Para 50 Cent, Combs também estará de alguma maneira ligado ao assassinato de Tupac Shakur, em 1996.

Numa entrevista que deu ao The Hollywood Repórter, o amigo de Eminem chegou a revelar o motivo pelo qual não gostava de Diddy. "Ele perguntou-me se me podia levar às compras. Achei que aquela era a merda mais estranha do mundo, porque isso é algo que um homem diz a uma mulher. Foi do tipo: 'não, não vou brincar com esta energia estranha ou merda estranha'. Desde aí que não me sinto confortável com ele", garantiu.

Mais tarde acrescentou: "Nunca fui sequer a uma festa com ele. O Puff é um homem de negócios; quando as pessoas dizem que é um produtor, vejo que se aproveitou delas, ele produziu coisas que tirou. E ficou com os créditos. Ele não é produtor. Consegue é tirar vantagens do negócio e criar em cima disso. Não tenho qualquer interesse em fazer isso. Eu enquadro-me no lado criativo. Não queria embarcar nisso".

O documentário de 50 Cent

Pouco tempo depois de Diddy ter sido detido, a imprensa internacional revelou que 50 Cent teria assinado um contrato com a Netflix para produzir uma série documental sobre o caso, uma vez que este terá tido acesso a provas e informações únicas ao longo dos anos. Não se sabe quando é que estreia.

O julgamento de Sean 'Diddy' Combs

No dia 2 de julho, Diddy festejou a decisão do júri do tribunal de Nova Iorque após ter sido ilibado dos crimes mais graves de que estava acusado, nomeadamente  tráfico sexual e organização criminosa. Contudo, foi considerado culpado dos crimes relacionados com transporte de pessoas para a prostituição - pelos quais poderá ser condenado a 10 anos de prisão (pena máxima). Este aguarda a decisão do tribunal na cadeia, uma vez que o pedido de fiança foi-lhe negado, uma vez mais, pelo juiz.

Três sintomas de que não está a comer proteína suficiente... A proteína é um macronutriente essencial, assim como os hidratos de carbono e as gorduras, na nossa dieta. Saiba se o seu consumo de proteína é suficiente e a forma mais saudável de o aumentar.

© Shutterstock   noticiasaominuto.com   12/07/2025 

Numa altura em que a proteína é tema recorrente, com cada vez mais produtos no supermercado a enaltecer a quantidade de proteína que contêm, talvez já tenha pensado se está a consumir níveis suficientes.

A proteína é um macronutriente essencial, assim como os hidratos de carbono e as gorduras, na nossa dieta. Todas as células do nosso corpo contêm proteína e o consumo deste nutriente é essencial para reparar e produzir novas células.

Afinal, qual a medida de proteína que precisamos?

A recomendação é de 0,8 gramas de proteína por quilo de peso, por dia e por adulto. 

No entanto, o número pode variar de acordo com a idade, o nível de atividade física, os objetivos de saúde e o historial médico. Por exemplo, uma mulher na perimenopausa ou na menopausa pode precisar de 1 a 1,2 gramas por quilo, explica a dietista Rebecca Blake ao site Parade.

Três sinais de que não está a consumir proteína suficiente

Este nutriente vital é necessário para manter a massa muscular, equilibrar o sistema hormonal e a função imunológica do corpo, refere a também dietista Tamar Samuels. É também importante para a saúde dos ossos, a regulação do açúcar no sangue e o humor.

E o que pode acontecer se não consumir o suficiente?

1- Vai estar sempre com fome

A proteína dá energia e confere a sensação de saciedade. Por isso, quando não consome proteína suficiente, pode sentir mais fome do que o habitual, ou até sensação de fraqueza. A fome pode surgir mesmo quando está a ingerir o número adequado de calorias. "O aumento do apetite pode ser a tentativa natural do organismo de aumentar o consumo de proteína para satisfazer as suas necessidades nutricionais", indica Samuels, citada pela referida publicação.

2- Pode ter problemas de cabelo, unhas e pele

O cabelo, a pele e as unhas são constituídos principalmente pela proteína queratina, pelo que uma deficiência pode afetá-los. Não ingerir proteína suficiente pode levar à queda de cabelo ou a unhas quebradiças, ou até pele mais seca.

3- Perda de peso (não intencional)

"Os indivíduos que seguem dietas pobres em proteína sofrem frequentemente este tipo de perda de peso sem o tentarem, o que indica uma ingestão inadequada", refere Samuels.

A baixa ingestão de proteína pode contribuir para uma perda de massa muscular, o que também pode afetar o seu peso.

Como aumentar o consumo de proteína

Foque-se na qualidade. Opte sempre por proteína "de fontes naturais e sem serem processadas", recomenda Pashko. Como por exemplo, ovos, feijões, leguminosas, peixe, aves, iogurte grego, carne e lacticínios.

"Quando damos prioridade aos alimentos integrais, o nosso corpo faz a quantidade ideal de trabalho para decompor e utilizar os nutrientes. Este processo digestivo contribui para uma sensação de saciedade que dura mais tempo do que quando consumimos proteínas que já estão decompostas, como as que encontramos em pós e batidos de proteínas", explica Blake.


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O WOOHOO abre portas em setembro e não deixará o elemento humano completamente de parte. A IA - de nome ‘Chef Aiman’ - criará o menu e os pratos serão depois refinados por cozinheiros humanos.

OBRAS AVANÇAM NO TROÇO AEROPORTO-QUINHAMEL NO ÂMBITO DO CONTRATO QUINHAMEL-BIOMBO

Por Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo   12/07/2025 

As obras de reabilitação do troço que liga o Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira à vila de Quinhamel encontram-se em curso, com intervenções em pontos críticos da via.

 Nesta fase, os trabalhos concentram-se na aplicação de revestimento Bi-Couche nas zonas mais degradadas, onde o nível de deterioração do alcatrão compromete significativamente a circulação.

A intervenção insere-se no contrato de pavimentação e requalificação da estrada Quinhamel-Biombo, adjudicado ao consórcio Armando Cunha & General World, no valor de 16 mil milhões de francos CFA, financiado pelo tesouro público.

Embora o contrato principal preveja a construção de 23 quilómetros de estrada entre Quinhamel e Biombo, o troço Aeroporto-Quinhamel está a beneficiar de reabilitação pontual, de modo a garantir maior segurança e fluidez no trânsito até que a empreitada avance para os seus próximos passos.


Cerca de 200 imigrantes detidos durante rusgas em quintas na Califórnia... As autoridades federais de imigração disseram sexta-feira que prenderam cerca de 200 imigrantes suspeitos de estarem ilegalmente no país, em rusgas efetuadas um dia antes em duas quintas de canábis na Califórnia.

© Getty Images    Lusa  12/07/2025

Numa das quintas, houve momentos de confronto com manifestantes, que estavam no exterior em protesto, e as autoridades durante a operação.

 O Departamento de Segurança Interna informou num comunicado que as autoridades executaram mandados de busca criminal em Carpinteria e Camarillo, na Califórnia, na quinta-feira. Prenderam imigrantes suspeitos de estarem no país ilegalmente e adiantaram que havia também, pelo menos, 10 crianças imigrantes no local, segundo o comunicado.

 Quatro cidadãos americanos foram presos por "agressão ou resistência aos oficiais", disse o departamento. As autoridades estavam a oferecer uma recompensa de 50.000 dólares por informações que levassem à prisão de uma pessoa suspeita de disparar uma arma contra agentes federais. Pelo menos um trabalhador foi hospitalizado com ferimentos graves.

 Durante a rusga, multidões de pessoas reuniram-se no exterior da Glass House Farms, na localização de Camarillo, para exigir informações sobre os seus familiares e protestar contra a aplicação da lei da imigração.

O cenário caótico surgiu no exterior da quinta, que cultiva tomates, pepinos e canábis, quando as autoridades, vestidas com capacetes e uniformes, enfrentaram os manifestantes. O fumo verde e branco que se espalhava obrigou os membros da comunidade a retirarem-se.

A Glass House, um produtor de canábis licenciado na Califórnia, afirmou num comunicado que os agentes de imigração tinham mandados válidos. A empresa disse que os trabalhadores foram detidos e que está a ajudá-los a terem representação legal.

 "A Glass House nunca violou conscientemente as práticas de contratação aplicáveis e não emprega e nunca empregou menores", garantiu.

 Depois de os agentes da imigração terem chegado à quinta da Glass House em Camarillo na quinta-feira de manhã, os trabalhadores telefonaram aos membros da família para os avisar que as autoridades estavam lá. Familiares e defensores dirigiram-se à quinta a cerca de 80 quilómetros a noroeste do centro de Los Angeles para tentar perceber o que se passava e começaram a protestar no exterior.

 As autoridades federais formaram uma fila bloqueando a estrada que atravessa os campos da fazenda até as estufas da empresa. Os manifestantes foram vistos a gritar com os agentes que usavam equipamento de camuflagem, capacetes e máscaras de gás. O fumo que se espalhava fez com que os manifestantes se retirassem.

 Os bombeiros de Ventura County, que responderam a uma chamada para o 112 de pessoas com dificuldades respiratórias, disseram que três pessoas foram levadas para hospitais próximos.

 O incidente ocorreu num momento em que os agentes federais de imigração aumentaram as detenções no sul da Califórnia em lavagens de automóveis, quintas e parques de estacionamento da Home Depot, alimentando o medo generalizado entre as comunidades imigrantes.

 O Department of Homeland Security (Departamento de Segurança Interna) disse hoje em comunicado que a investigação sobre imigração e potenciais violações de trabalho infantil na quinta está em curso. A agência disse que centenas de manifestantes tentaram perturbar as operações, levando à prisão de quatro americanos.

 "Iremos processar até ao limite máximo da lei qualquer pessoa que agrida ou faça frente à aplicação da lei federal", afirmou a secretária adjunta Tricia McLaughlin numa declaração.

 O Serviço de Imigração e Alfândegas e o Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras participaram na operação, segundo o comunicado.


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Rússia afirma que Coreia do Norte ajudou na "libertação de Kursk"... O chefe da diplomacia da Rússia, Sergei Lavrov, reconheceu hoje o envolvimento de soldados norte-coreanos na "libertação da região de Kursk" e descreveu-o como prova da "irmandade inquebrável" entre os dois países.

Por LUSA 

"Os soldados do Exército Popular da Coreia, juntamente com os soldados russos, à custa de sangue e até de vidas, trouxeram mais perto a libertação da região de Kursk dos nazis ucranianos", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

O exército ucraniano conseguiu tomar centenas de quilómetros quadrados na região de Kursk, após uma ofensiva surpresa, lançada em agosto de 2024. Moscovo anunciou a recaptura do território em abril, após meses de combates.

De acordo com a agência de notícias estatal russa Tass, Lavrov falava na cidade de Wonsan, no sudeste da Coreia do Norte, durante um encontro com a homóloga norte-coreana, Choi Son-hee.

De acordo com a agência de notícias russa Interfax, Choi afirmou que as autoridades norte-coreanas "apoiarão incondicional e inabalavelmente a política russa de proteção da soberania estatal e da integridade territorial".

Algo que faz parte da "escolha estratégica" e da vontade da Coreia do Norte em defender a "justiça internacional em oposição às maquinações hegemónicas dos imperialistas", acrescentou a ministra.

Realçando o "nível de cooperação" com a Rússia, a chefe da diplomacia da Coreia do Norte destacou "o desejo e a aspiração" de ambos os países de "aprofundar ainda mais a sua troca estratégica de pontos de vista".

Choi apelou ainda a "expandir e desenvolver as relações tradicionais de amizade e cooperação em todas as áreas", para fortalecer relações que "já atingiram o nível de cooperação inquebrável".

Sergei Lavrov permanecerá na Coreia do Norte até domingo, numa nova ronda de consultas políticas com as autoridades do país.

Na sexta-feira, Lavrov afirmou que a Rússia vai proteger a Coreia do Norte de provocações de outros países, antes de viajar de Kuala Lumpur, onde participou numa cimeira de ministros dos Negócios Estrangeiros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), para Pyongyang.

Os laços militares entre Moscovo e Pyongyang fortaleceram-se após a assinatura de um tratado de parceria estratégica em 2024, que inclui uma cláusula de defesa mútua.

Pyongyang também enviou tropas para apoiar a invasão russa da Ucrânia.

De acordo com dados do Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul, cerca de 15 mil soldados norte-coreanos participaram na guerra até à data, com baixas estimativas em mais de 4.700, incluindo cerca de 600 mortes.

UMARO SISSOCO EMBALÓ JULGADO PELA APARÊNCIAS?


sexta-feira, 11 de julho de 2025

EUA vão construir nova embaixada em Bissau após 27 anos

PR Sissoco Embaló     Podw.com/pt  11/07/2025

Os EUA vão iniciar a construção da nova embaixada em Bissau, fechada há 27 anos. O Presidente Umaro Sissoco Embaló anunciou o arranque das obras após a época das chuvas, reforçando laços bilaterais.

O Presidente guineense afirmou hoje que os Estados Unidos da América vão iniciar as obras de construção de raiz da sua embaixada em Bissau, encerrada há 27 anos, na sequência do conflito político-militar na Guiné-Bissau.

As obras serão iniciadas logo após a época das chuvas, que normalmente termina em outubro, num terreno que o Governo norte-americano já adquiriu, disse Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense fez este anúncio hoje em Bissau, durante o balanço da sua recente visita aos Estados Unidos da América (EUA), juntamente com mais quatro líderes de países africanos, a convite do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Sobre a visita e o encontro com o líder norte-americano, Sissoco Embaló disse tratar-se de algo normal, como já tinha sido com os Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da França, Emmanuel Mácron.

Embaló disse ter dito isso mesmo a uma pessoa que lhe perguntou, na quinta-feira, numa visita que realizou a um instituto da paz em Washington, qual era a sua sensação após se ter encontrado com Donald Trump.

"Disse-lhe que me encontrei com o meu homólogo, é como me ter encontrado com o Presidente Xi Jinping ou Putin, embora este seja um homem impressionante", referiu o Presidente guineense.

"Um país soberano e não-alinhado"

Umaro Sissoco Embaló disse ter repetido diante de Trump que a Guiné-Bissau "é um país soberano e não-alinhado" a quem ninguém pode ditar o que fazer ou visitar.

"Somos coitados, mas dignos", observou Embaló, salientando, contudo, que o país está aberto a receber empresários norte-americanos em prospeção de oportunidades de negócios, que adiantou a Trump existirem na Guiné-Bissau.

O chefe de Estado guineense disse ter informado o líder norte-americano de que a Guiné-Bissau, embora ainda não esteja a explorar recursos naturais, poderá ter potencialidades nesses domínios, por se situar na mesma bacia de países como o Senegal e a Guiné-Conacri.

Estes dois países, disse Embaló, têm e já estão a explorar diversos recursos naturais.

O Presidente guineense aproveitou o encontro com jornalistas para anunciar que irá realizar ainda este ano uma visita de Estado aos EUA, antes das eleições legislativas e presidenciais guineenses, que o próprio marcou para 23 de novembro próximo. 


O Diretor Geral da Energia Carlos Handem, prestou esclarecimentos sobre o desmantelamento de postos de eletrificação financiados pelo Banco Mundial no âmbito do projecto de expansão da rede elétrica nacional.

“Não há qualquer surpresa. Não basta apenas sentar-se à mesa, é preciso estar preparado.” — Domingos Simões Pereira, sobre a visita de alguns líderes africanos ao Salão Oval com Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos.

Número de mortos em protestos no Quénia sobe para 38

Por LUSA 

Pelo menos 38 pessoas foram mortas após os protestos violentos de segunda-feira no Quénia, segundo novo balanço divulgado hoje pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia (KNCHR, na sigla em inglês).

Um relatório anterior, divulgado na terça-feira pela KNHCR, uma instituição pública, mas independente, indicou 31 mortes.

Este é o maior número de mortos desde que os protestos contra o Presidente, William Ruto, começaram, há mais de um ano, e abalaram o país do leste de África.

Na segunda-feira, no dia de "Saba Saba" ("Sete, Sete" em suaíli, uma referência à revolta pró-democracia de 07 de julho de 1990), a polícia mobilizada em grande número cortou as principais vias de acesso a Nairobi, capital do país, cujas ruas estavam vazias.

Confrontos entre a polícia e manifestantes ocorreram nos arredores da cidade.

A KNHRC anunciou, em comunicado, que o número de "vítimas agora é de trinta e oito pessoas" e que outras 130 ficaram feridas.

Segundo a comissão, as três cidades com mais vítimas são Kiambu (oito), Nairobi (seis) e Kaijado (seis).

Na terça-feira, a ONU declarou estar "muito perturbada" com os primeiros números publicados no dia anterior, referindo-se a "assassínios".

Na quarta-feira, o Presidente Ruto lançou um aviso firme contra aqueles que pretendem "derrubar" o Governo e avisou que a polícia iria disparar contra "os saqueadores", o que motivou reações do principal partido da oposição.

Desde há um ano, o Quénia vive uma vaga de manifestações, desencadeada em junho de 2024 por um controverso projeto de lei orçamental, criticado em especial pelos jovens.

O movimento tem sido severamente reprimido pela polícia e, com este último número de mortos, já fez mais de uma centena de vítimas mortais.

As organizações de defesa dos direitos humanos estão a denunciar a responsabilidade da polícia na violência, na morte de manifestantes e nos muitos desaparecimentos forçados.

No dia 25 de junho de 2024, a KNCHR registou 19 mortes ocorridas nas manifestações realizadas nos dias anteriores e que já se tinham transformado em confrontos entre os manifestantes e a polícia.

Nos dias que se seguiram, o Governo afirmou ter "frustrado um golpe de Estado", enquanto os manifestantes o acusaram de ter contratado homens armados para desacreditar o seu movimento.

A violência policial manchou a imagem do Quénia, que até agora era considerado um dos poucos Estados estáveis e democráticos numa região conturbada.

Nigéria recusa-se a receber cidadãos deportados dos EUA: "Pressão"... O ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria anunciou hoje que o país se recusa a aceitar 300 cidadãos venezuelanos que serão deportados dos Estados Unidos da América até porque já têm "230 milhões de habitantes".

Por LUSA 

Os Estados Unidos da América (EUA) estão a exercer uma pressão considerável sobre os países africanos para que aceitem venezuelanos deportados, alguns diretamente das prisões", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Yusuf Tuggar, em entrevista ao cança africano Channels Television, na quinta-feira.

Será difícil para a Nigéria aceitar prisioneiros venezuelanos, pelo amor de Deus. Já temos problemas suficientes (...) Somos mais de 230 milhões de pessoas", acrescentou.

Trump contactou pelo menos quatro nações africanas - Benim, Essuatíni, Líbia e Ruanda - para acolherem deportados sendo que, no início do mês, oito pessoas foram enviadas para o Sudão do Sul, após uma batalha judicial que as levou a ficarem detidas no Djibuti durante várias semanas, segundo o órgão de comunicação social britânico BBC.

Esta semana, o chefe de Estado norte-americano reuniu com cinco homólogos africanos do Gabão, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal e o norte-americano Wall Street Journal noticiou que este foi um dos temas abordados e que Trump os pressionou para tal.

Contudo, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse aos repórteres que Trump levantou a questão das deportações para países terceiros, mas não lhes pediu "para receber de volta os imigrantes".

A deportação de pessoas para países terceiros tem sido uma prática do Governo Trump aos migrantes indocumentados, nomeadamente com o envio de centenas para uma prisão em El Salvador e para o Panamá, países da América Central.

Os EUA ameaçaram o bloco político BRICS - do qual faz parte a Nigéria - com taxas o que, para Tuggar, é uma medida que está relacionada precisamente com a questão das deportações, noticiou o meio de comunicação social francês RFI.

Especificamente sobre a Nigéria, Trump anunciou uma tarifa de 10% aos produtos deste país da África Ocidental.

Também esta semana, terça-feira, os EUA anunciaram novas restrições para vistos a cidadãos nigerianos que não se enquadram nas categorias de "imigração" ou "diplomacia", uma medida que tem sido considerada vingativa, apesar da diplomacia norte-americana ter negado hoje essa retórica.

De acordo com o aviso publicado no 'site' da embaixada norte-americana na Nigéria, os vistos emitidos serão estritamente de entrada única e não excederão um período máximo de três meses.

Até agora, os nigerianos podiam beneficiar de vistos de múltiplas entradas, com validades muito superiores.

Os estudantes, comerciantes e turistas nigerianos terão, portanto, muito mais dificuldade em viajar para os EUA, noticiou a RFI. 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros nigeriano considerou que "esta decisão parece contrária aos princípios de reciprocidade, equidade e respeito mútuo que devem orientar as relações bilaterais entre nações amigas".

Por isso, pediram "respeitosamente" aos Estados Unidos que reconsiderem esta decisão "num espírito de parceria e cooperação".

Em 2024, a Nigéria representava 20% dos vistos de não imigrantes distribuídos pelos EUA, sendo esta a nação africana que mais jovens tem lá a estudar.

Segundo o comunicado de hoje da embaixada dos EUA em Abuja "a verdadeira razão para as restrições de vistos são os padrões técnicos e de segurança que tinham de ser respeitados".

Trump admite que EUA estão a passar armas para Kyiv compradas pela NATO... Os EUA estão a vender armas aos seus aliados da NATO na Europa para que estes as possam fornecer à Ucrânia, admitiu hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump.

Por LUSA 

"Estamos a enviar armas para a NATO, e a NATO está a pagar por essas armas, a 100%", disse Trump numa entrevista à cadeia televisiva NBC, na noite de quinta-feira.

O que está a acontecer é que as armas que estão a ser enviadas vão para a NATO. E depois a NATO vai doá-las (à Ucrânia). E a NATO vai pagar por elas", explicou Trump.

Também hoje, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, informou que algumas das armas fabricadas nos EUA que a Ucrânia procura estão a ser utilizadas por aliados da NATO na Europa.

"É muito mais rápido transportar algo, por exemplo, da Alemanha para a Ucrânia do que encomendá-lo a uma fábrica (nos EUA) e levá-lo até lá", explicou Rubio aos jornalistas, durante uma visita a Kuala Lumpur, na Malásia.

A Ucrânia precisa urgentemente de mais sistemas de defesa aérea Patriot fabricados nos EUA para deter mísseis balísticos e de cruzeiro russos.

O Governo de Trump deu sinais contraditórios sobre a sua disponibilidade para prestar mais ajuda militar vital à Ucrânia durante os seus mais de três anos de luta contra a invasão russa.

Contudo, após uma pausa em alguns envios de armas, Trump assegurou que continuará a enviar armas defensivas para a Ucrânia.

As autoridades norte-americanas informaram esta semana que munições de 155 mm e foguetes guiados de precisão estão a caminho da Ucrânia.

Na quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que a Ucrânia pediu aos países estrangeiros que lhe forneçam mais 10 sistemas e mísseis Patriot.

A Alemanha, Espanha e outros países europeus possuem sistemas de mísseis Patriot, e alguns fizeram encomendas de mais, explicou Rubio.

A Alemanha está pronta para fornecer dois sistemas, e a Noruega concordou em fornecer um.

Zelensky também disse que a Ucrânia precisa de mais 'drones' intercetores, para abater os 'drones' Shahed de fabrico russo.


Leia Também: "Apoio de Portugal à Ucrânia é compromisso inabalável, rumo a paz justa" 

PAM suspende assistência a vários países africanos. Porquê?... O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou hoje a suspensão de assistência alimentar e nutricional a vários países africanos devido à falta de financiamento da agência, nomeadamente por causa dos cortes na ajuda externa dos Estados Unidos da América.

Por LUSA 

De acordo com o alerta desta agência das Nações Unidas, a suspensão das operações já está em curso na Mauritânia, Mali e República Centro-Africana, onde os 'stocks' alimentares "só deverão durar algumas semanas".

A distribuição de ajuda já foi também significativamente reduzida nos campos de refugiados nigerianos nos Camarões, lamentou o PAM.

"Estamos a fazer tudo o que podemos para dar prioridade às atividades mais vitais, mas sem um apoio urgente dos nossos parceiros, a nossa capacidade de resposta diminui de dia para dia. Precisamos de financiamento contínuo para manter o fornecimento de alimentos e a esperança viva", declarou a diretora regional do PAM, Margot van der Velden, à agência Associated Press.

Para a agência da ONU, a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de cortar os fundos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na siglaem inglês) e o financiamento vital às Nações Unidas deixou muitas agências humanitárias em dificuldades para sobreviver.

Calcula-se que milhões de pessoas sejam afetadas de forma imediata, incluindo 300.000 crianças na Nigéria em risco de "desnutrição severa", o que eleva o risco de morte, segundo dados do PAM.

O Comité Internacional de Resgate (IRC, na sigla em inglês) indicou este mês que houve um aumento de 178% nas admissões em internamento nas suas clínicas entre março e maio no norte da Nigéria, onde 1,3 milhões de pessoas dependem da ajuda do PAM.

Os deslocados no Mali não recebem alimentos de emergência desde junho, precisamente no início do período em que a produção alimentar atinge os níveis mais baixos no Sahel.

Apesar da contínua chegada de refugiados provenientes do Darfur do Norte, devido ao conflito em curso no Sudão, os fornecimentos de emergência no Chade só deverão durar até ao final do ano.

O Níger enfrenta uma suspensão total da ajuda alimentar até outubro.

Estes países já estão mergulhados em crises humanitárias agravadas por ataques constantes de diversos grupos terroristas, que provocaram milhares de mortos e milhões de deslocados, segundo a ONU. Os ataques são ainda intensificados pelas alterações climáticas, que têm afetado as colheitas e fragilizado as economias de vários países do continente.

O PAM afirma precisar de 494 milhões de dólares (cerca de 423 milhões de euros) para cobrir as operações na segunda metade de 2025, mas os fundos estão completamente esgotados, forçando a organização a dar prioridade aos grupos mais vulneráveis.

Formação em Segurança Rodoviária arranca com apoio do Ministério do Interior... O Colectivo de Condutores e Proprietários de Transportes Rodoviários da Guiné-Bissau (CCPTR) deu início esta quinta-feira, 11 de julho, à formação oficial em segurança rodoviária, numa ação realizada em estreita parceria com o Ministério do Interior. A formação decorre até dia 14 do corrente mês, sob o lema "ZERO ACIDENTE NA GUINÉ-BISSAU".

PR General Umaro Sissoco Embaló faz balanço da visita à EUA no quadro da Cimeira de Alto Nível, organizanda pelo Presidente Donald Trump


O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, regressado de Washington, destacou à imprensa os principais pontos da sua deslocação oficial aos Estados Unidos.

Durante a visita, o Chefe de Estado participou numa cimeira com o Presidente Donald Trump e outros líderes africanos, sublinhando a importância do encontro para o reforço das relações bilaterais e parcerias económicas.

O Presidente esteve ainda acompanhado da Ministra da Justiça e da Direcção da Polícia Judiciária, que mantiveram contactos com a DEA para aprofundar a cooperação no combate ao narcotráfico.

A agenda incluiu também uma reunião com empresários na Câmara de Comércio dos EUA, com foco nas oportunidades de investimento na Guiné-Bissau.

Sobre a organização da próxima Cimeira da CPLP, prevista para 18 de julho, o Presidente assegurou que os preparativos estão em curso.

Para concluir, reafirmou o respeito profundo por figuras históricas da luta pela independência, como Amílcar Cabral e Nino Vieira.

Exército da Nigéria mata centenas de alegados membros de grupo criminoso... Uma emboscada montada pelo exército da Nigéria matou pelo menos 150 alegados membros de um grupo criminoso, no estado de Kebbi, no noroeste do país, disse um político local.

Por LUSA 

"Mais de 150 bandidos foram mortos durante a operação militar, que envolveu tropas terrestres e caças", disse, na quinta-feira, Husaini Bena, administrador político do distrito de Danko-Wasagu.

As tropas montaram uma emboscada a uma caravana de membros de um grupo armado que passava por aldeias no estado de Kebbi na quarta-feira, originando um tiroteio de duas horas entre o exército e o grupo.

Os soldados obrigaram os membros do grupo criminoso a recuar, e os caças do exército "bombardearam-nos enquanto fugiam", acrescentou Bena.

Num comunicado, o diretor de segurança do governador local, Abdulrahman Zagga, confirmou o incidente e disse que as tropas lutaram contra cerca de 400 membros do grupo, "eliminando um grande número".

Nos últimos anos, grupos armados intensificaram os ataques em zonas rurais do noroeste e centro da Nigéria, onde a presença do Estado é fraca, saqueando aldeias e matando residentes ou raptando-os para pedir resgates.

No domingo, pelo menos 40 membros de um grupo de autodefesa morreram durante um ataque de um grupo armado a uma aldeia no centro da Nigéria, avançou a agência de notícias France-Presse (AFP), citando locais e a Cruz Vermelha.

O secretário da Cruz Vermelha do estado de Plateau, Nuruddeen Hussain Magaji, disse à AFP que "centenas de milicianos de autodefesa foram emboscados" no domingo na aldeia de Kukawa.

O ataque ocorreu quando o grupo de autodefesa se reagrupava após confrontos que causaram dez mortes entre os milicianos na aldeia vizinha de Bunyun, segundo um morador.

Regularmente assolado por tensões intercomunitárias, nomeadamente entre agricultores sedentários e criadores de gado nómadas que disputam o acesso à terra e aos recursos, o estado de Plateau tem vivido nos últimos meses uma escalada de violência.

"De acordo com os primeiros relatos do nosso pessoal no terreno, pelo menos 30 corpos foram levados para um hospital local e alguns feridos foram transferidos para um hospital no estado vizinho de Bauchi", referiu Magaji.

No centro da Nigéria, as terras disponíveis para a agricultura e a pecuária estão a diminuir em resultado das alterações climáticas e da expansão humana, o que leva a confrontos.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Juiz suspende ordem de Trump contra cidadania por nascimento... Um juiz federal norte-americano suspendeu hoje a ordem executiva do Presidente Donald Trump contra o direito de cidadania por nascimento nos Estados Unidos, uma das medidas mais controversas do seu segundo mandato.

Por LUSA 10/07/2025

Todos os tribunais e instâncias de recurso que se pronunciaram sobre o decreto suspenderam a sua entrada em vigor em todo o país, por o considerarem inconstitucional, mas o Supremo Tribunal, de maioria conservadora, limitou a 27 de junho o poder dos juízes para bloquearem decisões executivas que considerem ilegais. 

Um juiz federal em New Hampshire (nordeste) suspendeu hoje o decreto, como parte de uma ação coletiva em nome de qualquer pessoa nascida nos Estados Unidos em ou após 20 de fevereiro e, portanto, potencialmente afetada.

A administração Trump tinha pedido ao Tribunal que não revogasse a suspensão da sua ordem executiva, mas que limitasse o âmbito das suspensões apenas aos indivíduos que levaram o assunto a tribunal.

O princípio da cidadania por direito de nascença, consagrado na 14ª Emenda da Constituição, prevê que cada criança nascida nos Estados Unidos é automaticamente um cidadão norte-americano, estando em vigor há mais de 150 anos.

A mais alta instância judicial norte-americana não se pronunciou sobre a constitucionalidade da ordem executiva, mas autorizou as agências federais a desenvolver e emitir orientações para a sua implementação, a partir de um mês após a sua decisão.

O decreto proíbe o governo federal de emitir passaportes, certificados de cidadania ou outros documentos a crianças cuja mãe esteja nos Estados Unidos de forma ilegal ou temporária, e cujo pai não seja cidadão norte-americano ou residente permanente.

Donald Trump assinou o decreto à chegada à Casa Branca, a 20 de janeiro, declarando que queria combater a imigração ilegal.

A influente organização de defesa dos direitos civis ACLU, um dos grupos envolvidos neste caso, celebrou em comunicado esta decisão como uma "grande vitória" que "protege os direitos de cidadania de todas as crianças nascidas em solo americano".

"Desde a decisão do Supremo Tribunal que os pais vivem com medo e incerteza, questionando se os seus filhos devem ou não nascer noutro estado e se os seus bebés correm o risco de serem deportados", disse Aarti Kohli, diretora da ONG Asian Law Caucus, citada em nota da ACLU.

O juiz adiou a entrada em vigor da sua decisão por uma semana, para dar tempo ao governo para recorrer.

O Supremo Tribunal definiu 27 de julho como prazo para permitir que o executivo Trump implemente parcialmente o decreto.


Leia Também: Estados Unidos da América v. Donald Trump...     As democracias não morrem apenas quando as leis são revogadas, mas quando deixam de ser respeitadas. A democracia americana já foi testada e sobreviveu. Mas da autocracia, como já devíamos ter aprendido, não se regressa apenas com votos

MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS DESLOCA-SE À VENEZUELA PARA DESBLOQUEAR ACORDO DE COOPERAÇÃO BILATERAL

Por Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo  10/07/2025 

O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Engenheiro José Carlos Esteves, encontra-se em Caracas, capital da Venezuela, no âmbito da implementação do acordo binacional assinado entre os dois países.

A visita tem como principal objetivo dar seguimento aos compromissos assumidos durante a deslocação do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, à Venezuela, onde foi recebido pelo seu homólogo, Nicolás Maduro. O acordo prevê apoios concretos da parte venezuelana nos sectores da habitação e das infraestruturas rodoviárias.

Entre os pontos acordados, destaca-se o apoio venezuelano à Guiné-Bissau na definição de uma estratégia para a construção de habitações sociais de baixo custo. Para isso, será partilhada a experiência do programa “Gran Misión Vivienda Venezolana”, com vista à implementação de um projeto-piloto de 200 habitações no território guineense.

Outro eixo fundamental da cooperação prende-se com o setor das estradas. A Venezuela comprometeu-se a doar entre 1.500 e 3.000 toneladas de betume, material essencial para o desenvolvimento da rede rodoviária nacional.

Durante a estadia em Caracas, o ministro guineense manterá encontros com responsáveis do Ministerio del Poder Popular para Hábitat y Vivienda, do programa Gran Misión Vivienda Venezolana, Barrio Nuevo Tricolor, bem como do Ministerio de Hidrocarburos y Petróleos, no intuito de operacionalizar os próximos passos da cooperação.

Liberianos indignados por Trump desconhecer que inglês é língua oficial do país

Por LUSA 

Cidadãos da Libéria demonstraram hoje indignação após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter elogiado a eloquência da língua inglesa do seu homólogo liberiano, sendo esta a língua oficial do país africano.

Durante o encontro, que ocorreu na Casa Branca, em Washington, Donald Trump elogiou o domínio e a pronúncia da língua por parte do Presidente da Libéria, Joseph Boakai, desconhecendo que o inglês é a língua oficial desta nação da África Ocidental desde o século XIX.

A Libéria está historicamente ligada aos Estados Unidos da América pois foi fundada com o objetivo de realojar pessoas que tinham sido libertadas da condição de escravatura da nação norte-americana e que regressavam ao continente dos seus ancestrais.

Donald Trump convidou cinco líderes da África Ocidental - Gabão, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal - para uma reunião na Casa Branca que se realizou quarta-feira. 

O presidente do partido liberiano da oposição Congresso para a Mudança Democrática-Conselho dos Patriotas, Foday Massaquio, disse que, embora as observações fossem típicas de Trump com líderes estrangeiros, o tom condescendente foi amplificado pelo facto de os líderes serem africanos.

"Na verdade, isso também prova que o Ocidente não nos leva a sério como africanos", lamentou, acrescentando que Trump "foi muito desrespeitoso para com o líder africano".

A porta-voz do gabinete de Boakai, Kula Fofana, frisou à agência norte-americana The Associated Press que o mais importante é que os jornalistas se foquem "nas discussões substantivas da reunião".

No entanto, na Libéria, os comentários de Trump aumentaram o sentimento de descontentamento, sentido desde há alguns meses.

No início deste mês, as autoridades norte-americanas dissolveram a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e afirmaram que já não seguiam o que chamavam de "modelo de ajuda externa baseado na caridade".

 Essa decisão causou um choque na Libéria, onde o apoio dos EUA representava quase 2,6% do rendimento nacional bruto, a percentagem mais alta do mundo, de acordo com o Centro para o Desenvolvimento Global.

 Os liberianos pensavam que seriam poupados dos cortes de Trump devido à estreita relação entre os dois países, sendo que, na nação africana, até as placas de rua, os táxis e os autocarros escolares são semelhantes aos de Nova Iorque.

A Libéria foi um dos primeiros países a receber apoio da USAID, a partir de 1961.

Num outro prisma, houve também quem defendesse que, dado o estilo pessoal de Trump, "as observações de quarta-feira foram feitas como um elogio".

"Para alguns, o comentário pode ter um tom de condescendência, ecoando uma tendência ocidental de longa data de expressar surpresa quando os líderes africanos demonstram fluência intelectual", disse Abraham Julian Wennah, diretor de Investigação da Universidade Metodista Episcopal Africana.

Na sua opinião, "em contextos pós-coloniais, a linguagem tem sido usada como arma para questionar a legitimidade e a competência". No entanto, "se olharmos para o estilo retórico de Trump, estas declarações foram um reconhecimento da elegância, inteligência e prontidão de Boakai para o envolvimento global", concluiu.


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Líder da junta militar do Mali promulga lei que lhe dá mandato ilimitado... O chefe da junta militar do Mali promulgou a lei que lhe confere um mandato de cinco anos, renovável sem eleições, e tornou-se Presidente de facto da República, segundo a edição de hoje do jornal oficial.

Por LUSA 

Na semana passada, o regime militar tinha já concedido ao general Assimi Goïta um mandato de cinco anos como Presidente, renovável "tantas vezes quantas as necessárias" e sem eleições.

A promulgação da lei, que era aguardada há vários dias, manterá Goïta na chefia do Estado pelo menos até 2030.

"O Presidente assegura o cumprimento da Constituição e da Carta de Transição. Exerce as funções de chefe de Estado por um período de cinco (05) anos, renovável tantas vezes quantas as necessárias, até à pacificação do país, a contar da promulgação da presente Carta", segundo a lei.

O mandato pode ser "encurtado logo que estejam reunidas as condições para a organização de eleições presidenciais transparentes e pacíficas", refere o texto.

O presidente da transição, os membros do governo e os membros do órgão legislativo instalado pelos militares são elegíveis para as eleições presidenciais e gerais, acrescenta-se no documento.

Esta medida é a última de uma série de restrições severas às liberdades adotadas pelos militares para consolidar o seu regime no país.

Após terem chegado ao poder no Mali na sequência de dois golpes de Estado sucessivos em 2020 e 2021, os militares tinham-se comprometido a entregar o poder aos civis até março de 2024, o mais tardar, mas não cumpriram a sua promessa.

Reino Unido e França testam sistema de deportação de imigrantes ilegais

Por LUSA 

O primeiro-ministro britânico anunciou hoje um acordo, para começar a testar nas próximas semanas, de um sistema de deportação para França de imigrantes ilegais que cheguem ao Reino Unido através do canal da Mancha.

"Pela primeira vez, os migrantes que cheguem em pequenas embarcações serão detidos e devolvidos a França num curto espaço de tempo. Em troca de cada devolução, um indivíduo diferente será autorizado a vir para cá, através de uma rota segura, controlada e legal, sujeita a controlos de segurança rigorosos e aberta apenas àqueles que não tentaram entrar ilegalmente no Reino Unido", afirmou Keir Starmer. 

O líder do Governo britânico falava durante uma conferência de imprensa com o Presidente francês, Emmanuel Macron, que hoje completa uma visita de três dias ao Reino Unido. 

Para Starmer, este novo sistema pretende criar um efeito dissuasor para os imigrantes e os grupos criminosos responsáveis por organizarem a travessia do canal da Mancha de milhares de pessoas em barcos de borracha.

"Isto vai mostrar a outros que tentam fazer a mesma viagem que será em vão, e que os empregos que lhes foram prometidos no Reino Unido deixarão de existir devido à repressão a nível [do país] que estamos a aplicar ao trabalho ilegal, que é de uma escala completamente sem precedentes", vincou. 

Starmer indicou que "este projeto-piloto será implementado nas próximas semanas".

"Não existe uma solução milagrosa, mas com um esforço conjunto, novas táticas e um novo nível de intenções, poderemos finalmente inverter a situação", argumentou.

Starmer elogiou o agravamento de táticas marítimas usadas pela polícia francesa para impedir as travessias, nomeadamente furar os barcos de borracha em águas pouco profundas.

O Presidente francês salientou que o país tem atualmente mobilizados mais de 1.200 membros das forças de segurança e de intervenção para intervir no problema das travessias. 

"Este é um problema de ambos os lados do canal, devido à tensão que gera nos nossos dois países. É por isso que vamos reforçar a nossa ação comum em várias frentes", disse Macron. 

Porém, o Presidente francês apontou o dedo à saída do Reino Unido da UE, ou 'Brexit', e que implicou o fim do acesso ao acordo migratório com o bloco europeu que permitia a deportação de imigrantes ilegais para países onde tinham chegado inicialmente.

Desde o início do ano, o Reino Unido registou 20.600 entradas de migrantes através do canal da Mancha, um número recorde e mais cerca de 50% em relação ao registado no mesmo período do ano passado.

O máximo registado num ano foi 45.774 migrantes, em 2022.