sábado, 4 de fevereiro de 2023
Presidente da República Umaro Sissoco Embalo recebe Cumprimentos do novo do poder legislativo
- Na ocasião de cumprimentos do novo ano o Presidente da República General Umaro Sissoco Embalo, recebe Chefias Militares, Poder Executivo, Presidente da câmara Municipal de Bissau e Governadores Regionais👇
Cumprimentos de novo ano com o Poder legislativo👇
Cumprimentos de novo ano poder executivo e chefias militares👇
Primeiro-ministro anuncia que Portugal vai enviar tanques Leopard 2 à Ucrânia
cnnportugal.iol.pt, 04/02/23
António Costa anunicou que Portugal já está a coordenar com a Alemanha a recuperação dos carros de combate que serão enviados às Forças Armadas ucranianas
O primeiro-ministro assegurou que Portugal vai ceder às Forças Armadas ucranianas tanques Leopard 2 e adiantou que está neste momento em curso uma operação logística com a Alemanha para recuperação de alguns carros de combate.
Esta decisão do Governo português foi transmitida por António Costa à agência Lusa no final de uma visita que efetuou à missão militar portuguesa na República Centro Africana, em que também procurou salientar que o envio de tanques para a Ucrânia não colocará em causa a capacidade militar nacional em termos de equipamento.
“Estamos neste momento a trabalhar para podermos ter condições de dispensar alguns dos nossos tanques. Sei quantos tanques serão [enviados para a Ucrânia], mas isso será anunciado no momento próprio”, afirmou o líder do executivo.
De acordo com o primeiro-ministro, neste momento, Portugal está a trabalhar com a Alemanha para “permitir uma operação logística de fornecimento de peças, tendo em vista concluir a recuperação de alguns dos carros [de combate] que não estavam operacionais”.
“Uma operação que se destina a ceder à Ucrânia alguns tanques, sem que, naturalmente, Portugal deixe de ter a sua capacidade militar intacta. Obviamente, Portugal tem também obrigações no quadro da NATO, que não podemos deixar de cumprir em termos de disponibilidade de equipamento para intervenções em caso de necessidade”, advertiu.
Interrogado sobre a altura mais provável em que se poderá concretizar o envio desses tanques Leopard 2 para território ucraniano, António Costa observou que “o movimento que está em curso na Europa é no sentido de poder ter o conjunto desses meios disponibilizados até ao final de março”.
Já sobre a controvérsia relacionada com o facto de vários destes tanques Leopard 2, adquiridos pelas Forças Armadas nacionais em 2007, estarem sem manutenção há muitos anos, o primeiro-ministro contrapôs que a expressão “muitos anos é um exagero”.
“Alguns não estão operacionais e, por isso mesmo, temos de trabalhar simultaneamente com quem produz para assegurar a cadeia de abastecimento necessária, tendo em vista recuperar tanques que temos neste momento inoperacionais e podermos dispensar tanques operacionais, ficando nós com a nossa própria capacidade devidamente salvaguardada. É essa operação logística que está em curso”, justificou.
Ainda sobre a questão da inoperacionalidade de alguns dos tanques Leopard 2, António Costa fez a seguinte observação: “Não é só nas peças de automóveis que há falta de componentes”.
“Também para o equipamento militar tem havido falta de componentes. Essa operação logística está em curso e temos trabalhado de forma muito próxima com a Alemanha. Atempadamente, vamos conseguir dar a nossa contribuição para esse esforço coletivo de dotar a Ucrânia de melhores meios para a sua defesa”, acrescentou.
No que respeita à cooperação bilateral com a Ucrânia, o primeiro-ministro realçou o envio por Portugal de material de guerra, mas também o envio de material humanitário e a ajuda humanitária, designadamente ao nível do acolhimento de refugiados.
“Temos também dado um apoio de emergência ao Orçamento da Ucrânia e estão em curso com o Governo ucraniano programas para a reconstrução de escolas numa província. Temos, igualmente, o esforço que resultou do reposicionamento das forças militares no quadro da NATO e que teve como consequência o reforço do flanco oriental onde Portugal está presente agora reforçadamente na Roménia”, assinalou.
António Costa adiantou, ainda, que nos próximos meses irá uma missão de Polícia Aérea para a Lituânia.
“Esta situação está a permitir um maior envolvimento. Por exemplo, a Roménia vai enviar forças para participar na operação da Minusca na República Centro-Africana. Não é propriamente uma contrapartida, mas é também no quadro da cooperação que temos desenvolvido com a Roménia”, completou.
EUA afirmam ter sido detetado segundo balão-espia sobre a América Latina
© Lusa
POR LUSA 04/02/23
Os Estados Unidos anunciaram ter sido detetado um segundo balão a sobrevoar a América Latina, indicou o Pentágono, na sexta-feira, sem especificar a localização exata.
"Temos conhecimento de relatos de um balão a sobrevoar a América Latina. Estamos a avaliar se é mais um balão de vigilância chinês", disse o porta-voz do Pentágono, brigadeiro Pat Ryder, numa declaração enviada à imprensa.
Também o jornal La Nacion da Costa Rica publicou um artigo sobre um objeto voador branco, semelhante a um balão de ar quente, avistado sobre o país latino-americano.
Na quinta-feira, o Pentágono indicou estar a seguir os movimentos de um "balão espião" chinês avistado sobre o estado de Montana (nordeste), onde se encontra um dos três locais de silos de mísseis nucleares em solo norte-americano.
Os outros silos estão localizados em dois estados limítrofes do Montana: Dakota do Norte, a leste, e Wyoming, a sul.
O Pentágono adiantou que o balão deslocou-se para leste nas últimas horas e encontra-se agora no centro do país, a mais de 18 mil metros acima do solo.
A presença do balão no espaço aéreo norte-americano desencadeou uma crise diplomática entre Washington e Pequim e levou ao adiamento da viagem prevista do secretário de Estado, Antony Blinken, ao país asiático.
Por seu lado, Pequim admitiu, na sexta-feira, que o balão lhe pertence, mas garantiu tratar-se de "um dirigível civil utilizado para fins de pesquisa meteorológica".
Leia Também: Balão-espia. O que se sabe sobre o aparelho que fez soar alarmes nos EUA?
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
José Anastácio Medina Lobato é o novo Presidente da Câmara Municipal de Bissau.
Atual dirigente da CCIAS e Câmara Consular Regional da UEMOA, Jose Lobato foi nomeado em Conselho de Ministros. Lobato foi Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau FFGB e responsável da Confederação Empresarial da CPLP.
O sistema de defesa terra-ar de médio alcance MAMBA a fornecer por França e Itália permitirá à Ucrânia "defender-se dos ataques de drones, mísseis e aviões russos", indicou hoje o ministério francês da Defesa e Forças Armadas.
© Lusa
POR LUSA 03/02/23
Sistema antiaéreo defenderá de "drones, mísseis e aviões russos"
O sistema de defesa terra-ar de médio alcance MAMBA a fornecer por França e Itália permitirá à Ucrânia "defender-se dos ataques de drones, mísseis e aviões russos", indicou hoje o ministério francês da Defesa e Forças Armadas."O fornecimento desse sistema responde à urgência manifestada pelo ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, aos seus homólogos francês e italiano, de proteger as populações e infraestruturas civis face aos ataques aéreos russos", acrescenta o comunicado.
O ministro francês Sébastien Lecornu e o seu homólogo italiano Guido Crosetto contactaram hoje por telefone para concluir esta entrega, que estava em discussão há várias semanas.
"Os dois ministros finalizaram as discussões técnicas (...) para entregar à Ucrânia na primavera de 2023 o sistema de defesa antiaérea SAMP/T -- MAMBA. Trata-se do primeiro sistema antimísseis europeu de longo alcance, de conceção franco-italiana", precisou o ministério.
O anúncio surge após a vista de Reznikov a Paris esta semana.
Desde há meses que a Ucrânia solicita o reforço do seu sistema de defesa terra-ar, em particular após uma vaga de ataques russos sobre as suas infraestruturas, com uso de drones iranianos.
O MAMBA, equivalente ao sistema Patriot norte-americano, já foi deslocado para a Roménia e instalado na região estratégica do porto de Constança, junto ao mar Negro.
Com este sistema, o seu radar e o sistema múltiplo de oito mísseis Áster com alcance de 100 quilómetros, "podemos contrariar um vasto leque de ameaças aéreas: mísseis balísticos de curto alcance, aviões de caça, helicópteros, drones e mesmo mísseis de cruzeiro com disparos múltiplos", disse em dezembro à agência noticiosa AFP na Roménia um militar francês.
Na terça-feira, a França tinha já anunciado a entrega nas próximas semanas de mais 12 canhões Caesar de 155mm, permitindo a Kiev dispor de 49 exemplares no total, "uma quantidade nada negligenciável", sublinhou Sébastien Lecornu.
Paris também prometeu um radar Ground Master 200 (GM200) produzido pela empresa francesa Thales. Este radar de médio alcance permite detetar um aparelho inimigo a 205 quilómetros e combatê-lo a 100 quilómetros, quer voe a baixa altitude e pouca velocidade como os drones, ou a alta altitude como os aviões de combate.
Segundo o seu fabricante, que já vendeu mais de 60 exemplares no mundo, assegura ainda uma proteção face aos 'rockets' e disparos de artilharia, ao alertar as tropas no terreno dos disparos inimigos. É transportado num camião.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -- , de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA‼️: O Presidente da República, Umaro Sissocó Embaló criou uma nova Secretaria de Estado no governo a ser tutelada pelo antigo presidente da Câmara Municipal de Bissau, Fernando Mendes.
A iniciativa do chefe de Estado vem no decreto presidencial número 10/2023, onde sustenta que, a sua decisão foi na base duma proposta do primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam.
"É criada a Secretaria de Estado da Administração do Território e do Poder Local". Lê-se no documento na posse da Rádio Jovem.
O corpo do malogrado, Presidente do PRS, Alberto M'bunhe Nambeia chega à Bissau.
Os Restos mortais do malogrado Presidente do "PRS" Alberto M'bunhe Nambeia chega à Bissau.👇
Radio TV Bantaba
A União Europeia (UE) e a Ucrânia concordaram hoje na necessidade de continuar a prestar apoio militar a Kyiv, e em responsabilizar a Rússia pelos crimes cometidos em território ucraniano e pela reconstrução do país.
© Roman Pilipey/Getty Images
Notícias ao Minuto 03/02/23
UE e Kyiv unidos entre apoio militar e obrigar a Rússia a pagar
A União Europeia (UE) e a Ucrânia concordaram hoje na necessidade de continuar a prestar apoio militar a Kyiv, e em responsabilizar a Rússia pelos crimes cometidos em território ucraniano e pela reconstrução do país.
Da cimeira entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, (em representação dos 27 Estados-membros) e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, resultou uma declaração conjunta que estabelece como uma das prioridades prolongar o "apoio político e militar pelo tempo que for necessário".
"Isto incluiu uma assistência militar de 3.6 mil milhões de euros ao abrigo do Mecanismo Europeu de Paz e o lançamento da Missão de Assistência Militar da UE para treinar numa primeira fase 30.000 militares em 2023", lê-se na declaração conjunta, dividida de 32 pontos.
Parte da declaração é dedicada à vontade que o bloco comunitário e o Kiev têm em fazer a Rússia pagar duplamente: pelos eventuais crimes de guerra cometidos desde 24 de fevereiro e pela reconstrução do país, fustigado por bombardeamentos e combates que ocorreram, muitas vezes, em áreas urbanas.
No documento está assinalado o compromisso de julgar os oficiais de Mosocovo responsáveis "pela grosseira violação da lei internacional".
"A Ucrânia enfatizou a preferência pela criação de um Tribunal Especial. Apoiamos o desenvolvimento de um centro internacional para julgar o crime de agressão na Ucrânia em Haia [Países Baixos] com o propósito de coordenar a investigação do crime de agressão contra a Ucrânia, preservar e guardar provas para julgamentos futuros. O centro vai estar associado à Equipa de Investigação Conjunta apoiada pelo Eurojust [Agência da União Europeia para a Cooperação em Justiça Criminal]", acrescenta-se.
Também é intenção de Bruxelas e de Kiev encontrar maneiras de fazer o Kremlin pagar pela destruição das infraestruturas críticas, habitações, hospitais, escolas, estradas, edifícios governamentais assolados pela guerra.
Von der Leyen têm referido inúmeras vezes que não abdica de fazer "o criminoso pagar e ser responsabilizado".
A manutenção do apoio humanitário e financeiro, a intenção de trabalhar com a Agência Internacional de Energia Atómica para salvaguardar a central nuclear de Zaporíjia e de alcançar um acordo de paz que cumpra as exigências de Kiev, em particular a retirada de todas as tropas russas do território ucraniano, incluindo as zonas anexadas, também estão explanados nesta declaração.
Leia Também: União Europeia prepara 10.º pacote de sanções contra a Rússia
"Pela lei, sou italiano", diz Bolsonaro após questionado sobre cidadania
© Andressa Anholete/Getty Images
Notícias ao Minuto 03/02/23
A cidade italiana de Anguillara Veneta concedeu, em 2021, cidadania honorária ao ex-presidente do Brasil.
O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, defendeu, na quinta-feira, que, “por lei”, tem cidadania italiana, uma vez que os seus avós são naturais de uma província do norte de Itália, o que lhe daria “cidadania plena”.
“A minha família é de Pádua. Pela lei, eu sou italiano. Tenho avós nascidos na Itália. A legislação de vocês diz que eu sou italiano. Com pouca burocracia, teria cidadania plena”, afirmou o brasileiro, após ser questionado sobre a sua cidadania por um jornalista italiano do Corriere Della Sera, durante um evento na Flórida, nos Estados Unidos da América (EUA).
Segundo a imprensa brasileira, o bisavô paterno de Jair Bolsonaro nasceu na comuna italiana de Anguillara Veneta, em 1878. A cidade concedeu, inclusive, cidadania honorária ao ex-presidente do Brasil, em 2021.
Já em janeiro, a imprensa italiana avançou que Bolsonaro estava a tentar obter cidadania italiana após os ataques às sedes dos três poderes, em Brasília. A informação acabou por ser desmentida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Antonio Tajani.
Leia Também: Bolsonaro pode entrar e sair do país, diz juiz do Supremo
Recenseamento Eleitoral: "PROCESSO ELEITORAL É MUITO VICIADO" DIZ PAIGC
Decorridos mais de quarenta dias do recenseamento eleitoral, o partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) diz constatar a não apresentação até à data presente, pelo GTAPE, de um plano operacional do recenseamento, início muito tardio do processo na diáspora – África; e recenseamento no círculo-23, Europa, sem uma data, o que, para este partido, antevê a exclusão da maior parte dos cidadãos com a capacidade eleitoral.
“Alteração do sistema informático do recenseamento, sem que o mesmo tenha sido objeto de auditoria, com a agravante de estar ser, obrigatoriamente, solicitado o número de telefone dos eleitores, o que constitui uma grave violação da privacidade do eleitor nos termos do Artigo 22° da Lei n° 11/2013” Lê-se num comunicado lido esta quinta-feira, 02 de Fevereiro, em conferência de imprensa, pelo porta-voz do partido, Muniro Conté.
O PAIGC denuncia ainda a não entrega, até hoje, dos cartões a um número considerável de cidadãos eleitores já recenseados, assim como movimentações ou deslocações, sem precedentes, de cidadãos com intenção de recensear-se nas zonas diferentes das suas respectivas residências, sob patrocínio de alngus dirigentes do regime com intenção de influenciar os resultados eleitorais, o anuncio e relatos que indicam que o GTAPE estaria a encorajar e orientar os brigadistas a procederem à inscrição de cidadãos estrangeiros e de alguns menores com "peças de identidades duvidosas”.
Perante esses indícios que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde considera" vícios" e que possam vir a desacreditar o processo exige a entrega dos cartões de eleitor, logo após o registo dos cidadãos e o aumento do número dos representantes dos partidos políticos junto do GTAPE no sentido de seguir as operações internas do recenseamento”.
O PAIGC exige ainda que seja feita a auditoria, através de peritos internacionais independentes, dos dados recolhidos pelas diferentes brigadas do censo eleitoral, tendo apelado ao GTAPE a maior abertura e recetividade em relação aos protestos e reclamações formuladas pelos representantes dos partidos políticos.
O PAIGC termina o seu comunicado apelando aos seus militantes, simpatizantes e cidadãos com capacidade eleitoral, a recensear-se.
Refira-se que o recenseamento eleitoral para as eleições legislativas antecipadas marcadas para o dia 4 de junho decorre desde 10 de dezembro.
Por: Mamadi Indjai
Chegam à Bissau os restos mortais do Presidente do PRS, Alberto Nbunhe Nambeia, falecido a 25 Janeiro em Portugal.
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Radio Voz Do Povo /Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15NIGÉRIA: As Nações Unidas alertaram hoje para o agravamento da situação de segurança na Nigéria com o aumento de ataques "baseados na identidade", na sequência da morte de 40 membros da comunidade fulani na semana passada.
© Reuters
POR LUSA 03/02/23
ONU alerta para ataques com base em etnias na Nigéria
As Nações Unidas alertaram hoje para o agravamento da situação de segurança na Nigéria com o aumento de ataques "baseados na identidade", na sequência da morte de 40 membros da comunidade fulani na semana passada.
"Estas dinâmicas de atingir comunidades com base na identidade, se não forem abordadas, podem alimentar tensões intercomunitárias, recrutamento por grupos armados e ataques de vingança, com um impacto óbvio sobre os civis", disse a conselheira especial das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio, Alice Nderitu, alertando especificamente para a situação nas regiões centro-oeste e centro-norte do país.
A responsável explicou que o agravamento da situação de segurança é marcado pela politização das atividades pastoris e de transumância e pelas divisões crescentes, incluindo a estigmatização segundo linhas religiosas e étnicas.
"É um ambiente extremamente volátil e é importante que as eleições gerais a realizar em 25 de fevereiro não desencadeiem violência ou mesmo atrocidades", disse Nderitu, que também apontou para um aumento do discurso do ódio étnico e do incitamento à discriminação.
A conselheira apelou aos líderes políticos nigerianos para honrarem o seu compromisso de conduzir campanhas eleitorais pacíficas e aos líderes tradicionais para agirem no sentido de desanuviar as tensões e evitarem o incitamento à violência.
Nderitu também apelou às autoridades para assegurarem que as operações antiterrorismo sejam conduzidas em conformidade com o direito humanitário.
"Os contínuos níveis elevados de violência contra as comunidades em resposta à transumância, incluindo o discurso do ódio e o incitamento à violência, são particularmente preocupantes no período que antecede as próximas eleições em muitos países da região", disse.
A Nigéria tem assistido a um aumento das tensões intercomunitárias nos últimos anos devido a disputas sobre território e recursos, especialmente face ao impacto da seca. A maioria destes confrontos tem sido entre pastores fulani, na sua maioria muçulmanos, e agricultores do centro do país, a maioria cristãos.
Os fulani queixam-se de marginalização na Nigéria e noutros países da região, enquanto outras comunidades os acusam de serem membros de grupos terroristas que operam na área, porque estes grupos - incluindo a Al-Qaida e os afiliados do Estado Islâmico - aproveitaram o descontentamento dos peul para aumentarem as suas fileiras. Isto também levou a alegações de abusos por parte das forças de segurança contra a comunidade peul.
A Ministra da Mulheres familha e solidariedade social entrega esta sexta feira (03.02) donativos a famílias de Forena N'Bitena Antigo Combatente de Liberdade da Pátria vítimas do incêndio.
São 250 chapas do zincos, 4 sacos de arroz, 4 caixas de olho e alguns ropas órgãos.
Radio TV BantabaEventual derrota da Rússia não deve implicar "ameaça existencial"
© Reuters
POR LUSA 03/02/23
A eventual derrota de Moscovo na guerra em território ucraniano poderá ajudar a Ucrânia a restabelecer a integridade territorial mas não deverá converter-se em "ameaça existencial" para a Rússia, considerou o investigador Arkady Moshes em entrevista à Lusa.
"Quando alguém diz 'derrotar a Rússia', provavelmente não entende o que quer dizer. Porque ninguém, provavelmente no subconsciente, pensa que essa derrota poderia implicar a ocupação da Rússia por tropas da Ucrânia ou outras. Isso é impossível, é um país com armas nucleares", indicou em entrevista por telefone à Lusa o diretor do programa para a Europa de Leste e Rússia do Instituto Finlandês de Assuntos Internacionais (FIIA), sediado em Helsínquia.
"Assim, por 'derrota' provavelmente quer-se significar uma derrota na linha da frente que poderia ajudar a Ucrânia a restabelecer a sua integridade territorial. Mas não uma derrota que atingisse um nível que se tornasse numa ameaça existencial para a Rússia", precisou.
A perspetiva de um desmembramento da Rússia é afastada pelo investigador, que no entanto define a atual situação de "paradoxal".
"Claro que na Rússia se regista a mobilização de centenas de milhares de homens, para que se tornem soldados profissionais, mas é um paradoxo e uma contradição, porque por outro lado o Governo que fala em ameaça existencial é o mesmo que continua a não designar a guerra como uma guerra".
Desta forma, enfatiza, será contraditório falar em ameaça existencial e em operação militar especial.
Arkady Moshes denota outra contradição na posição do Governo russo na sua relação com a sociedade.
"A mobilização da população foi necessária por não existirem voluntários em número suficiente para combater. É um sério sinal da fraqueza da propaganda a nível interno, algo importante para entender".
De momento, considera, os alertas sobre uma "ameaça existencial" não terão um impacto determinante entre a população.
"É complexo, mas a minha análise sobre a tendência e a disposição da opinião pública na Rússia é que o Governo pode considerar que a atual situação implica uma ameaça existencial para a Rússia, mas a maioria do país não pensa assim. Há cidades perto da linha da frente que têm sido bombardeadas, mas a maioria dos russos prossegue com uma vida normal".
Uma situação algo inversa será a registada na Ucrânia, e quando se cumpriram 11 meses de conflito na sequência da invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, apesar de Kiev ser apontado por diversos analistas como intérprete de uma "guerra por procuração" com crescente influência política e militar norte-americana, numa lógica de escalada sem fim.
Arkady Moshes, 56 anos, também membro do Programa de Novas Abordagens sobre Pesquisa e Segurança na Eurásia (PONARS, Eurásia), contesta esta visão.
"Não creio que a Ucrânia seja manipulada, porque a vontade e a disposição para lutar por si e pelo seu país é uma questão nacional. Diria que há um ano ninguém acreditava que a Ucrânia poderia lutar de uma forma tão vigorosa, e sem a vontade para lutar nenhuma influência ou armas norte-americanas seriam capazes de fazer a diferença".
O académico assinala que num conflito com estas características "é preciso haver pessoas prontas a morrer", um fator crucial e que originou equívocos.
"Isso não foi provavelmente entendido pela maioria das pessoas, a começar por Moscovo, mas também nos lembramos como começaram os norte-americanos, a tentar retirar o Governo ucraniano de Kiev", indicou.
"Houve uma má interpretação sobre o empenho dos ucranianos em combater, o fator primordial é a moral das tropas e da população ucranianas e a vontade de combater", concluiu.
Leia Também: O antigo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse, esta quinta-feira, que os fornecedores de armas vão "aumentar significativamente" as suas entregas de material militar à Rússia durante 2023. A informação foi por ele avançada numa publicação nas redes sociais, aqui citada pelo The Guardian.
Leia Também: "Rússia tornou-se tóxica no ocidente" e perdeu "poder para corromper"
Leia Também: "Grande ofensiva" russa prevista para o dia do 1º aniversário da guerra na Ucrânia
EUA vão aceder ao pedido de Kyiv e enviar mísseis de longo alcance
© Reuters
POR LUSA 03/02/23
Os Estados Unidos vão aceder ao pedido de Kyiv e enviar mísseis de longo alcance para a Ucrânia, que prepara uma ofensiva na primavera para recuperar o território conquistado pela Rússia no ano passado, revelaram esta quinta-feira autoridades norte-americanas.
Estas novas armas terão aproximadamente o dobro do alcance de qualquer outro armamento ofensivo fornecido pelos norte-americanos a Kyiv, noticiou a agência Associated Press (AP).
O governo liderado por Joe Biden irá fornecer bombas de pequeno diâmetro lançadas desde o solo, como parte de um pacote de ajuda de 2,17 mil milhões de dólares (cerca de 2 mil milhões de euros) que deve ser anunciado esta sexta-feira, segundo várias autoridades norte-americanas.
O pacote militar também incluirá pela primeira vez equipamentos para conectar todos os diferentes sistemas de defesa aérea que os aliados ocidentais entregaram a Kyiv, que permitirá integrá-los às próprias defesas aéreas ucranianas, para ajudar a defender melhor os contínuos ataques de mísseis da Rússia.
Durante meses, as autoridades norte-americanas hesitaram em enviar sistemas de longo alcance à Ucrânia, com receio que fossem utilizados para atingir território russo, aumentando o conflito e atraindo os EUA para a guerra.
As bombas de longo alcance são o sistema avançado mais recente a ser entregue pelos norte-americanos, depois de inicialmente dizerem não, a par dos tanques Abrams e sistema de defesa antimísseis Patriot.
As fontes citadas pela AP garantem, no enanto, que os EUA continuam a rejeitar os pedidos de Kyiv para o envio de aviões de combate F-16.
Este armamento tem um alcance de 150 quilómetros, sendo que atualmente o míssil de maior alcance fornecido pelos EUA tem cerca de 80 quilómetros.
Além do número deste material militar, também não ficou claro esta quinta-feira quanto tempo levará para chegar ao campo de batalha.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Enviar caças a Kyiv? Medvedev responde a Boris, "jornalista despenteado"
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
MACKY SALL: Presidente do Senegal visita Guiné-Bissau na segunda-feira
© Getty Images
POR LUSA 02/02/23
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, anunciou hoje que o seu homólogo do Senegal, Macky Sall, realiza segunda-feira uma visita a Bissau para abordar, entre outros temas, a livre circulação de pessoas e bens entre os dois países.
Umaro Sissoco Embaló falava no aeroporto internacional, em Bissau, à chegada ao país, após visitas de trabalho ao Senegal, França e Espanha.
O Presidente guineense explicou que um dos temas que vai abordar com Macky Sall é a questão da livre circulação de pessoas e bens cuja modalidade atualmente praticada não concorda.
"Não faz sentido dar autorização de apenas 15 dias a um guineense para entrar com o seu carro no Senegal, pelo menos uma autorização de seis meses", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O Presidente guineense evoca os textos da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO)para lembrar que são de cumprimento obrigatório por todos os países, "sobretudo no capítulo da liberdade de circulação de pessoas e bens".
Umaro Sissoco Embaló é atualmente presidente em exercício da CEDEAO, que além da Guiné-Bissau, junta Cabo Verde, Costa do Marfim, Benim, Burkina-Faso, Libéria, Gâmbia, Guiné-Conacri, Gana, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra-Leoa e Togo.
Macky Sall é também presidente em exercício da União Africana.
Eco - O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje estar confiante na criação da moeda única da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, denominada Eco, em 2027 e admitiu ser normal as reservas de alguns países.
POR LUSA 02/02/23
Embaló confiante na criação da moeda de países oeste africano até 2027
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje estar confiante na criação da moeda única da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, denominada Eco, em 2027 e admitiu ser normal as reservas de alguns países.
"Alguns países estão com reservas sobre a bondade da criação da moeda Eco, é normal, é um processo de negociações entre países", disse Sissoco Embaló no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau.
O Presidente guineense regressou hoje ao país após visitas de trabalho ao Senegal, França e Espanha, onde se encontrou com as autoridades daqueles países.
Questionado pelos jornalistas sobre a exortação dos deputados do parlamento CEDEAO, que se encontram reunidos em Bissau, no sentido de usar da sua influência, na qualidade de presidente em exercício da organização regional, para impulsionar a criação da ECO, Embalo disse estar confiante.
O líder guineense destacou que a meta fixada é 2027, mas espera que até lá haverá consensos ainda que, admitiu, existam países com reservas em relação à nova moeda.
"Por exemplo, o bloco anglófono da CEDEAO pensa que é a França que está por detrás da criação da ECO, mas não é bem assim. Estamos a falar de uma moeda que tem como base o CFA que é uma moeda estável", observou Embaló.
Pediu ainda paciência, dando o exemplo dos europeus no processo de criação do euro que disse ter levado 20 anos.
"Se houver boa vontade dos dirigentes penso que podemos chegar ao Eco rapidamente, porque há alguns estados que já têm uma convergência monetária e são oito estados", sublinhou Umaro Sissoco Embaló falando da União Económica e Monetária Oeste Africana.
PRS: MÁRIO FAMBÉ DIZ SER "MUITO PREMATURO" FALAR SOBRE A SUCESSÃO DE ALBERTO NAMBEIA
O vice-presidente do Partido da Renovação Social (PRS), Mário Fambé, considerou hoje ser "muito prematuro" falar sobre a sucessão do presidente do partido, Alberto Nambeia, que morreu recentemente em Lisboa, Portugal.
"PRS é um partido estruturado, um partido nacional e um partido com diferentes franjas. Nambeia morreu, mas existe estrutura do partido. Há homens no partido e os filhos deste partido que possam continuar a trabalhar na vanguarda, com a firmeza para manter os ideias que nortearam a criação do partido", disse.
"Penso é prematuro falar da realização do congresso do PRS, porque estamos ainda com sentimento da realização da cerimónia fúnebre de Alberto Nambeia e só depois poderemos pensar neste assunto", explicou Mário Fambé.
Fambé falava em conferência de imprensa realizada na sede principal do PRS em Bissau, com objetivo de anunciar a programação da cerimónia fúnebre do presidente do partido, na qual revela que o corpo do malogrado chega a Bissau nesta sexta-feira, amanhã.
Relativamente à cerimónia fúnebre, Fambé revela que o PRS fará uma homenagem ao seu presidente no sábado de manhã e posteriormente seguirá para o Palácio da Justiça, onde será prestado homenagem pelas autoridades da Guiné-Bissau.
Segundo um comunicado do governo, a cerimónia fúnebre de Alberto Nambeia será realizada com honras de Estado, uma vez que foi membro do Conselho de Estado até à sua morte no passado dia 25 de janeiro.
Nambeia era o líder do partido desde 2012, tendo sido reeleito nos últimos dois congressos do PRS.
Em 2022 entregou à presidência em exercício ao antigo líder da juventude, Fernando Dias..
Por: AC
Opositor senegalês falha audiência em caso que o pode afastar de eleições
© Getty Images
POR LUSA
Um dos líderes da oposição senegalesa, Ousmane Sonko não compareceu hoje num tribunal de Dacar para um julgamento por difamação do qual pode depender a sua candidatura às eleições presidenciais em 2024.
Os advogados do Sonko alegaram perante o tribunal que o seu cliente não tinha recebido qualquer citação para comparecer, argumento contraditado pela acusação e pelo advogado do queixoso, um ministro.
A defesa pediu ainda um adiamento do julgamento para que possa investigar melhor o caso. O julgamento foi adiado para 16 de fevereiro.
Nos últimos dois anos, Sonko, terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais de 2019 e putativo candidato às eleições no próximo ano, foi por diversas vezes levado a tribunal, sempre acompanhado por grande aparato policial desde que foi envolvido num caso de alegada violação em março de 2021, caso que esteve na origem dos tumultos mais graves no país durante anos.
Sonko tem insistido que está a ser alvo de uma conspiração para o manter fora das eleições presidenciais e que o poder judicial está a ser utilizado pelo Presidente, Macky Sall, que este refuta.
A justiça senegalesa decidiu em janeiro levar Sonko a julgamento pela alegada violação, mas não é conhecida qualquer data para o início do processo.
O caso tem sido fonte de tensão constante, mas as atenções voltaram-se recentemente para um outro processo, desta vez por difamação, sendo que as eventuais consequências em relação à candidatura de Sonko às presidenciais senegalesas são semelhantes.
A lei eleitoral prevê a retirada da candidatura dos cadernos eleitorais e, portanto, a sua inelegibilidade, em caso de condenação.
No julgamento que devia ter começado hoje, Sonko foi processado pelo ministro do Turismo, Mame Mbaye Niang, membro do partido no poder, por "difamação, insultos e falsificação".
O ministro, que esteve hoje presente na audiência, acusa-o de ter afirmado em dezembro que a sua gestão tinha sido "implicada" numa auditoria sobre o Programa de Desenvolvimento do Património Agrícola Comunitário (Prodac), que o governante nega.
Niang esteve à frente do Ministério da Juventude e Emprego entre 2014 e 2019 e era sua responsabilidade supervisionar o Prodac, criado pelo Presidente Sall para promover o emprego dos jovens nas zonas rurais.
GUINÉ-BISSAU: Líder do PAIGC considera-se "preso" no próprio país
DW.COM 02/02/2
Domingos Simões Pereira diz que se considera um "preso" na Guiné-Bissau. O líder do PAIGC diz que foi impedido de viajar esta semana, sem qualquer ordem judicial que o impeça de sair, e pretende recorrer à Justiça.
O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denuncia que voltou a ser impedido de sair da Guiné-Bissau, por "ordens superiores"
Domingos Simões Pereira, doutorado em Ciências Políticas e Relações Internacionais, diz que tentou deslocar-se a Portugal, para participar esta quinta-feira (02.02) na cerimónia de formatura na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Mas terá sido impedido de viajar: Simões Pereira diz que não foi informado sobre quem deu a ordem, nem porquê.
Em entrevista à DW África, político garante que não há qualquer ordem judicial que o impeça de sair da Guiné-Bissau e considera-se "um preso" no seu próprio país
DW África: É a primeira vez que é impedido de sair do país este ano?
Domingos Simões Pereira (DSP): Eu tenho sido sistematicamente impedido de viajar desde o dia 16 de dezembro de 2022. Os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras junto ao aeroporto disseram ter recebido "ordens superiores", transmitidas de forma verbal, que davam indicação de que o cidadão Domingos Simões Pereira não podia viajar.
DW África: Quer dizer que o líder do PAIGC está "preso" no seu próprio país?
DSP: Sim, e devo acrescentar que, para além de líder do PAIGC, sou deputado da Nação. Portanto, como todos os outros deputados, devo continuar a ter uma imunidade, que é flagrantemente violada sistematicamente no nosso país. Mas eu concordo com essa avaliação. Estou preso
DW África: São medidas que desrespeitam a Constituição, a legislação guineense?
DSP: Absolutamente. Não há qualquer restrição [de viajar]. O meu advogado tentou se informar junto das instâncias [judiciais] e conseguiu aceder à certidão que demonstra claramente que não pende absolutamente nada que possa impedir a minha saída do país. O juiz de instrução fez questão de transmitir essa certidão às várias entidades, ao Procurador-Geral, ao ministro do Interior, a todos os serviços concernentes. E essa disposição é pura e simplesmente ignorada e violada sistematicamente.
DW África: Sente-se de alguma forma impedido de concorrer às eleições legislativas de 4 de junho em igualdade de oportunidades. Mesmo neste momento, sente-se restringido de alguma forma?
DSP: Eu penso que os cidadãos guineenses, tanto no país como na diáspora - e mesmo a comunidade internacional que acompanha a realidade guineense - já se aperceberam há muito tempo que há uma intenção clara de subtrair os direitos do partido e do líder do PAIGC, e de comprometer condições iguais para concorrer às eleições. Houve várias afirmações nesse sentido, não sendo suficientes. Mas há uma tentativa clara de comprometer o direito de participação do PAIGC nas eleições.
No entanto, vamos continuar a fazer uso dos direitos que nos assistem e vamos acionar todos os mecanismos internos e externos necessários para realmente demonstrar que, num Estado como o nosso, não pode haver este tipo de restrição.
DW África: E perante o que classifica de "total desprezo pelos seus direitos de cidadão", como é que reage? Vai convocar algum tipo de manifestação contra o que está a acontecer?
DSP: Isto é uma decisão que cabe aos órgãos do partido. Estarão a avaliar e, certamente, em função disso, tomarão as medidas que entenderem adequadas. Agora, eu vou continuar a acionar os mecanismos judiciais e também políticos. Não estou em condições de dizer claramente o que vamos fazer nos próximos tempos, mas posso garantir que não deixaremos por mãos alheias a defesa dos direitos que me assistem, que assistem a todos os militantes e a todos os cidadãos guineenses.