segunda-feira, 24 de março de 2025

União Europeia apresenta kit de emergência para a guerra. Objetivo é sobreviver três dias sem ajuda

Com água, alimentos, medicamentos, pilhas e baterias, a Comissão Europeia vai propor um kit de emergência que tem como objetivo ajudar à sobrevivência durante 72 horas sem ajuda externa.
Por Observador  25 mar. 2025

A Comissão Europeia vai apresentar, esta quarta-feira, um plano para prevenir as consequências da guerra e da crise climática. A Estratégia de Preparação da União apela a que os cidadãos europeus tenham em casa um kit de emergência que permita a sua sobrevivência durante 72 horas sem ajuda externa em caso de catástrofe.

Cada agregado familiar deve assim ter uma reserva mínima para três dias de bens essenciais como água, alimentos, medicamentos, pilhas e baterias elétricas. Estes deverão ser suficientes para reduzir a dependência imediata de ajuda externa em situações de ciberataques, pandemias ou consequências da crise climática.

Como refere o documento ao qual o El País teve acesso, de acordo com a Comissão Europeia, este abastecimento responde à ideia de que “o período inicial é o mais crítico” em qualquer crise. “Temos de preparar-nos para incidentes e crises intersetoriais de grande escala, incluindo a possibilidade de agressão armada, que afetem um ou mais Estados-Membros”, defendem as autoridades europeias no documento citado pelo jornal espanhol.

O plano insere-se numa estratégia mais ampla de preparar económica, militar e socialmente a UE para qualquer ameaça até 2030. Para além do kit, estão também previstos cursos especializados e exercícios conjuntos que visam a melhorar a capacidade de resposta dos cidadãos europeus. O projeto espera ainda criar uma plataforma digital que vai fornecer informações sobre os riscos e as opções disponíveis — como abrigos — em caso de crise. A UE tenciona igualmente coordenar as reservas estratégicas de produtos farmacêuticos, matérias-primas essenciais, energia e alimentos a nível europeu.

“Num contexto de aumento dos riscos naturais e de origem humana e de deterioração das perspetivas de segurança para a Europa, é urgente que a UE e os seus Estados-Membros reforcem a sua preparação”, afirmam os dirigentes, acrescentando que “a preparação e a capacidade de resistência da Europa face à violência armada poderão ser postas à prova no futuro”.

A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu sete toneladas de cocaína proveniente da América do Sul e deteve cinco suspeitos num submarino, a 500 milhas dos Açores.

Por  Agência Lusa

O diretor da PJ, Luís Neves, classificou a operação Nautilus como “um rude golpe numa organização criminosa”. 

Os suspeitos, com nacionalidades brasileira, colombiana e espanhola deverão ser presentes a um juiz de instrução criminal na quarta-feira, em Lisboa. A operação teve participação da Guardia Civil de Espanha, da Marinha, da Força Aérea e de outros organismos internacionais.  

De acordo com Luís Neves, o negócio que está na base de vários crimes, desde corrupção e branqueamento de capitais, a sequestros, raptos e mortes, pelo domínio de territórios. O diretor da PJ sublinhou que foi a primeira vez que se conseguiu concretizar uma operação destas, em pleno oceano, uma vez que os submarinos, equipados com tecnologia de pontos, são afundados para omitir a prova.

📷: Eduardo Costa e Miguel A. Lopes, Agência Lusa

#policia #droga #cocaina #crime #açores #portugal #espanha #europa

Governo e a Frente Social chegam a um acordam e, assinam Memorando de Entendimento que suspende a greve parcial nos sector da educação e saúde.

Julgamento do coronel Victor Tchongo volta a ser adiado "sine die" devido a um requerimento apresentado pelo coletivo de advogados que defende o antigo Comandante da Guarda Nacional (GN), detido há mais de um ano.

Por CFM - Rádio Notícias    24. 03. 2025 

A Noruega atualizou hoje as recomendações de viagem para os Estados Unidos, juntando-se a outros países europeus que pediram aos cidadãos para terem extremo cuidado.

 

Por  Lusa. 24/03/2025
Noruega junta-se a outros países europeus nos alertas de viagem para EUA

A Noruega atualizou hoje as recomendações de viagem para os Estados Unidos, juntando-se a outros países europeus que pediram aos cidadãos para terem extremo cuidado.

"O ESTA [Sistema Eletrónico para Autorização de Viagem] ou um visto não garantem a entrada no país. A decisão final é tomada pelas autoridades de imigração à chegada. As autoridades norueguesas não podem interferir nesta decisão", avisou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega.

As autoridades norueguesas indicaram que, ao pedir um visto ou ESTA, apenas devem ser incluídos dois géneros: masculino ou feminino, uma vez que as autoridades norte-americanas apenas reconhecem o sexo que uma pessoa tinha à nascença.

Na quinta-feira, a Dinamarca atualizou também as recomendações e aconselhou os cidadãos que mudaram de género no passaporte, ou que se tenham registado como "X" ou género indeterminado, "a contactar a embaixada dos EUA antes de viajar" para obter esclarecimentos.

A Finlândia fez o mesmo no dia seguinte, referindo que os EUA emitiram uma ordem executiva a 24 de fevereiro, exigindo aos requerentes de visto de entrada no país para declarem o género tal como determinado à nascença.

A Alemanha tinha já feito este alerta aos cidadãos em fevereiro.

A juntar a isto, a diplomacia alemão avisou, na passada semana, que "ter antecedentes criminais nos EUA, informações falsas sobre o propósito da estada ou mesmo exceder minimamente a duração da estada" pode levar à detenção e deportação, na viagem de ida ou volta.

Com esta recomendação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão reagia aos casos de pelo menos três cidadãos alemães noticiados nos meios de comunicação social.

Jessica Brosche, de 29 anos, de Berlim, foi detida durante seis semanas por entrar nos EUA vinda do México com os seus instrumentos de tatuagem, apesar de ter apenas um visto de turista.

Lucas Sielaff, de 25 anos, que estava de visita à namorada norte-americana, passou duas semanas detido devido a um erro de comunicação com um agente fronteiriço.

O terceiro caso é o da detenção de Fabian Schmidt, residente nos EUA desde 2007 e portador de um 'green card' (visto de trabalho temporário), cuja família alegou desconhecer o motivo da detenção.

Leia Também: Berlim revê recomendações de viagens para EUA após detenção de 3 cidadãos




A raiva é como um veneno que nós mesmos tomamos, esperando que o outro morra...

Por Chagua Rebbolar
 Uma cobra venenosa colidiu com um machado e fez uma leve ferida. Furiosa com isso, decidiu vingar-se, mas... Que mal pode uma cobra fazer a um machado? Exato, nenhum.

 A pobre cobra ficou ferida e começou a sangrar da boca. Ela estava cheia de ódio, sentia dor, mas sua sede de vingança era maior. Queria acabar com seu inimigo a todo custo, tentou mordê-la mais uma vez, tentando injetar todo seu veneno, mas sentiu uma dor insuportável. 

No entanto, ela não desistiu, embrulhou o machado para sufocá-la, mas à medida que apertava com mais força, mais fraco e dolorido se sentia. Apesar disso, a raiva deu-lhe forças para continuar, e em um ataque, apertou com todas as suas forças. 

No dia seguinte, quando o carpinteiro chegou e abriu a porta da sua oficina, encontrou uma cobra sem vida, enrolada em seu machado.  

É assim que acontece na vida, caros amigos: a raiva e o desejo de vingança podem nos levar a destruir a nós mesmos. Há uma frase de Buda que diz: "A raiva é como um veneno que nós mesmos tomamos, esperando que o outro morra. "Um ataque de raiva é como um incêndio. 

E o que você faz quando está em um? Vais embora, certo? Porque é a coisa mais inteligente. 

É por isso que quando estiveres zangado e sentires que a raiva te consome como um incêndio voraz, vá caminhar. Suba e desça as escadas quatro vezes ou mais, e verá a serenidade voltar para você. Isso não é brincadeira, um ataque de raiva duplica a chance de ter um ataque cardíaco. 

A raiva é terrível; há milhares de pessoas presas porque acabaram com o seu próximo em um ataque de raiva, e enquanto você lê isso, eles estão em uma prisão pagando a sua sentença ou pagando a sua raiva.

 Não seja como a cobra da história, não permita que a raiva te vença. Apague o fogo, afaste-se do ódio e busque a tranquilidade da sua alma e do seu coração. 

Interpol detém mais de 300 pessoas em África por cibercriminalidade

Por Lusa  24/03/2025
Mais de 300 pessoas foram detidas em sete países africanos e quase 2.000 aparelhos eletrónicos apreendidos, no âmbito de uma vasta operação internacional de luta contra a cibercriminalidade, anunciou hoje a organização internacional da polícia criminal (Interpol).

Mais de 300 pessoas foram detidas em sete países africanos e quase 2.000 aparelhos eletrónicos apreendidos, no âmbito de uma vasta operação internacional de luta contra a cibercriminalidade, anunciou hoje a organização internacional da polícia criminal (Interpol).

Realizada entre novembro e fevereiro com o nome de código 'Cartão Vermelho', a operação visou "as fraudes bancárias com aparelhos móveis, de investimento e de aplicações de mensagens", declarou em comunicado a Interpol, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Em quatro meses, as autoridades do Benim, da Nigéria, do Ruanda, do Togo, da Costa do Marfim, da África do Sul e da Zâmbia "detiveram 306 suspeitos e apreenderam 1.842 aparelhos", tendo descoberto fraudes que fizeram mais de 5.000 vítimas, segundo a Interpol.

Na Nigéria, a polícia deteve 130 pessoas, incluindo 113 estrangeiros, por suspeita de "fraude em casinos e investimentos 'online'".

De acordo com a Interpol, "os suspeitos, que convertiam os ganhos em ativos digitais para encobrir os seus rastos, eram recrutados em diferentes países para levar a cabo estas operações ilegais no maior número de línguas possível". Por outro lado, apontou que alguns dos suspeitos podem ter sido "vítimas de tráfico de seres humanos, coagidos ou forçados a participar em atividades criminosas".

Na África do Sul, foram apreendidos mais de mil cartões SIM e cerca de 50 computadores de secretária e estações de base "ligados a um sofisticado esquema de fraude".

A Interpol notou ainda, segundo a AFP, que as autoridades ruandesas detiveram 45 membros de uma rede cujos membros se faziam passar por empregados das telecomunicações ou familiares de pessoas lesadas para extrair informações das suas vítimas e aceder às suas contas bancárias.

Marcelo promulga lei que fixa 18 anos como idade mínima para casar

 Por Lusa 24/03/25

A idade mínima para um jovem poder casar-se em Portugal passou para 18 anos, agora que o Presidente da República promulgou o decreto da Assembleia da República que proíbe o casamento de menores.

Até agora, a idade mínima para contrair matrimónio estava nos 16 anos, sendo, no entanto, necessária a autorização dos pais no caso de os jovens terem entre 16 e 18 anos.

No final do mês de fevereiro, a Assembleia da República aumentou para os 18 anos a idade mínima para um jovem poder casar e retirou de vários artigos da legislação a referência à emancipação.

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou hoje o decreto da Assembleia da República que proíbe o casamento de menores e inclui o casamento infantil, precoce ou forçado no conjunto das situações de perigo que legitimam a intervenção para promoção dos direitos e proteção da criança e do jovem em perigo, alterando o Código Civil, o Código do Registo Civil e a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo.

O decreto foi votado em 20 de fevereiro, no parlamento, e foi aprovado com os votos contra do PSD, IL e CDS-PP e resulta dos projetos de lei do Bloco de Esquerda (BE) e partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), aprovados na generalidade em 31 de janeiro, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

O documento inclui uma norma transitória, que indica que "os casamentos de maiores de 16 anos e menores de 18 anos legalmente realizados até à entrada em vigor da presente lei, bem como a emancipação de menores deles decorrente, permanecem válidos e, até à maioridade de ambos os cônjuges, continuam a reger-se pelas normas alteradas ou revogadas pela presente lei".

No que toca à Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, o parlamento decidiu acrescentar o casamento infantil na lista de casos que preveem intervenção.

A lei concretiza que se entende por "casamento infantil, precoce ou forçado, ou união similar qualquer situação em que alguém com idade inferior a 18 anos viva com outrem em condições análogas às dos cônjuges, tenha ou não sido constrangido a tal união, independentemente da sua origem cultural, étnica ou de nacionalidade".

Portugal: Criminalidade violenta volta a subir em Portugal, número de violações é o mais alto da última década

Por SIC Notícias 24/03/2025

Entre os crimes violentos que mais subiram em Portugal no ano passado estão os roubos por esticão, roubo de viaturas e a residências, violações e assaltos a bancos.

Dados provisórios do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), referentes a 2024, concluem que a criminalidade violenta e grave voltou a subir em Portugal.

De acordo com o jornal Expresso, que cita o relatório, houve um "crescimento de quase 3 % deste tipo de crimes". As autoridades receberam mais de 14 mil participações deste crime.

Crimes violentos que mais subiram em Portugal no ano passado:

  • roubos por esticão;
  • roubo de viaturas;
  • roubo em edifícios comerciais e industriais;
  • roubo a residências;
  • violações;
  • assaltos a bancos ou outros estabelecimentos de crédito.

Em relação às violações, o número de 2024 é o mais alto da última década. Foram registadas 543 violações, mais 49 do que em 2023. Em quase metade dos casos, o agressor mantinha uma relação de proximidade com a vítima.

Crimes graves que mais desceram em 2024:

  • resistência e coação sobre funcionário;
  • ofensa à integridade física grave;
  • roubo na via pública (exceto por esticão);
  • roubos a bombas de gasolina.

A criminalidade violenta e grave tem vindo a aumentar progressivamente desde a pandemia de covid-19, ao contrário da criminalidade geral que registou uma descida. "O número total de participações criminais foi de quase 355 mil, menos cerca de 17 mil do que em 2023, o que corresponde a uma diminuição de mais de 5%", revela o semanário.



Plataforma Republicana NÔ KUMPO GUINÉ em Conferência de Imprensa

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO 

Jornalistas do Burkina Faso detidos após denúncias sobre liberdade de expressão

Por Lusa 24/03/2025

Dois jornalistas do Burkina Faso foram hoje detidos em Ouagadougou e levados para destino desconhecido, após uma associação de que são membros denunciar atentados à liberdade de expressão, adiantou a entidade.

Desde o golpe de Estado de 2022, liderado pelo capitão Ibrahim Traoré, são numerosos os relatos de raptos de vozes consideradas hostis ao regime militar.

"Guézouma Sanogo, presidente da AJB (Associação de Jornalistas do Burkina Faso), e Boukari Ouoba, vice-presidente, acabam de ser levados por indivíduos que se dizem polícias dos serviços de informação (...) para destino desconhecido", denunciou esta manhã a associação na rede social Facebook.

Também nas redes sociais, os apoiantes da junta militar saudaram as detenções dos dois jornalistas.

Os dois foram detidos em Ouagadougou, no Centro Nacional de Imprensa Norbert Zongo.

Num congresso da AJB, na sexta-feira, Guézouma Sanogo denunciou publicamente o número crescente de "violações da liberdade de expressão e de imprensa", que "atingiram um nível sem precedentes" no país.

Outros jornalistas recordaram que sete dos seus colegas foram raptados em 2024, alguns dos quais ainda estão desaparecidos.

Na semana passada, o movimento político Sens (Servir e não Servir) denunciou o rapto de cinco dos seus membros, incluindo um jornalista, depois de a organização ter denunciado massacres de civis atribuídos ao exército burquinabê e aos seus auxiliares, sob o pretexto da luta contra o fundamentalismo islâmico.

As Organizações Não-Governamentais (ONG) internacionais Repórteres sem Fronteiras (RSF), Amnistia Internacional e Human Rights Watch (HRW) denunciaram vários destes raptos.

As três ONG denunciaram igualmente casos de "requisição": alistamento forçado nas forças de segurança para participar na linha da frente da luta contra os fundamentalistas islâmicos, graças a um decreto de mobilização publicado em 2023, que, segundo aquelas organizações, visa as vozes críticas do regime.

O Burkina Faso é governado desde setembro de 2022 por uma junta milita golpista.

O país está mergulhado há dez anos numa espiral de violência fundamentalista islâmica, que já fez mais de 26 mil mortos, entre civis e militares, segundo a ONG Acled, que regista as vítimas dos conflitos.

domingo, 23 de março de 2025

As delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos iniciaram hoje em Riade a reunião negocial para discutir uma possível trégua parcial nas infraestruturas energéticas e civis no conflito com a Rússia, disse o ministro da Defesa ucraniano.

© Dogukan Keskinkilic/Anadolu Agency via Getty Images  Lusa  23/03/2025 

Delegações de Kyiv e Washington já iniciaram negociações em Riade

As delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos iniciaram hoje em Riade a reunião negocial para discutir uma possível trégua parcial nas infraestruturas energéticas e civis no conflito com a Rússia, disse o ministro da Defesa ucraniano.

"Iniciámos as reuniões com a equipa dos Estados Unidos em Riade. Estamos a implementar a diretiva do Presidente da Ucrânia para aproximar [Kyiv] de uma paz justa e reforçar a segurança", escreveu Rustem Umerov na sua conta na rede social X.

Umerov, que lidera a delegação ucraniana na capital saudita, indicou que a agenda da reunião inclui propostas para proteger as instalações energéticas e as infraestruturas críticas.

O ministro ucraniano referiu que se trata de questões técnicas complexas e a delegação inclui especialistas em energia, bem como representantes militares das componentes naval e aérea.

A Ucrânia e a Rússia estavam inicialmente programadas para se reunirem separadamente na segunda-feira com a delegação dos Estados Unidos, que incluirá o enviado especial, Keith Kellogg, e os seus conselheiros, Michael Anton, diretor de Planeamento de Políticas do Departamento de Estado, e representantes do Conselheiro de Segurança Nacional, de acordo com o The New York Times.

Após o encontro antecipado para hoje das delegações de Washington e Kyiv, para segunda-feira, está prevista a reunião do chefe da Comissão de Assuntos Internacionais do Senado russo, Grigory Karasin, e do conselheiro do diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB), com a delegação norte-americana.

Os representantes ucranianos e russos chegam a Riade com ideias diferentes sobre um cessar-fogo, que o Presidente russo indicou, na semana passada, num telefonema com o homólogo norte-americano, Donald Trump, apenas aceitar um acordo parcial de 30 dias limitado a infraestruturas e alvos energéticos.

Também numa conversa telefónica com Trump, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse estar de acordo com esta trégua, embora preferisse um cessar-fogo total.

O Presidente ucraniano reiterou na sexta-feira que a equipa ucraniana terá preparado para as negociações e apresentará uma lista de alvos energéticos e de infraestruturas civis.

Na agenda das reuniões de Riade com a Rússia na segunda-feira estará a possível retoma do acordo do Mar Negro, em vigor durante vários meses durante o primeiro ano da guerra, em 2022, e permitiu a Kyiv exportar os seus cereais em segurança através de navios mercantes que atravessavam o Estreito de Bósforo.

A delegação ucraniana irá provavelmente insistir na necessidade de a Rússia parar de atacar as infraestruturas portuárias, especialmente a de Odessa, no sul do país.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, já baixou as expectativas em torno destas novas discussões, sustentando que "é um assunto muito complexo e há muito trabalho a fazer", prevendo negociações difíceis.


sábado, 22 de março de 2025

Trump quer uma "Cúpula Dourada" capaz de defender todo o território dos EUA (mas há vários problemas)

Presidente Donald Trump (Allison Robbert/The Washington Post/Getty Images via CNN Newsource)  CNN 

Os responsáveis militares dos EUA estão a lutar para desenvolver um sistema de defesa chamado "Cúpula Dourada" que possa proteger o país de ataques de mísseis de longo alcance e foram informados pela Casa Branca que nenhuma despesa será poupada para cumprir uma das principais prioridades do Pentágono do presidente Donald Trump, de acordo com várias fontes familiarizadas com o assunto.

A “Cúpula Dourada” é a tentativa da administração Trump de dar uma nova imagem aos vagos planos para desenvolver um sistema de defesa antimíssil semelhante à Cúpula de Ferro de Israel.

Numa altura em que o Pentágono procura cortar orçamentos, a administração Trump ordenou aos militares que garantissem que o financiamento futuro da “Cúpula Dourada” se refletisse nas novas estimativas orçamentais para o período de 2026 a 2030 - mas o próprio sistema permanece indefinido para além de um nome, disseram as fontes.

Neste momento, "a 'Cúpula Dourada' é uma ideia”, revelou uma fonte familiarizada com as discussões internas sobre o projeto, acrescentando que pode haver tecnologia em preparação que, se alguma vez for ampliada, poderá ser aplicada ao sistema, mas até agora as discussões são puramente conceptuais.

Isso torna a projeção de custos futuros quase impossível, acrescentou a fonte, embora seja provável que a sua construção e manutenção custem milhares de milhões de dólares.

Trump tem insistido repetidamente que os EUA precisam de um programa de defesa antimíssil semelhante à Cúpula de Ferro de Israel, mas os sistemas têm ordens de magnitude diferentes. Em termos práticos, a comparação é menos maçãs com laranjas e mais maçãs com porta-aviões.

O sistema de defesa antimíssil Cúpula de Ferro de Israel protege seletivamente áreas povoadas de ameaças de curto alcance num país do tamanho de Nova Jérsia ou mais pequeno que o Alentejo; Trump quer um sistema de defesa antimíssil baseado no espaço capaz de defender todos os Estados Unidos de mísseis balísticos e hipersónicos avançados.

Um soldado israelita posiciona-se em frente a uma bateria de um sistema de defesa aérea Cúpula de Ferro, perto de Jerusalém (Menahem Kahana/AFP/Getty Images via CNN Newsource)

Por um lado, “Israel é minúsculo”, lembrou a fonte familiarizada com as discussões internas em curso sobre o projeto "Cúpula Dourada". “Por isso, é 100% viável cobrir Israel com coisas como radares e uma combinação de intercetores móveis e fixos”.

"Como é que se vai fazer isso nos Estados Unidos? Não é possível fazê-lo apenas nas fronteiras e na linha costeira, porque os mísseis balísticos intercontinentais podem reentrar na atmosfera sobre o Kansas", apontou a mesma fonte.

Ainda assim, Trump emitiu uma ordem executiva durante a primeira semana no cargo, ordenando ao secretário de Defesa Pete Hegseth que apresentasse um plano para desenvolver e implementar o escudo de defesa antimísseis de próxima geração até 28 de março.

E um alto funcionário do Pentágono insistiu no início desta semana que o trabalho está em andamento.

“Consistente com a proteção da pátria e de acordo com a [ordem executiva] do presidente Trump, estamos a trabalhar com a base industrial e [através] dos desafios da cadeia de suprimentos associados à construção da 'Cúpula Dourada'”, afirmou Steven J. Morani, atualmente com funções de subsecretário da Defesa para aquisição e manutenção, esta semana na Conferência de Programas de Defesa McAleese em Washington, DC.

Ao mesmo tempo, os funcionários do Pentágono têm vindo a realinhar a proposta de orçamento do Departamento de Defesa para 2026 de modo a cumprir as prioridades de Hegseth, que foram delineadas num memorando entregue aos líderes seniores na semana passada e que representa uma grande revisão dos objetivos estratégicos dos militares, de acordo com uma cópia obtida pela CNN.

O memorando dá instruções específicas aos líderes do Pentágono para se concentrarem no reforço da defesa antimíssil da pátria dos EUA através da "Cúpula Dourada" de Trump.

“Há um processo analítico rigoroso em curso para rever [o orçamento]”, acrescentou Morani. “Esta é uma prática normal para qualquer nova administração que tome posse.”

Mas ainda não é claro quanto dinheiro o Pentágono vai pedir para a "Cúpula Dourada" de Trump na sua proposta de orçamento ou como os funcionários vão determinar o montante do financiamento necessário.

O contra-almirante reformado Mark Montgomery acredita que a criação de um sistema de defesa contra mísseis balísticos pode ser possível dentro de sete a dez anos, mas, mesmo assim, terá limitações severas, potencialmente capaz de proteger apenas edifícios federais críticos e grandes cidades.

“Quanto mais se quiser aproximá-lo dos 100%, mais caro se tornará”, diz Montgomery, diretor sénior do Centro de Inovação Cibernética e Tecnológica da Fundação para a Defesa das Democracias.

Um sistema abrangente exigirá diferentes conjuntos de satélites para comunicação, deteção de mísseis e lançamento de interceptores, acrescenta Montgomery à CNN. Esses tipos de sistemas são projetos a longo prazo, lembra, exigindo que as defesas existentes preencham a lacuna entretanto.

“É preciso ser responsável”, vinca Montgomery. “Não se vai conseguir defender tudo com estes mísseis terrestres. Defendem um círculo à sua volta, mas não é grande”.

Potencial dia de pagamento para as empresas de armamento

Os fabricantes de armas americanos já estão a ver sinais de dólares. A Agência de Defesa Anti-Míssil organizou um Dia da Indústria em meados de fevereiro para solicitar propostas de empresas interessadas em ajudar a planear e construir a "Cúpula Dourada".

A agência recebeu mais de 360 resumos secretos e não classificados sobre ideias para planear e executar o sistema.

A Lockheed Martin deu um passo em frente, criando um website polido para a "Cúpula Dourada", afirmando que o maior empreiteiro de defesa do mundo tem as “capacidades comprovadas, testadas em missões e um historial de integração para dar vida a este esforço”.

Na década de 1980, o presidente Ronald Reagan anunciou a Iniciativa de Defesa Estratégica para criar uma defesa baseada no espaço contra mísseis nucleares balísticos. O sistema foi ironicamente apelidado de “Guerra das Estrelas” e consumiu dezenas de milhares de milhões de dólares antes de ser cancelado, devido a obstáculos técnicos e económicos insuperáveis.

O presidente Ronald Reagan discursa perante a nação sobre a Iniciativa de Defesa Estratégica em 1983 (Corbis/Getty Images via CNN Newsource)

Laura Grego, diretora sénior de investigação do Programa de Segurança Global da Union for Concerned Scientists, afirma que os mesmos desafios se mantêm e são conhecidos há anos.

“Há muito que se sabe que a defesa contra um arsenal nuclear sofisticado é técnica e economicamente inviável”, explica Grego à CNN.

A atual defesa americana contra mísseis balísticos foi concebida para impedir um pequeno número de mísseis de um Estado não autorizado, como a Coreia do Norte ou o Irão. O sistema baseia-se na Ground-based Midcourse Defense (GMD), que falhou quase metade dos seus testes, de acordo com a Associação de Controlo de Armas, tornando-o incapaz de impedir um grande ataque da Rússia ou da China.

Mas na sua ordem executiva, Trump apelou a um sistema muito mais complexo e robusto - intercetores espaciais capazes de abater um alvo momentos após o seu lançamento.

Tal sistema exigiria milhares de intercetores em órbita terrestre baixa para intercetar até mesmo um único lançamento de míssil norte-coreano, de acordo com a Sociedade Americana de Física (APS), que estudou a viabilidade de defesas contra mísseis balísticos durante anos. Um único intercetor em órbita quase nunca está no local e no momento certos para intercetar rapidamente o lançamento de um míssil balístico, pelo que é necessário um número exponencialmente maior para garantir uma cobertura adequada.

“Estimamos que seria necessária uma constelação de cerca de 16 mil intercetores para tentar contrariar uma salva rápida de dez mísseis balísticos intercontinentais de propulsão sólida como o Hwasong-18 [norte-coreano]”, escreveu a APS num estudo realizado no início deste mês.

Mesmo assim, Grego diz que um sistema de defesa antimíssil baseado no espaço é vulnerável a ataques inimigos antissatélite de sistemas terrestres muito menos dispendiosos.

“A fraqueza mais crítica de um sistema como este é a sua fragilidade, a sua vulnerabilidade ao ataque”, acrescenta Grego.

No Mar Vermelho, os EUA dispararam dezenas de mísseis intercetores de vários milhões de dólares contra drones e mísseis Houthis que custam uma fração do preço. O desequilíbrio fiscal torna-se muito pior quando o sistema está no Espaço, de acordo com John Tierney, um antigo congressista democrata que realizou anos de audiências sobre a defesa de mísseis balísticos.

“É uma anedota. É basicamente um esquema”, garante Tierney sem rodeios. Atualmente diretor-executivo do Centro para o Controlo de Armas e a Não Proliferação, Tierney critica Trump por estar “disposto a gastar biliões e biliões e biliões de dólares em algo que não vai funcionar”.

Adversários suscetíveis de reagir

Enquanto os EUA investem dinheiro na investigação e no desenvolvimento da "Cúpula Dourada", funcionários atuais e antigos dizem que os adversários da América irão provavelmente expandir o seu próprio arsenal de mísseis balísticos num esforço para se manterem à frente.

Mas como os mísseis balísticos ofensivos são muito mais baratos do que os intercetores necessários para os deter, Tierney diz que o sistema rapidamente se torna financeiramente inviável.

De acordo com a fonte familiarizada com as discussões internas de planeamento relacionadas com o projeto, os responsáveis militares dos EUA estão também a avaliar de que forma a "Cúpula Dourada" poderá perturbar a atual estabilidade proporcionada pela dissuasão nuclear.

Atualmente, o principal fator de dissuasão dos EUA contra o lançamento de um ataque nuclear preventivo por parte de outro país é o seu segundo ataque com capacidade de sobrevivência, ou seja, a sua capacidade de retaliação mesmo depois de sofrer um ataque nuclear inicial, disse a fonte.

“Se implementarmos algo que os nossos adversários com armas nucleares acreditem ser uma contramedida fiável que anule o seu arsenal nuclear, acabamos com a estabilidade da dissuasão, porque aumentamos a facilidade de os Estados Unidos lhes enviarem um ataque nuclear com impunidade”, acrescentou a fonte. “E depois temos de nos perguntar: até que ponto confiamos nos EUA para não o fazerem?”

“Se eu for a China, se eu for a Rússia, a minha confiança é cada vez menor, de que os EUA não nos atacarão com um míssil nuclear numa crise”, segundo a mesma fonte.

“Estrategicamente, não faz qualquer sentido. Tecnicamente, não faz qualquer sentido. Em termos económicos, não faz qualquer sentido”, termina Tierney.

Itália: Seis cidadãos nigerianos foram presos em Roma, Brescia e Islândia na sexta-feira no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de tráfico de pessoas e exploração da prostituição, anunciou hoje a polícia.

© Jeffrey Greenberg/Universal Images Group via Getty Images  Lusa   22/03/2025 

Polícia italiana prende seis nigerianos suspeitos de tráfico de pessoas

Seis cidadãos nigerianos foram presos em Roma, Brescia e Islândia na sexta-feira no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de tráfico de pessoas e exploração da prostituição, anunciou hoje a polícia.

A máfia nigeriana de Itália comanda muitas das redes de prostituição em todo o país, segundo a ANSA.

De acordo com a agência de notícias italiana, a mesma fonte policial explicou que uma das raparigas, atraída para Itália com a promessa de um emprego, denunciou a rede.

Durante as investigações, foram identificadas outras vítimas, incluindo menores, que sofreram violência física, psicológica e sexual.

Assim que chegaram a Roma, as vítimas, muitas oriundas da Nigéria, foram alegadamente forçadas a prostituir-se. E se recusassem, segundo a polícia, seriam trancados numa divisão, privados de comida e impedidos de ter qualquer contacto com os seus familiares.

Uma jovem, que chegou grávida a Itália, foi alegadamente forçada a consumir drogas perigosas para a interrupção da gravidez, arriscando a morte, e obrigada a prostituir-se, relata a ANSA.

Os investigadores afirmaram ainda ter descoberto que o grupo recorreu a violência e intimidação, mesmo contra familiares das vítimas na Nigéria, para extorquir avultadas quantias de dinheiro.

O ministro do Interior, Matteo Piantedosi, elogiou a operação policial.

"A detenção de seis cidadãos nigerianos, membros da organização criminosa 'Maphite', por tráfico de seres humanos, exploração da prostituição, extorsão e auxílio à imigração ilegal, representa um passo significativo na luta contra o crime organizado", afirmou Piantedosi.

"Agradeço às forças policiais e aos investigadores a importante operação realizada nas províncias de Roma e Brescia", acrescentou o ministro.


Mãos às Obras! Futuras instalações do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira em Bissau, já com outros rostos em mudanças positivas. Avante para uma nova progressão, face ao novo desafio contemporâneo.


Eduardo Jorge da Costa Sanca, membro de Conselho Nacional de jurisdição e fiscalização do PAIGC em Conferência de imprensa.


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Radio Voz Do Povo 

Ucrânia/Rússia Zelensky visita soldados na região de Donetsk, anexada pela Rússia

© Volodymyr Zelensky/X  Lusa  22/03/2025 
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deslocou-se hoje à região de Donetsk, uma das quatro que a Rússia anexou depois de ter invadido a Ucrânia em fevereiro de 2022, noticiou a agência local Ukrinform.

"Recebi um relatório sobre a defesa em Pokrovsk, a situação operacional e o progresso das missões", afirmou Zelensky nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.

Zelensky publicou um curto vídeo em que aparece junto a placas com nomes de soldados mortos num posto de comando militar e com elementos das forças armadas na cidade de Pokrovsk.

"Obrigado a todos os nossos defensores. Honra a todos os heróis caídos. Obrigado a todos os que ajudam a Ucrânia e nos apoiam", afirmou Zelensky, citado pela Ukrinform.

Donetsk e Lugansk, no sudeste da Ucrânia, formam o chamado Donbass, onde separatistas pró-russos combatiam as forças de Kyiv desde 2014.

Quando ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava a responder a um pedido de auxílio das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e de Lugansk.

Em setembro de 2022, Putin declarou a anexação de Donetsk e Lugansk, juntamente com Zaporijia, onde está instalada a maior central nuclear da Europa, e Kherson, ambas no sul.

Moscovo já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas.

A visita ocorre a poucos dias de conversações sobre os termos de uma trégua parcial na guerra na Ucrânia.

As conversações estão marcadas para segunda-feira, na capital da Arábia Saudita, Riade, e envolvem delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos, primeiro, seguindo-se uma reunião entre russos e norte-americanos.


Novo estudo aponta que oceanos retiram os microplásticos do ar

© Getty Images   Lusa   22/03/2025 

O oceano atua principalmente como um sumidouro de microplásticos, e não como uma fonte, como se pensava anteriormente, revela um novo estudo liderado por investigadores do Instituto Max Planck de Meteorologia, na Alemanha.

O pó de plástico está a poluir o ambiente global. Os microplásticos (partículas com menos de 5 milímetros de diâmetro) foram detetados não só no solo, na água doce e no oceano, mas também no ar, noticiou na sexta-feira a agência Europa Press.

Este material pode representar uma ameaça para a saúde humana, uma vez que as partículas mais pequenas, em particular, podem entrar no sistema respiratório e na corrente sanguínea.

Os microplásticos atmosféricos são transportados e depositados nos cantos mais remotos do planeta. Em geral, as fontes de microplásticos encontram-se no solo, como fibras sintéticas de vestuário em águas residuais domésticas ou pó de pneus de automóveis nas ruas.

Estudos anteriores sugeriram que uma das principais rotas de entrada de microplásticos na atmosfera era através do oceano: os microplásticos são levados para os rios e para o mar, onde se acumulam. As bolhas de ar criadas pela água do mar, pelo vento e pelas ondas podem levantá-los da água e libertá-los para a atmosfera.

A suposição de que o oceano atua como uma fonte de microplásticos para a atmosfera baseou-se num modelo inverso. Neste método, as fontes de uma substância são inferidas a partir de medições da sua distribuição de concentração atmosférica.

Aplicado aos microplásticos, este método levou os cientistas a acreditar que existia uma fonte oceânica de microplásticos a entrar na atmosfera com centenas de milhões ou mesmo milhares de milhões de quilos por ano.

O mecanismo exato desta transferência foi posteriormente investigado em experiências laboratoriais, o que levou a uma conclusão muito diferente: apenas alguns milhares ou centenas de milhares de quilos por ano pareciam plausíveis.

Utilizando um modelo global de transporte químico atmosférico, a nova investigação centrou-se em determinar se a suposição de uma pequena fonte oceânica resulta numa distribuição atmosférica de microplásticos consistente com as observações.

O resultado foi positivo. Em vez de ser uma fonte, o oceano parecia ser um sumidouro, onde 15% de todos os microplásticos transportados pelo ar são depositados.

O estudo mostra ainda como o tamanho determina o transporte de microplásticos na atmosfera: as partículas maiores depositam-se com relativa rapidez, seja em terra ou perto de costas.

Pequenas partículas de microplásticos podem permanecer na atmosfera até um ano, o que as torna fáceis de transportar pelo planeta.

Por exemplo, o modelo mostra que pequenas partículas, embora emitidas no continente, chegam à região do Ártico e depositam-se na neve e no gelo. Isto demonstra o impacto global da poluição por microplásticos.

Este conhecimento pode informar as estratégias de redução da poluição, que devem focar-se nas fontes interiores e não no papel do oceano como fonte de microplásticos, sublinhou o Instituto Max Planck, em comunicado.


Guiné-Bissau: O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse à Lusa que, na próxima revisão constitucional, irá propor que o país adote o semipresidencialismo com pendor presidencial, ao contrário da atual tendência parlamentar.

© Lusa  22/03/2025
 Presidente guineense quer Constituição com pendor presidencial

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse à Lusa que, na próxima revisão constitucional, irá propor que o país adote o semipresidencialismo com pendor presidencial, ao contrário da atual tendência parlamentar.

Numa entrevista à Lusa, em que Embaló admitiu "todas as perguntas", o chefe de Estado guineense comentou a sua visão sobre o regime que o país deve adotar com a revisão constitucional que, disse, irá avançar proximamente.

Em maio de 2020, três meses após assumir a presidência da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló instituiu uma comissão de juristas para propor um novo texto constitucional, mas a medida foi rejeitada pela classe política que defende que o Presidente não pode ter iniciativa de revisão da Constituição, a qual atribui esta prerrogativa à Assembleia Nacional Popular.

Na entrevista à Lusa, Embaló afirmou que "este processo vai avançar, só está adormecido, mas vai avançar".

"Não é para fortificar o Presidente da República, porque o Presidente da República da Guiné-Bissau é o chefe do executivo. Eu defendo esse regime que nós temos aqui com pendor presidencialista, não defendo o presidencialismo", declarou.

A atual Constituição guineense prevê que o Presidente da República pode presidir ao Conselho de Ministros, "quando entender", mas estipula que "o Primeiro-Ministro é o Chefe do Governo, competindo-lhe dirigir e coordenar a ação deste e assegurar a execução das leis".

Sissoco Embaló disse querer que a nova Constituição passe a ter como "novidades" o Tribunal Constitucional e os conselhos consultivos económico e ambiental.

Sem aceitar o rótulo de "chefe único", como em várias ocasiões se autodenominou, Embaló realçou que admite a separação de poderes, contudo, considera-se "a cabeça do Estado" por ser o Presidente da República.

"O Estado tem cabeça, quem está no topo da cabeça é o Chefe de Estado. Aqui não há monarquia, há separação de poderes. Mesmo num sistema mais absolutista, mesmo na Coreia do Norte, há divisão, mas o único órgão é o Presidente, o presidente da Assembleia, primeiro-ministro não são órgãos", enfatizou.

A separação de poderes do Estado existe na Guiné-Bissau, mas Embaló afirmou que, "se quiser", faz um decreto e convoca os deputados ao parlamento, profere o seu discurso e fecha a sessão, mesmo com a assembleia dissolvida desde dezembro de 2023.

A Constituição guineense prevê que o PR pode "convocar extraordinariamente a Assembleia Nacional Popular sempre que razões imperiosas de interesse público o justifiquem".

O Presidente guineense aproveitou para dar o seu ponto de vista sobre o fim do seu mandato de cinco anos, que, para a oposição, ocorreu no passado dia 27 de fevereiro, mas que o próprio defende que só termina no dia 04 de setembro.

Para Umaro Sissoco Embaló, o contencioso eleitoral que se seguiu à segunda volta das presidenciais de dezembro de 2019 motivou "uma situação de suspense" no país, também por existirem, então, dois Presidentes da República.

Embaló fazia alusão ao facto de o então presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, ter sido indicado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) - que suportava a candidatura do seu oponente nas presidenciais, Domingos Simões Pereira - como "Presidente da República", já que, segundo a Constituição, em caso de impedimento, o cargo passa a ser assumido interinamente pelo presidente da Assembleia Nacional.

Esta situação, disse Embaló, juridicamente consubstanciou "um ato suspensivo", o que levou elementos da comunidade internacional que o tinham felicitado como novo Presidente da Guiné-Bissau a retirarem as felicitações.

O Presidente guineense lamentou que a situação se tenha arrastado durante nove meses, entre fevereiro e setembro de 2020, quando o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), nas vestes de Tribunal Constitucional, encerrou o contencioso eleitoral, confirmando-o como vencedor.

Embaló salientou que, à luz do atual texto, "é a única pessoa que pode interpretar" para decidir sobre a existência ou não de uma grave crise entre as instituições do Estado.

Foi o que fez quando, em dezembro de 2023, dissolveu o parlamento que havia sido eleito em junho do mesmo ano, mesmo admitindo ter ido contra a norma constitucional que impede a dissolução do órgão num prazo de 12 meses após a sua constituição, salientou.

"O legislador não pode prever tudo (...) aí é que entra a posição política", disse Embaló, em alusão ao facto de ter dissolvido o parlamento com base numa crise política resultante de uma alegada tentativa de golpe de Estado, de que acusou o órgão legislativo de ter sido "coadjuvante".


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