sexta-feira, 15 de junho de 2018

UNTG AMEAÇA PARALISAR DE NOVO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) ameaça, mais uma vez, paralisar a administração pública de 26 a 28 do corrente mês para continuar a reivindicação do reajuste salarial dos funcionários Públicos

O pré-aviso de greve foi entregue, esta quinta-feira - no dia que terminou a segunda paralisação, segundo explica José Alves Té, porta-voz da comissão negocial da UNTG, numa entrevista exclusiva á Rádio Sol Mansi (RSM).

"Como já avisamos, a UNTG reserva no direito de fazer paralisação semanalmente até que as nossas vozes sejam ouvidas", lembra

Informações dão conta que alguns centros de saúde da capital Bissau foram encerrados e os funcionários que não querem aderir a greve foram obrigados a abandonarem o posto.

Confrontado com esta situação, Alves Té diz que o sindicalismo é exercido livremente e por isso a UNTG não tem influência sobre este acto.

Entretanto, a Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia que durante os dias da greve não houve serviço mínimo nos centros de saúde do país e por isso pede o governo para ser vigilante na próxima paralisação.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos

radiosolmansi

PRESIDENTE DA ANP INSATISFEITO COM DESENTENDIMENTO DOS MUÇULMANOS NO FIM DE RAMADÃO

O presidente de Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, manifestou-se descontente com o desentendimento verificado no festejo de fim de ramadão



Cipriano Cassama que falava, esta sexta-feira, momento após terminar a reza a frente da Câmara Municipal de Bissau disse ainda que os muçulmanos devem cumprir com as orientações de quem estiver a frente.

«Hoje vimos um desagrado, outros a rezarem hoje e outros amanhã o que não pode existir entre nós muçulmanos. Temos que cumprir com as orientações das pessoas que estão a nossa frente».

Por outro lado, pediu aos muçulmanos para não misturarem a política com a religião, tendo revelado que “ o dia de hoje não pode existir só os muçulmanos mas sim guineenses solidários com os muçulmanos. Não pode haver divergência entre os muçulmanos”.

“Não devemos misturar a política com a religião, quem quer fazer política que espere o momento ideal para tal não numa celebração religiosa”, aconselha.

Entretanto, o líder da ANP aproveitou a ocasião para anunciar que na próxima terça-feira governo de Aristides Gomes vai apresentar o seu programa e orçamento geral de Estado.

“Na próxima terça-feira o governo vai apresentar dois instrumentos de governação para isso, quero apelar os guineenses para que não exista mais convulsões e sobressaltos, apelando paz definitivo para que haja confiança entre os guineenses”, explica Cipriano Cassama.



Bairro d´Ajuda

Entretanto, na mesquita de Bairro d´Ajuda, o Imame central mostrou-se surpreendido com a forma como, mais uma vez, os fieis não conseguirem rezar num único dia, uma vez que foi criada uma comissão antes do início da Ramadã.

Aladje Mamadu Iaia Djalo falava ao microfone da RSM, momento depois da reza de 29 dias de sacrifícios, abstinência e jejum por parte dos fiéis muçulmanos.

Aos microfones da RSM, na mesma ocasião, o Procurador-Geral da República Bacari Biai, apela o entendimento no ceio dos fieis assim como para os guineenses.

Bairro Militar

O Imame, Sana Camara, defendeu o diálogo e união no seio dos muçulmanos para que a palavra de deus seja cumprida depois de um período de sacrifícios e abstinências.

No que se tange a possível reza de Ramadão nos dois dias no país, Sana Camara, reconhece que houve falha a celebração do fim do jejum porque “não deve ser dois dias uma vez que a peregrinação só se faz uma vez”.

“Os muçulmanos devem dialogar para evitar muitas divergências”, exorta.



CNI pede muçulmanos para rezarem no sábado

Apesar do governo decretar, esta sexta-feira (15), feriado nacional em consequência da festa do dia de Ramadão, Ustas Aladje Abubacar Djalo, Presidente do Conselho Nacional dos Imames da Guiné-Bissau, disse que respeita a decisão mas sustenta que o consenso conseguido não é da maioria dos muçulmanos guineenses.

Por isso nesta quinta-feira (14), no programa religioso da Rádio Sol Mansi “Voz do Islão”, Ustas diz que, esta sexta-feira, é 30 do Ramadão porque a lua não foi vista.

Ainda, no mesmo programa, Ustas diz que o mundo árabe decreta, esta sexta-feira, o dia da reza mas a lua não foi vista na Guiné-Bissau em todas as zonas contactadas no país e na sub-região.

De referir que a semelhança dos anos anteriores, no país, os muçulmanos não se entenderam relativamente ao dia da reza do fim de ramadão, facto que levou uma parte a rezar hoje e a outra amanhã.

Em Bigene, Biombo, Cacheu, Canchungo e Empada os muçulmanos também rezaram.

Por: Elisangila dos Santos / Nautaram Marcos Có / Braima Sigá / Marcelino Iambi

Imagem: Nautaram Marcos Có

radiosolmansi

MEDICAÇÃO - 'Viagra feminino' volta a dar que falar (mas ainda não chegou à Europa)

O medicamento foi aprovado nos Estados Unidos pela FDA em 2015 e surge agora a um preço muito mais baixo.


Se no caso do sexo masculino o viagra causa uma reação física quase imediata, que resulta na ereção, no caso da mulher é no cérebro que o medicamento Addyi atua, onde liberta neurotransmissores e químicos que aumentam a libido, que ativa o desejo sexual. É por isso indicado para quem sofre de Desejo Sexual Hipoativo.

Esta falta de desejo sexual, para ser vista como distúrbio, deve ser prolongada a pelo menos três meses, ou seja, se à mulher não apetece relações sexuais após um dia de trabalho por estar cansada, então o Addyi não será a solução.

Explica a Women’s Health Uk que a quebra de desejo sexual na mulher é comum por diversas razões como mudanças hormonais, medicação ou stress, mas em nenhum destes casos estamos perante a severidade da condição de Desejo Sexual Hipoativo.

O esclarecimento deste ponto é essencial para argumentar o ‘viagra feminino’ já que, em 2015, o medicamento foi acusado de levar ao risco de a mulher se tornar ninfomaníaca, como apontaram alguns especialistas. 

Mulheres que saíram da menopausa são também um promissor público para o medicamento que foi testado em mulheres nesta situação.

Quanto aos riscos associados, e embora o Addyi já tenha sido aprovado pela FDA (Food and Drugs Administration), aponta-se a fadiga, náuseas e tonturas, possíveis efeitos que tendem a aumentar quando o medicamento é conjugado com álcool.

Se na Europa o medicamento ainda não foi aprovado, nos Estados Unidos já foi alvo de revisão, estando agora à venda a um preço muito mais barato: cerca de 85€ por mês ou de 21€, no caso de o medicamento ser prescrito. Anteriormente, custava mais de 680€ por mês.

NAOM

EUA - Homem vai à polícia pedir para testar droga a que tinha reagido mal

Douglas Peter Kelly queria ainda apresentar queixa contra o traficante por lhe ter vendido o que achava ser o produto errado.



Um homem da Florida, nos Estados Unidos, foi detido esta semana depois de ter ido a uma esquadra da polícia para testar a sua droga.

Segundo as autoridades, Douglas Peter Kelly, de 49 anos, disse aos agentes que tinha tido uma "má reação" depois de fumar metanfetaminas que tinha comprado na semana anterior.

"O suspeito disse acreditar, devido à má reação que tinha tido depois de fumar a droga, que lhe tinham vendido o narcótico errado", explicou a polícia citada pela Fox News.

Nesse sentido, quis pedir que testassem as metanfetaminas para, caso se revelassem ser outra droga, poder apresentar queixa contra o traficante.

Segundo um porta-voz das autoridades, o homem foi aconselhado por agentes da polícia a fazer o teste aos estupefacientes numa esquadra. Ele seguiu o conselho e apareceu com a substância embrulhada em papel prata. Depois dos testes, foi determinado que se tratavam efetivamente de metanfetaminas.

Douglas foi preso e acusado de posse de droga. Ficou detido e sujeito a uma fiança de cerca de quatro mil euros, acabando por ser libertado na passada quarta-feira.

NAOM

Feliz Ramadão!





Mensagem do General Umaro El Mocktar Sissoco Embalo


Por ocasião do Eid-El Fitr, que consagra o fim do jejum do ramadão, desejo todos os meus votos de felicidade, saúde, paz e concórdia, a toda a comunidade muçulmana do meu país e a toda a umma islâmica. . Desejo que esta festa que é a expressão do perdão concedido por Deus aos muçulmanos, contribua para trazer sempre a paz para o nosso país, entre todos os bissauguiniennes e todos os muçulmanos do mundo.

Neste fim de período sagrado de arrependimento e abstinência, tenho um pensamento para todas as pessoas, famílias e amigos que perderam as suas vidas em todo o mundo.

Rezo para que Deus, o todo poderoso, o clemente e o misericordioso, concede as nossas orações e nos ajude na nossa obra de promoção da paz e da concórdia na Guiné-Bissau e no seio da umma islâmica do mundo.

Que Deus, na sua generosidade infinita, reforçar a nossa fé, aceite as nossas orações, por uma Guiné-Bissau de paz e um mundo mais humano.

Bom feriado a todos e que Allah abençoe a Guiné-Bissau.






Fonte: Général Umaro El Mokhtar Sissoco Embalo

FAO - Cabo Verde pede adesão a lista e diz precisar de assistência alimentar

O ministro da Agricultura cabo-verdiano disse hoje que foi o Governo que pediu a inclusão de Cabo Verde na lista da FAO de países a necessitar de assistência alimentar, para poder mobilizar recursos em ano de seca.


"Solicitamos da parte da FAO a clara declaração da situação no país para que o país possa mobilizar recursos junto dos nossos parceiros para termos a devida assistência e executarmos o programa de emergência para mitigação da seca e do mau ano agrícola", avançou Gilberto Silva.

Na semana passada, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) incluiu Cabo Verde na lista de países a necessitar de assistência alimentar externa.

De acordo com o mais recente relatório da organização sobre colheitas e situação alimentar no mundo, o agravamento de conflitos e as condições climáticas adversas aumentaram para 39 o número de países a necessitar de ajuda alimentar externa.

Cabo Verde é colocado entre os com "quebra excecional de produção de alimentos", apontando o relatório o fraco ano agrícola de 2017 e a "significativa perda" de cabeças de gado.

A FAO estima em 192 mil (35% da população), o número de pessoas a necessitar de assistência alimentar entre março e maio, sobretudo devido aos défices de produção agrícola e pecuária, mas prevê que, entre junho e agosto, com a habitual época das chuvas, esse número possa descer para as 80 mil pessoas.

Na altura, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, referiu que o país não está a atravessar uma crise alimentar, considerando que a integração na referida lista resulta "do impacto da produção agrícola e pecuária e o efeito direto nas pessoas que vivem dessas atividades, devido, principalmente, ao mau ano agrícola de 2017".

Cabo Verde atravessa uma das piores secas das últimas décadas, tendo em aplicação um programa de emergência para o qual mobilizou 10 milhões de euros junto dos parceiros internacionais.

No final de uma vista a silos e grandes armazéns na cidade da Praia, o ministro Gilberto Silva avançou que foi o Governo que solicitou a inclusão na lista da FAO, para poder mobilizar recursos junto dos parceiros para mitigar os efeitos da seca e do mau ano agrícola.

"Temos que ser coerentes, se somos um país que está a beneficiar de assistência para mitigar os feitos da seca, é evidente que temos que constar dos relatórios que justamente dizem que somos um país neste momento em emergência neste domínio", sustentou o governante.

Na terça-feira, a líder do maior partido da oposição cabo-verdiana (PAICV), Janira Hopffer Almada, considerou "um grande recuo" a inclusão de Cabo Verde na lista e quer saber o destino dos fundos mobilizados para resposta à seca e ao mau ano agrícola.

Para Gilberto Silva, "não se deve politizar este assunto", mas sim passar uma "mensagem de coesão, de tranquilidade" para os cabo-verdianos.

"Não está em causa o abastecimento do nosso país em matéria de alimentos", afirmou o ministro, dizendo que o mau ano agrícola põe em causa a produção de hortícolas, frutas e pecuária, produtos que o país normalmente não importa.

O ministro disse que as afirmações da líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde são "completamente irresponsáveis e sem sentido de Estado", notando que o país "sempre foi" objeto de ajuda alimentar.

"É um programa técnico, são dados técnicos, é um relatório técnico, que não merece ser politizado desta forma. Cabo Verde, como todos sabemos, é um país que vive situações de seca e quando há situações de seca os relatórios da FAO reportam isso", prosseguiu.

Gilberto Silva disse que os recursos são suficientes para implementar todas as ações planificadas e que, em função do novo ano agrícola, o Governo vai ver se serão necessários mais recursos.

O programa de emergência tem como medidas prioritárias o salvamento de gado, mobilização de água, acesso a financiamento e criação de emprego no meio rural, mas têm surgido queixas de agricultores e criadores de gado de que as medidas são insuficientes.

Por Lusa

José Mário Vaz - Hoje visitamos as famílias afetadas pelos incêndios na ilha de carache.


O incêndio deflagrou deixando várias famílias sem nada, perderam as suas casas e todos os pertences, felizmente não se registou nenhum ferido. Nesse sentido fomos solidarizar com as vitimas do incidêncio e prestar todo o apoio necessário neste momento difícil para os nossos irmãos que vivem na ilha de carache.

















 



José Mário Vaz - Presidente da Republica da Guiné-Bissau

Guiné-Bissau perde entre 60 a 80 mil hectares de florestas por ano

Entre sessenta a oitenta mil hectares de florestas da Guiné-Bissau são devastadas anualmente devido a desmatação, cortes clandestinos das árvores e queimadas descontroladas das matas, disse quinta-feira em Bissau o ministro guineense da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nicolau dos Santos.

O ministro lembrou, no entanto, que apesar desta situação, a Guiné-Bissau continua a deter imensas potencialidades agrícolas e florestais, nomeadamente terras aráveis estimadas em cerca de 1.5 milhões de hectares, dos quais 80 por cento em planaltos, 200 mil nos vales de água doce, 106 mil nos de água salgada e mais de 100 mil metros cúbicos de zonas com madeiras industriais.

Nicolau dos Santos lembrou que em consequência das taxas de devastação, a Guiné-Bissau enfrenta perdas significativas de reservas florestais e de fauna, erosão e consequente perda de solos aráveis, destruição de habitats dos animais, redução da biodiversidade, do caudal dos rios e das precipitações, além do aumento das temperaturas.

O ministro não especificou o montante das perdas, mas afirma que são “avultadas somas” que podiam melhorar as dificuldades económicas e financeiras com que a Guiné-Bissau se confronta neste momento.

Nicolau dos Santos, que falava por ocasião das comemorações do dia mundial de combate à seca e desertificação considerou que a reflorestação ainda é possível se cada cidadão se comprometer em plantar, pelo menos uma árvore, por ano, o que ajudaria à criação de novas florestas e teria implicações directas na economia e finanças da Guiné-Bissau.

(Macauhub)

RÚSSIA GOLEIA ARÁBIA SAUDITA [5-0] NO JOGO INAUGURAL DE MUNDIAL 2018

A Rússia, seleção anfitriã, entrou da melhor forma no Campeonato do Mundo, goleando a Arábia Saudita, por 5-0, na jornada inaugural do grupo A. O russo Igor Gazinsky marcou o primeiro golo do Mundial pela Rússia, aos 12 minutos, de cabeça, depois de um cruzamento de Aleksandr Golovin apontando o golo 2.380 da história dos Mundiais, naquele que é o 837.º encontro.

Os restantes golos foram marcados, em 43 minutos pelo Cheryshev, Dzyuba, em 71 minutos. Cheryshev voltou a marcar o seu segundo golo no minuto 90 e Golovin fechou a placada nos 94 minutos, liderando assim provisoriamente na liderança do grupo A.

É a quinta vez que a seleção da casa marca o golo inaugural da prova, o que já havia acontecido ao brasileiro Ademir (1950), ao sueco Agne Simonsson (1958), ao alemão Philipp Lahm (2006) e ao sul-africano Siphiwe Tshabalala (2010). 

Egito e Uruguai irão disputar o outro jogo da primeira jornada, apenas na sexta-feira.

De recordar que o jogo de abertura de mundial Rússia 2018, foi realizado no Estádio “Luzhniki”, em Moscovo, o mesmo local que será o palco da final da competição mundial de futebol, em 15 de julho do ano em curso. 

Por: Aguinaldo Ampa

OdemocrataGB

FESTA DO RAMADÃO

O "Id al Fitr", a festa que assinala o fim do Ramadão, o mês de jejum e um dos pilares do culto islâmico, será festejado nesta sexta-feira, dia 15, na Guiné-Bissau com feriado nacional.

O governo guineense informou esta noite, através de um comunicado do Ministério da Função Pública, que Sexta-feira é feriado para assinar a festa do Ramadão.


Braima Darame

quinta-feira, 14 de junho de 2018

RECORRER Á INDISCIPLINA PARA COMBATER A INDISCIPLINA


Por Hotna Cufuk Na Doha

O Nº 1 do Artigo 16º dos Estatutos do PAIGC impõe a obrigatoriedade dos Governos deste Partido submeterem os seus programas de governação à apreciação e aprovação do seu Comité Central, antes de serem apresentados à análise, discussão e votação na Assembleia Nacional. E foi isso mesmo que aconteceu quando o Eng.º Domingos Simões Pereira foi eleito Chefe do Governo e o seu programa fora unanimemente aprovado tanto pelo Comité Central do seu Partido, quanto pelos Deputados que o representavam na Assembleia Nacional.

Entretanto, por força do destino, um ano depois o Governo então liderado pelo Eng.º Domingos Simões Pereira foi demitido pelo Presidente da República e em seu lugar foi nomeado um novo Chefe de Governo (o Dr. Baciro Djá) e empossado um novo elenco governativo, que por sua vez não durou mais de quarenta e oito horas, por ter sido declarado inconstitucional por um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, que exigia a devolução do Poder ao PAIGC, enquanto Partido vencedor das últimas eleições e detentora duma maioria absoluta na Assembleia Nacional.

Por conseguinte, o PAIGC decidiu avançar com a figura do Eng.º Carlos Correia para chefiar o novo Governo. Falando de um novo Governo, estávamos a falar impreterivelmente de um novo ciclo de governação que pressupunha o cumprimento integral dos procedimentos plasmados no supra-mencionado Nº1 do Artigo 16º. Ou seja, para ser vinculativo aos Deputados do PAIGC, antes de ser submetido à Assembleia Nacional, o Programa do novo Governo, agora chefiado pelo Eng.º Carlos Correia, devia ser submetido à uma ampla discussão e aprovação no Comité Central do Partido. Entretanto, foi precisamente neste ponto que a contradição atingiu o seu auge, fazendo detonar a bomba: o Eng.º Domingos Simões Pereira, na qualidade de Presidente do Partido, recusou-se categoricamente a cumprir este procedimento estatutário, alegando que, há um ano atrás, o referido programa já tinha sido aprovado pelos Membros do Comité Central, pelo que não havia necessidade de voltar a fazê-lo, apesar da reconhecida mudança de conjuntura. Neste caso questiona-se o seguinte:

Se há um ano atrás à semelhança do Comité Central, esse mesmo Programa também já tinha sido aprovado na Assembleia Nacional, para quê submetê-lo de novo à apreciação e votação dos Deputados? Não era melhor considera-lo automaticamente aprovado e o Governo automaticamente legalizado?
Não! Porque Domingos Simões Pereira precisava de um pretexto, mesmo que não fosse plausível, para se livrar dos possíveis concorrentes no Partido.

Perante a irredutibilidade do Presidente do PAIGC face à essa decisão, quinze (15) dos seus cinquenta e sete (57) Deputados deixaram claro que se o Programa do Governo fosse apresentado à Assembleia Nacional sem passar pelo Comité Central, estaríamos perante uma flagrante violação dos Estatutos do Partido e que neste caso não esse Programa não os vinculava e eles iriam abster-se no momento da sua votação. E foi literalmente isso que aconteceu: O Programa foi submetido à Assembleia Nacional sem passar pelo Comité Central, os quinze (15) votaram abstenção e o Programa foi chumbado e os 15 Deputados foram expulsos do Partido, que por conseguinte perdeu a sua maioria parlamentar à favor da oposição que agora Governa o País com toda a legitimidade.

Perante este facto, coloca-se a seguinte questão: QUEM FOI O CULPADO DA DRAMÁTICA SITUAÇÃO NO PARTIDO E DA CRISPAÇÃO INSTITUCIONAL QUE HOJE SE VIVE NO PAÍS?

O Eng.º Domingos Simões Pereira tinha começado da pior maneira a sua declarada guerra à indisciplina partidária, revelando-se um exímio violador dos Estatutos e consequentemente o militante mais indisciplinado do PAIGC. Um exemplo disso, foi a forma anti-estatutária, ditatorial e tendenciosa como organizou as Conferências das Secções, das Zonas, dos Sectores e das Regiões, que culminaram com a realização de um Congresso em que ele se apresentou como único candidato à liderança do PAIGC.

Convém sublinhar que a expulsão dos quinze Deputados afectos à Bancada Parlamentar do PAIGC, não tem absolutamente nada a ver com a violação da disciplina partidária. Foi apenas uma flagrante oportunidade devidamente aproveitada pelo Presidente do Partido e seus seguidores, obedecendo à uma sofisticada estratégia que visa salvaguardar os seus interesses através da sumária expulsão de todos os Dirigentes que do seu ponto de vista, constituem uma ameaça muito séria à sua liderança hegemónica.

Um bem-haja à Guiné-Bissau e ao nosso povo!

RGB MOVIMENTO BAFATA FALA SOBRE SITUAÇÃO SOCIO POLÍTICA DA GUINÉ-BISSAU




 




notabanca

Greve/Saúde - Doentes queixam-se de falta de assistência no Hospital Simão Mendes


Bissau, 14 Jun 18 (ANG) – Os doentes internados no Hospital Nacional Simão Mendes estão a queixar-se de falta de assistência médica e medicamentosa em resultado da greve de três dias decretada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG).

Segundo o que apurou o repórter da ANG junto ao maior estabelecimento sanitário do país, os doentes internados afirmam que os serviços mínimos não estão a ser observados de forma a garantir um atendimento aos pacientes.

O repórter constatou que a maioria dos serviços afectos ao Hospital Simão Mendes estavam inoperacionais tendo os pacientes a andarem de um lado para outro a procura de assistência.

Um paciente grávida que não quis identificar, lamentou o que estão a passar devido a greve da UNTG, salientando que muitos doentes estão a abandonar o hospital para procurar outras soluções, uma vez que não há pessoal médico suficiente para atender os doentes.

“Estou desde as primeiras horas da manhã e até agora não fui atendido porque o meu marido não tem possibilidade de levar-me para clinica privada e muitas grávidas estão aqui na mesma situação”, lamentou.

 Por outro lado, um casal proveniente do sector de Nhacra cujo filho padecia de febre alta, disse que foram atendidos graças aos serviços dos Médicos sem Fronteira, porque senão o pior poderia acontecer.

O pai da referida criança que igualmente pediu anonimato, afirmou que a greve decretada pela UNTG é uma demostração clara de que os governantes só se interessam do povo no momento das eleições.

O plano  de serviço mínimo do Hospital Nacional Simão Mendes, à que ANG teve acesso, prevé que os serviços de Urgência tenha  um médico e dois enfermeiros, a Maternidade- uma médica, duas parteiras e um enfermeiro, os Cuidados Intensivos - dois enfermeiros e o Bloco Operatório -  dois técnicos.

Os serviços de Primeira e Quarta Medicina, Cirurgia Mulher, Cirurgia Homem, Ortopedia, Orto-traumatologia, Oftalmologia, Nefrologia e Recobro Queimado, RX Banco de Sangue e Pediatria ambos terão um enfermeiro cada para ajudar nos serviços mínimos.

A ANG tentou falar com os enfermeiros chefes sobre o impacto desta paralisação, mas sem sucesso, com a alegação  de que só podem falar mediante uma autorização superior. 

A segunda vaga de greve decretada pela maior Central Sindical do país  termina na próxima quinta-feira, e os grevistas  exigências   reajuste salarial aos funcionários públicos.

 ANG/MSC/ÂC//SG