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Por LUSA 14/05/22
A Ucrânia acusou esta sexta-feira a Rússia de ameaçar todo o território ucraniano com ataques de mísseis, ao criar uma base ofensiva na Ilha Zmiinyi, no mar Negro, e de tentar destabilizar a situação na região separatista da Transnístria.
O porta-voz do Comando Operacional do Sul da Ucrânia, Vladyslav Nazarov, denunciou, através da rede social Telegram, que há quatro navios de guerra russos e dois submarinos no mar Negro, carregados com mais de 30 mísseis Kalibr.
Estes equipamentos militares representam uma ameaça de ataques com mísseis em todo o território ucraniano, alertou Nazarov, citado pela agência de notícias local Ukrinform.
Os serviços de inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia divulgaram esta sexta-feira que as forças russas têm planos para implantar sistemas de mísseis de defesa aérea Pantsir e sistemas de mísseis terra-ar Tor-M2 na Ilha da Serpente (Ilha Zmiinyi), no mar Negro.
Vladyslav Nazarov acusou ainda as "forças invasoras" de continuarem a promover provocações na Transnístria.
"Houve uma tentativa de incendiar uma delegação da polícia militar em Tiraspol e um ataque falso a um depósito de petróleo. Sacudir a região deve criar uma base para acusar a Ucrânia de invadir o território da autoproclamada república", referiu Nazarov.
A Transnístria, uma estreita faixa de terra que faz fronteira com a Ucrânia e com uma população de cerca de 470.000 habitantes, anunciou a sua separação da Moldova após uma curta guerra civil no início dos anos 1990.
Nazarov assegurou também que as Forças Armadas da Ucrânia estão a garantir uma situação estável na região de Odessa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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Por LUSA 14/05/22
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, lembrou esta sexta-feira que, embora os ucranianos estejam a fazer todos os possíveis para derrotar a Rússia, ninguém "pode prever quanto tempo a guerra vai durar".
"[O final] dependerá, infelizmente, não apenas do nosso povo, que já está a dar o máximo", salientou o chefe de Estado ucraniano, durante o discurso diário em vídeo, dirigido à nação.
O ministro ucraniano da Defesa também referiu esta sexta-feira que a guerra contra a Rússia não tem um fim rápido à vista, considerando que as armas fornecidas pelos ocidentais demorarão a virar o conflito a favor da Ucrânia.
Por outro lado, o chefe dos serviços ucranianos de informações militares disse hoje, em entrevista à Sky News, que acredita na evolução favorável da guerra contra a Rússia, que levará a um ponto de viragem em meados de agosto e ao seu final, até ao fim do ano.
Zelensky voltou a frisar que o curso da guerra depende também "dos aliados, dos países europeus e de todo o mundo livre".
Apesar de agradecer a todos os que estão a trabalhar para fortalecer as sanções contra a Rússia e aumentar o apoio militar e financeiro à Ucrânia, Zelensky reforçou que esta "é a única receita para proteger a liberdade diante a invasão russa".
"E, para os países ocidentais, isso não é simplesmente uma despesa. Não se trata de uma contabilidade, é acerca do futuro", acrescentou.
As forças ucranianas retomaram cidades e vilas que tinham sido conquistadas pelas tropas russas, estando agora a decorrer trabalhos para restaurar a eletricidade, a água canalizada, comunicações e serviços sociais, assegurou.
O Presidente da Ucrânia revelou ainda que as forças ucranianas derrubaram esta sexta-feira o 200.º avião de guerra, russo, salientando as "perdas pesadas" que Moscovo já sofreu em tanques, veículos blindados, helicópteros e 'drones'.
"E para quê? Para que a estátua de Lenine possa ficar um pouco mais em Genichesk, temporariamente ocupada? Não há e não pode haver outro resultado para a Rússia", assegurou.
Em abril, as forças russas restauraram a estátua de Lenin em Genichesk, uma cidade na região sul de Kherson, no sudeste da Ucrânia.
Volodymyr Zelensky apontou ainda que a Ucrânia está envolvida em "negociações muito difíceis" para tentar retirar os combatentes feridos presos na siderúrgica de Azovstal, em Mariupol.
"Estamos a falar de um grande número de pessoas. Claro que estamos a fazer de tudo para retirar todos, cada um dos nossos defensores. Já chamamos todos aqueles que podem ser considerados os mediadores mais influentes do mundo", apontou o chefe de Estado ucraniano, numa referência à intervenção do secretário-geral da ONU, António Guterres, que permitiu retirar do complexo industrial centenas de civis.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.