© ReutersPor LUSA 20/06/22
O Conselho da União Europeia (UE) decidiu hoje estender por mais um ano, até junho de 2023, as sanções à Rússia pela anexação ilegal da Crimeia e da cidade de Sevastopol, territórios reconhecidos como pertencentes à Ucrânia.
Em comunicado, a estrutura que junta os Estados-membros da UE indica que "o Conselho decidiu hoje renovar as sanções introduzidas pela UE em resposta à anexação ilegal da Crimeia e da cidade de Sevastopol pela Federação Russa, até 23 de junho de 2023".
Em causa estão medidas restritivas já em vigor que foram introduzidas pela primeira vez em junho de 2014, após a anexação vista como ilegal pela UE, abrangendo proibições que visam as importações para o espaço comunitário de produtos provenientes da Crimeia ou Sevastopol, assim como investimentos infraestruturais ou financeiros e serviços turísticos provenientes da Crimeia ou Sevastopol.
Além disso, estão também sujeitas às restrições da UE as exportações de certos bens e tecnologias para empresas da Crimeia ou para utilização na Crimeia ilegalmente anexada nos setores dos transportes, telecomunicações e energia ou para a prospeção, exploração e produção de petróleo, gás e recursos minerais.
A renovação hoje anunciada surge oito anos após a anexação da Crimeia e da cidade de Sevastopol pela Rússia e quase quatro meses após as tropas russas terem invadido novamente a Ucrânia.
"A UE permanece firme no seu compromisso para com a soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e dedica-se à plena implementação da sua política de não reconhecimento", refere o Conselho da UE.
Além disso, "a União Europeia é inabalável no seu compromisso de ajudar a Ucrânia a exercer o seu direito inerente de autodefesa contra a agressão russa e a construir um futuro pacífico, democrático e próspero", estando ainda "empenhada em continuar a reforçar a capacidade da Ucrânia para defender a sua integridade territorial e a sua soberania", adianta a estrutura, na nota à imprensa.
Os chefes da diplomacia UE estão hoje reunidos no Luxemburgo para um Conselho de Negócios Estrangeiros, no qual vão discutir os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia, após a adoção, no final de maio, de um sexto pacote de sanções económicas e individuais contra a Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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Notícias ao Minuto 20/06/22
Segundo os serviços secretos britânicos, "grande parte da formação russa em combate aéreo tem sido provavelmente muito bem planeada e concebida" para apenas "impressionar os oficiais superiores" durante os últimos anos.
O Ministério da Defesa do Reino Unido já deu a conhecer a mais recente atualização dos combates no terreno, fornecida pelos serviços secretos. O mesmo dá conta de que as "operações aéreas táticas e terrestres russas permaneceram centradas no setor central do Donbass durante o fim-de-semana".
"No conflito até à data, a Força Aérea russa tem tido um desempenho inferior ao esperado. A sua incapacidade de perpetrar ameaças aéreas de forma consistente é provavelmente um dos fatores mais importantes por detrás do êxito muito limitado da campanha russa", refere a mesma atualização.
Isto porque a Força Aérea russa tem sido incapaz de "ganhar total superioridade aérea e tem operado num estilo prejudicial ao risco, raramente penetrando profundamente atrás das linhas ucranianas". Segundo o Reino Unido, "algumas das causas subjacentes às suas dificuldades ecoam as das forças terrestres russas", acrescenta o documento.
Isto porque, de acordo com os serviços secretos britânicos, "grande parte da formação russa em combate aéreo tem sido provavelmente muito bem planeada e concebida para impressionar os oficiais superiores" durante os últimos anos, "em vez de se desenvolver uma iniciativa dinâmica entre as tripulações aéreas".
"Embora a Rússia tenha uma lista impressionante de jatos de combate relativamente modernos e capazes, a Força Aérea também quase certamente não conseguiu desenvolver a cultura institucional e os conjuntos de habilidades necessários para o seu pessoal satisfazer a aspiração russa de realizar uma campanha aérea moderna de estilo mais próximo do ocidental", aponta ainda o Ministério da Defesa britânico.
Tal "levou a que um peso de esforço maior do que o planeado sobrasse para as tropas terrestres, que se estão a esgotar; e para os mísseis de cruzeiro avançados, cujos stocks estão provavelmente a acabar".
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Notícias ao Minuto 20/06/22
Josep Borrell defendeu que "não se pode imaginar que milhões de toneladas de trigo permaneçam presas na Ucrânia enquanto, no resto do mundo, as pessoas passam fome".
O bloqueio imposto pela Rússia à exportação de milhões de toneladas de cereais ucranianos é um crime de guerra, afirmou, esta segunda-feira, o chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell.
"Exortamos a Rússia a desbloquear os portos. É inconcebível, não se pode imaginar que milhões de toneladas de trigo permaneçam presas na Ucrânia enquanto, no resto do mundo, as pessoas passam fome", disse o diplomata, aqui citado pela Reuters.
Na perspetiva da mesma fonte, isto "é um verdadeiro crime de guerra", dizendo não poder por isso "imaginar que isto dure muito mais tempo", afirmou à chegada para uma reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que vai decorrer no Luxemburgo.
Recorde-se que a Ucrânia é um dos principais fornecedores de trigo a nível mundial, embora os seus carregamentos de cereais tenham estagnado e mais de 20 milhões de toneladas tenham ficado retidas em silos desde que a Rússia invadiu o país e bloqueou os seus portos.
Com o bloqueio do Mar Negro aos navios ucranianos, a Rússia está a impedir as exportações a partir dos portos da Ucrânia, o que está a provocar receios de uma crise alimentar global.
Por essa mesma razão, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia irão discutir, numa reunião a decorrer no Luxemburgo esta segunda-feira, formas de libertar os milhões de toneladas de cereais que estão atualmente retidos na Ucrânia.