sexta-feira, 11 de março de 2022
Fórum Diplomático de Antalya 2022: O Presidente da República General de Exército Umaro Sissoco Embaló, participou na sessão de abertura do Fórum Diplomático de Antalya (ADF), que se realiza de 11 à 13 de Março na Antalya - Turquia.
GUERRA NA UCRÂNIA - Ucrânia diz que Putin está a planear um "ataque terrorista" em Chernobyl
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Notícias ao Minuto 11/03/22
O Ministério da Defesa da Ucrânia alerta para uma possível "catástrofe". Num comunicado, considera que Rússia tentará culpar a Ucrânia e que até já tem soldados russos a colocar "provas" falsas em Chernobyl.
O Ministério da Defesa ucraniano alertou esta sexta-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, está a planear um “ataque terrorista na central nuclear de Chernobyl” e pretende culpar a Ucrânia pela "catástrofe".
“De acordo com as informações disponíveis, Vladimir Putin ordenou o planeamento de um ataque terrorista na central nuclear de Chernobyl. A criação de uma catástrofe tecnológica está a ser planeada pelas forças russas, que tentarão responsabilizar a Ucrânia”, lê-se num comunicado dos serviços de informação publicado no Facebook.
O governo ucraniano frisa que a central “está completamente desligada dos serviços de monitorização da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA)” e alerta que os geradores existentes no estabelecimento têm capacidade para 48 horas.
“Os invasores [tropas russas] recusaram-se a dar acesso a um técnico russo. Em vez disso, entraram lá, de acordo com as instruções de Alexander Lukashenko, ‘especialistas bielorrussos’. Entre eles, entraram também dissidentes russos disfarçados para organizar um ataque terrorista”, avisou.
Além disso, nos últimos dias “as tropas de Putin atacam a central nuclear de Zaporizhzhia e o Instituto Físico e Técnico de Kharkiv, onde existe um reator nuclear experimental”.
De forma a “encenar o envolvimento de militares ucranianos” no possível desastre em Chernobyl, os “invasores tentam criar ‘provas’ falsas para confirmar a sua versão”. No ataque ao aeroporto Antonov, em Hostomel, foram “observadas carrinhas frigoríficas russas” a “recolher corpos de militares ucranianos”.
Na ótica do Ministério da Defesa, Putin está a orquestrar o “ataque” por não conseguir “obter o resultado desejado da operação militar terrestre e das negociações” com a Ucrânia. “Putin está pronto a comprometer-se com uma chantagem nuclear com a comunidade internacional por causa das ações de apoio à Ucrânia”, frisou.
E alerta: “As ações de Putin terão consequências catastróficas para o mundo inteiro. Parece que é exatamente com isso que o ditador russo está a contar, ao exigir ações inaceitáveis”.
Nas últimas semanas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 500 pessoas morreram e 900 ficaram feridas. Contudo, as autoridades ucranianas afirmam que mais de dois mil civis foram vítimas da ofensiva russa. Mais de 2,5 milhões de pessoas já abandonaram a Ucrânia, metade das quais são crianças.
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JAPÃO: Tóquio denuncia manobras militares russas em arquipélago japonês
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Notícias ao Minuto 11/03/22
O Ministério da Defesa japonês denunciou hoje o trânsito de uma dúzia de navios da Marinha russa por um estreito ao norte do arquipélago japonês, em manobras que descreveu como "preocupantes" no contexto da guerra na Ucrânia.
A flotilha russa, que incluía contratorpedeiros da classe Udaloy, foi detetada por aviões de vigilância das Forças de Autodefesa do Japão na quinta-feira, a cerca de 180 quilómetros do Cabo Erimo, na ilha de Hokkaido.
Os navios russos cruzaram o Estreito de Tsugaru, com menos de 19 quilómetros de largura e que separa a ilha de Honshu, a maior do arquipélago japonês, e a de Hokkaido, em águas não territoriais, por serem consideradas uma passagem marítima internacional.
O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, descreveu como "preocupante" a "ativação das atividades militares russas no Japão enquanto [Moscovo] está a invadir a Ucrânia".
Kishi garantiu que o Japão "monitoriza cuidadosamente" os movimentos dos navios russos e acrescentou que Tóquio transmitiu a sua "preocupação" a Moscovo, através dos canais diplomáticos.
O Ministério da Defesa japonês já tinha manifestado a sua preocupação, nos últimos meses, com a intensificação das manobras militares russas e chinesas à volta do arquipélago japonês, antes da guerra na Ucrânia.
As mais recentes manobras russas ocorreram perto do arquipélago das Curilas do Sul (apelidado Territórios do Norte, no Japão) pertencente à Rússia e cuja soberania é reivindicada por Tóquio.
A disputa por esses territórios é o principal obstáculo para a não assinatura de um acordo de paz entre os dois países desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Na aplicação de sanções contra a Rússia, por causa da invasão da Ucrânia, o Japão juntou-se ao G7 e à UE, o que já provocou ameaças de Moscovo contra Tóquio.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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O Reino Unido vai sancionar 386 deputados da Duma russa (câmara baixa) pelo apoio à invasão da Ucrânia e à secessão das regiões de Donbass, anunciou hoje o Ministério dos Negócios estrangeiros britânico.
Esta nova ronda de sanções, segundo o Governo do Reino Unido, inclui a proibição de viajar para o país e o congelamento dos bens dos parlamentares russos.
"Temos como alvo os cúmplices da invasão ilegal da Ucrânia pelo [presidente russo, Vladimir] Putin e aqueles que apoiam esta guerra bárbara", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, em comunicado...Ler Mais
Nuno Gomes Nabiam e vários membros do Governo estão neste momento a percorrer as instalações da Companhia de lubrificante CLC no alto Bandim.
Acontece agora : Primeiro-Ministro acompanhado de vários membros do Governo visita neste momento o laboratório das pescas no alto bandim.
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Nuno Gomes Nabiam- Primeiro Ministro da República da Guiné-Bissau
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PM da Guiné-Bissau espera ganhar para "continuar a construir" o país
POR ISABEL MARISA SERAFIM Notícias ao Minuto 11/03/22
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, disse hoje ter esperança de ganhar as próximas eleições legislativas, que devem realizar-se em 2023, para "continuar a construir" o país.
"Quando mostramos o que fazemos, a população ganha confiança em nós e temos esperança de ganhar as próximas eleições para poder continuar a construir o país, que é fundamental", afirmou Nuno Gomes Nabiam.
O primeiro-ministro guineense falava aos jornalistas após visitar um conjunto de obras que estão a ser feitas no porto do Alto do Bandim e que visam melhorar as capacidades do país para começar a exportar peixe.
Nuno Gomes Nabiam disse que depois das obras feitas aquele complexo, que inclui um laboratório, já concluído, um centro de arranjo de peixe, com capacidade para armazenar 600 toneladas, e o novo porto de pesca do Alto do Bandim, serão criados cerca de 3.500 empregos.
"Isto é bom para o país. Este projeto, quando terminar, vai dar emprego a cerca de 3.500 guineenses. Temos de fazer algo nesta governação para que o povo veja que estamos a trabalhar. Garantimos 3.500 postos de trabalho e também que o nosso pescado pode começar a ser exportado até ao final do ano", afirmou.
Após visitar as obras em curso no porto do Alto Bandim, o primeiro-ministro visitou a Companhia Logística de Combustível da Guiné-Bissau.
"Foi feito um investimento grande de 10 milhões de euros, financiado pela União Europeia, na construção de um porto para atracar navios que transportam combustível. Temos capacidade de receber navios sem problemas. Isto vai permitir ao país ser sustentável em termos de fornecimento de combustível", afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre a capacidade de armazenamento de combustível pelo país, o primeiro-ministro explicou que na eventualidade de uma rutura, tendo em conta até a guerra na Ucrânia, há capacidade para armazenar combustível para 45 dias.
Acompanharam o primeiro-ministro na deslocação o vice-primeiro-ministro, Soares Sambu; o ministro das Finanças, João Fadiá; o ministro dos Recursos Naturais e Energia, Orlando Viegas; o ministro das Obras Públicas, Fidélis Forbes; o ministro do Ambiente, Viriato Cassamá; o ministro dos Transportes, Ocante da Silva; o ministro das Pescas, Mário Fambé, e a ministra da Mulher, Conceição Évora, e o secretário de Estado do Orçamento e dos Assuntos Fiscais, Casimiro Varela.
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Lavrov diz que "Rússia não atacará outros países, tal como não atacou a Ucrânia": quão ameaçado deve o Ocidente sentir-se com esta declaração?
Sergey Lavrov (Associated Press)
Declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, pode ser entendida como "desinformação para justificar o que é injustificável". Mas também pode significar algo mais - e mais perigoso. Embaixadores e um ex-ministro da Defesa de Portugal ouvidos pela CNN fazem a análise
Foi o primeiro encontro entre ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e da Rússia desde o início da guerra: decorreu esta quinta-feira na Turquia e não resultou em qualquer desenvolvimento diplomático, mas uma frase dita pelo ministro russo Serguei Lavrov no final da cimeira ficou a pairar: “Não estamos a planear atacar outros países. Também não atacámos a Ucrânia”. Mas como olham os países vizinhos da Federação Russa para estas palavras?
“É óbvio que os países vizinhos interpretam essas declarações como uma ameaça”, considera o embaixador Martins da Cruz, que reforça que as palavras de Lavrov vão no sentido de reforçar a narrativa do Kremlin de que nunca houve um ataque à Ucrânia, apenas “a defesa dos dois pseudo-Estados que proclamaram a independência. No entanto, o embaixador divide os países vizinhos da Rússia em dois: os que pertencem à NATO e os que não pertencem, como a Moldova ou a Geórgia. “Os que são da NATO sentem-se, apesar de tudo, protegidos. Já os países que não são da NATO pensarão que, se um dia virem entrar as tropas russas, Moscovo vai dizer que não se trata de um ataque, mas sim de uma operação de defesa de minorias”.
Para o embaixador António Monteiro, estas declarações não constituem uma ameaça ao Ocidente, mas sim uma continuação da narrativa de Moscovo desde o início da invasão da Ucrânia – de que isto não é um ataque. “Não creio que seja uma ameaça. O que me parece que está a dizer é que não se trata de uma invasão, mas de uma entrada militar para proteger os interesses russos na Ucrânia. É desinformação para justificar o que é injustificável”, explicou. Estas declarações podem ser interpretadas também como “uma maneira de tranquilizar” os restantes países, sobretudo a ONU, acrescenta o também antigo ministro dos Negócios Estrangeiros. Ou seja, “estão a dizer que esta ação é limitada à Ucrânia e que não atacarão mais nada”. Mas, para o diplomata, estas declarações não passam de “manobras para disfarçar uma guerra, uma invasão absolutamente injustificada”.
Para o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, a questão trata-se de “um finca-pé da Rússia” acerca da “denominação jurídica desta invasão” que o Kremlin insiste não se tratar de uma guerra. Azeredo Lopes aponta mesmo que o discurso de Lavrov foi muito voltado para defesa dos povos da região do Donbass, que a Rússia diz “serem vítima de genocídio”. “O problema da Rússia é que isto faria algum sentido se fosse rápido e resolvido em dois ou três dias. Quantos mais dias passam, mais a Rússia fica enfiada na lama e mais agressiva fica.”
E, segundo o ex-ministro da Defesa, é neste momento em que o processo se torna mais perigoso. “Estas declarações têm de ser vistas com muito cuidado e nenhum triunfalismo. Zelensky tem dado mais provas de sabedoria do que algumas pessoas neste aspeto. Este é um momento muito delicado: há um país que sabe que está condenado, aí é que é preciso ter algum cuidado e pode tornar-se mais imprevisível.”
Diplomacia de consumo interno
A mensagem de Lavrov no final do encontro com Kuleba foi “seguramente feita para consumo interno”, defende Martins da Cruz, que não exclui que algumas das perguntas feitas por jornalistas russos na conferência de imprensa tenham sido combinadas. No entanto, o embaixador relembra que “os discursos para dentro” não são exclusivos da política russa e que muitos dos principais atores ocidentais estão a preparar-se para ir a eleições.
“Aliás, se nós virmos bem, muitas das intervenções, não só dos russos mas também de americanos e até de europeus, são para dentro, para as opiniões públicas internas. Não se esqueça que na América há eleições intercalares para o congresso e para o senado em novembro. Em França estamos em plena campanha eleitoral e o senhor Macron quer ser eleito já em abril. Na Alemanha, o chanceler Scholz sucedeu a 16 anos de Merkel e tem de se afirmar perante a opinião pública dele. O senhor Boris Johnson tem de fazer esquecer as festas em Downing Street, que quase provocaram a sua queda. Todos estão a fazer discursos para dentro.”
O embaixador acrescenta ainda que a Rússia foi à Turquia com uma intenção clara em mente: “Fazer com que estas negociações não resultassem”. O objetivo da delegação russa, argumenta, era mostrar abertura para a negociação, mas impondo condições de tal forma exigentes que o outro lado não pudesse aceitar.
Por outro lado, Martins da Cruz acredita que “nós assistimos a alguma predisposição para cedências da Ucrânia” quando disse estar disposta a considerar a situação dos cidadãos ucranianos nas repúblicas do Donbass e da Crimeia. “A Ucrânia está a dar sinais mais fortes do que a Rússia de que está disposta a negociar. O nível de destruição e o número de refugiados da Ucrânia já é de tal maneira grande que o senhor Zelensky tem de pensar muito bem quando é que vai içar a bandeira branca porque senão no futuro pode vir a ser acusado de ser intransigente e de ser um dos que estão a provocar o genocídio do seu povo”, refere. “É óbvio que a última fase deste processo diplomático será feito entre a Rússia e os Estados Unidos. Aliás, acredito que, nesta fase, exista já uma linha direta de diálogo entre russos e americanos.”
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RÚSSIA/UCRÂNIA: TV estatal russa está a informar que Rússia está a salvar ucranianos
© DIMITAR DILKOFF/AFP via Getty Images
Notícias ao Minuto 11/03/22
A televisão estatal da Rússia está a informar os telespetadores de que as tropas russas estão na Ucrânia para salvar as pessoas de "neonazis" e desarmar aquele país, de acordo com uma investigação da agência de notícias AP.
As reportagens da televisão dizem também que pessoas em toda a Rússia estão a apoiar o que o Kremlin chama de "operação militar especial" na Ucrânia, formando filas de carros, nos quais exibem as bandeiras tricolores (branco, azul e vermelho) russas.
Ou os cidadãos se juntam em pátios e formam uma grande letra 'Z' - até aconteceu com crianças com doenças terminais -, que se tornou um símbolo dos militares russos. Ou se reúnem em parques de estacionamento, cantando: "Nós não abandonamos os nossos".
Crianças com doenças terminais obrigadas a fazer propaganda para Putin |
Um pivot do canal estatal Rússia 24 citou os nomes das cidades que realizam essas manifestações. "Petropavlovsk-Kamchatsky, Chelyabinsk, Yekaterinburg, Stavropol, Tula - manifestações em massa em apoio à operação especial ocorreram nestas e em muitas outras cidades em todo o país", assinalou.
Noutro bloco informativo não muito diferente, um repórter adiantou que os motoristas têm colado "as letras 'Z' e 'V', retratadas em viaturas militares russas, nos seus carros em manifestações espontâneas [...] em todas as cidades" do país, como "sinal de solidariedade, apoio e orgulho pela coragem dos soldados russos".
Demorou vários dias após o início da invasão de 24 de fevereiro para a Rússia preparar a campanha que descreve o que diz ser um amplo apoio público ao ataque que já matou milhares de soldados e civis na Ucrânia e forçou mais de dois milhões a deixarem o país.
Analistas políticos dizem que os russos estão de facto a unir-se em torno da pátria, mas a grande questão é quanto tempo esse apoio vai durar face às sanções do Ocidente incapacitantes e da deterioração das condições de vida, ou se vai acabar por traduzir-se num maior apoio ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"Um número significativo de russos percebe [...] como a Rússia se encontra num grande desafio e, nessas condições, não deve fazer frente às autoridades", disse à AP a fundadora do think-tank R.Politikl, Tatyana Stanovaya.
Na tentativa de controlar a narrativa, o Kremlin bloqueou a maioria dos meios de comunicação social independentes russos e forçou os restantes a pararem a cobertura da guerra, com ameaças de acusação e prisão por reportagens que se desviam do critério oficial.
A cadeia de televisão RT anunciou que estava a vender camisolas com a letra "Z" para apoiar as tropas russas.
Autoridades e a televisão do Estado insistem que os soldados russos têm como alvo apenas instalações militares na Ucrânia, culpando quaisquer ataques a civis ao que chamam de "neonazis" no Governo de Kiev, apesar de o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, ser judeu.
Para o investigador sénior do Programa Rússia e Eurásia da Chatham House Nikolai Petrov, com fontes de informação independentes canceladas, é mais fácil para os russos acreditarem na retórica do Kremlin.
"É um conforto psicológico para as pessoas. Elas não querem pensar que o seu líder é um criminoso e que está a cometer crimes de guerra. Elas estão mais confortáveis a pensar que o seu Exército vai resgatar alguém do nazismo", disse.
O Kremlin usa há muitos anos a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial como forma de reforçar o sentimento patriótico e tentou aproveitá-lo ao usar a ideia do "neonazismo" como uma ameaça da Ucrânia.
"Sangue, suor, destruição.... Os russos apoiam Putin, mas, devido à gravidade da situação, não há uma mobilização tão incrível como houve em 2014 [durante a anexação da Crimeia pela Rússia]", disse o analista do Carnegie Moscow Center Andrei Kolesnikov.
Nikolai Petrov observou ainda que o apoio ao Kremlin pode diminuir, sabendo que a economia sofre com as sanções ocidentais.
Economistas previram a escassez de bens, preços altos e possível incumprimento de crédito.
"É claro e inevitável que o clima vai mudar. [...] Acho que Putin tem um período de tempo bastante limitado para declarar vitória e trazer o Exército de volta", apontou Nikolai Petrov.
SINDICATO DOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO (ESE) SUSPENDE GREVE NAS ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
O DEMOCRATA / 11/03/2022
O Sindicato dos professores e funcionários da Escola Superior de Educação (ESE) acaba de anunciar a suspensão da greve nas escolas de formação de professores, iniciada a 24 de janeiro deste ano com a entrega de um pré-aviso de greve a 19 do mesmo mês.
O anúncio da suspensão foi confirmado, esta quarta-feira 10 de março ao Jornal O Democrata, pelo próprio presidente do sindicato, Luís da Costa. A paralisação afetou o funcionamento de todas as unidades de formação de professores, incluindo “Tchico Té”.
Em entrevista telefónica, Luís da Costa disse que a greve foi suspensa a pedido do novo ministro do Ensino Superior e Investigação Científica, Timóteo Sabá Mbundé, depois de um encontro que manteve com a comissão negocial da greve.
Segundo o sindicalista, o ministro pediu que lhe seja dado um “tempinho” enquanto aguarda a aprovação da nova orgânica do ministério.
“Após concertação, todos os presidentes das unidades de base concordaram em dar ao ministro o benefício de dúvida até que seja aprovada a nova orgânica do ministério”, confirmou.
Na sequência desse pedido, o sindicato decidiu, a partir da aprovação da orgânica do ministério, dar trinta dias para se resolver a situação da afetação de horários aos professores da unidade de formação de professores de Buba, entre outras exigências.
“Depois dessa abertura, o sindicato dará mais trinta dias, somando ao todo sessenta para se avançar com a implementação da lei da carreira docente, a nossa principal luta”, enfatizou.
Luís da Costa disse ser compreensível aceitar o pedido e dar mais tempo. Apesar a nomeação de novo ministro para dirigir o pelouro, a instituição carece de uma orgânica para o seu funcionamento, sublinhado que os dois prazos dados começam a vigorar a partir da aprovação da orgânica.
Por: Filomeno Sambú
União Africana insta Putin a pôr fim ao conflito
Por VOA Português março 11, 2022
Dacar (Senegal) - A invasão russa da Ucrânia tem evocado respostas mistas por parte de líderes africanos individuais, mas a União está a exortar Putin a procurar um cessar-fogo.
O Presidente senegalês e presidente da União Africana Macky Sall pediu ao Presidente russo Vladimir Putin que procurasse um cessar-fogo duradouro na Ucrânia. A conversa de Sall com Putin chega apenas uma semana depois de o Senegal se ter abstido de uma votação da ONU para condenar a invasão russa. As nações africanas têm interesse em ver o fim da guerra, mas também em não perturbar Putin.
O pedido de Sall como presidente da União Africana na quarta-feira foi um contraste com as suas acções como presidente senegalês uma semana antes, quando o Senegal se juntou a 16 outros países africanos na abstenção de uma votação da ONU para condenar a invasão russa.
O Senegal é considerado um farol da democracia na África Ocidental, pelo que a mudança foi uma surpresa para muitos.
“O não-alinhamento] tem sido a postura padrão para muitos países africanos ao longo dos anos, onde preferem não se envolver ou não se meter entre grandes rivalidades de poder", disse Joseph Siegle, director de investigação do Centro Africano de Estudos Estratégicos. "E assim, não é um voto de apoio à Rússia, mas um voto para tentar manter a neutralidade.”
A Rússia tem uma pletora de transacções comerciais em todo o continente africano. O Senegal, por exemplo, assinou um acordo de 300 milhões de dólares com a companhia petrolífera russa Lukoil no ano passado. A empresa também tem operações nos Camarões, Egipto, Gana e Nigéria. As empresas mineiras russas também estão activas em toda a África, desde a extracção de diamantes em Angola até ao alumínio na Guiné e ao urânio na Namíbia.
Mais notavelmente, Moscovo é o principal fornecedor de armas de África. Desde 2015, assinou acordos militares com mais de 20 países africanos.
Além disso, empresas militares privadas russas com laços estreitos com o Kremlin conquistaram uma posição cada vez mais forte em países africanos como o Mali e a República Centro-Africana.
Assim, embora possa ser do maior interesse de muitos países africanos evitar tensões com o Kremlin, os líderes começam a sentir os efeitos da guerra.
Abdou Rahmane Thiam é o chefe do departamento de ciências políticas da Universidade de Cheikh Anta Diop, em Dakar.
A Rússia é um país que exporta muitos produtos, nomeadamente gás e matérias-primas como o trigo", disse Abdou Rahmane Thiam, chefe do departamento de ciências políticas da Universidade de Cheikh Anta Diop, em Dakar. "Isso pode ter um impacto económico especialmente no que diz respeito ao comércio"
Felizmente, a União Africana tem alguma influência, diz Thiam.
As relações internacionais não são decididas apenas pelas grandes potências mundiais - a União Africana continua a ser uma instituição regional. Pode ser considerada uma voz influente", disse ele. "A Rússia também precisa de África. É do seu maior interesse ouvir o porta-voz da União Africana".
Numa declaração sobre a chamada, o Kremlin referiu-se à invasão como uma "operação militar especial para proteger Donbass" e não mencionou o pedido de cessar-fogo de Sall. Em vez disso, declarou que foi pedido à Rússia que evacuasse cidadãos estrangeiros em segurança e disse que ambos os líderes tinham reafirmado o seu compromisso de desenvolver ainda mais as relações russo-africanas.
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Inteligência dos EUA assume que subestimou capacidade de defesa ucraniana
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Notícias ao Minuto 11/03/22
Autoridades de inteligência dos Estados Unidos admitiram hoje que subestimaram a capacidade de defesa da Ucrânia, um erro para as agências governamentais norte-americanas que foram elogiadas por prever com precisão a intenção do Kremlin em iniciar uma guerra.
"[...] Com base numa variedade de fatores, os ucranianos não estavam prontos como eu achava que deveriam estar. Por isso, questionei a vontade deles de lutar. Essa foi uma má avaliação da minha parte, porque eles lutaram com bravura e honra e estão a fazer a coisa certa", disse o diretor da Defense Intelligence Agency, o tenente-general Scott Berrier.
Scott Berrier testemunhou ao lado de outros altos funcionários norte-americanos perante a Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos.
"Fizemos algumas suposições [...] que provaram estar erradas. Penso que avaliar a vontade, a moral e a vontade de lutar é uma tarefa analítica muito difícil. Tivemos diferentes contribuições de diferentes organizações e nós - na minha perspetiva como diretor - não no saímos tão bem como poderíamos", referiu Scott Berrier.
Assim como o Presidente russo, Vladimir Putin, pareceu ter julgado mal a capacidade do seu Exército de subjugar as Forças Armadas inferiores da Ucrânia, os Estados Unidos também o fizeram, disse o diretor da Defense Intelligence Agency, que lidera o braço direito de inteligência do Pentágono.
O reconhecimento de Scott Berrier segue as linhas de outro erro no Afeganistão, cujo Governo apoiado pelos Estados Unidos cedeu mais rápido para os talibãs do que era esperado em Washington.
As autoridades acreditavam que as forças afegãs -- treinadas e financiadas pelos Estados Unidos -- poderiam resistir por vários meses após a retiradas dos militares norte-americanos.
Em vez disso, sem poder aéreo e apoio de inteligência dos Estados Unidos, as forças afegãs desistiram de muitas cidades sem lutar em agosto passado.
A diretora da National Intelligence, Avril Haines, disse que Vladimir Putin subestimou a resistência dos ucranianos.
"Nós não nos saímos tão bem na previsão dos desafios militares que ele [Vladimir Putin] encontros nos seus próprios militares", acrescentou.
Questionada se a Casa Branca estava a pressionar analistas para avaliar se a transferência de aviões seria vista como uma escalada, Avril Haines respondeu que a objetividade era um "princípio ético" da inteligência.
Na quarta-feira, os Estados Unidos rejeitaram, em definitivo, a proposta da Polónia de entregar os seus aviões de combate MiG-29 ao Exército norte-americano, que depois seriam encaminhados para as forças ucranianas, revelou fonte do Pentágono.
"Os serviços de inteligência acreditam que a transferência [das aeronaves MiG-29] para a Ucrânia pode ser percebida como uma vantagem [para o conflito] e pode levar a uma reação russa significativa, que aumentaria a perspetiva de uma escalada militar com a NATO", sublinhou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em conferência de imprensa.
Na terça-feira, o governo polaco tinha manifestado a intenção de enviar todos os seus aviões de combate MiG-29 para uma base aérea dos Estados Unidos na Alemanha, abrindo caminho ao uso dos aparelhos pelas forças militares ucranianas, conforme solicitado pelo Governo de Kiev.
O Presidente ucraniano rejeitou hoje as acusações russas de que a Ucrânia possui armas químicas "ou outras armas de destruição maciça", alegações que afirmou serem parte da propaganda russa para justificar a invasão.
Volodymyr Zelensky disse que "não foram desenvolvidas armas químicas ou outras armas de destruição maciça na Ucrânia". E "todos sabem disso", sublinhou.
Zelensky ameaçou a Rússia de que se fizer alguma coisa contra os ucranianos "receberá a resposta de sanções mais duras", num discurso na plataforma de mensagens Telegram, no início do 16.º dia da invasão russa...Ler Mais