domingo, 11 de junho de 2023

Senegal | Dakar: Televisão suspensa após noticiar protestos

Foto: Leo Correa/AP

Por dw.com | 11/06/23

Autoridades senegalesas ordenaram a suspensão das emissões da Walf TV durante 30 dias. Neste domingo, fontes oficiais avançam que 79 cidadãos da Guiné-Conacri foram expulsos do Senegal por participação nos protestos.

As autoridades senegalesas ordenaram a suspensão das emissões da Walf TV durante 30 dias, até 01 de julho, numa sanção imposta pela cobertura dos confrontos entre manifestantes e forças de segurança, na sequência da condenação do opositor Ousmane Sonko.

As associações de televisão e de imprensa já se manifestaram preocupadas com a decisão do Ministério da Comunicação, que está em vigor desde 1 de Junho, embora um funcionário da estação tenha afirmado que a notificação só chegou oito dias mais tarde, informaram os media europeus.

O canal anunciou que uma grande parte dos seus empregados será colocada em situação de desemprego técnico. "É uma grande perda económica porque o Wal Fadjri, antes de ser um grupo de comunicação social, é apenas uma empresa, com salários fixos", argumentou o diretor da Walf TV, Moustapha Dio.

O Ministério da Comunicação denuncia "a difusão de imagens violentas que expõem menores, acompanhadas de expressões subversivas e odiosas que ameaçam a estabilidade do Estado".

A suspensão da Walf TV pela cobertura dos protestos suscita receios quanto à liberdade de imprensa, argumentam os críticosFoto: John Wessels/AFP

Liberdade de imprensa

Esta suspensão suscita receios quanto à liberdade de imprensa. "Em todos os países do mundo, em todas as democracias do mundo, quando há notícias, os jornalistas mostram-nas", sublinhou o meio de comunicação social.

Também neste domingo (12.06), as agências de notícias avançam que as autoridades senegalesas expulsaram 79 cidadãos da Guiné-Conacri pela sua participação nos protestos.

"Como sabem, foram proibidas as manifestações no Senegal e, lamentavelmente, algumas pessoas foram mais além e houve violência. Destruíram-se edifícios, etc.", afirmou o ministro dos Assuntos Exteriores guineense, Morissanda Kouyaté, em declarações ao jornal local Actu Guinéé. 

O ministro indicou que alguns guineenses foram detidos por participar nos referidos protestos e que "o Governo senegalês tinha duas opções: levá-los a tribunal ou expulsá-los".

"Dadas as nossas relações de vizinhança, optaram por expulsá-los", acrescentou. Segundo Kouyaté, os guineenses foram expulsos através da fronteira terrestre entre a Guiné-Conacri e o Senegal por grupos, um de 31 pessoas (19 homens e 12 mulheres) e outro de 48 (18 homens, 18 mulheres e 12 menores).

Os protestos no Senegal eclodiram a 1 de junho, após a condenação do líder opositor Ousmane Sonko, e difundiram-se por várias cidadesFoto: JOHN WESSELS/AFP/ Getty Images

Protestos

Os protestos começaram a 01 de junho e prolongaram-se até 05 de junho na maioria dos bairros de Dakar e das principais cidades do Senegal, depois de ter sido anunciado que o líder da oposição, Ousmane Sonko, foi condenado a dois anos de prisão.

Pelo menos 16 pessoas morreram nas manifestações, segundo o Ministério do Interior senegalês, enquanto a Amnistia Internacional documentou 23 mortes, incluindo a de três menores.

A polícia do Senegal afirmou que 500 pessoas foram detidas durante os protestos e que entre os detidos se encontravam menores e estrangeiros.

Ousmane Sonko foi julgado a 23 de maio, depois de ter sido acusado, no inicio de 2021, por uma jovem de "violações reiteradas" e "ameaças de morte". O dirigente foi absolvido em tribunal dessas acusações.

Kombobild Ousmane Sonko e Adji Sarrc, a jovem que acusa o opositor senegalêsFoto: Fatma Esma Arslan/SEYLLOU/picture alliance/AFP

Tribunal 

O tribunal considerou-o, no entanto, culpado do crime de aliciamento de menores, que é aplicado quando se abusa de jovens com idades entre os 18 e 21 anos, de acordo com o Código Penal senegalês. 

A condenação poderia impedir o líder da oposição de concorrer às eleições presidenciais previstas para fevereiro de 2024. 

Sonko denunciou a "instrumentalização" da justiça por parte de Macky Sall, presidente do Senegal desde 2012, com o intuito de o impedir de participar nas eleições.

Conhecido pelo seu discursos "antissistema", o líder opositor critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês, contando com muitos apoiantes entre os jovens senegaleses.

Arábia Saudita já executou 32 pessoas este ano

© Lusa

POR LUSA  11/06/23 

Três cidadãos sauditas foram hoje executados em Riade, depois de terem sido condenados por terrorismo e por matarem um polícia, elevando para 32 o número de pessoas a quem foi aplicada a pena capital este ano na Arábia Saudita.

De acordo com um comunicado do Ministério do Interior, os três sauditas também foram condenados por "posse de armas, munições e material explosivo" e por "planear, matar e queimar o corpo de um oficial de segurança".

A nota, que não adianta as datas dos factos, da detenção ou do julgamento, refere que "a sentença foi ratificada pelo Tribunal da Relação e pelo Supremo Tribunal (...) e foi emitido um decreto real" para a pôr em prática.

Esta é a oitava execução na Arábia Saudita em duas semanas, depois da pena de morte ter sido aplicada em 04 de junho e 29 de maio, respetivamente, contra outros três sauditas e dois do Bahrein por acusações semelhantes.

Estas mortes elevam para pelo menos 32 o número de réus executados na Arábia Saudita em 2023, entre eles sauditas e residentes estrangeiros condenados por assassinato, tráfico de droga ou terrorismo.

Em 2022, a monarquia do golfo Pérsico executou um total de 196 condenados à morte, o número mais alto dos últimos 30 anos, segundo a Amnistia Internacional.


NO COMMENT!

@ Arnold Telles da Guiné

Centenas manifestam-se em Lisboa contra “genocídio” e “ecocídio

Manifestação de protesto durante a ação "StopEcocideUkraine" (António Pedro Santos/Lusa) 
 Agência Lusa,  11/06/23

Manifestantes apelam ao parlamento português que admita que a Rússia “produz terrorismo”

Centenas de ucranianos manifestaram-se este domingo perto da embaixada russa em Lisboa contra a ofensiva na Ucrânia, acusando o regime de Moscovo de “genocídio” e “ecocídio” e apelam ao parlamento português que defina que a Rússia “produz terrorismo”.

Uma faixa com a inscrição “Mundo a uma só voz: a Ucrânia somos nós” marcava o ponto de encontro, onde pelas 11:00 e durante cerca de uma hora, centenas de pessoas de várias idades concentraram-se a poucos metros da Embaixada da Rússia em Lisboa, apelando ao fim da guerra na Ucrânia e à condenação de Moscovo.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, realçou que o principal objetivo da manifestação foi “mostrar mais uma brutalidade, mais um ato terrorista que a Rússia realizou na Ucrânia, destruindo a barragem de Kakhovka”.

“Hoje queremos dizer que este desastre já não é só contra a Ucrânia, contra o povo ucraniano ou contra a natureza ucraniana, porque nós chamamos este ato de terrorismo um ato de ecocídio contra a natureza da Ucrânia. Este já é ato contra a natureza no ambiente natural da Europa”, afirmou.

As autoridades ucranianas informaram, no dia 06 de junho, o rebentamento da barragem da central hidroelétrica de Kakhovka, que provocou a inundação de parte das regiões de Kherson e Mykolaiv.

O colapso da infraestrutura, de que Kiev e Moscovo se culpam mutuamente, "interrompeu gravemente" a principal fonte de água potável da península da Crimeia (território anexado pela Rússia), o Canal do Norte da Crimeia, que recebe água do reservatório de Kakhovka.

Durante a concentração, foi lido “o sexto apelo à Assembleia da República” portuguesa, no qual a Associação de ucranianos em Portugal pede aos parlamentares portugueses para “definir claramente que a Rússia é um Estado que apoia, que fornece e que produz terrorismo”.

“O que está a acontecer na Ucrânia, é um genocídio feito pelo Estado russo contra ucranianos”, disse Pavlo Sadokha, considerando que “um reconhecimento, uma definição legal, jurídica, de crimes contra a humanidade e contra a natureza, feito pela Rússia, pode ajudar a bloquear a Rússia”.

“Isso pode ajudar a fazer mais sanções, juntar mais países que vão apoiar a Ucrânia e o mundo, todos os países que costumam ajudar a Ucrânia, a parar esta guerra”, acrescentou.

Uma opinião partilhada por Olga Yakovets, que à Lusa defende que “o último ato de terrorismo que fizerem em Kakhovka é inexplicável e não deixaram salvar as pessoas”.

“São terroristas e o mundo todo tem de admitir e tem de fazer alguma coisa, porque somos todos humanos”, afirmou.

Entre os vários os manifestantes que empunhavam cartazes – “Russians Stop Putin” (“Russos parem Putin”), “Putin, Haia está à tua espera” ou “Peace for Ukraine” (“Paz para Ucrânia”) -, que cantaram o hino da Ucrânia e fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra contava-se também Sofia Kucher, de apenas 17 anos, a viver com os pais, o irmão e a avó em Portugal.

“Estamos aqui [na manifestação] para garantir a paz na nossa terra, para conseguir sair desse estado terrível que está a nossa terra, queremos paz e mais nada. Queremos o nosso território e que nossa nação não morra mais nunca”, disse, manifestando apreensão pelo resto da família que se encontra no país em guerra.

À voz de Sofia contra a guerra lançada pela ofensiva russa em 24 de fevereiro de 2022, junta-se a de Olga Berezhna: “Pela primeira vez, eu estou aqui hoje porque eu sou refugiada, primeiro de tudo, e fui forçada a sair do meu lar”.

“Estou aqui hoje para mostrar o nosso apoio e protestar contra o genocídio, porque o que a Rússia está a fazer não é só matar as nossas pessoas, só a nossa nação, mas todo o ecossistema. Acredito que este é um problema mundial”, salientou, agradecendo ao governo e aos cidadãos portugueses o apoio demonstrado.

Entre os poucos portugueses presentes hoje encontrava-se Manuel Domingos, porque apoia “indefetivelmente e sem qualquer reserva, obviamente, a causa ucraniana”.

“Todo o ato de imperialismo russo é, no mínimo, reprovável. É odioso e gratuito e tem um plano por trás que é a ocupação da maior parte possível do território que possam ocupar. Se a Ucrânia se sobra, todos nós estamos em risco, de modo que esta luta deles é a nossa luta”, afirmou.

É por isso que Nataliya Barchuk acredita que “todas as manifestações desde o início da guerra são importantes”, pelo que a atual situação “não pode” ficar esquecida.

“Existem regras, existem normas, mas nós sabemos, quem viveu na antiga União Soviética, nós já sabemos que a Rússia não cumpre nada”, disse, acrescentando que “a propaganda russa, infelizmente, é muito forte e potente e, infelizmente, há muita gente que acredita”.


Leia Também: O governo ucraniano anunciou hoje que as suas forças militares recapturaram nas últimas horas a aldeia de Blagodatne, a cerca de 35 quilómetros a sul da cidade de Donetsk.

Reino Unido vai usar lente de smartphone para identificar cancro de pele

© iStock

Notícias ao Minuto  11/06/23 

Nova lente faz parte de uma tecnologia que as autoridades cunharam como 'teledermatologia'.

O serviço nacional de saúde britânico, o NHS, vai começar a usar a partir de julho uma nova lente para 'smartphones' que, anunciou o serviço na quinta-feira, será capaz de diagnosticar mais rapidamente cancro da pele.

Num comunicado, o NHS explicou que dezenas de milhares de utentes terão acesso a esta nova ferramenta, que funcionará com uma lente de 50p, anexável ao telemóvel e capaz de tirar fotografias detalhadas e minuciosas a sinais ou a lesões na pele.

Este tipo de ferramenta já começou a ser usada em centros de saúde com acordos com o NHS, e muitas pessoas já foram diagnosticas e começaram a fazer tratamento graças à velocidade com que tem sido possível identificar o tipo de cancro.

A tecnologia foi cunhada como 'teledermatologia' pelas autoridades de saúde, que esperam que o serviço fique disponível para todas as regiões de Inglaterra a partir de julho - e, assim, reduzir drasticamente as listas de espera em dermatologia.

O NHS acrescenta que a lente chama-se um 'dermatoscópio', e vai "permitir que especialistas dermatológicos dupliquem o número de doentes que conseguem avaliar por dia".

Mais de 600 mil pessoas são identificadas para serem avaliadas para cancro da pele no último ano no Reino Unido, e mais de 56 mil pessoas foram tratadas para a doença em 2022.


Leia Também: Cancro da pele. Nova vacina pode estar a chegar e reduz o risco de morte

Cerca de 200.000 arquivos históricos destruídos durante os protestos no Senegal

 24.sapo.pt   11 jun 2023 

Os confrontos no Senegal entre os manifestantes do líder da oposição e as forças de segurança atingiram o tesouro cultural do país, com a destruição de pelo menos 200.000 documentos do arquivo histórico da Universidade Cheikh Anta Diop.

O documentalista da universidade, Abduramane Kunta, confirmou ao portal de notícias Senego, os danos nos arquivos do centro de Dacar, capital do país, enquanto as autoridades consultadas pelos meios de comunicação social estimam que a destruição dos documentos ascende a milhões de euros, num ato bárbaro que destruiu "o templo do conhecimento" do Senegal, um dos epicentros dos protestos.

Os arquivos da universidade incluíam documentos que datavam de 1957 a 2010. Os arquivos destruídos são principalmente fichas de inscrição de estudantes, fotografias, certidões de nascimento, boletins e teses.

O líder da oposição, Ousmane Sonko, foi condenado na semana passada por "corrupção de menores", no âmbito de um processo por alegada violação e ameaça de morte de uma mulher, acusações das quais acabou por ser absolvido.

O processo contra Sonko por alegada violação foi aberto em março de 2021, quando a detenção do líder da oposição levou a protestos dos seus apoiantes que também resultaram em 16 mortes - 23 de acordo com a Amnistia Internacional, cerca de 400 feridos e danos materiais consideráveis.

HN // EA

Lusa/fim

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15: CONVOCATORIA

 

Taiwan denuncia manobras chinesas por ar e mar

© Lusa

POR LUSA   11/06/23 

O Ministério da Defesa de Taiwan denunciou hoje que outros 24 aviões de combate chineses, acompanhados por quatro barcos, realizaram uma nova aproximação ao seu espaço aéreo e que os caças atravessaram a linha de segurança.

As forças taiwanesas, como aconteceu noutras ocasiões, vigiaram de perto a manobra que ocorreu no sudoeste e sudeste da ilha, e acionaram aeronaves CAP, embarcações da Armada e sistemas de mísseis terrestres, para responder a estas atividades, segundo publicou o ministério na rede social Twitter.

A nova escalada de tensões na região começou com a viagem à ilha da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, em agosto.

A situação piorou após a visita da Presidente de Taiwan, Tsai Ing Wen, aos EUA, onde se reuniu com vários congressistas norte-americanos, apesar das advertências de Pequim.

Taiwan tem um Governo independente desde 1949, mas a China considera o território sob sua soberania.

A política fundamental do Governo chinês sobre Taiwan tem sido de uma reunificação pacífica, sob o princípio "um país dois sistemas".


Leia Também: UE pede a Taiwan para "aumentar os esforços" para abolir pena de morte

ÁFRICA DO SUL: Sismo de magnitude 5 sentido na África do Sul

© Lusa

POR LUSA   11/06/23 

O Instituto Geológico norte-americano registou hoje um tremor de terra de magnitude 5 perto de Joanesburgo, na África do Sul.

O sismo ocorreu às 02h38 locais (01h38 em Lisboa), a cerca de 10 quilómetros da superfície da terra e foi sentido na província mais populosa da África do Sul, Gauten.

Os habitantes sentiram o abalo e alguns publicaram nas redes sociais fotos de muros ligeiramente danificados ou com fissuras.

Um tremor de terra de magnitude 5,3 foi sentido na cidade mineira perto de Joanesburgo em agosto de 2014.

O último grande sismo que atingiu a África do Sul remonta a 1969 e abalou a província do Cabo-Ocidental, com uma magnitude de 6,3.


Leia Também: Europa pode ser climaticamente neutra em 2045

Chuvas torrenciais fazem um morto e levam à retirada de milhares em Cuba

© Lusa

POR LUSA   11/06/23 

Uma pessoa morreu e vários milhares de pessoas foram retiradas das suas habitações devido às chuvas torrenciais que caem há vários dias no centro e no leste de Cuba, disseram as autoridades.

"Os danos são consideráveis em casas, estradas e no setor agrícola. O trabalho para proteger e retirar as famílias continua", disse o Presidente cubano Miguel Díaz-Canel, no sábado.

Na rede social Twitter, Díaz-Canel apelou à população para que "se mantenha extremamente cautelosa" porque "as chuvas não pararam e o perigo" continua presente.

As autoridades anunciaram na sexta-feira a morte por afogamento de um homem de 60 anos na província oriental de Granma, onde mais de 7.200 moradores foram retirados.

Na mesma província, a Força Aérea cubana resgatou moradores de Yara, cidade que ficou isolada devido à subida das águas.

Imagens divulgadas pela imprensa cubana mostram vastas áreas alagadas e pessoas com água até a cintura em localidades das províncias orientais de Holguín, Camagüey, Santiago de Cuba e Las Tunas, bem como em Sancti Spíritus, no centro da ilha.

Pontes, estradas e sistemas de drenagem sofreram danos graves e o tráfego ferroviário entre Havana e o leste do país foi suspenso.

Em Camagüey, capital da província de mesmo nome, dois rios transbordaram, causando inundações em parte da cidade.

Segundo o Instituto Meteorológico de Cuba, a situação está ligada à presença de uma depressão no Golfo do México.

"Estas condições de instabilidade atmosférica irão manter-se em todo o território nacional (...) e chuvas e trovoadas persistirão em grande parte do país", particularmente no centro e leste, disse o instituto, no sábado.


Leia Também: EUA asseguram que China já tinha centro de espionagem em Cuba em 2019


Governo do Canadá apreende avião de carga russo no aeroporto de Toronto

Avião russo Antonov 124 no Aeroporto Pearson, em Toronto, Canadá.CARLOS OSORIO

Por  sicnoticias.pt   11/06/23 

O avião apreendido é um Antonov 124, e o suposto proprietário é uma subsidiária da Volga-Dnepr Airlines LLC e do Volga-Dnepr Group, duas entidades alvo de sanções por parte do Canadá.

A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, anunciou que o Governo ordenou a apreensão de um avião de carga russo que se encontrava no Aeroporto Pearson, em Toronto.

O avião apreendido é um Antonov 124, e o suposto proprietário é uma subsidiária da Volga-Dnepr Airlines LLC e do Volga-Dnepr Group, duas entidades alvo de sanções por parte do Canadá devido à "sua cumplicidade na guerra".

"O Canadá está a enviar uma mensagem clara ao regime russo de que não haverá nenhum lugar onde aqueles que apoiam e lucram com a guerra de agressão do Kremlin se poderão esconder", disse Joly.

"O Canadá tem estado a apoiar a luta da Ucrânia pela liberdade desde o primeiro dia e continuaremos presentes depois da vitória para ajudar nos esforços de reconstrução", disse a ministra, num comunicado do Governo.

CARLOS OSORIO/REUTERS

As sanções, que foram adotadas durante a reunião dos países do bloco G7 (França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Japão, Estados Unidos e Canadá) em maio no Japão, visam isolar a Rússia do sistema financeiro internacional.

Esta é a segunda vez que o Canadá apreende propriedade russa após a adoção das primeiras sanções.

Em dezembro de 2022, as autoridades canadianas bloquearam cerca de 26 milhões de dólares (cerca de 24 milhões de euros) pertencentes à Granite Capital Holdings Ltd, cujo alegado proprietário é o magnata russo Roman Abramovich, com nacionalidade portuguesa, também ele alvo de sanções.

Também no sábado, Mélanie Joly anunciou novas sanções contra 24 indivíduos e 17 entidades ligados às "tentativas da Rússia de destruir os locais culturais, instituições e identidade da Ucrânia".

A lista inclui ucranianos que trabalham em museus e outros centros culturais que colaboram com a Rússia, assim como departamentos de educação e cultura criados nos territórios ocupados e empresas militares privadas.

"O Canadá não irá permitir que a Rússia despoje a Ucrânia da sua herança cultural e fará tudo ao seu alcance para acabar com a guerra do Kremlin contra a identidade ucraniana", garantiu Joly.

"Esses ataques intencionais e direcionados à propriedade cultural da Ucrânia não podem permanecer impunes", acrescentou a ministra, num comunicado do Governo.

O primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau efetuou no sábado uma visita surpresa à capital ucraniana, Kiev, acompanhado pela vice-primeira-ministra, Chrystia Freeland.

Durante a visita, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky agradeceu ao Canadá o anúncio de um novo envio de ajuda militar no valor de 370 milhões de euros.

De acordo com um documento assinado por Zelensky e Trudeau, desde fevereiro de 2022 o Canadá atribuiu mais de oito mil milhões de dólares (cerca de 7,7 mil milhões de euros) em ajuda à Ucrânia, incluindo tanques, sistemas de defesa aérea e artilharia.


Leia Também: Zelensky agradece ao Canadá nova ajuda de 370 milhões de euros

sábado, 10 de junho de 2023

DONALD TRUMP: "Farsa". Trump rejeita acusações e diz ser vítima de "perseguição cruel"

© Reuters

Notícias ao Minuto   10/06/23 

Reiterando que é inocente e não tem "nada a esconder", o candidato às eleições presidenciais de 2024 atirou que as acusações ontem divulgadas não passam de uma "interferência eleitoral" por parte do "corrupto" FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O antigo presidente norte-americano, Donald Trump, considerou, este sábado, que as 37 acusações que pendem sobre si dão "ridículas e sem fundamento", apontando que é a vítima de uma "perseguição cruel" por parte da administração do atual chefe de Estado, Joe Biden.

Reiterando que é inocente e não tem "nada a esconder", o candidato às eleições presidenciais de 2024 atirou que as acusações não passam de uma "interferência eleitoral" por parte do "corrupto" FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, naquela que foi a sua primeira declaração pública após a divulgação dos crimes de que foi acusado, na sexta-feira.

Perante uma multidão de apoiantes do Partido Republicano na Geórgia, Trump acusou estes órgãos oficiais de corrupção e de inventarem mentiras e "farsas".

"Estes criminosos não podem ser recompensados, têm de ser derrotados", disse, citado pela BBC.

O republicano foi mais longe, apontando que é a vítima de uma "perseguição cruel" levada a cabo pela administração de Biden, que classificou como "um abuso de poder tremendo".

"Temos eleições falsas, não temos fronteiras, temos inflação", enumerou, segundo a Sky News, referindo-se uma vez mais aos resultados das eleições de 2020 que, na sua ótica, venceu.

E prosseguiu: "Em toda esta acusação falsa, nem sequer mencionam a lei de registos presidenciais... Porque querem usar algo chamado lei de espionagem", disse.

Recorde-se que, de acordo com a acusação histórica, Trump colocou em risco a "segurança nacional" dos Estados Unidos ao manter na sua posse segredos nucleares norte-americanos após a sua saída da Casa Branca.

O documento divulgado pelo Departamento de Justiça, que é a confirmação oficial da acusação que o próprio ex-presidente (2017-2021) avançou na quinta-feira, também implica Walt Nauta, antigo assistente de Trump que foi visto a retirar caixas com documentos classificados da mansão Trump, em Palm Beach. O responsável enfrenta seis acusações, de acordo com a ata hoje divulgada.

Trump é acusado de perjúrio e de ter combinado com Walt Nauta a ocultação de documentos solicitados pela polícia federal norte-americana, o FBI.

O ex-presidente foi acusado num tribunal de Miami de 37 crimes federais, incluindo retenção ilegal de segredos do governo, obstrução da justiça e conspiração. Na verdade, o candidato às eleições presidenciais de 2014 é acusado de ter colocado em risco alguns dos maiores segredos de segurança dos Estados Unidos, que poderão colocar em evidência as vulnerabilidades do país em caso de ataque.

A sua audiência em tribunal está marcada para a próxima terça-feira, um dia antes do seu 77.º aniversário.

Também na sexta-feira, os advogados de Donald Trump Jim Trusty e John Rowley renunciaram às suas funções, após a acusação contra o ex-presidente ser conhecida.

"Maior caça às bruxas de todos os tempos"

Trump será representado por Todd Blanche, advogado que já fez parte de sua equipa jurídica de Nova Iorque, naquela que classificou como a "maior caça às bruxas de todos os tempos, que agora se encaminha para os tribunais da Florida".

"Sou inocente", destacou na sua rede social Truth Social, onde se apresentou como vítima de um complô orquestrado pelos seus oponentes democratas.

Nos Estados Unidos, uma lei obriga os presidentes a enviarem todos os seus 'e-mails', cartas e outros documentos de trabalho aos arquivos nacionais.

Em janeiro de 2021, quando deixou a Casa Branca para se instalar na sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Florida, Donald Trump levou dezenas de caixas cheias de arquivos. Um ano depois, após vários avisos, devolveu 15 caixas contendo quase 200 documentos classificados.

O FBI, no entanto, calculou que Trump não tinha devolvido tudo, o que resultou numa operação de busca em Palm Beach pelos agentes federais 08 de agosto e na apreensão de cerca de trinta outras caixas, contendo 11.000 documentos.

Segundo a acusação, foram encontrados documentos classificados "num salão de baile", mas também "numa casa de banho, na banheira", num "escritório" ou "num quarto".

Estes "incluíam informações sobre as capacidades de defesa dos Estados Unidos e de países estrangeiros", "sobre os programas nucleares americanos" e "sobre potenciais vulnerabilidades no caso de um ataque aos Estados Unidos e seus aliados".

A sua potencial "divulgação teria posto em perigo a segurança nacional dos Estados Unidos, as suas relações internacionais", destacou o procurador especial Jack Smith, nomeado em novembro para supervisionar a investigação de forma independente.

Por agora, os republicanos estão a cerrar fileiras em torno de Donald Trump, incluindo os seus rivais pela indicação presidencial do partido, da qual ele está à frente com grande vantagem segundo as sondagens.

Esta solidariedade foi manifestada em abril, quando a justiça do Estado de Nova Iorque também indiciou Trump, desta vez por fraude contabilística como parte de um pagamento em 2016 a uma atriz de filmes pornográficos para que esta ocultasse um alegado caso.

Trump ainda pode enfrentar mais problemas com a justiça nos próximos meses, pois uma procuradora da Geórgia deve anunciar até setembro o resultado da sua investigação sobre a pressão exercida pelo ex-presidente para tentar mudar o resultado eleitoral de 2020.

O procurador Jack Smith, que durante a sua carreira processou autores de crimes de guerra no Kosovo, investiga ainda o papel de Donald Trump no ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021.


Leia Também: Trump indiciado por 37 crimes no caso dos documentos classificados

PAI TERRA RANKA Está em manifestação da sua vitória das eleições legislativas de 04 de Junho.

 Radio TV Bantaba 

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15: Mensagem de Condolências.

 

Macron apela ao Irão para deixar de apoiar Rússia no esforço de guerra

© Pierre Suu/Getty Images

POR LUSA   10/06/23 

O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou hoje ao Irão para que "ponha imediatamente fim ao seu apoio" à Rússia na guerra na Ucrânia através da entrega de 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados], de acordo com o Palácio do Eliseu.

O apelo foi feito durante uma conversa telefónica com o homólogo iraniano, Ebrahim Raissi, precisou a Presidência francesa.

O chefe de Estado francês "alertou para as graves consequências, tanto de segurança como humanitárias, da entrega de 'drones' à Rússia por parte do Irão e apelou a Teerão para que ponha imediatamente termo ao seu apoio à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia".

Um porta-voz da Casa Branca alertou na sexta-feira que a Rússia está a "receber equipamento do Irão para construir uma fábrica de 'drones'" no seu território e que o local "poderá estar totalmente operacional no início do próximo ano".

Os Estados Unidos acreditam que, até maio passado, a Rússia recebeu "centenas" de 'drones' de ataque iranianos e acusam Moscovo de os ter utilizado recentemente para "atacar Kiev e aterrorizar a população ucraniana".

Teerão tem reiteradamente considerado as acusações dos EUA de fornecimento de armas à Rússia como "infundadas", alegando que não é parte no conflito ucraniano.

Durante a conversa telefónica de 90 minutos, Macron e Raissi "discutiram a forma de promover as relações, em particular as negociações em curso (sobre questões nucleares) e os desenvolvimentos regionais", comentou um responsável iraniano, citado pela AFP.

De acordo com a Presidência francesa, Macron também "expressou a sua preocupação com a atual trajetória do programa nuclear do Irão" e "reiterou o desejo da França e dos seus parceiros europeus de encontrar uma solução diplomática para esta questão".

"O Presidente sublinhou a importância de Teerão tomar medidas de desanuviamento concretas e verificáveis e de aplicar plenamente e sem demora as suas obrigações internacionais, bem como os compromissos assumidos perante a Agência Internacional da Energia Atómica em 04 de março", lê-se no comunicado divulgado pelo Eliseu.

A conversa entre os dois Presidentes ocorre numa altura em que as negociações entre o Irão e a comunidade internacional para relançar o acordo nuclear iraniano estão num impasse.

Conhecido pela sigla JCPOA, o acordo limitou as atividades atómicas do Irão em troca do levantamento das sanções internacionais.

Macron aproveitou a conversa telefónica para reiterar "o seu alívio pela libertação, em 12 de maio, de dois cidadãos franceses detidos no Irão".

O chefe de Estado gaulês "reiterou também a sua profunda preocupação com a situação dos quatro cidadãos franceses ainda detidos no Irão e apelou novamente à sua libertação imediata".

Quatro cidadãos franceses continuam detidos no Irão: Cécile Kohler e Jacques Paris, detidos em 7 de maio de 2022, Louis Arnaud, detido em 28 de setembro, e outra pessoa cuja identidade nunca foi divulgada.

Paris denuncia a sua detenção arbitrária e considera-os "reféns do Estado".


Veja Também: Bakhmut: é aqui que as forças de Kiev estão a ter mais avanços na famosa contraofensiva


NIGÉRIA: Governador do Banco Central da Nigéria detido, após ter sido suspenso

© George Udom

POR LUSA  10/06/23 

Os serviços secretos da Nigéria detiveram o governador do Banco Central do país, Godwin Emefiele, depois de ter sido suspenso pelo Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, na sequência de uma investigação.

"O Departamento de Serviços do Estado (DSS, na sigla em inglês) confirma que Godwin Emefiele, o governador suspenso do Banco Central da Nigéria, está agora sob custódia para fins de investigação", disse hoje o porta-voz do DSS, Peter Afunanya.

No final de sexta-feira, o porta-voz do Gabinete do Secretário do Governo da Nigéria, Willy Bassey, afirmou num comunicado que o Presidente suspendera de funções o governador do Banco Central "com efeito imediato".

"Isto deve-se à investigação em curso no seu gabinete e às reformas planeadas para o setor financeiro", acrescentou.

Willy Bassey disse que Godwin Emefiele tinha recebido instruções para entregar "imediatamente" os assuntos do seu gabinete ao vice-governador, que atuará como governador do Banco Central até que as investigações e as reformas estejam concluídas.

Godwin Emefiele, 61 anos, foi nomeado governador do Banco Central em 2014, depois de o seu antecessor, Lamido Sanusi, ter sido suspenso pelo então Presidente, Goodluck Jonathan, no final do seu mandato.

O seu mandato como governador do Banco Central da Nigéria foi marcado pela queda livre da moeda local, a naira, com múltiplas taxas de câmbio face ao dólar americano, e por taxas de juro elevadas, que atingiram dois dígitos, chegando aos 22,5% em maio último, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas.

No último trimestre de 2022, o banco central liderado por Godwin Emefiele introduziu uma política cambial para substituir as antigas notas de naira por novas, o que levou à escassez de dinheiro, afetando as transações comerciais.

No mês passado, o gabinete de estatísticas do país afirmou que a escassez de dinheiro tinha abrandado o crescimento económico no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado.

No seu discurso de posse, a 29 de maio, o presidente Bola Ahmed Tinubu criticou a política monetária de Godwin Emefiele, nomeadamente as taxas de câmbio múltiplas e a política cambial.


ONG Necessidades Imediatas de Educação e Empreendedorismo (A-NIDEE) promoveu hoje, (10-06), uma conferência de imprensa para anunciar 60 bolseiros guineenses que vão para estudo em Portugal

Radio Voz Do Povo

Adeus ex-primeiro-ministro Faustino Fudut Imbali

 Radio Voz Do Povo 

Drogas, petróleo e diamantes. O "filho do ex-presidente" da Guiné-Bissau em jantar com o corretor da 'Ndrangheta


Fonte: CORRIERE DE LA CALABRIA

Por ditaduraeconsenso.blogspot.com

Nos papéis da investigação "Gentleman 2", o encontro em Frankfurt entre Bacai Sanha e Claudio Cardamone. Para o Dda de Catanzaro, eles falam sobre a importação de drogas para a Europa por meio de canais diplomáticos. EU…

A ideia do corretor do clã Abbruzzese-Forastefano pertence à esfera do narcotráfico criativo. Em suas triangulações entre Alemanha, América do Sul e Sibaritide, Claudio "o belo" Cardamone insere uma variável inédita. Numa série de conversas que foram parar às pastas da investigação "Cavalheiro 2", fala-se de uma "operação" subordinada ao interesse de um estrangeiro de 51 anos, não investigado.

Este homem, um “guineense”, notam os investigadores, teria sido recebido por Cardamone em Frankfurt am Main, base do tráfego do Norte da Europa, “vindo de comboio de Paris”. As discussões apuradas pelos investigadores diziam respeito "inequivocamente ao projecto de importação de droga pela via diplomática representado" pelo homem de 51 anos que a polícia alemã identifica como Bacai Sanhà, portador de passaporte diplomático e filho - segundo o que os investigadores sei de fontes abertas - de um ex-presidente da Guiné-Bissau. Uma intriga intercontinental que permanece, nos atos do DDA de Catanzaro, sem maiores desenvolvimentos. Há, no entanto, um contexto.

«Não nos falamos no carro, sou muito calabresa…». Precauções para evitar ouvidos indiscretos

Cardamone concorda em apresentar o suposto diplomata a uma terceira pessoa, um homem de origem sardenha que vive na Alemanha há algum tempo. Depois da estada em Frankfurt, deverá começar a própria organização para aperfeiçoar o narcotráfico: o guineense vai entrar em contacto com "os associados estacionados em Portugal", Cardamone com os colombianos.

Os detalhes são definidos no jantar, mas há uma conversa prévia no carro em que é possível reconstituir, segundo os magistrados antimáfia, o quadro do negócio. O calabresa diz que conhece a África ("Fui militar, gostava da África mas via mal (...) amigos: "Tenho muita gente do outro lado, mantenho-os lá (Colômbia, ed.) e também no México". 

Ele fala sobre o "trabalho" feito na República Dominicana ("depois paramos por causa do vírus") e seu interlocutor relança ("nós também gostaríamos de fazer daqui, da África"). No entanto, temos de estar atentos a quem nos ouve, explica Cardamone: «Agora sentamo-nos e falamos em paz, que é melhor do que falar disso aqui (no carro, ed.). Sou muito calabresa... fala-se em trabalho limpo e acham que não é coisa boa.

Que não é só a polícia aqui, aqui tem policiais do meu país, porque somos uma comunidade muito grande e forte aqui em Frankfurt e a polícia de lá (Itália, ed) vem aqui porque explica o dialeto" para os alemães , "como falamos, como nos comportamos".

Petróleo com a Coreia do Sul e diamantes de África "para lavar dinheiro"

A conversa interceptada data de novembro de 2021. Os dois esperam "fazer algo antes do Natal". Para o guineense não demoraria muito: “Se fosse para Portugal diria amanhã para enviar, porque lá tenho controlo direto”. Essas interceptações constam do pedido de medidas cautelares e todas se referem a um "processo penal instaurado pela autoridade judiciária alemã". Obviamente, todos os protagonistas devem ser considerados inocentes.

Antes do potencial sócio regressar a Lisboa, entre uma conversa e outra, os dois continuam a falar de negócios. "Você está pior do que eu, cara", diz Cardamone. "Não - responde Bacai - é que estou negociando um acordo sobre o petróleo". “E quem está comprando esse óleo de vocês?”, questiona o calabresa. "Coreia do Sul".

Só para ficar no assunto do tráfico internacional, Cláudio "o Bonito" avisou o amigo que vai ter que dar uma mãozinha para "comprar diamantes". Ele responde que devemos ter cuidado «porque há muitas falsificações. Para boas pedras tens de ver o Gana ou a Serra Leoa, Botswana… Tanzânia… na Tanzânia são as melhores… podes conseguir o diamante Violetta». Cardamone confirma: «Nossa… muitos amigos já me recomendaram». «Sim – é a resposta – para lavar dinheiro (laundering, ed) o diamante é bom. Diamante e ouro são os melhores."

«O pai foi presidente de um país de África»

A harmonia entre os dois é total. «Que bom te conhecer, Bac», diz o alegado corretor dos clãs Sibaritide, «vais sempre explicar-me tudo através da aplicação». Refere-se a sistemas de comunicação criptografados que se tornaram obrigatórios para organizações criminosas. «Fazemo-lo sempre através de Napoleão (Napoleon chat, ed)», explica Bacai. E Cláudio explica

 «Quando fores a Portugal, compra um telefone barato por 50… 100 euros, instala o Napoleão e usa só comigo». Do mosaico descrito neste segmento da investigação "Cavalheiro 2" falta apenas uma peça: quem é Bacai Sanha, este guineense de 51 anos que se desloca entre África e Portugal e tem negócios com uma suposta droga italiana traficante estacionado na Alemanha? O próprio Cardamone acrescenta uma peça ao puzzle e – interceptado – «conta a uma mulher que acompanha uma amiga à esquadra e que o pai desta pessoa foi presidente de um país de África de 2009 a 2012».

É uma anotação dos investigadores que fecha o círculo sobre a identidade de Bacai Sanhà. A identificação surge “de um serviço de observação efetuado pela polícia judiciária alemã a 27 de dezembro de 2021, altura em que Sanha” terá ido a Frankfurt encontrar-se com Cardamone “e definir os pormenores relativos à importação do estupefaciente” por África ou, em alternativa, «via Espanha com escala em território português».

Sahnà, "no momento da verificação, apresentou passaporte diplomático". E “de fontes abertas”, relatam os investigadores, seria “filho do ex-presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhà (falecido em 2012, ed) e seria precisamente o sujeito que Cardamone, por diversas vezes, ao referir-se aos seus interlocutores, identificados como “o político”».

A intriga internacional - temperada com passaportes diplomáticos e discussões sobre vendas de petróleo e diamantes - serviu. Um whodunit em que todos são inocentes até que se prove o contrário e que não tem saída nos jornais filtrados na investigação "Gentleman 2". O que é certo é que a polícia alemã estava investigando.

CONVIDADO 09/06/23 • PAIGC "vai precisar" do PRS para reformar a Guiné-Bissau • RFI Português

Por:  Catarina Falcão RFI Português 09/06/2023 

Mesmo com uma maioria absoluta conseguida nas eleições legislativas de 4 de Junho, a coligação PAI – Terra Ranka poderá escolher coligar-se com o Partido de Renovação Social (PRS) de forma a dar estabilidade ao seu mandato, numa altura em que o país vai precisar de reformar a Constituição, mas também a lei eleitoral, como disse Seco Duarte Nhaga, coordenador-geral da Coligação de Jovens dos PALOPS.

Foram conhecidos na quinta-feira os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau, com a coligação PAI – Terra Ranka a ganhar com maioria absoluta, obtendo 54 dos 102 ligares do Parlamento. Estes resultados indicam ainda que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), liderado por Braima Camará, obteve 29 deputados na Assembleia e o PRS conseguiu 12 deputados.

Para já, partidos e o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, aceitaram este resultado e felicitaram o cabeça de lista, Domingos Simões Pereira, esperando-se agora que este venha a formar Governo.

De forma a fortalecer o seu mandato, Seco Duarte Nhaga, coordenador-geral da Coligação de Jovens dos PALOPS, disse em entrevista à RFI que a coligação PAI – Terra Ranka devia alargar o entendimento ao PRS.

"Durante toda a campanha eleitoral, pelo discurso, parece que o PRS e o PAIGC assinaram um pacto de não-agressão. Foi aquilo que se verificou ao longo da campanha e eu acho que o discurso do PAIGC e do PRS parecem andar de mãos-dadas porque, de facto, o PAIGC vai precisar do PRS para dar início às reformas legais no país. Desde a Constituição da República, da própria lei eleitoral e aproveitar este contexto em que tem maioria absoluta com uma aliança com o PRS", disse Seco Duarte Nhaga falando numa "grande coligação".

É esta coligação que vai permitir, segundo este jovem analista, "dar resposta às necessidades de reestruturação da administração pública para o país poder sacudir esta situação em que se encontra". O resultado nas urnas, com uma participação dos guineenses que se estima acima dos 70%, é para Seco Duarte Nhaga uma resposta à governação dos últimos anos na Guiné-Bissau.

"O que nós assitimos ao longo destes três anos foi uma desintegração do Estado por completo, já que se verificou um recuo efectivo no tocante ao processo de edificação da democracia na Guiné-Bissau. Nós vimos todos os direitos dos cidadãos limitados, espancamentos, rádios que foram encerradas, vimos partidos políticos, especiaficamente o PAIGC que foi impedido de realizar o seu congresso com violência policial. Assitimos a abusos de poder, e quase um monopólio de poder centralizado na pessoa de Umaro Sissoco Embaló. O governo servia de simples estrutura comandada pelo Presidente da República", indicou.

Para Seco Duarte Nhaga o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, está a preparar uma "nova jogada política" ao dizer quer colaborar com o novo Governo.

"A sua repentina abertura para a colaboração com o Governo liderado pelo PAIGC, na minha leitura, acho que o Presidente da República talvez esteja a arquitectar uma nova jogada política, é impensável", indicou.

Para o futuro do país, há que dar atenção à comercialização da castanha de caju e melhorar o poder de compra dos guineenses, que têm sofrido os efeitos da inflação.

"O próximo executivo tem responsabilidade de dar respostas às questões prementes como resolver a questão da campanha de comercialização da castanha de caju. A nossa economia depeonde a mais de 90% da comercializaçao da castanha de caju. Outro problema é a subida de preços de produtos de primeira necessidade. Hoje o cidadão guineense que tem uma salário mínimo de 50 mil francos CFA, aproximadamente 80 euros, o cidadão guineense hoje compra um saco de arroz de 50 kg a 22 ou 23 mil francos, portanto não há bolso do guineense que sustente esta subida de preços", concluiu.

Parlamento Europeu (PE) agenda debates sobre Ucrânia, seca e organismo ético na sessão plenária

© Reuters

POR LUSA   10/06/23 

O Parlamento Europeu (PE) vai debater na sessão plenária da próxima semana a situação na Ucrânia e o problema da seca, entre outros temas, como a proposta de criação de um organismo de ética interinstitucional.

Na terça-feira, os eurodeputados têm agendado um debate sobre os recentes desenvolvimentos na Ucrânia, incluindo a destruição da barragem de Kakhovka, que teve como consequência inundações que obrigaram a retirar milhares de pessoas das suas casa e destruíram campos agrícolas.

Os esforços de reconstruir, de forma sustentável, o país devastado pela guera lançada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, e a ajuda que a União Europeia poderá prestar são também temas do debate.

No mesmo dia, o PE vai debater a recente -- e já contestada por pouco ambiciosa -- proposta da Comissão Europeia para a criação de um organismo de ética que estabeleça regras de conduta comuns a todas as instituições.

As críticas visam principalmente o facto de o organismo não ter competência de investigação de casos nem de imposição de sanções.

A revisão das regras éticas tinha sido assumida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quando iniciou o mandato em novembro de 2019, mas acabou por ser impulsionada pelo escândalo de tráfico de influências 'Qatargate' que abalou o PE em dezembro de 2022.

A crescente escassez de água e a seca que afetam Estados-membros como Portugal, Espanha, França e Itália vai a debate na quinta-feira, tencionando os eurodeputados pedir mais medidas para preservar e melhorar os recursos hídricos da UE, afetados por vários anos de seca e pela diminuição dos níveis das águas subterrâneas.

Segundo os mais recentes dados do Observatório Europeu da Seca, mais de um quarto do território da UE está atualmente em condições de alerta de seca, enquanto 08% já se encontra em estado de alerta de seca.

Na quarta-feira, o PE vai autorizar o acordo de pesca de atum com a República da Maurícia para o período 2022-2026, que inclui navios portugueses.

O acordo permitirá à frota da UE --- composta principalmente por barcos espanhóis e franceses, mas também italianos e portugueses (01% do total) --- pescar até 5.500 toneladas por ano de atum e espécies afins.


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INTEGRIDADE MORAL...

 



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sexta-feira, 9 de junho de 2023

EDWARD SNOWDEN: Trump? "Não é errado dizer que é um caso de acusação seletiva"

© Matthew Busch/Bloomberg via Getty Images

Notícias ao Minuto   09/06/23 

"Os segredos derramados são a moeda corrente de Washington, e Trump não foi o único a espalhá-los. Foi apenas o menos gracioso", afirmou Edward Snowden.

Edward Snowden, o ex-analista da Agência Central de Informações (CIA) que revelou pormenores de programas de espionagem norte-americanas, reagiu, esta sexta-feira, ao facto de o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter sido indiciado de 37 crimes por manipulação de documentos classificados, considerando que "não é errado dizer que é um caso de acusação seletiva".

"Brincadeiras à parte, não é errado dizer que a acusação de Donald Trump por manipulação de documentos confidenciais é um caso de acusação seletiva", começou por referir Snowden, que se encontra fugido na Rússia desde que divulgou  os dados sobre o sistema de escutas dos serviços de informações dos EUA.

"Os segredos derramados são a moeda corrente de Washington, e Trump não foi o único a espalhá-los. Foi apenas o menos gracioso", acrescentou.

No entanto, para Snowden, "é difícil sentir pena de um homem que teve quatro anos na Casa Branca para reformar esse sistema quebrado e, em vez disso, deixou-o no mesmo lugar, em detrimento do público norte-americano".  

O republicano foi indiciado de 37 crimes por manipulação de documentos classificados, que levou para a sua mansão na Florida após deixar a Casa Branca. Segundo a acusação, Trump colocou em risco a "segurança nacional" dos Estados Unidos ao manter na sua posse segredos nucleares norte-americanos após a sua saída da Casa Branca.

Nos Estados Unidos, uma lei obriga os presidentes a enviarem todos os seus 'e-mails', cartas e outros documentos de trabalho aos arquivos nacionais.

Em janeiro de 2021, quando deixou a Casa Branca para se instalar na sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Florida, Donald Trump levou dezenas de caixas cheias de arquivos. Um ano depois, após vários avisos, devolveu 15 caixas contendo quase 200 documentos classificados.

O FBI, no entanto, calculou que Trump não tinha devolvido tudo, o que resultou numa operação de busca em Palm Beach pelos agentes federais a 8 de agosto e na apreensão de cerca de trinta outras caixas, contendo 11.000 documentos.

Segundo a acusação, foram encontrados documentos classificados "num salão de baile", mas também "numa casa de banho, na banheira", num "escritório" ou "num quarto".

Estes "incluíam informações sobre as capacidades de defesa dos Estados Unidos e de países estrangeiros", "sobre os programas nucleares americanos" e "sobre potenciais vulnerabilidades no caso de um ataque aos Estados Unidos e seus aliados".

A sua potencial "divulgação teria posto em perigo a segurança nacional dos Estados Unidos, as suas relações internacionais", destacou o procurador especial Jack Smith, nomeado em novembro para supervisionar a investigação de forma independente.


UCRÂNIA/RÚSSIA: Mais de 25 mil casas danificadas pela destruição da barragem, diz ONU

© Getty Images

POR LUSA   09/06/23 

O nível da água começou a diminuir na região afetada pela destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, mas mais de 25.000 casas estão danificadas e continua a aumentar o número de deslocados, foi hoje divulgado.

De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), quatro dias após o incidente "as inundações começaram a diminuir, embora o desastre ainda esteja a causar deslocamentos e a aumentar as necessidades humanitárias".

Nas áreas da região de Khersonska sob controlo ucraniano, 320 pessoas foram retiradas das suas casas nas últimas 24 horas, aumentando o número total de pessoas que fugiram para mais de 2.500, segundo a Organização Internacional para Migração (OIM), citada pela OCHA.

Ainda na região controlada por Kyiv, quase 40 vilas e cidades foram "severamente afetadas pelas inundações, com mais de 3.620 casas registadas como danificadas até o momento".

Já as autoridades apoiadas por Moscovo naquela região divulgaram hoje que o número de casas inundadas aumentou para mais de 22.000, com "graves consequências humanitárias para milhares de pessoas".

Segundo informações divulgadas também hoje pelas autoridades ucranianas e russas, as inundações terão provocado já 13 mortos.

A coordenadora humanitária da OCHA para a Ucrânia, Denise Brown, liderou hoje um comboio humanitário interagências com suprimentos adicionais para a cidade de Bilozerka, numa das zonas controlada pela Ucrânia "mais afetada pelas inundações".

"Os trabalhadores humanitários continuam os seus esforços para aumentar a assistência humanitária, alcançando mais de 30.000 pessoas com ajuda crítica, principalmente alimentos e água", salientou a OCHA no seu relatório.

A destruição da barragem da Central Hidroelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, no sul da Ucrânia, já é considerada um dos maiores desastres industriais e ecológicos da Europa nas últimas décadas.

A Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente da destruição da barragem, construída no rio Dniepre na década de 1950.

Desde o início da guerra, a ONU apresentou como confirmados 8.983 civis mortos, dos quais 879 vítimas de minas terrestres e outros engenhos por explodir, incluindo 94 crianças, e 15.442 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou também, até agora, a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


SONO: Quer dormir e não consegue? Três justificações muito comuns... Leia o que dizem especialistas em sono.

© Shutterstock

Notícias ao Minuto   09/06/23 

Muitos pensam que o cansaço ajuda (e muito) a dormir toda a noite sem interrupções. É, no entanto, uma ideia errada, já que existe uma grande diferença entre sentir o sono ou estar cansado, explica Nilong Vyas, uma pediatra e especialista em sono, no site BestLife. 

Mais especificamente, "sentir-se cansado pode ocorrer por vários motivos, incluindo stresse emocional, fadiga por esforço excessivo secundário ao exercício, um dia agitado ou até mesmo dias repetidos de sono interrompido. Estar com sono resulta de reações químicas no cérebro que indicam ao corpo que é hora para descansar", acrescenta. 

Se é algo que lhe acontece e não consegue justificar leia alguns motivos mais comuns que esta e outros especialistas na área enumeraram no site - nem todos são tão graves como pensa. 

Distúrbios de sono 

Alguns "distúrbios do sono, como apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e distúrbio do movimento periódico dos membros, podem interferir na capacidade de adormecer ou permanecer deitado", diz Sean Ormond, médico especializado em anestesia. 

Maus hábitos e higiene de sono

Por exemplo, "comer antes de dormir, beber cafeína ou álcool antes de dormir, usar drogas recreativas e fumar cigarros", faz com que não consiga adormecer com facilidade, Monique May, médica de família e especialista em sono.

"Má higiene do sono significa ver televisão ou qualquer ecrã na cama, manter horários de sono irregulares e usar o quarto para outras atividades além de dormir e fazer sexo. Manter o quarto fresco, escuro e silencioso ajuda a manter o sono", acrescenta. 

Problemas de saúde não diagnosticado

"Condições médicas como doenças cardíacas, pulmonares, diabetes e condições neurodegenerativas também podem afetar o sono. Alterações hormonais durante o ciclo menstrual e na menopausa têm este efeito", explica Sean Ormond.