Os acordos estabelecem bases para o crescimento económico, intercâmbio educacional e desenvolvimento dos recursos naturais, promovendo investimentos e fortalecendo a parceria entre os dois países.
Presidência da República da Guiné-Bissau
Os acordos estabelecem bases para o crescimento económico, intercâmbio educacional e desenvolvimento dos recursos naturais, promovendo investimentos e fortalecendo a parceria entre os dois países.
© Getty Images Lusa 25/02/2025
O deputado guineense Manuel Irénio Nascimento Lopes, detido em maio de 2024 no aeroporto de Lisboa por tráfico de estupefacientes, disse esta terça-feira, na primeira sessão do seu julgamento, que foi alvo de uma "cilada política" do Presidente do país.
O arguido, que arrisca uma pena entre quatro e 12 anos de cadeia por tráfico de estupefacientes, na sequência de a sua bagagem ter dissimulados 13 quilogramas de cocaína, alega em sua defesa que a mala onde se encontrava a droga lhe foi entregue em Bissau, quando se preparava para viajar para Lisboa, por um trabalhador da TAP no aeroporto da capital guineense.
Manuel Irénio Nascimento Lopes, de 57 anos, deputado do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G 15), foi detido, no dia 07 de maio de 2024, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde chegou num voo da transportadora aérea portuguesa TAP proveniente de Bissau, com 13 quilogramas de cocaína dissimulados na bagagem.
Hoje, na primeira sessão do julgamento, o arguido reiterou que foi alvo de uma "cilada política" por parte do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, quando um trabalhador da TAP, que identificou como sendo Ivan Sampaio, lhe pediu para ser portador de uma mala para entregar em Lisboa.
Ivan Sampaio chegou a ser constituído arguido e interrogado pela Polícia Judiciária mas foi ilibado por falta de provas.
No final da primeira sessão do julgamento, o advogado de Manuel Lopes, Carlos Melo Alves, lamentou o "poder muito, muito frágil" da defesa para a produção de prova, ao contrário do Ministério Público, que considerou "não ter investigado o que deveria ter investigado", razão pela qual requereu investigação adicional, que será apreciada pelo tribunal na próxima sessão, marcada para o dia 11 de março.
"Podemos concluir que a defesa tem um poder muito, muito frágil. Se nós virmos a acusação, tem poderes para investigar. Pode-se dizer que aqui não investigou aquilo que devia ter investigado e nós agora, se calhar, pretendemos fazer prova de alguns factos e não sei se o vamos conseguir fazer, uma vez que existe uma enorme discrepância entre o poder da acusação em investigar e o poder da defesa", declarou.
O advogado acrescentou que, a serem verdade as declarações que o seu cliente fez hoje, quanto à existência de mensagens que davam conta da sua detenção logo à aterragem do avião ainda antes de ser interpelado pelas autoridades portuguesas, se trata de uma cilada política.
"A ser verdade aquilo que ele está a dizer, que as mensagens que estão no telemóvel, eu diria que, depois, eu pronuncio-me de uma forma, se calhar, mais veemente em relação àquilo que eu penso", afirmou.
Questionado se se estava a referir a uma "cilada política", Carlos Melo Alves respondeu: "Isso é aquilo que ele diz e eu estou completamente de acordo com ele".
O advogado disse ainda que o seu cliente "confia na justiça portuguesa".
"Mas eu já cá ando há muito tempo e sei que, às vezes, mesmo estando no uso da razão, podem as coisas não correrem como nós queremos", disse, frisando que está "expectante que se faça justiça e a justiça", no seu entendimento, era Manuel Lopes ser ilibado.
"Vamos ver o que acontece", concluiu.
Manuel Lopes está em prisão preventiva desde a sua detenção e arrisca uma pena entre quatro e 12 anos de prisão.
DECORRE NESTE MOMENTO A REUNIÃO DE TRABALHO DA MISSÃO DE ALTO NÍVEL DA CEDEAO COM AS DELEGAÇÕES DO PRS DE FÉLIX NANDUNGUÊ E PTG DE BOTCHE CANDÉ.
A REUNIÃO TEVE INÍCIO AS 14 HORAS DE HOJE, 25 DE FEVEREIRO DE 2025, NAS INSTALAÇÕES DA REPRESENTAÇÃO DA CEDEAO EM BISSAU.
BISSAU, 25 DE FEVEREIRO DE 2025
A DIRECÇÃO DA COMUNICAÇÃO E IMAGEM DO PRS
© ESA Por Lusa 25/02/2025
NASA conclui que asteroide 2024 YR4 não constituirá ameaça para a Terra
A NASA concluiu esta segunda-feira que o asteroide 2024 YR4 não representará uma "ameaça significativa" para a Terra em 2032 e nos anos seguintes, depois de os últimos cálculos terem reduzido para 0,004% a probabilidade de impacto.
"A probabilidade de impacto do asteroide 2024 YR4 baixou para 0,004%. Espera-se que passe em segurança pela Terra em 2032", afirmou hoje a agência espacial norte-americana na sua conta X.
Em comunicado, a NASA explicou que as novas observações do asteroide permitiram aos especialistas do seu Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) calcular modelos mais precisos da sua trajetória e verificar que não tem um "potencial significativo" de impacto com a Terra no próximo século.
"As últimas observações reduziram ainda mais a incerteza da sua futura trajetória, e o leque de possíveis localizações onde o asteroide poderia estar a 22 de dezembro de 2032 afastou-se ainda mais da Terra", diz a nota.
Também a Agência Espacial Europeia (ESA) desceu a probabilidade de impacto para 0,002%.
No entanto, a agência continuou a aumentar a probabilidade de um impacto na Lua nesse dia específico de 2032 para 1,7%, o que continua a ser "muito baixa".
A NASA adiantou que vai continuar a observar o asteroide, entre outras coisas para obter informações sobre o seu tamanho para fins científicos.
"Embora este asteroide já não apresente um risco de impacto significativo para a Terra, o 2024 YR4 constituiu uma oportunidade inestimável para os especialistas da NASA e das instituições parceiras testarem a ciência da defesa planetária e os processos de notificação", afirma.
Descoberto no final de 2024 e chamado 2024 YR4, estima-se que o asteroide tenha entre 40 e 100 metros de largura e que esteja atualmente localizado a 43 milhões de quilómetros de distância.
O presidente deposto do parlamento da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, acusou hoje a delegação da CEDEAO, que se encontra no país, de legitimar a usurpação ao reunir-se com os que qualifica de "assaltantes do poder".
Uma delegação de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está esta semana em Bissau para mediar a crise política em torno das eleições presidenciais e legislativas, que o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, anunciou entretanto para 30 de novembro e que a oposição exige para maio.
Um dos encontros da delegação da CEDEAO é com a comissão permanente da Assembleia Nacional Popular, presidida por Adja Satú Camará, indicada para substituir o presidente eleito, Domingos Simões Pereira, alguns meses depois de o chefe de Estado ter dissolvido o parlamento, em dezembro de 2023.
Domingos Simões Pereira, líder da coligação PAI-Terra Ranka, afastada do poder, e do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), encontra-se fora do país e tem convocado reuniões online da comissão permanente a que presidia antes de ser substituído.
Uma dessas reuniões terá decorrido hoje, segundo uma deliberação assinada por Domingos Simões Pereira, e o assunto em análise foi a agenda de reuniões da Missão da CEDEAO com "os assaltantes da Assembleia Nacional Popular", lê-se no documento.
Na deliberação, que tem a indicação de que vai ser enviada às autoridades superiores da organização internacional, a conduta da Missão da CEDEAO é entendida como "subversão institucional e intolerável desconsideração aos legítimos titulares" do órgão e que "respalda a tentativa de golpe institucional perpetrada pelo regime instalado na Guiné-Bissau".
A comissão permanente presidida por Simões Pereira apresenta "o seu veemente protesto" e repudia "a reunião realizada entre a Missão da CEDEAO e os usurpadores dos poderes constitucionais do Parlamento da Guiné-Bissau".
"Porque tal inculca a ideia da legitimação de mais este golpe de Estado institucional, prejudicando e comprometendo fortemente o papel [da missão da CEDEAO] de apoio e facilitação do processo de retorno à normalidade constitucional, conforme expectativa desta comissão permanente", insiste.
O documento tornado público refere-se ainda ao mandato de Umaro Sissoco Embaló, para reiterar que "termina no dia 27 de fevereiro de 2025 às 14H50".
Entre as deliberações enumeradas consta a exigência de que, "findo o mandato, todos os parceiros bilaterais e multilaterais, em particular a CEDEAO, deixem de o tratar [a Sissoco Embaló] como legítimo representante do Estado da Guiné-Bissau, considerando a partir dessa data uma interferência indevida e uma intromissão nos assuntos internos da Guiné-Bissau, qualquer tratamento, convites ou visitas oficiais nessa qualidade".
Finalmente é colocada "novamente à disposição dos órgãos superiores da CEDEAO a última deliberação desta Comissão Permanente, bem como o comunicado conjunto das coligações dos partidos políticos guineenses, que representam mais de 80% dos deputados que compõem a Assembleia Nacional Popular".
A missão da CEDEAO está em Bissau até sexta-feira, na semana em que Umaro Sissoco Embaló completa cinco anos de mandato, na quinta-feira.
O chefe de Estado anunciou, no dia em que começava a missão, que vai convocar eleições gerais, presidenciais e legislativas, para 30 de novembro, apesar de a lei eleitoral guineense fixar, regra geral, o período entre 23 de outubro e 25 de novembro para a realização de eleições.
Depois de insistir que as presidenciais deviam ocorrer antes do fim do mandato, a oposição pede agora eleições para maio e há também vozes a pedir a substituição do Presidente a partir do dia 27 de fevereiro.
O mesmo foi pedido, há cinco anos, sem efeito, quando o antecessor, José Mário Vaz, completou os cinco anos de mandato em junho e as presidenciais ocorreram cerca de cinco meses depois, em novembro de 2019.
As presidenciais passaram a dominar o debate político, mais de um ano depois da dissolução do parlamento e de as legislativas antecipadas, inicialmente marcadas para 24 de novembro passado e depois adiadas, ainda não terem sido realizadas.
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NOTA DE PROTESTO DE API-CABAZ GARANDI CONTRA A MISSÃO DE ALTO NIVEL DO CEDEAO, ONDE NÃO CONSTA O NOME DA ALIANÇA NA AGENDA DOS ENCONTROS.😭😭😭 |
© CHARLY TRIBALLEAU/AFP via Getty Images Lusa 24/02/2025
Ucrânia: Conselho de Segurança da ONU aprova resolução que pede fim da guerra
O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje, com o apoio da Rússia, uma resolução dos Estados Unidos que apela a uma paz rápida na Ucrânia, mas sem referência à integridade territorial do país.
A resolução, que "apela ao fim do conflito o mais rapidamente possível e pede uma paz duradoura", recebeu 10 votos a favor, incluindo o da Rússia, e nenhum contra.
Os quatro países da União Europeia (UE) (França, Eslovénia, Grécia, Dinamarca) e o Reino Unido abstiveram-se, evitando usar o seu poder de veto.
A resolução, uma das mais curtas de que há memória recente, menciona um "conflito entre a Ucrânia e a Federação Russa", "implora um fim rápido ao conflito" e "pede uma paz duradoura".
A sessão foi precedida por discursos fortes do Reino Unido e da França sobre a necessidade de diferenciar entre o agressor e a vítima na Ucrânia, e a exigência de que a resolução incluísse o respeito pela integridade territorial e pela soberania da Ucrânia, mas nada disso aconteceu, e quando chegou a hora da verdade, ambos os países optaram pela abstenção, tal como o resto da Europa (Dinamarca, Eslovénia e Grécia).
Houve também tentativas dos cinco países e da Rússia para introduzir emendas ao texto dos EUA, mas nenhuma delas conseguiu garantir os nove votos necessários.
A derrota dos EUA na Assembleia Geral hoje de manhã - quando o texto foi diluído pelas inúmeras emendas pró-Ucrânia - foi, portanto, de certa forma corrigida pelo que aconteceu à tarde, o que representa uma vitória para a nova linha adotada pela administração do presidente norte-americano Donald Trump em relação à Ucrânia.
A resolução dos EUA foi apenas negociada pelos 15 membros do Conselho, como foi anunciado na sexta-feira à noite, e enquanto a França e o Reino Unido pediram tempo até terça-feira para negociar novas alterações, os diplomatas norte-americanos recusaram completamente.
O que aconteceu hoje, quer na Assembleia Geral como no Conselho de Segurança, trouxe à tona as profundas diferenças entre os Estados Unidos e os seus antigos aliados europeus, com os quais já estão em desacordo noutras questões que vão desde as tarifas, as reivindicações territoriais (Groenlândia) e a interferência política de Washington em vários países europeus, noticiou a agência Efe.
Em 2022 e 2023, os votos a favor da Ucrânia foram esmagadores, com 141 votos a favor (de 193 membros da ONU) em ambas as ocasiões, mas o que aconteceu hoje mostra que o apoio à Ucrânia está a evaporar-se fora do território da União Europeia, onde também há dissidentes pró-Rússia, como a Hungria.
A assembleia aprovou primeiro a resolução ucraniana, que exige a retirada imediata das tropas russas e considera a agressão de Moscovo uma violação da Carta da ONU. A votação foi de 93-18 com 65 abstenções.
Não é claro o que a votação de hoje no Conselho de Segurança significará aqui para a frente, uma vez que as suas resoluções são vinculativas, ao contrário das da Assembleia, que são meramente simbólicas.
O Chefe de Estado reafirmou o compromisso com a Constituição e as leis complementares do país, destacando que foi confirmada a data para a realização das eleições.
Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional / Presidência da República da Guiné-Bissau
A coligação eleitoral PAI Terra Ranka demarcou-se do encontro com a missão de "alto nível" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que se encontra em Bissau, no âmbito de resolução do impasse político e procura da data para as eleições legislativas e presidenciais no país.
Na carta enviada, esta segunda-feira (24.02), ao representante residente da CEDEAO na Guiné-Bissau, a que a CFM teve acesso, a coligação vencedora das últimas eleições legislativas argumenta a sua oposição com o facto de a missão da organização da África Ocidental descartar o encontro com dois partidos com assento parlamentar, o Movimento para Alternância Democrática (MADEM –G15) e o Partido da Renovação Social (PRS).
Neste caso, a coligação refere-se às lideranças de Braima Camará e Fernando Dias, respetivamente.
Na missiva, a PAI Terra Ranka alega que Satu Camará "usurpou" as funções do Presidente da ANP, uma das razões que motivaram a tomada da sua posição.
A missão de "alto nível" da CEDEAO chegou domingo a Bissau e permanecerá no país até sexta-feira, dia em que deverá pronunciar-se sobre os contactos realizados com os atores políticos e a sociedade civil guineenses.
Por CFM
Os doentes renais poderão receber tratamento sem necessidade de viajar para o exterior. O Chefe de Estado destacou que o próximo desafio será expandir o serviço para outras regiões do país.
© Getty Images Por Lusa 23/02/2025
Os conservadores de Friedrich Merz ganharam claramente as eleições gerais de hoje na Alemanha, marcadas por um aumento sem precedentes da extrema-direita, de acordo com as sondagens das principais televisões alemãs.
Esta viragem à direita, analisa a agência noticiosa France-Presse (AFP) surge numa altura crucial para uma Alemanha surpreendida pelas declarações de choque do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia - alinhando-se mais com o invasor russo -, pelos receios de uma rutura na ligação transatlântica e pelas ameaças de aumento das tarifas aduaneiras.
Previsto como vencedor há vários meses, o partido conservador CDU e o seu aliado bávaro CSU são creditados com uma pontuação de cerca de 29% nas sondagens realizada à "boca da urna" transmitidas pelos canais públicos de televisão ARD e ADF.
A Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou em segundo lugar, com 19,5% a 20%, o dobro de há quatro anos e um resultado histórico para este partido criado em 2013.
A respetiva líder, Alice Weidel, saudou o "resultado histórico" do seu partido. "Nunca fomos tão fortes a nível nacional", declarou.
No entanto, o campo conservador está a excluir qualquer aliança com a AfD, apesar de um "flirt" parlamentar sobre questões de imigração e segurança durante a campanha eleitoral.
O chanceler cessante, Olaf Scholz, não conseguiu convencer os muitos eleitores indecisos a apoiar o seu Partido Social-Democrata (SPD), que obteve entre 16% e 16,5% dos votos.
Segundo admitiu Scholz, os resultados foram um fracasso sem precedentes para o partido mais antigo da Alemanha.
Os Verdes, aliados do governo de Scholz, também perderam estas eleições, com uma quota de 12-13,5%.
A campanha eleitoral, após a implosão da coligação governamental em novembro de 2024, decorreu num clima interno tenso, com vários atentados mortais envolvendo estrangeiros nas últimas semanas, que abalaram a opinião pública e favoreceram os movimentos de direita e de extrema-direita.
O último ocorreu na sexta-feira à noite. Um jovem refugiado sírio é suspeito de ter esfaqueado e ferido gravemente um turista no Memorial do Holocausto, em Berlim. Segundo a justiça, o agressor pretenderia "matar judeus".
A campanha foi curta e intensa, mas também cheia de acontecimentos, marcada pelo facto de os Estados Unidos terem invertido a sua aliança com os partidos centristas da Alemanha, aliado histórico de Washington.
Durante semanas, o AfD recebeu um forte apoio do círculo de Donald Trump: o seu conselheiro Elon Musk, o homem mais rico do mundo, promoveu constantemente Alice Weidel na sua plataforma X.
As eleições legislativas antecipadas, na sequência da rutura do governo de Olaf Scholz em novembro, realizam-se também na véspera do terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, que chocou a Alemanha.
O conflito pôs fim ao fornecimento de gás russo barato à Alemanha e contribuiu para a recessão, numa altura em que o país acolhia mais de um milhão de ucranianos.
Perante a perspetiva de um acordo de paz "nas costas" de Kiev e dos europeus, os parceiros da Alemanha querem ver um executivo formado o mais rapidamente possível. Friedrich Merz, que tinha afirmado que o seu objetivo era a Páscoa, deverá dirigir-se ao SPD.
Esta aliança, conhecida como a "grande coligação" ou "Groko" entre as duas formações que dominaram a paisagem política do pós-guerra, é também a preferida pelos alemães, que procuram estabilidade após as incessantes disputas entre o governo tripartido de Olaf Scholz e os Verdes e os liberais do FDP.
Merz afirmou que pretende evitar uma coligação tripartida.
Os resultados dos pequenos partidos e a sua capacidade de ultrapassar o limiar mínimo de 5% dos votos para entrar no Bundestag poderão desempenhar um papel importante neste contexto.
De acordo com as sondagens, o FDP está perto da marca dos 5%, tal como o BSW, uma nova formação conservadora de esquerda que defende a suspensão do fornecimento de armas à Ucrânia.
O Die Linke, de esquerda radical, confirmou a sua recuperação das últimas semanas (8,5 a 9%).
© Ukrinform/NurPhoto via Getty Images Lusa 23/02/2025
Rússia lançou ataque recorde de mísseis desde a invasão à Ucrânia
A Rússia lançou durante a noite passada 267 drones contra a Ucrânia, "um recorde" desde a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, afirmou hoje a Força Aérea ucraniana, na véspera do terceiro aniversário da guerra.
O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Iouri Ignat, indicou no Facebook que "267 drones inimigos foram lançados no céu ucraniano, o que constitui um recorde para um só ataque" desde a invasão.
Segundo o responsável, 138 foram intercetados pela defesa aérea e 119 aparelhos perderam-se, sem causar danos.
O porta-voz não precisou o que aconteceu aos outros 10 engenhos, mas o Exército assinalou, num comunicado divulgado no Telegram, que várias regiões, entre as quais Kiev, foram "afetadas", sem fornecer detalhes.
Um ataque russo de míssil atingiu no sábado à tarde um homem e fez cinco feridos em Kryvyi Rig, no centro da Ucrânia, anunciaram hoje as autoridades regionais.
Na segunda-feira, a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.
O país tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.
Por CNN Portugal,
Presidente ucraniano diz que pode trocar o cargo pela adesão à NATO
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse este domingo que está disposto a renunciar ao seu cargo se isso significar a paz na Ucrânia, afirmando que poderia trocar a sua saída pela entrada da Ucrânia na NATO.
“Se a paz for garantida para a Ucrânia, se precisarem mesmo que me demita, estou pronto. Posso trocá-la pela NATO”, afirmou.
Zelensky disse ainda que gostaria de ver o Presidente dos EUA, Donald Trump, como um parceiro da Ucrânia e mais do que um simples mediador entre Kiev e Moscovo.
“Quero que seja mais do que uma simples mediação... isso não é suficiente”, afirmou numa conferência de imprensa em Kiev.
Os comentários de Zelensky surgem na sequência de uma escalada de discussões entre Zelensky e Donald Trump, depois de o Presidente dos EUA ter acusado falsamente a Ucrânia de ter iniciado o conflito e de ter chamado Zelensky de “ditador”.
Na mesma conferência de imprensa, o presidente ucraniano disse que se recusa a admitir que a Ucrânia deva 500 mil milhões de dólares aos Estados Unidos pela ajuda que Washington concedeu a Kiev durante a guerra, um número frequentemente citado pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Zelensky afirmou que as subvenções não devem ser tratadas como empréstimos.
Sobre o envio de tropas americanas para a Ucrânia, Zelensky disse é lógico se o acordo sobre minerais entre os dois países for tratado como garantia de segurança.
O presidente ucraniano afirmou ainda que cerca de 15 mil milhões de dólares de ajuda militar norte-americana prometida anteriormente ainda não foram entregues.
General Umaro Sissoco Embaló falando após encontro com o Primeiro-ministro do Senegal Ousmane SONKO, garantiu que serão cumpridas as formalidades necessárias, mas a data para a realização das eleições será fixada para 30 de novembro deste ano.
Essenciais para a transição energética e a neutralidade carbónica até 2050, as terras raras são indispensáveis no fabrico de veículos elétricos, turbinas eólicas e baterias de longa duração.
Ao fim de três anos de conflito, o novo Presidente dos EUA, Donald Trump, tem pressionado para um fim rápido da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Mas em troca, Trump disse que queria que a Ucrânia fornecesse terras raras e outros minerais aos EUA. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já manifestou que está disposto a partilhar estes recurso para se alcançar um acordo de paz. Mas o que são terras raras e porque são tão cobiçadas?
Na segunda-feira, 3 de fevereiro, Donald Trump disse que quer que a Ucrânia forneça minerais terras raras, que são essenciais para inovações tecnológicas como condição para a manutenção do apoio norte-americano no esforço de guerra. A Ucrânia tem importantes recursos que são essenciais para setores como o aeroespacial e os veículos elétricos.
"Vamos acabar com esta guerra ridícula. Por isso, estamos a tentar fazer um acordo com a Ucrânia para que esta assegure o que lhe estamos a dar com as suas terras raras e outras coisas".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou dias mais tarde que está disposto a partilhar recursos com os aliados. No outono passado, a Ucrânia já tinha proposto abrir o setor mineiro ao investimento dos seus aliados. O "plano de vitória" apresentado por Zelensky em outubro de 2024 procurava reforçar a posição do país nas negociações e forçar Moscovo a negociar.
Valentyn Ogirenko
A riqueza mineral da Ucrânia
A Ucrânia possui importantes reservas minerais, incluindo as maiores jazidas de titânio da Europa e significativas quantidades de urânio. Estes materiais são estratégicos para a indústria aeronáutica, espacial e de defesa. Além disso, estima-se que o país tenha depósitos substanciais de terras raras.
Numa entrevista à Reuters a 7 de fevereiro, Zelensky revelou um mapa anteriormente classificado com os principais depósitos de terras raras e outros importantes minerais.
“São enormes quantidades de dinheiro. Precisamos de os proteger. Se estamos a falar de um acordo, somos a favor”, disse o Presidente ucraniano.
De acordo com Zelensky, menos de 20% dos recursos minerais da Ucrânia estão sob ocupação russa, incluindo cerca de metade dos depósitos de terras raras.Se Moscovo as controlar, poderá fornecê-las a países como a Coreia do Norte e o Irão, inimigos dos EUA.
Zelensky destacou ainda que a Ucrânia tem as maiores reservas de titânio da Europa, um material essencial para as indústrias aeronáutica e espacial, e também de urânio, usado na produção de energia nuclear e armamento. A maioria dos depósitos de titânio está localizada no noroeste do país, longe das zonas de combate.
O que são as terras raras e porque são tão cobiçadas?
Apesar do nome, as terras raras não são realmente escassas. São um grupo de 17 elementos químicos usados na produção de ímanes de alto desempenho, motores elétricos, chips eletrónicos e tecnologias de energia renovável.
O problema é que a sua extração e processamento são complexos e altamente poluentes.
Atualmente, a China domina este mercado, sendo responsável por 60% da extração global e 90% do processamento. O controlo chinês sobre estas cadeias de abastecimento levanta preocupações estratégicas para os EUA e outros países ocidentais.
O complexo processo de extração e processamento
As terras raras são minerais estratégicos porque são essenciais para a tecnologia. Mas comportam riscos, o processo de extração é complexo:
1.Mineração
2.Trituração e concentração
3.Remoção de materiais radioativos
4.Separação dos elementos individuais
5.Produção de metais e ligas
6.Fabrico de ímanes e componentes
O desafio da dependência da China
A crescente procura por terras raras coloca os EUA e a Europa numa posição vulnerável face à China que domina quase todo o setor. Para reduzir essa dependência, os países ocidentais procuram novas fontes de abastecimento e a Ucrânia pode ser uma peça-chave nesta estratégia.
Um acordo difícil
A 15 de fevereiro, Zelensky afirmou que um projeto de acordo com os EUA sobre terras raras não incluía garantias de segurança para a Ucrânia. Fontes próximas das negociações dissera à Reuters que os Estados Unidos propuseram assumir a propriedade de 50% dos minerais críticos da Ucrânia.
Embora Kiev esteja aberta a parcerias, Zelensky frisou que a Ucrânia não pretende “doar” os seus recursos. O Presidente ucraniano afirmou que a Rússia tem conhecimento detalhado sobre as reservas minerais ucranianas, graças a estudos geológicos realizados durante a era soviética e levados para Moscovo após a independência da Ucrânia, em 1991.
Avanço russo no leste da Ucrânia
Nos últimos meses, as tropas russas têm avançado no leste da Ucrânia, lançando uma ofensiva de grande escala. Já o exército ucraniano, mais pequeno, enfrenta dificuldades devido à falta de soldados e à incerteza sobre o fornecimento de armas estrangeiras.
Mas uma coisa é clara: o controlo das terras raras é vital para a segurança nacional, é crucial para as economias e pode influenciar a futura ordem geopolítica mundial.