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POR LUSA 25/08/23
A agência das Nações Unidas para a infância alertou hoje que, um ano após as inundações no Paquistão, cerca de quatro milhões de crianças continuam a precisar de assistência humanitária e de acesso a serviços essenciais.
O alerta da UNICEF surge numa altura em que as autoridades da província oriental de Punjab, no Paquistão, correm contra o tempo para retirar as pessoas das zonas afetadas pelo transbordamento do rio Sutlej.
Desde o dia 01 de agosto, que as equipas de resgate retiraram mais de 100 mil pessoas de áreas isoladas nos distritos de Kasur e Bahawalpur.
Há mais de seis meses, dezenas de países e instituições internacionais, numa conferência apoiada pela ONU em Genebra, prometeram mais de nove mil milhões de dólares para ajudar o Paquistão na recuperação e construção após inundações do verão passado.
No entanto, a maior parte assumiu a forma de empréstimos para projetos, que ainda estão em fase de planeamento.
"As chuvas das monções desta estação estão a piorar as condições já desafiantes para as comunidades afetadas pelas cheias, que causaram a morte a 87 crianças em todo o país", adiantou a UNICEF em comunicado.
De acordo com a UNICEF, cerca de oito milhões de pessoas, das quais cerca de metade são crianças, continuam a viver sem acesso a água potável nas zonas afetadas pelas cheias.
"As crianças vulneráveis que vivem em zonas afetadas pelas cheias suportaram um ano horrível. Perderam os seus entes queridos, as suas casas e escolas", disse Abdullah Fadil, representante da UNICEF no Paquistão.
As inundações do ano passado afetaram 33 milhões de pessoas e mataram 1.739. Os dilúvios destruíram ou danificaram 30 mil escolas, duas mil instalações de saúde e 4.300 sistemas de abastecimento de água.
A UNICEF afirmou que um terço das crianças já estavam fora da escola antes das cheias, enquanto a subnutrição estava a atingir níveis de emergência e o acesso a água potável e saneamento era preocupantemente baixo.
A UNICEF apelou ao Paquistão e às agências humanitárias para que aumentem e mantenham o investimento em serviços sociais básicos para crianças e famílias.