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Por LUSA 19/08/22
A União Africana (UA) apelou hoje à comunidade internacional para apoiar a transição no Burkina Faso, onde ocorreu um golpe militar em janeiro, para "enfrentar os desafios" de segurança e organizar eleições.
"Pedimos o apoio da comunidade ao Burkina Faso para enfrentar todos os desafios de segurança", declarou o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União, Bankole Adeoye, no final de uma reunião com o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, agora presidente de transição.
Chegado a Uagadugu na quarta-feira, Bankole Adeoye lidera uma delegação da UA que foi avaliar a condução da transição e a situação de segurança e humanitária no Burkina Faso, que tem sido confrontado com a violência 'jihadista' há sete anos.
"Fizemos uma avaliação do processo, especialmente o plano de transição que levará às eleições", disse Adeoye, dizendo que "todos devemos trabalhar juntos, seja ao nível da UA, G5 do Sahel e países vizinhos, para lidar com problemas de segurança, extremismo e banditismo".
Adeoye enfatizou "a necessidade de garantir uma boa transição, credível, transparente e justa".
"Quando virmos passos claros em direção à melhoria, restauração e pacificação, a UA vai ampliar e aumentar o seu apoio para permitir que o Burkina Faso alcance estabilidade e segurança", observou.
A duração da transição antes do regresso à ordem constitucional foi fixada em dois anos.
Durante a sua estada, que termina no sábado, a delegação da UA esteve com o primeiro-ministro do Burkina Faso, Albert Ouédraogo, e deverá encontrar-se com atores da sociedade civil e líderes religiosos, bem como embaixadores naquele país africano.
Desde 2015, como os seus vizinhos Níger e Mali, Burkina Faso está numa espiral de violência, atribuída a movimentos 'jihadistas' armados com ligações à Al-Qaida e ao Estado Islâmico (EI), que provocaram milhares de mortes e quase dois milhões de deslocados.
No final de janeiro, o tenente-coronel Damiba derrubou o presidente Roch Marc Christian Kaboré, acusado de não ter conseguido conter a violência 'jihadista', e fez do restabelecimento da segurança a sua "prioridade".
Mais de 40% do território do Burkina Faso está fora do controlo do Estado, de acordo com dados oficiais, e os ataques aumentaram desde o início de 2022.