quinta-feira, 20 de outubro de 2022

REINO UNIDO: Liz Truss demite-se após seis semanas de turbulência económica e política

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Por LUSA  20/10/22 

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, demitiu-se hoje após seis semanas em funções marcadas por turbulência económica e caos político, sendo o nome do sucessor esperado na próxima semana. 

Numa declaração junto à residência oficial, em Downing Street, Truss lembrou ter sido eleita com a promessa de promover uma "economia de impostos baixos e crescimento elevado que procuraria beneficiar das liberdades do 'Brexit'".

"Reconheço, no entanto, dada a situação, que não posso cumprir o mandato com que fui eleita pelo Partido Conservador. Por conseguinte, falei com Sua Majestade, o Rei, para o notificar de que me demito de líder do Partido Conservador", afirmou.

Truss mantém-se em funções como primeira-ministra até que seja escolhido um sucessor por deputados e militantes 'tory'. Ainda assim, o mandato será o mais curto da história britânica. 

O partido quer concluir a seleção de um novo líder e primeiro-ministro até ao final da próxima semana, sexta-feira, 28 de setembro, num formato mais célere do que as oito semanas que durou o escrutínio para substituir Boris Johnson. 

Os candidatos precisarão do apoio de pelo menos 100 colegas para serem elegíveis, reduzindo a um máximo de três possíveis entre os 357 deputados Conservadores. Se existirem dois finalistas, os militantes vão escolher o vencedor por voto eletrónico. 

O objetivo, explicou o presidente do chamado Comité 1922, conselho do partido que organiza as eleições internas, Graham Brady, é "ter um novo líder a postos antes da declaração fiscal que terá lugar a 31 de outubro".

Enquanto líder do partido que ganhou as eleições em 2019 com uma maioria parlamentar absoluta, o líder dos conservadores é automaticamente indigitado pelo monarca chefe do Governo. 

Os partidos da oposição criticaram a situação, que significa que o país terá três primeiros-ministros no espaço de dois meses sem consultar diretamente os britânicos. 

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, exigiu a convocação de eleições legislativas "já", criticando a "porta rotativa caótica" do Partido Conservador que "muda as pessoas no topo sem o consentimento do povo britânico".

O Partido Liberal Democrata, através do líder Ed Davey, instou os deputados conservadores a "cumprirem o dever patriótico, colocarem o país em primeiro lugar e darem ao povo uma palavra a dizer".

Para a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, líder do Partido Nacional Escocês (SNP), o segundo maior partido da oposição, "uma eleição nacional é um imperativo democrático".  

Analistas políticos consideram esta possibilidade improvável porque a vantagem de cerca de 30 pontos percentuais do 'Labour' nas sondagens mais recentes aponta para uma vitória esmagadora, dizimando os 'tories'. 

Numa sondagem publicada hoje pela revista New Statesman, o Partido Trabalhista obtém 53% das intenções de voto, mais do dobro dos 22% dos Conservadores. 

Truss, de 47 anos, foi declarada líder do Partido Conservador em 05 de setembro, com 57% dos votos, derrotando Rishi Sunak na eleição interna para substituir Boris Johnson. Foi indigitada primeira-ministra em 06 de setembro. 

Na origem da queda está uma crise política e económica desencadeada pela turbulência nos mercados financeiros registada após a apresentação de um "mini orçamento" em 23 de setembro com várias reduções de impostos.

O Governo não forneceu qualquer análise independente, nem explicou como iria financiar as medidas, criando o receio de a dívida pública poder aumentar para níveis insustentáveis.

Criticada pelo Fundo Monetário Internacional e outras instituições, Truss foi obrigada a pedir desculpa pelos "erros", cancelar quase todos os cortes fiscais e a substituir Kwasi Kwarteng por Jeremy Hunt como ministro das Finanças. 

O descontentamento no partido no poder agravou-se após alegações de coação física na quarta-feira à noite no Parlamento sobre deputados Conservadores para apoiarem o Governo numa votação contra a proibição da exploração de gás de xisto. 


Leia Também: Candidatos à sucessão de Liz Truss precisam do apoio de 100 deputados

Vinte feridos em protestos em Conacri contra a junta militar

© CELLOU BINANI/AFP via Getty Images

Por LUSA  20/10/22 

Confrontos entre jovens e as forças de segurança hoje em Conacri provocaram pelo menos 20 feridos, anunciou o coletivo organizador dos protestos contra a junta militar no poder.

A Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), que convocou a mobilização, disse em nota à imprensa que "cerca de vinte pessoas ficaram feridas, algumas delas por munição real e foram efetuadas muitas detenções".

Nenhuma confirmação desta informação foi obtida de qualquer outra fonte.

A FNDC, oficialmente dissolvida pela junta militar, havia convocado manifestações pacíficas para hoje em Conacri, e mantém nova convocatória em 26 de outubro em todo o país, para exigir o rápido regresso dos civis ao poder e a libertação dos detidos que acusam foram encarcerados por motivos políticos.

O coletivo foi a última organização a mobilizar manifestações, mas tem recebido o apoio dos principais partidos, praticamente sem atividade.

Os subúrbios de Conacri e a estrada Le Prince, que atravessam estas áreas, são tradicionalmente palco de protestos.

A imprensa local noticiou confrontos em diferentes bairros durante o dia.

Dezenas de viaturas da polícia, de caixa aberta, estacionaram ao longo deste eixo, com os jovens a queimarem pneus e a derrubar contentores de lixo na estrada, onde não circulou nenhum veículo civil.

Muitos espaços comerciais encerraram as portas nos subúrbios ou nos grandes mercados de Madina e Bonfi.

Em Kagbelin e Kountia, outras áreas dos subúrbios, os manifestantes atacaram alguns dos poucos veículos conduzidos por civis que acusaram, segundo testemunhas, de não terem seguido o apelo ao protesto.

A FNDC convocou as manifestações de 28 e 29 de julho, 17 de agosto e 05 e 06 de setembro.

Cinco pessoas foram mortas em julho e duas em agosto.

O coronel Mamady Doumboya, que assumiu o poder à força em setembro de 2021, tomou desde então posse como Presidente e prometeu entregar o poder a civis eleitos dentro de três anos.

A oposição acusa a junta de confiscar o poder e silenciar todas as vozes dissidentes por meio da detenção de líderes políticos e da sociedade civil e ações judiciais.

Os protestos coincidiram com a presença no país de uma missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), atualmente liderada pelo Presidente da Guiné-Bissau.

Em 24 de setembro, a CEDEAO deu às autoridades militares um mês para apresentarem um novo cronograma para o regresso dos civis ao poder sob pena de "sanções mais severas" do que as já impostas.


Leia Também: Ajudante de campo de ex-ditador da Guiné-Conacri desafia-o a ser "homem"

Hoje, dia 20 de outubro o coordenador nacional, Braima Camará acompanhado pelo secretário nacional, membros da comissão organizadora do IIº Congresso Ordinário do MADEM-G15, bem como membros da direção superior, depositaram no Supremo Tribunal de Justiça todos os instrumentos referentes ao último evento magno deste partido para efeito de anotação e certificação.

Desta reunião magna, que teve lugar de 30 de setembro a 3 de outubro do corrente ano saíram renovados os órgãos: da direção do partido; sectário nacional; membros do concelho de direito; concelho nacional e comissão política nacional. Considerando assim o partido habilitado para o pleno exercício político no  período estipulado  nos seus estatutos.

 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

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Recebemos uma delegação de régulos da Gâmbia, que vieram solidárizar e manifestar o sentimento de pesar à direção do Movimento para Alternância Democrática G15 e, à família dos malogrados pelo desaparecimento do Primeiro vice coordenador do MADEM-G15, combatente de liberdade da pátria camarada Luís Oliveira Sanca e Fernando Gomes mais conhecido por Juíz do Povo. O encontro  mereceu todo apreço por  parte do MADEM-G15.


Putin visita treino de reservistas mobilizados e dispara uma espingarda

© Reuters

Por LUSA  20/10/22 

O Presidente russo, Vladimir Putin, visitou hoje uma base militar onde reservistas mobilizados estão a ser treinados para lutar na Ucrânia, aproveitando para disparar com uma arma semi-automática.

Putin, vestido com um casaco de inverno, colocou os óculos de proteção e um capacete, deitou-se no chão e disparou uma espingarda de 'sniper', de fabrico russo, Dragunov, de 7,62 milímetros para a testar, em imagens que foram transmitidas pela televisão pública russa.

O Presidente inspecionou a coordenação das unidades de combate e a preparação do pessoal mobilizado no polígono da região de Ryazan, do Distrito Militar Ocidental, a cerca de 200 quilómetros de Moscovo.

Em 21 de setembro, Putin decretou a mobilização de 300.000 reservistas para reforçar as forças militares presentes na invasão da Ucrânia, dos quais pouco mais de 200.000 já ingressaram nas fileiras do Exército.

Os 'media' independentes têm divulgado relatos de reservistas que se queixam de que apenas estão a ter alguns dias de treino, mal tendo tempo para experimentar as armas com que devem lutar na Ucrânia.

Hoje, o Ministério da Defesa russo garantiu que cada soldado usará pelo menos 600 balas e cinco granadas durante o treino.

O Presidente recebeu um relatório do ministro da Defesa, Serguei Shoigu, sobre o processo de treino dos soldados em várias especialidades militares e inspecionou exercícios práticos de treino tático, com recurso a armas de fogo, de engenharia e de prática médica em combate.

Putin também pôde observar como os reservistas mobilizados praticam um curso de assalto a nível de esquadrão e como lidam com veículos blindados inimigos, em exercícios de simulação.

O Presidente também visitou um complexo de tiro, onde os recrutas são treinados por instrutores, e onde teve a oportunidade de disparar com uma arma.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Guiné-Bissau: PRÉ-AVISO DE GREVE NA SAÚDE E EDUCAÇÃO ENTREGUE AO GOVERNO... COMINICAÇÃO SOCIAL GUINEENSE ENFRENTA FRAGILIDADE


 Radio TV Bantaba

Indonésia bane todos os xaropes para a tosse após a morte de 99 crianças

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Notícias ao Minuto  20/10/22 

Até ao dia 18 de outubro, as autoridades de saúde da Indonésia identificaram 206 casos de insuficiência renal aguda entre as suas crianças.

A Indonésia baniu todos os xaropes para a tosse, na sequência da morte de 99 crianças. A decisão surgiu depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter alertado para a ligação de dois ingredientes presentes em quatro xaropes para a tosse fabricados na Índia com a morte de 70 crianças por insuficiência renal aguda, na Gâmbia.

Até ao dia 18 de outubro, as autoridades de saúde da Indonésia identificaram 206 casos de insuficiência renal aguda entre as suas crianças, com 99 mortes, segundo revelou o ministro da Saúde, Mohammad Syahril, na quarta-feira.

Nessa linha, baniu a venda e prescrição de “qualquer xarope ou medicação líquida” até que a investigação esteja concluída, como medida preventiva, diz a agência Reuters.

O mesmo meio noticioso detalha que, segundo as autoridades de saúde, os produtos com os dois ingredientes em causa não estavam disponíveis localmente, e os ingredientes tinham sido banidos de todos os medicamentos para crianças vendidos na Indonésia.

O país formou uma equipa para analisar os casos, composta por oficiais de saúde locais e por membros da OMS, tendo ainda consultado os especialistas desta entidade encarregues de investigar os casos na Gâmbia.

GUERRA NA UCRÂNIA: Caça russo disparou acidentalmente míssil ao passar por avião britânico

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Notícias ao Minuto  20/10/22 

O incidente remonta a 29 de setembro, quando dois caças russos "interagiram" com a aeronave britânica, numa ação de rotina no Mar Negro.

Um caça russo disparou, por "erro técnico", um "míssil" nas proximidades de um avião de patrulha da Royal Air Force (RAF), indicou o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace. O caso remonta a 29 de setembro, quando dois caças russos "interagiram" com a aeronave britânica, numa ação de rotina no Mar Negro.

"Temos uma sorte incrível de não ter sido pior", disse Wallace, que acusou, no entanto, a Rússia de agir de forma imprudente ao voar tão perto quanto 4,5 metros de outras aeronaves da NATO.

O governante indicou, numa intervenção na Câmara dos Comuns, que o caso foi comunicado às autoridades russas. "Deixei claro que a aeronave não estava armada, estava em espaço aéreo internacional, numa rota previamente anunciada", disse, citado pelo Guardian.

No entanto, o episódio levou Wallace a garantir que os voos de rotina dos aviões de vigilância do Reino Unido sobre o Mar Negro, em vigor desde 2019, fossem agora escoltados por aeronaves armadas.

Segundo o ministério da Defesa russa ao Reino Unido, tudo se tratou de um "erro técnico". "A resposta do ministro da Defesa russo a 10 de outubro afirmou que fizeram uma investigação sobre as circunstâncias do incidente e que se tinha tratado de um erro técnico por parte do caça SU-27", acrescentou.


Leia Também: Rússia critica Portugal por envio de helicópteros de origem russa

Pró-russos retiram cerca de 15.000 pessoas de Kherson

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Por LUSA  20/10/22 

Cerca de 15.000 pessoas foram já retiradas da região ucraniana de Kherson, na margem esquerda do rio Dnieper, indicou hoje o vice-governador desse território anexado pela Rússia, Kiril Stremusov.

"Já cerca de 15.000 habitantes cumpriram as recomendações das autoridades da região de Kherson e passaram para a margem esquerda da nossa região", escreveu Stremusov na sua conta da rede social Twitter, onde divulgou um vídeo em que se vê uma embarcação com pessoas a atravessar o rio.

O dirigente ucraniano pró-russo agradeceu a confiança dos seus apoiantes e acrescentou: "Recordai-vos de que a vida de cada um de vós é, para nós e para a Rússia, mais importante que qualquer bem material".

"Acreditai em mim, tudo correrá bem. A região de Kherson já foi libertada para sempre do nazismo", sublinhou.

Stremusov indicou que "em breve serão libertadas" as regiões ucranianas de Mykolaiv, Odessa e Dnipropetrovsk, e acrescentou que, para os residentes de Kherson, "será outro país, outra história".

Na quinta-feira da semana passada, 13 de outubro, o governador interino da região de Kherson nomeado por Moscovo, Vladimir Saldo, pediu à população civil da parte desse território que se encontra na margem direita do Dnieper que se dirigisse para a outra margem, perante o avanço das tropas ucranianas.

Esta quarta-feira, quando começou a retirada organizada, Saldo afirmou que, no primeiro dia, mais de 7.000 cidadãos foram transportados em 'ferries' para a margem esquerda do rio Dnieper.

No total, as autoridades pró-russas pretendem retirar entre 50.000 e 60.000 habitantes num prazo de seis dias.

Além disso, já instalaram as estruturas do poder da administração civil e militar fora da capital regional, também do outro lado do rio.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 239.º dia, 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Leia Também: Força Itália apoia NATO e é contra a invasão russa, diz Antonio Tajani

| ESCLARECIMENTO DA EAGB sobre a avaria de CELA do posto de Transformação de CHAPA e que resultou em corte de energia em alguns bairros de Bissau.

Responsável do departamento de Média Tensão, Ribamar Nelson Ferreira

Rádio Jovem Bissau 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Quase 90% dos jornalistas do setor privado guineense ganham mal e não têm contratos de trabalho

Por rtp.pt  19 Outubro 2022

Quase 90% dos jornalistas dos órgãos de comunicação social privados da Guiné-Bissau auferem menos de 100.000 francos cfa (cerca de 150 euros) por mês e não têm contrato de trabalho, concluiu um relatório hoje apresentado.

Elaborado a pedido da Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social, em parceria com a Associação para a Cooperação Entre Povos, e financiado pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, o relatório traça o perfil dos órgãos de comunicação social na Guiné-Bissau.

No que se refere à comunicação social privada, dominada pelas rádios, os dados indicam que naquele setor trabalham 229 profissionais e que a "esmagadora maioria é do sexo masculino".

"Daquele número 89% aufere menos de 100 mil francos cfa e quase 71% dos funcionários não têm contratos de trabalho formalizados, nem estão inscritos no sistema da segurança social. Factos que colocam em risco os princípios da independência e da objetividade no jornalismo guineense", salienta o documento.

O relatório refere também que apenas 14% dos profissionais da comunicação social têm o ensino superior e que 29% têm o 12.º ano concluído.

Os órgãos de comunicação social, segundo o relatório, têm uma "boa relação com certas estruturas sociais como o poder tradicional, o poder religioso, organizações da sociedade civil e organismos internacionais", mas, o mesmo não se pode dizer na relação com os políticos.

"A relação entre os `media` e os partidos políticos na Guiné-Bissau apresenta um certo de grau de suscetibilidade, o que, por vezes, pode originar choques e hostilidades em relação aos conteúdos jornalísticos na cobertura de eventos", salienta o relatório.

A situação financeira dos órgãos de comunicação social é fraca o que, sublinha o relatório, se "reflete negativamente na condição de trabalho de cada profissional" sem conseguirem "criar condições básicas que garantam o pagamento regular dos salários" ou "descontos para a segurança social".

O estudo recomenda mais formação e apoios à comunicação social e concluiu que neste setor "ainda há muito a fazer" e que a situação de deterioração está também relacionada com os conflitos e instabilidade política, violações da Lei da Imprensa e da liberdade de expressão.

"Os governantes guineenses estão no topo da violação de tais dispositivos legais, resultando no aumento da ingerência do Governo nos órgãos de comunicação estatais. O direito de acesso à informação não está garantido e os jornalistas continuam a autocensurarem-se quando fazem cobertura das deficiências do Governo, crime organizado e à contínua influência militar".

O relatório refere que os órgãos de comunicação social da Guiné-Bissau estão "desprovidos de meios financeiros e fracos apoios institucionais e isso impede o processo de desenvolvimento do setor".

Por outro lado, os "órgãos da classe têm sido limitados nas suas intervenções de promoção e de defesa dos seus membros devido às limitações estatuárias e condições financeiras".

Forças Armadas guineenses descobrem ossadas humanas em terreno junto a quartel

Por LUSA  19 Outubro 2022 

As Forças Armadas da Guiné-Bissau disseram hoje que descobriram um conjunto de ossadas humanas num terreno junto ao quartel de Cumeré, após um líder partidário guineense ter denunciado terça-feira a descoberta de uma vala comum.

Fonte daquela instituição militar, contactada pela Lusa, explicou que as ossadas foram descobertas durante uma série de trabalhos que foram efetuados naquele terreno ao lado do centro de instrução militar de Cumeré, no setor de Nhacra, na região de Oio.

A mesma fonte precisou que as ossadas são referentes ao período pós-independência, entre 1974 e 1980.

A Guiné-Bissau declarou unilateralmente a independência em 1973.

O líder do Partido de Unidade Nacional, Idrissa Djaló, denunciou terça-feira, em conferência de imprensa, a descoberta de uma vala comum num terreno junto a Cumeré.

"Neste momento, tenho uma informação, que peço ao general Biagué Na N´Tan [chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas] para confirmar se é verdade e tornar pública. Num terreno junto ao quartel de Cumerá foram encontradas valas comuns", disse.

"Muitos inocentes foram fuzilados lá sem julgamento", afirmou, salientando que muitas daquelas ossadas provavelmente poderiam ser de antigos comandos guineenses, que combateram por Portugal.

O líder do PUN pediu que, caso a informação seja confirmada, para Portugal ajudar a identificar os corpos através da recolha de ADN para que sejam entregues às suas famílias para fazer o luto.

MSE // PJA

PRESIDENTE DE CABO VERDE INICIA SEXTA-FEIRA VISITA OFICIAL À GUINÉ-BISSAU

 JORNAL ODEMOCRATA  19/10/2022  

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, inicia sexta-feira uma visita oficial de três dias à Guiné-Bissau, a primeira desde que tomou posse, há um ano, seguindo depois para o Senegal, anunciou hoje a Presidência da República de Cabo Verde.

De acordo com uma nota da Presidência da República cabo-verdiana, esta visita oficial insere-se “no quadro das relações históricas, de fraternidade, políticas e culturais” que unem Cabo Verde ao “país irmão” da Guiné-Bissau.

O chefe de Estado de Cabo Verde, que tomou posse em novembro de 2021, será acompanhado na visita a Bissau pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares.

“Visando reforçar os laços de cooperação e de amizade que alicerçam as relações entre os dois povos e países que juntos trilharam os caminhos para a independência e a soberania”, explica a nota da Presidência da República, sobre a visita oficial de três dias.

Na tarde de sexta-feira, de acordo com o programa a que a Lusa teve acesso, logo após a chegada a Bissau está previsto um encontro restrito entre José Maria Neves e o homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, no Palácio da República, seguido de um encontro entre as delegações dos dois países e de uma declaração conjunta à comunicação social.

“Momento em que serão passadas em revista as principais questões das relações bilaterais, bem como da nossa sub-região, mormente tendo em conta que a Guiné-Bissau assegura a presidência em exercício da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental]”, acrescenta a nota.

No sábado, José Maria Neves vai proferir uma conferência na Escola Nacional de Administração sobre o tema “Desafios dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento” e à tarde reúne-se com o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam. Vai ainda visitar as obras de reabilitação das ruas da cidade de Bissau, acompanhado por Umaro Sissoco Embaló, antes de reunir com a comunidade cabo-verdiana radicada no país.

No domingo está prevista a visita do Presidente cabo-verdiano à fábrica de processamento de castanha de caju do grupo Santy Comercial e durante a tarde José Maria Neves vai reunir-se com as direções dos principais partidos guineenses: Madem-G15, PRS e PAIGC.

A partida de Bissau está prevista para segunda-feira, com destino ao Senegal, aonde José Maria Neves participa, com uma intervenção no mesmo dia, na oitava edição do Fórum Internacional Dakar Sobre Paz e Segurança em África, antes de regressar, ao final da tarde, à Praia.

In lusa

UCRÂNIA/RÚSSIA: Conselho de Segurança da ONU reúne-se à porta fechada devido a 'drones'

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Por LUSA  19/10/22 

O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje à tarde em Nova Iorque, a pedido dos membros ocidentais, devido à presença de 'drones' iranianos na guerra russa na Ucrânia, enquanto a União Europeia prepara sanções contra Teerão.

Os Estados Unidos, França e o Reino Unido, membros permanentes do Conselho, exigiram uma sessão à porta fechada, depois de uma reunião do Conselho dedicada à Somália, a partir das 15:00 locais (20:00 de Lisboa), segundo diplomatas da ONU e norte-americanos.

Não é esperada qualquer decisão após a sessão.

Em Bruxelas, a diplomacia europeia anunciou hoje ter reunido "provas suficientes" que demonstram que os 'drones' (aeronaves não-tripuladas) utilizados pela Rússia contra a Ucrânia foram fornecidos pelo Irão e disse estar a preparar sanções e "uma resposta europeia clara, rápida e firme".

Uma lista de sanções foi submetida à aprovação dos Estados-membros do bloco europeu e é esperada uma decisão "durante esta semana", disse uma fonte diplomática.

A Força Aérea ucraniana indicou hoje ter destruído 223 'drones' iranianos desde meados de setembro.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado sublinhou que "o fornecimento pelo Irão à Rússia deste tipo específico [de 'drones'] constitui uma violação da resolução 2231 (de 2015) do Conselho de Segurança", uma questão que deve ser abordada.

Enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia dispõe de um direito de veto que lhe permite bloquear todas as resoluções apresentadas a votação e que sejam contrárias aos seus interesses.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 238.º dia, 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Leia Também: MNE de Madagáscar demitido após voto na ONU a condenar anexações russas

ECOLOGIA: Angola e Guiné-Bissau entre países em maior risco de choques ecológicos

© Lusa

Por LUSA  19/10/22 

Angola e Guiné-Bissau estão entre os países do mundo em maior risco de choques ecológicos, segundo o Relatório de Ameaças Ecológicas, divulgado hoje pelo Instituto de Economia e Paz.

Segundo o estudo, que analisa 228 países e territórios, Angola (10.ª posição) e Guiné-Bissau (16.ª) estão ameaçadas sobretudo pelo risco de escassez alimentar, rápido crescimento populacional e escassez de água.

O instituto, sediado na Austrália, sublinha que Angola será um dos países do mundo onde o risco de escassez de água sobe mais até 2040 e cuja população deverá crescer 132% até 2050 -- o segundo crescimento mais rápido a seguir ao Níger.

Também Moçambique é apontado pelo "Ecological Threat Report" (ETR) como um país em risco de escassez alimentar, tendo registado o quarto maior aumento mundial no nível de insegurança alimentar.

Os autores da terceira edição do Relatório concluem que existe uma "relação cíclica entre a degradação ecológica e conflitos", como guerra civil e terrorismo, dando Moçambique como um exemplo.

Inhambane, no sul de Moçambique, é ainda apontada como das oito regiões do mundo (todas situadas na África subsaariana) com maior risco de choques ecológicos "catastróficos".

Quanto ao Brasil, o instituto lembrou que foi o 12.º país com maior número de desastres naturais desde 1981, apontando para as metrópoles de São Paulo e Rio do Janeiro como os locais de maior risco.

O relatório aponta Portugal como um dos vários países europeus que deverão sentir o maior aumento no risco de escassez de água até 2040, juntamente com Grécia, Itália e Países Baixos.

O ETR sublinhou que existem atualmente mais de 1,4 mil milhões de pessoas em 83 países já em risco extremo de escassez de água.

O Burundi tem a pontuação geral mais alta no relatório, o que reflete a vulnerabilidade do país, seguido pela República Centro-Africana, Chade, Afeganistão, Haiti, Iraque e Síria.

O instituto estimou que o número de pessoas subnutridas no mundo aumentou 35% em 2021 para mais de 750 milhões e deverá continuar a aumentar devido ao impacto da degradação ecológica.

Pelo menos 41 países enfrentam atualmente "grave insegurança alimentar", algo que deverá agravar-se devido à "crescente degradação ecológica, inflação e guerra entre a Rússia e a Ucrânia", disse o ETR.

O presidente executivo e fundador do IEP, Steve Killelea, disse que, antes da cimeira COP27 no Egito, em novembro, os países devem procurar "soluções sistémicas" para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, investindo na "construção de resiliência de longo prazo", com programas de desenvolvimento que se concentrem em "microempresas que captem água e melhorem a agricultura e a manufatura de valor agregado".

terça-feira, 18 de outubro de 2022

GUERRA NA UCRÂNIA: Autoridades de Lugansk confirmam fim de controlos fronteiriços com Rússia

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Por LUSA  18/10/22 

As autoridades pró-russas da autoproclamada República Popular de Lugansk, anexada à Rússia após um referendo de adesão, informaram que, desde há uma semana, foram eliminados os controlos fronteiriços com o resto do território russo.

Conforme noticiado pelo governador da República, Leonid Pasechnik, "todos os postos de controlo foram abolidos" e os guardas fronteiriços que permanecem no cargo limitam-se apenas a "proteger a propriedade", segundo a agência russa TASS.

O governo da região cumpriu assim as instruções do seu Comité Aduaneiro estatal, que tinha apelado à abolição dos postos fronteiriços com as regiões russas de Belgorod, Voronezh e Rostov.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, considerando-a legitimada nos resultados de uma série de referendos de adesão que, no entanto, não foram reconhecidos nem pela Ucrânia nem pela comunidade internacional.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Guiné-Bissau: As Realizações Importantes e Perspectivas no sector das Obras Públicas Habitação e Urbanismo.


 Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo  MOPHU/18.10.2022


Jovem detido pela polícia Judiciaria nesta terça feira, por supostamente Burlar Professores com promesas de transferencia para Capital Bissau.


Fonte: Ministerio da Educação Nacional

Guiné-Bissau: Tribunal decide por realização de congresso da UNTG

 DW Português para África   18/10/22

O Tribunal Regional de Bissau considerou improcedente uma ação judicial intentada por um dirigente sindical e que impedia a realização do 5.º congresso da UNTG, a maior central sindical da Guiné-Bissau, refere em despacho judicial.

No despacho, o tribunal negou provimento à ação judicial intentada pelo sindicalista Laureano Pereira, que, em maio, requereu a anulação dos trabalhos preparatórios que deveriam culminar na realização do congresso da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG).

Na altura, Laureano Pereira avançou, primeiro, com uma providência cautelar a escassos dias do congresso, e, dias depois, com um pedido de ação condenatória, alegando que a comissão criada para a reunião magna era composta por pessoas sem legitimidade e próximas ao seu adversário, Júlio Mendonça, secretário-geral cessante e candidato à reeleição. 

O tribunal considerou que Laureano Pereira não tem razão nas suas alegações. 

(LUSA)

UCRÂNIA/RÚSSIA: Governadores de regiões russas acusam exército ucraniano de ataques

© Pavel Kolyadin/BelPressa/Handout via REUTERS

Por  LUSA  18/10/22 

Os governadores das regiões russas de Kursk e Belgorod, junto da fronteira com a Ucrânia, acusaram hoje o exército ucraniano de atacar instalações civis.

"O exército ucraniano está a bombardear as localidades de Tiotkino e Popovo-Lezhachi. Temos indicação de falhas no abastecimento de eletricidade", afirmou o governador de Kursk, Roman Starovoit, sem dar mais pormenores sobre vítimas ou outros danos.

O governador de Belogorod, Viacheslav Gudkov, afirmou que as forças ucranianas bombardearam uma estação ferroviária da região, sem indicar qual, referindo que um homem ficou ferido nas pernas e foi assistido.

Afirmou que o ataque danificou a rede ferroviária mas que não há outros danos visíveis, precisando que "o tráfego de comboios está interrompido temporariamente e as brigadas de reparação estão a trabalhar para o restabelecer".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Governo desvaloriza problemas no fornecimento de gás mas Galp alerta: "não é claro neste momento" o impacto em Portugal do que está a acontecer na Nigéria

Por cnnportugal.iol.pt, 18/10/22

Em causa estão as inundações no país africano, essencial no fornecimento de gás a Portugal. Galp mais prudente que o Ministério do Ambiente

A Galp disse esta terça-feira que “não é claro neste momento” se as inundações da Nigéria, principal fornecedor nacional de gás natural, poderão causar ruturas adicionais de abastecimento e garantiu estar a monitorizar a situação.

“Não é claro neste momento quando é que as operações locais serão restauradas ou se os impactos deste evento poderão resultar em ruturas adicionais de abastecimento para Galp”, disse fonte oficial da petrolífera, em resposta escrita à Lusa.

A Galp garantiu ainda que “está a monitorizar os desenvolvimentos na Nigéria”.

A Nigeria LNG Limited alertou a Galp para “uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito” devido às chuvas e inundações registadas na África Ocidental e Central, que pode meter em risco o abastecimento em Portugal, segundo nota enviada pela empresa portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na noite de segunda-feira.

Naquela nota, a Galp dizia que ainda “não foi disponibilizada qualquer informação que suporte a avaliação dos potenciais impactos do evento, que poderão, no entanto, resultar em perturbações adicionais de abastecimento” à petrolífera portuguesa.

No seguimento daquele anúncio, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática desvaloriza a situação: adianta que “não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria”, afirmando não haver “escassez no mercado”.

“O Ministério do Ambiente e da Ação Climática informa que não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria. Mesmo que tal acontecesse, não há escassez no mercado”, salientou o ministério num comunicado enviado às redações.

“Qualquer informação alarmista é desadequada, ainda mais em tempos de incerteza global”, acrescentou o gabinete de Duarte Cordeiro.

Guiné-Bissau: Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, Suzi Barbosa, preside a reunião de peritos e representantes da Comissão da CEDEAO

Rádio Jovem Bissau

GUERRA NA UCRÂNIA: Zelensky: "30% de centrais elétricas ucranianas destruídas" em oito dias

© Getty Images

Notícias ao Minuto  18/10/22 

Estes ataques causaram vários apagões em todo o país. O presidente ucraniano afasta a possibilidade de negociar com Vladimir Putin.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, indicou, através da sua conta oficial do Twitter, que "30% das centrais elétricas ucranianas" foram destruídas em oito dias.

O chefe de Estado ucraniano destacou que têm sido realizados “outro tipo de ataques terroristas russos: a destruição da infraestrutura crítica e energética ucraniana”.

“Desde 10 de outubro, a Rússia destruiu 30% das centrais elétricas ucranianas, o que causou apagões massivos em todo o país”, pode ler-se na publicação.

Zelensky deixou claro que, na sequência dos vários ataques dos últimos dias, não há “espaço para negociar com o regime de Putin”.

Recorde-se que a central de Zaporíjia está sob controlo russo desde 4 de março, poucos dias após o início da invasão russa da Ucrânia.

Desde então, tem sido um dos principais focos da guerra na Ucrânia, dado o perigo de ocorrer um desastre nuclear como o da central ucraniana de Chernobyl, em 1986, o mais grave de sempre no mundo, quando o país integrava a antiga União Soviética.

Ucrânia e Rússia acusam-se mutuamente de lançar ataques contra a área circundante, pondo em perigo a segurança da central e da região.

Uma missão especial da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) começou, em agosto, a avaliar o estado das instalações e dos seus trabalhadores, mantendo uma equipa na central.

Na semana passada, o diretor da AIEA, Rafael Grossi, reuniu-se com autoridades ucranianas e russas para tentar um acordo que permita a desmilitarização da central.

"A situação da central é insustentável e precisamos de ação imediata para a proteger", comentou na rede social Twitter na sexta-feira, ao regressar de Kiev.

As informações divulgadas pelas duas partes sobre a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro deste ano, não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será consideravelmente elevado.


Veja Também: "A Rússia tem um objetivo deliberado de agravar as condições dos ucranianos" para o inverno

Idriça Djaló líder do Partido da Unidade Nacional "PUN" está em conferência de imprensa

 Radio Voz Do Povo

Frente Social, formada por quatros sindicatos da saude e educação em conferência de imprensa para anunciar a entrega de novo pre aviso de greve a iniciar a 7 de Novembro.

 Radio Voz Do Povo 

GUINÉ EQUATORIAL: PR da Guiné Equatorial "é o tipo de ditador que quer morrer no poder"

© Reuters

Por LUSA  18/10/22 

A recandidatura de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo à presidência da Guiné Equatorial não "surpreendeu" a analista Ana Lúcia Sá, que prevê que vá cumprir o mandato completo, porque "é o tipo de ditador que quer morrer no poder".

"Teodoro Obiang é um ditador que se eterniza no poder, seja por que vias for e esta recandidatura não me surpreendeu", afirmou em declarações à Lusa a investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE, especialista no estudo de regimes autoritários em África, com destaque para Angola e a Guiné Equatorial.

Ana Lúcia de Sá acredita que Obiang irá cumprir a totalidade de sete anos do mandato presidencial, e que a única hipótese de não vir a fazê-lo é se "algo lhe acontecer, de facto".

Um ativista na Guiné Equatorial, que conversou com a Lusa sob condição de anonimato, afirmou igualmente a sua convicção de que Obiang "permanecerá no poder durante mais sete anos", apesar das pressões da primeira-dama, Constança Mangue Nsue Okomo, que "há anos tenta que Obiang ceda o poder ao filho" dos dois, o primogénito e o atual vice-presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue (conhecido como Teodorín).

"Mas ele não confia no filho", disse a mesma fonte.

Para Ana Lúcia Sá, outro obstáculo à eventual sucessão de Teodorín relaciona-se com os problemas do atual vice-presidente equato-guineense com a justiça francesa, que o condenou em 2021 a uma pena suspensa de três anos, multa de 30 milhões de euros e o confisco de várias propriedades em França, incluindo um edifício numa das avenidas mais caras de Paris avaliado em cerca de 110 milhões de euros.

A Constituição da Guiné Equatorial estabelece que o vice-presidente é o sucessor do Presidente em caso de impedimento deste. E, sublinha a analista do ISCTE, "quando há uma sucessão constitucionalmente garantida, a ideia é que o regime se mantenha".

"Mas creio que Teodoro Obiang irá cumprir a totalidade do novo mandato. Ele é já um senhor que não vai para novo, mas a sua ideia de sucessão é:'depois de mim se verá'", afirmou. "Obiang é o tipo de ditador que quer morrer no poder", reforçou.

A analista admite como "mais plausível" a eventualidade de "uma sucessão mais rápida com Teodoro Obiang vivo, se houver pressão internacional sobre Teodorín e, paralelamente, se houver algum movimento de colocar Gabriel [Mbaga Obiang Lima, filho de Teodoro Obiang e da segunda dama, Celestina Lima] no poder".

"Só se houver internacionalmente um apoio explícito a Gabriel Obiang, o outro filho, que dizem ser o preferido das instituições internacionais e com quem os Estados Unidos têm mais vontade de dialogar", reforçou.

Teodoro Obiang, atualmente com 80 anos, é o Presidente há mais tempo no poder, liderando há 43 anos a Guiné Equatorial, um pequeno país rico em petróleo, com "mão de ferro" desde um golpe de Estado, em 1979.

As próximas eleições presidenciais na Guiné Equatorial estavam previstas para abril de 2023, mas Obiang surpreendeu o país e a comunidade internacional ao antecipar o plebiscito, em cerca de seis meses, ignorando a Constituição do país, fazendo com que coincidisse com as eleições legislativas e locais previstas para 20 de novembro.

As últimas semanas têm sido marcadas por um forte aumento da repressão no país, o líder do Ciudadanos por la Inovación (CI), um partido ilegalizado em 2018 na Guiné Equatorial, foi detido no final de setembro, assim como mais de uma centena de apoiantes que se encontravam nas instalações do partido em Malabo.

Um número não determinado de jovens e mais de uma dezena de ativistas foram igualmente detidos, de acordo com organizações ativistas equato-guineenses.

"A repressão é cada vez maior e há mortes não explicadas nos edifícios da polícia. Há prisões de membros do partido da oposição ilegalizado pelo regime, e há uma lista de várias pessoas que estão detidas, sendo que algumas foram mortas. Isto está tudo a acontecer", afirmou Ana Lúcia Sá.

"Sabemos que algo muito grave está a acontecer, sabemos de alguns factos, mas sem mais explicações", acrescentou.

UCRÂNIA: Exumados mais de 600 corpos de civis em Kharkiv

© Lusa

Por LUSA  18/10/22 

As autoridades ucranianas já exumaram mais de 600 corpos de civis na região de Kharkiv, no nordeste do país, após a retirada das tropas russas, adiantou o ministro do Interior, Denis Monastyrsky.

"Já exumámos mais de 600 corpos de mortos na região de Kharkiv. Não conseguimos identificá-los de imediato", explicou o ministro.

"Entendemos que à medida que nos aproximamos da vitória revelam-se novos crimes de guerra cometidos pelos ocupantes", realçou.

Monastyrsky observou que as autoridades enfrentaram a mesma situação em todos os territórios libertados pela Rússia, referindo-se às "câmaras de tortura deixadas pelos russos".

Há um problema, indicou, ressaltando que a identificação dos corpos é feita através de análise de DNA (ácido desoxirribonucleico), que deve ser realizada em laboratórios especiais.

"Os nossos parceiros internacionais ajudaram-nos para que isso fosse feito de forma rápida, mas entendemos que esse trabalho demora semanas, às vezes meses, para perceber exatamente que foi torturado", acrescentou.

O líder da Administração Interna ucraniana alertou ainda que "qualquer território ocupado significa dezenas de civis torturados, prisioneiros (...)", dizendo que é isso que o país "enfrenta todos os dias".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Leia Também: Cerca de 99% dos corpos exumados em Izyum com "sinais de morte violenta"

JERUSALÉM: Austrália deixa de reconhecer Jerusalém Ocidental como capital de Israel

© Lusa

Por LUSA  18/10/22 

O governo da Austrália, liderado pelo trabalhista Anthony Albanese, anunciou hoje que irá deixar de reconhecer formalmente Jerusalém Ocidental como a capital de Israel, revertendo uma decisão tomada em 2018 pelo anterior executivo conservador.

"A questão do estatuto final de Jerusalém deve ser resolvida por meio de negociações de paz entre Israel e o povo palestino", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, numa conferência de imprensa.

Wong também sublinhou que o novo governo, eleito em maio, após nove anos de executivo conservador, não pretende transferir para Jerusalém Ocidental a embaixada australiana, que irá manter-se em Telavive.

"A Austrália está comprometida com uma solução de dois Estados na qual Israel e um futuro Estado palestino coexistam, em paz e segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas", disse, antes de afirmar que não apoiará "uma abordagem que prejudique essa perspetiva".

O então primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou em novembro de 2018 que o país iria reconhecer Jerusalém Ocidental como a capital de Israel, mas que não iria mudar a embaixada até que existisse um acordo de paz com a Palestina.

"Sei que isso causou conflitos e confusão no seio de parte da comunidade australiana, e hoje o governo está a tentar resolver isso", disse Penny Wong.

A ministra acusou o governo de Scott Morrison de tomar a decisão para tentar ganhar uma eleição crucial num subúrbio de Sydney com uma grande comunidade judaica.

"Foi um jogo cínico e malsucedido", disse Wong.

A decisão de 2018 também causou consternação na vizinha Indonésia - o país com o maior número de muçulmanos no mundo -, levando à suspensão temporária de um acordo de livre comércio com a Austrália.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a tomar esta decisão, em dezembro de 2017, que rompeu com décadas de consenso internacional sobre a Cidade Santa, cuja parte oriental é ocupada por Israel desde 1967 e reivindicada pelos palestinianos como capital do seu Estado.

O anúncio da decisão do então Presidente norte-americano, Donald Trump, foi seguido por declarações semelhantes de outros países, como a Guatemala, o Paraguai, a República Checa e as Honduras.

Mas, em setembro de 2018, o Governo do atual Presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, disse que iria anular a decisão, "absolutamente unilateral e sem consulta, sem qualquer tipo de elementos, nem argumentos fundados no Direito Internacional", tomada pelo Presidente cessante, Horácio Cartes, e anunciou o fecho da embaixada.

Esta decisão provocou mal-estar em Israel que, por seu lado, decidiu encerrar a sua representação em Assunção.

A maioria dos países, incluindo Portugal, mantém as suas embaixadas em Telavive.


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