O enviado da ONU para o Médio Oriente, Tor Wennesland, apelou esta sexta-feira para que seja evitada uma nova escalada de violência na faixa de Gaza e para que termine "imediatamente" os confrontos entre as partes.
"Nas últimas horas, pelo menos dez palestinianos morreram em ataques aéreos israelitas. Estou profundamente triste com os relatos de que um menino de cinco anos foi morto nesses ataques. Não pode haver justificação para qualquer ataque a civis", salientou o representante das Nações Unidas em comunicado.
"O aumento da escalada é muito perigoso. O lançamento de 'rockets' deve terminar imediatamente e insto todas as partes a evitar mais confrontos", acrescentou.
Tor Wennesland alertou que os acontecimentos recentes, como "os progressos alcançados na abertura gradual" da faixa de Gaza desde maio, correm o risco de "esmorecer" e podem implicar "necessidades humanitárias ainda maiores" num contexto de crise económica, referindo que a ajuda internacional "não estará prontamente disponível".
"A ONU está totalmente comprometida com todas as partes interessadas na tentativa de evitar um novo conflito que teria consequências devastadoras, principalmente para os civis. A responsabilidade é das partes para evitar que isso aconteça", concluiu.
Um "ataque preventivo" de Israel à faixa de Gaza resultou hoje na morte do 'número dois' da Jihad Islâmica Palestiniana (JIP) e ameaça desencadear uma escalada de violência na região.
Os bombardeamentos israelitas, segundo o Exército do país, antecederam uma "ameaça iminente" de um ataque de Gaza e provocaram, até agora, pelo menos 10 mortos e 55 feridos.
Um dos mortos é Taiseer al-Jabari, líder do braço armado do JIP no centro e norte da faixa de Gaza, que chefiou a unidade responsável pelo lançamento de vários mísseis contra Israel durante a escalada do conflito em maio de 2021, segundo o exército israelita.
De acordo com o ministério da Saúde palestiniano, entre as vítimas está também um menino de cinco anos que, tal como Al-Jabari, morreu após um ataque aéreo a um edifício residencial na cidade de Gaza, que alberga escritórios de meios de comunicação e organizações não-governamentais.
Por sua vez, a Jihad Islâmica indicou na sexta-feira à noite que disparou "mais de 100" 'rockets' desde a Faixa de Gaza contra Israel, como "primeira resposta" aos ataques israelitas contra o enclave palestiniano.
O Hamas, o movimento islamita palestiniano que governa, de facto, em Gaza desde 2007, expressou "solidariedade" com a organização Jihad Islâmica e afirmou que "a resistência armada palestiniana está unida contra a agressão".
Os ataques israelitas foram condenados pelo Hamas e pela Fatah, que domina na Cisjordânia, tendo ambos considerado que Israel está "novamente a cometer crimes", ameaçando retaliar.
Na terça-feira, o exército israelita ordenou o encerramento das passagens na fronteira com o enclave, forçando milhares de habitantes de Gaza, portadores de autorizações de trabalho em Israel, a ficarem em casa.
A paralisação atrasou o fornecimento de combustível, normalmente transportado do Egito ou de Israel e necessário para abastecer a central elétrica de Gaza.
Israel impôs um bloqueio total à Faixa de Gaza desde 2007, quando o movimento islamita Hamas assumiu o poder no enclave, um território com cerca de 2,3 milhões de habitantes que têm enfrentado situações de pobreza e de desemprego.
Israel e grupos armados em Gaza têm travado vários conflitos, o último deles em maio de 2021.
A guerra de onze dias causou a morte a 260 palestinianos, incluindo muitos combatentes, e 13 mortos israelitas, incluindo um militar, segundo as autoridades locais.
Leia Também:
© Ali Jadallah/Anadolu Agency via Getty Images
Por sicnoticias.pt 05.08.2022
Uma retaliação ao país depois de uma série de ataques à Faixa de Gaza esta sexta-feira que mataram pelo menos oito pessoas.
É o agudizar das tensões depois da prisão de um líder da jihad islâmica na Cisjordânia, na passada segunda-feira. O primeiro-ministro isrealita diz que o país tem uma política de tolerância zero e deixa o aviso: não está interessado num conflito mais amplo com a Faixa de Gaza, mas também não vai virar as costas caso aconteça.
Os ataques do exército isrealita desta sexta-feira tinham como alvo a Jihad Islâmica na cidade de Gaza, mas acabaram por provocar pelo menos 40 feridos e várias vítimas, incluindo uma criança de 5 anos, além da morte de um militante do grupo radical palestiniano, cujo funeral foi assitido por dezenas de pessoas.
O Movimento de Resistência Islâmica, conhecido por Hamas, e a Organização Política Palestiniana Fatah, condenaram o ataque e alertaram para as retaliações que começaram poucas horas depois.
As câmaras de vigilância de um restaurante captaram a acção rápida dos isrealitas ao soar das sirenes, que procuraram refugio aos mais de 100 rockets que foram lançados pela Jihad Islâmica na Palestina contra o país.
O coordenador da ONU para os processos de paz no médio oriente, Tor Wennesland, diz que está preocupado com a escalada de tensão num momento que qualifica de "bastante perigoso" e que pode ter "consequências devastadoras", especialmente para os civis.