Esperamos trabalhar consigo como Directora Executiva do UNICEF para promover os direitos das crianças em 🇬🇼 e em todo o mundo.
UNICEF UNICEF Africa Voices of Youth Parlamento Infantil - GB Rede de Crianças e Jovens Jornalistas "rcjj"
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Fonan Besna Fafé
CONDENO COM TODA VEEMÊNCIA, MAIS UMA VEZ, A VANDALIZAÇÃO PERPETRADA NA RÁDIO #CAPITAL_FM E APELO POR OUTRO LADO, A TODOS OS JORNALISTAS GUINEENSES A RESPEITAREM SUA PROFISSÃO E OS DEMAIS PRINCÍPIOS INCLUSOS NA MESMA.
Nunca iremos lado nenhum com essa cultura.
Entende-se que a democracia é o sistema que pressupõe o dissenso, isto é, que a ordem democrática subentende o equilíbrio no conflito. Porém, para existir a democracia é preciso que haja respeito à singularidade e aos direitos fundamentais que as instituições e cidadãos devem ao outro com quem coexistem. Dessa forma, a essência da democracia é, portanto, a aceitação da pluralidade, que implica a coexistência pacífica das diferenças.
Uns dos pilares da democracia é a liberdade de expressão. É um direito imprescindível, garantindo o trânsito de opiniões pelo espaço público. Trata-se de um direito inalienável de todo e qualquer indivíduo de manifestar seu pensamento sem qualquer embaraço ou censura. É, por isso, um componente essencial das sociedades democráticas, que têm na igualdade e na liberdade seus pilares.
No entanto, a liberdade de expressão não é absoluta, e não pode ser invocada para a prática de intolerância e preconceito de qualquer ordem. Também não deve ser base para a defesa do uso de expressões que caracterizam postura criminosa como a difamação, a injúria, a calúnia ou a incitação a qualquer forma de violência.
É por isso mesmo que condeno, não compactuo com a liberdade de imprensa que promove o ódio e incita a discriminação, hostilidade e violência. Refiro-me a qualquer ato de comunicação que diminua, inferiorize uma pessoa, empregando aspectos passíveis de discriminação tais como: gênero, raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, entre outros. Além disso, a liberdade de imprensa usada também para perseguir, insultar e justificar a privação dos direitos humanos podendo, em casos extremos, dar razão a homicídios e genocídios.
Na Guiné-Bissau, devemos abandonar o discurso de ódio e a difamação, principalmente nas redes sociais.
O discurso de ódio compõe-se de dois elementos básicos: discriminação e externalidade. É uma manifestação segregacionista, baseada na dicotomia superior (emissor) e inferior (atingido) e, como manifestação que é, passa a existir quando é dada a conhecer por outrem que não o próprio autor.
A difamação mina o status social do indivíduo, diminuindo sua condição humana perante a maioria da sociedade em que vive e, consequente, sua aceitação.
Por favor guineenses, sigamos exemplos dos outros países e deixemos a cultura de "matchundade" que cada vez mais leva o nosso povo na divisão e o nosso País no subdesenvolvimento.
© Lusa
Notícias ao Minuto 07/02/22
A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) considerou hoje que o quadro social angolano é marcado por uma "pobreza assustadora, perda de poder de compra, desemprego galopante e degradação de hábitos e costumes".
Para os bispos católicos, que na última semana estiveram reunidos na I Assembleia Plenária, na província angolana de Benguela, o quadro social em Angola é também marcado pelo vazio de diálogo entre os partidos e a sociedade civil e elevados níveis de intolerância.
"É preciso muita ponderação e diálogo e tudo deve ser feito para que os partidos não sejam mais importantes do que a nação", apelam os bispos, segundo o comunicado de imprensa, lido pelo porta-voz da CEAST e bispo da diocese de Cabinda, Belmiro Tchissengueti, no final do encontro.
Os bispos reiteraram que a situação da seca e da fome em muitas regiões do país, sobretudo no sul, exigem a declaração do estado de emergência, por forma a propiciar a ajuda internacional.
Na conferência de imprensa, o bispo Belmiro Tchissengueti disse que Angola é parte da comunidade internacional e honra os seus compromissos internacionais, com o pagamento de quotas.
"Justamente com esta participação nessas organizações, sendo elas multilaterais, em momentos de dificuldades, podemos fazer recurso a tais organizações, mas claro que para ter acesso aos recursos dessas organizações internacionais é preciso que haja uma declaração de um Estado de Emergência específico e no caso concreto estamos a ver que a fome está de facto muito acentuada", disse.
Belmiro Tchissengueti frisou que o sul do país vive uma seca severa nos últimos três anos, pelo que, considerou, "está o ambiente criado para se declarar o estado de emergência" e possibilitar a ajuda internacional de que os angolanos carecem.
Segundo o prelado, não seria a primeira vez que o país beneficiaria de ajuda, mas é preciso humildade e reconhecimento que o país precisa de apoio.
"Para que se salve vidas humanas e se possa dar novo alento de esperança para o povo", disse o bispo, realçando que a ajuda deve ser feita em duas dimensões.
"Por um lado, emergência para se suprirem situações de emergência, mas também ajudar para que possamos nós aprender a produzir aquilo que nós consumimos. Temos um grande país e abençoado por grandes rios, terras aráveis e riqueza abundante, que deveria, com um pouco mais de esforço, ser também exportador para outros países e não apenas consumidor daquilo que se recebe", frisou.
Aos políticos, Belmiro Tchissengueti sublinha que a ajuda deve ser feita sem aproveitamento político.
O bispo salientou que a democracia contribui para o bem da nação, devendo dirigentes e cidadãos ter um alto sentido de responsabilidade, apelando a um investimento na educação cívica dos cidadãos, evitar o absentismo, pautar pela honestidade, transparência e justiça de todo o processo.
"A campanha eleitoral será melhor se houver respeito mútuo sem fanatismos, devemos ser construtores de pontes e não de muros", apelou.
Leia Também: O medicamento deixou de fazer efeito? Esta pode ser a razão
NOTA
Nós somos uma família. Uma família ferida e que está a sofrer. Uma família que já deu provas da sua resiliência em diferentes momentos do seu longo e difícil percurso.
Irmãos, esta é mais uma afronta que nos é imposta em nome de uma agenda, cuja dimensão e repercussões estão longe dos nossos "binóculos". Mas, uma coisa é certa: É ALGO GRANDE. É este algo grande que levou este mesmo grupo tentar em 2018 silenciar a CFM. É este algo grande que motivou o assalto e a vandalização da CFM em 2020. E é este mesmo algo grande que, sem dúvidas, está por detrás do ataque, esta segunda-feira (07.02), à CFM. Mas, uma coisa é certa, nunca vamos resignar-se. Vamos continuar a fazer o nosso trabalho (o jornalismo), mesmo sabendo que as nossas vidas estão permanentemente em risco, pois é a profissão que escolhemos e para o bem maior.
Afinal, é com vocês guineenses que temos o compromisso e é para vocês que vamos continuar trabalhar.
Hoje, estamos a chorar juntos e, na certeza, de que um dia vamos nos reerguer juntos.
Família CFM.
Madem-G15 Movimento para Alternância Democrática
MADEM-G15 I SPERANÇA DE POVO!Direção superior do MADEM-G15, representado pelo seu secretário nacional em exercício, Sr. Herry Mané, entregou hoje as doações dos livros didáticos ao Ministério de Educação Nacional.
Sande Iafa, militante do Madem-G15, quem fez a coleta desses manuais, aproveitou para agradecer a Escola Cooperativa Luísa Ayres em Quarteira.
MADEM-G15 I SPERANÇA DE POVO!
VIVA MADEM-G15
Como pode alguém rejubilar com a violência? E por cima ameaça cometer mais violência? Isto é política? Um partido sério se deixa colar a pessoa deste estirpe?👇
RÁDIO CAPITAL FM COMPLETAMENTE DESTRUÍDA POR MILITARES
Homens armados assaltaram a estação privada da Rádio (Capital FM), em Bissau.
Há informações de dois feridos: Jornalista Maimuna Bari e o técnico de emissão Lassana Djassi. Não se conhece ainda a gravidade dos feridos.
Fonte: Carlos Santiago
O Senegal sagrou-se este domingo, 06/02/2022, pela primeira vez campeão africano de futebol, ao vencer o Egito, treinado pelo português Carlos Queiroz, por 4-2 nas grandes penalidades.
Em Yaoundé capital camaronês, após o empate a zero no tempo regulamentar e no prolongamento, o jogador Egípcio, Abdelmonem, acertou no poste da baliza senegalesa sob controle do guarda-redes, Eduardo Mendy, que depois defendeu o pênalti marcado pelo Lasheen.
Sadio Mané que falhara um pênalti ao minuto 5 da primeira parte, converteu o penálti decisivo que deu a taça aos leões de Teranga.
A seleção senegalesa bateu os egípcios recordistas desta competição tendo ganho nos anos: 1957, 1959, 1986, 1998, 2006, 2008 e 2010.
O Senegal, que tinha como melhor registo a presença nas finais em 2002 e 2019, tornou-se no 14.º país a vencer a CAN, maior competição africano.
Por: Tidjane Cande
O presidente Muhammadu Buhari recebeu no domingo de manhã um briefing abrangente sobre a tentativa de golpe para derrubar o presidente Umaru Sissoco Embalo da Guiné-Bissau, mas que foi abortada por forças legalistas.
À margem da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia, o Presidente nigeriano reuniu-se com a Ministra e Ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, que fez uma apresentação gráfica da tentativa de derrubar a ordem constitucional de seu país.
“Eles tentaram matar o presidente Embalo. Destruíram o palácio presidencial com bazucas, mataram 11 jovens. Demorou cerca de cinco horas para restaurar a ordem. Foi um pesadelo”, disse ela.
O presidente Buhari prometeu consultar outros líderes da CEDEAO sobre como a normalidade total poderia ser restaurada no país em apuros no menor tempo possível.
Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau
Num dia marcado pelo luto nacional decreto pelas autoridades nacionais, em memória das 11 vítimas mortais do trágico atentado do dia 1 de Fevereiro, decorreu a 35a Assembleia da União Africana, após dois anos sem reunir-se presencialmente.
A Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa, que chefiou a delegação da Guiné-Bissau, congratulou-se com a eleição do Presidente Macky Sall à presidência da União Africana.
A Chefe da Diplomacia Guineense acredita que a eleição do Presidente senegalês possa contribuir para uma melhor convivência entre os Estados da CEDEAO e a União Africana e que juntas, estas organizações consigam encontrar medidas eficazes para estancar as sucessivas tentativas de golpes de Estado no Espaço CEDEAO.
Milhares de peixes mortos na costa francesa fruto de um arrastão mal sucedido© SEA SHEPHERD / AFP |
Arrastão de traineira holandesa atira 100 mil peixes mortos para a costa
A França está em choque depois de uma traineira de propriedade holandesa, mas com bandeira da Lituânia, ter derramado milhares de peixes mortos na costa francesa.
A traineira de propriedade holandesa FV Margiris, a segunda maior embarcação de pesca do mundo, despejou mais de 100.000 peixes mortos no Oceano Atlântico ao largo da costa francesa.
A ministra do Mar da França, Annick Girardin, apelidou as imagens dos peixes mortos - que formavam um tapete flutuante de carcaças - de "chocantes" e pediu à autoridade nacional de vigilância pesqueira que iniciasse uma investigação.
Virginijus Sinkevicius, comissário europeu para o meio ambiente, oceanos e pescas, também disse que está à procura de "informações exaustivas e evidências sobre o caso".
O derramamento de peixes, que aconteceu na madrugada de quinta-feira, foi causado por uma rutura na rede da traineira, disse o grupo da indústria pesqueira Pelagic Freezer-Trawler Association (PFA), que representa o proprietário da embarcação. Em comunicado, o grupo considerou a situação uma "ocorrência muito rara".
"De acordo com a lei da UE, a ocorrência foi registada no diário de bordo do navio e relatado às autoridades do estado de bandeira do navio, a Lituânia", afirmou.
Milhares de peixes mortos na costa francesa fruto de um arrastão mal sucedido© SEA SHEPHERD / AFP |
O braço francês do grupo ativista Sea Shepherd publicou pela primeira vez imagens do derrame de peixe, mostrando a superfície do oceano coberta por uma densa camada de verdinho, uma subespécie de bacalhau, usada para produzir, entre outras coisas, óleo de peixe e farinha.
Este grupo disse que o derramamento envolveu mais de 100.000 peixes e cobriu uma área de cerca de 3.000 metros quadrados (32.300 pés quadrados).
Arrastões como os Margiris usam redes de arrasto com mais de um quilómetro de comprimento e processam o peixe em fábricas a bordo, uma prática fortemente criticada por ambientalistas.
Após protestos de ativistas, o Margiris foi forçado a deixar as águas australianas em 2012. O navio tinha uma cota para transportar 18.000 toneladas de peixe do mar, mas foi proibido pelo então ministro do Meio Ambiente do Trabalho, Tony Burke, na sequência de protestos públicos.
Dados de tráfego de marinetraffic.com na sexta-feira mostraram que o navio, que é de propriedade da empresa holandesa Parlevilleet & Van der Plas e navega sob a bandeira da Lituânia, ainda estava envolvido em atividades de pesca na costa francesa.
© Lusa
Notícias ao Minuto 06/02/22
A malária em África matou quase 612 mil pessoas em 2020, mais 68.953 face ao ano anterior, das quais 49 mil por perturbações nos programas e serviços de saúde provocadas pela covid-19, segundo um relatório divulgado hoje.
O Relatório de progresso sobre a Malária -- 2021, elaborado pela União Africana (UA), a Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) e a Parceria RBM para o Fim do Paludismo, será hoje apresentado no âmbito da 35.ª sessão ordinária da conferência da UA, que decorre desde sábado em Adis Abeba, na Etiópia.
A apresentação do documento estará a cargo do presidente da República do Quénia e líder da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), Uhuru Kenyatta.
Segundo o relatório mais recente sobre esta doença, registaram-se 232 milhões de casos de malária (96% do total global) e 611.802 mortes causados por esta doença (98% do total global) em África, em 2020.
Estes números revelam um aumento de 68.953 mortes por malária, face a 2019, com 49 mil destas mortes a serem atribuídas a perturbações dos programas de malária e dos serviços de saúde, provocadas pela pandemia de covid-19.
No início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha alertado para o risco de uma duplicação da mortalidade por malária, devido às consequentes interrupções das campanhas de pulverização e da distribuição de mosquiteiros tratados com inseticida.
O facto de este aumento se ter ficado pelos 9% reflete as medidas tomadas pelos Estados-membros da UA para impedir o pior cenário possível.
Segundo as estimativas revistas da OMS, citadas no documento, o número de mortes por malária é significativamente mais elevado do que se julgava: 2,1 milhões de mortes adicionais em África desde 2000, um aumento de 19%.
Perante estes dados, os autores do documento concluíram que o continente africano não está no bom caminho para eliminar a malária até 2030, uma meta ambiciosa que os países almejavam alcançar.
"África não atingiu o seu objetivo de reduzir a incidência e mortalidade do paludismo em 40% até 2020, com apenas seis Estados a atingirem pelo menos um dos objetivos.
Apesar destas dificuldades, 15 Estados-Membros da UA alcançaram a sua meta para 2020 ou fizeram progressos significativos nesse sentido.
Reduziram a incidência em pelo menos 40% a Etiópia, a Mauritânia, Cabo Verde, Gâmbia e o Gana, enquanto o Essuatíni (antiga Suazilândia), a Guiné Equatorial, o Quénia, o Ruanda, o Senegal e o Togo reduziram a incidência da malária entre 25% a 40%.
O relatório refere que, em relação à mortalidade, esta foi reduzida em 40% na Etiópia, África do Sul.
O Níger, a Serra Leoa e o Togo tiveram a mortalidade reduzida (25% a 40%), enquanto Cabo Verde e São Tomé e Príncipe foram os países da UA sem mortes causadas pela malária desde 2018.
Os autores alertam para o facto de cerca de 63% das atividades dos planos estratégicos nacionais contra a malária não estarem atualmente financiados, em parte devido ao esforço mundial que foi necessário para combater a covid-19, sublinhando a necessidade de aumentar os recursos contra esta doença.
Leia Também: AO MINUTO: OMS insiste na origem; Coreia do Sul passa milhão de casos
Por expresso.pt 5 Fevereiro, 2022
Espera um transplante de pulmão. Mesmo com oxigénio 24h por dia, falta-lhe fôlego para sair de casa. Está sozinha há oito anos, desde que chegou da Guiné. Embaixada de Portugal negou visto à mãe, apesar dos apelos dos médicos
O mundo de Isabel está cada vez mais pequeno, dia a dia a fechar-se sobre o seu T1, no Barreiro. Mesmo com o aparelho portátil de oxigénio em débito máximo, já não consegue ir a Lisboa e nos últimos meses foi desistindo, uma a uma, das rotinas que mantinha dentro do bairro. Há uns dias tentou ir à biblioteca e a meio percebeu que lhe faltava o ar para lá chegar. Voltou para trás. Também já não consegue ir à missa ou sequer dar uma volta pelo quarteirão. Só ainda não abriu mão de estudar — a única coisa que a “impede de enlouquecer” —, mas o esforço começa a ser demais. Mora num 1º andar sem elevador. O despertador toca às 6h para que tenha tempo de apanhar às 9h o autocarro que a leva à escola. Tem de descansar quase a cada passo. São poucas centenas de metros que a deixam tão exausta como se tivesse corrido a maratona. A paragem fica ao fim da rua.
Isabel Bapalpeme, 29 anos, tem dois pulmões, mas o direito não funciona e o esquerdo cada vez menos. E nota-se na voz. Começa audível, mas depressa se desvanece num fiozinho de som. Ela tenta falar, quer falar, mas falta-lhe fôlego. Tinha 15 anos quando uma tuberculose a apanhou numa aldeia no meio do mato, na Guiné-Bissau, onde vivia. Bastava um antibiótico, uns meses de toma, e ficava bem. Mas nunca foi tratada. Foram oito anos de tosse, febre, o corpo cada vez mais magro até aos 27 quilos, em 1,73 m, com que chegou a Portugal, de urgência, ao abrigo do programa de cooperação internacional para a saúde.
Internada em 2014 no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, foi-lhe debelada a doença, mas as lesões eram irreversíveis. O transplante é a única solução. Até lá, espera sozinha, presa a um fio azul de vários metros que a liga ao concentrador de oxigénio colocado na entrada da casa e que lhe permite circular pelo pequeno apartamento onde não há quase nada. Faltam sofás, mesa de jantar, secretária, estante para os romances e policiais que tanto gosta de ler. Passa as horas sentada numa cadeira, a fazer no telemóvel os trabalhos de casa do curso profissional de administrativa que está a tirar. Porque também falta um computador.
Entre tudo o que não tem, o que ela queria mesmo era companhia. O silêncio em que vive só é interrompido pelo som da máquina que a liga à vida. “Queria muito a minha mãe aqui. Não consigo sorrir desde 2008 e eu não era assim. Era alegre, espontânea. Mas agora o meu mundo está a fechar-se”, desabafa. O suporte familiar é um dos fatores fundamentais para um doente poder ser transplantado. Isabel está em lista de espera, mas o facto de viver sozinha é um obstáculo ao sucesso da intervenção. Por isso, os médicos que a acompanhavam no Centro Hospitalar Lisboa Norte enviaram, em 2018, duas cartas à Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau apelando à emissão de um visto para a vinda da mãe.
Nenhuma das missivas, onde era descrita a gravidade da situação e a necessidade “fundamental” da presença da família, teve resposta. E apesar dos apelos humanitários, em março de 2019 o pedido de visto foi recusado, por “não ser possível comprovar a intenção da requerente [a mãe, Sábado Bapalpeme] de abandonar o território antes do visto caducar”. Ou seja, por não existir uma data de regresso da mãe, temendo-se a permanência irregular em Portugal.
€204 por mês
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) justifica a recusa com o facto de a mãe ter pedido o visto errado: “A referida cidadã apresentou um pedido de visto Schengen sem preencher os respetivos requisitos. Deveria ter requerido um visto nacional de estada temporária para acompanhamento de familiar sujeito a tratamento médico (tipologia E7).” Mas a embaixada nunca lhe explicou isso, mesmo sabendo, pelas cartas dos médicos, que se tratava de uma situação de saúde.
Já depois da resposta do MNE, a mãe voltou à embaixada de Portugal em Bissau, para pedir o visto correto. Mas não conseguiu sequer ser recebida.
A embaixada portuguesa falhou-lhe, a da Guiné também. Isabel nunca recebeu apoio económico do seu país desde que veio para Portugal, apesar de os protocolos de cooperação preverem ajuda por parte dos países de origem. Sobrevive graças ao Rendimento Social de Inserção (RSI), que lhe dá €204 por mês, e ao apoio do primo Silvânio, o único familiar em Portugal, que tratou da sua vinda, que a ajuda a pagar a renda de €245, que lhe faz as compras e a acompanha em todo o processo clínico.
Isabel é agora seguida no Centro Hospitalar de Lisboa Central, a que pertence o Hospital de Santa Marta, o único no país a fazer transplantes de pulmão (ver texto ao lado). Apesar de estar há mais de dois anos a ser acompanhada na consulta de transplantação, só recentemente entrou em lista de espera ativa. Havia doentes mais urgentes e até há pouco tempo a jovem ia conseguindo fazer a sua vida com o recurso a oxigénio, mesmo com grandes limitações. Mas o seu estado agravou-se. “O pulmão direito está completamente destruído e o esquerdo já tem grandes dificuldades”, explica Luísa Semedo, responsável da equipa de transplantação pulmonar. De quanto tempo vai ser a espera, ninguém sabe: há cerca de 60 pessoas na mesma lista.
Neste momento, qualquer esforço pode fazê-la colapsar. “Esteve prestes a desmaiar a tentar subir umas escadas”, conta Ana Cysneiros, que a esperava à saída do barco, na última vez que tentou ir a Lisboa. Pneumologista, estava de urgência no dia em que “Belita” chegou da Guiné, em 2014. Foi quem a admitiu no Pulido Valente, “emagrecida até ao osso”. Tornaram-se amigas, uma família que se escolheu.
Durante a conversa de Isabel com o Expresso, é a médica que lhe completa as frases, quando já não resta à guineense ar para continuar. Conhece-lhe a vida ao pormenor. Sabe que os dois bolos que fez para as visitas demoraram horas a confecionar, com pausas a cada passo da receita. Que a limpeza imaculada da casa não é só de hoje, está sempre assim, apesar do esforço sobre-humano. Que anda preocupada com o vizinho de cima, que ameaça queixar-se ao senhorio do barulho do aparelho de oxigénio. Que lhe dói não ter ido para a universidade estudar enfermagem quando tinha notas para isso, mas faltava-lhe autonomia de oxigénio.
“Quando a ‘Belita’ chegou, falava mal português. Entrou para o 8.º ano e em menos de um ano tornou-se a melhor aluna. Tem uma resiliência surpreendente. Era de esperar que estivesse quieta, na cama. Mas não. Não gosta de mostrar fragilidades. É fácil subestimar o impacto que o oxigénio tem na sua vida”, reconhece Ana Cysneiros.
Para a reportagem, Isabel arranjou o cabelo, pôs trancinhas e uma franja, vestiu-se para ir à rua — sem chegar a ir —, mas já não pôde esconder o tubo do oxigénio durante as fotografias como sempre fez. 24h por dia são 24h por dia. Nem um segundo a menos.
O grupo acusado de invadir a sede do PAIGC recusou hoje ter tomado de assalto o partido, salientando que apenas queriam exigir os seus direitos enquanto militantes.
Segundo Buli Djabuli, o grupo Dirigiu-se ao partido por vias democráticas e para mostrar ao presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, que não concordaram com a forma como está a dirigir o partido. Buli Djabuli negou também ter levado armas, nomeadamente catanas e facas e disse que os confrontos provocaram cinco feridos ligeiros.
Os jovens queriam entregar hoje, de acordo com Buli, uma petição a pedir a demissão de Domingos Simões Pereira.
Em reação, o advogado do PAIGC, Carlos Pinto Pereira, garante que, se for uma decisão judicial, o partido foi instruído a cumpri-la. Se for pelo argumento do decreto que prorroga o estado de alerta para o adiamento da conferência do setor autónomo de Bissau, o advogado do PAIGC não escondeu a sua estranheza.
Carlos Pinto Pereira, disse que há uma contradição na interpretação da lei pelas autoridades na prorrogação do Estado de alerta, pois, segundo ele, não só viola os direitos dos militantes do PAIGC como também impedir a realização do décimo congresso do partido. Carlos Pinto Pereira disse que o partido repudia esta atuação das autoridades do país, que nada abona uma sã convivência num estado de direito.
O PAIGC, através duma nota, instruiu a todas as estruturas do partido a prosseguirem com os trabalhos para a realização das conferências agendadas, respeitando as regras de distanciamento social e uso de máscaras individuais.
O governo garante que está na posse de provas materiais da tentativa de golpe de Estado e que serão remetidos ao Ministério Público.
A denúncia foi feita hoje pelo ministro do Turismo e Porta-voz do governo, Fernando Vaz. Para contrariar os setores políticos que tentam inverter os fatos. Fernando Vaz revela que há indícios de participação de pessoas ligada ao narcotráfico, tal como avançou o presidente da República.
De acordo com Fernando Vaz, relatos refutados de implicações de personalidade na tentativa de golpe de estado, são dos próprios elementos que tomaram e que estão sob controlo das autoridades.
O porta-voz do governo acusa alguns setores políticos e imprensa portuguesa de estar a desinformar.
Em memória das vítimas do ataque ao Palácio do governo na passada terça-feira observa hoje e amanhã, dois dias de luto nacional.
Caros camaradas militantes e simpatizantes do MADEM-G15, hoje tomei a decisão de apresentar o meu pedido de suspensão de militância junto do MADEM-G15.
As razões são várias, mas a principal está relacionada com a tentativa de limitar a minha liberdade de expressão, coisa que jamais irei abdicar por pessoa alguma.
Muitos dentro do MADEM-G15 ainda julgam que todos nós temos o mesmo propósito, o de servir cegamente o Braima Camará e o partido, mesmo que isso implique ir contra os nossos princípios.
Ultimamente as tentativas de me silenciar aumentaram imenso, pessoas que constantemente enviam prints das minhas publicações ao BC, com argumentos de que as minhas opiniões estariam a prejudicá-lo, como se o Braima Camará tivesse algum controle sobre os meus pensamentos.
Eu já aqui frisei por diversas vezes de que não vivo da política e nem tenho ambições de o fazer, a prova disso é esta minha carta de suspensão de militância dirigida ao coordenador nacional, suspendendo toda e qualquer ligação ao partido e ao coordenador.
Pretendo manter a minha liberdade de escrever o que bem entendo sobre o meu país.
Um abraço do vosso amigo e camarada.
@AUChair2022 |
Por LUSA 05/02/22
O Chefe de Estado do Senegal, eleito hoje presidente da União Africana, numa cimeira em Adis Abeba, considera os golpes de Estado em África um "grande ataque à democracia e à estabilidade institucional no continente".
"Os Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) elegeram hoje o Presidente do Senegal, Macky Sall, como o novo presidente da União Africana para o ano 2022", lê-se num comunicado emitido hoje pela organização, que representa 55 Estados africanos.
De acordo com a mesma nota, no seu no seu discurso de aceitação, Macky Sall referiu-se às crises mais recentes do continente e afirmou: "Não esqueço o ressurgimento do fenómeno dos golpes de Estado, que constitui um grande ataque à democracia e à estabilidade institucional no continente",
Isto numa alusão aos golpes de Estado que ocorreram no Mali, Burkina Faso, Guiné-Conacri e à mais recente tentativa na Guiné-Bissau.
A eleição de Macky Sall decorreu durante a 35.ª Sessão Ordinária da Assembleia da União, que se realiza presencialmente na sede da UA, em Adis Abeba, Etiópia, sob o tema "Reforçar a Resiliência na Nutrição e Segurança Alimentar no Continente Africano": Reforço dos Sistemas Agro-alimentares, Saúde e Protecção Social para a Aceleração do Desenvolvimento Humano, Social e Económico", adianta a nota.
O Presidente Macky Sall sucede na presidência rotativa da UA a Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo, Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), que concluiu hoje o seu mandato para o ano de 2021.
A eleição do novo líder rotativo da UA, bem como a assembleia, ocorreram na sessão da abertura oficial da 35.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da UA, na presença do presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, da vice-presidente da Comissão da UA, Monique Nsanzabaganwa, de representantes das Nações Unidas e da Comissão Económica Regional, entre outros dignitários e convidados e responsáveis da UA.
A composição da nova mesa da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana para 2022, tal como apresentada pelo decano do Comité de Representantes Permanentes (PRC), é a seguinte: o Presidente da União Africana (UA), é o cargo ocupado pelo Presidente da República do Senegal, (região da África Ocidental). Para o cargo de primeiro Vice-Presidente da União as consultas ainda estão em curso. Já o relator será da RDCongo - (região da África Central), o segundo Vice-Presidente é da Líbia, (Região Norte); e o terceiro Vice-Presidente de Angola, (Região Sul) do continente africano
No seu discurso final, o Presidente Felix- Antoine Tshisekedi desejou ao sucessor "uma presidência bem-sucedida e agradeceu aos chefes dos Estados-membros da UA, bem como ao gabinete da UA, o apoio prestado durante o seu mandato.
Um mandato que considerou "marcado pela crise sanitária que prevalece, causada pela pandemia de covid-19".
O Presidente da RDCongo salientou ainda assim "algumas das realizações" sob a sua presidência da União, "nomeadamente, o empoderamento económico das mulheres e dos jovens, o reforço da democracia e da boa governação, entre outros programas de desenvolvimento no âmbito da Agenda 2063", segundo o comunicado.
Além disso, sublinhou "as iniciativas empreendidas sob a sua liderança para enfrentar os desafios da pandemia".
No seu discurso de aceitação, o Presidente do Senegal, Macky Sall, disse "apreciar a honra, aliada à responsabilidade e confiança investidas na sua pessoa, e nos membros da nova mesa, de liderar o destino da organização durante o próximo ano".
"Agradeço-vos e asseguro-vos do nosso compromisso de trabalhar em conjunto com todos os países membros no exercício do nosso mandato", afirmou o novo Presidente da União.
Macky Sall prestou homenagem aos fundadores da Organização e sublinhou: "Seis décadas depois, a sua visão luminosa continua a inspirar a nossa convivência e a iluminar a nossa marcha unida em direção ao ideal da integração africana".
"É precisamente neste espírito pan-africano que o Presidente Léopold Sédar Senghor tinha proposto, na cimeira da OUA de julho de 1964, estabelecer 'uma autoridade política e moral permanente da Conferência de Chefes de Estado e de Governo' para dar um impulso de alto nível à gestão dos assuntos do continente", recordou.
O recém-eleito Presidente da União manifestou o seu apreço pelos consideráveis esforços dedicados ao serviço do continente africano realizados pelo seu antecessor e realçou: "Ao celebrar este ano o seu 20.º aniversário, a nossa União pode orgulhar-se dos progressos realizados no âmbito de grandes iniciativas como a NEPAD, PIDA, APRM, Vision 2063, a reforma institucional, a Grande Muralha Verde, a AfCFTA e, mais recentemente, a nossa resposta coordenada à pandemia de covid-19".
"Ao mesmo tempo, os nossos desafios continuam a ser numerosos e prementes; nomeadamente nos domínios da paz e da segurança, da luta contra o terrorismo, da proteção ambiental, da saúde e do desenvolvimento económico e social", salientou.