quarta-feira, 19 de março de 2025

O governo francês está a preparar um manual de sobrevivência para preparar a população para “ameaças iminentes”, o que inclui conflitos armados, ameaças nucleares, crises sanitárias ou desastres naturais, avança a imprensa francesa, que diz que este documento de 20 páginas será entregue a cada família ainda antes do verão.

CNN Portugal
França vai entregar manual de sobrevivência a cada família antes do verão - para que estejam preparadas para "ameaças iminentes"

Esta espécie de livro de instruções será à base de conselhos para as pessoas se protegerem a si mesmas e às que as rodeiam em casos de ameaça

O governo francês está a preparar um manual de sobrevivência para preparar a população para “ameaças iminentes”, o que inclui conflitos armados, ameaças nucleares, crises sanitárias ou desastres naturais, avança a imprensa francesa, que diz que este documento de 20 páginas será entregue a cada família ainda antes do verão. 

Esta espécie de livro de instruções, conta o Le Figaro, será à base de conselhos para as pessoas se protegerem a si mesmas e às que as rodeiam em casos de ameaça. O documento, ainda para aprovação do primeiro-ministro François Bayrou, contará com contactos de emergência e informações para inscrições nas corporações locais de bombeiros.

Uma vez que o objetivo é preparar a população para os vários tipos de ameaças, algumas delas capazes de voltar a confinar as pessoas às suas próprias casas, como aconteceu com a pandemia de covid-19 e poderá acontecer com uma nova crise sanitária ou ameaça nuclear ou terrorista, este manual de sobrevivência francês aconselha ainda as famílias a criarem um kit de sobrevivência com alguns mantimentos, como seis litros de água, uma dúzia de enlatados, pilhas, lanternas e conjuntos de primeiros socorros, incluindo medicamentos não sujeitos a receita médica, como analgésicos ou anti-inflamatórios de venda livre.

A rádio Europe 1 divulga a imagem do kit de sobrevivência que consta no documento, ainda sob aprovação do governo francês (Reprodução: Europe 1)

Segundo a rádio Europe 1, o manual aconselha cada família francesa a ter uma mochila também com um canivete-suíço, carregadores para telemóveis, agasalhos (como luvas, cachecóis e gorros), óculos, duplicação das chaves de casa e do carro e ainda fotocópias dos documentos de identificação ou outros importantes. Além disso, e como o cenário de confinamento é uma possibilidade, o governo francês aconselha ainda a ter jogos por perto, como cartas, para entreter os mais novos.

Em declarações a esta rádio, o porta-voz do gabinete do primeiro-ministro diz que “o objetivo deste documento é garantir a resiliência das populações face a todos os tipos de crise, sejam elas naturais, tecnológicas, cibernéticas ou relacionadas com a segurança”.

Assunto: Passagem Rotativa de Coordenação



O que pode acontecer ao corpo depois de vários dias no Espaço

© Keegan Barber/NASA via Getty Images  Notícias ao Minuto  19/03/2025

Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore regressaram, finalmente, à Terra depois da missão na Estação Espacial Internacional que se prolongou mais do que o previsto. Antes de irem para casa, têm de passar por um conjunto de exames médicos. Saiba o que pode acontecer ao corpo.

Esta terça-feira, 18 de março, chegou ao fim a missão de Suni Williams e Butch Wilmore na Estação Espacial Internacional. Aquela que era para uma ser uma estadia curta, acabou por revelar-se num dos períodos mais longos a bordo desta estação no Espaço, com mais de 280 dias.

Segundo o Today, os astronautas têm de passar por um período de avaliação médica antes de voltarem a casa. Podem apresentar alguns problemas que são necessários de monitorizar. É no Lyndon B. Johnson Space Center da NASA, em Houston, que os exames irão decorrer. 

Tonturas e enjoos são apenas alguns dos sintomas que podem experienciar. Com uma permanência tão longa no espaço o corpo pode sofrer outro tipo de complicações. Segundo a Nasa, a perda óssea e muscular é algo mais evidente, especialmente na zona das pernas e na coluna. São áreas que na Terra são bastante usada, mas não no Espaço devido à gravidade.

"É um grande choque para o corpo voltar à Terra. Tudo é muito pesado. É preciso algum tempo para voltar a estar acostumado à gravidade de novo", revelou o ex-astronauta Peggy Whitson.

Por outro lado, os astronautas podem apresentar alguns problemas de visão. Um dos problemas mais comuns é o inchaço na zona posterior do olho. Já segundo a Baylor College of Medicine, a redução do fluxo sanguíneo pode levar a alguns problemas cardiovasculares. 

No regresso à Terra, o coração pode ficar mais fraco. Também o sistema gastrointestinal pode sair afetado, que sente os efeitos da perda de gravidade. Podem ainda acontecer erupções cutâneas e sensibilidade na pele no regresso à Terra.


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EUA: "III Guerra Mundial? Seria ridículo, mas coisas estranhas acontecem"

© Kevin Lamarque/Reuters  Notícias ao Minuto com Lusa  19/03/2025

Trump sugeriu que o seu impulso para um cessar-fogo mais alargado na Ucrânia tem como objetivo manter as forças norte-americanas fora de um conflito alargado.

Depois de conversar com Vladimir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avisou que os norte-americanos "poderiam" vir a estar envolvidos na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, caso esta escalasse para a "Terceira Guerra Mundial", atirando que "coisas estranhas acontecem".

Estas declarações surgiram numa entrevista ao programa 'The Ingraham Angle', da Fox News, quando Trump falava sobre o facto de o presidente russo ter rejeitado um cessar-fogo total. 

"Neste momento, temos muitas armas apontadas umas às outras e um cessar-fogo sem ir um pouco mais longe teria sido difícil", disse Trump. 

"A Rússia está em vantagem, como sabem", acrescentou, referindo que Moscovo tem milhares de soldados ucranianos "bem cercados"  - "e isso não é bom", notou. 

Desta forma, sugeriu que o seu impulso para um cessar-fogo mais alargado tem como objetivo manter as forças norte-americanas fora de um conflito alargado. 

"Estamos a fazer isto - não há americanos envolvidos. Poderá haver se acabarmos na Terceira Guerra Mundial por causa disto, o que é tão ridículo", disse. "Mas, sabe, coisas estranhas acontecem", avisou.. 

Recorde-se que Trump acordou com Putin uma trégua de 30 dias limitada às infraestruturas energéticas.

Após uma conversa telefónica, Donald Trump e Vladimir Putin também acordaram iniciar as negociações de paz de imediato, indicou um comunicado da presidência norte-americana. As futuras negociações vão ter lugar no Médio Oriente.

Moscovo concordou também com a troca de 350 prisioneiros de guerra - 175 de cada lado - com a Ucrânia, na quarta-feira e, como gesto de boa vontade, Putin informou que Moscovo ia entregar 23 prisioneiros gravemente feridos a Kyiv.

A Rússia estabeleceu condições para o fim das hostilidades, incluindo o fim do rearmamento de Kyiv, e a interrupção da ajuda militar ocidental às forças ucranianas.

Além da suspensão dos ataques às infraestruturas, a Casa Branca assinalou também "negociações técnicas sobre o estabelecimento de um cessar-fogo marítimo no mar Negro, um cessar-fogo abrangente e uma paz duradoura" na Ucrânia.

Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou uma reaproximação à Rússia, após o congelamento de relações entre os dois países durante o mandato de Biden, devido à invasão da Ucrânia.


Leia Também: Os russos estão do outro lado do rio, a menos de três quilómetros. Na cidade-fantasma da Ucrânia há "apenas horror"

A chamada, a trégua e os ataques. "Jogo" de Putin é "enfraquecer" Kyiv?

© MAXIM SHEMETOV/POOL/AFP via Getty Images  Notícias ao Minuto com Lusa  19/03/2025
A chamada dos dois líderes durou mais de 90 minutos. Zelensky relatou nas redes sociais que perto de 40 'drones' de ataque russos Shahed cruzavam os céus ucranianos durante a noite, em várias regiões do país, e que a defesa aérea estava ativa. Isto, poucas horas depois de Moscovo ter anunciado, na sequência da conversa telefónica, uma trégua de 30 dias nos ataques às infraestruturas e alvos energéticos ucranianos, aquém do cessar-fogo.

Após semanas de expectativa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, conversaram, finalmente, sobre a guerra na Ucrânia. Da chamada telefónica saiu um acordo de cessar-fogo de 30 dias (limitado), uma troca de prisioneiros, mas não só. De que mais falaram - e o que diz Kyiv?

Sabe-se que o  cessar-fogo acordado é limitado a ataques contra alvos energéticos e infraestruturas. Trump e Putin concordaram também, segundo revelou a presidência norte-americana em comunicado,  em iniciar as negociações de paz de imediato. As futuras negociações vão ter lugar no Médio Oriente.

Note-se que a Ucrânia já dera o aval a um acordo de cessar-fogo de 30 dias, proposto pelos Estados Unidos, instando Putin a fazer o mesmo. No seguimento do telefonema, a presidência russa indicou ter concordado em suspender os ataques às infraestruturas energéticas da Ucrânia durante 30 dias, descrevendo a conversa como "detalhada e franca".

Vladimir Putin "emitiu imediatamente a ordem correspondente aos militares russos", referiu em comunicado o Kremlin, que dizia que o presidente russo está pronto para "trabalhar com os parceiros norte-americanos numa análise completa das possíveis formas de chegar a um acordo, que deve ser abrangente, estável e duradouro". 

"E, claro, devemos ter em conta a necessidade incondicional de eliminar as causas profundas da crise e os legítimos interesses de segurança da Rússia", sublinhou a mesma nota.

Moscovo concordou também com a troca de 350 prisioneiros de guerra - 175 de cada lado - com a Ucrânia, na quarta-feira e, como gesto de boa vontade, Putin informou o homólogo que Moscovo ia entregar 23 prisioneiros gravemente feridos a Kyiv.

A Rússia estabeleceu condições para o fim das hostilidades, incluindo o fim do rearmamento de Kyiv, e solicitou ao presidente norte-americano a interrupção da ajuda militar ocidental às forças ucranianas.

"Uma condição fundamental para evitar uma escalada do conflito e trabalhar no sentido de um acordo político e diplomático deve ser a cessação completa da ajuda militar estrangeira e o fornecimento de informações para Kyiv", acrescentou o Kremlin.

Além da suspensão dos ataques às infraestruturas, a Casa Branca assinalou também "negociações técnicas sobre o estabelecimento de um cessar-fogo marítimo no mar Negro, um cessar-fogo abrangente e uma paz duradoura" na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

Os comunicados divulgados pelos dois países não mencionam qualquer possível reordenamento territorial da Ucrânia, apesar de Moscovo ter alertado anteriormente que não abdicará das regiões que ocupa parcialmente no país vizinho e de Kyiv se recusar a cedê-las.

Conversa "muito boa e produtiva"

Pouco depois, na sua rede social Truth, Trump disse ter um entendimento com Putin para negociar um "cessar-fogo total" na Ucrânia rapidamente. O presidente dos Estados Unidos considerou a conversa "muito boa e produtiva". 

"Jogo de Putin é enfraquecer Ucrânia o mais possível"

Numa primeira reação, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou-se favorável a uma trégua de 30 dias com a Rússia nos ataques às infraestruturas e alvos energéticos, destacando, contudo, a importância de ver os detalhes com Washington. 

Zelensky advertiu, por outro lado, que as condições estabelecidas por Putin para uma trégua alargada com Kyiv visam enfraquecer a Ucrânia e mostram que não está pronto para acabar com a guerra.

"Todo o seu jogo é enfraquecer-nos o mais possível", declarou o presidente ucraniano. 

Mais tarde, Zelensky voltaria a pronunciar-se para dizer que o homólogo russo "rejeitou efetivamente a proposta de cessar-fogo" apresentada pelos Estados Unidos e que prosseguiu na última noite com os ataques contra a Ucrânia.

O presidente ucraniano relatou nas redes sociais que perto de 40 'drones' de ataque russos Shahed cruzavam os céus ucranianos ontem à noite, em várias regiões do país, e que a defesa aérea estava ativa, poucas horas depois de Moscovo ter anunciado a trégua. 

Negociações de cessar-fogo começam na Arábia Saudita no domingo

Entretanto,  o enviado norte-americano para o Médio Oriente indicou que as negociações para um cessar-fogo na Ucrânia "vão começar no domingo em Jeddah", na Arábia Saudita. 

"Penso que os russos aceitaram ambos os pontos. Tenho esperança de que os ucranianos aceitem", disse na terça-feira Steve Witkoff à televisão norte-americana Fox News, em referência à trégua limitada às infraestruturas energéticas e um cessar-fogo marítimo no mar Negro.

O enviado disse que a delegação dos EUA na Arábia Saudita seria liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, mas não especificou quem seriam os interlocutores do lado da Rússia.

Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou uma reaproximação à Rússia, após o congelamento de relações entre os dois países durante o mandato do antecessor Joe Biden, devido à invasão da Ucrânia.


Leia Também: A China saudou hoje "todos os esforços" para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter contactado o seu homólogo russo, Vladimir Putin.


Leia Também: O Exército da Ucrânia acusou a Rússia de ter atacado com seis mísseis e 145 'drones' o território ucraniano durante a noite, um dia depois de Moscovo e Washington terem anunciado um acordo sobre uma trégua limitada.

"Uma derrota substancial", uma "estratégia ideal" e uma nova exigência. Como Putin lançou armadilha a Trump para chegar à paz na Ucrânia

Donald Trump e Vladimir Putin Por João Guerreiro Rodrigues  cnnportugal.iol.pt

De uma chamada de 90 minutos saem "sensações" de que foi Putin a liderar as negociações onde a Ucrânia não foi vista nem achada

As expectativas eram elevadas e a bola estava "do lado de Moscovo", porque a Casa Branca tinha conseguido fazer com que Kiev aceitasse um acordo de cessar-fogo de 30 dias em todas as hostilidades, mesmo sem qualquer garantia de segurança. Mas os 90 minutos da chamada telefónica não foram suficientes para Donald Trump conseguir convencer Vladimir Putin a travar a invasão da Ucrânia e "parar a matança" por 30 dias, como tinha sido acordado com a Ucrânia. Para os especialistas, a estratégia do presidente americano saiu "completamente derrotada", com a Rússia a recusar o acordo proposto por Trump e com Putin colocar uma armadilha no caminho do presidente norte-americano que o pode obrigar a voltar atrás numa medida que tomou.

"Há aqui uma derrota substancial americana. Os Estados Unidos fizeram uma proposta que foi recusada pela Rússia. Quem é que está a mediar esta paz? É Donald Trump que está a fazer propostas atrás de propostas a que Putin responde com cada vez mais exigências e cada vez mais duras? Parece-me bastante inquietante, porque a sensação que nós temos é de que quem está a comandar as negociações verdadeiramente é a Rússia e não os Estados Unidos", afirma Diana Soller, especialista em relações internacionais. 

Apesar de a Casa Branca ter celebrado o resultado entre a conversa dos dois presidentes, que acabou num acordo para a pausa de 30 dias nos ataques contra infraestruturas críticas de ambos os lados, esta "cedência" do Kremlin fica muito aquém da vontade de Donald Trump. O presidente norte-americano falou com Putin na esperança de fazer Moscovo concordar com aquilo que Kiev concordou uma semana antes: 30 dias sem combates em terra, no mar e no ar, ao longo de toda a frente. 

Esta decisão acontece precisamente numa altura em que Kiev tem vindo a intensificar os ataques de longa distância contra as refinarias petrolíferas e instalações de gás russas um pouco por todo o território, como forma de prejudicar a economia e a logística de Moscovo. E há sinais de que essa campanha estava prestes a intensificar-se, depois do Ministério da Defesa da Ucrânia ter anunciado a meta do fabrico de 30 mil drones de longo alcance em 2025 e de desenvolver com sucesso o seu primeiro míssil balístico de longo alcance, o R-350 Neptune, com um alcance de mais de mil quilómetros.

No sentido inverso, a Rússia compromete-se a parar este tipo de ataques numa altura em que isso pouco interfere com a sua estratégia no terreno. As forças armadas russas, ao longo de três anos de guerra, destruíram de forma sistemática a rede energética ucraniana. Centrais termo e hidroelétricas, subestações, linhas de transmissão e depósitos de combustível foram repetidamente atacados por algumas das armas mais avançadas russas, com o objetivo de paralisar a economia ucraniana e tornar mais difícil a vida da população, de forma a pressionar o governo de Kiev. Com o inverno a chegar ao fim, os efeitos práticos dessa estratégia são mais difíceis de serem sentidos, o que torna menos relevante esta suspensão.

"A montanha pariu um rato. Os russos comprometem-se a não atacar instalações elétricas ucranianas, mas isso é um crime de guerra. Ou seja, os russos comprometem-se a não cometer crimes de guerra durante 30 dias. Donald Trump vai dizer que isto foi um enorme sucesso e que conseguiu um ótimo acordo, mas aquilo que tinha sido acordado na semana passada entre a Ucrânia e os EUA que seria levado à Federação Russa era o cessar-fogo incondicional de 30 dias. A resposta de Putin foi não", refere Francisco Pereira Coutinho, especialista em direito internacional.

A nova exigência

Poucos minutos depois da chamada, o presidente norte-americano celebrou na sua rede social a conversa com Putin, apelidando-a de "muito boa e produtiva", com os dois lados a partilharem "a compreensão de que vão trabalhar rapidamente para chegar a um cessar-fogo completo". As palavras do lado americano, contrastam com o longo e exigente comunicado russo, que coloca ainda mais exigências em cima da mesa para o fim das hostilidades na Ucrânia.

No documento elaborado pela diplomacia russa, Moscovo insiste na "necessidade absoluta" de eliminar "as causas profundas da crise", sublinhando que o fim do envio de equipamento e informações militares à Ucrânia por parte dos aliados é uma "condição-chave" para o fim do conflito. Esta nova exigência surge poucas semanas depois de o presidente americano ter ordenado o fim do envio de ajuda militar e da partilha de informações, dias depois da tensa reunião entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Sala Oval.  

Esta decisão provou ter um forte impacto no campo de batalha. A Rússia já vinha a aumentar a intensidade das operações contras as posições ucranianas na região ocupada de Kursk, com uma combinação de novas unidades russas apoiadas por tropas norte-coreanas. No entanto, a suspensão da partilha de informações cruciais por parte dos Estados Unidos da América tornou a defesa de Kursk cada vez mais insustentável, levando ao colapso desta frente. Foi necessário um pedido de desculpas do líder ucraniano para que Trump levantasse as restrições. Agora, para satisfazer Putin, a Casa Branca teria de voltar a reverter a sua decisão. 

"Nós vimos o resultado em Kursk, onde a Ucrânia esteve pouco mais de uma semana sem informações estratégicas e sem informação em tempo real. A Rússia aproveitou para dar um novo ímpeto às suas ações ofensivas. Os ucranianos são frontalmente contra o desarmamento e frontalmente contra a desmilitarização. Portanto, eu penso que a Rússia vai insistir nestas condições para que se vá um pouco mais além do que aquilo que se conseguiu hoje com Trump", defende o major-general Isidro de Morais Pereira.

Apesar de tudo, Vladimir Putin não rejeita completamente o acordo proposto por Trump. O líder russo compromete-se a criar uma equipa técnica para começar a estudar e criar uma iniciativa relativa à segurança no Mar Negro e aceitou uma troca de 175 militares ucranianos em troca de 175 soldados russos, bem como a transferência de 23 ucranianos gravemente feridos que estão a ser tratados em unidades médicas russas. Estas medidas demonstram que existe um esforço da parte russa para abrir os canais de diálogo com os Estados Unidos da América para que se inicie o processo negocial, com medidas de "construção de confiança" como a libertação de prisioneiros.

Os dois comunicados também começam a desvendar o véu sobre o verdadeiro mediador do conflito: a Arábia Saudita. Depois de ter sido o palco da ronda de negociações entre os Estados Unidos e a Rússia e, pouco mais tarde, entre a delegação americana e ucraniana, ambos os lados comprometem-se a continuar as negociações na Arábia Saudita. 

"O que o comunicado não diz mas que me começa a parecer evidente é de que há um novo mediador no ar. A Arábia Saudita parece ter chutado para canto a Turquia, para já. Porque a ideia de que as negociações vão ser no Médio Oriente, depois de a primeira ronda ter sido em Jeddah e em Riade significa que a Arábia Saudita está a tomar a dianteira neste processo. Os sauditas estão a apresentar-se como facilitadores das iniciativas que a Casa Branca quer usar para a deslindar", garante Tiago André Lopes, especialista em Relações Internacionais. 

Mas o acordo que acabou de nascer pode já ter complicações pelo caminho. Ao contrário da Casa Branca, que escreve que o cessar-fogo se aplica a "infraestruturas e energia", a linguagem utilizada pelo Kremlin é vaga o suficiente para poder atingir infraestruturas como portos, pontes, aeródromos e outros edifícios. Poucas horas depois da conversa, o líder ucraniano acusou a Rússia de lançar dezenas de drones contra infraestruturas civis no país, por exemplo.

Em conversa com os jornalistas, Volodymyr mostrou-se cauteloso em relação ao acordo, admitindo que este pode ser um passo em direção à paz e não em direção à "complicação militar de situações de combate". “É claro que estamos satisfeitos por haver um primeiro passo, e foi isso que oferecemos: silêncio no céu e no mar. Os americanos ofereceram mais, um cessar-fogo total. De facto, os russos recusaram”, defende. 

Mas, na Ucrânia, nem todos estão otimistas em relação ao que ficou acordado entre Trump e Putin. Segundo o jornalista ucraniano Illia Ponomarenko, Vladimir Putin está simplesmente a continuar a sua estratégia de "arrastar as coisas indefinidamente" para continuar a conquistar o território ucraniano. 

"O Kremlin está essencialmente a manter a sua estratégia ideal - atrasar as coisas indefinidamente, dizer “não” sem realmente dizer “não”, afogar tudo em demagogia sem sentido, manipular Trump massajando o seu ego, atirando-lhe bugigangas tolas como “milhares de vidas de soldados ucranianos poupadas apenas graças a Trump” e jogos de hóquei (!), tudo isto enquanto continua a sua guerra em grande escala contra a Ucrânia. E enquanto Trump continuar a satisfazer as suas “vitórias” virtuais e a andar em bicos de pés à volta de Putin, não há razão para parar", afirma Ponomarenko.

terça-feira, 18 de março de 2025

𝗠𝗜𝗡𝗜𝗦𝗧𝗥𝗔 𝗗𝗘 𝗔𝗚𝗥𝗜𝗖𝗨𝗟𝗧𝗨𝗥𝗔 𝗙𝗢𝗜 𝗢𝗨𝗩𝗜𝗗𝗔 𝗛𝗢𝗝𝗘 𝗡𝗢 𝗠𝗜𝗡𝗜𝗦𝗧É𝗥𝗜𝗢 𝗣Ú𝗕𝗟𝗜𝗖𝗢

À saída de audição, o seu advogado, Suleimane Cassamá, informou a Rádio Jovem que a sua cliente saiu inocente perante acusações invocadas sobre denúncia de suposto desvio de fundos e fertilizantes no Ministério que dirige.  

Cassamá disse que Fatumata Djau Baldé foi caluniada e que no entanto o Ministério Público cometeu algumas irregularidades sobre o processo.  A antiga dirigente do Partido dos Trabalhadores Guineenses foi exonerada no governo pelo Presidente da República no momento que estava a ser ouvida no Ministério Público.

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Rádio Jovem

Portugal: População sem-abrigo duplica em cinco anos. Há cada vez mais imigrantes em risco de pobreza

Quase meio milhão de pessoas residentes em Portugal vive em privação material e social severa. Mais de 260 mil não têm sequer uma alimentação adequada e o número de pessoas em situação de sem-abrigo continua a aumentar. 

A jornalista Alda Martins explica o que está em causa, partindo da denúncia da Cáritas para o aumento do risco de pobreza em Portugal.

A cidade de Bolama foi palco de lançamento de pedra para requalificação de Cais.A obra vai ser financiada pela União Europeia. No ato esteve presente o representante da União Europeia na Guiné Bissau, Governador da Região, entidades tradicionais e comunidades religiosas.

Radio TV Bantaba

Estados Unidos: O Presidente norte-americano, Donald Trump, pediu hoje a demissão do juiz que ordenou a suspensão da recente deportação de mais de 200 venezuelanos para El Salvador, chamando-lhe "lunático radical de esquerda".

© Lusa  18/03/2025 

Trump pede demissão de juiz que suspendeu deportação de venezuelanos

O Presidente norte-americano, Donald Trump, pediu hoje a demissão do juiz que ordenou a suspensão da recente deportação de mais de 200 venezuelanos para El Salvador, chamando-lhe "lunático radical de esquerda".

"Este lunático da esquerda radical, arruaceiro e juiz agitador que foi infelizmente nomeado pelo [ex-Presidente dos Estados Unidos] Barack Hussein Obama não foi eleito Presidente" nem "ganhou nada", escreveu Trump na rede social Truth Social. 

Os comentários de Trump foram feitos depois de o juiz distrital James Boasberg, do distrito de Columbia, ter emitido uma ordem, no sábado, a suspender o envio, nesse dia, para El Salvador, de mais de 200 venezuelanos acusados ??de fazerem parte do gangue criminoso 'Tren de Aragua' no âmbito da Lei dos Inimigos Estrangeiros.

A lei, que remonta a 1798, só foi utilizada três vezes na História: durante a guerra de 1812 contra as tropas britânicas e durante as duas Guerras Mundiais.

A decisão de Boasberg não impediu que os três aviões que transportavam os venezuelanos deportados --- um dos quais nem sequer tinha levantado quando o juiz emitiu a ordem de devolução dos detidos a solo norte-americano --- aterrassem em El Salvador.

"Ganhei por muitos motivos, num mandato muito complexo, mas a luta contra a imigração ilegal pode ter sido a principal razão para esta vitória histórica. Estou simplesmente a fazer o que os eleitores queriam que eu fizesse", sublinhou Trump, na sua mensagem.

"Este juiz, como muitos dos juízes corruptos perante os quais sou forçado a comparecer, deve ser afastado do cargo! Não queremos criminosos agressivos, violentos e dementes, muitos dos quais são assassinos transtornados, no nosso país", concluiu.

Na segunda-feira, o Departamento de Justiça dos EUA pediu a um tribunal de recurso que retirasse o juiz Boasberg do caso das deportações, alegando ter havido um "exercício inapropriado de jurisdição".

No mesmo dia, um procurador-geral adjunto avisou Boasberg que este não tem autoridade para ditar a política nacional de imigração.

Um dos advogados que representam cinco dos venezuelanos deportados alertou para a "crise constitucional" que o caso representa, enquanto vários membros da Administração Trump insistem em condenar publicamente os juízes que bloqueiam as medidas, questionando a separação de poderes nos EUA.


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O presidente do Supremo Tribunal dos EUA repreendeu hoje o chefe de Estado norte-americano, na sequência de ataques ao juiz federal que bloqueou a aplicação de uma lei que o republicano usou para deportar imigrantes.

Banco Mundial, apresenta o Relatório Análise do Capital Humano da Guiné-Bissau, um estudo que examina os indicadores e as políticas de Capital humano no País, em três sectores- Saúde, Educação e Proteção Social.

Radio TV Bantaba

Centro de Saúde do bairro Militar, beneficia pela primeira de uma Ambulância para evacuação de doentes, assim como equipamentos médicos aos utentes daquela área Sanitária

Radio TV Bantaba

PR Umaro Sissoco Embaló recebeu hoje Missão das Nações Unidas, Chefiado pelo Pedro Arrojo Agudo, Relatório Especial sobre Direitos Humanos

O Presidente da República, recebeu em audiência a missão das Nações Unidas, que se encontra em visita de trabalho à Guiné-Bissau. 

Durante o encontro, Pedro Arrojo Agudo, chefe da missão, apresentou cumprimentos ao Chefe de Estado e falou sobre o objetivo da sua missão, que visa a elaboração de um relatório especial sobre a situação dos direitos humanos na África Ocidental e Central.

Radio Voz Do Povo / Presidência da República da Guiné-Bissau

Guiné-Bissau: Os Estados Unidos da América (EUA) nunca impuseram sanções à Guiné-Bissau por falhas no combate ao tráfico humano ou outras razões, disse hoje o embaixador norte-americano para o Senegal e Guiné-Bissau, Michael Raynor.

Por  Lusa  18/03/2025

"Nunca houve sanções impostas à Guiné-Bissau", diz Embaixador dos EUA

Os Estados Unidos da América (EUA) nunca impuseram sanções à Guiné-Bissau por falhas no combate ao tráfico humano ou outras razões, disse hoje o embaixador norte-americano para o Senegal e Guiné-Bissau, Michael Raynor.

O diplomata foi hoje recebido pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e, depois da audiência no Palácio da Presidência, falou aos jornalistas sobre as relações dos dois países.

"Quero agradecer a oportunidade de esclarecer que nunca houve sanções impostas à Guiné-Bissau sobre o tráfico de pessoas ou outras quaisquer", afirmou.

O embaixador respondia a uma pergunta sobre uma notícia de 2023 que dava conta de que os EUA anunciaram sanções a vários territórios, entre os quais Guiné-Bissau, por falhas na luta contra o tráfico humano.

Michael Raynor explicou que os Estados Unidos da América fazem uma avaliação anual do desempenho dos países sobre o tráfico de pessoas.

Segundo disse, "os países colocados num nível mais baixo não são alvo de sanções, mas sim de restrições nas relações e parcerias com os EUA".

Foi o que aconteceu em 2023 com a Guiné-Bissau, como apontou, adiantando que no ano passado (em 2024), o país africano "fez bons esforços no combate ao tráfico de pessoas", o que o "retirou de uma categoria menor e eliminou as restrições".

Michael Raynor disse que na conversa de hoje com o Presidente guineense agradeceu os progressos e pediu que continue os esforços para que a Guiné-Bissau se mantenha nesta posição.

De acordo com o diplomata, no encontro no Palácio da Presidência falaram ainda das dinâmicas políticas dos dois países, das prioridades políticas da nova administração do Presidente Trump, em Washington.

Falaram ainda sobre aprofundar a cooperação e parcerias, particularmente em desenvolver o setor privado na Guiné-Bissau com a possibilidade de empresas norte-americanas se instalarem no país.

"Trazer a alta qualidade da tecnologia e padrões dos EUA e criar empregos na Guiné-Bissau", concretizou o embaixador.

O diplomata norte-americano disse que expressou, também, "admiração" ao Presidente Embaló pelos esforços deste "para promover a paz e estabilidade em todo o mundo".

Sobre ainda as relações dos dois países, indicou que "falam regularmente, incluindo os presidentes Embaló e (Donald) Trump", sobre assuntos de interesse para ambos, nomeadamente a estabilidade na sub-região africana.

No final deste encontro, falou apenas o embaixador dos EUA e os jornalistas tiveram direito a apenas uma pergunta.

O Chefe do Estado General Umaro Sissoco Embaló, exonerou a Ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Fatumata Djau Baldé. A decisão foi oficializada através do Decreto Presidencial N.º 07/2025 e ocorre sob proposta do Primeiro-Ministro.

 


O problema já nem é desobedecer a um juiz - o problema é não se importar com isso: Trump sente-se omnipotente. "Assustador"

Por Stephen Collinson, cnnportugal.iol.pt

ANÁLISE || A separação de poderes é um problema em curso nos EUA

Um momento fatídico aproxima-se à medida que a equipa de Trump procura contornar o poder judicial

O aspeto mais assustador de uma nova reivindicação da Casa Branca de poder executivo ilimitado não é o facto de as autoridades terem ignorado a ordem de um juiz para suspender as deportações de membros de gangues venezuelanos.

É o facto de alguns colaboradores seniores da administração Trump parecerem não se importar com o facto de o terem feito. Há mesmo quem afirme que alguns juízes são simplesmente demasiado subalternos para questionar as decisões de um presidente.

O furor causado pela utilização pela administração, em tempo de paz, de poderes de guerra ao abrigo da Lei dos Inimigos Estrangeiros do século XVIII é o mais recente, e talvez o mais evidente, sinal do sentimento de omnipotência do presidente Donald Trump. Trump também está a apostar que os eleitores o recompensarão por, na sua opinião, os manter seguros com uma aplicação implacável da lei da imigração, em vez de recuarem perante os seus desafios à Constituição.

O confronto crescente é tão crítico que os tribunais são um dos últimos controlos do poder de Trump, depois de este ter esmagado a oposição no Partido Republicano e de ter ajudado a excluir o Partido Democrata de qualquer poder em qualquer ramo do governo em Washington.

A vontade de transformação da administração para testar os princípios constitucionais fundamentais foi revelada numa entrevista impressionante do conselheiro sénior da Casa Branca, Stephen Miller, com Kasie Hunt da CNN na segunda-feira.

Miller argumentou que, uma vez que Trump estava a exercer os seus poderes de comandante-em-chefe, os tribunais não tinham o direito de o responsabilizar, desafiando um dos princípios da democracia americana defendido pelos três ramos do governo. Segundo Miller, a Lei dos Inimigos Estrangeiros, que tem um legado histórico duvidoso, foi “escrita explicitamente para dar ao presidente a autoridade para repelir uma invasão estrangeira dos Estados Unidos”. Miller acrescentou: “Não se trata de algo em que um juiz de um tribunal distrital tenha qualquer autoridade para interferir, ordenar, restringir ou limitar de qualquer forma”.

Pondo de lado a alegação da Casa Branca de que os Estados Unidos estão sujeitos a uma invasão de membros de gangues venezuelanos - que assenta em bases legais questionáveis -, o assessor sénior do presidente está essencialmente a argumentar que o seu chefe tem poder absoluto.

“Pode ler a lei por si próprio”, afirmou Miller. “Não há uma única cláusula nessa lei que a torne sujeita a revisão judicial, muito menos a revisão por um tribunal distrital.”

"Não me interessa"

A certeza de Miller foi espelhada na segunda-feira pelo czar da fronteira de Trump, Tom Homan, que expressou desprezo pela noção de que a repressão de Trump na fronteira podia ser restringida. “Não vamos parar. Não me interessa o que os juízes pensam. Eu não me importo com o que a esquerda pensa. Estamos a chegar”, afirmou Homan a Lawrence Jones, da Fox News.

A ideia de que a Casa Branca ignoraria o que os juízes dizem ameaça os fundamentos mais básicos do governo constitucional que todos as criança americanas aprendem nas aulas de educação cívica.

A mentalidade da administração enfureceu o juiz no caso das deportações, que está a investigar se a Casa Branca ignorou as suas ordens, no sábado, para suspender as deportações de alegados membros de gangues expulsos e fazer regressar para os EUA os voos que os transportavam.

Esta imagem obtida no domingo da assessoria de imprensa da presidência de El Salvador mostra agentes da polícia salvadorenha a escoltar supostos membros do gangue venezuelana Tren de Aragua, recentemente deportados pelo governo dos EUA para serem presos na prisão do Centro de Confinamento de Terrorismo (CECOT) foto gabinete de Imprensa da Presidência de El Salvador/Handout/Reuters
A administração está a argumentar, entre outras coisas, que não violou a ordem do juiz James Boasberg, uma vez que a ordem verbal do juiz diz que o Governo deve trazer de volta os aviões que transportam indivíduos sujeitos à decisão de Trump, mas a ordem escrita do juiz não o fez.

Um Boasberg exasperado resumiu o raciocínio do DOJ como: “Não nos interessa, fazemos o que quisermos.”

Boasberg deu aos advogados do Departamento da Justiça até esta terça-feira para apresentarem dados sobre o momento dos voos de deportação que se recusaram a fornecer na segunda-feira.

“Isto é um confronto. Isto é semelhante a um jogo de loucos entre ramos”, afirmou o antigo juiz federal John E. Jones III a Kaitlan Collins, da CNN.

Especialistas em direito constitucional afirmaram que o argumento de Miller colidia com o caso histórico do Supremo Tribunal Marbury v. Madison, que estabeleceu a autoridade do tribunal superior ao determinar, entre outros princípios fundamentais, que as ações do poder executivo estão sujeitas a revisão judicial.

“O objetivo de Marbury v. Madison é que se recorra primeiro ao tribunal distrital para questões federais e questões de direito constitucional, pelo que ele não está a perceber isso”, explicou Corey Brettschneider, professor da Universidade de Brown e apresentador do podcast “The Oath and the Office”. “Se pensa que o Supremo Tribunal pode, em última análise, opinar, então pensa que o tribunal distrital pode opinar sobre estas questões.”

O analista jurídico da CNN, Elliot Williams, também se limitou a Marbury v. Madison. “O Supremo Tribunal decidiu, em 1803, que tem autoridade para analisar as ações dos poderes executivo e legislativo do governo. As ações do presidente podem ser revistas por um tribunal - isso é história americana básica.”

Williams prosseguiu: “A ideia de que, de alguma forma, há um conjunto de ações que não podem ser revistas é um disparate. Toda a gente que viveu os anos 2000 sabe que a guerra contra o terrorismo foi litigada nos tribunais vezes sem conta”.

Trump acredita que há poucos limites ao seu poder

Há muito que Trump defende a ideia de que a presidência lhe confere o poder supremo, apesar de isso entrar em conflito com os princípios de uma nação construída com base na aversão ao governo de um monarca absoluto. “Eu tenho um Artigo II, onde tenho o direito de fazer o que quiser como presidente”, afirmou em julho de 2019, durante o seu primeiro mandato. O artigo II da Constituição estabelece os deveres da presidência - mas não confere autoridade executiva sem restrições.

Normalmente, as pessoas não atingem as posições mais altas da Ala Presidencial sem compreenderem os princípios básicos da história e da jurisprudência americana. Por isso, os comentários de Miller e Homan parecem sugerir a existência de um corpo de funcionários no segundo mandato, desejosos de realizar os sonhos de poder real de Trump.

O que se torna assustador, e foi isso que foi tão assustador na entrevista, é quando ele começa a dizer “não me interessa o que os tribunais dizem - temos o direito de o fazer de qualquer forma” e nem sequer se compromete a seguir uma ordem do Supremo Tribunal - é por isso que estamos tão obviamente numa crise constitucional”, declarou Brettschneider.

A crise política também se está a instalar

A batalha sobre as deportações para uma famosa prisão em El Salvador é apenas o mais recente sinal de que a administração planeia reivindicar um poder presidencial quase ilimitado em cada questão, dois meses após o início do segundo mandato de Trump.

Trump está a apostar que os aliados republicanos não vão fazer nada para o controlar, que os adversários democratas são demasiado fracos para o travar e que as tradições processuais dos tribunais só podem decidir em retrospetiva.

“Não temos receio de nos redobrarmos e de assumirmos a responsabilidade e a propriedade das decisões sérias que estão a ser tomadas”, afirmou na segunda-feira a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. “O presidente foi eleito com um mandato esmagador para lançar a maior campanha de deportação em massa da história americana - e é exatamente isso que está a fazer.”

As lutas constitucionais e legais podem muitas vezes parecer distantes das preocupações diárias mais prementes dos cidadãos fora de Washington - como os democratas descobriram no ano passado, quando basearam pelo menos parte da sua campanha eleitoral na necessidade de defender instituições que muitos americanos sentem que não estão a responder às suas necessidades.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, dá uma conferência de imprensa na sala Brady Press Briefing, na Casa Branca, em Washington, na segunda-feira foto Chip Somodevilla/Getty Images
Mas o resultado do drama dos voos dos migrantes - e os desafios a outras iniciativas de grande alcance da administração, como a tentativa de anular o direito de cidadania por nascimento e a evisceração do governo federal por Elon Musk - será fundamental para decidir como a América será liderada e que tipo de país será nos próximos quatro anos e possivelmente nos anos seguintes.

Numa Casa Branca dominada por um comandante supremo todo-poderoso, os funcionários têm uma conceção da Constituição que a maioria dos americanos não reconheceria.

Quando Hunt levantou a questão da separação de poderes relativamente à utilização da Lei dos Inimigos Estrangeiros para deportar imigrantes - aparentemente sem o devido processo -, Miller respondeu: “Sim, separação de poderes. Isto é o poder judicial a interferir na função executiva”.

Bom dia rua Porto Bafata

 
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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sibiga, pediu hoje à Rússia que aceite o acordo de cessar-fogo sem impor condições, poucas horas antes de um telefonema entre os Presidentes russo e norte-americano.

© Maxym Marusenko/NurPhoto via Getty Images  Lusa  18/03/2025 

 Kyiv pede à Rússia que aceite cessar-fogo sem condições

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sibiga, pediu hoje à Rússia que aceite o acordo de cessar-fogo sem impor condições, poucas horas antes de um telefonema entre os Presidentes russo e norte-americano.

 "A Ucrânia apoiou a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo temporário de 30 dias. Esperamos que a Rússia aceite esta proposta sem impor condições", disse Sybiga num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.

 "É tempo de (a Rússia) mostrar se quer mesmo a paz", acrescentou o ministro ucraniano.

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, vão discutir hoje à tarde, por telefone, uma possível solução para a guerra na Ucrânia e a normalização das suas relações bilaterais, declarou hoje o Kremlin.

"Há muitas questões, desde a normalização das relações bilaterais ao acordo ucraniano. Tudo isto será discutido pelos dois Presidentes", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária por telefone.

Peskov afirmou que a conversa telefónica entre os dois líderes vai acontecer entre às 16:00 e 18:00, no horário local (13:00 e 15:00 em Lisboa).

"Vão falar o quanto considerarem apropriado", sublinhou o porta-voz russo.

Quanto aos preparativos para a chamada telefónica, Peskov admitiu na segunda-feira que demoraram "vários dias" e incluíram consultas com o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz.

Na semana passada, Putin mostrou-se disposto a abordar com Trump as dúvidas levantadas pela proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, que Kiev já aceitou.

Em resposta à proposta, garantiu que a Rússia apoia uma trégua, mas vê muitos problemas na aplicação e verificação de um cessar-fogo, nomeadamente impedir Kiev de aproveitar o momento para se reagrupar e rearmar.

"Penso que (Putin) concordará. Concordo realmente. Penso que o conheço muito bem e concordará", disse anteriormente Trump.

Se o Presidente russo não aceitar a proposta, acrescentou o Presidente norte-americano, será "uma má notícia para o mundo, porque muitas pessoas estão a morrer".

Trump pediu a Putin que tenha misericórdia das tropas ucranianas que ainda resistem na região russa de Kursk, ao que o líder russo garantiu que lhes pouparia a vida se depusessem as armas e se rendessem, embora os considerasse "terroristas".

Os dois líderes falaram pela primeira vez em 12 de fevereiro, uma conversa na qual concordaram em iniciar um processo de negociação para colocar fim ao conflito na Ucrânia.

Os especialistas apontam que a decisão de realizar uma cimeira em território neutro dependerá do resultado da conversa telefónica entre Putin e Trump.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.


Líder do Movimento Social Democrático, Joana Cobde Nhanca, em conferência de imprensa, sobre rapto do então Secretário Nacional de APU-PDGB Agostinho da Costa, ontem pelas pessoas não identificadas

Radio TV Bantaba 

Aliança Patriótica Inclusiva API-CABAS GARANDI, reage sobre o rapto do atual Secretário Nacional de APU-PDGB Agostinho da Costa, ontem em Bissau, por supostos agentes do Ministério de Interior e da Ordem Pública.

Radio TV Bantaba 

O presidente da República Said Rais Daula recebeu esta manha Sr. Michael Raynor Embaixador de USA.

O Presidente da República, recebeu em audiência, o embaixador dos Estados Unidos para a Guiné-Bissau, Michael Raynor, que reafirmou o compromisso da administração norte-americana em fortalecer as relações de amizade e cooperação com o país, além de esclarecer que não existem sanções americanas contra a Guiné-Bissau. 
O encontro também abordou oportunidades de investimento por parte de empresas americanas no país.
Abel Djassi  / Presidência da República da Guiné-Bissau

MF || APROVADA O REGULAMENTO DA CONTA ÚNICA DO TESOURO PÚBLICO ( CUT ) - uma conta corrente central do Tesouro na qual são centralizados todos os recursos fiscais e não fiscais do Estado e a partir da qual são efetuadas as operações de despesa, em moeda nacional e estrangeira, bem como as operações de tesouraria e de financiamento.

Por  Ministério das Finanças

MF || APROVADA O REGULAMENTO DA CONTA ÚNICA DO TESOURO PÚBLICO ( CUT ) - uma conta corrente central do Tesouro na qual são centralizados todos os recursos fiscais e não fiscais do Estado e a partir da qual são efetuadas as operações de despesa, em moeda nacional e estrangeira, bem como as operações de tesouraria e de financiamento. 

A Conta Única do Tesouro Público ( CUT ) é uma das inovações relevantes das diretivas do quadro harmonizado das finanças públicas da União Económica e Monetária Oeste Africana ( UEMOA ), que tem como principal aspecto incrementar transparência na gestão do erário público ao abrigo dos princípios da unidade da caixa e da tesouraria. 

Com efeito, o artigo 29, da Lei Nr. 2/2015, de 5 de março, relativa ao enquadramento do Orçamento Geral do Estado, que transpõe para ordem jurídica interna a Diretiva Nr. 06/2009/CM/UEMOA, relativa às Leis das Finanças da UEMOA, impõe a obrigatoriedade de depósito no Tesouro Público das disponibilidades financeiras dos organismos públicos. 

A Conta Única, informa que todos os fundos públicos, incluindo os recursos externos mobilizados ao abrigo de projetos, devem ser depoisitados numa Conta Única do Tesouro Público, aberta nos livros do BCEAO. 

Saiba mais em www.mef.gw 

Bissau, 18 de março de 2025

BAS DJA KU FALA.

 @Abel Djassi