terça-feira, 13 de dezembro de 2022

EUA destinam 52,2 mil milhões em três anos para África

© Lusa

Notícias ao Minuto

Os Estados Unidos da América (EUA) "destinarão 55 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) para África", disse hoje a Casa Branca, antes de Joe Biden receber muitos líderes do continente para uma cimeira em Washington.

Jake Sullivan, assessor de segurança nacional do presidente norte-americano, indicou que esses fundos serão destinados ao longo de três anos essencialmente para a área da saúde e para a resposta às mudanças climáticas, mas sem detalhar a sua origem ou forma de distribuição.

Haverá "uma verdadeira mobilização de recursos em torno de objetivos concretos", disse, indicando que os detalhes serão revelados nos próximos dias.

"Se compararmos o que os Estados Unidos prometem para os próximos três anos com o que outros países prometem, acho que a comparação é muito favorável para nós", disse Jake Sullivan.

O assessor assegurou que este financiamento, e mais genericamente o compromisso norte-americano, não estaria ligado à atitude dos países africanos face à guerra na Ucrânia, numa altura em que muitos se recusam a condenar abertamente a Rússia.

"Não estamos a apontar uma arma à cabeça de ninguém" a esse respeito, disse o assessor de Joe Biden.

A cimeira EUA-África, que decorrerá em Washington a partir de amanhã e que durará três dias deve reavivar as relações dos Estados Unidos com o continente africano, colocada em suspenso pelo ex-presidente Donald Trump, num momento em que China e Rússia avançam com seus peões na região.

Este é o segundo encontro do género, depois de uma primeira edição realizada em 2014.

Execuções no Irão mostram que o regime tem "medo do seu próprio povo"

ANADOLU AGENCY / GETTY IMAGES

Sicnoticias.pt

Porta-voz do Departamento de Estado norte-americano afirma que as execuções "são realizadas para intimidar o povo do Irão".

O Governo dos Estados Unidos referiu esta segunda-feira que as execuções no Irão de dois manifestantes, que participaram nos protestos antigovernamentais que decorrem há três meses, mostram que o regime da República Islâmica teme a sua própria população.

"Estas sentenças duras, e agora a primeira execução pública [associada aos protestos], são realizadas para intimidar o povo do Irão. São projetadas para silenciar a oposição e simplesmente mostrar o quanto a liderança iraniana está assustada com o seu próprio povo", salientou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price.

Majidreza Rahnavard, de 23 anos, tinha sido condenado à morte por ter esfaqueado dois membros das forças de segurança e ferido quatro pessoas, segundo a agência Mizan, da Autoridade Judicial iraniana. O jovem foi enforcado em público em Mashhad, no nordeste do Irão, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Esta é a segunda execução associada aos protestos desencadeados pela morte da jovem iraniana Mahsa Amini, em 16 de setembro, mas a primeira em público, após o enforcamento, em 08 de dezembro, de Mohsen Shekari, também de 23 anos, condenado por agredir e ferir um paramilitar.

Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou esta segunda-feira que as circunstâncias em torno da execução de Rahnavard são "particularmente cruéis" e pediu às autoridades iranianas que cessem a aplicação da pena de morte.

"Não há lugar para a pena de morte e queremos garantir que não se levam a cabo mais execuções", disse um porta-voz da ONU, Farhan Haq, quando questionado sobre o assunto.

Estas execuções provocaram indignação em todo o mundo.

Pelo menos duas dezenas de manifestantes iranianos enfrentam uma possível execução como resposta das autoridades à participação nos protestos contra o Governo, de acordo com uma reportagem publicada, no sábado, pelo jornal local Etemad.

A publicação deu a conhecer uma lista elaborada pelas autoridades iranianas em que 25 manifestantes são acusados de "travar uma guerra contra Deus", acusação que, ao abrigo a lei iraniana, é punível com a morte.

O Irão é palco de protestos desde meados de setembro, quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu sob custódia da polícia depois de ter sido detida por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestuário islâmicos.

Desde então, protestos são reprimidos violentamente pelas autoridades, que ganham novas sanções impostas pela comunidade internacional por questões relacionadas com os Direitos Humanos.

No entanto, Teerão considera que a maioria dos iranianos apoia o Governo e acusa inimigos do país e mercenários de estarem por detrás dos protestos maciços.

Em quase três meses de protestos, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15 mil foram detidas, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.

Por seu lado, as autoridades iranianas estimaram em 300 o número de mortos, 50 dos quais membros das forças de segurança do país.

Depois de quase três meses de contestação social, foi anunciada a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, sem que este anúncio não acalmou a situação.

Mas o desaparecimento das patrulhas daquela força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e de outras normas sociais rígidas no país.

Zelensky alerta Rússia: "Mesmo sem luz sabemos bem onde disparar"... "A Rússia ainda espera por apagões. Esta é a última esperança dos terroristas", considerou o presidente ucraniano.

© Presidência da Ucrânia

Notícias ao Minuto  12/12/22 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou, esta segunda-feira, a Rússia de utilizar “táticas de terror” ao atacar as infraestruturas de energia do país. E deixou um alerta: “Mesmo sem luz sabemos bem onde disparar e o que libertar”.

Na sua comunicação diária ao país, naquele que é já o 293.º dia da invasão russa, o chefe de Estado ucraniano frisou que “todos os dias” são “acrescentadas novas forças energéticas à Ucrânia” e que os sistemas são restaurados “após cada ataque russo”. “Estamos a fazer tudo para trazer à Ucrânia o máximo de equipamento possível, que pode compensar os danos causados pelos impactos de mísseis”, frisou.

No entanto, alertou para a necessidade de o povo ucraniano estar consciente de que a Rússia “não desistiu das suas táticas de terror”. 

“A ausência de ataques maciços de mísseis significa apenas que o inimigo se está a preparar para eles e pode atacar a qualquer momento. Embora seja óbvio que mesmo sem luz sabemos bem onde disparar e o que libertar, a Rússia ainda espera por apagões. Esta é a última esperança dos terroristas”, asseverou.

Na mesma comunicação, citada pela Presidência da Ucrânia, Zelensky revelou que três funcionários do Serviço de Emergência do Estado (EOD, na sigla em ucraniano) morreram enquanto faziam a desminagem nos territórios anteriormente ocupados pelas tropas russas, na região de Donetsk. Outros três estão hospitalizados.

Segundo o presidente ucraniano, desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro, o EOD já removeu mais de 300 mil objetos explosivos e a Polícia Nacional mais 180 mil. “Temos de reunir o máximo de capacidades globais para superar o terror das minas russas o mais rapidamente possível. E agradeço mais uma vez a todos os nossos parceiros que nos ajudam”, disse.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e mais de dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.


Leia Também: UE sanciona Rússia com (mais) 144 pessoas e 48 entidades na 'lista negra'

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

UCRÂNIA/RÚSSIA: Kyiv ameaça Moscovo com mais ataques em território russo

© Getty Images

POR LUSA  12/12/22 

As autoridades ucranianas advertiram hoje que não necessitam de autorização para atacar objetivos em território russo, enquanto na Rússia surgem apelos para o reforço da defesa antiaérea na retaguarda profunda numa admissão dessa capacidade militar de Kyiv.

"Atacaremos onde seja necessário, onde tenhamos de atacar o inimigo, porque o inimigo está ali, desde a fronteira até Vladivostoque", declarou na televisão ucraniana o secretário do Conselho nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia (SNBO), Oleksiy Danilov.

"Não pediremos autorização a ninguém" quando estiveram em causa os interesses da Ucrânia, frisou o responsável ucraniano,

E acrescentou: "Não temos a intenção de perguntar onde e como devemos aniquilar o inimigo".

Na sequência dos ataques de 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) ucranianos a aeródromos russos situados a centenas de quilómetros da fronteira ucraniana, os 'media' norte-americanos têm referido que Washington autorizou Kyiv a utilizar "da forma que entender" o armamento que tem fornecido, tendo apenas exigido o respeito "pelas leis da guerra e as convenções de Genebra".

De acordo com o analista miliar russo Mikhail Khodaryonok, que tem acompanhado as capacidades do Exército ucraniano em alcançar objetivos em território russo, trata-se de uma ameaça real.

"O complexo militar industrial da Ucrânia possui todas as possibilidade e qualidades necessárias para desenvolver mísseis e 'drones' de longo alcance", apontou o analista, citado pela agência noticiosa EFE, para recordar que a Ucrânia possui empresas em Pavlodar e em Kharkiv com capacidade para fabricar mísseis Grom, com alcance até 500 quilómetros.

Uma situação que se poderá tornar mais grave para a Rússia pelo facto de estas empresas terem capacidade para aumentar o raio de ação destes projéteis.

"Não existem dificuldades insuperáveis que obstaculizem a reconversão dos Grom em mísseis de alcance médio, capazes de atingir objetivos a 1.000-5.500 quilómetros", alertou em declarações ao diário digital Gazeta.ru, citadas pela EFE.

O especialista em assuntos militares assinalou ainda que a Ucrânia poderia alcançar objetivos em território russo com mísseis de cruzeiro de fabrico soviético do tipo X-55 e X-55SM.

Segundo o perito, a este cenário junta-se a ameaça do fabrico de 'drones' ucranianos, uma possibilidade a curto prazo.

"Na exposição 'Armas e segurança 2021' realizada em Kyiv foram apresentados vídeos, fotos, e anunciadas as características técnicas e táticas de um 'drone' multifuncional de assalto ACEO ONE", com um alcance de 1.500 quilómetros, recordou.

Perante estas ameaças, Mikhail Khodaryonok frisou a necessidade de reforçar a defesa antiaérea nas principais bases aéreas da parte europeia da Rússia.

Nessa perspetiva, recomendou a instalação em todos os aeródromos da aviação estratégica russa de um conjunto de mísseis antiaéreos S-400 integrado por duas divisões, uma ou duas baterias antiaéreas Pantsir-S ou Tor-M2 e artilharia antiaérea de baixo calibre para combater os 'drones' de menor dimensão.

"O mais importante, o sistema de radares nas zonas de acesso aos objetivos devem abranger todas as altitudes, em particular as baixas e extremamente baixas, para garantir a ativação oportuna das defesas antiaéreas", assinalou.

Khodaryonok também defendeu que os bombardeiros estratégicos devem ser dispersos por diversas bases aéreas para evitar maiores danos caso um ataque ucraniano consiga atingir essas instalações.

No entanto, e apesar de considerar muito pouco provável que se tornem massivos os ataques em profundidade à Rússia anunciados por Kyiv, "caso os 'drones', mísseis de cruzeiro ou balísticos do inimigo não sejam intercetados pela defesa antiaérea, os danos morais deste género de ataques será mais que considerável", concluiu.

No terreno, a situação na linha da frente parece manter-se estabilizada, com as duas partes a acusarem-se mutuamente de atacar objetivos civis.

Hoje, Yaroslav Yanushevych, chefe da administração militar da região de Kherson, parcialmente recuperada pela Ucrânia, indicou que "os ocupantes russos bombardearam 57 vezes o território de Kherson".

"Zonas pacíficas da região foram atacadas com lança-foguetes múltiplos, artilharia e morteiros (...). Uma pessoa ficou ferida", acrescentou o representante, antes de precisar que os bombardeamentos se centraram em instalações de infraestruturas, edifícios e apartamentos.

Por sua vez, as autoridades russófonas que controlam Donetsk acusaram hoje o Exército ucraniano de ter disparado 50 projéteis de artilharia de calibre 155 milímetros contra várias localidades, e cinco projéteis Grad contra a capital da região.

Perante esta situação, o líder interino de Donetsk, Denis Pushilin, insistiu hoje que os trabalhadores da região devem começar a aderir ao trabalho à distância, decretado no domingo, e manter abertas as portas dos edifícios para que a população possa proteger-se em caso de ataque.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Caso CNE: Os partidos políticos voltam reunir na quarta-feira para busca de consenso.

A fonte junto da ANP disse a Rádio TV Bantaba que o encontro desta segunda-feira teve passos positivos, sendo inclusivo está adiado para dia 14 de Dezembro de ano em curso.

Radio TV Bantaba

O Embaixador da África do Sul na Guiné-Bissau, Mpakhama Mbete, efetuou nesta segunda feira, 12 de dezembro, uma visita de cortesia à sede nacional do Movimento para alternância democrática (MADEM-G15), onde foi recebido em audiência pelo coordenador nacional do MADEM-G15, Sr. Braima Camará, na presença de alguns altos dirigentes do partido.

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

"A cabeça de peixe está completamente podre", veterano de guerra russo critica Putin e Shoigu

PAVEL GOLOVKIN


A evolução da guerra na Ucrânia foi analisada por Igor Girkin, um homem procurado pelas autoridades ucranianas e neerlandesas pela queda do avião da Malaysia Airlines, em 2014.

O ex-veterano e influente do exército russo, Igor Girkin, indicou que as tropas russas na Ucrânia estão descontentes com o Ministério da Defesa e com o Presidente Vladimir Putin pela forma como estão a conduzir a guerra em território ucraniano.

Girkin é um blogger influente e um nacionalista russo que, após uma visita à zona de conflito, disse que alguns oficiais estão descontentes com os altos escalões militares, assim como com o Presidente Putin.

De acordo com a Reuters, o também ex-oficial do Serviço Federal de Segurança (FSB) ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014 e a organizar milícias pró-russas na Ucrânia oriental.

Num vídeo de 90 minutos, Girkin disse que a "cabeça de peixe está completamente podre" e que as forças de Moscovo precisam de uma reforma e de recrutar pessoas competentes, que pudessem liderar uma campanha militar bem-sucedida.

Os militares de nível médio dizem estar insatisfeitos com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e com Putin.
"Não sou só eu...as pessoas não são cegas nem surdas de todo. As pessoas ao nível médio já nem sequer escondem as suas opiniões - o que não são totalmente elogiosos ao Presidente ou ao ministro da Defesa", dissse Girkin.
O Ministério da Defesa russo ainda não se pronunciou sobre as declarações de Igor Girkin, apesar do ex-oficial do FSB ter sido uma voz crítica de Sergei Shoigu.

Na Rússia, sob o regime de Vladimir Putin, a crítica pública é rara, embora os bloggers nacionalistas tenham sido críticos da condução da guerra, abordando especialmente as dispendiosas guerras na região de Kharkiv.

Igor Girkin, também conhecido como Strelkov, é procurado pelas autoridades ucranianas e neerlandesas pela queda do avião MH17 da Malaysia Airlines, em 2014. Na última semana regressou à Rússia depois de quase dois meses ao lado das forças pró-russas, na região do Donbass.

Convite - Mesquita da Geba, construído de raiz pelo coordenador Nacional de Madem-G15 Braima Camara, o próprio filho da terra, será inaugurada no dia 16 do corrente mês…

 Estamos a Trabalhar

ONU insta Guiné-Bissau a adotar modelo de economia verde

© Lusa

POR LUSA  12/12/22 

O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na Guiné-Bissau, Tjark Engehoff, instou hoje o país a adotar o modelo de economia verde e a envolver a sociedade civil e os jovens.

O responsável da ONU falava na abertura de um seminário para restituição nacional dos compromissos assumidos na 27.ª sessão da conferência das partes da convenção das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, ocorrida no Egito, no passado mês de novembro.

O encontro, promovido pelo Ministério do Ambiente e da Biodiversidade, juntou membros do Governo, representantes de organizações da sociedade civil e parceiros internacionais da Guiné-Bissau.

Tjark Engenhoff considerou que a Guiné-Bissau e todos os países da sub-região africana deviam apostar num novo modelo económico-social, "com base na economia verde/azul" a partir de algumas vantagens que possuem, disse.

O representante do PNUD afirmou que a meta pode ser atingida se a Guiné-Bissau apostar num diálogo permanente sobre os compromissos assumidos pelo país no Acordo de Paris, envolvendo a sociedade civil e os jovens.

Também sugeriu a melhoria da coleta e produção de dados sobre metas e ganhos alcançados pelo país em questões de adaptação e mitigação das alterações climáticas, nomeadamente no âmbito das áreas protegidas e ainda propôs a utilização de meios tecnológicos para controlo das florestas e corte de madeiras.

Tjark Engehoff vê a Guiné-Bissau a angariar recursos para fazer face à mitigação e adaptação às alterações climáticas a partir do mercado do carbono, mas instou o país a abrir um "debate profundo para forjar uma agenda verde".

O vice-primeiro-ministro guineense, Soares Sambu, anunciou que o país eleva como "prioridades imediatas a implementação das recomendações e compromissos assumidos na COP27".

Sambu anunciou para 2023 a realização de um diálogo nacional sobre as áreas protegidas para auscultar da população sobre quais os caminhos a seguir em questões de conservação e valorização dos recursos naturais, disse.

Imagens de satélite comprovam construção de cidade futurista... A The Line será uma cidade com 170km de construção, com os edifícios a serem organizados numa única linha.

© MIT Technology Review

Notícias ao Minuto  12/12/22

O site MIT Technology Review partilhou novas imagens de satélite que comprovam que o projeto futurista da Arábia Saudita começou, de facto, a ser construído. O projeto em questão dá pelo nome de The Line e consiste numa cidade com 170km de comprimento.

Recordar que imagens captadas por drone já haviam indicado que o projeto estaria em construção, com estas fotografias de satélite. Neste momento parece que as equipas de construção estão a tratar de escavar as fundações da cidade, com as imagens a também indicarem onde estão localizadas as acomodações dos trabalhadores (em rosa), assim como a localização dos painéis solares (em verde).

Serve recordar que a The Line não ficará pronta nos próximos anos, com as previsões a apontarem a conclusão do projeto para o ano 2030. Resta aguardar por mais imagens e vídeos de drone para termos uma ideia do progresso da obra.


Ministério do Turismo e Artesanato assina memorando de entendimento com a Empresa Costa_marfinensa da Promoção de Eventos "MOON DRIVE SARL".

Radio Voz Do Povo

Governo e os parceiros da fileira de caju procuram saídas para exportar cerca de cem mil toneladas da castanha estocadas em Bissau. O Ministro do Comércio, Abás Djaló visitou armazéns e, deu tempo para ouvir exportadores, intermediários e Câmara do Comércio.

Radio Voz Do Povo

Coletivo de técnicos de Saude envolvidos na luta contra Covid-19 exige do estado pagamento de sete meses de subsídios.

Esta segunda-feira (12.12), realizaram uma vigília passifica em frente do Ministerio da Saúde.

Radio TV Bantaba

Cipriano Cassamá Presidente da Assembleia Nacional Popular, volta reunir com os partidos políticos com assento parlamentar, na segunda ronda para encontrar soluções sobre a situação da Comissão Nacional de Eleições.

Mas antes, abriu a reunião com uma mensagem apreço para  partes, com vista a encontrarem  soluções possíveis.

Radio TV Bantaba

GUINÉ-BISSAU: Missão da União Africana em Bissau prevê discutir próximas legislativas

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POR LUSA  12/12/22 

Uma missão da União Africana chegou este fim de semana à Guiné-Bissau para discutir com as autoridades e outros intervenientes o estado e preparação das eleições legislativas, ainda sem data marcada, refere a organização, em comunicado hoje divulgado.

A missão da União Africana vai permanecer uma semana no país com o "objetivo de discutir com as autoridades nacionais, parceiros, sociedade civil, partidos políticos e outros atores da vida política guineense o estado de preparação do país para a realização das próximas eleições legislativas", pode ler-se no comunicado, assinado pelo representante da União Africana na Guiné-Bissau, Ovídeo Pequeno.

Segundo o comunicado, a decisão de envio da missão da União Africana enquadra-se nos "objetivos definidos pela organização no quadro da preparação eleitoral e dos princípios que regem a declaração sobre a realização de eleições democráticas em África e as linhas de ação de preparação das missões de observação eleitoral".

"A missão faz parte igualmente dos princípios da Agenda 2063 com o fim de garantir a boa governação, democracia, o respeito pelos direitos humanos e o regime de leis em África", acrescenta-se no comunicado.

O Presidente guineense dissolveu a Assembleia Nacional em maio e marcou legislativas antecipadas para 18 de dezembro, mas o Governo, após encontros com os partidos políticos, propôs que as eleições fossem adiadas para maio.

Umaro Sissoco Embaló prometeu na sexta-feira que em breve vai marcar a nova data das legislativas.

O país iniciou o recenseamento eleitoral no sábado. O chefe de Estado foi o primeiro cidadão a realizar o recenseamento numa cerimónia, que decorreu na sexta-feira, na cidade de Gabu, no leste do país.

MOUSSA DADIS CAMARÁ: Ex-ditador nega responsabilidades no massacre de 2009 na Guiné-Conacri

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POR LUSA  12/12/22 

O antigo ditador guineense Moussa Dadis Camará negou hoje responsabilidades durante o seu primeiro testemunho perante o tribunal que está a julgar os alegados responsáveis pelo massacre de setembro de 2009.

"Senhor Camará, durante a sua primeira audiência neste tribunal, foi notificado dos factos pelos quais está a comparecer perante este tribunal e à questão de saber se os reconhece, respondeu negativamente", afirmou o presidente do tribunal, Ibrahima Sory Tounkara, ao principal arguido.

"Exatamente", respondeu Dadis Camará antes de começar um monólogo longo e divagante, invocando os filósofos Heraclitus e Immanuel Kant e os faraós egípcios.

O testemunho do ex-Presidente foi o momento mais esperado do julgamento que teve início em 28 de setembro, 13 anos depois dos acontecimentos na Guiné-Conacri, país que faz fronteira com a Guiné-Bissau. A aparição de Moussa Dadis Camará foi interrompida há uma semana quando o tribunal aceitou o pedido para que o antigo autocrata fosse enviado de volta por razões de saúde.

Camará, juntamente com uma dúzia de ex-militares e funcionários governamentais, é acusado de vários assassínios, atos de tortura, violações, envolvimento em sequestros, fogo posto e pilhagem cometidos em massa em 28 de setembro de 2009 e nos dias seguintes.

Na sessão de 19 de outubro, o tenente Aboubacar Sidiki Diakité, conhecido como "Toumba", ex-ajudante de campo de Camará e chefe da sua unidade de proteção, e que também é um dos principais acusadores do antigo ditador, desafiou-o a comportar-se como "um homem" e pedir perdão aos guineenses.

"Foi ele que ordenou tudo. Todos os que o aconselharam disseram-lhe para vir aqui dizer: 'Sou eu, Presidente Dadis, fui eu quem mandou você. Eu estava no comando, comandante-em-chefe das Forças Armadas Guineenses, Presidente da Transição, Presidente da República, fui eu, então o que aconteceu, o que aconteceu, sou eu, peço perdão ao povo da Guiné, e aqui está, mais uma vez perdão'. Isso é ser um homem", afirmou Diakité.

Em 28 de setembro de 2009, os boinas vermelhas da guarda presidencial, polícia e milícias reprimiram, com crueldade desenfreada e frieza desumana, segundo testemunhas, uma concentração de dezenas de milhares de apoiantes da oposição, reunidos num estádio nos subúrbios de Conacri para dissuadir Camará de concorrer às eleições presidenciais de janeiro de 2010. Os abusos continuaram nos dias seguintes.

Camará, levado ao poder por um golpe de Estado nove meses antes, era o então Presidente.

Naqueles dias, pelo menos 156 pessoas foram mortas e centenas feridas, e, pelo menos, 109 mulheres foram violadas, segundo o relatório de uma comissão de inquérito internacional mandatada pela Organização das Nações Unidas.

Diakité acusou no passado Camará de ter ordenado a repressão, mas o antigo ditador argumentou que as atrocidades cometidas foram perpetradas por homens descontrolados.

Já está em curso obra de reconstrução da ESTRADA entre: BULA/SÃO DOMINGOS... SÃO DOMINGOS/VARELA

Foto: Anisa
 Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo MOPHU/12.12/2022

| O SECRETÁRIO DE ESTADO DO ORÇAMENTO E ASSUNTOS FISCAIS, EXPLICA RAZÕES DE SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DAS ISENÇÕES FISCAIS À ONGs E ENTIDADES RELIGIOSAS

João Alberto Djata falava ontem em São Domingos (11.12.2022), nas atividades da primeira Conferência de Quadros do mesmo Setor onde foi um dos oradores do tema, "importância das Autarquias locais para o desenvolvimento", e que no momento foi questionado sobre o despacho em causa.

Rádio Jovem Bissau

O Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, Presidente em Exercício da CEDEAO e Presidente da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), General Úmaro Sissoco Embaló co-presidiu com o Presidente da República do Senegal e Presidente em Exercício da União Africana, Macky Sall à Conferência Internacional a Favor do Combate Contra a Poliomielite que teve lugar com a participação de Representantes dos Países doadores e de Organizações internacionais.

Para além da Conferência ter escutado à mensagem de apelo ao apoio à esta causa pelo Director-Geral da OMS, os Presidentes Sissoco Embaló e Macky Sall lançaram um apelo internacional de apoio à esta justa causa.

Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

"Os passageiros estão dentro do avião desde as 19 horas". Dezenas de voos cancelados geram confusão no Aeroporto de Stansted

Foram cancelados dezenas de voos no aeroporto de Stansted, em Londres. Três desses voos vinham para Portugal. Há centenas de pessoas retidas, sem água, comida ou soluções das companhias. Entre elas está o repórter da CNN Portugal, Diogo Assunção, que relata o "momento caótico". 


domingo, 11 de dezembro de 2022

GUINÉ-BISSAU: MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E URBANISMO, É O MINISTRO DO ANO

Sr. Fidélis Forbs
FALADEPAPAGAIO ESCOLHEU A MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E URBANISMO, SR. FIDÉLIS FORBS, COMO O 'MINISTRO COM MELHOR DESEMPENHO DE 2021-2022'.

PRÊMIO DE MELHOR MINISTRO

“O Prêmio de Melhor Ministro elogia o trabalho extraordinário de ministros do governo em demonstrar excelência no setor público e sua concepção e implementação de iniciativas bem-sucedidas, escaláveis e sustentáveis para o avanço socioeconômico de seus cidadãos. Também celebra os esforços para inspirar e liderar outros líderes governamentais e prestadores de serviços na promoção da inovação e visão na formação do discurso público sobre questões globais de hoje e de amanhã.

Sua Excelência o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Sr. Fidélis Forbs ganha prêmio 'Melhor Ministro do Ano de 2022'

Faladepapagaio escolheu a Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Sr. Fidélis Forbs, como o 'Ministro com Melhor Desempenho de 2021-2022'.

O reconhecimento veio apenas uma semana após a inauguração da Avenida de Presidente da República Federativa de Nigéria “AVE MUHAMMADU BUHARI

Faladepapagaio afirmou que o ministro, também conhecido como ("MINISTRO DÉ CUMPO TERRA"emergiu como vencedor do prêmio em reconhecimento aos seus esforços em defender o investimento do governo em Infraestrutura e pelo bom trabalho de reabilitação de estradas e vias urbanas a nível nacional.

 A infraestrutura permite a produtividade, a qualidade de vida e o progresso econômico de uma nação, impulsionando o crescimento, criando empregos e melhorando a produtividade, a qualidade de vida e a eficiência. Ele sustenta o crescimento ao fornecer as redes de suporte nas quais todos nós confiamos.

Faladepapagaio observou que o Sr. Fidélis Forbs também alcançou muito em acelerar a reconstrução nacional e a reabilitação de infraestrutura em todo país dois anos após sua posse, pois a infraestrutura é importante para um crescimento econômico mais rápido e alívio da pobreza no país

“Este prémio de ‘Ministro com Melhor Desempenho na Guiné-Bissau’ é um apelo a um maior serviço na busca da excelência para a comunidade da Guiné-Bissau. É um chamado para mais trabalho duro.

Aumento dos preços deixa famílias britânicas na pobreza

 O aumento dos preços e a crise energética estão a afetar muitas famílias britânicas, que se vêm com dificuldades em pôr comida na mesa. Muitas pessoas têm de contar com ajuda de bancos alimentares para conseguirem comida e com o Natal a aproximar-se, vêm-se obrigadas a cortar nos presentes para conseguirem alimentar as crianças. 

Uma reportagem da CNN Internacional assinada pela jornalista Nada Bashir.

Decorre em Bissau de 10 a 13 de Dezembro, Fórum Regional sobre agroecologia na Guiné-Bissau, subordinado ao lema " Que estratégia para proteger agroecologia na África Ocidental ".

Radio TV Bantaba

Estádio Lino Correia com uma " nova cara", após reabilitação pela entidade gestora de futebol no país... Cabine, salão VIP , salão presidencial e balneário.

Radio TV Bantaba

EUA: Joe Biden recebe dezenas de líderes africanos em Washington esta semana

© Drew Angerer/Getty Images

POR LUSA  11/12/22 

O presidente norte-americano, Joe Biden, recebe esta semana em Washington dezenas de líderes africanos na cimeira EUA-África, que se inicia na terça-feira, numa tentativa de maior aproximação àquele continente, noticia a American Press (AP).

A cimeira Estados Unidos-África realiza-se numa altura em que a Casa Branca procura reduzir a lacuna de confiança com o continente africano, que se alargou ao longo de anos de "frustração" com o compromisso dos Estados Unidos com África, noticia a agência noticiosa American Press (AP).

Nos preparativos para o encontro, de três dias, os funcionários da administração Biden minimizaram a preocupação com a influência da China e da Rússia em África, procurando colocar o foco nos seus esforços para melhorar a cooperação com os líderes africanos.

"Esta cimeira é uma oportunidade para aprofundar as muitas parcerias que temos no continente africano", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, quando questionada sobre a sombra que China e Rússia lançam sobre as reuniões. "Vamos concentrar-nos nos nossos esforços para fortalecer essas parcerias numa ampla gama de setores, desde negócios até saúde, paz e segurança, mas o nosso foco estará em África na próxima semana".

Para este objetivo, os funcionários da Casa Branca referiram que serão apresentados "grandes resultados e iniciativas" ao longo das reuniões. A Casa Branca divulgou na sexta-feira que Biden usaria a reunião para declarar o seu apoio à inclusão da União Africana como membro permanente do Grupo das 20 nações.

A cimeira será o maior encontro internacional em Washington desde antes do início da pandemia da covid-19. As autoridades locais estão a alertar os moradores para se prepararem para bloqueios de estradas e segurança intensificada, enquanto 49 Chefes de Estado e líderes convidados - assim como Biden - circulam pela cidade.

Espera-se que as conversas se concentrem no coronavírus, nas mudanças climáticas, no impacto da invasão russa da Ucrânia no continente africano e no comércio, entre outros temas, de acordo com funcionários da Casa Branca.

Joe Biden deverá intervir num fórum de negócios Estados Unidos-África, e promoverá reuniões de pequenos grupos com líderes, participando ainda num jantar na Casa Branca e em outras sessões com líderes durante o encontro.

Biden passou grande parte de seus primeiros dois anos no cargo tentando acalmar os que duvidavam, no cenário internacional da liderança americana, após quatro anos da política externa "America First" de Donald Trump.

Procurando dar seguimento à primeira reunião deste tipo realizada há oito anos pelo então Presidente Barack Obama, Biden tem a oportunidade de amenizar as preocupações em África sobre se os Estados Unidos estão a falar a sério sobre cuidar do seu relacionamento com África, escreve a AP.

Na sua estratégia para a África subsaariana divulgada em agosto, o Governo Biden alertou que a China vê a região como uma arena onde Pequim pode "desafiar a ordem internacional baseada em regras, avançar nos seus próprios interesses comerciais e geopolíticos, que minam a transparência e a abertura".

UCRÂNIA/RÚSSIA: Podolyak reitera que Putin "é absolutamente incapaz de negociar"... Na ótica do conselheiro presidencial ucraniano "a solução é óbvia – a vitória da Ucrânia".

© Getty Images

Notícias ao Minuto  11/12/22 

Conhecido crítico de qualquer tipo de negociação entre a Ucrânia e o regime do presidente russo, Vladimir Putin, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, voltou a reforçar a sua posição, este domingo. O responsável apontou, na rede social Twitter, que o chefe de Estado russo “é absolutamente incapaz de negociar”, considerando que “todos os líderes europeus que conversam com ele periodicamente estão cientes disso”.

“Putin é absolutamente incapaz de negociar. Acho que todos os líderes europeus que conversam com ele periodicamente estão cientes disso. Ele negligencia diretamente o direito internacional, e quer tomar territórios e matar ucranianos até que suas exigências sejam atendidas”, escreveu.

Face a esta conjetura, na sua ótica, “a solução é óbvia – a vitória da Ucrânia”, rematou.

Multiplicam-se as declarações do conselheiro presidencial ucraniano quanto à rejeição de conversações com a Rússia que, a seu ver, não trariam paz, mas acumulariam vítimas, ao representar a vitória de Putin.

Ainda assim, Podolyak indicou, noutra ocasião, que “a Ucrânia nunca se recusou a negociar”.

“A nossa posição de negociação é conhecida e aberta. Putin está pronto? Obviamente que não. Portanto, somos construtivos na nossa avaliação: falaremos com o próximo líder da [Rússia]”, disse, alertando que, para a porta das conversações ser aberta, a Rússia deverá retirar as suas tropas da Ucrânia.

Por seu turno, o Kremlin estará apenas disposto a sentar-se à mesa de negociações com o Estados Unidos como intermediário caso o país reconheça a anexação dos territórios ucranianos por parte da Rússia. Assim, o impasse continua.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, segundo dados os mais recentes da Organização as Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram 6.702 civis desde o início da guerra e 10.479 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Japão tem 86 mil pessoas com mais de 100 anos, um novo recorde

Unidos na guerra, separados no comércio. Há um enorme 'irritante' entre Estados Unidos e União Europeia

 Administração Biden impulsiona indústria americana de baterias (Foto: E. Vucci/ AP)

CNN Portugal,  11/12/22

Governo português defende uma solução negociada para a disputa comercial com os EUA sobre os subsídios à energia verde, sem envolver a Organização Mundial de Comércio

Na recente visita aos EUA, o presidente francês, Emmanuel Macron, levava na bagagem um “irritante” nas relações entre a UE e o seu aliado político e militar de longa data. Nas capitais europeias cresce o descontentamento sobre os subsídios que serão dados à indústria americana para acelerar a transição climática, considerados uma medida protecionista e que desvirtua a concorrência. Há quem defenda que a disputa deve ser levada à Organização Mundial do Comércio. O Governo português desvaloriza a tensão e prefere uma solução negociada.

Na origem do conflito comercial está a Inflation Reduction Act (IRA), um diploma que autoriza 738 mil milhões de dólares em despesa e apoios de 391 mil milhões para a transição energética e climática. Há também verbas para a saúde, nomeadamente para o Affordable Care Act e para a redução do preço dos medicamentos, além de medidas fiscais, como a taxa mínima de IRC de 15% para as grandes empresas, acordada pelo G20.

Porque está um pacote financeiro para acelerar a transição climática a deixar tão irritada a União Europeia, que tem no Green Deal um dos seus principais eixos políticos? A legislação anti-inflação de Biden atribui créditos fiscais para componentes usados no fabrico de carros elétricos ou infraestruturas para a produção de energias renováveis, desde que sejam produzidos nos EUA.

Cerca de um mês depois de Biden assinar a nova legislação, a 16 de agosto, a Reuters fez um levantamento de dezenas de empresas que anunciaram novos investimentos ou a aceleração dos existentes, desde refinarias de lítio e fábricas de baterias ou carros elétricos, a unidades de produção de painéis fotovoltaicos. O que só veio aumentar o temor de que os incentivos desviem investimento que poderia vir para a União Europeia ou levem mesmo à relocalização de indústrias, numa altura em que o Velho Continente se debate com faturas de energia agravadas pela guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia. Além disso, graças aos subsídios, aquelas empresas poderão competir no mercado internacional com preços mais atrativos.

A solução será encontrada em negociação entre as duas partes, sem esquecer que a Europa e os EUA fazem parte da OMC e de um universo muito maior de áreas de negócio. Se nós começarmos a levantar dificuldades no quadro da OMC, essas dificuldades terão impacto noutras áreas do globo". Bernardo Ivo Cruz, Secretário de Estado da Internacionalização

No início de novembro, a Comissão Europeia enviou um comentário para o Tesouro dos EUA a arrasar a legislação. Segundo o Financial Times, Bruxelas argumentou que a IRA poderia trazer danos económicos para os EUA e os seus parceiros mais próximos, resultar em ineficiências e distorções de mercado, desencadear uma corrida global aos subsídios e levar a retaliações. Bernd Lange, que preside ao Comité de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, defendeu a apresentação de uma queixa junto da Organização Mundial de Comércio (OMC). Por ora, nas capitais europeias prefere-se a via negocial, como é o caso de Lisboa.

“Estamos a acompanhar muito de perto esta nova legislação dos EUA. Não temos dificuldade de fundo com a legislação, mas temos de ver como a liberdade de prestação de serviços e de negócios entre a Europa e os EUA se mantém neste quadro que foi estabelecido”, afirma o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, em declarações ao ECO.

O governante descarta a possibilidade de uma “guerra comercial”, considerando “que os EUA também já reconheceram que a legislação tem arestas para limar”. Questionado sobre a possibilidade de a UE responder também com subsídios, Bernardo Ivo Cruz responde que “a solução será encontrada em negociação entre as duas partes, sem esquecer que a Europa e os EUA fazem parte da OMC e de um universo muito maior de áreas de negócio. Se começarmos a levantar dificuldades no quadro da OMC, essas dificuldades terão impacto noutras áreas do globo. Temos de olhar para estas questões de uma forma mais global”, defendeu. “Neste momento estamos a conversar e a conversar encontraremos soluções que serão do agrado de toda a gente” respondeu, questionado sobre se a organização com sede em Genebra deve intervir.

O presidente da Câmara de Comércio dos EUA em Portugal (AmCham) também acredita numa solução negociada. “Estamos a falar de dois blocos que fazem parte de um mesmo bloco, que é o dos países ocidentais, e que se guiam pelos mesmos valores, pelo estado de Direito, o respeito pelos direitos humanos e o funcionamento das economias de mercado”, refere António Martins da Costa. “É sentando-se à mesa que chegarão a um acordo nesta matéria”, defende, mesmo que sejam necessárias várias reuniões.

“O mecanismo permite exceções, de não pôr tantas barreiras comerciais a parceiros com quem os EUA tenham acordos de comércio. Infelizmente, não é o caso da UE, porque o acordo que esteve quase a ser assinado acabou por cair. Há aqui uma tentativa de ver se é possível considerar que essa exceção também se aplica a aliados, que é o caso da União Europeia”, explica o presidente da Amcham.

A Inflation Reduction Act deve fazer-nos refletir sobre como podemos melhorar as nossas estruturas de auxílio estatal e adaptá-las a um novo ambiente global". Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia

A França tem sido um dos principais defensores de um pacote de subsídios rival. Uma opção apoiada publicamente pela presidente da Comissão Europeia, que no domingo apelou a uma adaptação das regras sobre ajudas de Estado para acomodar subsídios às energias verdes. “A Inflation Reduction Act deve fazer-nos refletir sobre como podemos melhorar as nossas estruturas de auxílio estatal e adaptá-las a um novo ambiente global. A nova política industrial assertiva dos nossos concorrentes exige uma resposta estrutural”, afirmou Ursula Von der Leyen.

O presidente francês abordou a questão no encontro com Joe Biden, na semana passada, e recebeu uma resposta encorajadora durante a conferência de imprensa conjunta. “Há ajustes que podemos fazer que podem tornar mais fácil para os países europeus participarem ou ficarem por sua conta, mas isso é algo a ser resolvido”, disse o presidente americano. “Nunca pretendi excluir quem estava a cooperar connosco. Essa não era a intenção”, disse Biden, afirmando também que não irá “pedir desculpa” por legislação que é vital para criar emprego no país.

Esta semana ocorreu uma reunião do Conselho de Comércio e Tecnologia, que reúne os dois blocos, onde foi avaliado o trabalhado da task force conjunta criada para ultrapassar o diferendo. A União Europeia reiterou as suas preocupações sobre as “medidas discriminatórias” e “subsídios distorcivos”, mas notou os “progressos preliminares alcançados”, esperando que os EUA respondam de forma “construtiva”.

A comissária da Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou que as conversas “mexeram o ponteiro no sentido de uma solução”. “Uma das razões porque sinto conforto é porque que já fomos capazes de resolver temas difíceis no passado”, acrescentou, citada pela Bloomberg.

A União Europeia não é a única com queixas. O Canadá avançou já com apoios, para evitar deslocalizações. Japão e Coreia do Sul, países onde a indústria automóvel também tem um grande peso, também tornaram pública a sua discordância. Seul está em conversações com Washington e quer que as empresas sul-coreanas tenham acesso aos créditos fiscais pelo menos até estar concluída a nova fábrica de veículos elétricos da Hyundai no estado da Geórgia, em 2025.

Se a invasão russa da Ucrânia trouxe um novo fôlego às relações políticas entre os EUA e a União Europeia, no plano comercial mantém-se o desconcerto. Os dois blocos negociaram um acordo de comércio livre entre 2013 e 2016, que morreu com a chegada de Donald Trump à Casa Branca. O presidente Republicano optou pela confrontação, impondo tarifas agravadas sobre algumas exportações europeias, que deixaram sequelas. A expressão “guerra comercial” voltou, agora com Joe Biden, por causa dos subsídios atribuídos pela legislação Democrata para baixar a inflação.

A Inflation Reduction Act será o maior investimento de sempre dos EUA para a redução das emissões poluentes e representou uma importante vitória política para o presidente antes das eleições intercalares, depois de a legislação-bandeira do seu programa eleitoral, a Build Back Better, ter merecido a oposição do senador Democrata Joe Manchin, por o pacote de despesa de 3,5 biliões de dólares contribuir para alimentar a inflação. A IRA é, na prática, uma emenda da Build Back Better. Mesmo sem o impulso orçamental inicial, é considerada uma legislação histórica, contribuindo para um corte de 40% nas emissões até 2030 (face a 2005), na estimativa do Governo.

Resta saber se provocará danos numa relação comercial que em 2021 representou uma soma recorde de 1,2 biliões de dólares e dá suporte a 9,4 milhões de empregos diretos e 16 milhões indiretos, dos dois lados do Atlântico.