quinta-feira, 27 de junho de 2024

Um mês após o lançamento, a missão EarthCare, da Agência Espacial Europeia (ESA), já conseguiu revelar segredos sobre o funcionamento e a dinâmica das nuvens, dados que podem ser relevantes para uma melhor compreensão das alterações climáticas.

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Por Lusa  27/06/24 
 Missão EarthCare revela segredos sobre funcionamento das nuvens
Um mês após o lançamento, a missão EarthCare, da Agência Espacial Europeia (ESA), já conseguiu revelar segredos sobre o funcionamento e a dinâmica das nuvens, dados que podem ser relevantes para uma melhor compreensão das alterações climáticas.

O satélite da ESA enviou a primeira imagem de um dos seus instrumentos e, pela primeira vez a partir do espaço, revela a estrutura interna e a dinâmica das nuvens, informou hoje a Agência Espacial Europeia, que referiu que esta captura "extraordinária" é apenas um primeiro vislumbre de todo o potencial do instrumento, uma vez que esteja plenamente calibrado.

O EarthCare transporta quatro instrumentos sofisticados concebidos para trabalhar em conjunto para lançar uma nova luz sobre o papel que as nuvens e os aerossóis desempenham no aquecimento e arrefecimento da atmosfera da Terra, contribuindo para uma melhor compreensão das alterações climáticas.

A missão foi lançada em 29 de maio e enviou a sua primeira imagem através do "cloud profiling radar", fornecido pela Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA).

Os primeiros dados dos três instrumentos europeus do satélite -- o radiómetro de banda larga, o "lidar atmosférico" e o gerador de imagens multiespectral -- são esperados nas próximas semanas e meses, detalhou a ESA num comunicado hoje divulgado.

Takuji Kubota, cientista da missão da JAXA para o radar de perfil de nuvens, avaliou a imagem enviada, que revela detalhes sobre a estrutura interna da dinâmica das nuvens sobre o oceano, a leste do Japão, em 13 de janeiro.

"Nunca obtivemos esse tipo de informação medida do espaço. É tudo o que esperávamos e muito mais. Acredito que o radar de perfil de nuvem proporcionará diversas descobertas científicas", afirmou.

A imagem é apresentada em duas partes; à esquerda, os dados revelam a concentração vertical de partículas de nuvens medidas como refletividade do radar. Vê-se claramente que a parte mais densa da nuvem está no seu centro, onde existem mais partículas maiores.

À direita está a velocidade de queda das partículas de nuvens, com valores baixos na camada superior, indicando cristais de gelo e flocos de neve em suspensão, ou caindo lentamente, enquanto na camada inferior os valores muito mais elevados de velocidades de queda indicam chuva.

Ambas as imagens mostram uma fronteira clara a uma altitude de cerca de cinco quilómetros, onde o gelo e a neve derretem, formando gotículas de água que caem como chuva.

O Cloud Profiling Radar usa a sua capacidade "Doppler" para medir a velocidade vertical do movimento do gelo, neve e chuva.

Esta informação detalhada sobre a densidade, distribuição de tamanho e velocidade das partículas permitirá aos cientistas distinguir os componentes das nuvens e, portanto, compreender melhor a sua física, informou a ESA, que sublinhou que é a primeira vez que esta medição é realizada no espaço.

Até agora, estes dados só podiam ser obtidos através de radares de nuvens no solo ou em aviões, métodos que só podem medir áreas limitadas, mas o "radar de perfil de nuvens" transportado pelo satélite "EarthCare" pode medir a estrutura das nuvens uniformemente em todo o planeta.

A Diretora dos Programas de Observação da Terra da ESA, Simonetta Cheli, também valorizou o primeiro resultado obtido pela missão e pela agência JAXA.

Leia Também: A NASA anunciou hoje que selecionou a SpaceX para construir um veículo capaz de empurrar a Estação Espacial Internacional de volta à atmosfera da Terra para que seja destruída após concluir as suas funções em 2030. 


Leia Também: Segundo a  American Dental Association, aqui citada pelo agregador de blogues HuffPost, a troca de escova de dentes deve ser feita a cada três ou quatro meses, não mais do que isso. A escova acaba por desgastar-se, perde eficácia e até acumula bactérias com o passar do tempo. 


 

Bolívia: Da tentativa falhada ao "auto golpe de Estado". Que aconteceu na Bolívia?

© Gaston Brito Miserocchi/Getty Images
Por  Notícias ao Minuto  27/06/24

Tanques e soldados fortemente armados chegaram na quarta-feira à sede do governo boliviano sob o comando do já demitido comandante do exército Juan José Zuñiga, naquilo que o presidente boliviano Luis Arce denunciou como uma "tentativa de golpe de Estado". Arce substituiu todo o alto comando militar e, minutos depois, Zuñiga e as suas tropas armadas retiraram-se.

A Bolívia viveu esta quarta-feira, 26 de junho, um dia agitado, na sequência de uma tentativa de golpe de Estado contra o governo do presidente boliviano, Luis Arce. Mas como tudo começou e em que ponto está a situação?

Luis Arce começou por denunciar "mobilizações irregulares" de algumas unidades do Exército do país. Ao mesmo tempo, Evo Morales, antigo presidente do país, dava conta de que se estava a desenrolar um golpe de Estado na capital boliviana, onde militares armados e veículos blindados tinham sido detetados.

Pouco depois, o comandante demitido Juan José Zuñiga ameaçava "tomar" a sede do poder executivo, tendo sido ele a ordenar uma mobilização militar nas ruas. Zúñiga confirmou que as Forças Armadas tinham tomado a Praça Murillo, em La Paz, e avisava que Luis Arce era o presidente da Bolívia "por enquanto".

De notar que o general Juan José Zuñiga terá sido destituído do cargo na terça-feira, na sequência das suas declarações sobre a possível recandidatura de Evo Morales em 2025. O militar destacou, em entrevista ao programa televisivo 'No Mentirás', que Morales não está qualificado para concorrer à presidência.

Durante tensões, presidente da Bolívia empossou novos chefes militares

Durante as tensões, o presidente boliviano nomeou novos chefes Exército, da Marinha e da Força Aérea. "Os golpistas não passarão", gritou, empossando os novos chefes e destituindo os altos comandantes militares que tentaram o "golpe de Estado".

Após ter sido nomeado novo chefe do Exército, o general José Wilson Sánchez, falou no palácio presidencial em La Paz, ordenando a todas as forças militares que se desmobilizem e regressem aos seus batalhões. "Ordeno a todos os que estão mobilizados que regressem às suas unidades. Ninguém quer as imagens que estamos a ver nas ruas", afirmou.

Gerardo Zabala Álvarez tomou posse como comandante da Força Aérea e Renán Guardia Ramírez como comandante da Marinha.

Uma tentativa falhada. Líder militar acaba detido

Pouco depois desta tomada de posse, Juan José Zúñiga deixou a Praça Murillo e também os soldados sob suas ordens desmobilizaram do local.

Antes disto, tinha invadido a sede do Executivo, tendo sido abordado diretamente por Luis Arce, na porta da Casa Grande del Pueblo, que foi derrubada por um tanque militar. O presidente ordenou-lhe que retirasse os soldados que o acompanhavam. "Recuar todas essas forças é uma ordem", gritou Luis Arce para Zuñiga.

O comandante demitido viria a ser detido pela polícia na quarta-feira à saída do quartel-general do Estado-Maior boliviano. A detenção, divulgada pela televisão pública, ocorreu às 19h00 de quarta-feira (00h00 de quinta-feira em Lisboa).

A Procuradoria-Geral do Estado da Bolívia tinha anunciado antes a abertura de uma investigação contra Juan José Zúñiga e todos os militares que entraram "à força" na sede do governo boliviano em La Paz.

"Perante os últimos acontecimentos na cidade de La Paz", sede do Governo e do Parlamento, o procurador-geral do Estado, Juan Lanchipa, "determinou a instauração de todas as ações judiciais (...) contra o general Juan José Zúñiga e todos os demais participantes nos fatos ocorridos e que constituem infrações penais", destacou o Ministério Público, em comunicado citado pela agência Efe.

Comunidade internacional rejeitou tentativa de golpe de Estado

A comunidade internacional rejeitou por unanimidade a tentativa de golpe de Estado ocorrida na Bolívia e apoiou o seu presidente Luis Arce.

Desde o Paraguai, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou categoricamente que a organização não tolerará "qualquer forma de violação da legítima ordem constitucional na Bolívia".

Também a presidente temporária da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e presidente das Honduras, Xiomara Castro, convocou uma reunião urgente dos líderes dos países da organização regional para "condenar o fascismo que hoje ataca a democracia na Bolívia".

o governo dos EUA referiu à agência Efe que estava a "monitorizar de perto" a situação, apelando à "calma e moderação", sem mencionar a expressão 'golpe de Estado' que Arce tem utilizado.

A União Europeia (UE) também condenou "qualquer tentativa de golpe" e expressou "a sua solidariedade com o governo e o povo boliviano", segundo o alto representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.

"A União Europeia condena qualquer tentativa de minar a ordem constitucional na Bolívia e de derrubar governos democraticamente eleitos, e manifesta a sua solidariedade para com o governo e o povo bolivianos", lia-se numa publicação do chefe da diplomacia europeia.

De notar que a Bolívia, um país de 12 milhões de habitantes, tem assistido a protestos cada vez mais intensos nos últimos meses devido ao declínio vertiginoso da economia, de um dos continentes com crescimento mais rápido há duas décadas para um dos mais atingidos pela crise.

O país também tem assistido a uma rutura de grande visibilidade nos mais altos níveis do partido do governo.

Arce e o seu antigo aliado, ícone esquerdista e ex-presidente Morales, têm lutado pelo futuro do fragmentado Movimento pelo Socialismo da Bolívia, conhecido pela sigla MAS, antes das eleições de 2025.

"Auto golpe de Estado"?

Apoiantes do antigo pesidente Evo Morales acusaram Luis Arce de realizar um "auto golpe de Estado" para aumentar a sua popularidade, quando o país atravessa uma crise económica.

"[De] magistrados auto prorrogados a um auto golpe, o povo boliviano está a afundar-se na incerteza", disse o presidente da câmara alta do parlamento da Bolívia, Adrónico Rodríguez, citado pelo jornal 'El Deber'.

Rodríguez referia-se aos juízes do Tribunal Constitucional, Supremo Tribunal, Tribunal Agroambiental e Conselho da Justiça, que decidiram prolongar os seus mandatos em dezembro face ao impasse

Também César Dockweiler, um outro dirigente do Movimento para o Socialismo, partido liderado por Evo Morales e que domina o parlamento da Bolívia, falou de um "auto golpe" para fortalecer Arce durante uma crise económica.

A deputado Luisa Nayar descreveu a operação militar como um "espetáculo político incrível, montado pelos irresponsáveis, incapazes e corruptos, inquilinos" da presidência da Bolívia, que acusou de usarem "um general maluco".

Horas antes, o ministro do Interior da Bolívia, Eduardo del Castillo, garantiu que Zuñiga pretendia "assumir o comando" do país, numa operação militar que "não foi um exercício".

O governante alegou que houve "gestão política" dos acontecimentos, uma vez que alguns setores tinham anunciado a realização de protestos esta semana e Zuñiga procurava "ganhar o apoio popular".

O ministro garantiu que o governo fará "todos os esforços" para que Zuñiga e Arnez "sejam condenados por sublevação armada, ataque ao Presidente e destruição de propriedade pública e privada".

Ao ser detido pela alegada "tentativa de golpe de Estado", Zuñiga acusou Luis Arce de ter ordenado a operação militar. "No domingo, na escola La Salle, encontrei-me com o presidente [Luis Arce] e o Presidente disse-me que a situação está muito complicada, que esta semana seria crítica e que 'algo é necessário para aumentar a minha popularidade'", disse Zuñiga ao ser detido.

O comandante disse que perguntou ao presidente da Bolívia se deveria "tirar os veículos blindados" dos quartéis e que Arce respondeu: "Tire-os".

Também o ministro da Justiça negou, na rede social X (antigo Twitter), as alegações, dizendo que o militar estava a mentir para tentar justificar o golpe.

Ivan Lima acrescentou que o Ministério Público irá pedir a pena máxima de 20 anos de prisão para Zúñiga, "por ter atacado a democracia e a Constituição".

Leia Também: Ministro diz que líder militar queria tomar o poder na Bolívia 


A China, onde mais de metade dos adultos tem excesso de peso ou é obesa, anunciou hoje uma campanha de três anos para "reforçar a gestão do peso" e incentivar "estilos de vida saudáveis".

© Lusa
Por Lusa  27/06/24
 China lança campanha de combate ao excesso de peso
A China, onde mais de metade dos adultos tem excesso de peso ou é obesa, anunciou hoje uma campanha de três anos para "reforçar a gestão do peso" e incentivar "estilos de vida saudáveis".


A Comissão Nacional de Saúde e os ministérios da Educação e dos Assuntos Civis, entre outros departamentos governamentais, delinearam uma série de medidas destinadas a "criar um ambiente favorável à gestão do peso", "melhorar significativamente a consciência e as técnicas de controlo do peso na sociedade" e encorajar a "adoção de estilos de vida saudáveis", informou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

A iniciativa surge na mesma semana em que Pequim aprovou a venda no país asiático do medicamento injetável Wegovy, produzido pelo gigante dinamarquês Novo Nordisk e utilizado para a perda de peso.

A iniciativa oficial procura igualmente abordar a questão do peso anormal em certos grupos demográficos e insta os empregadores a "fornecer infraestruturas e comodidades que promovam a atividade física" entre os seus trabalhadores.

O plano prevê ainda a promoção da construção de cantinas e restaurantes saudáveis nos estabelecimentos de ensino, evitando a venda de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura.

A iniciativa irá também implementar um plano de ação para melhorar a aptidão física dos estudantes, garantindo pelo menos uma hora de atividade física diária dentro e fora da escola, informou a agência.

A campanha prevê ainda esforços para "transformar as técnicas de processamento dos alimentos, reduzindo razoavelmente o teor de óleo, sal e açúcar nos produtos processados".

Os níveis de peso estão intimamente relacionados com a saúde das pessoas, sendo o peso anormal, particularmente o excesso de peso e a obesidade, um importante fator de risco para doenças crónicas como as doenças cardiovasculares, diabetes e certos tipos de cancro, afirmaram as autoridades do país asiático.

Durante a segunda Conferência sobre Obesidade da China, realizada em agosto, estimou-se que mais de metade da população adulta da China tem excesso de peso ou é obesa, condições que, até 2030, representarão 22% do total das despesas médicas do país.

O fórum também destacou a distribuição geográfica desigual da obesidade no país asiático, com uma maior prevalência de excesso de peso no norte em comparação com o sul, atribuível a fatores como a dieta e o clima.

Leia Também: A Coreia do Norte disse hoje que testou com sucesso um sistema de "ogivas móveis múltiplas", num teste efetuado na quarta-feira e que, de acordo com o Sul, terminou com uma explosão no ar. 


Religião: A China continua a prender milhares de pessoas anualmente por praticarem a sua fé de uma forma que ameaça a primazia do Partido Comunista, segundo um relatório divulgado do Departamento de Estado norte-americano.

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Por Lusa  27/06/24 
 EUA acusam China de prender milhares anualmente por praticarem fé
A China continua a prender milhares de pessoas anualmente por praticarem a sua fé de uma forma que ameaça a primazia do Partido Comunista, segundo um relatório divulgado do Departamento de Estado norte-americano.


Divulgado pelo secretário de Estado, Antony Blinken, na quarta-feira, o 25.º Relatório Anual sobre Liberdade Religiosa Internacional afirmou que as garantias constitucionais da China à liberdade religiosa são obstruídas por regulamentos que "exigem que o clero jure fidelidade ao Partido Comunista".

O documento afirmou que as autoridades chinesas iniciaram recentemente uma campanha para fazer cumprir esses regulamentos, depois de ter sido emitida uma "medida administrativa" em setembro de 2023.

De acordo com a medida, todos os locais de culto devem "defender a liderança do Partido Comunista, implementar o 'Pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas' e promover a sinificação da religião", destacou o relatório.

Os que não cumprem são "torturados, maltratados fisicamente, presos, detidos, condenados à prisão, sujeitos a doutrinação forçada (...) ou desaparecem", acrescentou a mesma fonte, observando que as acusações ou denúncias contra os fiéis são frequentemente "vagas ou insubstanciais".

A "falta de transparência" das autoridades chinesas torna impossível discernir os números exatos de detenções e prisões, mas "as estimativas das pessoas presas durante o ano [2023] devido às suas crenças religiosas variaram entre os poucos milhares e mais de 10.000".

Um pouco mais de metade dos chineses são ateus ou não são afiliados à religião, indicou o Departamento de Estado, enquanto 18,2% da população se identifica como budista, 5,1% como cristã, 1,8% como muçulmana e 21,9% segue religiões populares.

Apenas cinco religiões - budismo, taoismo, islamismo, protestantismo e catolicismo - são oficialmente reconhecidas na China e autorizadas a serem praticadas abertamente, o que deve ser feito sob a bandeira de grupos aprovados pelo Estado e vigiados pelas autoridades.

No lançamento do relatório, Blinken condenou a intensificação da sinificação forçada dos budistas tibetanos na China e o "genocídio e os crimes contra a humanidade que a China está a cometer contra uigures predominantemente muçulmanos em Xinjiang".

Isto faz parte de uma campanha mais ampla para forçar os chineses membros de minorias étnicas a assimilarem-se ao que Pequim considera ser a cultura dominante.

No ano passado, as autoridades chinesas proibiram, por exemplo, que os estudantes tibetanos falassem a sua língua materna e proibiram-nos de frequentar aulas particulares fora do sistema de ensino público.

O porta-voz da Embaixada da China em Washington, Liu Pengyu, considerou as conclusões do relatório infundadas e acusou o Departamento de Estado norte-americano de tentar interferir nos assuntos internos chineses.

"O Governo chinês protege a liberdade de crença religiosa dos cidadãos de acordo com a Lei. As pessoas de todos os grupos étnicos na China têm pleno direito à liberdade de crença religiosa, tal como previsto na lei", afirmou Liu, acrescentando que a China tem "quase 200 milhões de crentes religiosos".

"Apelamos às partes interessadas para que deixem de utilizar as chamadas questões religiosas para se imiscuírem nos assuntos internos da China", acrescentou o porta-voz.

Leia Também: "Direitos" de liberdade religiosa podem ser "limitados" em Macau 


 

Leia Também: As autoridades dos EUA identificaram mais de 400 migrantes que viajaram nos últimos três anos para o país,  oriundos da Ásia Central, através de uma rede de tráfico ligada ao Estado Islâmico (EI), disseram funcionários governamentais. 


NO COMMENTS

Por Abel Djassi

O Presidente da Cruz Vermelha da Guiné-Bissau procedeu esta Quarta-feira em Catió, zona Sul do País a entrega de 97 tubos para drenagem nas bolanhas na ilha de Komo e, serviu também de ocasião para manter contactos com os parceiros locais.

Por  Radio Voz Do Povo

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Uma análise de 32 minutos sobre o discurso do nosso irmão Ussumane Camará, pois, ele disse que para fazer parte da edificação principal do partido Paigc hoje é uma benção, isto é, só pode ser pela graça de DEUS.

Eu discordo profundamente e vou argumentar ao vivo. Enquanto estou vivo, ninguém mais vai enganar o nosso povo.
(Secretariado da Juventude Africana Amílcar Cabral do Setor Autónomo de Bissau, promove Djumbai no quadro preparativo da primeira jornada regional de reflexão, previsto para o próximo dia 11 e 12 de Agosto no circulo eleitoral - 28, em Bissau.)

Por  O Democrata Osvaldo Osvaldo

6 de Julho de 2024 - Projeção do filme “O pequeno escritor” na UCCLA

Projeção do filme “O pequeno escritor” na UCCLA

No âmbito das comemorações do aniversário da Independência de Moçambique, a Associação MOZAPAZ vai apresentar, dia 6 de julho, às 15 horas, o filme “O pequeno escritor”, do realizador Júlio Silva. Trata-se de uma narrativa cinematográfica que procura fazer um tributo aos escritores moçambicanos, e que será apresentada no auditório da UCCLA.

Após a projeção do filme decorrerá um debate, moderado pelo escritor de Moçambique Delmar Maia Gonçalves, com os poetas e escritores Mar Wolkers (Brasil); Mário Guerra Jr. (Angola), Luana Tolentino (Cabo Verde), Ludger Carvalho (São Tomé e Príncipe) e Luís Ochoa (Portugal).

A entrada é livre.

Sinopse do filme:

Numa vila moçambicana, vive uma criança fascinada por livros. Com o apoio de sua mãe, cresce sempre com um livro na mão.

Na sua adolescência, resolve vender livros moçambicanos usados para todos os alunos do bairro de forma a conseguir umas moedas para poder ajudar sua mãe no pão de cada dia.

Para atrair clientes, vai declamando as poesias encontradas.

O seu sucesso não é bem visto por alguns rapazes do bairro, e isso o obriga a enfrentar vários desafios.

Com os melhores cumprimentos,

Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

uccla@uccla.pt | www.uccla.pt Facebook Linkedin | Youtube | Instagram | Twitter |ISSUU

Faladepapagaio

PR em Cassolol, zona fronteiriça com o Senegal, para a cerimónia tradicional que marca a saída dos fanados da etnia Felupe. GENERAL UMARO SISSOCO EMBALÓ foi recebido pelo REI SIMENH UTIN.

 Radio Voz Do Povo

A agenda da Presidência Guineense na CPLP-2025 e o Programa Indicativo de Cooperação estiveram no centro das discussões entre os Secretários de Estado da Cooperação da Guiné-Bissau e Portugal.

Em visita de trabalho, o Secretário de Estado Português da Cooperação Nuno Sampaio se reuniu com a Secretária de Estado da Cooperação Internacional, Nancy Cardoso no âmbito do reforço das relações entre Bissau e Lisboa.

 Radio Voz Do Povo

Quénia. Presidente retira projeto de lei orçamental que motivou protestos

© Getty Images
Por Lusa  26/06/24 
O Presidente do Quénia, William Ruto, anunciou hoje a retirada do projeto de lei orçamental que continha aumentos e a aplicação de novos impostos, desencadeando fortes protestos com consequências mortais no país.

"Depois de ouvir atentamente o povo queniano, que disse alto e em bom som que não quer ter nada a ver com esta Lei das Finanças 2024, inclino a minha cabeça e não promulgarei a Lei das Finanças 2024, que será, portanto, retirada", disse hoje William Ruto num discurso, após um dia de fortes protestos contra a lei, que fez 22 mortos, segundo a Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia.

"Após a aprovação do projeto de lei, o país assistiu a uma expressão generalizada de insatisfação com a lei tal como foi aprovada, o que infelizmente levou à perda de vidas e à destruição de bens", acrescentou o Presidente.

A votação de terça-feira do projeto de lei no parlamento, onde o partido presidencial Kenya Kwanza tem a maioria, provocou a ira dos manifestantes reunidos nas proximidades, em Nairobi, para o terceiro dia de protestos contra o projeto de lei em oito dias.

A multidão invadiu o parlamento, saqueando e incendiando vários edifícios, num ataque sem precedentes na história da independência do país desde 1963.

De acordo com várias organizações não-governamentais, a polícia disparou munições reais contra a multidão.

Nairobi e várias outras cidades foram também palco de pilhagens.

Foram incendiados edifícios em Eldoret, no Vale do Rift, o reduto do Presidente.

O Presidente apelou à realização de uma consulta nacional.

"Uma vez que nos livrámos da Lei das Finanças de 2024, precisamos de ter uma conversa com a nação para avançar. (...) Como é que vamos gerir a situação da nossa dívida em conjunto? (...) Vou propor um compromisso com os jovens da nossa nação, os nossos filhos e filhas", afirmou o chefe de Estado.

Uma das principais figuras do movimento de protesto antigovernamental do Quénia, Hanifa Adan, descreveu o anúncio feito pelo Presidente como uma "manobra de relações públicas".

"O projeto de lei foi retirado, mas vai trazer de volta com vida todos os que morreram?", disse a jornalista e ativista na rede social X (antigo Twitter).

Para o Governo, estas medidas fiscais eram necessárias para restaurar a margem de manobra do país, fortemente endividado, com a dívida pública a representar cerca de 70% do Produto Interno Bruto, e para financiar o seu ambicioso orçamento para 2024-25, com uma despesa recorde de 4.000 mil milhões de xelins (29 mil milhões de euros).


Leia Também: Sobe para 22 número de mortos na manifestação de terça-feira no Quénia

Kyiv: Embaixador norte-americano encontrado sem vida num hotel na Ucrânia... Tinha chegado ao país na semana passada.

© Getty Images/ Jaap Arriens/NurPhoto

Por  Notícias ao Minuto   26/06/24
Um diplomata norte-americano foi encontrado sem vida dentro do quarto de um hotel em Kyiv, na Ucrânia.

"Pelas 11h de ontem, o corpo de um embaixador norte-americano foi encontrado no quarto de hotel. O corpo não apresenta sinais de violência", disse fonte da polícia, segundo a agência de notícias russa TASS.

A identidade da vítima não foi revelada, sabendo-se apenas que estava hospedado no Hotel Hilton, na capital ucraniana.

O homem chegou à Ucrânia no dia 15 de junho.

Leia Também: O Governo alemão apresentou hoje um projeto de lei para reforçar a sua política contra o ódio na Internet, planeando expulsar da Alemanha os imigrantes que celebrem 'online' atos terroristas. 


Brevemente a Guiné-Bissau vai beneficiar de um navio de transportes resultado da cooperação existente entre o governo guineense e português.

Por Radio TV Bantaba

2ª Reunião do Comité dos Representantes Permanentes dos Estados mem-bros da CEDEAO como órgão consultivo do Conselho de Ministros da CEDE-AO

Por ecowas.int 26 Jun, 2024
A Comissão da CEDEAO acolheu esta quarta-feira, 26 de junho de 2024, em Abuja, Nigéria, a 2ª Reunião do Comité de Representantes Permanentes dos Estados Membros da CEDEAO como órgão consultivo do Conselho de Ministros da CEDEAO. A reunião foi oficialmente presidida pela Suas Eecêlencias Dr. Alieu Omar TOURAY, Presidente da Comissão da CEDEAO e o Embaixador Musa Sanu NUHU, Representante Permanente da República Federal da Nigéria junto da CEDEAO.

Trata-se da segunda reunião do género, que reúne os embaixadores dos Estados membros da CEDEAO acreditados junto da Comissão, antes do início das reuniões estatutárias da CEDEAO. O objetivo desta reunião é permitir aos embaixadores que representam os Estados-Membros examinar e analisar os diferentes dossiers que serão apresentados ao Conselho de Ministros da CEDEAO na próxima semana.

Durante esta reunião, serão debatidas várias questões, entre elas, a apresentação do relatório sobre o estado da comunidade, que aborda questões relacionadas com o funcionamento da Comissão, do Parlamento, do Tribunal de Justiça, do GIABA e da OOAS; a apresentação do estado de implementação das recomendações do último Conselho de Ministros; a apresentação de um memorando sobre o relatório final de trabalho dos Ministros responsáveis pela proteção social; e a apresentação de um memorando sobre o estado de implementação do regime de liberalização do comércio na África Ocidental.

Outros temas e propostas relacionados com o futuro e a reforma da CEDEAO serão igualmente discutidos e analisados pelos participantes nesta reunião.

Uma segunda reunião de Embaixadores terá lugar no sábado, 29 de junho de 2024, na Comissão da CEDEAO, para examinar questões relacionadas com a segurança e a paz, como prelúdio da realização da Reunião de Ministros sobre Mediação e Segurança na África Ocidental, que também terá lugar na próxima semana em Abuja.

 

Leia Também: A CEDEAO Realiza Acções De Sensibilização Sobre A Implementação Do Bilhete De Identida-de Nacional Biométrico Da CEDEAO Na Libéria E Na Serra Leone 


Guiné-Conacri: O antigo chefe de Estado-Maior do exército da Guiné-Conacri, antigo número dois da junta no poder, morreu sob custódia, provavelmente em resultado de traumas psicológicos e "stress prolongado", anunciou hoje a justiça militar do país.

© CELLOU BINANI/AFP via Getty Images
Por Lusa  26/06/24 
 Ex-número dois da junta militar na Guiné-Conacri morre sob detenção
O antigo chefe de Estado-Maior do exército da Guiné-Conacri, antigo número dois da junta no poder, morreu sob custódia, provavelmente em resultado de traumas psicológicos e "stress prolongado", anunciou hoje a justiça militar do país.


O general Sadiba Koulibaly, segundo comandante do general Mamadi Doumbouya no golpe de Estado de setembro de 2021, foi condenado em 14 de junho último por um tribunal militar a cinco anos de prisão por deserção e posse ilegal de armas.

Morreu a 24 de junho, anunciou a procuradoria militar através de um comunicado, em que sugeriu que Koulibaly foi transferido para o hospital antes de morrer.

A autópsia, encomendada pela procuradoria militar no hospital Ignace-Deen de Conacri, indicou que "a morte pode ser atribuída a um trauma psicológico grave e a um 'stress' prolongado", que provocaram uma paragem cardíaca, refere-se no comunicado.

A morte de Sadiba Koulibaly ocorre num momento de grande tensão interna, em que a oposição critica o exercício autoritário e solitário do poder pelo general Mamadi Doumbouya, líder da junta militar golpista que derrubou o regime de Alpha Condé em 05 de setembro de 2021, e empossado Presidente interino em 01 de outubro do mesmo ano.

A junta militar começou por comprometer-se a entregar o poder a civis eleitos até ao final de 2024, no contexto de fortes pressões internacionais, mas essa transferência foi entretanto adiada para um futuro incerto.

O Governo de transição faz depender a marcação de eleições da realização até ao final deste ano de um referendo que permita aprovar uma nova Constituição, cujo projeto não foi até agora divulgado.

Após o golpe de Estado de 2021, Koulibaly foi nomeado Chefe do Estado-Maior do Exército, cargo que ocupou até maio de 2023.

Tornou-se depois encarregado de negócios da embaixada da Guiné-Conacri em Cuba e regressou ao país natal em maio último para exigir o pagamento de salários do pessoal daquela missão diplomática.

Foi detido em 04 de junho último e acusado de se ter deslocado a Conacri sem a autorização dos seus superiores e de ter abandonado o seu posto. Segundo a acusação, foram apreendidas armas no seu domicílio.

INAUGURAÇÃO DO LABORATÓRIO DE ANALISES CLÍNICAS - HOSPITAL DE CUMURA ( MAL DE HASSEN)

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 Rádio Sol Mansi 

EUA: Biden e Trump preparam-se para debate histórico com regras incomuns

© REUTERS/Mike Segar
Por Lusa  26/06/24 
O Presidente norte-americano, Joe Biden, e o seu rival e antecessor no cargo, Donald Trump, preparam-se para o seu primeiro debate presidencial, considerado o mais importante em décadas e que será marcado por regras incomuns.

Devido à sua capacidade de moldar a corrida à Casa Branca, o debate de quinta-feira, que colocará frente-a-frente Biden e Trump pela primeira vez em quatro anos, tem a particularidade de ocorrer ainda antes das convenções nacionais dos Partidos Democrata e Republicano, em que os candidatos são oficialmente nomeados.

O primeiro debate presidencial de 2024 terá a duração de 90 minutos, com dois intervalos comerciais, e decorrerá num estúdio do canal CNN em Atlanta, estado da Geórgia, com a moderação dos jornalistas Jake Tapper e Dana Bash - conhecidos por atacar publicamente as mentiras e teorias da conspiração de Trump.

Porém, para evitar a repetição das cenas caóticas registadas em debates anteriores, foram ditadas regras incomuns que podem acabar por moldar a prestação dos candidatos presidenciais, num debate que se deverá em ataques pessoais.

Afastando-se da tradição dos debates, Biden e Trump debaterão sem público - uma regra que deverá evitar que uma multidão turbulenta de apoiantes tome conta do evento - e não terão declarações de abertura, avançando diretamente para as perguntas dos moderadores.

Os moderadores também poderão silenciar os microfones dos candidatos para evitar conversas cruzadas e interrupções entre os turnos do debate, uma situação que afetou o primeiro confronto de Biden e Trump num debate presidencial em 2020.

Além disso, não serão permitidos adereços ou notas pré-escritas no palco. Os candidatos receberão apenas uma caneta, um bloco de papel e uma garrafa de água.

Biden e Trump terão os dois intervalos comerciais para se atualizar, mas não poderão conversar com sua equipa de campanha durante esse período.

A campanha de Biden venceu o sorteio para decidir a ordem das declarações finais dos candidatos ou a sua posição no pódio.

O chefe de Estado norte-americano selecionou o pódio direito, colocando Trump à esquerda das telas dos telespetadores. Já Donald Trump terá a última palavra da noite, com Biden a fazer a sua declaração final em primeiro lugar.

Tendo em conta a importância do debate, especialmente num momento em que as sondagens mostram uma disputa acirrada entre os dois candidatos e quando faltam menos de cinco meses para as eleições presidenciais, Trump e Biden adotaram diferentes estratégias de preparação para o duelo.

Enquanto Biden se instalou no seu retiro em Camp David, rodeando-se de conselheiros de topo enquanto praticou e abordou temas que espera enfatizar durante o debate, Trump passou o fim de semana em comícios e eventos de campanha, onde questionou o público sobre se deveria ser "duro e desagradável" ou "agradável e calmo" com Biden no debate.

Esta semana, Trump manteve ainda reuniões com conselheiros e aliados para rever pontos-chave no confronto com Biden, em temas como política externa e inflação.

O republicano certamente fará da imigração a sua questão principal e fará novamente referência aos recentes casos de homicídio e violação dos quais imigrantes foram acusados.

Trump tem sido extremamente crítico em relação à política de imigração de Biden e espera-se que repita as suas propostas, como a "deportação em massa" de migrantes.

Neste histórico debate deverão figurar as 34 acusações criminais pelas quais o ex-presidente foi condenado no mês passado em Nova Iorque, além dos três outros casos criminais que enfrenta em outros estados.

Também a questão da idade dos candidatos - especialmente os 81 anos de Biden - será colocada em destaque, com o atual chefe de Estado a ser bastante criticado e alvo frequente de troça por parte do seu oponente de 78 anos.

Biden, que é o Presidente em exercício mais velho da história norte-americana, terá o desafio de demonstrar durante o debate a sua capacidade física e mental para derrotar Trump e liderar o país por mais quatro anos.

Os democratas têm esperança de que Biden possa levar ao evento a mesma energia que mostrou no seu discurso do Estado da União, no início do ano.

Contudo, analistas observam que um confronto ao vivo na televisão contra um opositor que adora o combate verbal é muito diferente de um discurso escrito perante o Congresso.

O aborto, a economia e a política internacional serão igualmente temas-chave, aos quais os norte-americanos estarão particularmente atentos durante o debate.

Biden e Trump voltarão a enfrentar-se num debate em 10 de setembro.


Leia Também: O primeiro debate das presidenciais 2024 entre Joe Biden e Donald Trump pode fazer mexer a agulha para uma pequena percentagem de indecisos, disse à Lusa o cientista político Brian Adams, da Universidade Estadual da Califórnia em San Diego. 


Mark Rutte vai assumir liderança da NATO. Que desafios enfrenta?

© Ksenia Kuleshova/Bloomberg via Getty Images
Por Lusa  26/06/24 
O neerlandês Mark Rutte terá amplos desafios quando assumir o cargo de secretário-geral da NATO após a sua nomeação ter sido hoje confirmada pelo Conselho da Aliança Atlântica, com a manutenção do apoio à Ucrânia no topo das inquietações.

Rutte, 57 anos, que deixa a chefia do Governo dos Países Baixos e deverá receber a liderança da organização em outubro, pode também esperar muito trabalho além de frear a ameaça colocada à Europa pela liderança de Vladimir Putin no Kremlin, incluindo mudanças políticas em vários países europeus e noutras geografias e o possível regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca.

Eis os principais desafios do futuro secretário-geral da NATO:

Apoio à Ucrânia

Ao fim de dois anos e meios sobre a invasão russa da Ucrãnia, iniciada em fevereiro de 2022, as forças de Kiev continuam a lamentar que o apoio dos aliados é insuficiente para contrariar a superioridade das forças de Moscovo em quantidade de efetivo e de armamento.

Só agora a ajuda financeira e militar dos Estados Unidos, avaliada em mais de 57 mil milhões de euros e que foi aprovada no Congresso em abril, começa a ter algum impacto no equilíbrio de forças nas frentes de combate, além da iniciativa checa da aquisição conjunta de munições para Kiev.

Espera-se que este ano cheguem aos céus da Ucrânia os caças de combate F-16, numa coligação internacional dirigida pela Dinamarca e os Países Baixos sob a liderança de Rutte.

Os avanços nos últimos meses das tropas de Moscovo nas frentes leste da Ucrânia e a ameaça que colocaram à segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv, no nordeste, deixaram os aliados em estado de alerta, levando a que muitos tenham anunciado expressivas ajudas bilaterais em dinheiro, armas e formação militar nos últimos meses.

Em cima da mesa na próxima cimeira de alto nível da NATO, prevista para decorrer entre 09 e 11 de julho em Washington, estará uma proposta do secretário-geral cessante, o norueguês Jens Stoltenberg, de criar um fundo de longo prazo para a Ucrânia de 40 mil milhões de euros anuais.

 A ameaça russa e adesão da Ucrânia

A NATO reconheceu que a Rússia é a principal ameaça que a Aliança enfrenta, uma vez que está cada vez mais preocupada com a capacidade de Moscovo de usar táticas híbridas para desestabilizar os seus países membros.

Rutte deve estar atento às necessidades dos aliados face ao que já consideram uma "campanha de atos hostis" e que inclui sabotagem, ataques cibernéticos ou mesmo a utilização instrumentalizada de migrantes ilegais, como sucede na Polónia e nos países bálticos.

Espera-se que a resposta aliada inclua uma maior partilha de informações, mais proteção de infraestruturas críticas - como submarinas e ciberespaço - e vigilância dos agentes secretos russos e seus colaboradores nos países aliados.

Na próxima cimeira em Washington, as autoridades de Kiev esperam também conseguir progressos no seu processo de adesão à NATO, que, desde a invasão russa foi ampliada para 32 membros com a integração da Suécia e da Finlândia.

Trata-se de uma "linha vermelha" traçada por Vladimir Putin, que inclui este tema na lista de argumentos para a campanha militar no país vizinho e de qualquer eventual conversação para o fim das hostilidades.

Gastos em defesa

Rutte terá de continuar o trabalho que Stoltenberg tem feito desde 2014 para aumentar os gastos dos aliados com defesa.

Em Washington espera-se que o objetivo de investir 2% do PIB na defesa não seja um limite máximo, mas um mínimo comum para todos, quando os países bálticos, por exemplo, até pedem uma subida deste patamar para 2,5%.

Apesar de o compromisso de 2% ser antigo e ter sido reafirmado na última cimeira em Vilnius, apenas 23 dos estados-membros atingiram esta meta, o que significa que um terço ainda está aquém, incluindo Portugal, com 1,55% do PIB, estimando-se que a subida para a percentagem acordada só aconteça em 2030.

As nações do sul da Europa estão aliás entre os piores gastadores, o que inclui Itália e Espanha, ambos abaixo dos 1,5% e que contrastam com a prioridade em defesa dos países mais próximos do conflito ucraniano, desde logo a Polónia, que gasta acima de 4%.

Este desequilíbrio poderá legitimar os países no norte e de leste a reclamarem mais peso na Aliança, afetando as escolhas que o político neerlandês terá de fazer para outros cargos de topo da organização.

Mudanças na Europa e o "fantasma" de Trump

O possível regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, nas presidenciais norte-americanas em novembro, pode ser o principal elo de desestabilização da organização e que Putin tanto espera após o consenso entre os estados-membros sobre o apoio à Ucrânia e a designação da Rússia como a principal ameaça de segurança.

Fontes diplomáticas aliadas acreditam que durante o mandato do ex-Presidente dos Estados Unidos (2017-2021), apesar dos seus protestos contra a Aliança antes de chegar ao poder, o vínculo transatlântico não foi enfraquecido, mas o seu possível regresso levanta novamente questões.

Trump declarou que não pretende manter o apoio à Ucrânia e, há alguns meses, sugeriu que encorajaria a Rússia a atacar os países da NATO que não cumpram as quotas de gastos com defesa.

Nos próximos anos, os aliados que também pertencem à União Europeia terão de chegar a acordo sobre um novo orçamento comunitário em que a Defesa terá dificuldade face às políticas de competitividade.

Rutte terá de prestar atenção também aos países do flanco sul, onde se inclui Portugal e que partilha o apoio à Ucrânia com outras necessidades, como a proteção da sua enorme zona marítima.

Além disso, a Hungria, próxima do Kremlin, tem resistido a decisões tomadas por consenso pelos outros aliados na NATO, a par da Turquia e, mais recentemente da Eslováquia, cujo primeiro-ministro, Robert Fico, mandou cessar a ajuda a Kiev.

As últimas eleições europeias, realizadas em junho, mantiveram preferências no centro político na maioria dos países mas indicaram também uma forte ascensão da extrema-direita, como em França, onde foram convocadas eleições antecipadas para o próximo mês.

A extrema-direita chegou de resto ao poder nos próprios Países Baixos, forçando a saída de Mark Rutte, e onde o nacionalista radical Geert Wilders se assume admiração por Putin e Trump.

China no centro das atenções

A China não é vista como uma ameaça pela NATO, mas os aliados estão preocupados com a forma como o seu investimento militar disparou e com a possibilidade de perder a sua vantagem tecnológica para Pequim.

Outras avaliações entendem que Pequim não pode ser considerada neutra em relação à guerra na Ucrânia, uma vez que fornece a Moscovo bens de dupla utilização que usa nas armas da invasão.

A NATO acredita que o Pacífico também afeta a sua segurança, e Rutte será chamado a aprofundar a relação que a Aliança e os Estados Unidos estão a reforçar com os parceiros pró-ocidentais do Pacífico (Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia).

Leia Também: A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou hoje a nomeação de Mark Rutte como secretário-geral da NATO e prometeu trabalhar com o primeiro-ministro neerlandês no reforço da parceria com a União Europeia. 


Zelensky aprova criação de corpo militar de 'drones'

© Christopher Furlong/Getty Images
Por Lusa  26/06/24 
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aprovou hoje a criação de um destacamento especial para aparelhos não tripulados - 'drones' - destinados a fins militares.

De acordo com o portal oficial da Presidência, Zelensky aprovou a decisão apresentada anteriormente pelo Conselho Nacional de Segurança e Defesa para a "criação de uma força para sistemas não tripulados".

O Estado-Maior do Exército ucraniano anunciou recentemente que o coronel Vadym Sukharevsky tinha sido nomeado comandante para "o novo ramo", quatro meses depois de Zelenski ordenar a criação do organismo no "sentido de melhorar as operações com drones" face à invasão da Rússia.

No passado dia 11 de junho, afirmou que a "Ucrânia está perante uma situação sem precedentes desde a criação das Forças Aéreas".

"A criação do Sistema de Forças Não Tripuladas significa que começamos a estabelecer as normas", afirmou referindo-se diretamente ao uso de drones por parte da Ucrânia contra as forças da Rússia.  

A aprovação da nova força ocorre no mesmo dia em que Zelensky visita a província de Donetsk, localizada no leste da Ucrânia, parcialmente ocupada pelas tropas russas.

O chefe de Estado foi acompanhado pelo chefe do Exército, Oleksander Sirsky, e pelo novo chefe das Forças Conjuntas das Forças Armadas da Ucrânia, Andri Hnatov, que foi nomeado para o cargo na passada segunda-feira.

"Abordámos muitas questões: garantir o essencial para a vida como a água, as questões sociais, a assistência à defesa e a recuperação de habitações", disse Zelensky, antes de afirmar que Kiev vai contactar os funcionários que deveriam estar nas regiões próximas da linha da frente.

Zelensky reconheceu que as "soluções não podem ser vistas apenas a partir de Kiev" e sublinhou estar surpreendido por saber que "alguns funcionários relevantes" não estão presentes há seis meses ou mais na zona, sem fornecer pormenores.

Leia Também: Dmitry Medvedev, o antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, avisou, na terça-feira, que a Rússia vai "sobreviver" às sanções impostas ao país, mas não irá "perdoar e esquecer". 


‼️🇬🇼 Guiné-Bissau: Líderes partidários sem segurança de Estado Na Guiné-Bissau, foi retirada a segurança de Estado a mais um dos líderes dos principais partidos políticos no país.

 DW Português para África  

O Partido da Renovação Social (PRS) denunciou à DW que o seu líder, Fernando Dias, ficou sem segurança do Estado, tal como aconteceu ontem com Nuno Nabiam, do APU-PDGB. 

Segundo disse o porta-voz do PRS, Gabriel Ié, em declarações à DW:
"Confirmo que foi retirado a segurança ao presidente do PRS. Mas esse ato não aconteceu só com ele, também foi retirada a segurança ao presidente do APU-PDGB e do MADEM-G15 [Braima Camará] também. Nós estamos em democracia e o Fernando Dias é vice-presidente do Parlamento. Por lei, ele tem direito a segurança, não sabemos de quem veio a ordem e só temos a lamentar, porque tudo isto é uma violação à democracia."

Foi o porta-voz do PRS em declarações a Djariatú Baldé. A imprensa guineense avançou ontem à tarde a notícia sobre a retirada da segurança do Estado a Fernando Dias. O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, está sem segurança do Estado desde dezembro passado, depois da dissolução do Parlamento guineense.


Uma nova vaga de balões com lixo enviados pela Coreia do Norte para o Sul obrigou hoje à interrupção do tráfego aéreo durante cerca de três horas em Incheon, o principal aeroporto internacional do país.

© Lusa
Por Lusa  26/06/24 
Balões da Coreia do Norte interrompem tráfego aéreo no Sul por três horas
Uma nova vaga de balões com lixo enviados pela Coreia do Norte para o Sul obrigou hoje à interrupção do tráfego aéreo durante cerca de três horas em Incheon, o principal aeroporto internacional do país.


As descolagens e aterragens de voos nacionais e internacionais foram afetadas entre a 01h46 e as 04h44 (17h46 e 20h44 de terça-feira em Lisboa), disse o consórcio que opera o aeroporto.

A decisão foi tomada devido ao receio de que os balões pudessem ser sugados pelos motores dos aviões, disseram responsáveis do aeroporto de Incheon, que serve a capital sul-coreana, Seul.

O aeroporto está agora a funcionar normalmente, uma vez que não foram detetados mais balões nos céus sul-coreanos desde o nascer do sol.

A Coreia do Norte enviou mais de 250 balões carregados de lixo para o Sul durante a madrugada, no sexto lançamento no espaço de um mês.

A partir do final de maio, Pyongyang lançou uma série de balões com estrume, pontas de cigarro, trapos, pilhas gastas e vinil sobre várias zonas da Coreia do Sul. Não foram encontrados materiais altamente perigosos.

A Coreia do Norte afirmou que a campanha de balões é uma ação de retaliação contra ativistas sul-coreanos que lançaram panfletos políticos críticos da liderança norte-coreana.

O novo lançamento de balões surge num contexto de aumento das tensões transfronteiriças.

A Coreia do Norte disparou um míssil balístico não especificado em direção ao mar, adiantou na terça-feira a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, citando os militares de Seul.

O Japão confirmou o lançamento, com o Ministério da Defesa, citado pela guarda costeira, a referir que um "possível míssil balístico foi disparado pela Coreia do Norte".

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse ter detetado o lançamento, mas não forneceu detalhes, destacando que está em andamento uma investigação.

O míssil parece já se ter despenhado no mar, acrescentou a guarda costeira num comunicado.

O último lançamento de mísseis da Coreia do Norte tinha acontecido em 30 de maio, quando Seul acusou Pyongyang de disparar uma salva de cerca de dez mísseis balísticos de curto alcance.

No dia seguinte, a imprensa estatal norte-coreana divulgou imagens do líder Kim Jong-un a participar nos testes de um sistema de lançamento múltiplo de foguetes.

Analistas sugerem que a Coreia do Norte pode estar a aumentar a produção de mísseis para os fornecer à Rússia como parte da guerra na Ucrânia, de acordo com um relatório divulgado no mês passado pelo Departamento de Defesa dos EUA.

Leia Também: Após balões com lixo, Coreia do Norte dispara míssil em direção ao mar 


Reportagem: Há minas em todo o lado e parece que não vai acabar. Ucrânia, um outro problema

Sérgio Furtado  cnnportugal.iol.pt  26/06/2024
Com pouco mais de dois anos de guerra este já é o território mais minado do mundo. Uma realidade difícil de combater, mas que muitos fazem por melhorar

A guerra na Ucrânia é sinónimo de minas. Estão por todo o lado e, mesmo que o conflito acabasse hoje, demoraria anos até que se conseguissem limpar todos os terrenos. É que nem é apenas em terra, também no denso Mar Negro se encontram minas por toda a parte, como estratégia da Rússia para ameaçar as operações ucranianas.

Voltando a terra, que é aí que está o grande problema. A guerra pode terminar mais cedo ou mais tarde, mas há ameaças que não acabam com o calar das armas.

A Ucrânia já considerado o país mais minado em todo o mundo. Os especialistas estimam que demorará anos, quem sabe décadas, até que todas as regiões, nomeadamente as da linha da frente, estejam limpas e seguras para novas travessias. Falamos de zonas como Kharkiv, Donetsk ou Zaporizhzhia, em linhas da frente que se estendem por centenas e centenas de quilómetros, e nas quais ambos lados fazem de tudo para garantir posições.

A equipa da CNN Portugal esteve no terreno a acompanhar os trabalhos de quem todos os dias arrisca a vida para ajudar neste propósito e garantir aos soldados, mas também civis, que são abertos trilhos mais seguros para combater ou simplesmente continuar o dia a dia.

Sérgio Furtado descreve a partir do local aquilo que é um tom que se entranha nos nervos. Todos os dias morrem pessoas por causa das minas. Soldados, claro, mas também civis.

É um trabalho que "exige muita concentração", confessa Oleksandr, da brigada de desminagem que a nossa equipa acompanhou. Isto "porque algo pode estar escondido nestes arbustos". Nestes e em todos os outros, debaixo de carros abandonados, onde for. A partir daí só há uma certeza: se está, pode ser mortífero.

"[O mais assustador] são as armadilhas com fio, porque as ervas são demasiado densas e altas. Por isso trabalhamos com muita atenção", conta o responsável, um dos homens que diariamente procura ameaças do género, num trabalho que começou com a guerra, mas que se estenderá, inevitavelmente, bem para lá do seu fim.

Em Kamianka, onde passamos durante esta reportagem, foram dezenas os civis que já perderam a vida. Trata-se de uma pequena aldeia bem no centro da Ucrânia por onde já passaram batalhas intensas, nomeadamente no início. Há mágoa, sofrimento, perda e uma paisagem de toda uma zona destruída.

Svetlana só tem a lamentar. "[O meu pai] foi morto dentro do carro. O carro acabou por se incendiar por causa dos bombardeamentos. Depois o tanque veio e esmagou o carro", conta à CNN Portugal.

“É difícil viver aqui. Apenas existimos aqui. Não é civilização. Não temos energia elétrica, não temos água. Está tudo arruinado", continua, com peso no olhar.