segunda-feira, 26 de junho de 2023

Prigozhin e Lukashenko tiveram conversa que "faria qualquer mãe chorar"

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Notícias ao Minuto   26/06/23 

Vadim Gigin, um propagandista da Bielorrússia, partilhou com meios pró-Kremlin algumas informações sobre esse telefonema, dizendo que a conversa entre os dois foi "muito difícil",

Parece que uma chamada "máscula" do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, pode ter contribuído para o fim do motim na Rússia, no fim de semana. 

A agência de notícias estatal bielorrussa Belta, noticia que Vladimir Putin telefonou a Lukashenko na manhã de sábado, quando a situação se complicou. Assim, Lukashenko terá falado com Prighozin. Segundo informações citadas pela Sky News, o líder do grupo mercenário não estaria a atender telefonemas, mas atendeu o presidente bielorrusso. 

Vadim Gigin, um propagandista da Bielorrússia, partilhou com meios pró-Kremlin algumas informações sobre esse telefonema, dizendo que a conversa entre os dois foi "muito difícil",

"Começaram imediatamente a gritar coisas vulgares que fariam qualquer mãe chorar. A conversa foi dura e, como me disseram, muito máscula", revelou. 

Sendo Gigin um propagandista a favor do governo de Lukashenko, seria de esperar que desse destaque ao papel do governante, mas o próprio Prigozhin disse, na sua primeira declaração após a rebelião,  que Lukashenko "estendeu a mão e se ofereceu para encontrar soluções para o trabalho futuro do Grupo Wagner na jurisdição legal". 


Leia Também: Rebelião do grupo Wagner mostra risco para países africanos, dizem EUA


Bielorrússia começa a construir acampamentos para o grupo Wagner

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POR LUSA    26/06/23 

Acampamentos para mercenários do Grupo Wagner começaram a ser construídos na região bielorrussa de Mogilov, a cerca de 200 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, informou hoje o portal de investigação Verstka.

De acordo com este portal noticioso independente russo, vários acampamentos estão já a ser instalados, um dos quais perto da cidade de Asipovichy, com uma área de 24 mil metros quadrados, com capacidade para oito mil camas.

Os mercenários do Grupo Wagner realizaram uma rebelião armada de 24 horas, liderada pelo seu líder, Yevgeny Prigozhin, no fim de semana, durante a qual tomaram a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e avançaram até 200 quilómetros de Moscovo.

A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exiado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.

Os mercenários que não participaram diretamente no motim poderão assinar contratos com o Ministério da Defesa da Rússia.

Segundo a investigação do portal Verstka, a informação de que os mercenários seriam enviados para a Bielorrússia também foi confirmada por familiares de membros do Grupo Wagner.


EUA "não tiveram nada a ver com" rebelião na Rússia, diz Biden

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Notícias ao Minuto   26/06/23 

Esta tarde, Sergei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, veio a público sugerir que poderia ter existido um envolvimento do Ocidente.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deixou claro, esta segunda-feira, "que [os EUA] não estiveram envolvidos” no ato de rebelião do Grupo Wagner.

"Deixamos claro que não estivemos envolvidos. Não tivemos nada a ver com isso. Isso fazia parte de uma luta dentro do sistema russo", disse, na primeira declaração após o motim.

Recorde-se que, esta tarde, Sergei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, veio a público sugerir que poderia ter existido um envolvimento do Ocidente.

“Independentemente do que aconteça na Rússia, os EUA vão continuar a apoiar a Ucrânia”, frisou ainda Joe Biden.

No sábado, o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não iria permitir o início de uma "guerra civil".

Ao fim do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.


Presidente Julius Maada Bio à frente nas eleições na Serra Leoa

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POR LUSA   26/06/23 

O Presidente em exercício Julius Maada Bio lidera as eleições presidenciais na Serra Leoa com 55,86%, após a contagem de 60% dos votos, de acordo com os números parciais fornecidos hoje pela comissão eleitoral.

Se a tendência se mantiver, Bio será reeleito para um segundo mandato, uma vez que um candidato é eleito à primeira volta se obtiver mais de 55% dos votos.

Com 1.067.666 votos, Bio está à frente de Samura Kamara, que recebeu 793.751 votos (41,53%), de acordo com os números fornecidos por Mohamed Kenewui Konneh, o presidente da comissão eleitoral.

Kenewui Konneh acrescentou que os resultados definitivos seriam anunciados dentro de 48 horas.

Cerca de 3,4 milhões de pessoas foram convocadas no sábado para escolher entre 13 candidatos para a eleição presidencial, um escrutínio com a aparência de uma desforra de 2018 entre Bio, um militar reformado de 59 anos que procura um segundo mandato, e Kamura, um tecnocrata de 72 anos e líder do Congresso de Todo o Povo (APC).

Em 2018, Bio, o candidato do Partido do Povo da Serra Leoa (SLPP), venceu a segunda volta com 51,8% dos votos.

Este ano, Bio defendeu a educação e os direitos das mulheres. Afirmou ser a favor da agricultura e da redução da dependência do seu país das importações de alimentos.

Kamara, que foi ministro das Finanças e depois dos Negócios Estrangeiros, antes de Bio assumir o cargo em 2018, disse que queria restaurar a confiança nas instituições económicas do país e atrair investidores estrangeiros.

No domingo à noite, as forças de segurança dispersaram violentamente os opositores na sede do partido APC em Freetown, apesar de as eleições terem decorrido de forma geralmente calma.

Segundo o porta-voz do APC, uma mulher foi morta durante os distúrbios. O seu filho de 25 anos, Ibrahim Conteh, reconheceu o corpo da sua mãe na morgue, disse, exigindo justiça. A polícia não confirmou a morte.


Leia Também: ONU pede realização de "eleições pacíficas" na Serra Leoa

Cabo Verde quer modernizar Registos para melhorar classificação

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POR LUSA   26/06/23 

Ministra da Justiça de Cabo Verde, Joana Rosa, apontou hoje a aposta na modernização dos Registos, Notariado e Identificação (RNI) e na prestação de serviços aos cidadãos para melhorar a classificação do país nos 'rankings' internacionais.

"Nós estamos a apostar na modernização do setor da Justiça, porque entendemos que é a via para, primeiro, melhorarmos a performance do país do ponto de vista do 'ranking' internacional sobre a modernização. Mas, segundo, também o essencial, é a prestação de serviços aos cidadãos, um serviço mais desmaterializado, um serviço mais rápido e fazer com que os cidadãos possam utilizar as várias ferramentas que vamos colocar à sua disposição, como por exemplo, serviços 'online'", afirmou a governante.

A ministra falava, na Praia, à margem de uma feira sobre os Registos, Notariado e Identificação, denominada de "RNI mais perto de si", com o objetivo de levar ao público o conhecimento da modernização dos registos e notariado desde a nascença até a morte de pessoas, empresas e de sociedades sem fins lucrativos.

"Nós estamos a levar para conhecimento das pessoas a importância do cartão nacional de identificação [CNI], os dados visíveis e os que poderão ser consultados pela via de um leitor de dados em relação àquilo que é a vida, ou então aquilo que é o cidadão em concreto", apontou.

Joana Rosa garantiu também que o país está a "apostar muito" na informatização nos serviços de registo civil, para que se tenha dados atualizados, agrupamentos e todos os atos de vida civil e assegurou que brevemente vai ser lançado o Portal da Justiça com várias inovações, como certidões 'online' de alguns atos notariais.

"Esses atos, como o nascimento, o casamento, o divórcio e tantos outros, são objeto de registo e nós estamos a criar condições para a informatização de todo esse setor. Com a entrada em funcionamento do Portal da Justiça, vamos poder prestar muitos serviços 'online'. As pessoas vão poder solicitar, entrar e pedir procurações 'online' e fazer o pagamento também 'online'", indicou Joana Rosa.

A governante afirmou que os projetos são para aproximar os serviços e as populações, contribuindo assim para a melhoria do ambiente de negócio e para a atração de investimento externo.

Um dos serviços que vai ser apresentado na feira é o registo à nascença, em que as crianças passarão a ter logo o seu CNI.

"Isso também com importância, porque o cartão servirá com os dados da criança para que os pais possam utilizar esses dados e fazer com que a criança não só tenha aquilo que é o registo de personalidade, que é o registo à nascença, mas também os seus dados integrados dentro do próprio cartão", explicou a ministra.

Em abril a Lusa noticiou que o CNI de Cabo Verde, que há mais de cinco anos substituiu os bilhetes de identidade do período colonial, já garante a identificação de 368.510 cabo-verdianos, para uma população residente de cerca de 490 mil pessoas -, 92% em território nacional e 8% na diáspora, dos quais cerca de 20.000 só no primeiro trimestre deste ano.

O CNI, documento de identificação também com características eletrónicas, integra o projeto do Sistema Nacional de Identificação e Autenticação Civil (SNIAC) e foi lançado em janeiro de 2018, com a sua emissão em Portugal.


Prigozhin quebra o silêncio, após dois dias sem dar sinais de vida: "Ninguém do Grupo Wagner aceitou assinar qualquer contrato"

Por  
CNN Portugal26/06/23 

O líder do Grupo Wagner publicou um áudio no Telegram onde apresenta os motivos para a rebelião do último sábado, assegura que só recuou para “evitar um banho de sangue dos soldados russos” e alerta que o motim “colocou a nu as falhas de segurança” da Rússia

Depois de praticamente 48 horas sem dar sinais de vida, Yevgeny Prigozhin quebrou o silêncio para garantir que "ninguém do Grupo Wagner aceitou assinar qualquer contrato" e reforçar quais foram os principais motivos que o levaram a liderar a rebelião do último sábado.

“Não marchámos para depor a liderança russa. (…) Não demonstrámos hostilidade, mas fomos atingidos por mísseis e helicópteros. Foi este o gatilho. (…) O objetivo da marcha era evitar a destruição do grupo Wagner. Estava condenado a desaparecer a 1 de julho”, disse. 

"Durante a noite, fizemos 780 quilómetros. Ficámos a 200 e poucos quilómetros de Moscovo”, garantiu, apesar não haver qualquer evidência de que as suas forças tenham estado tão perto da capital russa.

Prigozhin assegurou que "nem um único soldado no chão foi morto” e lamentou “terem sido forçados a atacar aeronaves", mas justificou que “essas aeronaves lançaram bombas e lançaram ataques com mísseis."

O líder do Grupo Wagner acrescentou ainda que a marcha teve também por objetivo "levar à justiça aqueles que, por causa das suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros durante a operação especial militar" na Ucrânia.

Ainda no mesmo áudio, Prigozhin disse que a marcha parou quando o destacamento "fez um reconhecimento da área e era óbvio que, naquele momento, muito sangue seria derramado”. “Sentimos que demonstrar o que íamos fazer era suficiente", justificou.

"Nesse momento, Alexander Lukashenko [presidente da Bielorrússia] estendeu a mão e se ofereceu para encontrar soluções para o futuro trabalho do Grupo Wagner PMC dentro do quadro legal", acrescentou.

Prigozhin disse que o ministro da Defesa russo tinha planos para acabar com o Grupo Wagner a 1 de julho.
"Ninguém aceitou assinar um contrato com o Ministério da Defesa, pois todos conhecem muito bem a situação atual e sabem, pela sua experiência durante a operação militar especial, que isso levará a uma perda total da capacidade de combate", disse.
Admitiu, contudo, que alguns combatentes assinaram contratos com o Ministério da Defesa, mas alegou que era apenas um número mínimo."Aqueles combatentes que decidiram que estavam prontos para passar para o Ministério da Defesa fizeram-no. Mas esse é um número mínimo, estimado em 1 a 2%. Todos os argumentos para manter o Grupo Wagner foram apresentados, mas nenhum foi implementado", disse.

Prigozhin não dava sinais de vida desde sábado à noite, altura em que deixou território russo, através da Bielorrússia, depois de um suposto acordo moderado pelo presidente do país vizinho da Rússia, Alexander Lukashenko, que terá posto fim à rebelião armada.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, Lukashenko sugeriu o acordo ao presidente russo, Vladimir Putin, numa conversa telefónica que mantiveram no sábado de manhã.

Comunicação Social - “Redes sociais têm grandes efeitos no comportamento dos cidadãos guineenses”,diz Humberto Monteiro

Bissau, 26 Jun 23 (ANG) – O Conselheiro do ministro da Comunicação Social, Humberto Monteiro, disse que as redes sociais têm grandes efeitos no  comportamento de cidadãos guineenses.

Humberto Monteiro que falava na cerimônia de abertura do Lançamento  do projeto de Avaliação da Panorama dos media e de Workshop de formação sob o tema (A Lei de acesso à informação na Guiné-Bissau),em representação do ministro da área, Fernando Mendonça lembrou que durante a disputa das eleições legislativas todos acompanharam a forma como as redes sociais intervieram.

@Radio TV Bantaba  Governo preocupado com a falta da legislação no uso das redes sociais no país.

 “A Guiné-Bissau é um país de rumores e muitas das vezes elas são usados de forma perniciosa para provocar instabilidade, desordem e paz social”, frisou. 

Monteiro disse  que os promotores do workshop vão apoiar os média e  seus  profissionais que trabalham  dia-à-dia, e que têm um papel indispensável na  manutenção da paz e tranquilidade no país.

Lamentou  a não participação da sua instituição  na elaboração deese prejeto, apesar de terem quadros e peritos no domínio da comunicação social que podiam dar  contribuições valiosas para elaboração do índice do Desenvolvimento dos Média na Guiné-Bissau(IDM).

Referiu  que as leis existentes nesta área carecem de atualização desde 2011, pelo que devem ser  atualizadas para poderem se  enquadrar no atual panorama democrático que agora se desenha.

O representante do ministro da Comunicação Social guineense solicitou ao Fundo das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura(UNESCO) para ajudar a comunicação social a trabalhar na regularização da implicação das  redes sociais na vida dos cidadãos, porque não são controladas e não existe legislação que as regulamente.

Por sua vez, em nome do  Director Regional da Comunicação e Informação para África Ocidental da UNESCO,  o Conselheiro  Regional de Comunicação e Informação, Michel Knmoe disse que o projeto visa apoiar o desenvolvimento do sector porque  desempenha um papel “extremante importante” no reforço da democracia,  boa governação e do Estado de Direito.

Kenmoe acrescentou que, para melhor acompanhar os representantes dos Média, há necessidade de fazer um estudo  para compreender  o engajamento dos media  na Guiné-Bissau e diz ser o que vão apresentar durante a formação, com a finalidade de encorajar mais os profissionais neste processo.

Disse esperar que a conclusão desse estudo seja  uma cartografia e imagem  real da Guiné-Bissau, e que o relatório contenha  recomendações pertinentes que trarão mais vália para o setor.

O Workshop tem como objetivo reforçar o desenvolvimento, a liberdade e a sustentabilidade dos meios de comunicação social no país através da realização de uma avaliação profunda do panorama dos media, utilizando os indicadores do desenvolvimento dos media da UNESCO , e assim apoiar o processo de reformas da comunicação social que está em curso  na Guiné-Bissau.

A formação é ministrada pela UNESCO, FNUAP, PNUD  e financiada pela Fundo das Nações Unidas para Paz, devendo abranger 25 beneficiários  entre os profissionais da comunicação social, sinditcatos, associações, Conselho Nacional  da Comunicação Social e a Sociedede Civil. 

ANG/JD/ÂC//SG

PR Umaro Sissoco Embalo nomeia o ex-PR José Mário Vaz como membro do Conselho do Estado

Chefe do Estado General Umaro Sissoco Embalo nomeou esta segunda-feira (26.06) através do decreto presidencial n⁰ 38/2023 o antigo Presidente da República José Mário Vaz como membro do Conselho do Estado. 

 Radio Voz Do Povo 

NASA vai simular como é viver em Marte com ajuda de quatro voluntários... Quatro pessoas ficarão em isolamento durante um período de 378 dias.

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Notícias ao Minuto   26/06/23 

Um grupo de quatro voluntários acabam de entrar num ambiente simulado de Marte onde viverão durante o próximo ano durante 378 dias, ajudando a NASA a perceber a que tipo de condições estarão sujeitos os primeiros colonos do ‘Planeta Vermelho’.

Os voluntários - Alyssa Shannon, Ross Brockwell, Kelly Haston e Nathan Jones - ficarão em instalações dedicadas no Johnson Space Center da NASA no estado do Texas, EUA. Durante o período em que ficarão instalados, serão observados por investigadores.

“Vão simular a missão a Marte para ajudar a perceber a saúde e desenvolvimento em relação às limitações de recursos, isolamento e confinamento de Marte”, explicou a NASA num ‘tweet’ onde mostra o início da experiência.

Recordar que a NASA espera enviar a primeira tripulação a Marte somente no final da próxima década, pelo que o objetivo é avaliar e ter em mente todas as variáveis antes do lançamento.


“A partir de agora os alimentos, as janelas e as escadas são ameaças à existência de Prigozhin”

O comentador da CNN Portugal Tiago André Lopes afirma que existe um "excesso de narrativa no Ocidente sobre a fragilidade de Putin", algo que se baseia, diz, na falsa ideia de que, num regime autoritário, "não existem outras elites".

Cnnportugal.iol.pt


Fentanil e outras. ONU alerta para disseminação de drogas sintéticas no mundo

Fentanyl nos EUA (AP Photo/Jae C. Hong)

Por  cnnportugal.iol.pt,   25/06/23

Autoridades alertam para a necessidade de se intensificar a luta contra os traficantes

A "produção barata, rápida e fácil" de drogas sintéticas transformou profundamente muitos mercados em todo o mundo, alertou a ONU no domingo, apontando para "consequências desastrosas".

O fentanil, um opióide sintético 50 vezes mais potente do que a heroína, "mudou radicalmente o consumo de opióides na América do Norte", escreveu o Escritório das Nações Unidas para as Drogas e o Crime (UNODC, na sigla em inglês), num comunicado que acompanha a publicação do seu relatório anual.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, assinalou que os consumidores de droga são "duplamente vitimizados", marcando o Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas.

Em 2021, a maioria das mortes por overdose nesta região foi atribuída a opióides. E é provável que a produção dessas substâncias venha a aumentar ainda mais, de acordo com a organização sediada em Viena, capital da Áustria.

A UNODC alertou ainda para o impacto da guerra na Ucrânia, com "alguns indícios de que poderia desencadear uma expansão do tráfico de drogas sintéticas, dada a experiência existente e os grandes mercados que se desenvolvem na área".

A ONU refere também a situação no Afeganistão, onde o declínio esperado do cultivo da papoila do ópio, proibido pelo regime talibã, poderá levar a uma mudança para o fabrico de metanfetaminas.

O país é já um dos principais produtores deste estimulante viciante, que continua a ser a "principal droga sintética fabricada ilegalmente no mundo".

"Temos de intensificar a luta contra os traficantes que exploram conflitos e crises mundiais para expandir a produção de drogas, em particular substâncias sintéticas", disse a diretora executiva do UNODC, Ghada Waly, citada no comunicado de imprensa.

O relatório alerta também para as consequências ambientais da economia das drogas.

Na bacia amazónica, o cultivo da planta da coca, com uma "oferta crescente" e "redes cada vez mais ágeis", está a "agravar atividades criminosas" como a desflorestação ilegal e o tráfico de espécies selvagens.

Em todo o mundo, "mais de 296 milhões de pessoas consumiram drogas em 2021, um aumento de 23% em 10 anos", sendo que a canábis continua a ser, de longe, a droga mais consumida, de acordo com as Nações Unidas.

Ainda mais preocupante, nota a organização internacional, é o facto de o número de pessoas que sofrem de perturbações relacionadas com a droga ter aumentado 45% durante o mesmo período. No entanto, apenas uma em cada cinco destas pessoas está a receber tratamento.


Leia Também: Três trabalhadores da ONU detidos em Israel por tráfico de cocaína

SERGEI SHOIGU: Ministro da Defesa em primeira aparição pública após rebelião de Wagner

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POR LUSA   26/06/23 

A televisão estatal russa transmitiu hoje imagens do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a inspecionar as forças russas na Ucrânia, naquela que é a primeira aparição pública após a rebelião suspensa do grupo paramilitar Wagner.

De acordo com imagens transmitidas pelo canal de televisão Rossiya 24, Shoigu, alvo de duras críticas por parte do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, deslocou-se a um posto de comando das forças russas na Ucrânia e "reuniu-se com os líderes" de uma das unidades.

Durante a visita, o responsável "constatou uma elevada eficiência na identificação e destruição de equipamento militar e pontos de posicionamento inimigos nas áreas táticas da zona de responsabilidade" da unidade, declarou, em comunicado publicado na plataforma Telegram, o Ministério da Defesa russo, que também divulgou um vídeo.

"Shoigu prestou especial atenção à organização de um apoio abrangente às tropas envolvidas na operação militar especial e à criação de condições para o destacamento seguro de pessoal", continuou o ministério

O departamento governamental apontou ainda que o ministro ouviu uma exposição do comandante do grupo, o coronel general Yevgeny Nikiforov, "sobre a situação atual, a natureza das ações do inimigo e o desempenho das missões de combate das tropas russas nas principais direções táticas", bem como sobre os regimentos de reserva recentemente formados.

Embora não se saiba a data exata da visita de Shoigu, este não aparecia em público desde sexta-feira, quando informou o Presidente russo, Vladimir Putin, numa reunião do conselho de segurança, sobre a evolução da guerra.

Durante a rebelião organizada pelo líder do grupo Wagner, o ministro manteve-se em silêncio.

Yevgeny Prigozhin justificou a revolta armada com a falta de liderança de Shoigu e do chefe do Estado-Maior, Valeri Gerasimov, na Ucrânia, acusando-os de serem culpados pela morte de cerca de "100 mil soldados russos".

Prigozhin suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

Antes da suspensão, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição.

Prigozhin acusara antes o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.

As acusações de Prigozhin expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

Ao fim do dia, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.


Leia Também: "Agressão russa está gradualmente a regressar ao seu porto de origem"


domingo, 25 de junho de 2023

PR visita às obras de estrada do centro da cidade e às obras do N’batonha!

 Presidência da República da Guiné-Bissau 

Retirada das tropas da Ucrânia é "a melhor escolha" para o Kremlin

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POR LUSA   25/06/23 

Kyiv e Washington concordaram hoje que a "retirada das tropas da Ucrânia é a melhor escolha para o Kremlin", depois da rebelião do grupo paramilitar Wagner na Rússia, considerando as autoridades russas "fracas".

A informação foi adiantada na rede social Twitter pelo ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, após ter conversado com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.

"Conversámos sobre os eventos recentes na Rússia. Concordámos que as autoridades russas são fracas e que a retirada das tropas russas da Ucrânia é a melhor escolha para o Kremlin. A Rússia estaria melhor se tratasse dos seus próprios problemas", escreveu Reznikov.

O ministro da Defesa da Ucrânia acrescentou foram também discutidos a contraofensiva do Exército norte-americano e os próximos passos no robustecimento das Forças Armadas ucranianas.

"As coisas estão a caminhar na direção certa. A Ucrânia vai vencer", sublinhou.

O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

Antes da suspensão, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, enquanto Prigozshin acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

Ao fim do dia, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.


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Os combatentes chechenos da unidade Akhmat, enviados no sábado à região russa de Rostov para reprimir a rebelião dos mercenários do grupo Wagner, já regressaram à frente ucraniana, declarou hoje o comandante checheno Apti Alaudinov.

© Mikhail Metzel/Sputnik/AFP via Getty Images

POR LUSA    25/06/23 

Unidades militares chechenas regressaram à frente ucraniana

Os combatentes chechenos da unidade Akhmat, enviados no sábado à região russa de Rostov para reprimir a rebelião dos mercenários do grupo Wagner, já regressaram à frente ucraniana, declarou hoje o comandante checheno Apti Alaudinov.

"Neste momento, as unidades Akhmat estão a regressar gradualmente à área da operação militar especial, para continuar as suas missões de libertação de Marinka", em Donetsk, disse o comandante à agência de notícias russa TASS.

Alaudinov afirmou que parte da unidade de Akhmat permaneceu na frente de batalha na Ucrânia e que foram enviados para Rostov "apenas aqueles que poderiam ser substituídos por outras unidades".

Anteriormente, o líder checheno, Ramzan Kadyrov, tinha declarado na rede social Telegram que os combatentes da unidade Akhmat estacionados na região de Rostov "esperavam a ordem para cumprir a missão confiada", mas que "a situação tinha sido resolvida sem confronto direto".

O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou, no sábado, de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".

No final do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.


Feitiço virou? "Putin teve de defender Moscovo de mercenário que criou"... Para Blinken, ainda não se viu "o ato final" da turbulência russa.

© Win McNamee/Getty Images

Notícias ao Minuto    25/06/23 

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou, este domingo, que os últimos acontecimentos na Rússia mostram como a decisão de Vladimir Putin de invadir a Ucrânia também instalou o caos na Rússia, revelando "fissuras" no poder político do país.

"Se colocar isto em contexto, há 16 meses, Putin estava às portas de Kyiv, na Ucrânia, a tentar tomar a cidade numa questão de dias, apagar o país do mapa. Agora, ele teve de defender Moscovo, a capital da Rússia, contra um mercenário que ele mesmo criou", disse Blinken, em declarações à ABC.

"Então, acho que isso é claro - vemos fissuras a surgir", acrescentou.

Blinken afirmou ainda que não "acha que vimos o ato final" da turbulência russa após a rebelião levada a cabo pelo líder do grupo Wagner.

"Tanto do que está abaixo da superfície agora veio à tona novamente em termos de questionar a premissa da guerra, em termos de questionar a condução da guerra, em termos de questionar o que isso realmente trouxe de bom para a Rússia", notou.

Os Estados Unidos, que mantiveram intensas consultas com os seus aliados europeus nas últimas 24 horas sobre a crise na Rússia, tinham, até agora, recusado comentar diretamente a rebelião.

O próprio Blinken discutiu, no sábado, a situação na Rússia com seus homólogos dos países do G7, bem como com a Polónia e a Turquia.

No entanto, à CBS, Blinken ressalvou ser "muito cedo" para especular sobre o impacto da crise na Rússia ou a guerra na Ucrânia.

"Na medida que a atenção da Rússia é desviada (...), isso cria uma vantagem adicional" para a Ucrânia, enquanto decorre a contraofensiva dos ucranianos, referiu o secretário de Estado norte-americano.

"É muito cedo para saber como isto vai acabar. É um quadro em evolução", sublinhou.

Recorde-se que, após várias horas de tensão na Rússia, Yevgeny Prigozhin, líder dos mercenários Wagner, anunciou a suspensão das movimentações contra o comando militar russo após chegar a acordo com o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.


O Presidente República General Umaro Sissoco Embalo, visitou esta manhã o Ex-Presidente José Mario Vaz.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Ministros do G7 acordam sistemas para erradicar violência de género

© Lusa

POR LUSA   25/06/23 

Os ministros da Igualdade do G7 acordaram estabelecer uma série de sistemas para erradicar a violência de género contra mulheres e meninas, incluindo a prevenção da violência e o apoio às vítimas, segundo um comunicado conjunto divulgado hoje.

A"Declaração de Nikko", assinada após um encontro de dois dias na cidade com o mesmo nome (a nordeste de Tóquio), inclui uma série de propostas para prevenir a violência e facilitar o acesso à justiça, saúde e habitação para as vítimas.

"Para eliminar todas as formas de violência de género, devemos estabelecer sistemas multissetoriais integrados com ênfase na prevenção da violência, apoio e proteção de sobreviventes e vítimas e garantia de acesso à justiça e responsabilização dos perpetradores", lê-se no texto hoje publicado.

O documento também faz referência aos casos de assédio 'online', assim como a discursos de ódio e misoginia encontrados nas redes sociais e que se intensificaram nos últimos anos contra vítimas, jornalistas e defensores de direitos humanos, entre outros.

A declaração considera ainda essencial a participação plena e igualitária das mulheres na tomada de decisões a todos os níveis, sustentando tratar-se de "uma questão de direitos humanos, que contribuiria positivamente para as condições económicas, sociais e políticas globais".

Outra das propostas do documento é a criação de um melhor ambiente de trabalho para as mulheres trabalhadoras nos setores do turismo, restauração e cuidados a idosos ou crianças, cargos tradicionalmente desempenhados por mulheres.

A reunião deste fim de semana é a primeira deste tipo a ser realizada no Japão, país que está na cauda do restante do Grupo dos Sete (G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo) - formado também por Itália, Reino Unido, Alemanha, França, Canadá e Estados Unidos - sobre a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e na política.

De acordo com o "Global Gender Gap Report", cuja última edição foi publicada na semana passada pelo Fórum Económico Mundial, aquele país asiático ocupa a 125.ª posição entre 146 países, registando o pior desempenho de sempre e o mais baixo do Leste asiático.

Segundo os dados avançados no relatório, apenas 10% dos parlamentares do país são mulheres e, entre os cargos ministeriais, as mulheres ocupam 8,3%, com duas pastas: a da Educação e a da Segurança Económica.

O Japão, que ocupa atualmente a presidência do G7, teve o pior resultado de todos os países deste grupo, sendo seguido pela Itália, que ocupa a 79.ª posição, enquanto a Alemanha, a melhor do grupo, surge em sexto.



Sheik Munir. “Tenho muita dificuldade em ver um país muçulmano exemplar nos direitos humanos”

Por  cnnportugal.iol.pt,  25/06/23

“Uma guerra entre xiitas e sunitas em Portugal? Não existe guerra nenhuma”, diz imã da Mesquita Central de Lisboa

David Munir lembrou que, atualmente no Islão, qualquer pessoa que levante a voz contra o regime, passa a ser considerado não islâmico, situação que lamenta

O imã da Mesquita Central de Lisboa, sheik David Munir, admitiu hoje à agência Lusa que tem “muita dificuldade” em ver um país islâmico exemplar, sobretudo no domínio dos direitos humanos, afinal, um dos pilares do Islão.

“Na teoria, o regime islâmico é baseado na tolerância, na misericórdia e na igualdade. […] Mas a questão que se coloca é que, no Islão, à partida, para dizer a verdade, eu tenho muita dificuldade de ver um país Islâmico exemplar. Em tudo. Nos direitos humanos e, acima de tudo, em valorizar o próximo”, afirmou o sheik Munir.

Numa entrevista à agência Lusa, o imã, que sábado foi um dos oradores de uma conferência subordinada ao tema “A Reforma no Islão”, organizada pela Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL), Observatório do Mundo Islâmico (OMI) e Centro Cultural Colinas do Cruzeiro (CCCC), frisou, porém, que o regime islâmico tem consagrado os direitos de igualdade, liberdade de expressão, liberdade de crença e tolerância.

“Cabe ao califa, que já não existe, ao emir, implementar. Tem de estar disposto a ouvir várias opiniões (…) na assembleia de pessoas, dos sábios ou dos mais entendidos ou dos líderes, os que têm a liberdade de dar a sua opinião”, explicou.

David Munir deu como exemplo o caso da democracia, quando, em eleições, um partido ganha eleições democraticamente com maioria absoluta, que lhe permite “fazer e desfazer”, sem dar hipóteses às restantes forças políticas representadas no Parlamento.

“Nos países islâmicos, temos militares e temos ditadores e temos pessoas que querem o poder e que não o querem deixar. Quando há uma pequena abertura para a possibilidade de haver um governo civil, há sempre golpes de Estado. Este é o mundo islâmico atual, em que a democracia não entra. Isto é assim, mesmo que a pessoa queira [mudar], não dura muito”, argumentou.

Para o sheik Munir, atualmente no Islão qualquer pessoa que levante a voz contra o regime, passa a ser considerado não islâmico, situação que lamenta.

"As opiniões das pessoas são válidas até a pessoa conseguir provar que não vai contra os princípios básicos do Islão. Mas, do outro lado, o que acontece nos dias de hoje, em termos gerais, qualquer pessoa que dê uma opinião diferente da do líder ou do partido que está no poder, não tem hipótese”, defendeu.

Adipolo

“Se for um país um pouco mais pacífico, tudo bem, tem o seu espaço, mas há pessoas que passam por represálias, põem a sua vida em risco, não se pode dizer nada, não se pode falar nada. Isto não tem nada a ver com o Islão”, acrescentou, admitindo que foi assim que surgiram movimentos extremistas, como o grupo Estado Islâmico, os Talibã ou o Al Shabbab.

“A falta de conhecimento, o querer o poder a todo custo, alguma influência também do Ocidente para criar uma certa instabilidade, enfim, se misturarmos tudo isto, temos uma boa refeição. No mundo Islâmico, ou em alguns países islâmicos, quando alguém sofre política, social e economicamente, quando se perde tudo, não tem razão de viver, então vai-se criando psicologicamente uma certa raiva, um certo ódio contra aqueles que estão no poder. Do outro lado, vem um grupo que usa o Islão e diz que vai manter a justiça ou igualdade. Dão alguma esperança à pessoa que perdeu quase tudo e esta acaba por se alinhar com alguma esperança. Mas depois, também acaba por ver que também não são diferentes dos outros”, explicou.

No entanto, na opinião de Munir, quem mais sofre com os grupos terroristas islâmicos “são os próprios muçulmanos”.

“A vida é sagrada para todos nós. Mas como há muçulmanos que não compactuam com a ideia deles e com a filosofia deles, passaram a ser inimigos também", afirma.

"Temos, infelizmente, vários grupos, vários 'lobos solitários' à solta e, quando um grupo é detido, desfeito, cada um faz aquilo que puder, na medida do possível, para manter a política, a filosofia, a ideia, a ideologia do grupo, e muitas vezes vai tentando influenciar o outro”, afirmou o imã da Mesquita Central de Lisboa.

“A falta de conhecimento faz com que as pessoas adiram sem saber porquê. E quando começam a estudar, quando começam a ler, abrem a mente e descobrem que, afinal, não é bem assim. E, ao abrirem a mente, quando começam a confrontar o líder, ou os líderes, são postos do lado”, justificou.

Questionado pela Lusa sobre quais os países muçulmanos que convivem num regime democrático, o sheik Munir admitiu ter “alguma dificuldade em responder”, uma vez que, apesar de já ter vivido em muitos países, não residiu em nenhum Estado muçulmano, pois sempre morou em Portugal, “no Ocidente”.

“O que eu sei sobre os países islâmicos é aquilo que sabemos das notícias. No entanto, os países que eu visitei, que não foram poucos, foram muitos, na prática não notei aquilo que eu gostava de notar. A justiça, a igualdade, a parte económica e social. Temos pessoas muito, muito ricas ou temos os muito, muito, muito pobres. Um dos pilares do Islão é a caridade obrigatória, 12,5%. Se todos dessem, iríamos melhorar muito a situação dos mais carenciados. Mas os ricos querem ficar mais ricos e os pobres vão ficar mais pobres. Esta desigualdade é social, mas também é islâmica”, explicou.

Admitindo que há ainda muito a fazer para pacificar o Islão no seu todo, o sheik Munir lembrou que “os grupinhos, grupos, líderes e congregações” que querem impor o radicalismo porque a leitura que fazem do Islão é muito limitada, não estão abertos a dialogar com os outros, mesmo sendo muçulmanos.

“Isso obriga a que o processo avance lentamente. Nalguns casos deram-se passos à frente e depois para trás e isso é um bocado complicado”, concluiu.

Droga antienvelhecimento em cães pode ser útil para humanos

Cães no canil.CANVA

Por   SIC Notícias   25/06/23

Investigadores estão dedicados em experimentar uma droga que pode abrandar o processo de envelhecimento e justificam que, conforme as parecenças entre cães e humanos, este estudo pode vir a ser usado no futuro para prolongar a vida na Terra.

Investigadores norte-americanos estão a analisar como se processa o envelhecimento dos cães para a experimentação de uma droga que pode retardar o processo em cães e potencialmente em humanos, segundo a Reuters.

O Dog Aging Project já atua há vários anos e é liderado por cientistas da Universidade de Washington e da Universidade A&M do Texas. No âmbito deste estudo, os cientistas examinam o ciclo de vida canino através dos dados de saúde recolhidos pelos proprietários de cerca de 44.000 cães de todas as idades e raças nos Estados Unidos.

Quinhentos desses cães participarão no teste de rapamicina, uma droga farmacêutica normalmente usada no tratamento de cancro e transplante de órgãos que demonstrou ter a capacidade de atrasar o processo de envelhecimento em ratos em anteriores pesquisas e experiências.

O ensaio clínico de um ano de rapamicina será duplo-cego, controlado por placebo e focado em cães de maior dimensão com pelo menos sete anos de idade.

A rapamicina parece alterar o metabolismo de um animal, o que pode prolongar a vida de um animal, de acordo com o Dr. Genna Atiee, professor assistente clínico da Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas da Universidade A&M do Texas.

“[A droga] diminui a quantidade de stress, essencialmente no corpo, e pensamos que, com o tempo, isso pode influenciar a forma como envelhecemos”, disse Atiee acrescentando que “existem muitas evidências realmente excelentes de modelos de pequenos animais e esta será a maior e mais abrangente análise desta droga em modelos de animais maiores, como cães”.

Em abril, Jake, uma mistura de Golden Retriever e Pastor Australiano de 10 anos, foi examinado no Hospital de Pequenos Animais da Universidade A&M do Texas para ver se deveria participar no teste de rapamicina.

Virginia Williams, dona do Jake e veterinária que mora em Lago Vista, Texas, disse que Jake está a começar a mostrar indícios de envelhecimento, mas que ainda leva uma vida saudável.

“Ele está a envelhecer. Ele não entra e sai do carro com tanta facilidade como costumava fazer”, disse Williams. que ressalva que o cão “tem uma saúde muito boa. Nós exercitamo-nos todos os dias juntos e ele tem uma ótima qualidade de vida”.

Atiee disse que se a rapamicina se mostrar promissora em prolongar a vida dos cães e passar pelos obstáculos regulatórios necessários para aprovação, pode vir a ser usada por humanos como uma droga antienvelhecimento no futuro, dadas algumas semelhanças entre cães e humanos.

“Os cães são um grande modelo. Eles são igualmente heterogéneos como pessoas”, disse Atiee.

Neste sentido, justifica que, tal como verificamos que todas as pessoas são diferentes, também o são os cães e que isso pode ser o ponto de ligação.

“Portanto, as pessoas têm esse fenótipo muito alterado, ou podemos olhar para as pessoas e ver que elas parecem diferentes e agem de maneira diferente, vivem em lugares diferentes. E nossos cães têm esses mesmos atributos que são todos variáveis. E assim, eles também têm uma fisiologia muito semelhante à das pessoas. E assim surgiu a ideia de que os cães poderiam ser um grande modelo para o envelhecimento humano"; concluiu.

RÚSSIA: Após rebelião, operação antiterrorista ainda está em vigor em Moscovo

© Lusa

POR LUSA    25/06/23 

A operação antiterrorista mantém-se hoje na região de Moscovo e arredores, apesar de o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, ter anunciado um acordo que travou a marcha das suas tropas até à capital russa.

Várias patrulhas das forças da polícia ainda estavam posicionadas ao longo da estrada principal que sai de Moscovo, no sul da capital, observou hoje um jornalista da agência de notícias AFP.

Na região de Moscovo, mantinham-se hoje as restrições de tráfego na estrada que liga Moscovo a Rostov - onde no sábado os paramilitares do grupo Wagner tomaram o controlo do quartel-general militar -, segundo um comunicado da agência Avtodor, responsável pelas estradas na Rússia.

O Comité Nacional Antiterrorista (NAK) ordenou no sábado um "regime de operação antiterrorista" em Moscovo e arredores, bem como na região de Voronezh, fronteira com a Ucrânia, após Yevgeny Prigozhin anunciar a marcha dos seus combatentes em direção à capital russa.

Este regime antiterrorista confere poderes acrescidos à polícia, nomeadamente para a realização de operações. Assim, troços importantes da estrada que liga Rostov a Moscovo foram bloqueados e foram realizadas operações para a verificação de identidade e veículos.

O autarca de Moscovo, Sergei Sobyanin, decretou que na segunda-feira será um dia de folga, face à "difícil" situação.

O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou, no sábado, de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".

No final do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.


Leia Também: O líder do grupo Wagner, homem com diversos negócios na restauração a quem deram a alcunha de 'chef de Putin', protagonizou desafio inédito à autoridade do presidente russo. Um episódio com muitos 'ingredientes', que certamente deu a volta ao estômago de Vladimir Putin. Eis um resumo de tudo o que aconteceu.

CHINA: Mais de 276 mil pessoas afetadas pelas chuvas e inundações na China

© Getty Images/Costfoto

POR LUSA    25/06/23 

As fortes chuvas e inundações dos últimos dias afetaram mais de 276 mil pessoas no centro da China, enquanto no sul várias províncias estão em alerta para possíveis transbordamentos de rios.

Na província de Hunan, as chuvas danificaram 16.400 hectares de culturas e provocaram danos generalizados e desmoronamentos de casas, bem como torrentes nas montanhas e deslizamentos de terras, de acordo com as autoridades locais citadas pela agência de notícias estatal, a Xinhua.

Trata-se de uma das províncias centrais mais afetadas pelas chuvas deste ano, que provocaram o transbordamento de vários afluentes do rio Yangtze e obrigaram à retirada de 18.000 habitantes das suas casas.

O Ministério dos Recursos Hídricos da China alertou para o facto de 16 rios do sul do país terem excedido o seu caudal máximo, na sua maioria afluentes de rios maiores que atravessam as províncias de Guangdong, Guangxi, Hunan, Jiangxi e Yunnan.


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UCRÂNIA: Alemanha vai fornecer mais 45 tanques antiaéreos a Kyiv

© Getty Images/Philipp Schulze

POR LUSA   25/06/23 

A Alemanha vai fornecer à Ucrânia mais 45 tanques antiaéreos Gepard, ou Cheetah, até ao final do ano, para ajudar Kyiv na sua luta defensiva contra a Rússia.

O plano foi anunciado pelo chefe do Centro de Situação do Ministério da Defesa alemão para a Ucrânia, o brigadeiro-general Christian Freuding, na edição de domingo do jornal Die Welt.

No total, já foram entregues 34 Gepards e outros 15 serão acrescentados nas próximas semanas. "Além disso, queremos entregar mais 30 tanques Gepard até ao final do ano, em cooperação com os Estados Unidos", explicou Freuding.

O general considera que a defesa aérea é uma fraqueza fundamental na atual contraofensiva do exército ucraniano.


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Yevgeny Progozny, da rebelião ao exílio

Yevgeny Progozny, líder do grupo Wagner, deixa Rostov-on-Don,Rússia

Por VOA Português   junho 25, 2023

Depois de liderar uma revolta contra altos dirigentes militares russos, o líder do grupo mercenário Wagner chegou a um acordo negociado pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

MOSCOVO — O líder mercenário russo Yevgeny Prigozhin, que na sexta-feira, 23, apontou seus combatentes do Grupo Wagner contra os líderes militates de Moscovo, vai passar a viver na Bielorrússia e viu as autoridades russas retirar todas as acusações contra ele devido à revolta que protagonizou.

Essa mudança decorre do acordo negociado pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, com Prigozhin, que teve a aprovação do Presidente russo, Vladimir Putin, segundo o gabinete do Chefe de Estado do país vizinho.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que o acordo também garante que também os combatentes de Wagner não serão alvo de processo criminal ou militar.

“Sempre respeitamos seus feitos heróicos na frente”, afirmou ele, acrescentando que Moscovo agradeceu a Lukashenko pelo seu papel na solução da crise.

Aos combatentes que não participaram da rebelião, Peskov adiantou que seriam oferecidos contratos com o Ministério da Defesa, que tem procurado colocar todas as forças voluntárias autónomas sob seu controlo até o dia de Julho.

Questionado se haverá alguma mudança a nível do Ministério da Defesa como parte do acordo, Peskov respondeu que "esses assuntos são prerrogativa exclusiva e de competência do Comandante-em-Chefe Supremo, de acordo com a constituição do Federação Russa, sendo improvável que esses tópicos possam ter sido discutidos durante os contactos mencionados acima".

O porta-voz do Kremlin não revelou se houve alguma concessão para persuadir Prigozhin a retirar todas as suas forças, além das garantias para sua segurança – algo sobre o qual ele disse que Putin deu sua palavra – e para a segurança dos homens de Prigozhin.

Peskov, entretanto, classificou os eventos de sexta-feira de "trágicos".

Nas primeiras horas deste sábado, Yevgeny Prigozhin e seus combatentes chegaram a estar cerca de 200 quilómetros da capital Moscovo, antes dele ordenar que as suas tropas regressassem às bases na Ucrânia para, alegadamente, evitar derramamento de sangue.

Numa mensagem em áudio divulgada pelo seu serviço de imprensa, Prigozhin disse: "Eles queriam desmantelar a companhia militar Wagner. Embarcamos numa marcha pela justiça a 23 de Junho. e em 24 horas chegamos a 200 quilómetros de Moscovo, nesse período não derramamos uma única gota do sangue dos nossos combatentes".

"Agora chegou o momento em que o sangue pode ser derramado. Compreendendo a responsabilidade de que o sangue russo seja derramado de um lado, estamos mudando as nossas colunas e regressando aos campos conforme planeado", disse na mensagem divulgada no Telegram.

O líder do grupo mercenário não disse se o Kremlin respondeu à sua exigência de derrubar o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, ou o que Lukashenko lhe prometeu nas negociações.

Antes, as forças de segurança tomaram conta das principais estadas de acesso a Moscovo e lugares sensíveis da capital.

O Presidente Vladimir Putin, que ainda não havia se manifestado desde o início da crise, foi à televisão e numa mensagem à nação, ameaçou esmagar qualquer a rebelião e chamou o seu amigo de longa data de "traidor" e a acção de uma "facada nas costas".

No final de sábado, os combatentes mercenários russos foram vistos a deixar Rostov-on-Don, uma cidade de mais de um milhão de pessoas perto da fronteira com a Ucrânia que eles haviam assumido o controle um dia antes.

E foram aplaudidos pelos residentes.

Casa Branca e líderes mundiais em alerta

Os Estados Unidos e seus aliados mantiveram consultas permanentes durante todo o dia de sábado, sem, no entanto, fazerem pronunciamentos.

O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com os líderes da França, Alemanha e Grã-Bretanha em meio a preocupações de que o controlo do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre o país com armas nucleares possa estar a diminuir.

Biden e a vice-president Kamala Harris encontraram-se com o secretário de Defesa, o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, o Director Nacional de Inteligência e o director da CIA.

O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, também conversou com seus colegas do Canadá, da França, da Alemanha, do Reino Unido e da Polícia, de acordo com seu porta-voz.

O chefe do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, cancelou uma viagem a Israel e Jordânia, um sinal da grave preocupação na capital norte-americana.

O secretário de Estado Antony Blinken falou ao telefone com seus homólogos da Europa Ocidental e do Japão, tendo todos prometido"manter uma coordenação estreita", segundo revelu o porta-voz do Departamento de Estado, Matt Miller.

O chefe da Relações Exteriores da União Européia, Josep Borrell, evitou fazer comentários directos sobre o que chamou de assunto interna russa.

Mas ele disse que activou o centro de resposta a crises da União Europeu.

Na Rússia

O Governo russo alertou aos Estados Unidos e aliados a manterem-se afastados da situaçao.

"A rebelião faz o jogo dos inimigos externos da Rússia", disse o Ministério das Relações Exteriores um comunicado.

"Advertimos os países ocidentais contra qualquer indício de possível uso da situação interna da Rússia para atingir seus objectivos russofóbicos", concluiu a nota.

Por seu lado, o Governo da Bielorússia aliado de Moscovo, chamou a rebelião de um presente para o Ocidente.


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