segunda-feira, 3 de março de 2025

Guiné-Bissau: Presidente guineense anuncia visita aos EUA para falar da Ucrânia... O chefe de Estado guineense diz que aguarda apenas pela "confirmação da data".

Por Lusa   03/03/2025

O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que "brevemente" visitará os Estados Unidos da América para discutir a crise em torno da guerra da Ucrânia.

O anúncio foi feito à chegada a Bissau de um périplo de uma semana para uma visita de Estado à Rússia, com passagem pelo Azerbaijão, Hungria e França.

Sissoco Embaló disse que falou com Vladimir Putin sobre a situação da Ucrânia e da Rússia e anunciou que brevemente vai aos Estados Unidos com o mesmo fim.

O chefe de Estado guineense diz que aguarda apenas pela "confirmação da data".

"Estamos implicados na resolução da crise", indicou, defendendo que "qualquer pessoa, independentemente da sua localização geográfica, entende que a guerra não é solução".

Sissoco Embaló acredita que as partes "vão acabar por falar" e lembrou que, antes de viajar, teve "uma longa conversa telefónica com Zelensky", o presidente da Ucrânia.

Sobre esta viagem, o chefe de Estado indicou que o ministro dos Negócios Estrangeiros fará posteriormente um balanço, mas adiantou que a deslocação à Rússia foi "uma visita muito histórica".

Segundo disse, a Rússia aumentou a quota de formação, não só na área civil mas também na área militar e para equipamento militar à Guiné-Bissau.

"Nós não temos ameaças, mas isso não faz com que deixemos de estar armados", declarou, afirmando que "a Guiné-Bissau precisa renovar o seu armamento" e que "brevemente a Rússia vai enviar armamentos em termos de donativos".

A visita de Estado, a primeira de um Presidente da Guiné-Bissau à Rússia, serviu para "renovar as relações" entre os dois países, com um aumento das bolsas nas áreas de engenharia, nomeadamente para responder às empresas russas que fazem prospeção de petróleo e bauxite na Guiné-Bissau.

Na passagem pelo Azerbaijão, a convite do Presidente, Ilham Aliev, foi abordada a formação de 150 a 200 quadros guineenses naquele país, nas áreas do petróleo e agronomia, assim como da segurança.

O Azerbaijão vai enviar técnicos à Guiné-Bissau para prospeção de recursos mineiros.

Na Hungria, Sissoco Embaló encontrou-se com o homólogo Viktor Orbán, com quem assinou um acordo de cooperação para consultas diplomáticas e recebeu a oferta de bolsas de estudos para guineenses.

O Presidente guineense passou mais uma vez por França, onde disse ter passado em revista com o Presidente Macron a situação da África, no Congo e Ruanda.

"Estamos à procura de uma solução. Convidei os dois a irem à França", disse.

Sissoco Embaló adiantou ainda que a partir desta terça-feira começam a chegar a Bissau técnicos dos Emirados Árabes Unidos para tratar do alcatroamento de estradas, construção de hospitais de referência e aumento do número de cadeiras de hemodiálise, no Hospital Nacional Simão Mendes.


Leia Também: Embaló diz que Missão da CEDEAO "não voltará nunca mais" à Guiné-Bissau

A Ministra da Justiça, Maria do Céu Monteiro recebe a Representante Residente do PNUD e a Chefe de Escritório da UNODC no país.

@Radio Voz Do Povo

Guiné-Bissau: O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, confirmou hoje que mandou embora a Missão da CEDEAO e afirmou que esta "não voltará nunca mais ao país".

Por  Lusa   03/03/2025

Embaló diz que Missão da CEDEAO "não voltará nunca mais" à Guiné-Bissau

O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, confirmou hoje que mandou embora a Missão da CEDEAO e afirmou que esta "não voltará nunca mais ao país".

Missão CEDEAO violou regras estabelecidas...@Radio Voz Do Povo

Uma delegação de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental esteve em Bissau de 21 a 28 de fevereiro a ouvir partidos políticos e organizações da sociedade para mediar o diálogo e propor uma saída para a crise.

A delegação deu conta num comunicado que, na madrugada de 01 de março, deixou Bissau sob ameaças de expulsão do presidenteda República, Umaro Sissoco Embaló.

"Eu é que corri (com a missão da CEDEAO) daqui. Sim fui eu", disse aos jornalistas à chegada ao aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, depois de uma viagem de uma semana, que o levou à Rússia, Azerbaijão, Hungria e França.

O chefe de Estado guineense entende que a delegação extravasou a missão para que estava incumbida.

O roteiro inicial da missão foi alvo de críticas da oposição por não incluir nas auscultações contestatários do regime, como a coligação API Cabas Garandi ou a comissão permanente da Assembleia Nacional Popular eleita e substituída depois da dissolução do parlamento em dezembro de 2023.

A missão acabou por chamar todas as partes e o presidentediz que não voltará à Guiné-Bissau "nunca mais".

"Não voltarão cá nunca mais", afirmou, acrescentando que não aceita que a missão chegue ao país e "comece a inventar".

"Este país tem regras. Não é uma república das bananas", continuou, afiançando "não vão ouvir nada", numa referência a eventuais sanções por parte da CEDEAO.

A missão teve como propósito ouvir os intervenientes locais para mediar uma solução para a crise em torno das eleições presidenciais e legislativas.

A Assembleia foi dissolvida há mais de um ano e o presidentecompletou cinco anos de mandato a 27 de fevereiro, mas entende que este só termina em setembro, data da decisão judicial sobre os resultados eleitorais das presidenciais de 2019.

A Missão da CEDEAO já estava em Bissau e o chefe de Estado anunciou que vai marcar eleições gerais para 30 de novembro, o que reiterou hoje para dizer que não será a missão a impor uma solução.

Sissoco Embaló vincou que as decisões da CEDEAO são tomadas ao nível dos chefes de Estado e que a missão não tem poder de decisão, nem pode "tomar decisão contra Umaro Sissoco Embaló".

"Falo com Putin, Mácron, estamos à procura de soluções para os problemas do mundo", disse.

Sissoco Embaló disse ainda que "nem Trump (presidentedos Estados Unidos da América) o pode obrigar a fazer um Governo de unidade nacional, que tem sido pedido pela oposição até à realização de eleições.

O chefe de Estado guineense virou-se depois para o primeiro-ministro do Governo de iniciativa presidencial, Rui Duarte Barros, que se encontrava ao lado dele, para lhe dizer que se prepare para organizar as eleições dia 30 (de novembro).

Sissoco Embaló adiantou que esta semana vai convocar todos os partidos políticos e que vai fazer o decreto para convocar as eleições gerais para 30 de novembro.

Embaló referiu-se ainda aos que o passaram a tratar por ex-presidentedepois de 27 de fevereiro, escusando-se a fazer comentários à coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo adversário Domingos Simões Pereira, que foi deposta do Governo com a dissolução da Assembleia.

"Não vou dizer isso em relação à PAI -Terra Ranka porque esses sempre falham na estratégia, mas a API (Cabas Garandi) não podia entrar nisso porque são pessoas do meu campo", declarou.

A API reúne a ala do MADEM-G15, partido fundado por Sissoco Embaló, desavinda com o Presidente.

O chefe de Estado acabou por referir-se a Domingos Simões Pereira, também presidentedo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), afirmando que "sempre fez teatro".

"Sequestrou o parlamento durante quatro anos, assaltou a sede do Governo um mês, sequestrou o Supremo, sem que nada acontecesse. Eu não faço isso. Perdeu as eleições (presidenciais) e chamaram-me presidenteautoproclamado até se cansarem. Vão-me chamar mais isso (ex-Presidente)", afirmou.

O presidente guineense disse ainda que "há muita gente que nem vai às eleições, uns porque roubaram o dinheiro do Estado e vão pagar esse dinheiro, outros não pagaram impostos e vão ter de pagar".


Presidente da República regressa ao país após a visita de Estado à Rússia e, confirma ter ordenado a saída da Missão da CEDEAO por violação do roteiro acordado.

General Umaro Sissoco Embaló anunciou que ainda esta semana vai ouvir os partidos para fixação da data das eleições gerais a 30 Novembro que, serão organizadas por Rui Duarte Barros, Primeiro-ministro, afastando qualquer hipótese de formação do Governo de Unidade Nacional.

@Radio Voz Do Povo 

COMUNICADO DO GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU

 


Pentágono ordena pausa nas operações cibernéticas dos EUA contra a Rússia

Pete Hegseth (Olivier Hoslet/EPA)    Por  Agência Lusa

Pausa faz parte de um processo mais alargado de reavaliação das operações dos Estados Unidos contra a Rússia

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou uma pausa em todas as operações cibernéticas do país contra a Rússia, incluindo ações ofensivas, informaram este domingo vários meios de comunicação social norte-americanos.

A pausa faz parte de um processo mais alargado de reavaliação das operações dos Estados Unidos contra a Rússia e a sua duração não está claramente definida, segundo o New York Times, que desenvolveu uma notícia avançada no final da semana passada pelo The Record.

De acordo com esta publicação, que cita três fontes não identificadas, Hegseth ordenou na semana passada que o Comando Cibernético dos Estados Unidos suspendesse todo o planeamento contra a Rússia, incluindo ações digitais ofensivas.

Hegseth terá dado instruções ao chefe do Comando Cibernético, general Timothy Haugh, que depois informou o diretor de operações cessante da organização, major-general do Corpo de Fuzileiros Navais, Ryan Heritage, da nova orientação, de acordo com as mesmas fontes, que não se quiseram identificar.

As instruções de Hegseth não se aplicam à Agência de Segurança Nacional, que Haugh também lidera, ou às suas tarefas de inteligência de sinais visando a Rússia, segundo as mesmas fontes.

Ainda que o âmbito completo da diretiva de Hegseth permaneça obscuro, é mais uma evidência dos esforços do novo inquilino da Casa Branca para normalizar os laços com Moscovo, em contramão com o que os Estados Unidos e aliados internacionais fizeram nos últimos três anos para isolar o Kremlin, na sequência da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Contactado pela agência France-Presse (AFP), o Pentágono recusou-se a comentar, invocando a necessidade de preservar a segurança operacional, ainda que, à semelhança de outras operações clandestinas, as ações no domínio cibernético quase nunca são comentadas pelas autoridades.

“Para o secretário (Pete) Hegseth, não há prioridade maior do que a segurança dos combatentes em todas as operações, incluindo as cibernéticas”, disse um funcionário do Pentágono, citado pela AFP.

A alegada pausa surge numa altura em que Donald Trump lidera uma aproximação histórica a Moscovo, a pretexto da guerra na Ucrânia.

“Devíamos passar menos tempo a preocuparmo-nos com Putin e mais tempo a preocuparmo-nos com os gangues de violadores imigrantes, os chefes da droga, os assassinos e os doentes psiquiátricos que entram no nosso país, para não acabarmos como a Europa”, afirmou este domingo à noite Donald Trump na rede social Truth Social.

O conselheiro de segurança dos Estados Unidos, Mike Waltz, questionado na CNN, no domingo, sobre esta aproximação à Rússia, refutou a existência da pausa operacional cibernética.

“Isso não foi discutido”, disse. “Haverá todo o tipo de alavancas, desde cenouras a paus, para pôr fim a esta guerra”, acrescentou.


Leia Também: Europa responde acordando para a necessidade de se defender sem contar com os Estados Unidos após Trump ter humilhado Zelensky

Comunicado conjunto PAI - Terra Ranka e API - Cabas Garandi Bissau, 03.03.25


PAIGC 2023

Guiné-Bissau. Morreu um dos condenados no caso "Avião de Droga"

Por  Radio Capital FM

Morreu esta segunda-feira (03.03), no Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), um dos condenados no caso da aeronave de droga apreendida em setembro do ano passado, em Bissau, com 2,6 toneladas de cocaína a abordo. 

Trata-se do cidadão brasileiro Marlos de Paula Balcaçar, cujos advogados alegavam sempre que estava doente, antes e durante o julgamento.

A informação foi confirmada, esta noite, à Capital FM, por uma fonte próxima do agora falecido.

"Foi internado, depois recebeu a alta, mais tarde reconduzido para o centro de detenções da Polícia Judiciária (PJ) em Bandim. Depois complicou-se o seu estado de saude e foi levado novamente ao Hospital Nacional Simão Mendes", explicou a fonte.

Em 6 de janeiro deste ano, Marlos e mais quatro tripulantes da aeronave foram condenados pelo coletivo de juízes do Tribunal Regional de Bissau, a 17 anos de prisão efetiva. 

O brasileiro não presenciou à leitura da sentença, por estar doente, apurou a CFM, na altura, no salão de julgamento do Tribunal Regional de Bissau.

Os condenados foram dois mexicanos, um colombiano, um cidadão do Equador e um brasileiro (já falecido) detidos, desde setembro de 2024, nas celas da Polícia Judiciária guineense.

A operação que ficou conhecida por "Landing" foi desencadeada em 7 de setembro de 2024, pela PJ guineense, que apreendeu uma aeronave, alegadamente proveniente da Venezuela, com 2,6 toneladas de cocaína, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.

Esta foi a maior apreensão de droga na história da Guiné-Bissau e contou com a colaboração dos parceiros internacionais da Polícia Judiciária, entre eles a DEA, Agência Norte-americana de combate à Droga.

Desfile Nacional de CARNAVAL 2025 na Guiné-Bissau

Radio TV Bantaba 

domingo, 2 de março de 2025

Líderes internacionais defendem união de esforços para apoio à Ucrânia

© Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images)   Lusa  02/03/2025 

A união de esforços para apoio à Ucrânia, mas também quanto à segurança na Europa foi defendida hoje pelos responsáveis turco, espanhol, neerlandês e norueguês que participaram na cimeira informal em Londres.

Pela Turquia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, garantiu que o país quer contribuir para "reconstruir a arquitetura de segurança da Europa".

Citado pela Agência Anadolu, o governante notou que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, "tem uma grande visão e uma grande vontade de a implementar", anunciando ainda que os participantes na cimeira de Londres concordaram em reunir-se com mais frequência, "não de seis em seis meses ou de dois em dois meses, mas de duas em duas ou de três em três semanas".

Erdogan tem uma boa relação com o Presidente russo, Vladimir Putin, e a Turquia, membro da NATO, não aplicou as sanções da UE contra a Rússia. Simultaneamente Ancara tem defendido uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia que respeite a "soberania e integridade territorial" do país, incluindo a Crimeia.

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, apoia todos os esforços de paz na Ucrânia, mas escusou-se a comentar pontos específicos do plano de paz anunciado pelo primeiro-ministro britânico.

Sem fazer declarações após a reunião, o governante garantiu nas redes sociais que a Espanha continuará a trabalhar com os seus aliados para construir a paz justa e duradoura de que a Ucrânia necessita.

O primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, pediu uma Europa "unida" em relação à Ucrânia e com "maior responsabilidade" pela sua própria segurança, incluindo o reforço da defesa.

"Uma Ucrânia segura é do interesse de toda a Europa, incluindo os Países Baixos. É por isso que uma Europa unida é mais importante do que nunca. Temos de desempenhar um papel mais importante para garantir a segurança no nosso continente", defendeu nas redes sociais.

Esta abordagem assenta em três pilares, acrescentou, enumerando inicialmente "o apoio contínuo à Ucrânia, permitindo que o país negoceie a partir da posição mais forte possível e, assim, consiga uma paz duradoura".

Em segundo lugar, Schoof afirmou que "é necessário um plano europeu de garantias de segurança sólidas para proteger o continente - incluindo a Ucrânia - e impedir futuras agressões russas".

E, em terceiro lugar, "a Europa deve assumir uma maior responsabilidade pela sua própria segurança, nomeadamente através do reforço da defesa europeia".

O primeiro-ministro dos Países Baixos considerou que "as boas relações transatlânticas também são indispensáveis" e que deve haver trabalho em conjunto.

Pela Noruega, o chefe do governo, Jonas Gahr Støre, garantiu que a Europa está pronta para dar um apoio "mais forte e coordenado" à Ucrânia contra a Rússia, cujo conflito entrou em fevereiro no seu terceiro ano.

"Nunca vimos uma cooperação tão profunda entre os países europeus", acrescentou à agência noticiosa norueguesa NTB, acrescentando que após a reunião de Londres "existe um amplo acordo para trabalhar no sentido de manter os Estados Unidos envolvidos na paz na Europa", apesar das diferenças que possam separar os lados.

A reunião internacional em Londres, que contou com a presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ganhou particular significado após a discussão do chefe de Estado ucraniano, na sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, e o seu vice-presidente, JD Vance.

"É muito importante que os Estados Unidos estejam envolvidos. Todos concordamos com isso. Vamos encontrar o caminho com os Estados Unidos", insistiu Støre.

A reunião de Londres, promovida pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, contou com a presença de vários líderes internacionais, dos presidentes do Conselho e da Comissão, António Costa e Ursula von der Leyen, respetivamente, do secretário-geral da NATO, Mark Rutte e do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, além do líder ucraniano.


Leia Também: A União Europeia (UE) criticou hoje a recusa do Hamas em aceitar a prorrogação da primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza, e o consequente bloqueio da ajuda humanitária por parte de Israel.

Primeiro dia do desfile do Carnaval 2025, sob lema "Diversidade Cultural, um Fator de Unidade Nacional".

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Radio Voz Do Povo  / Albano Barai

Fala África: Como as deputadas podem transformar leis e reduzir desigualdades

Graça Sanches, consultora internacional e especialista em questões de género.  Por  voaportugues.com

A luta pela igualdade de género e pela maior participação das mulheres na política continua a ser um desafio na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Graça Sanches, ex-deputada cabo-verdiana e especialista em questões de género, destacou em entrevista ao Fala África que, embora haja avanços, ainda há muito a fazer para garantir uma representação efectiva das mulheres nos parlamentos e dentro dos partidos políticos.

Segundo Sanches, Cabo Verde lidera o ranking da CPLP em representação feminina no parlamento, com 44% de deputadas, seguido por Moçambique (39,2%) e Angola (39,1%). São Tomé Príncipe tem apenas 14%. No entanto, em países como e Guiné-Bissau (9,8%), a presença feminina ainda é preocupantemente baixa. "Constitui uma preocupação não só a participação das mulheres, mas também a instabilidade política que se vive no país, onde não se consegue ter um parlamento efectivo a funcionar", afirmou.

Fala África: Mulheres no Parlamento—O desafio da representação e igualdade
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Fala África: Mulheres no Parlamento—O desafio da representação e igualdade

O papel das mulheres na elaboração das leis

Sanches reforçou que a presença feminina no parlamento é essencial para garantir que as leis sejam elaboradas com um olhar voltado às questões de género. "As deputadas têm um papel muito nobre. Elas representam a voz ao mais alto nível das mulheres nessas questões", explicou. Segundo ela, é fundamental que as propostas de lei passem por uma análise detalhada para evitar qualquer tipo de discriminação de género.

Além disso, destacou que algumas leis antigas precisam ser revogadas, pois perpetuam desigualdades. "Às vezes é preciso revogar essas leis, e esse trabalho deve ser feito pelas mulheres parlamentares", afirmou. Para ela, um dos caminhos é ouvir a população e as organizações da sociedade civil para garantir que as decisões sejam baseadas em necessidades reais.

Mulheres nos partidos políticos

Outro ponto levantado por Graça Sanches foi a necessidade de maior actuação das mulheres dentro dos partidos políticos. "As mulheres precisam estar nos órgãos de decisão dos partidos, porque a primeira decisão não é no parlamento. Ela é discutida primeiro nos órgãos do partido e depois chega ao parlamento", explicou. Para ela, conhecer as regras e o funcionamento interno dessas instituições é essencial para conseguir avançar com propostas que beneficiem a igualdade de género.

Ela também ressaltou a importância das alianças entre mulheres e homens dentro dos partidos. "As mulheres podem criar redes e lobbies com homens parlamentares, o que chamamos de male champions, para juntos fazerem esse processo de advocacia", sugeriu.

Caminhos para o futuro

Apesar dos desafios, Sanches acredita que o avanço da participação feminina na política depende da mobilização contínua e da implementação de leis que garantam a paridade de género. "Estamos confiantes de que os países possam dar passos adiante e que as próximas eleições nos tragam mais novidades", concluiu.

EUA dão 3,85 mil milhões de euros em ajuda militar a Israel

© Lusa   02/03/2025

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a aprovação do envio de cerca de quatro mil milhões de dólares (3,85 mil milhões de euros) em ajuda militar a Israel.

"Assinei uma declaração para utilizar os poderes de emergência para agilizar a entrega de aproximadamente quatro mil milhões de dólares em ajuda militar a Israel", disse no sábado o secretário de Estado norte-americano.

A declaração de emergência por parte de Rubio permite ao Departamento de Estado evitar a necessidade de aprovação da entrega por parte do Congresso, o parlamento norte-americano.

Rubio recordou ainda que o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou um embargo parcial na venda de armas a Israel, imposto pelo antecessor, Joe Biden.

Em 25 de janeiro, Trump autorizou o envio para o Estado hebraico de um carregamento de 1.800 bombas MK-84, cada uma com 900 quilogramas, um tipo de armamento cujo envio tinha sido proibido por Biden.

"A decisão de reverter o embargo parcial de armas do governo de Biden, que reteve indevidamente uma série de armas e munições de Israel, é mais um sinal de que Israel não tem um aliado mais importante na Casa Branca do que o presidente Trump", disse Rubio, no comunicado.

Embora Biden tenha apoiado a ofensiva israelita na Faixa de Gaza e mantido o fornecimento de armas, decidiu deixar de enviar bombas de 900 quilos em maio de 2024, por temer que fossem utilizadas em zonas densamente povoadas de Rafah, a sul do enclave palestiniano.

O anúncio surgiu horas depois do Governo israelita ter aprovado uma proposta dos Estados Unidos sobre uma trégua em Gaza durante o Ramadão e a Páscoa Judaica, anunciou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Isto pouco antes do final da primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, sem que exista ainda um acordo sobre uma segunda fase.

A festa muçulmana do Ramadão decorre até finais de março e a Páscoa judaica será celebrada em meados de abril.

O plano do enviado de Trump para o Médio Oriente prevê que "metade dos reféns (israelitas capturados pelo Hamas), mortos ou vivos" sejam libertados no primeiro dia da trégua proposta, com a libertação dos restantes a acontecer "no final, se for alcançado um acordo sobre um cessar-fogo permanente", adianta o comunicado do governo israelita.

O conflito na Faixa de Gaza começou depois de um ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023 e que causou 1200 mortos em Israel, na sua maioria civis, e fez cerca de 250 reféns, segundo Telavive.

A ofensiva militar lançada por Israel em retaliação já matou mais de 48 mil pessoas e destruiu grande parte do enclave palestiniano, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.


Leia Também: O vice-presidente norte-americano viajou para o Estado de Vermont para esquiar com a sua família e, segundo o canal de televisão CNN, à sua passagem, um grupo de manifestantes empunhavam cartazes, com mensagens como "Vai esquiar na Rússia, traidor", enquanto outro manifestante segurava um cartaz que dizia "Que vergonha, Vance"."

MISSÃO DE ALTO NÍVEL DA CEDEAO TERÁ SIDO EXPULSA DA GUINÉ-BISSAU PELO PR SISSOCO

Por: Tiago Seide  O DEMOCRATA  02/03/2025

A Missão de Alto Nível da CEDEAO terá sido expulsa da Guiné-Bissau pelo Presidente Cessante da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, mas avisa que a missão apresentará o seu relatório ao Presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu TOURAY, incluindo a sua proposta sobre como encontrar um roteiro consensual para a realização das eleições inclusivas e pacíficas em 2025.

“A Missão partiu de Bissau no início da manhã de 1° de março, após ameaças de Umaro Sissoco Embaló para expulsá-la” lê-se no comunicado consultado pelo O Democrática, assinado pelo chefe da missão, embaixador Bagudu HIRSE. 

A missão informou que preparou um projeto de acordo sobre o roteiro para a condução das eleições legislativas e presidenciais em 2025 e começou a apresentá-lo as partes interessadas para o seu consentimento. Contudo, terá sido explicada, sob a “ameaça de Chefe de Estado cessante”.

A Comissão diz que realizou as consultas com uma ampla gama de partes interessadas nacionais, incluindo autoridades, atores políticos, entidades de gestão eleitoral e representantes da sociedade civil, bem como parceiros bilaterais, regionais e internacionais, tendo tomado nota das questões e preocupações levantadas pelas partes interessadas durante as consultas e elogia o compromisso de todas as partes interessadas com o diálogo político para promover um amplo consenso sobre um roteiro para a condução das eleições legislativas e presidenciais em 2025.

Por fim, a missão apela a todas as partes interessadas e cidadãos para que continuem a manter a calma e defender a paz e a tranquilidade no país.

A Guiné-Bissau está “mergulhada numa crise política”, desde a “dissolução prematura” do Parlamento, seis meses depois da sua constituição em dezembro de 2023. Os debates políticos intensificaram-se em 2024, onde os atores políticos manifestaram opiniões divergentes quanto ao fim do mandato presidencial na Guiné-Bissau. Os opositores de Umaro Sissoco Embaló falam em 27 de fevereiro de 2025 enquanto Sissoco Embaló e os partidos políticos que o apoiam falam em 4 de setembro. 

No dia em que começava a missão do alto nível da CEDEAO, o presidente da República cessante, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que convocaria as eleições presidenciais e legislativas para 30 de novembro, apesar de a lei eleitoral guineense fixar, regra geral, o período entre 23 de outubro e 25 de novembro para a realização de eleições.


Leia Também:  A Universidade Amílcar Cabral (UAC) e a Organização Não Governamental, Liga Guineense dos Direitos do Ambiente (LGDA), assinaram esta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, um acordo de parceria no domínio de estudos e pesquisas, sensibilização e formação ligadas ao ambiente.

Chefes de Estado e de Governo internacionais vão reunir-se hoje em Londres para procurar uma saída para a crise diplomática resultante da desavença entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump.

© Lusa  02/03/2025 

Líderes internacionais reúnem-se em Londres para debater paz na Ucrânia

Chefes de Estado e de Governo internacionais vão reunir-se hoje em Londres para procurar uma saída para a crise diplomática resultante da desavença entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump. 

Para além o Reino Unido, estarão representados a Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também vai participar, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa. 

O encontro em Lancaster House, um palácio do século XIX cenário de vários eventos internacionais, está programado para a parte da tarde, seguido de uma conferência de imprensa. 

Segundo o comunicado do Governo, a cimeira vai abordar o "reforço da posição atual da Ucrânia, incluindo o apoio militar corrente e o aumento da pressão económica sobre a Rússia" e a "necessidade de um acordo sólido e duradouro que assegure uma paz permanente na Ucrânia e garanta que a Ucrânia seja capaz de dissuadir e defender-se contra futuros ataques russos".

Os dirigentes também deverão discutir "próximas etapas do planeamento de fortes garantias de segurança".

A cimeira foi marcada há vários dias para fazer um balanço das visitas do presidente francês, Emmanuel Macron, e do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, à Casa Branca na semana passada e discutir um plano comum para a segurança europeia e a guerra na Ucrânia. 

Mas ninguém esperava a troca de palavras azeda entre Zelensky e Trump na sexta-feira que acabou com o chefe de Estado ucraniano a sair dos Estados Unidos sem assinar o acordo sobre minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas previsto.

O desentendimento deixou em suspenso as negociações com Moscovo para um cessar fogo e intensificou a pressão sobre os líderes europeus, que já estavam constrangidos a aumentar o apoio militar à Ucrânia para tentar convencer Trump a oferecer garantias de segurança dos EUA a uma eventual força de manutenção de paz. 

A maioria dos líderes europeus manifestou solidariedade com Zelensky, incluindo Starmer, que também terá falado com Trump na sexta-feira por telefone. 

Mas escutaram-se igualmente vozes dissonantes, como a do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que criticou a estratégia da "paz pela força" da UE , e a do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que desafiou Bruxelas a abrir negociações com a Rússia. 

No sábado, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pediu uma "cimeira imediata entre os Estados Unidos, a Europa e os seus aliados para tentar falar francamente sobre a forma como tencionamos enfrentar os grandes desafios da atualidade, a começar pela Ucrânia". 

Meloni pretende levar esta proposta à cimeira de Londres, onde será recebida de manhã pelo homólogo britânico para um encontro bilateral onde vão abordar outros temas, nomeadamente a imigração ilegal. 

O encontro de hoje antecede um Conselho Europeu especial na quinta-feira em Bruxelas convocado para discutir o apoio à Ucrânia e a defesa europeia, para o qual também foi convidado o presidente ucraniano.


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