sábado, 19 de agosto de 2023

Níger. Milhares de manifestantes defendem saída das tropas francesas

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 POR LUSA    19/08/23 

Milhares de mulheres, na sua maioria jovens, manifestaram-se hoje na capital do Níger, Niamey, para exigir a retirada imediata das tropas francesas, cujo destacamento no país foi autorizado pelo Presidente entretanto deposto num golpe de Estado.

O protesto, organizado por várias organizações da sociedade civil, concentrou-se junto à base 101 da Força Aérea Francesa, onde os participantes entoaram palavras de ordem contra a presença militar francesa e a favor da junta militar nigerina, que se autodenomina Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).

"Viemos aqui para exigir a retirada das forças francesas. O regime do Presidente Bazoum estendeu o tapete vermelho para uma nova era de colonização do nosso país", disse à reportagem da agência espanhola de notícias EFE uma das organizadoras da manifestação, Naomi Binta Stansly.

Entre as palavras de ordem ouvidas durante a manifestação estavam "França fora, sois cúmplices dos terroristas que choram as nossas famílias", "Estamos unidos atrás do exército para a libertação total do nosso país" e "Abaixo a França, abaixo os traidores africanos e nigerianos".

Em 03 de agosto, a junta militar anulou (com prazos de 30 a 90 dias) os cinco acordos de cooperação em matéria de defesa e segurança assinados com a França, que tem 1.500 militares destacados no Níger para ajudar a combater o terrorismo 'jihadista'.

Além da grave crise de segurança, o Níger vive uma situação de instabilidade política desde o golpe militar que pôs fim ao mandato de Mohamed Bazoum, eleito em fevereiro de 2021 num sufrágio contestado pela oposição.

A Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) enviou hoje uma nova missão a Niamey para tentar uma solução diplomática para o conflito, mas também para "transmitir firmeza" na intenção de avançar com uma intervenção militar regional para garantir o regresso à ordem constitucional no país.


Leia Também: Níger. CEDEAO em Niamey para transmitir "mensagem de firmeza"

O Ministro das Pescas e Economia Marítima, Dionísio do Reino Pereira e a sua equipa efectuaram hoje sábado (19.08), uma visita de trabalho às diferentes direcções gerais do Ministério, nomeadamente: INFISCAP, CIPA, Unidade de Transformação e Conservação do Pescado e as empresas privadas que trabalham na área pesqueira, a Afripêche e a Ocean Fishing Bissau.

Radio Voz Do Povo

URGENTE: A delegação da CEDEAO liderada pelo ex-Chefe de Estado Militar da Nigéria, Abdulsalami Abubakar, está voando de volta para Abuja, Nigéria, depois de passar apenas 90 minutos na República do Níger

A delegação deveria se encontrar com o líder do golpe na República do Níger, general Abdourahamane Tchiani, mas há relatos não confirmados de um suposto motim da guarda presidencial no palácio presidencial na República do Níger

Segundo golpe???

Por Journalist KC


Níger. CEDEAO em Niamey para transmitir "mensagem de firmeza"

© Journalist KC

POR LUSA   19/08/23 

Uma delegação da Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) chegou hoje à capital do Níger, Niamey, para tentar uma nova mediação diplomática e "transmitir uma mensagem de firmeza" face ao golpe militar de julho.

De acordo com a agência francesa de notícias France-Presse (AFP), que cita fontes próximas da delegação, o avião aterrou por volta das 13:00 locais, mesma hora em Lisboa, levando uma delegação liderada pelo antigo presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar.

O antigo chefe de Estado da Nigéria já tinha visitado o país em 03 de agosto, mas não se encontrou nem com o líder da junta militar que governa o país, Abdourahamane Tiani, nem com o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, algo que a delegação vai agora tentar fazer.

O conjunto de emissários da CEDEAO vai transmitir "uma mensagem de firmeza" aos militares do Níger e encontrar-se com Bazoum, que continua detido, no dia seguinte a uma reunião dos chefes militares da CEDEAO ter confirmado que haverá uma intervenção caso os militares nigerinos não devolvam o poder ao Presidente.

O comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do bloco, Abdel-Fatau Musah, garantiu após o encontro de dois dias que "se as opções pacíficas fracassarem", optarão por uma "intervenção militar cirúrgica" contra a junta militar no Níger.

O encontro ocorreu depois de os chefes de governo da CEDEAO - bloco formado por 15 países -- terem determinado em 10 de agosto ativar a "força de reserva" da organização, embora também tenham priorizado o diálogo para resolver a crise do Níger.

Possíveis ações militares dividiram a região, com os governos da Nigéria, Benim, Costa do Marfim e Senegal a confirmarem publicamente, nas últimas semanas, a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.

No outro extremo, os vizinhos Mali e Burquina Faso, governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra os seus países.

Além do Chade, a Guiné-Conacri, a Argélia e Cabo Verde rejeitaram essa intervenção militar, defendendo antes o diálogo.

O chefe da Guarda Presidencial nigerina, Abdourahmane Tiani, anunciou, em 26 de julho, a deposição de Mohamed Bazoum e o encerramento das fronteiras, devido à profunda crise económica e de segurança no país, que enfrenta um aumento das operações das ramificações do grupo extremista Estado Islâmico e da Al-Qaida.

O Níger é o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burquina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.



Leia Também: CEDEAO garante "intervenção militar" se negociações falharem no Níger

"Putin sacrifica o exército e o povo pela sua sobrevivência pessoal"

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Notícias ao Minuto   19/08/23 

O chefe da diplomacia europeia afirmou que o "projeto de conquista" do presidente russo foi "um fiasco completo".

O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, defendeu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "enganou-se em quase tudo" em relação à sua chamada "operação militar especial" na Ucrânia e que "está agora a sacrificar o seu exército e o seu povo pela sua sobrevivência especial".

"Militarmente a Rússia falhou. Putin queria uma 'blitzkrieg' [guerra-relâmpago, em alemão], mas já passaram 18 meses e está na defensiva. O seu projeto de conquista rápida foi um fiasco completo", apontou, em entrevista ao jornal espanhol El País.

"A Rússia já pagou um preço enorme em termos materiais e humanos: perdeu dois mil tanques, mais do que todos os exércitos da Europa juntos. Embora isso não signifique que tenha esgotado as suas capacidades, Putin está agora a sacrificar o seu exército e o seu povo pela sua sobrevivência pessoal", acusou.

Borrell afirmou ainda que "Putin pensou que a enorme dependência da Europa" em relação aos hidrocarbonetos russos "impediria" a União Europeia (UE) de lhe "fazer frente". No entanto, "em ano e meio, o consumo de gás russo, com excessão da Hungria, caiu para praticamente zero".

"Ele pensava que tinha tudo sob controlo e, de repente, parte do seu exército, ou pelo menos parte das suas tropas, pega em armas contra os seus próprios camaradas e avança 400 quilómetros em direção a Moscovo. Este facto põe em evidência as fissuras do sistema político russo", disse, referindo-se à rebelião falhada do Grupo Wagner. 

"Repito: Putin vai sacrificar o seu povo e o seu exército pela sua sobrevivência pessoal e política, e é por isso que é tão difícil negociar a paz. E o que tem de ser negociado é um novo sistema de segurança coletiva que esta guerra destruiu", atirou.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 16 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.


Leia Também: O exército russo afirmou hoje ter frustrado um ataque de um drone ucraniano que visava a região de Moscovo, numa altura em que estes ataques em solo russo estão a aumentar como parte da contraofensiva das forças de Kyiv.

🇳🇪 🇳🇬 As autoridades nigerianas dizem que o encerramento da fronteira com o Níger devido às sanções impostas pela comunidade internacional poderá resultar em perdas de 226 milhões de dólares.

VOA Português  

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Putin reuniu-se com generais russos no sul da Rússia

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POR LUSA   19/08/23 

O Presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se hoje em Rostov-on-Don, no sul da Rússia, com os generais encarregados da operação militar na Ucrânia, anunciou o Kremlin.

"O chefe de Estado ouviu os relatórios do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, dos comandantes de setor e de outros oficiais", refere um comunicado do Kremlin.

De acordo com o Kremlin, Putin deslocou-se hoje à região de Rostov-on-Don, no sul do país, para ouvir as informações do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, que tem sido amplamente criticado por alguns setores pela falta de vitórias na Ucrânia.

Putin foi também informado por outros comandantes e oficiais de unidades que combatem no que é conhecido na Rússia como "operação militar especial", segundo o comunicado oficial.

O Ministério da Defesa russo informou hoje, no seu briefing matinal, sobre os bombardeamentos aéreos contra posições inimigas na região oriental de Donetsk.

Acusou Kiev de lançar um novo ataque na península anexa da Crimeia com um míssil terra-ar S-200, que foi abatido por baterias russas.

Os únicos sucessos alcançados nas últimas semanas pelo exército russo foram na área de Kupiansk, uma cidade na região nordeste de Kharkov, uma situação que foi reconhecida por Kiev.

Ao mesmo tempo, as forças russas tiveram de se retirar de várias cidades de Donetsk e da região sul de Zaporijia, o epicentro da contraofensiva ucraniana.

Desde o início da contraofensiva, a 04 de junho, Putin afirma que foi um fracasso total para Kiev, que perdeu dezenas de milhares de soldados na sua tentativa de avançar para o Mar de Azov.

Gerasimov e o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, continuam nos seus cargos, apesar de o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ter pedido a sua cabeça depois de, no final de junho, terem encenado uma rebelião armada em que os seus mercenários tomaram a cidade de Rostov-on-Don.


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China lança manobras militares em torno de Taiwan. Ilha condena

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POR LUSA   19/08/23 

O exército da China anunciou hoje o arranque de exercícios militares marítimos e aéreos em torno de Taiwan, dias após a passagem do vice-Presidente taiwanês, William Lai Ching-te, pelos Estados Unidos.

O Comando do Teatro Oriental do exército chinês, cuja área de operações está voltada para Taiwan, anunciou que as manobras constituem um "sério aviso" aos "grupos separatistas" da ilha e às "forças externas" que os apoiam.

O porta-voz do comando, o coronel Shi Yi, disse que as manobras serão realizadas na área adjacente a Taiwan, com a participação de "navios e aeronaves de combate", para "praticar a coordenação entre si" e o "controlo do espaço aéreo e marítimo".

De acordo com um comunicado, publicado na rede social Weibo -- semelhante à X (antigo Twitter), bloqueada na China --, os exercícios visam "testar a real capacidade de combate" das tropas do Comando do Teatro Oriental, que é responsável pela defesa da costa leste da China.

Em reação, o Ministério da Defesa de Taipé disse num comunicado que "condena veementemente este comportamento irracional e provocativo e enviará as forças adequadas em resposta (...) a fim de defender a liberdade, a democracia e a soberania de Taiwan".

William Lai voltou a Taipé na sexta-feira, depois de viajar para o Paraguai, onde participou na posse de Santiago Peña como novo Presidente daquele país, um dos poucos a reconhecer oficialmente Taiwan.

O vice-Presidente fez duas paragens em Nova Iorque e em São Francisco, tendo sido recebido por representantes do Instituto Americano de Taiwan, que atua como a embaixada norte-americana de facto na ilha, na ausência de relações diplomáticas entre Washington e Taipei.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China tinha prometido no domingo passado "medidas firmes" contra a passagem de Lai pelos Estados Unidos, algo que considerou ser um ataque às suas reivindicações de soberania sobre Taiwan.

"A China opõe-se firmemente a qualquer forma de contacto oficial entre os Estados Unidos e Taiwan e opõe-se firmemente a qualquer viagem de separatistas pela independência de Taiwan aos Estados Unidos", declarou um porta-voz do ministério.

A China considera Taiwan, onde cerca de 23 milhões de habitantes são governados por um sistema democrático, uma das suas províncias e não renunciou ao eventual uso da força militar para conseguir a reunificação.

O exército chinês já tinha lançado em abril manobras de três dias em torno de Taiwan, em reação a uma reunião nos Estados Unidos entre o presidente da Câmara dos Deputados norte-americana, Kevin McCarthy, e a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen.

William Tai foi o escolhido pelo Partido Democrático Progressista, atualmente no poder em Taiwan, como candidato a suceder a Tsai Ing-wen nas eleições marcadas para 2024.


Leia Também: Taipé detetou hoje a presença de 42 aviões militares chineses nas imediações da ilha, horas após a China ter anunciado o arranque de exercícios militares marítimos e aéreos em torno de Taiwan.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

SENEGAL: Líder da oposição no Senegal recupera consciência nos cuidados intensivos

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POR LUSA    18/08/23 

Dacar, 18 ago 2023 (Lusa) - O líder da oposição no Senegal e anunciado candidato presidencial Ousmane Sonko recuperou a consciência após na quinta-feira ter sido internado nos cuidados intensivos, anunciou hoje o porta-voz do seu partido.

Ousmane Sonko "permanece nos cuidados intensivos sob vigilância médica e policial e o seu estado de saúde continua a ser muito preocupante", acrescentou o porta-voz do Partido do Senegal pelo Trabalho, Ética e Fraternidade (Pastef), Ousseynou Ly, em declarações à agência France-Presse.

As autoridades do Senegal não se pronunciaram sobre o seu estado de saúde atual, mas anteriormente tinha questionado se Sonko estaria realmente em greve de fome.

O Pastef, dissolvido desde 31 de julho pelo Governo senegalês depois de acusado de insurreição, recordou na quinta-feira que Sonko estava no seu 19.º dia de greve de fome, iniciado para protestar contra a sua detenção.

"O Presidente Macky Sall, o seu ministro da Justiça, o seu ministro do Interior e todos os implicados nesta perseguição desumana, que acabaram de colocar em perigo a vida do líder da oposição, serão plenamente responsáveis por tudo o que ocorra", acrescenta-se no comunicado.

No texto divulgado na quinta-feira, o Pastef faz ainda um "apelo aos militantes, simpatizantes e a todo o povo senegalês para que se levante e exija a libertação imediata e incondicional do presidente Sonko, da sua família e de todos os detidos políticos".

O partido já tinha anunciado no dia 06 a hospitalização de urgência de Sonko e tinha responsabilizado Macky Sall e o seu regime.

Sonko foi detido em 28 de julho e encontra-se em prisão preventiva desde 31 de julho, dia em que o Ministério do Interior anunciou igualmente a dissolução do seu partido.

Desde a sua detenção que eclodiram tumultos em Dacar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.

O popular líder da oposição denunciou a "instrumentalização" da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições, previstas para 2024.

Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredicto que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.

Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neo-colonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.


Leia Também: Líder da oposição no Senegal nos cuidados intensivos devido a greve de fome

Ucrânia conta com nova ajuda de aliados para reforçar contraofensiva

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POR LUSA   18/08/23 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, saudou hoje os anúncios pelos aliados de mais ajuda militar, necessária para impulsionar a contraofensiva ucraniana na frente leste e sobretudo no sul, onde o Exército conseguiu avançar apesar da resistência russa.

"Os aliados estão a cumprir os acordos. Estão a chegar equipamento bélico pesado, artilharia e sistemas de defesa antiaérea. Continuamos a trabalhar nos próximos pacotes [de ajuda militar]. Em breve haverá mais notícias", escreveu Zelensky na plataforma digital Telegram, informando sobre a sua reunião com representantes do Governo e do Exército.

Zelensky comentou assim a chegada recente de mais dois sistemas antiaéreos alemães IRIS-T SLS, dez radares Ground Observer 12 e meios de transporte de carga.

O Reino Unido comprometeu-se a reforçar a defesa antiaérea ucraniana, com a assinatura de três contratos de fornecimento desse tipo de armas por mais de 114 milhões de dólares (104 milhões de euros), que incluirão sistemas UAS e CORTEX Typhon.

Por sua vez, a República Checa anunciou a intenção de fornecer a Kyiv helicópteros de assalto Mi-24B de fabrico russo, sem especificar a quantidade.

Os ucranianos também receberam com satisfação a aprovação por Washington do envio de caças F-16 pelos Países Baixos e a Dinamarca.

A única condição imposta pelos Estados Unidos para a entrega dos F-16 foi o treino de pilotos ucranianos, um processo que, segundo o diário norte-americano The Washington Post, só será concluído em meados de 2024.

Entretanto, o Exército ucraniano mantém a pressão na frente sul, onde recentemente conseguiu avançar sobre as localidades de Urozhaine e Novodarivka, nas regiões de Donetsk e Zaporijia, no âmbito do seu plano para chegar ao mar de Azov e cortar a ponte terrestre russa à anexada península da Crimeia.

O Estado-Maior do Exército ucraniano afirmou, por seu lado, que as forças de Kyiv fizeram abortar as tentativas do Exército russo para recuperar terreno nestes setores da frente de combate.

O comando militar ucraniano assegurou também ter contido os russos na frente de Kupiansk, na região de Kharkiv, e de Belohirivka, em Lugansk.

Afirmaram ainda ter travado as tropas russas nos arredores de Bakhmut, Avdiivka e Marinka, na região de Donetsk.

O norte-americano Instituto de Estudos da Guerra (ISW) estimou que "os recentes avanços ucranianos podem estar a enfraquecer significativamente a confiança da defesa russa no setor sul da frente" e são um sinal da degradação das forças russas.

"Os recentes avanços ucranianos a norte e nordeste de Robotyne (10 quilómetros a sul de Orikhiv), no oeste de Zaporijia, poderão permitir às forças ucranianas alcançar além dos campos de minas mais densos", o que faria acelerar o avanço da contraofensiva, indicou o ISW.

Apesar destes feitos, alguns aliados da Ucrânia questionam a capacidade das suas Forças Armadas para conseguir, até ao final deste ano, cortar a ponte terrestre russa de ligação à Crimeia, principal objetivo da contraofensiva, segundo The Washington Post.

O diário, que citou fontes "familiarizadas com o prognóstico confidencial" sobre os resultados da operação ucraniana, indicou que a "brutal habilidade da Rússia para defender o território ocupado" desencadeará dúvidas sobre os gastos milionários em dinheiro e armas, por um lado, e os poucos resultados, por outro.

Uma realidade recentemente reconhecida pelo chefe do Estado-Maior norte-americano, Mark Milley, ao afirmar que a ofensiva ucraniana "é longa, sangrenta e lenta, e é uma luta muito difícil".

Esta situação, de acordo com o jornal, poderá comprometer o recente pedido do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao Senado, para aprovar mais 20.600 milhões de dólares (18.940 milhões de euros) de ajuda à Ucrânia.


Justiça russa ordena dissolução de organização de direitos humanos

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POR LUSA   18/08/23 

Um tribunal russo ordenou hoje a dissolução da organização de direitos humanos Centro Sakharov, que preservou o legado do Prémio Nobel da Paz Andrei Sakharov, prosseguindo uma repressão generalizada à dissidência no país.

A organização fundada em homenagem ao Nobel russo geria o museu e os arquivos do Centro Sakharov em Moscovo e as autoridades já a haviam declarado "agente estrangeiro" em 2014, ordenando este ano o despejo das suas instalações.

O tribunal ordenou agora a dissolução da organização a pedido do Ministério da Justiça, segundo informaram agências de notícias russas.

Sakharov, que morreu em 1989, foi uma figura chave no desenvolvimento do programa da bomba atómica na então União Soviética, notabilizando-se mais tarde pelo seu ativismo na promoção dos direitos humanos e da liberdade de consciência.

Recebeu o Prémio Nobel em 1975, mas não foi autorizado pelo regime comunista a viajar para a Noruega para recebê-lo.

Em 1980 foi enviado para o exílio interno, que durou seis anos.

Ativistas, jornalistas independentes, críticos e figuras da oposição na Rússia têm sido alvos de uma crescente repressão do Governo nos últimos anos, o que se intensificou significativamente com o conflito em curso na Ucrânia.

Vários meios de comunicação social independentes e grupos de direitos humanos foram banidos, rotulados como "agentes estrangeiros" ou considerados "indesejáveis".

Na quinta-feira, as autoridades acusaram Grigory Melkonyants, líder da organização não-governamental (ONG) Golos, um importante grupo independente de monitorização eleitoral, de envolvimento com uma organização "indesejável".

O advogado de Melkonyants, Mikhail Biryukov, disse que o seu cliente deveria comparecer hoje perante o Tribunal Distrital de Basmanny, em Moscovo, enfrentando uma pena de até seis anos de prisão.

A Golos não foi rotulada como "indesejável" -- classificação que, de acordo com uma lei de 2015, torna o envolvimento com a estrutura visada uma ofensa criminal - mas já foi membro da Rede Europeia de Organizações de Monitorização Eleitoral, esta sim declarada "indesejável" na Rússia em 2021.

Fundada em 2000, a Golos tem desempenhado um papel fundamental na supervisão independente das eleições na Rússia e ao longo dos anos tem enfrentado crescente pressão das autoridades.

Em 2013, foi designada como "agente estrangeiro" -- um rótulo que implica um escrutínio adicional do Governo e carrega fortes conotações pejorativas. Três anos depois, foi dissolvida como ONG pelo Ministério da Justiça.

As autoridades também proibiram plataformas populares de redes sociais como Facebook, Instagram e X (antigo Twitter), e aplicaram pesadas multas a outros serviços 'online'.

Segundo a ONG russa OVD-Info, mais de 20.000 pessoas foram presas na Rússia em ações de protesto contra o conflito na Ucrânia e centenas de outras foram alvo de processos legais.


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Bloqueio após golpe no Níger colapsa centros de assistência a migrantes

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POR LUSA  18/08/23 

O encerramento das fronteiras e do espaço aéreo após o golpe de Estado no Níger levou ao limite a pressão sobre vários centros onde os migrantes recebem ajuda e aguardam a transferência voluntária para outros países, alertou a OIM.

Mais de 60.000 migrantes atravessaram o Níger no primeiro semestre do ano para tentar chegar a outras zonas, na sua maioria com destino ao norte de África e mesmo ao sul da Europa.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) tem sete centros de trânsito em pontos estratégicos ao longo desta rota, nas zonas de Agadez e Niamey.

Nestas instalações estão já cerca de 5.000 pessoas, enquanto outras 1.800 estão concentradas no exterior.

Estes centros acolhem as pessoas que querem participar nas operações de regresso voluntário aos seus respetivos países, mas todos os voos foram adiados ou mesmo cancelados até nova ordem.

Só em dez dias, foram cancelados os voos de mais de mil migrantes, na sua maioria provenientes do Mali ou da Guiné-Conacri, alertou a organização, que receia que a saturação dos centros acabe por afetar a saúde e a segurança.

O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também realizaram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


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ONU: Golpe de Estado no Níger foi um "capricho" dos militares

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POR LUSA   18/08/23 

As Nações Unidas consideraram hoje que o golpe de Estado no Níger se deu por "capricho" dos militares que depuseram o Presidente eleito e defendem que "a própria noção de liberdade no Níger está em causa".

"Os generais não podem arrogar-se o direito de desafiar - por capricho - a vontade do povo. A lei das armas não tem lugar no mundo atual", denunciou Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, num comunicado de imprensa.

Türk recordou que a eleição em 2021 do Presidente Mohamed Bazoum, atualmente prisioneiro dos militares que tomaram o poder em 26 de julho, constituía "a primeira transição democrática na história do país, marcada por golpes de Estado".

O alto-comissário manifestou também "preocupação com a decisão anunciada pelos golpistas de processar o Presidente Mohamed Bazoum e outras pessoas que trabalham com ele por alta traição".

"Esta decisão não é apenas politicamente motivada contra um Presidente democraticamente eleito, mas não tem qualquer base jurídica, uma vez que o funcionamento normal das instituições democráticas foi impedido", sublinhou.

Türk apelou aos generais para que libertem Bazoum e "restabeleçam imediatamente a ordem constitucional".

O responsável da ONU apelou também ao "acesso livre e total à ajuda humanitária" no país, que é um dos mais pobres do mundo, altamente vulnerável às alterações climáticas e afetado pela violência de vários grupos armados fundamentalistas islâmicos.

O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também realizaram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


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Guiné-Bissau: Funcionários de sindicato de base de Tribunal de Contas esta em Conferência de imprensa.

 Radio Voz Do Povo 

Níger. Sucesso do golpe de Estado pode ser fim da democracia em África

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POR LUSA   18/08/23

Um destacado dirigente do partido do Presidente nigerino deposto pelos militares advertiu hoje que, se a junta for bem-sucedida, a democracia e segurança na região e em África ficarão ameaçadas.

Boubacar Sabo, secretário-geral adjunto do Partido Nigerino para a Democracia e o Socialismo, a formação de Mohamed Bazoum, disse que o Presidente foi "raptado" por membros da guarda presidencial que o derrubaram em 26 de julho e que, desde então, o mantêm em prisão domiciliária.

Sabo é um dos poucos críticos declarados da junta militar golpista, autodenominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, que ainda se encontra no país e não está escondido.

"O que está a acontecer no Níger, se for bem-sucedido, é o fim da democracia em África. Acabou-se. ... Se lutamos hoje, é para evitar que este tipo de coisas aconteça e para garantir um futuro para o nosso continente", defendeu Sabo.

Numa região repleta de golpes de Estado - como no Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri -, o Níger era visto como um dos últimos países democráticos com os quais as nações ocidentais podiam estabelecer parcerias para fazer face a uma crescente insurreição fundamentalista islâmica ligada à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico.

O derrube do Presidente há quase um mês foi um rude golpe para os Estados Unidos, a França e outras nações europeias, que investiram centenas de milhões de euros em assistência militar no treino do exército do Níger e - no caso dos franceses - na condução de operações militares conjuntas.

Desde que os militares tomaram o poder, no que analistas e habitantes locais dizem ter sido desencadeado por uma luta interna entre Bazoum e o chefe da guarda presidencial, o general Abdourahmane Tiani, que diz estar agora no comando, têm estado a reforçar o apoio da população, explorando as queixas contra o antigo governante colonial, a França, e silenciando os opositores.

Vários ministros e políticos de relevo estão detidos, com grupos de defesa dos direitos humanos a afirmarem que não conseguem ter acesso a eles, enquanto outros foram ameaçados, denunciou Sabo.

O dirigente crítico dos golpistas considerou que a onda de apoio ao regime na capital era enganadora, porque a junta estava a pagar às pessoas para se manifestarem a seu favor.

Niamey também nunca foi uma fortaleza para Bazoum e a junta está a ser oportunista, adiantou.

As manifestações a favor da junta acontecem quase diariamente, com centenas e por vezes milhares de pessoas a marchar pelas ruas, buzinando os carros, agitando bandeiras nigerinas e russas e gritando "abaixo a França".

A junta rompeu os acordos militares com a França e pediu ajuda aos mercenários do grupo russo Wagner.

Mas apesar da frustração real dos partidos políticos e das organizações da sociedade civil em relação ao partido de Bazoum, incluindo o desacordo com a sua aliança militar com a França, não é claro o apoio genuíno que a junta tem na capital e em todo o país, dizem peritos sobre a região do Sahel.

"Embora muitos dos manifestantes possam apoiar a transição, é provável que uma grande parte deles esteja presente apenas por razões monetárias ou por curiosidade e pela emoção de fazer parte da multidão", considerou Adam Sandor, investigador de pós-doutoramento da Universidade de Bayreuth.

A junta poderá enfrentar desafios com a sua base de apoio em todo o país, se não conseguir apaziguar financeiramente as elites locais e se o exército continuar a sofrer perdas devido à crescente violência fundamentalista, acrescentou.

Os ataques dos fundamentalistas têm vindo a aumentar desde o golpe de Estado, tendo pelo menos 17 soldados sido mortos e 20 feridos no início desta semana durante uma emboscada, no que foi o primeiro grande ataque contra o exército do Níger em seis meses.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou tomar medidas militares se o Níger não libertar e reintegrar Bazoum.

Para tal ativou uma força de "prontidão" e, hoje, os seus líderes militares concluem em Acra reunião de dois dias sobre os próximos passos a dar.

Entretanto, em Niamey e em todo o país, está prevista para sábado uma campanha de recrutamento de voluntários, em que as pessoas se podem registar para combater e ajudar noutras necessidades, para que a junta tenha uma lista no caso de precisar de pedir ajuda.

"Sabemos que o nosso exército pode ser menor em termos de números do que os exércitos (que estão a chegar)", disse Amsarou Bako, um dos organizadores.

"Aqueles que estão a chegar têm informações sobre o nosso exército", disse.


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"Ataque com drones à Rússia são importantes do ponto de vista psicológico. O país não consegue assegurar a defesa aérea, nem mesmo na capital"

O jornalista da CNN Portugal Rolando Santos analisa a utilização de drones por parte da Ucrânia contra o território e posições russas.

Por Cnnportugal.iol.pt


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EUA autorizam Dinamarca e Países Baixos a enviar caças F-16 para Ucrânia

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POR LUSA    18/08/23 

Os Estados Unidos autorizaram a Dinamarca e os Países Baixos a enviar caças F-16 para a Ucrânia, anunciaram hoje os governos dos dois países.

A autorização de Washington era um passo necessário para o fornecimento dos caças norte-americanos, mas não significa uma entrega imediata, dada a necessidade de formação de pilotos ucranianas.

O ministro da Defesa neerlandês, Wopke Hoekstra, saudou a aprovação da entrega dos F-16 pelos Estados Unidos, considerando-a "um marco importante para a Ucrânia na defesa do seu povo e do país".

"Congratulamo-nos com a decisão de Washington de abrir caminho para o envio de caças F16 para a Ucrânia", disse Hoekstra nas redes sociais, agradecendo ao chefe da diplomacia norte-americano, Antony Blinken, a "boa e rápida cooperação".

"Vamos agora discutir a questão com os nossos parceiros europeus", acrescentou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, que está em visita à China, confirmou à rádio pública da Dinamarca a decisão de Washington, noticiada pela agência britânica Reuters.

"Posso confirmar que o ministro da Defesa e eu escrevemos aos nossos colegas nos Estados Unidos sobre as nossas opções e recebemos uma carta amigável do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, que nos dá algumas opções", disse.

"Estamos agora a explorar esta questão em conjunto com os nossos aliados", acrescentou Rasmussen.

O anúncio surgiu um dia depois de as autoridades ucranianas terem assumido que o país não irá receber os caças norte-americanos até ao final do ano.

"É óbvio que não conseguiremos defender a Ucrânia neste outono e inverno com os F-16", disse o porta-voz da Força Aérea, Yuri Ignat, à televisão ucraniana esta semana.

Ignat acrescentou que houve avanços em relação ao treino dos pilotos ucranianos, que poderá começar "num futuro próximo".

Países Baixos e Dinamarca lideram uma coligação de 11 países, incluindo Portugal, que concordaram em treinar pilotos da Ucrânia, mas não foi detalhado como, quando e onde este treino será realizado.

Os caças F-16 são um dos pedidos recorrentes do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma contraofensiva já em curso para expulsar as forças russas das zonas ocupadas no leste e no sul da Ucrânia.

As autoridades de Kiev têm reconhecido que a contraofensiva tem sido lenta e com resultados modestos.

A Ucrânia tem contado com o fornecimento de armamento dos aliados ocidentais na guerra que a Rússia iniciou quando invadiu o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também decretaram sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Desconhece-se o número de vítimas do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, afirmam que será elevado.


Um drone ucraniano atingiu um edifício em Moscovo, na Rússia

Um drone ucraniano atingiu um edifício em Moscovo, na RússiaSHAMIL ZHUMATOV

Por  SIC Notícias/Lusa

Os serviços de emergência da capital estão no local e, de acordo com informações iniciais, não foram identificadas vítimas mortais ou feridos, informou o autarca de Moscovo, Sergei Sobyanin.

A defesa aérea da Rússia destruiu um drone aéreo ucraniano em Moscovo e dois drones navais que atacaram barcos de patrulha no Mar Negro, sem causar danos ou vítimas, disseram esta sexta-feira as autoridades.

"Esta madrugada, durante uma tentativa de chegar a Moscovo, as forças de defesa aérea destruíram um drone. Os destroços do drone caíram na área do Centro de Exposições e não causaram danos significativos ao edifício", disse o autarca da capital.

Os serviços de emergência da capital estão no local e, de acordo com informações iniciais, não foram identificadas vítimas mortais ou feridos, acrescentou Sergei Sobyanin.

"O colapso parcial de uma parede externa foi detetado num dos pavilhões do Centro de Exposições", avançou a agência de notícias estatal russa TASS, citando os serviços de emergência.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que o ataque foi realizado às 04:00 (02:00 em Lisboa) e que tinha como alvo "objetos localizados em Moscovo e na região de Moscovo".

O Centro de Exposições situa-se a cerca de cinco quilómetros do Kremlin, a sede do Governo da Rússia.

O espaço aéreo perto do Aeroporto Internacional Vnukovo, um dos aeroportos que serve a capital russa, foi encerrado durante algum tempo e as partidas e chegadas foram adiadas, acrescentou a TASS.

Também esta madrugada, o Ministério da Defesa russo acusou a Ucrânia de atacar com drones navais de superfície dois dos seus barcos de patrulha a 237 quilómetros a sudoeste de Sebastopol, no Mar Negro, às 22:55 (20:55 em Lisboa).

De acordo com um comunicado, citado pela TASS, o ataque foi dirigido contra os barcos de patrulha Pytlivyi e Vasily Bykov, que conseguiram destruir os drones com as suas próprias armas.

O ministério recordou que em 4 de agosto o exército ucraniano tinha atacado a base naval de Novorossiysk, onde se situa um dos principais portos russos do Mar Negro, com dois drones semelhantes.

Os ataques de drones em territórios controlados pela Rússia aumentaram nas últimas semanas, tendo principalmente como alvo Moscovo e a península da Crimeia, anexada pelos russos em 2014.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu, em 30 de julho, que a guerra estava a "regressar gradualmente ao território da Rússia, aos seus centros simbólicos e bases militares".

Drones navais atacaram navios russos em várias ocasiões nas últimas semanas, desde que Moscovo se recusou, em meados de julho, a renovar um acordo mediado pela ONU que permitia a exportação de cereais ucranianos.

O primeiro cargueiro que saiu da Ucrânia após o fim do acordo sobre cereais chegou na quinta-feira a águas da Turquia, apesar do cerco russo.

Zelensky afirmou que o cargueiro percorreu a rota de "um novo corredor humanitário" definido por Kiev, depois de a Rússia ter procedido, no fim de semana passado, a disparos de advertência contra um navio de mercadorias que se dirigia para Izmail, um porto do rio Danúbio, no sul da Ucrânia.

Lukashenko admite que tropas russas entraram na Ucrânia pela Bielorrússia

© Lusa

 POR LUSA   17/08/23 

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, admitiu hoje pela primeira vez que várias unidades militares russas entraram na Ucrânia a partir de território bielorrusso, no âmbito da "campanha militar" em curso, iniciada em fevereiro de 2022.

"Sim, algumas unidades [do exército russo] atravessaram a fronteira para a Ucrânia", afirmou, numa entrevista concedida à jornalista ucraniana exilada Diana Panchenko - antiga 'pivot' do canal pró-russo NewsOne, encerrado por Kiev -, divulgada na plataforma digital YouTube.

Até agora, a Bielorrússia, a aliada mais próxima da Rússia na sua guerra contra a Ucrânia, nunca tinha admitido publicamente que permitira a Moscovo usar o seu território para atacar o país vizinho.

Lukashenko instou a jornalista a perguntar ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "por que razão as tropas russas atravessaram a fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia pela região de Chernobyl".

"Nós, russos e bielorrussos, estávamos a realizar manobras militares, em janeiro e fevereiro, manobras comuns, agendadas (...). Quando terminaram os exercícios, a Rússia começou a retirar as suas tropas, as unidades dos distritos militares orientais, e parte dessas tropas começou a atravessar a fronteira com a Ucrânia", relatou.

Apesar de o Ocidente andar há meses a alertar para as intenções russas de atacar a Ucrânia, "para muitos, foi uma surpresa", comentou o Presidente bielorrusso.

"E, para nós, foi uma surpresa", acrescentou.

"Ninguém pode reclamar comigo sobre nada, nenhum soldado bielorrusso atravessou a fronteira. Mas vocês (os ucranianos) provocaram-nos: quatro unidades ucranianas armadas com mísseis Tochka U posicionaram-se junto à nossa fronteira. Muito antes de 24 de fevereiro", data em que começou a ofensiva russa, sublinhou.

De acordo com Lukashenko, essas unidades ucranianas apontaram os mísseis contra território bielorrusso, mas "os militares russos destruíram-nas quando entraram" no país.

"Acusaram-nos de termos promovido o início da guerra. Mas não, a guerra já estava em marcha. E vocês desencadearam-na, os ucranianos desencadearam-na, a guerra com a Bielorrússia. A guerra económica, acima de tudo", sentenciou.

Recordou que a Ucrânia decretou um bloqueio aéreo à Bielorrússia "antes de os europeus o fazerem" e apreendeu milhares de vagões com fertilizantes bielorrussos no porto de Odessa, no mar Negro.

O chefe de Estado bielorrusso defendeu que "isto (a guerra) podia e devia ter-se evitado" e frisou que qualquer negociação entre Kiev e Moscovo deve arrancar "sem condições prévias".

A ofensiva militar lançada há mais de um ano e meio pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Primeiro cargueiro com cereais chega à Turquia apesar de cerco russo

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POR LUSA  17/08/23 

O primeiro cargueiro saído da Ucrânia após o fim do acordo sobre cereais chegou hoje à tarde a águas turcas, apesar do cerco russo, segundo 'sites' da Internet de tráfego marítimo.

O porta-contentores Joseph Schulte, com pavilhão de Hong Kong, partiu na quarta-feira do porto ucraniano de Odessa, desafiando a Rússia, que ameaçou atacar tais embarcações desde que pôs fim, em julho, ao acordo pelo qual a Ucrânia podia exportar os seus cereais.

O navio atracará "provavelmente esta noite" em Istambul, indicou hoje um porta-voz do grupo Schulte, com sede em Hamburgo, no norte da Alemanha.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o cargueiro percorreu a rota de "um novo corredor humanitário" definido por Kyiv, depois de a Rússia ter procedido, no fim de semana passado, a disparos de advertência contra um navio de mercadorias que se dirigia para Izmail, um porto do rio Danúbio, no sul da Ucrânia.

Moscovo intensificou também os seus ataques às infraestruturas portuárias ucranianas no mar Negro e no Danúbio desde que se retirou do acordo dos cereais concluído sob a égide da ONU e da Turquia e que entrou em vigor no verão de 2022.

Esse acordo permitia que os cereais ucranianos saíssem dos portos do sul da Ucrânia, apesar do cerco instalado pelas forças russas.

O novo corredor humanitário "será principalmente utilizado para retirar os navios que estavam nos portos no momento da invasão russa", em fevereiro de 2022, anunciou o ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksandr Kubrakov.

Ao mesmo tempo, a comunidade internacional procura encontrar uma forma de garantir a segurança das rotas de transporte para o resto do mundo dos cereais a tempo da colheita do próximo outono, sendo a Ucrânia e a Rússia grandes exportadores.

O acordo do ano passado contribuiu para fazer baixar os preços globais dos alimentos e proporcionou aos ucranianos grandes receitas. A Ucrânia exporta agora através do Danúbio uma grande parte dos seus produtos agrícolas.

Segundo o diário norte-americano Wall Street Journal, há responsáveis norte-americanos em conversações com a Turquia, a Ucrânia e os países vizinhos sobre o aumento do tráfego ao longo do Danúbio, que desagua no mar Negro, na fronteira entre a Ucrânia e a Roménia.

Um desses responsáveis afirmou que Washington iria analisar todas as opções, incluindo a de um acompanhamento militar dos navios mercantes ucranianos.

Mas um funcionário do Ministério da Defesa turco, falando a coberto do anonimato, pareceu hoje descartar essa hipótese.

"Os nossos esforços concentram-se na reativação do acordo sobre os cereais", declarou à estação de televisão privada turca NTV.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, espera encontrar-se com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, ainda em agosto, e a recuperação do acordo sobre as exportações de cereais ucranianos deverá estar na agenda de debate.

Erdogan tentou, desde a eclosão da guerra, manter a neutralidade do seu país e reforçar o seu papel diplomático. A Turquia acolheu, assim, as duas primeiras rondas de negociações de paz com a Ucrânia e intensificou as suas trocas com a Rússia enquanto fornecia armas a Kyiv.


Maioria dos países da CEDEAO aceitam intervenção militar no Níger

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POR LUSA  17/08/23 

A "maioria" dos países da CEDEAO está empenhada em participar numa eventual intervenção militar para restabelecer a ordem constitucional no Níger, afirmou hoje o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança do bloco, Abdel-Fatau Musah.

"Todos os países, exceto os que estão sob domínio militar (Burkina Faso, Mali e Guiné-Conacri) e um pequeno país (Cabo Verde) (...) estão determinados" a participar numa eventual intervenção, disse Musah.

O comissário transmitiu esta mensagem à margem da reunião de dois dias dos chefes de Estado-Maior dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que hoje teve início em Acra, capital do Gana.

Esta é a segunda reunião do género em que os chefes militares do bloco regional continuam a discutir e a elaborar um plano para o eventual recurso à força para resolver a crise no Níger, na sequência do golpe de Estado de 26 de julho.

"Há uma altura em que é preciso estabelecer limites. O facto de termos tido três golpes de Estado bem-sucedidos (na região) e de não ter sido aplicada uma resposta forte não significa que devamos permitir que o dominó continue", sublinhou Musah.

A reunião em Acra tem lugar depois de os chefes de Estado e de Governo do bloco de 15 países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) terem ordenado a "ativação" da "força de reserva" da organização, em 10 de agosto, embora tenham garantido que continuariam a apoiar o diálogo para resolver a crise.

Os chefes de Estado-Maior da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, do Senegal, do Togo, do Benim, da Serra Leoa, da Libéria e da Gâmbia participam na reunião, enquanto os seus homólogos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau estão ausentes.

O Níger também não está representado, nem o Burkina Faso, o Mali ou a Guiné-Conacri, países onde também ocorreram golpes de Estado entre 2020 e 2022 e que manifestaram a sua rejeição do uso da força.

Até ao momento, a junta militar golpista de Niamey ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro, formar um governo de transição, reforçar o seu aparelho militar e fechar o espaço aéreo, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "instantânea" e "enérgica".

O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser dirigido por uma junta militar.


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União Africana rejeita intervenção militar no Níger

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POR LUSA   17/08/23 

O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) rejeitou uma intervenção militar para restaurar a ordem constitucional no Níger, disse hoje uma fonte diplomática.

"O CPS decidiu uma solução não militar e não punitiva para a crise no Níger" numa reunião realizada em Adis Abeba na segunda-feira, disse à agência Efe a fonte, que quis manter o anonimato.

É a primeira vez que a UA se opõe tão claramente ao uso da força no Níger desde que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) colocou essa possibilidade em cima da mesa, em 30 de julho, durante uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo dos países do bloco.

"O CPS também exortou a CEDEAO a empenhar-se construtivamente em iniciativas diplomáticas e a encontrar uma solução não militar", acrescentou o diplomata.

De acordo com esta fonte, e seguindo o procedimento habitual nestes casos, o CPS concordou em suspender o Níger de todas as atividades da UA até que a ordem constitucional seja restabelecida no país.

A organização pan-africana decidiu igualmente criar um comité 'ad hoc' ao nível dos chefes de Estado dos países-membros e incluindo todos os blocos regionais para procurar uma solução através do diálogo.

"O comité irá trabalhar para persuadir os líderes da junta do Níger a seguir a via diplomática e a comprometer-se com uma resolução pacífica da crise", disse o diplomata.

O CPS também concordou em enviar um "aviso severo" aos golpistas para que "garantam a segurança do Presidente detido (Mohamed Bazoum), da sua família e dos membros do gabinete", acrescentou.

Embora a CEDEAO tenha garantido que continuará a dar prioridade ao diálogo, os líderes do bloco concordaram, no dia 10, em "ativar" a "força de reserva" da organização.

Neste contexto, os chefes militares dos países da CEDEAO iniciaram hoje, em Acra, capital do Gana, uma reunião de dois dias para continuar a analisar uma eventual intervenção militar no Níger, após uma primeira reunião no início de agosto.

Até agora, a junta militar do Níger ignorou as ameaças e, além de nomear um novo primeiro-ministro e formar um governo de transição, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "imediata" e "enérgica".

Uma eventual ação militar dividiu a região, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigeriano.

No outro extremo, os vizinhos Mali e Burkina Faso, governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra eles.

O Chade, a Guiné-Conacri, a Argélia e Cabo Verde também rejeitaram a intervenção militar, defendendo antes o diálogo.

O golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

O Níger tornou-se o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também realizaram golpes de Estado entre 2020 e 2022.


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Miniro Conte Secretário de Estado da Comunicação Social defende a observância da liberdade da imprensa num Estado de Direito Democrático.


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