domingo, 2 de outubro de 2022

Guiné-Bissau: Ex-presidente nomeado presidente honorário do Madem-G15

Por LUSA  02/10/22 

O antigo chefe de Estado da Guiné-Bissau José Mário Vaz foi, este domingo, nomeado presidente honorário do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), no terceiro e último dia do congresso daquele partido.

Sob proposta do coordenador nacional do partido, Braima Camará, também este domingo reeleito para um segundo mandato no cargo, a maioria dos delegados votou para que José Mário Vaz ocupe a presidência interina do partido, depois do falecimento de Luís Oliveira Sanca.

Luís de Oliveira Sanca, antigo combatente pela independência da Guiné-Bissau, signatários dos acordos de Argel e de Londres, morreu este domingo, em Bissau.

José Mário Vaz estava afastado da política desde que terminou o seu mandato como presidente da Guiné-Bissau, mas a semana passada juntou-se às fileiras do Madem-G15, tendo recebido quinta-feira o seu cartão de militante.

Os delegados elegeram também os oito vice-coordenadores do partido, nomeadamente Satu Camará Pinto, Marciano Silva Barbeiro, Júlio Baldé, Soares Sambu, Aristides Ocante da Silva, Maria Evarista de Sousa, Fidélis Forbes e Domenico Sanca, e o conselho nacional, que será coordenador por Abdu Mané.

Os congressistas aprovaram também a atribuição de um diploma de mérito ao atual presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que participou na cerimónia de abertura do congresso na sexta-feira.

Dedicado ao tema "Consolidar o partido, promover a unidade nacional e desenvolver a Guiné-Bissau", o congresso, que termina este domingo, reuniu mais de dois mil delegados em Gardete, nos arredores de Bissau, desde sexta-feira, para escolher a sua nova liderança e definir estratégia para as legislativas antecipadas, marcadas para 18 de dezembro.

Braima Camará, que liderou o partido desde a sua criação, em 2018, e que conseguiu ser o segundo mais votado nas legislativas de 2019, foi o único a anunciar oficialmente a sua candidatura.


Veja Também: Intervenção do José Mário Vaz, Ex-Presidente da República, e Presidente de Honra do MADEM-G15.

GUERRA NA UCRÂNIA: "Arma do Apocalipse". NATO lança alerta por movimentações de submarino... Teme-se que a missão do Belgorod seja testar, pela primeira vez, o míssil Poseidon.

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Notícias ao Minuto  02/10/22 

Um relatório da inteligência da NATO lançou o alarme aos Aliados. O submarino nuclear russo Belgorod, que entrou em operação no passado mês de julho, 'mergulhou' nos mares do Ártico, avança o jornal italiano La Repubblica. Teme-se que a missão seja testar, pela primeira vez, o míssil Poseidon, conhecido como "arma do Apocalipse". 

De recordar que o líder da República russa da Chechénia, Ramzan Kadyrov, defendeu, no sábado, o recurso a "armas nucleares de baixa potência" por parte da Rússia, para reforçar os esforços de invasão da Ucrânia.

"Na minha opinião, medidas mais drásticas devem ser tomadas, incluindo a declaração de lei marcial nas áreas de fronteira e o uso de armas nucleares de baixa potência", disse Kadyrov, numa mensagem na rede social Telegram, onde condenou o "nepotismo" no seio do exército russo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

GUERRA NA UCRÂNIA: Tribunal Constitucional russo valida anexação de territórios ucranianos

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Por LUSA  02/10/22  

O Tribunal Constitucional da Rússia validou hoje os tratados de anexação de quatro territórios ucranianos assinados pelo Presidente Vladimir Putin, permitindo que o parlamento (Duma) inicie, na segunda-feira, o processo de alteração da Constituição.

O tribunal reconheceu que os tratados assinados entre Putin e os líderes separatistas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia estão em "conformidade com a Constituição da Federação Russa", segundo um comunicado citado pela agência francesa AFP.

Os juízes declaram que consideram constitucional a incorporação destas regiões orientais e meridionais da Ucrânia na Federação Russa e a criação de quatro novas entidades federais no seu seio.

O presidente do Tribunal Constitucional, Valeri Zorkin, presidiu à reunião em São Petersburgo, na qual foi considerado o pedido apresentado por Putin na madrugada de sábado, de acordo com a agência espanhola EFE.

Zorkin foi um dos convidados na cerimónia de assinatura do tratado no Salão de S. Jorge do Kremlin (Presidência), em Moscovo.

A anexação dos quatro territórios pela Rússia, que se segue à da Crimeia, em 2014, foi rejeitada e condenada pela Ucrânia, as Nações Unidas e a generalidade da comunidade internacional.

O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, anunciou hoje que os deputados se vão reunir na segunda-feira, para discutir as emendas constitucionais relacionadas com a integração dos territórios anexados.

"Na segunda-feira, iremos considerar as emendas às leis constitucionais, bem como a ratificação dos tratados internacionais que foram assinados", disse Volodin, citado pela agência oficial russa TASS.

Volodin disse que a Duma está empenhada na criação rápida das condições para que cada cidadão que vive nos territórios anexados "se sinta protegido, esteja num único campo jurídico do ponto de vista da proteção social, do sistema financeiro e do espaço económico".

Putin está a seguir as mesmas medidas que tomou quando a Rússia anexou a Crimeia, há oito anos, que também foi integrada na Federação Russa após um referendo realizado sob ocupação militar.

Na altura, o Tribunal Constitucional deu também luz verde para a anexação, tal como as duas câmaras do parlamento russo (Duma e Senado).

Ao discursar no Kremlin na sexta-feira, Putin disse que os quatro territórios ucranianos foram separados da Rússia pela desintegração da União Soviética, em 1991, um acontecimento que considerou uma tragédia imposta sem consulta à população.

Disse que foi a Rússia que criou a Ucrânia moderna ao ceder territórios historicamente ligados a Moscovo, e que é agora correto que voltem à pátria russa.

Segundo peritos citados pela EFE, a anexação destes territórios parcialmente ocupados pelo exército russo exigirá a reforma da Constituição, que foi alterada há dois anos, num controverso referendo, para permitir a permanência de Putin no poder até 2036.

Foi também introduzida então uma cláusula que proíbe o chefe de Estado de ceder territórios pertencentes à Federação Russa a outro país.

A anexação obrigará a uma emenda ao Artigo 65 da Constituição, para que as atuais 85 entidades federais passem a ser 89.

Todo este processo decorre no quadro de uma guerra na Ucrânia, que a Rússia invadiu em 24 de fevereiro deste ano.


Leia Também: Nove presidentes de ex-países comunistas da Europa solidários com Kyiv

Novos coordenadores eleitos do Movimento para Alternância Democrática MADEM-G15.

Fidelis Forbs e Domínica Sanca é surpresa nos novos vices Coordenadores do Madem-G15 

Ainda entrou, Júlio Balde terceiro-vice e continuou os que estavam entre eles, destaque de Adja Satu Camara como primeiro-vice, marciano Silva Barbeiro segundo, Soares Sambu quarto, Aristides Ocante Quinto e Avarista de Sousa sexto!

1 - Satu Camara, 2 - Marciano Silva Barbeiro, 3 - Júlio Mamadu Balde, 4 - Soares Sambu, 5 - Aristides Ocante, 6 - Maria Evarista, 7 - Fidélis Forbes, 8 - Doménico Sanca

 Estamos a Trabalhar /Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

RIP: Faleceu Combatente da liberdade da pátria e alto dirigente de Madem-G15, Camarada Luís Oliveira Sanca / NOTA DE PESAR


Braima CamaráEstamos a Trabalhar

Braima Camará : Fui reeleito Coordenador nacional do MADEM-G15 para mais quatro anos de mandato, com 2168 votos.


A festa da democracia aconteceu e, assim será enquanto me confiarem a liderança deste grande partido.

Recebo de braços abertos todos e todas que depositaram confiança na moção por mim apresentada.

Tudo farei para a união e coesão do MADEM-G15 e da Guiné-Bissau, almejando a mesma confiança clara e convicta nos resultados do escrutínio de 18 de dezembro de 2020.

Obrigado pela vossa confiança.

Bem Haja! 

Juntos, somos mais fortes. 

#HoraTchiga

Braima Camará 


Veja Também:

  • IIº Congresso do MADEM-G15,  Apresentação e Votação de outros Órgãos . Vice- Coordenadores, Conselho Nacional, Comissão Política Nacional e Conselho de Direito.


  • Anúncio oficial do Resultado  de Votação do IIº Congresso do Movimento pela Alternância Democrática, MADEM-G15.


  • MADEM G-15: Resultado de votação II Congresso


Papa pede a Putin para parar "espiral de violência e morte" na Ucrânia

© Lusa

Por LUSA  02/10/22 

O papa Francisco dirigiu-se hoje ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, para pedir que pare a "espiral de violência e morte" na Ucrânia, expressando a sua preocupação com o risco de uma escalada nuclear.

"O meu apelo é dirigido sobretudo ao Presidente da Federação Russa, implorando-lhe que pare, também por amor ao seu povo, esta espiral de violência e morte", disse Francisco na celebração do Angelus, na Praça de São Pedro, dirigindo-se pela primeira vez em público a Putin, sem citar o seu nome.

Francisco pediu também ao mundo para recorrer a "instrumentos diplomáticos" para pôr fim a este conflito "grave, devastador e ameaçador", além de encorajar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a "estar aberto a sérias propostas de paz".

O papa, que falava da janela do Palácio Apostólico, falou ainda da "profunda dor" causada pelos "rios de sangue e lágrimas testemunhados nestes meses, os milhares de vítimas, principalmente crianças e as muitas destruições que deixaram desabrigadas muitas pessoas e famílias e ameaçam vastos territórios com frio e fome".

Além disso, questionou o facto de a humanidade se encontrar novamente "diante da ameaça atómica", que disse ser um "absurdo".

O papa pediu para que seja alcançado "um cessar-fogo imediato", que "se calem as armas e se busquem condições para iniciar negociações capazes de levar a soluções não impostas pela força, mas acordadas, justas e estáveis".

Estas, realçou, "devem basear-se no respeito pelo sacrossanto valor da vida humana, a soberania e integridade territorial de cada país, bem como pelos direitos das minorias e pelas suas legítimas preocupações".

Francisco também lamentou "a grave situação criada nos últimos dias com novas ações contrárias aos princípios do direito internacional", numa referência à anexação russa de quatro regiões ucranianas, que o papa não nomeou.

Essas ações "aumentam o risco de uma escalada nuclear a ponto de temer consequências incontroláveis e catastróficas em todo o mundo", disse.

O apelo do papa, além de dirigido a Putin e Zelensky, também se dirigiu a "todos os protagonistas da vida internacional" para que "façam todo o possível para acabar com a guerra em curso" para não serem arrastados para "escaladas perigosas" e "promoverem e apoiarem" iniciativas de diálogo.

"Por favor, vamos fazer com que as novas gerações respirem o ar saudável da paz, não o ar poluído da guerra, que é uma loucura. Após sete meses de hostilidades, que todos os instrumentos diplomáticos sejam usados, incluindo os que eventualmente até agora não foram usados, para acabar com esta enorme tragédia", salientou.

Francisco sempre mostrou preocupação com a guerra na Ucrânia, chegando a ponderar uma viagem a este país, e agora decidiu dedicar o Angelus a refletir sobre este problema, algo que raramente acontece, sendo que a última vez que ocorreu em 2013 para pedir a paz na Síria.

Revista polaca 'usa' aquecedor para comparar Putin a Hitler... Poderosa capa da wprost está a fazer furor. Surge na semana em que foram reveladas fugas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2.

© Reuters

Notícias ao Minuto  02/10/22 

A (poderosa) capa da revista polaca wprost está a tornar-se famosa. Nesta, é possível percecionar uma comparação entre Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Adolf Hitler, o líder nazi. A ideia central? Um aquecedor. 

Na imagem vê-se Putin com um bigode semelhante ao que Hitler usava como 'imagem de marca'. Mas, em vez de um normal bigode, a wprost 'usou' o desenho de um aquecedor na face do líder russo. Isto porque, entenda-se, a 'guerra do gás' tem sido por este usada como trunfo contra o Ocidente. 

A comparação surge na semana em que foram reveladas fugas nos gasodutos Nord Stream 1 e 2. Explosões submarinas de alta potência danificaram-nos, provocando fuga de metano.

Na sexta-feira, recorde-se, Washington e Moscovo acusaram-se mutuamente pela tentativa de sabotar os gasodutos construídos pela Rússia. Os confrontos entre os dois países prolongaram-se durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, que fora convocada pela Rússia para discutir os problemas nos gasodutos.

O Presidente russo, Vladimir Putin, apontou o dedo ao Ocidente, denunciando a tentativa de "destruir a infraestrutura energética" que alimenta a Europa central. Em Washington, a Casa Branca rejeitou as alegações de Putin sobre o oleoduto, lançando suspeitas sobre as intenções russas de "disseminar desinformação e mentiras".

Os ataques aos oleodutos levaram as empresas de energia e os governos europeus a reforçar a segurança em torno desta infraestrutura energética.

II° Congresso Ordinário do MADEM-G15 - Discurso de apresentação da moção de estratégia global para o MADEM-G15

@Radio TV Bantaba  Oct 2, 2022

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sábado, 1 de outubro de 2022

Líder deposto do Burkina Faso pede a autores do golpe que evitem guerra

© OLYMPIA DE MAISMONT/AFP via Getty Images

Por LUSA  01/10/22 

O presidente deposto do Burkina Faso, tenente coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, apelou hoje aos autores do novo golpe de Estado de sexta-feira, que o derrubaram, para que "caiam em si para evitar uma guerra fratricida".

Em comunicado, Damiba fez hoje "um apelo ao capitão Traoré e companhia para ver razões para evitar uma guerra fratricida que Burkina Faso não precisa neste contexto".

Na sua primeira comunicação pública desde o novo golpe de Estado, o tenente-coronel também negou ter-se refugiado na base militar de Kamboissin, localizada a norte da capital do Burkina Faso, Ouagadougou, que abriga tropas francesas da Operação Barkhane (liderada pela França), que combate o terrorismo no Sahel.

"Nego formalmente que me refugiei na base francesa de Kamboincé [como também se escreve o nome desse campo]. É apenas uma falsa informação para manipular a opinião", alegou.

"Os trágicos acontecimentos que o nosso país atravessa neste momento - insistiu - estão na origem da divulgação de informações falsas, habilmente orquestradas com o objectivo de manipular as populações, instrumentalizando-as para causas estrangeiras e em detrimento do interesse superior da nação".

Por fim, Damiba pediu à população para "ficar calma em casa".

Falando na televisão estatal RTB, o subtenente Jean-Baptiste Kabré, em nome de Traoré, o novo homem forte do país, anunciou anteriormente que Damiba "se refugiou na base francesa de Kamboinssin para planear uma contra-ofensiva".

No entanto, a embaixada francesa negou "qualquer envolvimento do exército francês" nos eventos, bem como rumores de que as autoridades depostas "foram bem-vindas ou estão sob a proteção de militares franceses".

O Chefe do Estado-Maior do Exército do Burkina Faso, coronel David Kabre, apelou hoje a "todas as partes para parmanecerem calmas e moderadas para dar a oportunidade de uma solução negociada para a crise".

O Burkina Faso tem sofrido frequentes ataques terroristas desde abril de 2015, cometidos por grupos ligados tanto à Al Qaeda quanto ao Estado Islâmico, cujas ações afetam particularmente o norte do país.

Em novembro de 2021, um ataque a um posto da Gendarmerie causou 53 mortes - 49 gendarmes e 4 civis -, o que gerou grande descontentamento social que se traduziu em fortes protestos exigindo a renúncia do presidente burquinense, Roch Marc Christian Kaboré.

Alguns meses depois, a 24 de janeiro, os militares liderados por Damiba tomaram o poder num golpe - o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020 - e depuseram o presidente.


Leia Também: França condenou ataques contra a sua embaixada no Burkina Faso

Guiné-Bissau: PRS contra atual configuração da Comissão Nacional de Eleições

Por dw.com  01.10.2022

 O presidente em exercício do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias, disse que o seu partido se recusa a participar em eleições com a atual configuração da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Fernando Dias afirmou que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) "não tem capacidade para funcionar" com a saída do presidente eleito do órgão, José Pedro Sambu, que passou a chefiar o Supremo Tribunal de Justiça e ainda a "ida" de um secretário-executivo adjunto para o Tribunal de Contas.

"A estrutura da CNE foi desmontada, é preciso reformatar a CNE para irmos às eleições na tranquilidade e total segurança eleitoral para todos. Caso contrário nós não vamos às eleições com uma CNE sem os seus órgãos completos", observou Fernando Dias.

O presidente em exercício do PRS salientou que a fórmula para resolver o problema reside no diálogo entre os partidos políticos, nomeadamente os cinco que tinham assento no parlamento dissolvido pelo chefe de Estado em maio passado.

Florentino Mendes Pereira é o candidato do PRS às legislativas antecipadas de 18 de dezembro

Consenso político

Fernando Dias lembrou que a lei guineense reserva "com caráter de exclusividade" à plenária do parlamento a escolha de dirigentes da CNE, e com a dissolução do órgão "já não é possível ir por esse caminho".

"O caminho aqui é chamar os partidos, neste caso, aqueles com a representação parlamentar para arranjar um consenso político", afirmou Dias, que sublinhou que o PRS não tem nenhuma indicação precisa sobre se as eleições terão lugar na data marcada pelo chefe de Estado, em 18 de dezembro.

Seja como for, disse Fernando Dias, o PRS está a preparar-se para ir à eleição na data marcada por Umaro Sissoco Embaló.

O presidente em exercício do PRS disse à Lusa que o seu partido "vai ganhar” as legislativas, por estar "de consciência tranquila e sem responsabilidades” na situação do país, que disse ser difícil, embora faça parte da coligação no Governo.

"O PRS tem os seus elementos no atual Governo de iniciativa presidencial, mas toda a gente sabe como esses dirigentes do partido entraram para o Governo. O PRS não tem nenhuma responsabilidade pela situação atual do país e o povo guineense sabe disso”, destacou Fernando Dias.

MADEM-G15: II° CONGRESSO - CONSOLIDAR O PARTIDO, PROMOVER A UNIDADE NACIONAL E DESENVOLVER A GUINÉ-BISSAU - 2° Dia





©Radio TV Bantaba ...“Voltei para o lugar onde não devia ter saido”- Dra. Suzy Carla Barbosa discursa no 2º dia do congresso do MADEM G-15…Assista aqui 

©Radio TV Bantaba ...MADEM G-15: António Oscar Barbosa (Cancan) discursa no congresso. Assista o video

@Braima Camará  ...A minha chegada para o 2.º dia do nosso II° congresso ordinário.☝

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 / Radio TV Bantaba

Ministro do Ensino Superior: “ESTUDO DIAGNÓSTICO SOBRE A EDUCAÇÃO SUPERIOR ENVERGONHA OS GUINEENSES”

 JORNAL ODEMOCRATA  01/10/2022  

O Ministro do Ensino Superior e Investigação Científica, Timóteo Saba M’bunde, considerou vergonhoso, para a sociedade guineense, aa conclusões de um estudo diagnóstico sobre a Educação Superior e Investigação Científica que reprovam o funcionamento do ensino superior na Guiné-Bissau e apontam como uma das falhas a qualificação dos docentes.

“Há poucos meses fomos surpreendidos com resultados de investigação sobre a qualidade do corpo docente, tendo sido atribuída uma percentagem muito baixa à classe dos docentes do ensino superior. Esta situação, além de envergonhar todos os guineenses, não me deixa satisfeito nem tranquilo, enquanto Ministro do Ensino Superior e da Investigação Científica” disse Saba M’bunde, ao presidir, esta sexta-feira, 30 de setembro de 2022, a cerimónia de entrega de diplomas a 129 finalistas do centro de formação de professores Domingos Ramos em Cacheu.

O governante lançou um apelo à Direção daquele centro de formação, no sentido de ser intransigente com os docentes “menos sérios” no exercício das suas atividades. 

“Não podemos, de forma alguma, banalizar um setor chave como a educação, devemos sim, primarmo-nos pelo rigor e pela qualidade, destacando o valor das suas vertentes praxiológica e epistemológica”.

Para Timóteo Saba M’bunde, a qualidade do ensino melhora-se com o trabalho, com o rigor e no cumprimento dos critérios e das metas definidas. 

Embora reconheça que existem enormes dificuldades no setor, sobretudo no que diz respeito às condições do trabalho, o governante apela a que todos façam o melhor e sejam motores de mudança nas instituições, tendo garantido que tudo fará junto do governo e do Presidente da República para que se construa um ensino superior cada vez mais sólido e eficaz, adequado reais necessidades do país.  

“É neste contexto que estamos a encetar esforços com vários parceiros internacionais. Permitam-me destacar o acordo que recentemente assinámos com a empresa Edibon Internacional, em Espanha, para construção de duas unidades laboratoriais, e com a Universidade Complutense de Madrid e alguns institutos superiores de Portugal, que garantiram a atribuição de bolsas de estudo para os nossos estudantes, já no próximo ano letivo” informou Saba Mbunde. 

Refira-se que um estudo divulgado em junho deste ano pela Fundação Fé e Cooperação (FEC) revelou que há falta de qualificação dos docentes e défice de instituições do ensino superior no país, assim como a maior parte dos docentes tem apenas o grau de licenciatura, muitos têm o bacharelato, poucos com o doutoramento, apesar de se estar a registar um aumento de professores com o mestrado.

Por: Tiago Seide

Foto: cortesia Ministério do Ensino Superior


II congresso ordinário de Madem-G15 - O relatório da direção cessante, apresentado por coordenador nacional Braima Camara, foi aprovado pelos delegados, com maioria qualificada…

 Estamos a Trabalhar

SAÚDE PÚBLICA - Crimes de corrupção: PJ DETEVE O INSPETOR GERAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PÚBLICA

 JORNAL ODEMOCRATA  01/10/2022  

A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau (PJ) desencadeou uma operação “HIGIA” de investigação sobre a emissão de licenças falsas às farmácias que culminou com a detenção do Inspetor Geral do Ministério da Saúde Pública e do Presidente da Autoridade Reguladora das Farmácias.

Os dois altos funcionários detidos na sexta-feira, 30 de setembro de 2022, são acusados dos crimes de falsificação de licenças de farmácias, de corrupção e peculato.

Uma fonte do jornal O Democrata junto daquela corporação da polícia de investigação criminal revelou que mais de 95 por cento das farmácias que operam nas regiões detêm licenças falsas.

“Algumas farmácias estão envolvidas no contrabando de medicamentos em conluio com altos funcionários do ministério da Saúde Pública. Usam técnicas de distribuidores grossistas que detém licenças de importação dos medicamentos, mas importam medicamentos a partir da Guiné-Conacri sem nenhuma supervisão ou controlo” revelou, para de seguida avançar que algumas farmácias encerradas dedicam-se à introdução destes medicamentos falsos no mercado nacional.

Sobre os suspeitos detidos, a fonte explicou que os dois altos funcionários estão a ser acusados de crimes de falsificação de documentos, peculato e corrupção.

“Cada um destes funcionários forjavam as licenças. Por exemplo, no caso do presidente da autoridade reguladora, ele emitia as licenças para si mesmo, para depois alugá-las aos proprietários das farmácias que pagavam uma avença mensal em dinheiro”, revelou.

Avançou que alguns funcionários emitem licenças em seus nomes ou em nome das suas esposas e filhos, que depois alugam para os donos das farmácias.

“Vimos assinaturas falsas do antigo ministro da Saúde, António Deuna, nas licenças emitidas. Emitem também licenças para importadores, grossistas e distribuidores de medicamentos que não são das suas competências”, contou.

A fonte assegurou ao O Democrata que até ao momento apenas dois altos funcionários estão detidos, no âmbito da operação “HIGIA”. Enfatizou que nenhum dos proprietários das farmácias está detido, avançando que a investigação prosseguem seu curso um pouco por todo o país.

Por: Assana Sambú

GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA: Von der Leyen diz que novo gasoduto europeu é "sinónimo de liberdade" e "emancipação do gás russo"

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na cerimónia que dá início às operações comerciais de um gasoduto greco-búlgaro.VASSIL DONEV

Por sicnoticias.pt  01/10/22

O interconector IGB, de 182 quilómetros de comprimento, foi inaugurado em julho, mas só começou a funcionar este sábado.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou este sábado início das operações comerciais de um gasoduto greco-búlgaro como uma emancipação da Europa em relação ao gás russo.

"Hoje, começa uma nova era para a Bulgária e o sudeste da Europa", disse Von der Leyen numa cerimónia em Sófia que contou com a presença de líderes da região.

Von der Leyen disse que o novo gasoduto é um "sinónimo de liberdade" e de "emancipação do gás russo", que contribui para a "segurança energética da Bulgária e da Europa".

O interconector IGB, de 182 quilómetros de comprimento, foi inaugurado em julho, mas só começou a funcionar hoje, disse o primeiro-ministro búlgaro em exercício, Galab Donev.

O novo gasoduto permite à Bulgária, que não recebe gás da gigante russa Gazprom desde abril, diversificar as suas fontes e "ser menos vulnerável".

O país dos Balcãs, que dependia fortemente de Moscovo para a energia antes do conflito na Ucrânia, está agora ligado ao gasoduto Tanap/Tap, que transporta gás azeri do Mar Cáspio para a Europa Ocidental.

A Bulgária vai receber 01 bcm (mil milhões de metros cúbicos) por ano deste gás, para uma capacidade total de 03 bcm do novo gasoduto.

"Poderá cobrir todo o consumo de gás da Bulgária", disse a presidente da Comissão Europeia.

"Esta é uma excelente notícia em tempos muito difíceis (...). Graças a tais projetos, a Europa terá gás suficiente para o inverno", acrescentou.

Participaram na cerimónia os presidentes do Azerbaijão, Ilham Aliev, da Sérvia, Aleksandar Vucic, da Macedónia do Norte, Stevo Pendarovski, e da Bulgária, Roumen Radev, bem como o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.

Com um custo de 220 milhões de euros, incluindo 50 milhões de euros de financiamento europeu, o projeto da ligação greco-búlgara nasceu em 2009, mas a sua construção sofreu muitos atrasos.

A guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro deste ano, e a crise energética precipitaram os esforços para concluir o projeto.

No âmbito dos esforços para reduzir a dependência da UE do gás russo, Von der Leyen assinou, em julho, em Baku, um memorando de entendimento com o Azerbaijão para duplicar as importações de gás em poucos anos.


Leia Também: Dois novos gasodutos na Europa para aumentar independência energética

RTP ÁFRICA - Causa e efeito 30.09.2022

 Braima Camará

II° Congresso Ordinário do MADEM-G15 - 2° Dia

Braima Camará

Nova vitória para os ucranianos: Rússia anuncia retirada de Lyman... Esta é a maior conquista para o país invadido desde que retomou Kharkiv e permitirá ainda um avanço em direção a Lugansk.

© Getty Images

Notícias ao Minuto  01/10/22 

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou a retirada das tropas russas da cidade de Lyman, na região de Donetsk, segundo cita a agência RIA.

"Em conexão com a criação de uma ameaça de cerco, as tropas aliadas foram retiradas do assentamento de Krasny Liman [nome russo para Lyman] para linhas mais vantajosas", anunciaram os russos.

A conquista ucraniana é uma vitória significativa após o anúncio de anexação de quatro regiões da Ucrânia pela Rússia. 

Durante meses, Lyman serviu de ponto central de logística e transporte das operações russas.

Esta é a maior conquista para o país invadido desde que retomou Kharkiv e permitirá ainda um avanço em direção a Lugansk.

"Lyman é importante porque é o próximo passo para a libertação do Donbass ucraniano. É uma oportunidade de ir mais longe para Kreminna e Severodonetsk, e é muito importante psicologicamente", explicou esta manhã, à televisão ucraniana, o porta-voz das forças militares do leste da Ucrânia, Serhii Cherevatyi.

Refira-se que as forças ucranianas conseguiram retomar Kharkiv no início de setembro, levando a uma retirada à pressa das forças russas que, por sua vez, deixaram para trás muito material militar que foi aproveitado pelos ucranianos.

Após a retomada deste território, foram encontradas várias provas de crimes de guerra, nomeadamente a descoberta de 10 câmaras de tortura. 


Leia Também: Forças ucranianas cercam cidade estratégica para russos em Donetsk

Missão de alto nível! - Embaló Presidente da República, desloca-se esta manhã para o Senegal-Dakar, numa missão como o Presidente em exercício dda CEDEAO;


 Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional  01-10/022

BURKINA FASO: União Africana condena novo golpe de Estado no Burkina Faso

©  Lassana Bary/Twitter

Por LUSA 01/10/22  

O presidente da Comissão da União Africana (UA) condenou hoje "de forma inequívoca" o golpe de Estado no Burkina Faso, cometido na sexta-feira por um grupo de soldados, tratando-se da segunda insurreição militar em oito meses.

Em comunicado emitido da sede da UA na capital etíope de Adis Abeba, o presidente da Comissão, Moussa Faki Mahamat, expressou "profunda preocupação com o ressurgimento de mudanças inconstitucionais de Governo no Burkina Faso e noutros lugares do continente africano".

Mahamat pediu às Forças Armadas do Burkina Faso que se abstenham "imediata e completamente de qualquer ato de violência ou ameaça" à população, às liberdades civis e aos direitos humanos.

O político chadiano também instou o exército a "garantir o cumprimento estrito dos prazos eleitorais para a restauração da ordem constitucional até 01 de julho de 2024".

No comunicado, publicado pela UA na sua conta na rede social Twitter, o presidente reafirmou o "apoio contínuo da União Africana ao povo do Burkina Faso, para garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento do país".

Mahamat também transmitiu o seu apoio à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que esta manhã também condenou o golpe.

Um grupo de soldados liderados pelo capitão do Exército burquinense Ibrahim Traoré levou a cabo um golpe, na sexta-feira, que derrubou o líder da junta militar que governava o país, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Em mensagem dirigida à nação na noite de sexta-feira, os perpetradores do golpe acusaram Damiba de se desviar do ideal do Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração (MPSR), nome da junta que tomou o poder no golpe de 24 de janeiro, e de não acabar com a insegurança causada pelo terrorismo 'jihadista'.

Após um dia de confusão marcado por uma insurreição militar e tiros disparados em zonas estratégicas da capital, Ouagadougou, os autores do golpe anunciaram a suspensão da Constituição e da Carta de Transição.

Da mesma forma, os militares liderados por Traoré, o novo homem forte do país, decretaram a dissolução do Governo e da Assembleia Legislativa de Transição e instituíram um recolher obrigatório entre as 21:00 e as 05:00.

Os autores do golpe também ordenaram o encerramento das fronteiras nacionais e a suspensão de todas as atividades políticas e da sociedade civil.

O Burkina Faso tem sofrido frequentes ataques 'jihadistas' desde abril de 2015, cometidos por grupos ligados tanto à Al Qaeda quanto ao Estado Islâmico, cujas ações afetam particularmente o norte do país.

Em novembro de 2021, um ataque a um posto militar causou 53 mortes (49 militares e quatro civis), o que gerou grande descontentamento social que levou a fortes protestos, exigindo a renúncia do presidente burquinense, Roch Marc Christian Kaboré.

Meses depois, em 24 de janeiro, os militares liderados por Damiba tomaram o poder através de um golpe, o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020, e depuseram o presidente.

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© Lusa

Por LUSA  01/10/22 

Algumas das principais ruas e estradas de Ouagadougou, capital de Burkina-Faso, voltaram hoje a ser bloqueadas por soldados, um dia depois do golpe de Estado que depôs o líder da Junta Militar.

O regresso de tensões à capital ocorre no dia seguinte ao golpe de Estado em que militares depuseram das funções de chefe da Junta Militar o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, ele próprio chegado ao poder por um outro golpe, em janeiro.

Várias testemunhas relataram ter ouvido uma rajada de tiros perto da rotunda das Nações Unidas, no centro da cidade, no final da manhã de hoje.

Tal como aconteceu na sexta-feira, os soldados bloquearam as principais vias da cidade, em particular no bairro de Ouaga 2000, onde se encontra o edifício da presidência, enquanto helicópteros sobrevoavam a capital e os comerciantes voltavam a fechar as suas lojas.

Na noite de sexta-feira, depois de um dia de tiroteios no distrito da presidência em Ouagadougou, cerca de 15 soldados fardados e alguns encapuzados tomaram conta das instalações da Rádio e da TV nacional, anunciando a destituição de Damiba -- cujo destino ainda permanece desconhecido -- e o encerramento de fronteiras terrestres e aéreas, bem como a suspensão da Constituição e a dissolução do Governo e da Assembleia Legislativa de Transição.

Para justificar a iniciativa, os militares invocaram "a contínua deterioração da situação de segurança" no país.

O novo chefe da Junta Militar, capitão Ibrahim Traoré, era até agora o comandante do corpo do Regimento de Artilharia Kaya, no norte do país, recentemente atingido por ataques 'jihadistas'.

A União Europeia (UE) já condenou o golpe de Estado de sexta-feira, através do Alto Representante para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que em comunicado denunciou a ameaça aos esforços de transição de poder no Burkina-Faso.

"A União Europeia apela ao cumprimento dos compromissos assumidos, que constituíram a base do acordo alcançado com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em 03 de julho, com o objetivo de apoiar o Burkina-Faso no regresso à ordem constitucional até, o mais tardar, 01 de julho de 2024", disse Borrell no comunicado.

O chefe da diplomacia europeia também lamentou a deterioração da situação humanitária e de segurança no país e assegurou que a UE está "ao lado do povo do Burkina-Faso nestes tempos difíceis".

Desde abril de 2015 que o país tem sofrido frequentes ataques 'jihadistas', cometidos por grupos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico (EI), sobretudo no norte do país.

Em 24 de janeiro deste ano, um grupo de militares liderados por Damiba tinha tomado o poder num golpe de Estado, depondo o Presidente em funções.

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Florença IyereMadem Anunbara/Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 

PR Umaro Sissoco Embalo, preside a Cerimónia de Tomada de Posse dos Juízes do Tribunal de Justiça da CEDEAO.

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BURKINA FASO: ONU pede calma e que se evite a violência após revolta no Burkina Faso

© Reuters

Por LUSA  01/10/22 

A ONU pediu esta sexta-feira "calma" e que se evite o escalar da violência no Burkina Faso, país marcado por uma revolta de soldados que retiraram a junta militar no poder, oito meses depois de ter chegado ao poder.

"As Nações Unidas pedem calma e o evitar de mais violência. Burkina Faso precisa de paz, precisa de estabilidade e precisa de unidade para combater grupos terroristas e redes criminosas que operam em zonas do país", sublinhou o porta-voz deste organismo, Stéphane Dujarric, durante a conferência de imprensa diária.

Dujarric salientou que o secretário-geral, António Guterres, está a acompanhar de perto os últimos desenvolvimentos e sublinhou que a ONU continua empenhada no objetivo de que o Burkina Faso recupere rapidamente a ordem constitucional.

Esta sexta-feira, um grupo de soldados liderados pelo capitão do Exército Ibrahim Traoré realizou um golpe e derrubou a junta militar que governava o país desde agosto, chefiada pelo tenente-coronel Paul Henri Damiba.

Numa mensagem dirigida à nação na televisão estatal, os golpistas anunciaram a dissolução do governo de transição, o encerramento das fronteiras e a suspensão da Constituição.

Os militares ocuparam várias áreas estratégicas da capital Ouagadougou na manhã de quinta-feira, onde fecharam escolas, bancos e empresas.

No centro da capital, a agência Efe viu cidadãos a aplaudirem os soldados que vigiavam algumas ruas da cidade, pedindo aos militares rebeldes a retirada do presidente da junta militar que governa o país, Paul-Henri Sandaogo Damiba.

Também foram ouvidas explosões na manhã de sexta-feira no quartel-general de Baba Sy, onde o golpe liderado pelo atual presidente de transição começou em 24 de janeiro, e que mais tarde deu lugar ao som de tiros esporádicos.

A situação atual desenrolou-se após uma caravana com mantimentos, escoltado pelo Exército do Burkina Faso, ter sido atacado por terroristas em 26 de setembro, perto da cidade de Gaskindé, no norte.

O balanço provisório oficial apontava para 11 mortos, 28 feridos, entre soldados, voluntários que apoiam as Forças Armadas e civis e cerca de 50 civis desaparedicos.

O Burkina Faso tem sofrido ataques de extremistas islâmicos frequentes desde abril de 2015, cometidos por grupos ligados tanto à Al-Qaida como ao grupo Estado Islâmico, cujas ações afetam 10 das 13 regiões do país, especialmente no norte.

A insegurança fez com que o número de pessoas deslocadas internamente no Burkina Faso subisse para quase dois milhões, de acordo com números governamentais.

Em novembro de 2021, um ataque a um posto de 'gendarmerie' causou 53 mortes (49 'gendarmes' e quatro civis), o que levou a uma agitação social generalizada que resultou em fortes protestos exigindo a demissão do Presidente Roch Marc Christian Kaboré.

Alguns meses mais tarde, em 24 de janeiro, os militares liderados por Damiba tomaram o poder num golpe de Estado - o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020 - e depuseram o Presidente.


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