domingo, 21 de abril de 2019

O CÓDIGO GENÉTICO DO PAIGC

Por Jorge Herbert

O PAIGC, consciente da frágil vitória alcançada nas últimas eleições, da frágil legislatura que tem pela frente, apesar da dimensão do investimento feito na campanha, e ainda, consciente do apoio da comunidade internacional empenhado que os seus “paus-mandados” estejam à frente dos destinos da Guiné-Bissau, para poderem pôr em execução os seus planos da nova escravatura económica, iniciaram intencionalmente um processo de litígio, com o único objetivo de rotular os outros de conflituosos e responsáveis pelo bloqueio e o atual estado da nação. Eles até são uns iluminados a quem não se deixa realizarem o sonho dos guineenses conforme prometeram e anunciaram. Eles são os únicos capazes e detentores de um programa de desenvolvimento do país, embora fazerem tudo para bloquear a atuação de outros governos!

O PAIGC, para a resolução temporária dos seus conflitos internos e dos egos dos seus militantes, conseguiu envolver no passado a classe castrense nos seus conflitos, levando-os ao desprestígio social e até terem sido vítimas de sanções internacionais injustas, que prejudicaram a vida de muitos deles. O PAIGC esse saiu impune dessas sanções!

Graças ao atual Presidente da República, o CEMGFA e outros elementos da classe castrense apaziguadores e conhecedores dos seus deveres republicanos, a IX legislatura decorreu sem qualquer intervenção militar no processo civil e político, mas não deixou de haver conflito, porque onde está o PAIGC, tem de haver conflito! Seja porque perderam o poder e querem recuperá-lo, ou porque estão no poder, mas os cargos não são suficientes para satisfazer os egos e os luxos de todos os seus militantes, o que obviamente agravará com a necessidade de alianças com outros partidos para conseguirem governar.

Pese embora o remetimento dos militares às suas verdadeiras funções, o PAIGC criou novos conflitos que fez quase parar todo um país, durante toda a IX legislatura! Entraram primeiro em rota de colisão com o sistema judicial, acusando-o de perseguição ao seu governo, quando quase toda a gente naquele país sabia das negociatas com os passaportes diplomáticos que era encabeçado pelo então Secretário de Estado da Cooperação! Por ex, gostava de saber a que propósito, um empresário responsável de uma Casa da Guiné deve ser portador de um passaporte diplomático!?

Após essa guerra judicial com obstrução da justiça na audição dos membros do primeiro governo da IX legislatura, eis que aparece o novo bode expiatório para os conflitos do PAIGC. Trata-se nem mais, nem menos, que o Presidente da República, cujo o grande crime cometido foi usar das prerrogativas previstas na carta magna para derrubar um governo com evidentes sinais de proteção de esquemas de corrupção e ainda desrespeito institucional ao Presidente da República, sempre que quisesse fiscalizar a atuação desse governo.

O PAIGC, após a queda do seu governo fez uma oposição das mais baixas já vistas na democracia guineense, com obstaculização do funcionamento da casa da democracia e de tudo o que se tratava de tentativas de consensos para ultrapassar a crise criada pelo próprio PAIGC... Promoveu manifestações a pedir demissão do Presidente da República. Em toda a nossa história como país livre, nunca um presidente da república foi tão insultado e diabolizado como na IX legislatura, apenas e só porque derrubou um governo que pactuava com esquemas de corrupção e protegia alguns dos seus membros corruptos...

Na sequência dessa saga conflituosa do PAIGC, houve expulsão de militantes e até expulsão de deputados eleitos pelo povo, das suas funções no hemiciclo! Como se não bastasse, vimos uma dita comunidade internacional bacoca e sem linha de orientação a proteger uns e sancionar outros, conforme os seus interesses estratégicos. Mais uma vez, por conflitos criados pelo PAIGC, houve guineenses sancionados pela comunidade internacional, ainda por cima de uma forma vergonhosa! Desta vez não foram os militares os culpados nem os sancionados, mas políticos e civis não políticos que nem um auto de acusação dos crimes ou infrações que cometeram tiveram! E o PAIGC continuou impune, apesar de ser o principal foco de conflito na Guiné-Bissau!

No início da X legislatura, o PAIGC não conseguiu mais uma vez resistir à sua essência! Pediu cedências a outros partidos e quando chegou a sua vez de ceder, não cedeu! Se calhar, para o PAIGC dito renovado, a mesa da ANP deve ser restringida apenas aos civilizados e não a djintius como Braima Camará, que tem o sotaque equivalente à gente da sua etnia (do qual deve orgulhar-se) e não “importou” o sotaque abacalhoado de alguns Honórios Barretos da nossa praça!

O PAIGC sabendo que nesta legislatura encontra-se numa posição mais fragilizada em que alguma vez se viu, vai tentar provocar conflitos para depois pedir socorro aos protetores de uma dita comunidade internacional sedenta de executar a sua agenda para a Guiné-Bissau. Mas, meus caros, se acham que o Presidente da República desta vez vai entrar no vosso jogo, estão enganados! Vão ter mesmo que provar aos guineense que não passam de uns “vendedores de sonhos” e que a incompetência, a conflitualidade, o amiguismo, o caciquismo e a corrupção faz parte do vosso código genético e foi por isso e pela vossa forma de estar, que a Guiné-Bissau chegou ao ponto a que chegou!

No meu próximo texto tenciono abordar os tipos de quadros que o país produziu nesses 46 anos...

Jorge Herbert

Escolas públicas: ESPECIALISTA ACONSELHA GOVERNO A ANULAR O ANO LETIVO PARCIALMENTE

O diretor do serviço do Gabinete da Divisão da Política Educativa do Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação (INDE), Professor Garcia Bifa Bideta, disse que é chegado o momento de o governo parar com a pintura e tomar a decisão de anular o presente ano letivo (2018/2019) parcialmente, com base em um levantamento sobre os conteúdos ministrados nas escolas que aderiram às greves e as que não aderiram, referindo-se às escolas com regime de auto-gestão e privadas que devem ser autorizados a emitir certificados.  

O especialista em matéria da educação concedeu uma entrevista ao semanário O Democrata na qual abordou a possibilidade de prosseguir ou não com o presente ano letivo, tendo em conta a onda de greves que impediram o funcionamento normal das aulas nas escolas públicas. E ameaça de nova paralisação pelos três organizações sindicais durante seis dias, no próximo mês de maio, mereceram igualmente uma análise do professor  Garcia Bifa Bideta que, à semelhança de outros especialistas em matéria da Educação, defendem a anulação do presente ano, porque não tem nada de aproveitamento para os alunos.

“PERDEMOS MAIS DE QUATRO MESES E SE HOUVER NOVA GREVE, É IMPOSSIVEL VALIDAR ESTE ANO”

O Professor universitário, Garcia Bifa, disse durante a entrevista que o governo deve ter a coragem de tomar medidas e de anular o ano letivo, com estratégias bem definidas e preparando melhor o próximo ano escolar 2019/2020.

“Perdemos quatro meses e duas semanas de aulas e se os professores voltarem a paralisar o setor, o país não estará em condições de validar este ano letivo 2018/2019, porque ano escolar valida-se pelo aproveitamento e cumprimento dos programas e dias letivos. Portanto, as pessoas podem acreditar que aquilo que temos vindo a dizer ao longo do tempo é uma realidade, não porque queremos que os alunos não fiquem retidos, mas porque estamos a dar a nossa opinião enquanto cidadãos, técnicos e especialistas na matéria”, lamentou.

Questionado sobre se, mesmo com um prolongamento do ano letivo até finais de julho ou agosto se resolveria a questão, Garcia Bifa Bideta assegurou que o governo não estava a contar com o fator clima e esqueceu-se também que não tem boas infraestruturas escolares que possam proteger as crianças quando chove. Assim as pessoas não devem continuar a pintar as coisas porque a sociedade está sensibilizada e sabe que é difícil estudar na época das chuvas.

Adiantou neste particular que o prolongamento do ano letivo só poderá ter efeitos se as aulas funcionarem até final do mês de julho e forem suspensas em agosto, para depois serem retomadas na segunda quinzena de setembro até finais de novembro, recuperando assim os dias letivos perdidos e perfazendo 7 ou 8 meses de aulas. Então aí poderemos dizer que prolongou-se o ano letivo.     

“Somos técnicos da educação, sentimo-nos revoltados, mas também temos que cuidar para não trazer consequências para o país, porque quando o ano letivo é validado politicamente sem aproveitamento e os alunos transitam de um nível para outro, isso terá reflexos negativos nos alunos nos seus percursos acadêmicos, como também na administração do país, por serem os futuros governantes”, alertou.

Aquele técnico informou que as pessoas não devem generalizar essa questão, o fato de os anos letivos terem vindo a decorrer indesejavelmente, porque sempre avaliam. 

Garcia Bifa Bideta lembrou que no ano letivo 2016/2017 fez-se um levantamento do cumprimento dos programas, onde se constatou que os mesmos conteúdos programáticos tinham sido cumpridos em uma média de 50 por cento e o ano foi validado. Portanto é preciso saber avaliar os meses perdidos em cada ano letivo, não generalizar pelo fato de em anos anteriores terem sido verificadas greves e logo o ano presente também poder ser validado, sem, no entanto, ver o que foi conseguido em termos dos programas e aproveitamento dos alunos nas matérias, para depois se validar o ano, para que validar não se torne uma tradição.

“Nós técnicos ligados à educação não devemos continuar a conformarmo-nos com as situações que não são boas. Temos que pronunciarmo-nos e falar, custe o que custar, porque este país não merece este ensino que está a ter nos últimos anos. Os técnicos ficam com medo de falar da matéria, para não ferir suscetibilidades. Devemos mostrar aquilo que deve ser feito a nível do sistema. É impossível já porque aprendemos com a experiência do passado em termos da seleção dos conteúdos. Portanto, não podemos continuar com a mesma estratégia. Na minha opinião a recuperação dos dias é estender o ano letivo até final de novembro sem greves. Se não prolongarmos até novembro, o ano letivo fica comprometido e o governo não terá como validar o ano escolar a não ser fazê-lo politicamente”, sublinhou.

Bifa Bideta explicou que validar ano letivo sem ver o que foi cumprido em termos de programas e aproveitamento dos alunos é perspetivar má qualidade de ensino. 

Acrescentou que os alunos estão a sair no ensino básico e secundário nos últimos anos sem competências e com nenhuns conhecimentos, porque não estão a estudar bem nem a ter um bom aproveitamento, devido à falta do cumprimento dos dias letivos.

Por: Aguinaldo Ampa

Foto: A.A

OdemocrataGB

Papa condena "violência cruel" de ataques no Sri Lanka

Representante da igreja católica expressou a sua dor perante os ataques bombistas que causaram, até ao momento, pelo menos 187 mortos.


O Papa Francisco condenou a crueldade e a violência dos ataques que tiraram a vida a pelo menos 187 pessoas, no Sri Lanka, em plena celebração do Domingo de Páscoa. 

"Soube com tristeza e dor dos graves ataques que, precisamente hoje, Domingo de Páscoa, trouxeram o luto e a dor às igrejas e outros locais onde as pessoas estavam reunidas no Sri Lanka", disse o Papa Francisco na Praça de São Pedro, citado pela Reuters. 

"Quero expressar a minha afetuosa proximidade com a comunidade cristã atingida durante as orações e todas as vítimas de violência cruel", acrescentou o Papa que, recorde-se, visitou o país em 2015. 

No Sri Lanka a população cristã representa 7%, enquanto os budistas rondam 67%, os hindus são 15% e os muçulmanos 11%.

Atentados desta magnitude não tinham tido lugar no Sri Lanka desde a guerra civil entre a guerrilha tâmil e o Governo, um conflito que durou 26 anos e terminou em 2009, e que deixou, de acordo com dados da ONU mais de 40.000 civis mortos.

NAOM

Guiné-Bissau: O reverso da medalha da votação do segundo vice-presidente do parlamento


As contas podem ser bem justificadas, ou não, mas é preciso começar a “observar atentivamente” os deputados que fazem parte da “coligação”, ou seja, congregados no acordo de incidência parlamentar entre o PAIGC, APU-PDGB, União para Mudança (UM) e o Partido Nova Democracia (PND).

Considerando os números de votação, independentemente da ausência de um ou outro, a “ala” MADEM-G15 e PRS, unidos por um acordo de incidência, também, parlamentar, perderam apenas 1 voto, que supostamente será o de Soares Sambú, que esteve ausente na sessão, pois o Braima Camará teve 47, quando deveria ser 48. Nesta aritmética, 47+50 = 97, registaram-se 3 abstenções, perfazendo 100 votantes no total.

E, justamente, sobre estas abstenções, enquanto centro de reflexão surge a questão sobre o porquê e donde vieram tais “nha boca ka sta lá”? (Qual partido ou grupo parlamentar)?

Partindo desta avaliação aritmética, será possível ressaltar que, provavelmente, estas abstenções, vieram do PAIGC ou dos seus aliados, porquanto da outra parte, não há como negar, permanecendo no campo das suposições, mantiveram a linha de defesa, votando no Braima Camará para o cargo do segundo vice-presidente do parlamento com 47 votos a favor. Ou seja, admitindo que as três abstenções tivessem votado contra o Braima Camará, o cômputo a favor do bloco do PAIGC, seria 53, mais 1, este último, que seria o deputado que não votou, já que na sala estavam 101 parlamentares. Se estes três deputados que se abstiveram votassem a favor, teríamos então 50 para os interesses do MADEM-G15 e do PRS, ainda que unidos pelo acordo politico pós-eleitoral.

Apesar de ser um mero exercício de aritmética, sugere a prossecução de uma análise pertinente., é possivel antecipar a necessária conclusão, e deduzir que as três abstenções, estariam ligadas ao bloco da aliança parlamentar PAIGC, APU-PDGB, UM e PND.

Esta conjectura, deve desde logo, servir de reflexão para a liderança de Domingos Simões Pereira, evitando assim, o cenário de 2016, quando 15 deputados “traíram” os princípios do partido, ao reprovar o Programa de Carlos Correia, com a mesma táctica de abstenção.

Neste caso a preocupação não deve ser circunscrita apenas ao PAIGC, mas extensiva aos seus aliados, porquanto o MADEM-G15, o PRS e seus fortes aliados, mantêm a dinâmica de fragilizar o acordo do PAIGC, dando assim ao Presidente da Republica, José Mário Vaz, alegadas razões para avançar com o seu hipotético plano de inviabilizar o Governo do PAIGC, apesar vencedor das ultimas eleições legislativas.

Um cenário que deve ser levado em conta, após dissecado o discurso de Domingos Simões Pereira, no plenário inaugural do parlamento, quando disse: “na nossa realidade muitos insistem em produzir fantasmas para perpetuar a indefinição e, por via disso, criar aproveitamentos políticos, mesmo contrariando os interesses de toda a nação”, e acrescentou profeticamente que “interpretarão a lei no sentido de confundir a opinião pública, com um propósito ainda mais grave: o de poder, no futuro, comprometer a acção de quem foi escolhido, armadilhas no rendilhado normativo para qualquer momento subverter a expressão do povo”.

Não pode haver ambiguidades na interpretação, à letra, sobre a limpidez do discurso do Presidente do PAIGC e, por conseguinte, do perigo que ainda paira, perante os homens que não se desarmam dos seus ferrenhos intentos. Na linha da intervenção do DSP, existem energias residuais, mesmo que sejam fracas, para obstruir a constituição, ou o exercício de um futuro Governo, através de uma força que, citando ainda, Simões Pereira, desenvolve “tentativas de instrumentalização de seguimento da sociedade, por antecipação, para exercerem oposição a um governo que nem se conhece”.

© e-Global Notícias em Português

sábado, 20 de abril de 2019

«MADEM-G15» COMUNICADO À IMPRENSA

O Movimento para Alternância Democrática, MADEM-G15, reuniu a sua Comissão Permanente alargada ao Secretariado Nacional e aos seus Deputados, com carácter de urgência sob a presidência do seu Coordenador Nacional, Camarada BRAIMA CAMARA, para analisar a primeira sessão parlamentar, do dia 18 de Abril de 2019, da décima legislatura.

Considerando as irregularidades e vícios verificados durante o processo da constituição da Mesa da Assembleia Nacional Popular, nomeadamente:

1- A forma de designação da comissão de candidaturas;

2- A não apresentação das candidaturas e da aceitação destas pelos deputados candidatos perante o plenário, em flagrante violação do preceituado no artigo décimo primeiro do Regimento da Assembleia Nacional Popular;

3- A alteração da forma de votação, violando assim, os artigos vigésimo sétimo conjugado com o nonagésimo primeiro, ambos do Regimento da Assembleia Nacional Popular, relativo ao voto secreto que não foi observado;

4- A introdução de urnas separadas para a votação do primeiro e segundo vice-presidentes contrariamente aquilo que tem sido pratica nas legislaturas anteriores;

5- A retirada de votos válidos na urna destinada ao candidato ao lugar de segundo vice-presidente, que a comissão de candidaturas não foi capaz de justificar;

6- A usurpação das competências pela comissão de candidaturas ao presidir a sessão do Plenário;

7- A produção e utilização de boletins de voto com total desconhecimento dos deputados e fora do âmbito da Assembleia Nacional Popular.

Não obstante todas as irregularidades constatadas, movidos de boa fé e de espírito de salvaguarda dos superiores interesses do País, para a viabilização da décima legislatura da Assembleia Nacional Popular e da governação, os Deputados do Movimento para Alternância Democrática, seguindo as orientações superiores do MADEM-G15, apoiaram e votaram os candidatos apresentados pelo PAIGC, aos lugares de Presidente e primeiro Vice-Presidente da ANP, tendo sido determinante na sua eleição.

O PAIGC, ao contrário, adotou uma atitude antipatriótica, antidemocrática e antirregimental ao votar contra a candidatura apresentada pelo MADEM-G15, ao lugar de segundo vice-presidente da ANP nos termos do numero dois do artigo vigésimo sétimo do Regimento.

Atendendo a estes factos, a Comissão Permanente do MADEM-G15 alargada ao Secretariado Nacional e a seus Deputados, apos uma uma profunda análise das vicissitudes acima elencadas, deliberou:

· Manifestar a sua indignação pela forma como os Deputados do PAIGC sob a orientação da direção deste partido, inviabilizou a constituição da Mesa da Assembleia Nacional Popular, agindo contra o preceituado no Regimento da ANP;

· Responsabilizar o PAIGC pelas consequências que resultaram na suspensão da sessão;

· Ponderar avançar com a impugnação do ato da constituição da mesa da ANP, nos termos em que os seus Deputados manifestaram durante a sessão;

· Reafirmar a sua determinação em viabilizar todos os pacotes legislativos para o bem da Guiné-Bissau à semelhança do que demostrou na viabilização da eleição para os lugares de presidente e primeiro vice-presidente da ANP propostos pelo PAIGC;

· Congratular-se com atitude patriótica dos deputados eleitos do MADEM-G15 ao longo da sessão parlamentar;

· Manter a candidatura do deputado, CAMARADA BRAIMA CAMARA, Coordenador Nacional, ao lugar de segundo Vice-Presidente da Assembleia Nacional Popular nos termos da deliberação da quinta sessão da Comissão Permanente alargada ao Secretariado Nacional ao abrigo do número dois do artigo vigésimo sétimo;

· Apoiar a proposta de candidatura apresentada pelo Partido da Renovação Social (PRS), ao lugar do primeiro Secretário da ANP, conforme previsto no número dois do artigo vigésimo sétimo;

· Chamar atenção da opinião pública nacional e internacional, sobre as manobras do PAIGC, visando provocar, mais uma vez, uma crise político institucional no hemiciclo Guineense.

· Agradecer ao Partido da Renovação Social pela solidariedade com que acompanhou o MADEM-G15 no processo de votação, aliás tal como tem sido ao longo deste processo;

· Apelar a serenidade e a calma aos militantes do Movimento para Alternância Democrática MADEM-G15, e ao povo Guineense no sentido de preservação da Paz social;

· Condenar com veemência a presença das forças policias e militares no interior no hemiciclo o que contraria todas as normas previstas na lei.

Feito em Bissau, aos 20 de Abril 2019

Fonte: conosaba

MADEM-G15 - CONFERÊNCIA DE IMPRENSA - Sobre a 1° Sessäo da X Legislatura na ANP



O cargo de Segundo Vice-Presidente da ANP é atribuído por lei ao segundo partido mais votado, que pode e deve indicar quem entender que deva ocupá-lo.

Por : Dr Carlos Vamain

Os restantes, por bom senso e, pelo respeito dos princípios democráticos, devem sufragá-lo tão-só, numa perspectiva da estabilização do país. Foi este o sentido do voto do eleitorado. Deixemos de lado caprichos. Pode o nome dele ser chumbado mil vezes, mas quem indica o nome para esse posto é o segundo partido mais votado.

A persistir p impasse, pode-se simplesmente ficar esta legislatura sem segundo Vice-Presidente. Pois não cabe a nenhum partido impor a sua opção ou estratégia a outro. Tenho dito. E não admito insultos de quem que que seja.

Na democracia devemos saber respeitar e discutir problemas do nosso país com urbanidade. E se o PAIGC estivesse nesta situação, qual seria o nosso comportamento: respeito pela lei e pelos princípios democráticos.

Madem-G15/Sector Autónomo Bissau

Secretário-geral da JAAC participa no Quinto Fórum Internacional Económico na Russia


Dionisio Pereira falou hoje sobre a diplomacia econômica digital como um instrumento para combater o isolamento criado artificialmente e as decisões injustas tomadas por certos grupos de pessoas que prejudicam a economia de mais de um país. 
No painel, Pereira realça que a economia “digital” e de dados facilita a defensa contra barreiras artificiais ao longo do tempo.

O Quinto Fórum Econômico Internacional de Yalta decorre com o apoio da Administração do Presidente da Federação Russa, de 17 a 20 de abril de 2019.

O tema principal do Fórum é “Realidade do Novo Mundo ». Desde o primeiro ano do Fórum, tornou-se uma plataforma para um diálogo significativo entre representantes de empresas e círculos políticos, cujos nomes e realizações fazem parte da elite empresarial global e definem as tendências econômicas.

O Fórum junta mais de 3000 participantes de 100 países, a fim de projetar o futuro da economia mundial e expandir a cooperação internacional através de um diálogo aberto com os países da Europa, Ásia e Pacífico, África, Oriente Médio, América latina. 
O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, é convidado a participar do V Fórum Econômico Internacional.

O Programa do Fórum inclui mais de 60 eventos de negócios e discussões sobre as questões mais prementes do nosso tempo - desde a digitalização da economia mundial até o desenvolvimento da atratividade de investimentos das regiões, a formação da estratégia de desenvolvimento socioeconômico do estado e governação eletrónica.




#Yalta #transformação digital de negócios

Aliu Cande

Cancro do pulmão: Os seis sinais de alarme que jamais pode ignorar

É fumador? Esteja atento a estes sintomas - pela sua vida.
  

Tosse persistente ou a fraqueza muscular, podem passar despercebidos por serem considerados normais, mas poderá tal poderá ser indicador de que algo mais sinistro se passa com a sua saúde.

O cancro do pulmão é um dos que mais causa mortes em todo o mundo. E infeliz e surpreendentemente não se manifesta apenas em fumadores.

Os não fumadores podem desenvolver este tipo de tumor devido à poluição atmosférica, serem fumadores passivos, ou devido à exposição a químicos como o amianto.

A dor no peito é um dos principais sintomas, mas não devemos ignorar os demais sinais e cancro do pulmão.

Eis os sinais de alarme a que deve estar atento:

1. Tosse persistente

Costuma ser uma tosse seca que às vezes vem acompanhada de sangue. Em algumas ocasiões apresenta um muco espesso de cor avermelhada.

Se a tosse durar mais de um mês e gerar rouquidão ou voz profunda, recomenda-se que consulte um médico.

2. Infeções crónicas

Sofre constantemente de bronquite? Neste caso, peça ao seu médico que realize um check up completo.

Algo que deverá de imediato fazer soar o alarme são as dores no peito. Estas não são comuns em nenhum caso.

3. Perda de peso

Caso tenha perdido peso sem fazer mudanças na dieta e nem ter incorporado uma rotina de exercícios, deverá perceber através da realização de exames médicos se algo mais se passa.

4. Dor nos ossos

Trata-se de um sintoma de cancro do pulmão que costuma surgir quando este já se disseminou para outras partes do corpo. No geral, as costas e as ancas são as áreas mais afetadas.

5. Inflamação no pescoço e no rosto

Ocorre quando o tumor pressiona a veia cava, aquela que transporta o sangue desde a cabeça e os braços até ao coração.

A inflamação ocorre por que o fluxo de sangue é mais lento do que o devido.

6. Fraqueza muscular

É um sinal de cancro do pulmão que afeta a zona do abdómen e ancas, braços, ombros e pernas. Além disso, é comum sentir fraqueza e falta de força, fazendo com que as atividades simples do dia a dia se tornem difíceis de realizar.

NAOM

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Snakes force Liberian President George Weah out of office

President George Weah will return to his usual office on Monday 

Snakes have been found in Liberian President George Weah's office, forcing him to work from his private residence, the BBC has learnt. 

Press secretary Smith Toby told the BBC that on Wednesday two black snakes were found in the foreign affairs ministry building, his official place of work.

All staff have been told to stay away until 22 April.

"It's just to make sure that crawling and creeping things get fumigated from the building," Mr Toby said.

"The Ministry of Foreign Affairs hosts the office of the president, so it did an internal memo asking the staff to stay home while they do the fumigation," he said.

The office of the president has been based in the Ministry of Foreign Affairs since a fire in 2006 gutted the nearby presidential mansion.

A FrontPage Africa news website video shows workers trying to attack the snakes when they appeared near the building's reception.
"The snakes were never killed," Mr Toby said. "There was a little hole somewhere [through which] they made their way back." 

The president who no-one dares to tackle

George Weah's Liberia scorecard one year on

Learn more about Liberia

Police and presidential security were seen guarding Mr Weah's residence in the capital Monrovia. A fleet of vehicles including escorts jeeps were parked outside.

Mr Toby said the Ministry of Foreign Affairs started to fumigate on Friday. 

"That building's been there for years now, and [because of] the drainage system, the possibility of having things like snakes crawling in that building was high," he said. 

The president is definitely returning to his office on Monday after the fumigation whether or not the snakes are found and killed, Mr Toby said.

bbc.com

MINISTÉRIO PÚBLICO E CASO “CERTIFICADOS FALSOS”



Fonte: notabanca

Que o povo com baixa escolaridade acredite e vote no PAIGC, ainda aceito. Agora, que políticos expulsos do PAIGC acreditem na boa fé dessa organização que já deu provas de sobra de não saber estar na política sem o controlo absoluto do poder, é de uma ingenuidade atroz!

Por Jorge Herbert

Que é preciso ser muito crente, muito ingénuo ou até muito burro, para acreditar no bom senso e no consenso conseguido de organização que viveu sempre em conflitos e desunião! Uma organização capaz de assassinar o seu próprio líder fundador, de subverter os princípios que motivou a própria fundação do partido, chegando a tornar-se no maior criminoso e carrasco do país e do povo que era suposto libertar, unir e desenvolver!

No PAIGC não existe nem existirá a cultura de diálogo, bom senso e consenso em prol da estabilidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau. Essa organização criminosa transformou-se num monstro que se alimenta e sobrevive à custa do sofrimento dos guineenses... O PAIGC só sobrevive controlando o poder e estando junto do erário público, para poder sustentar os vícios caros a que os seus militantes se habituaram... Tudo o resto trata-se apenas de manobras para intrujar os menos atentos e só confia num partido com a história do último meio século que tem o PAIGC, no qual participaram e foram cúmplices a grande maioria dos seus militantes que hoje se dizem renovadores ou renovados, quem quer continuar a ser ingénuo!

Vieram aprender algumas técnicas do chico-espertismo dos ex-colonizadores e, quais José Sócrates guineense, foram intrujar um povo que privaram de educação durante quase meio-século, criando o mito da inteligência que não têm, enfeitados de mestrados feitos em trimestres e títulos pomposos disponibilizados pelos financiadores e sem qualquer sustentabilidade intelectual.

Oiço-lhes a discursar e sinto um nojo tremendo, porque concluo que não só aprenderam o sotaque abacalhoado, como também aprenderam as mesmas técnicas que também usava o Eng. José Sócrates, aliás, produto criado na mesma escola. As técnicas de que os bons, os visionários, os que têm a varinha e o dom do desenvolvimento são eles e os outros são todos uns incapacitados que lhes impede de realizar o sonho do povo...

Infelizmente, para um povo com pouca (in)formação, carente de tudo que os próprios supostos visionários os privaram, esse discurso mítico de inteligentes/sobredotados (que nunca produziram nada nas suas áreas profissionais) que nos vêm salvar, a reencarnação do líder que a própria organização criminosa assassinou, é a fórmula perfeita, que infelizmente só o tempo virá desmascarar, como o José Sócrates foi desmascarado em Portugal. Infelizmente, na Guiné-Bissau esse desmascarar pode demorar mais tempo e ter consequências mais gravosas para o país e o seu povo. Poderá ser a aceitação de uma moderna escravatura em prol de uma falsa sensação de desenvolvimento...

Que o povo com baixa escolaridade acredite e vote no PAIGC, ainda aceito. Agora, que políticos expulsos do PAIGC acreditem na boa fé dessa organização que já deu provas de sobra de não saber estar na política sem o controlo absoluto do poder, é de uma ingenuidade atroz!



Guinea President donates 2 million Euros for the reconstruction of Notre Dame


The President of Guinea, Alpha Conde has reportedly pledged 2 million Euros for the reconstruction of the Notre Dame.

The famous Catholic Cathedral in Paris was gutted by fire on Monday, 15th April 2019.

A couple of billionaires in France have pledged to support the rebuilding of the over 850 years old Cathedral.

Latest to show solidarity with a money pledge is Alpha Conde, the President of Guinea according to post by a pan African Facebook account.


Guinea is a West African country who were colonized by the French.

Fonte: ghsplash.com

ELEIÇÕES GERAIS - Eleitor indiano corta dedo depois de votar por "partido errado"

O homem queria votar por um partido regional, mas confundiu os símbolos na máquina de votação.


Um eleitor indiano diz ter cortado o dedo indicador depois de ter percebido que tinha votado pelo "partido político errado". Pawan Kumar explicou que acabou por acidentalmente votar pelo partido no governo - Bharatiya Janata Party (BJP) -, mas que queria votar pelo partido regional. Segundo a BBC, o homem confundiu-se com a multiplicidade de símbolos na máquina de votação.

Todos os dedos indicadores dos eleitores ficam marcados com tinta permanente depois de terem feito o seu voto. Na quinta-feira, Pawan votou em Bulandshahr, no estado de Uttar Pradesh, durante a segunda fase de sete das eleições gerais indianas, para eleger a câmara baixa do Parlamento.

"Eu queria votar pelo elefante, mas votei pela flor por erro", explicou, referindo-se aos símbolos dos partidos demonstrados na máquina de votação ao lado do nome dos candidatos.

Os símbolos dos partidos políticos têm um papel importante nas eleições indianas porque são facilmente identificáveis num país onde a literacia é baixa em vários locais. A votação desta quinta-feira era de grande importância para os partidos regionais indianos, que dominam a política nos seus estados e têm como cara políticos locais carismáticos.

As eleições decorrem em sete fases, com a contagem dos votos a decorrer a 23 de maio. Com 900 milhões de eleitores e mais de dois mil partidos registados, este é o maior sufrágio que o mundo já viu. 

Entre os principais que vão concorrer nestas eleições estão o Partido Bharatiya Janata (BJP), que está no poder, e o Congresso Nacional Indiano (conhecido como Partido do Congresso). Estas eleições estão a ser encaradas como um referendo ao primeiro-ministro, Narendra Modi, do BJP, que apesar de ser visto como o candidato favorito para a reeleição, não viu o seu partido vencer em nenhum dos cinco Estados que foram a votos até agora.

NAOM

MEDICAMENTOS - França faz advertência ao uso do ibuprofeno e pede estudo europeu

A agência francesa do medicamento (ANSM) fez uma advertência a médicos e pacientes sobre riscos decorrentes do uso do ibuprofeno e do cetoprofeno, que podem agravar infeções em tratamento, e pediu uma investigação a nível europeu.


Um porta-voz da Agência Nacional de Segurança do Medicamento e dos Produtos de Saúde (ANSM) explicou hoje, citado pela agência Efe, que "o pedido francês" será analisado pelos seus homólogos europeus.

O responsável recordou que as autorizações dos medicamentos são feitas para toda a Europa, e não apenas para França, e que é a essa escala que é necessário fazer-se uma reavaliação da relação risco-benefício do ibuprofeno e do cetoprofeno.

O ibuprofeno é o segundo antálgico (fármaco para aliviar a dor) mais usado em França, depois do paracetamol.

A ANSM, que em junho do ano passado tinha lançado uma investigação farmacológica encomendada aos seus centros de Tours e Marselha, emitiu na quinta-feira um conjunto de recomendações.

Em primeiro lugar, a agência recomendou privilegiar o paracetamol, em vez do ibuprofeno, e do cetoprofeno em caso de dor ou febre, sobretudo em casos de infeção como anginas, rinofaringites, otites, tosse, infeção pulmonar, assim como lesões cutâneas ou varicela.

A entidade também indicou algumas regras para a boa utilização dos anti-inflamatórios, nomeadamente usar "a dose mínima eficaz, durante o menor tempo" possível, interrompendo o tratamento assim que os sintomas desapareçam e não prolongando o tratamento por mais de três dias em caso de febre, nem mais de cinco dias em caso de dor.

As recomendações decorrem do estudo que tinha sido encomendado em junho de 2018 aos centros regionais da ANSM de Tours e Marsella, que concluiu que há uma série de infeções que poderiam ser agravadas com a toma destes medicamentos.

Essas complicações foram observadas após períodos muito curtos de tratamento (dois a três dias) quando o ibuprofeno ou cetoprofeno tinham sido prescritos (ou utilizado em automedicação) para a febre, inflamações cutâneas benignas, problemas respiratórios ou do sistema otorrinolaringológico.

Os investigadores franceses analisaram 337 casos de complicações infecciosas graves com ibuprofeno e 49 com cetoprofeno e que estiveram na origem de hospitalizações, sequelas e até mesmo a morte.

Os casos foram estudados ao longo de um período prolongado com início no ano 2000.

NAOM

Primeiro-ministro do Mali renuncia ao cargo após massacre de Ogossagou

O primeiro-ministro do Mali, Soumeylou Boubèye Maïga, demitiu-se do cargo, juntamente com todo o Governo. O Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, aceitou a renúncia e disse que nomeará um sucessor em breve.


Soumeylou Boubèye Maïga não resistiu à pressão popular. A capital maliana, Bamako, viveu grandes protestos nas ruas nos últimos dias, devido à violência armada no país que já fez mais de 260 mil deslocados.

O caso de violência mais recente aconteceu em Ogossagou, com a morte de cerca de 160 pessoas numa aldeia remota junto à fronteira com o Burkina Faso.

Em comunicado oficial, o chefe do governo demissionário não informa os motivos da renúncia apresentada na quinta-feira (18.04).

Soumeylou Boubèye Maïga recebe Ursula von der Leyen, ministra da Defesa da Alemanha, durante uma visita a Bamako, Mali, em 2014

O Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, aceitou a demissão e disse, em nota oficial, que nomeará um sucessor "em breve”.

No Mali, 3,2 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária, advertiu no início do mês o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O incidente mais grave a manchar a história do país nos últimos anos aconteceu no dia 23 de março na cidade de Ogossagou, em Mopti, onde uma milícia formada por caçadores donso, de etnia dogon, assassinou 160 habitantes peuls de uma aldeia.

A instabilidade que afeta o Mali começou com o golpe de Estado de 2012, quando grupos tuaregues rebeldes, apoiados por organizações jihadistas, tomaram o controlo do norte do país durante dez meses.

Os jihadistas foram teoricamente expulsos em 2013, graças a uma intervenção militar internacional liderada por França, mas extensas áreas do país, sobretudo do norte e do centro, continuam a escapar ao controlo estatal.

Pelo menos 87.000 civis viram-se obrigados a deixar as suas casas no norte e no centro do Mali nos primeiros três meses deste ano para fugir da violência que sacode estas regiões africanas.

O Mali transformou-se também numa área perigosa para os soldados das Nações Unidas. Pelo menos 119 "capacetes azuis" morreram e outros 397 ficaram feridos em ataques de grupos violentos desde 2013.

DW

Discurso de coordenador de MADEM-G15 BA DE POVO

O mandato que o povo guineense concedeu ao Movimento para a Alternância Democrática, MADEM G-15, representa, seguramente, a concretização de uma promessa de liberdade, de justiça, de autenticidade.

Considerado por alguns como um “grupinho de dissidentes” em vias de extinção política, a expressiva votação de confiança no MADEM G15 superou todas as expetativas. Os prognósticos de famosos cientistas políticos da nossa praça não se confirmaram.

Deixamos, de vez, de ser um grupo de resistentes contra a arrogância política, contra “matchundade” juvenil, contra o inesperado culto de personalidade, males que surpreendentemente regressaram ao “partido histórico” e, que no seu tempo, Amílcar Cabral combateu severamente.

E agora, tenho mesmo de perguntar: passamos nós a ser o quê? Protagonistas políticos - eis o que nós passamos a ser, um estatuto que conquistamos nas urnas, democraticamente.

É precisamente por esta nova evidência, que a Décima Legislatura que nós corporizamos a partir de hoje, nasce sob o signo da irrevogável dignidade constitucional do Deputado da Nação. Ficou estabelecido um novo patamar de cultura da nossa instituição parlamentar. Quem voltará a tentar expulsar da “casa do povo” um “eleito do povo”?

Caros colegas Deputados,

Em nome da família política MADEM G-15 e perante vós, tomo a liberdade de render uma justa homenagem àqueles que, na dura luta que travamos para resgatar a nossa dignidade, ficaram pelo caminho: a Deputada Isabel Mendes Correia Buscardini, o Deputado Tumane Mané, o Deputado Ali Khadra, o General Bitchofla Na Fafé, os senhores Lamine Camará, Fernando Indequi, Braima Iafá Sambú e a senhora Yolanda Carlos Brabé.

Como crentes, acreditamos que, neste momento, lá do alto onde eles se encontram, estão certamente a aplaudir-nos, orgulhosos pelos sucessos que nós conseguimos alcançar.

A vós, inesquecíveis companheiros da luta, quero reafirmar que a nossa vitória é igualmente a vossa vitória. Apesar de fisicamente ausentes, sentimos a presença entre nós do vosso espírito nesta luta que continua pela Guiné-Bissau.

Minhas Senhoras, meus Senhores

Sinal forte de uma mudança política desejada pela sociedade guineense, o MADEM G-15 assume-se como fator de união, pilar de unidade nacional, dínamo de uma sociedade politica inclusiva, solidária, não sectária, porque - afinal – todos juntos não seremos demais para dar um novo rumo à Guiné-Bissau, nossa pátria amada.

Só juntos, unidos, saberemos enfrentar com sucesso a missão que o povo guineense acabou de nos confiar: a regulação política inclusiva, premissa essencial da construção institucional do Estado de Direito Democrático, da consolidação da Paz, do Desenvolvimento Económico e do Bem-Estar dos Guineenses.

A capacidade política de inclusão parece ser a chave para encararmos com sentido de responsabilidade e com sentido de urgência um conjunto de desafios estratégicos inadiáveis. Desde logo,

• o desafio que consiste em extinguir o foco sistémico da instabilidade política;

• o desafio da democratização do poder local;

• enfim, o desafio de conciliar o Estado com a sociedade guineense.

Só juntos – deixando de lado as tentações de exclusão política - saberemos também combater as “chagas sociais” que a nenhum deputado pode deixar sossegado:

• o flagelo da pobreza, que cresce;

• a degradação do ensino publico - um sector estratégico gravemente deixado sem investimento estratégico;

• a debilidade dos serviços da saúde e de saneamento básico,

enfim,

estamos confrontados com uma persistente crise social, que exige de todos nós uma agenda sustentável de respostas, um plano de crescimento económico sustentável e, apoiado nele, uma agenda de politicas sociais também sustentável.

Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular

Excelentíssimos Senhores Líderes dos Partidos Políticos

Excelentíssimos Senhores Deputados

Diante de tantos desafios e perante a necessidade de congregar todas as capacidades disponíveis, é preciso trazer para o centro do debate político mais do que um discurso tecnocrático, aliás, já quase saturado por efeito da sua intensiva banalização.

É tempo de ética na politica. Certamente é tempo também da legitimidade dos interesses a atender. Mas o tempo aponta sobretudo para os valores que não podem ser sacrificados.

É verdade que nós não andaremos bem orientados se nos limitarmos a um exercício de composição e satisfação dos interesses imediatos ou de curto prazo.

É verdade que não andaremos no bom caminho se sacrificarmos os valores – da unidade nacional, coesão territorial e social; da justiça social na distribuição da riqueza produzida; da educação, um setor crítico de desenvolvimento económico e de progresso social; da cultura de esforço e do mérito; da igualdade de oportunidades –, valores esses que, se os conseguirmos inscrever no nosso horizonte politico, constituirão, sem duvida, a bússola de que tanto precisamos para construir um bom futuro guineense.

Senhor Representante do Secretário Geral das Nações Unidas

Senhor Representante da CEDEAO

Senhor Representante da União Africana

Senhores Embaixadores

Em nome do MADEM G15 e na minha qualidade de Deputado peço que aceitem as nossas saudações e os nossos agradecimentos.

Durante anos a comunidade internacional demonstrou toda a paciência para acompanhar o processo político guineense. Sei bem que não foi uma tarefa fácil.

Também guardo para mim o facto de que nem sempre estivemos de acordo com determinadas avaliações que fizeram da conjuntura politica guineense em evolução.

Mas há uma certeza que fica e que, seguramente, vai perdurar: o valor que guiou a vossa ação foi sempre o valor da solidariedade com o povo guineense. Por tudo o que, nesse sentido, fizeram pela Guiné-Bissau, o nosso muito obrigado.

E nesta hora de grande esperança, hora em que se abre um novo ciclo politico, continuamos a contar com a vossa simpatia, com a vossa paciência, com a vossa intercessão. Para que, junto dos governos e organizações internacionais que representam na Guiné-Bissau, continuem a promover a solidariedade e a cooperação para o Desenvolvimento do nosso país.

Reverendíssimo Bispo de Bissau

Dom José Camnaté Na Bissign

Distinto Imame da Mesquita Central

Aladje Mamadu Lamine Sissé

Senhor Presidente do Conselho Superior dos Assuntos Islâmicos

Aladje Tcherno Embaló

Senhor Representante da União dos Imames

Aladje Bubacar Djaló

Senhor Presidente do Conselho Nacional Islâmico

Aladje Mamadú Sissé

Senhor Pastor da Igreja Evangélica Central

Andrelino Lopes Correia

A Paz é, em primeiro lugar, um dom de Deus. É isso o que nos ensinaram, e continuam a ensinar-nos. É essa a profissão de fé dos crentes.

Nós continuamos a contar com a Vossa intercessão, com as vossas orações, com o vosso amparo espiritual.

Em nome do MADEM G-15 e em nome dos Deputados que integram o seu Grupo Parlamentar, peço que aceitem o nosso reconhecimento e os nossos agradecimentos pelo Vosso Magistério.

Caros Colegas Deputados,

Um dia, um poeta disse que “o povo é quem mais ordena”. É verdade. O povo, em quem reside a soberania, ordenou que trabalhemos juntos, no imperativo da unidade nacional e na inclusão política operacional.

Nesta ocasião tão importante, o MADEM G-15 e o seu Grupo Parlamentar sentem-se no dever de reafirmar a importância crucial da Assembleia Nacional Popular como o espelho onde melhor se reflete a nossa unidade nacional; como um espaço legítimo de expressão democrática da vontade do povo guineense.

Uma palavra de eterna gratidão à Amílcar Cabral, líder histórico, insuperável, que concebeu a criação da Assembleia Nacional Popular para arquitetar a constituição do Estado da Guiné-Bissau. Amílcar Cabral, com cujo legado nos identificamos, deixou-nos esta máxima de ação política, que passo a citar:

“Nós queremos que tudo quanto conquistamos nesta luta pertença ao nosso povo e temos que fazer o máximo para criar uma tal organização que mesmo que alguns de nós queiram desviar as conquistas da luta para os seus interesses, o nosso povo não deixe. Isso é muito importante” (fim de citação).

Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular

Caros Deputados,

Vai certamente servir para enaltecer, mais ainda, esta Décima Legislatura se voltarmos um bocado o nosso olhar sobre o passado, numa atitude de reconhecimento, num gesto sincero de reconciliação.

Apoiado nesta perspetiva, o MADEM G-15 convida todos os Deputados a se juntarem ao seu Grupo Parlamentar num ato público de homenagem aos saudosos Presidentes da República, João Bernardo Vieira, Koumba Yalá e Malam Bacai Sanhá, fundadores da Democracia Guineense, primeiros Chefes de Estado democraticamente eleitos.

Senhor Presidente, Senhor Líderes, o convite está feito.

Agora vou dizer apenas mais duas palavras para finalizar esta minha intervenção. Primeiro, para enviar um abraço forte às mulheres e aos jovens do MADEM G-15. E, a seguir, para reafirmar a todos os nossos militantes, quadros e dirigentes a mesma certeza que desde o início nos animou: de que vale sempre a pena lutar, com tenacidade, em nome da nossa dignidade e do nosso direito de servir a Guiné-Bissau.

Muito obrigado a todos.

Viva a Guiné-Bissau


William Gomes Balde

Novo Parlamento da Guiné-Bissau sem jovens e com poucas mulheres

Parlamento tomou posse nesta quinta-feira com 102 deputados, dos quais 14 mulheres e nenhum com menos de 35 anos de idade. Muitos guineenses desconfiam que não vai haver estabilidade numa Assembleia sem maioria absoluta.

102 deputados empossados na Guiné-Bissau

A décima legislatura começou oficialmente nesta quinta-feira (18.04.) na Guiné-Bissau com a tomada de posse dos 102 deputados que compõem o novo Parlamento do país. A cerimónia decorreu numa unidade hoteleira de Bissau devido às obras de reabilitação do hemiciclo, na presença de várias entidades nacionais e estrangeiras.   

O novo Parlamento da Guiné-Bissau, já  empossado em Bissau, é composto por seis partidos políticos, nomeadamente, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que elegeu 47 deputados, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) com 27, o Partido da Renovação Social (PRS), que assim se tornou a terceira força política com 21 representantes, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB com cinco, e a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia elegeram um deputado, cada um. Dos 102 deputados eleitos nas legislativas de 10 de março não há nenhum jovem, como nota o jurista e ativista guineense, Lesmes Monteiro, que defende a inclusão de jovens no centro de decisão, e não como um meros espetadores:

"Infelizmente teremos um Parlamento sem representatividade da juventude. Tem sido normal na Guiné-Bissau atribuir a pessoas de 45 anos os estatuto de jovens, mas segundo a Carta Africana da Juventude, a idade dos jovens vai dos 15 aos 35 anos. Posto isso, não temos nenhum jovem no Parlamento. Lembramos que os jovens foram atores-chave no processo da estabilização do país, com manifestações de rua a favor de um melhor ensino e várias greves. Temos um Parlamento - que é principal órgão decisor do país - sem juventude, o que demonstra que o país está um pouco perdido”, afirma o Monteiro.

Lei da Paridade não fez diferença

Parlamento tem apenas 14 deputadas, num universo de 102.

O quadro da representatividade das mulheres também não mudou em relação ao Parlamento anterior, apesar da aprovação da lei da paridade em vésperas das eleições. Para Nelvina Barreto, na altura não houve tempo suficiente para que fosse aumentado o número de mulheres no novo hemiciclo guineense, refere a ativista que tentou, mas não conseguiu eleger-se.

"O Parlamento anterior - em 102 deputados - tinha 14 deputadas. Infelizmente este quadro mantém-se nesta décima legislatura. É um processo moroso que reflete a visão e a perceção que a sociedade tem do papel da mulher. Esta visão está a evoluir, fruto de muitas ações levadas a cabo pelas organizações femininas que estão a mostrar que se pode deixar para trás esta parcela tão importante da população. Estou certa que na décima primeira legislatura teremos mais mulheres no Parlamento”.

De acordo com os resultados das legislativas de março, uma coligação formada pelo PAIGC, APU-PDGB, UM e PND, que assinaram um acordo de incidência parlamentar deu lugar a uma maioria no Parlamento, cuja tarefa será agora governar o país nos próximos quatro anos. Lesmes Monteiro que esteve à frente de varias manifestações de rua contra a crise política, que durou 4 anos, traça os grandes desafios para esta décima legislatura e não prevê um Parlamento pacífico.

"Por um lado, a necessidade da estabilização política e governativa do país e por outro, temos aspectos da reforma do Estado, onde temos que ver a pertinência da manutenção ou não do atual regime semi-presidencialista, com mais de duas décadas de instabilidade, e podemos pensar na alteração da Constituição, nomeadamente no artigo que confere ao Presidente da República o poder de demitir o Governo e redimensionar a administração pública que tem sido a principal fonte de emprego no país”, disse Lesmes.

Novo Parlamento frágil

Para que seja alcançada a almejada estabilidade parlamentar e governativa na Guiné-Bissau, os guineenses não confiam nas alianças políticas e já dizem que novas crises políticas, a curto prazo, poderão surgir; isto antes das eleições presidenciais, previstas para final deste ano. Para tal os guineenses continuam a exigir o consenso político, como única forma de viabilizar a governação e assim permitir uma saída do ciclo de instabilidade governativa, como afirma, aos microfones da DW África, o sociólogo e analista político, Rui Jorge:

"O cenário político parlamentar é frágil, tendo em conta que não houve uma maioria absoluta nas legislativas. É preciso varias engenharias para garantir o funcionamento do Parlamento e consequentemente a governabilidade. Tudo vai depender da eficiência do acordo de incidência parlamentar entre o PAIGC e o APU-PDGB e de um diálogo permanente com a oposição para viabilizar os principais instrumentos de governação no Parlamento”.

Durante a última legislatura, o Parlamento esteve encerrado por um período de quase três anos e foram nomeados sete primeiros-ministros, um dos quais por duas vezes. Rui Jorge, afirma que, se não houver um diálogo franco nesta décima legislatura, poderá haver mais uma intervenção militar no país.

"Se não se conseguir viabilizar a legislatura a crise vai-se aprofundar e as consequências são imprevisíveis, podemos contar com o aumento da violência civil, mas também, quem sabe, até com uma violência armada, neste caso com uma intervenção dos militares, como no passado, para tentar ver se são eles a corrigir os erros dos políticos”. 

Posse sem Presidente guineense

Entretanto, o Presidente do país, José Mário Vaz, não marcou presença na cerimónia de posse dos novos deputados, precisaram as fontes parlamentares. Nenhuma justificação oficial foi apresentada para esta ausência.

O PAIGC, partido mais votado, já disse que vai indicar Domingos Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro e propor Cipriano Cassamá para continuar como presidente do parlamento guineense.

DW