sábado, 10 de junho de 2023

DONALD TRUMP: "Farsa". Trump rejeita acusações e diz ser vítima de "perseguição cruel"

© Reuters

Notícias ao Minuto   10/06/23 

Reiterando que é inocente e não tem "nada a esconder", o candidato às eleições presidenciais de 2024 atirou que as acusações ontem divulgadas não passam de uma "interferência eleitoral" por parte do "corrupto" FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O antigo presidente norte-americano, Donald Trump, considerou, este sábado, que as 37 acusações que pendem sobre si dão "ridículas e sem fundamento", apontando que é a vítima de uma "perseguição cruel" por parte da administração do atual chefe de Estado, Joe Biden.

Reiterando que é inocente e não tem "nada a esconder", o candidato às eleições presidenciais de 2024 atirou que as acusações não passam de uma "interferência eleitoral" por parte do "corrupto" FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, naquela que foi a sua primeira declaração pública após a divulgação dos crimes de que foi acusado, na sexta-feira.

Perante uma multidão de apoiantes do Partido Republicano na Geórgia, Trump acusou estes órgãos oficiais de corrupção e de inventarem mentiras e "farsas".

"Estes criminosos não podem ser recompensados, têm de ser derrotados", disse, citado pela BBC.

O republicano foi mais longe, apontando que é a vítima de uma "perseguição cruel" levada a cabo pela administração de Biden, que classificou como "um abuso de poder tremendo".

"Temos eleições falsas, não temos fronteiras, temos inflação", enumerou, segundo a Sky News, referindo-se uma vez mais aos resultados das eleições de 2020 que, na sua ótica, venceu.

E prosseguiu: "Em toda esta acusação falsa, nem sequer mencionam a lei de registos presidenciais... Porque querem usar algo chamado lei de espionagem", disse.

Recorde-se que, de acordo com a acusação histórica, Trump colocou em risco a "segurança nacional" dos Estados Unidos ao manter na sua posse segredos nucleares norte-americanos após a sua saída da Casa Branca.

O documento divulgado pelo Departamento de Justiça, que é a confirmação oficial da acusação que o próprio ex-presidente (2017-2021) avançou na quinta-feira, também implica Walt Nauta, antigo assistente de Trump que foi visto a retirar caixas com documentos classificados da mansão Trump, em Palm Beach. O responsável enfrenta seis acusações, de acordo com a ata hoje divulgada.

Trump é acusado de perjúrio e de ter combinado com Walt Nauta a ocultação de documentos solicitados pela polícia federal norte-americana, o FBI.

O ex-presidente foi acusado num tribunal de Miami de 37 crimes federais, incluindo retenção ilegal de segredos do governo, obstrução da justiça e conspiração. Na verdade, o candidato às eleições presidenciais de 2014 é acusado de ter colocado em risco alguns dos maiores segredos de segurança dos Estados Unidos, que poderão colocar em evidência as vulnerabilidades do país em caso de ataque.

A sua audiência em tribunal está marcada para a próxima terça-feira, um dia antes do seu 77.º aniversário.

Também na sexta-feira, os advogados de Donald Trump Jim Trusty e John Rowley renunciaram às suas funções, após a acusação contra o ex-presidente ser conhecida.

"Maior caça às bruxas de todos os tempos"

Trump será representado por Todd Blanche, advogado que já fez parte de sua equipa jurídica de Nova Iorque, naquela que classificou como a "maior caça às bruxas de todos os tempos, que agora se encaminha para os tribunais da Florida".

"Sou inocente", destacou na sua rede social Truth Social, onde se apresentou como vítima de um complô orquestrado pelos seus oponentes democratas.

Nos Estados Unidos, uma lei obriga os presidentes a enviarem todos os seus 'e-mails', cartas e outros documentos de trabalho aos arquivos nacionais.

Em janeiro de 2021, quando deixou a Casa Branca para se instalar na sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Florida, Donald Trump levou dezenas de caixas cheias de arquivos. Um ano depois, após vários avisos, devolveu 15 caixas contendo quase 200 documentos classificados.

O FBI, no entanto, calculou que Trump não tinha devolvido tudo, o que resultou numa operação de busca em Palm Beach pelos agentes federais 08 de agosto e na apreensão de cerca de trinta outras caixas, contendo 11.000 documentos.

Segundo a acusação, foram encontrados documentos classificados "num salão de baile", mas também "numa casa de banho, na banheira", num "escritório" ou "num quarto".

Estes "incluíam informações sobre as capacidades de defesa dos Estados Unidos e de países estrangeiros", "sobre os programas nucleares americanos" e "sobre potenciais vulnerabilidades no caso de um ataque aos Estados Unidos e seus aliados".

A sua potencial "divulgação teria posto em perigo a segurança nacional dos Estados Unidos, as suas relações internacionais", destacou o procurador especial Jack Smith, nomeado em novembro para supervisionar a investigação de forma independente.

Por agora, os republicanos estão a cerrar fileiras em torno de Donald Trump, incluindo os seus rivais pela indicação presidencial do partido, da qual ele está à frente com grande vantagem segundo as sondagens.

Esta solidariedade foi manifestada em abril, quando a justiça do Estado de Nova Iorque também indiciou Trump, desta vez por fraude contabilística como parte de um pagamento em 2016 a uma atriz de filmes pornográficos para que esta ocultasse um alegado caso.

Trump ainda pode enfrentar mais problemas com a justiça nos próximos meses, pois uma procuradora da Geórgia deve anunciar até setembro o resultado da sua investigação sobre a pressão exercida pelo ex-presidente para tentar mudar o resultado eleitoral de 2020.

O procurador Jack Smith, que durante a sua carreira processou autores de crimes de guerra no Kosovo, investiga ainda o papel de Donald Trump no ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021.


Leia Também: Trump indiciado por 37 crimes no caso dos documentos classificados

PAI TERRA RANKA Está em manifestação da sua vitória das eleições legislativas de 04 de Junho.

 Radio TV Bantaba 

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15: Mensagem de Condolências.

 

Macron apela ao Irão para deixar de apoiar Rússia no esforço de guerra

© Pierre Suu/Getty Images

POR LUSA   10/06/23 

O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou hoje ao Irão para que "ponha imediatamente fim ao seu apoio" à Rússia na guerra na Ucrânia através da entrega de 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados], de acordo com o Palácio do Eliseu.

O apelo foi feito durante uma conversa telefónica com o homólogo iraniano, Ebrahim Raissi, precisou a Presidência francesa.

O chefe de Estado francês "alertou para as graves consequências, tanto de segurança como humanitárias, da entrega de 'drones' à Rússia por parte do Irão e apelou a Teerão para que ponha imediatamente termo ao seu apoio à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia".

Um porta-voz da Casa Branca alertou na sexta-feira que a Rússia está a "receber equipamento do Irão para construir uma fábrica de 'drones'" no seu território e que o local "poderá estar totalmente operacional no início do próximo ano".

Os Estados Unidos acreditam que, até maio passado, a Rússia recebeu "centenas" de 'drones' de ataque iranianos e acusam Moscovo de os ter utilizado recentemente para "atacar Kiev e aterrorizar a população ucraniana".

Teerão tem reiteradamente considerado as acusações dos EUA de fornecimento de armas à Rússia como "infundadas", alegando que não é parte no conflito ucraniano.

Durante a conversa telefónica de 90 minutos, Macron e Raissi "discutiram a forma de promover as relações, em particular as negociações em curso (sobre questões nucleares) e os desenvolvimentos regionais", comentou um responsável iraniano, citado pela AFP.

De acordo com a Presidência francesa, Macron também "expressou a sua preocupação com a atual trajetória do programa nuclear do Irão" e "reiterou o desejo da França e dos seus parceiros europeus de encontrar uma solução diplomática para esta questão".

"O Presidente sublinhou a importância de Teerão tomar medidas de desanuviamento concretas e verificáveis e de aplicar plenamente e sem demora as suas obrigações internacionais, bem como os compromissos assumidos perante a Agência Internacional da Energia Atómica em 04 de março", lê-se no comunicado divulgado pelo Eliseu.

A conversa entre os dois Presidentes ocorre numa altura em que as negociações entre o Irão e a comunidade internacional para relançar o acordo nuclear iraniano estão num impasse.

Conhecido pela sigla JCPOA, o acordo limitou as atividades atómicas do Irão em troca do levantamento das sanções internacionais.

Macron aproveitou a conversa telefónica para reiterar "o seu alívio pela libertação, em 12 de maio, de dois cidadãos franceses detidos no Irão".

O chefe de Estado gaulês "reiterou também a sua profunda preocupação com a situação dos quatro cidadãos franceses ainda detidos no Irão e apelou novamente à sua libertação imediata".

Quatro cidadãos franceses continuam detidos no Irão: Cécile Kohler e Jacques Paris, detidos em 7 de maio de 2022, Louis Arnaud, detido em 28 de setembro, e outra pessoa cuja identidade nunca foi divulgada.

Paris denuncia a sua detenção arbitrária e considera-os "reféns do Estado".


Veja Também: Bakhmut: é aqui que as forças de Kiev estão a ter mais avanços na famosa contraofensiva


NIGÉRIA: Governador do Banco Central da Nigéria detido, após ter sido suspenso

© George Udom

POR LUSA  10/06/23 

Os serviços secretos da Nigéria detiveram o governador do Banco Central do país, Godwin Emefiele, depois de ter sido suspenso pelo Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, na sequência de uma investigação.

"O Departamento de Serviços do Estado (DSS, na sigla em inglês) confirma que Godwin Emefiele, o governador suspenso do Banco Central da Nigéria, está agora sob custódia para fins de investigação", disse hoje o porta-voz do DSS, Peter Afunanya.

No final de sexta-feira, o porta-voz do Gabinete do Secretário do Governo da Nigéria, Willy Bassey, afirmou num comunicado que o Presidente suspendera de funções o governador do Banco Central "com efeito imediato".

"Isto deve-se à investigação em curso no seu gabinete e às reformas planeadas para o setor financeiro", acrescentou.

Willy Bassey disse que Godwin Emefiele tinha recebido instruções para entregar "imediatamente" os assuntos do seu gabinete ao vice-governador, que atuará como governador do Banco Central até que as investigações e as reformas estejam concluídas.

Godwin Emefiele, 61 anos, foi nomeado governador do Banco Central em 2014, depois de o seu antecessor, Lamido Sanusi, ter sido suspenso pelo então Presidente, Goodluck Jonathan, no final do seu mandato.

O seu mandato como governador do Banco Central da Nigéria foi marcado pela queda livre da moeda local, a naira, com múltiplas taxas de câmbio face ao dólar americano, e por taxas de juro elevadas, que atingiram dois dígitos, chegando aos 22,5% em maio último, segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas.

No último trimestre de 2022, o banco central liderado por Godwin Emefiele introduziu uma política cambial para substituir as antigas notas de naira por novas, o que levou à escassez de dinheiro, afetando as transações comerciais.

No mês passado, o gabinete de estatísticas do país afirmou que a escassez de dinheiro tinha abrandado o crescimento económico no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado.

No seu discurso de posse, a 29 de maio, o presidente Bola Ahmed Tinubu criticou a política monetária de Godwin Emefiele, nomeadamente as taxas de câmbio múltiplas e a política cambial.


ONG Necessidades Imediatas de Educação e Empreendedorismo (A-NIDEE) promoveu hoje, (10-06), uma conferência de imprensa para anunciar 60 bolseiros guineenses que vão para estudo em Portugal

Radio Voz Do Povo

Adeus ex-primeiro-ministro Faustino Fudut Imbali

 Radio Voz Do Povo 

Drogas, petróleo e diamantes. O "filho do ex-presidente" da Guiné-Bissau em jantar com o corretor da 'Ndrangheta


Fonte: CORRIERE DE LA CALABRIA

Por ditaduraeconsenso.blogspot.com

Nos papéis da investigação "Gentleman 2", o encontro em Frankfurt entre Bacai Sanha e Claudio Cardamone. Para o Dda de Catanzaro, eles falam sobre a importação de drogas para a Europa por meio de canais diplomáticos. EU…

A ideia do corretor do clã Abbruzzese-Forastefano pertence à esfera do narcotráfico criativo. Em suas triangulações entre Alemanha, América do Sul e Sibaritide, Claudio "o belo" Cardamone insere uma variável inédita. Numa série de conversas que foram parar às pastas da investigação "Cavalheiro 2", fala-se de uma "operação" subordinada ao interesse de um estrangeiro de 51 anos, não investigado.

Este homem, um “guineense”, notam os investigadores, teria sido recebido por Cardamone em Frankfurt am Main, base do tráfego do Norte da Europa, “vindo de comboio de Paris”. As discussões apuradas pelos investigadores diziam respeito "inequivocamente ao projecto de importação de droga pela via diplomática representado" pelo homem de 51 anos que a polícia alemã identifica como Bacai Sanhà, portador de passaporte diplomático e filho - segundo o que os investigadores sei de fontes abertas - de um ex-presidente da Guiné-Bissau. Uma intriga intercontinental que permanece, nos atos do DDA de Catanzaro, sem maiores desenvolvimentos. Há, no entanto, um contexto.

«Não nos falamos no carro, sou muito calabresa…». Precauções para evitar ouvidos indiscretos

Cardamone concorda em apresentar o suposto diplomata a uma terceira pessoa, um homem de origem sardenha que vive na Alemanha há algum tempo. Depois da estada em Frankfurt, deverá começar a própria organização para aperfeiçoar o narcotráfico: o guineense vai entrar em contacto com "os associados estacionados em Portugal", Cardamone com os colombianos.

Os detalhes são definidos no jantar, mas há uma conversa prévia no carro em que é possível reconstituir, segundo os magistrados antimáfia, o quadro do negócio. O calabresa diz que conhece a África ("Fui militar, gostava da África mas via mal (...) amigos: "Tenho muita gente do outro lado, mantenho-os lá (Colômbia, ed.) e também no México". 

Ele fala sobre o "trabalho" feito na República Dominicana ("depois paramos por causa do vírus") e seu interlocutor relança ("nós também gostaríamos de fazer daqui, da África"). No entanto, temos de estar atentos a quem nos ouve, explica Cardamone: «Agora sentamo-nos e falamos em paz, que é melhor do que falar disso aqui (no carro, ed.). Sou muito calabresa... fala-se em trabalho limpo e acham que não é coisa boa.

Que não é só a polícia aqui, aqui tem policiais do meu país, porque somos uma comunidade muito grande e forte aqui em Frankfurt e a polícia de lá (Itália, ed) vem aqui porque explica o dialeto" para os alemães , "como falamos, como nos comportamos".

Petróleo com a Coreia do Sul e diamantes de África "para lavar dinheiro"

A conversa interceptada data de novembro de 2021. Os dois esperam "fazer algo antes do Natal". Para o guineense não demoraria muito: “Se fosse para Portugal diria amanhã para enviar, porque lá tenho controlo direto”. Essas interceptações constam do pedido de medidas cautelares e todas se referem a um "processo penal instaurado pela autoridade judiciária alemã". Obviamente, todos os protagonistas devem ser considerados inocentes.

Antes do potencial sócio regressar a Lisboa, entre uma conversa e outra, os dois continuam a falar de negócios. "Você está pior do que eu, cara", diz Cardamone. "Não - responde Bacai - é que estou negociando um acordo sobre o petróleo". “E quem está comprando esse óleo de vocês?”, questiona o calabresa. "Coreia do Sul".

Só para ficar no assunto do tráfico internacional, Cláudio "o Bonito" avisou o amigo que vai ter que dar uma mãozinha para "comprar diamantes". Ele responde que devemos ter cuidado «porque há muitas falsificações. Para boas pedras tens de ver o Gana ou a Serra Leoa, Botswana… Tanzânia… na Tanzânia são as melhores… podes conseguir o diamante Violetta». Cardamone confirma: «Nossa… muitos amigos já me recomendaram». «Sim – é a resposta – para lavar dinheiro (laundering, ed) o diamante é bom. Diamante e ouro são os melhores."

«O pai foi presidente de um país de África»

A harmonia entre os dois é total. «Que bom te conhecer, Bac», diz o alegado corretor dos clãs Sibaritide, «vais sempre explicar-me tudo através da aplicação». Refere-se a sistemas de comunicação criptografados que se tornaram obrigatórios para organizações criminosas. «Fazemo-lo sempre através de Napoleão (Napoleon chat, ed)», explica Bacai. E Cláudio explica

 «Quando fores a Portugal, compra um telefone barato por 50… 100 euros, instala o Napoleão e usa só comigo». Do mosaico descrito neste segmento da investigação "Cavalheiro 2" falta apenas uma peça: quem é Bacai Sanha, este guineense de 51 anos que se desloca entre África e Portugal e tem negócios com uma suposta droga italiana traficante estacionado na Alemanha? O próprio Cardamone acrescenta uma peça ao puzzle e – interceptado – «conta a uma mulher que acompanha uma amiga à esquadra e que o pai desta pessoa foi presidente de um país de África de 2009 a 2012».

É uma anotação dos investigadores que fecha o círculo sobre a identidade de Bacai Sanhà. A identificação surge “de um serviço de observação efetuado pela polícia judiciária alemã a 27 de dezembro de 2021, altura em que Sanha” terá ido a Frankfurt encontrar-se com Cardamone “e definir os pormenores relativos à importação do estupefaciente” por África ou, em alternativa, «via Espanha com escala em território português».

Sahnà, "no momento da verificação, apresentou passaporte diplomático". E “de fontes abertas”, relatam os investigadores, seria “filho do ex-presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhà (falecido em 2012, ed) e seria precisamente o sujeito que Cardamone, por diversas vezes, ao referir-se aos seus interlocutores, identificados como “o político”».

A intriga internacional - temperada com passaportes diplomáticos e discussões sobre vendas de petróleo e diamantes - serviu. Um whodunit em que todos são inocentes até que se prove o contrário e que não tem saída nos jornais filtrados na investigação "Gentleman 2". O que é certo é que a polícia alemã estava investigando.

CONVIDADO 09/06/23 • PAIGC "vai precisar" do PRS para reformar a Guiné-Bissau • RFI Português

Por:  Catarina Falcão RFI Português 09/06/2023 

Mesmo com uma maioria absoluta conseguida nas eleições legislativas de 4 de Junho, a coligação PAI – Terra Ranka poderá escolher coligar-se com o Partido de Renovação Social (PRS) de forma a dar estabilidade ao seu mandato, numa altura em que o país vai precisar de reformar a Constituição, mas também a lei eleitoral, como disse Seco Duarte Nhaga, coordenador-geral da Coligação de Jovens dos PALOPS.

Foram conhecidos na quinta-feira os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau, com a coligação PAI – Terra Ranka a ganhar com maioria absoluta, obtendo 54 dos 102 ligares do Parlamento. Estes resultados indicam ainda que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), liderado por Braima Camará, obteve 29 deputados na Assembleia e o PRS conseguiu 12 deputados.

Para já, partidos e o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, aceitaram este resultado e felicitaram o cabeça de lista, Domingos Simões Pereira, esperando-se agora que este venha a formar Governo.

De forma a fortalecer o seu mandato, Seco Duarte Nhaga, coordenador-geral da Coligação de Jovens dos PALOPS, disse em entrevista à RFI que a coligação PAI – Terra Ranka devia alargar o entendimento ao PRS.

"Durante toda a campanha eleitoral, pelo discurso, parece que o PRS e o PAIGC assinaram um pacto de não-agressão. Foi aquilo que se verificou ao longo da campanha e eu acho que o discurso do PAIGC e do PRS parecem andar de mãos-dadas porque, de facto, o PAIGC vai precisar do PRS para dar início às reformas legais no país. Desde a Constituição da República, da própria lei eleitoral e aproveitar este contexto em que tem maioria absoluta com uma aliança com o PRS", disse Seco Duarte Nhaga falando numa "grande coligação".

É esta coligação que vai permitir, segundo este jovem analista, "dar resposta às necessidades de reestruturação da administração pública para o país poder sacudir esta situação em que se encontra". O resultado nas urnas, com uma participação dos guineenses que se estima acima dos 70%, é para Seco Duarte Nhaga uma resposta à governação dos últimos anos na Guiné-Bissau.

"O que nós assitimos ao longo destes três anos foi uma desintegração do Estado por completo, já que se verificou um recuo efectivo no tocante ao processo de edificação da democracia na Guiné-Bissau. Nós vimos todos os direitos dos cidadãos limitados, espancamentos, rádios que foram encerradas, vimos partidos políticos, especiaficamente o PAIGC que foi impedido de realizar o seu congresso com violência policial. Assitimos a abusos de poder, e quase um monopólio de poder centralizado na pessoa de Umaro Sissoco Embaló. O governo servia de simples estrutura comandada pelo Presidente da República", indicou.

Para Seco Duarte Nhaga o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, está a preparar uma "nova jogada política" ao dizer quer colaborar com o novo Governo.

"A sua repentina abertura para a colaboração com o Governo liderado pelo PAIGC, na minha leitura, acho que o Presidente da República talvez esteja a arquitectar uma nova jogada política, é impensável", indicou.

Para o futuro do país, há que dar atenção à comercialização da castanha de caju e melhorar o poder de compra dos guineenses, que têm sofrido os efeitos da inflação.

"O próximo executivo tem responsabilidade de dar respostas às questões prementes como resolver a questão da campanha de comercialização da castanha de caju. A nossa economia depeonde a mais de 90% da comercializaçao da castanha de caju. Outro problema é a subida de preços de produtos de primeira necessidade. Hoje o cidadão guineense que tem uma salário mínimo de 50 mil francos CFA, aproximadamente 80 euros, o cidadão guineense hoje compra um saco de arroz de 50 kg a 22 ou 23 mil francos, portanto não há bolso do guineense que sustente esta subida de preços", concluiu.

Parlamento Europeu (PE) agenda debates sobre Ucrânia, seca e organismo ético na sessão plenária

© Reuters

POR LUSA   10/06/23 

O Parlamento Europeu (PE) vai debater na sessão plenária da próxima semana a situação na Ucrânia e o problema da seca, entre outros temas, como a proposta de criação de um organismo de ética interinstitucional.

Na terça-feira, os eurodeputados têm agendado um debate sobre os recentes desenvolvimentos na Ucrânia, incluindo a destruição da barragem de Kakhovka, que teve como consequência inundações que obrigaram a retirar milhares de pessoas das suas casa e destruíram campos agrícolas.

Os esforços de reconstruir, de forma sustentável, o país devastado pela guera lançada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, e a ajuda que a União Europeia poderá prestar são também temas do debate.

No mesmo dia, o PE vai debater a recente -- e já contestada por pouco ambiciosa -- proposta da Comissão Europeia para a criação de um organismo de ética que estabeleça regras de conduta comuns a todas as instituições.

As críticas visam principalmente o facto de o organismo não ter competência de investigação de casos nem de imposição de sanções.

A revisão das regras éticas tinha sido assumida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quando iniciou o mandato em novembro de 2019, mas acabou por ser impulsionada pelo escândalo de tráfico de influências 'Qatargate' que abalou o PE em dezembro de 2022.

A crescente escassez de água e a seca que afetam Estados-membros como Portugal, Espanha, França e Itália vai a debate na quinta-feira, tencionando os eurodeputados pedir mais medidas para preservar e melhorar os recursos hídricos da UE, afetados por vários anos de seca e pela diminuição dos níveis das águas subterrâneas.

Segundo os mais recentes dados do Observatório Europeu da Seca, mais de um quarto do território da UE está atualmente em condições de alerta de seca, enquanto 08% já se encontra em estado de alerta de seca.

Na quarta-feira, o PE vai autorizar o acordo de pesca de atum com a República da Maurícia para o período 2022-2026, que inclui navios portugueses.

O acordo permitirá à frota da UE --- composta principalmente por barcos espanhóis e franceses, mas também italianos e portugueses (01% do total) --- pescar até 5.500 toneladas por ano de atum e espécies afins.


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INTEGRIDADE MORAL...

 



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sexta-feira, 9 de junho de 2023

EDWARD SNOWDEN: Trump? "Não é errado dizer que é um caso de acusação seletiva"

© Matthew Busch/Bloomberg via Getty Images

Notícias ao Minuto   09/06/23 

"Os segredos derramados são a moeda corrente de Washington, e Trump não foi o único a espalhá-los. Foi apenas o menos gracioso", afirmou Edward Snowden.

Edward Snowden, o ex-analista da Agência Central de Informações (CIA) que revelou pormenores de programas de espionagem norte-americanas, reagiu, esta sexta-feira, ao facto de o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter sido indiciado de 37 crimes por manipulação de documentos classificados, considerando que "não é errado dizer que é um caso de acusação seletiva".

"Brincadeiras à parte, não é errado dizer que a acusação de Donald Trump por manipulação de documentos confidenciais é um caso de acusação seletiva", começou por referir Snowden, que se encontra fugido na Rússia desde que divulgou  os dados sobre o sistema de escutas dos serviços de informações dos EUA.

"Os segredos derramados são a moeda corrente de Washington, e Trump não foi o único a espalhá-los. Foi apenas o menos gracioso", acrescentou.

No entanto, para Snowden, "é difícil sentir pena de um homem que teve quatro anos na Casa Branca para reformar esse sistema quebrado e, em vez disso, deixou-o no mesmo lugar, em detrimento do público norte-americano".  

O republicano foi indiciado de 37 crimes por manipulação de documentos classificados, que levou para a sua mansão na Florida após deixar a Casa Branca. Segundo a acusação, Trump colocou em risco a "segurança nacional" dos Estados Unidos ao manter na sua posse segredos nucleares norte-americanos após a sua saída da Casa Branca.

Nos Estados Unidos, uma lei obriga os presidentes a enviarem todos os seus 'e-mails', cartas e outros documentos de trabalho aos arquivos nacionais.

Em janeiro de 2021, quando deixou a Casa Branca para se instalar na sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Florida, Donald Trump levou dezenas de caixas cheias de arquivos. Um ano depois, após vários avisos, devolveu 15 caixas contendo quase 200 documentos classificados.

O FBI, no entanto, calculou que Trump não tinha devolvido tudo, o que resultou numa operação de busca em Palm Beach pelos agentes federais a 8 de agosto e na apreensão de cerca de trinta outras caixas, contendo 11.000 documentos.

Segundo a acusação, foram encontrados documentos classificados "num salão de baile", mas também "numa casa de banho, na banheira", num "escritório" ou "num quarto".

Estes "incluíam informações sobre as capacidades de defesa dos Estados Unidos e de países estrangeiros", "sobre os programas nucleares americanos" e "sobre potenciais vulnerabilidades no caso de um ataque aos Estados Unidos e seus aliados".

A sua potencial "divulgação teria posto em perigo a segurança nacional dos Estados Unidos, as suas relações internacionais", destacou o procurador especial Jack Smith, nomeado em novembro para supervisionar a investigação de forma independente.


UCRÂNIA/RÚSSIA: Mais de 25 mil casas danificadas pela destruição da barragem, diz ONU

© Getty Images

POR LUSA   09/06/23 

O nível da água começou a diminuir na região afetada pela destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, mas mais de 25.000 casas estão danificadas e continua a aumentar o número de deslocados, foi hoje divulgado.

De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), quatro dias após o incidente "as inundações começaram a diminuir, embora o desastre ainda esteja a causar deslocamentos e a aumentar as necessidades humanitárias".

Nas áreas da região de Khersonska sob controlo ucraniano, 320 pessoas foram retiradas das suas casas nas últimas 24 horas, aumentando o número total de pessoas que fugiram para mais de 2.500, segundo a Organização Internacional para Migração (OIM), citada pela OCHA.

Ainda na região controlada por Kyiv, quase 40 vilas e cidades foram "severamente afetadas pelas inundações, com mais de 3.620 casas registadas como danificadas até o momento".

Já as autoridades apoiadas por Moscovo naquela região divulgaram hoje que o número de casas inundadas aumentou para mais de 22.000, com "graves consequências humanitárias para milhares de pessoas".

Segundo informações divulgadas também hoje pelas autoridades ucranianas e russas, as inundações terão provocado já 13 mortos.

A coordenadora humanitária da OCHA para a Ucrânia, Denise Brown, liderou hoje um comboio humanitário interagências com suprimentos adicionais para a cidade de Bilozerka, numa das zonas controlada pela Ucrânia "mais afetada pelas inundações".

"Os trabalhadores humanitários continuam os seus esforços para aumentar a assistência humanitária, alcançando mais de 30.000 pessoas com ajuda crítica, principalmente alimentos e água", salientou a OCHA no seu relatório.

A destruição da barragem da Central Hidroelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, no sul da Ucrânia, já é considerada um dos maiores desastres industriais e ecológicos da Europa nas últimas décadas.

A Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente da destruição da barragem, construída no rio Dniepre na década de 1950.

Desde o início da guerra, a ONU apresentou como confirmados 8.983 civis mortos, dos quais 879 vítimas de minas terrestres e outros engenhos por explodir, incluindo 94 crianças, e 15.442 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou também, até agora, a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).


SONO: Quer dormir e não consegue? Três justificações muito comuns... Leia o que dizem especialistas em sono.

© Shutterstock

Notícias ao Minuto   09/06/23 

Muitos pensam que o cansaço ajuda (e muito) a dormir toda a noite sem interrupções. É, no entanto, uma ideia errada, já que existe uma grande diferença entre sentir o sono ou estar cansado, explica Nilong Vyas, uma pediatra e especialista em sono, no site BestLife. 

Mais especificamente, "sentir-se cansado pode ocorrer por vários motivos, incluindo stresse emocional, fadiga por esforço excessivo secundário ao exercício, um dia agitado ou até mesmo dias repetidos de sono interrompido. Estar com sono resulta de reações químicas no cérebro que indicam ao corpo que é hora para descansar", acrescenta. 

Se é algo que lhe acontece e não consegue justificar leia alguns motivos mais comuns que esta e outros especialistas na área enumeraram no site - nem todos são tão graves como pensa. 

Distúrbios de sono 

Alguns "distúrbios do sono, como apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e distúrbio do movimento periódico dos membros, podem interferir na capacidade de adormecer ou permanecer deitado", diz Sean Ormond, médico especializado em anestesia. 

Maus hábitos e higiene de sono

Por exemplo, "comer antes de dormir, beber cafeína ou álcool antes de dormir, usar drogas recreativas e fumar cigarros", faz com que não consiga adormecer com facilidade, Monique May, médica de família e especialista em sono.

"Má higiene do sono significa ver televisão ou qualquer ecrã na cama, manter horários de sono irregulares e usar o quarto para outras atividades além de dormir e fazer sexo. Manter o quarto fresco, escuro e silencioso ajuda a manter o sono", acrescenta. 

Problemas de saúde não diagnosticado

"Condições médicas como doenças cardíacas, pulmonares, diabetes e condições neurodegenerativas também podem afetar o sono. Alterações hormonais durante o ciclo menstrual e na menopausa têm este efeito", explica Sean Ormond.


Rússia deixa em definitivo tratado sobre armas convencionais em novembro

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POR LUSA   09/06/23 

A Rússia vai abandonar em definitivo, em 7 de novembro, o Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa, que eliminou em 1990 a vantagem quantitativa que a União Soviética tinha naquela época, divulgou hoje o governo russo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo anunciou, em comunicado, que informou os países signatários de que esta decisão entrará em vigor em 150 dias.

A lei sobre a denúncia daquele tratado, assinada no final de maio pelo Presidente russo, Vladimir Putin, entrou hoje em vigor, noticiou a agência Efe.

Agora, os países signatários devem convocar uma conferência num prazo de três semanas, para que Moscovo apresente os motivos para a renúncia.

Entre as razões do Kremlin está a entrada na NATO de muitos países que não são signatários do tratado.

"É evidente que, nas novas condições, o tratado tornou-se algo do passado. Os nossos adversários não devem ter a ilusão de que a Rússia pode regressar a ele", frisou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

A NATO condenou a saída da Rússia do tratado, acusando Moscovo de ter passado anos a não cumprir o que é considerado a "pedra angular" da arquitetura europeia de segurança.

O Conselho do Atlântico Norte, a mais alta instância de decisão da organização, sublinhou hoje em comunicado, que a Rússia "há muitos anos não cumpre as suas obrigações" ao abrigo deste tratado.

"A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e a cumplicidade da Bielorrússia são contrárias aos objetivos do tratado", declararam os 31 aliados.

Para a Aliança Atlântica, a decisão de retirada da Rússia é "a mais recente de uma série de ações que minam sistematicamente a segurança euro-atlântica" e "demonstra mais uma vez o desrespeito contínuo de Moscovo pelo controlo de armas, incluindo reciprocidade, transparência, conformidade e verificação".

A aplicação do tratado, que visava impedir que qualquer uma das alianças presentes na Europa durante a Guerra Fria -- a NATO e o Pacto de Varsóvia -- acumulasse forças para lançar uma ofensiva rápida, já tinha sido suspensa pelo Kremlin em 2007.

A razão dada pelo Kremlin na altura foram os planos dos EUA de implantar elementos do seu escudo antimísseis na Europa Oriental, que a Rússia considerou uma "ameaça direta" à sua segurança.

O tratado, que entrou em vigor em 1992, quando a URSS já tinha desaparecido, estabeleceu limites iguais para o número de tanques, veículos blindados de combate, artilharia pesada, aviões de combate e helicópteros de ataque que a Aliança Atlântica e o Pacto de Varsóvia poderiam posicionar entre o Oceano Atlântico e os Urais.

Portugal, que integra a NATO, é um dos países signatários do acordo internacional sobre armas convencionais na Europa.

Na sequência do anúncio do Kremlin de que a Rússia abandonaria definitivamente este tratado, o vice-presidente do conselho de segurança russo, Dmitri Medvedev, destacou que o seu país irá aumentará ao máximo a produção de armas, num contexto de guerra na Ucrânia.

Putin defende que um dos motivos para a sua decisão de intervir militarmente na Ucrânia em fevereiro de 2022 é a aproximação da infraestrutura militar da Aliança Atlântica às fronteiras russas e os planos de tornar a Ucrânia "antirrussa".


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Guiné-Bissau. Líder da coligação vencedora anuncia em breve nome para PM

© Radio TV Bantaba PAI Terra Ranka Conferência de imprensa sobre eleição

POR LUSA  09/06/23 

O líder da coligação vencedora das legislativas na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, disse hoje que em breve será conhecido o nome a ser proposto para chefiar o novo Governo e garantiu estar aberto a falar com outros partidos.

"A plataforma nunca apresentou de forma clara quem seria o seu candidato a primeiro-ministro, é o que a plataforma vai fazer a partir desta altura", disse Domingos Simões Pereira, quando questionado pela Lusa sobre quem seria apontado como primeiro-ministro, depois de o Presidente guineense ter recuado na sua decisão.

O chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou durante a campanha eleitoral que não nomearia Domingos Simões Pereira primeiro-ministro do país caso vencesse as legislativas, mas na quinta-feira, numa mensagem à Nação, reconheceu os resultados e recuou na sua intenção.

"Vamos ter reuniões e discutir essas questões e muito proximamente não só a comunicação social, como o conjunto do povo guineense, ficará a saber qual é a proposta da plataforma para o cargo de chefe de Governo", afirmou Domingos Simões Pereira, na sede do partido, em Bissau.

Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), lidera a coligação Plataforma da Aliança Inclusiva -- Terra Ranka, que venceu com maioria absoluta as legislativas de domingo na Guiné-Bissau, obtendo 54 dos 102 deputados do parlamento guineense.

"Temos de esquecer tudo o que ficou para trás, temos de olhar para frente, temos de olhar de forma positiva e o que vamos encontrar olhando para a frente são as leis e, portanto, quem é homem ou mulher de Estado tem de ter um compromisso com as leis", disse o líder do PAIGC.

"O que se disse anteriormente ficou para trás, ao reconhecer que a plataforma PAI -- Terra Ranka venceu as eleições, ninguém tem dúvidas que é sua responsabilidade apontar um primeiro-ministro, formar o Governo e conduzir a ação governativa", salientou Domingos Simões Pereira.

Questionado sobre se a PAI -- Terra Ranka está disponível para coligações, o líder do PAIGC afirmou que o partido já deu provas da sua "capacidade de abertura, diálogo e inclusão".

"O que posso garantir é que estamos interessados e abertos a falar com todas as formações políticas, queremos ouvir todas as formações políticas, queremos analisar as várias ideias que essas formações podem trazer como contributo para aquilo que é o nosso programa eleitoral, se esse diálogo vai resultar num entendimento para uma eventual participação ou não, é algo que só o tempo irá dizer", afirmou Domingos Simões Pereira.

Nas declarações, o líder da PAI -- Terra Ranka destacou também que as prioridades do novo Governo vão ser resolver o problema da fome, que se faz sentir no país devido à fraca campanha de comercialização da campanha de caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau e do qual depende não só a economia, mas também, direta ou indiretamente, 80% da população.

Domingos Simões Pereira destacou também como prioridades imediatas garantir que o próximo ano letivo começa na data prevista e que decorra sem interrupções e a reintegração de dezenas de técnicos de saúde essenciais para um melhor funcionamento do setor.

A Comissão Nacional de Eleições divulgou na quinta-feira os resultados das eleições legislativas do passado domingo que deram a vitória à coligação PAI - Terra Ranka com 54 dos 102 deputados ao parlamento, conquistando assim a maioria absoluta.

Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019 e o líder do partido, Braima Camará, já felicitou o vencedor, manifestando-se pronto para colaborar e ajudar a arranjar soluções de estabilidade política para o país.

O Partido de Renovação Social (PRS) conseguiu 12 deputados, uma grande descida em relação às legislativas de 2019, quando obteve 21 assentos, e o líder da formação política, Fernando Dias, disse que respeita a vontade do povo e a mensagem de "repreensão pela companhia em que se encontrava", referindo-se ao facto de ter integrado o anterior Governo.

O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.

O grande derrotado nas eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.


O líder do Partido da Nova Democracia-PND, Abás Djaló em conferência de imprensa para pronunciamento político sobre os resultados eleitorais. Contrariamente as eleições anteriores, o PND não conseguiu eleger.

 

Radio Voz Do Povo 

APU-PDGB liderado por atual chefe do executivo reconhece os resultados eleitorais que, ditam apenas um deputado para o PARTIDO na pessoa do Presidente Nuno Gomes Nabiam.

 Radio Voz Do Povo 

Coligação PAI-TERRA RANKA fala em Conferência de Imprensa


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Radio Voz Do Povo 

Faleceu hoje, 09/06/2023, em Bissau, Faustino Fudut Embali, vítima de doença prolongada.

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Oposição no Senegal denuncia morte de mais de 20 manifestantes

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POR LUSA    09/06/23 

O partido senegalês PASTEF, liderado pelo opositor Ousmane Sonko, denunciou hoje a morte de mais de 20 pessoas na sequência da repressão policial dos protestos contra a condenação a dois anos de prisão do seu líder.

O Patriotas Africanos para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (PASTEF) apelou às autoridades para que libertem "mais de 700 presos políticos".

O partido já está também a apelar à realização de novas manifestações hoje e sábado contra a sentença de prisão de Sonko.

O porta-voz do PASTEF, El Hadj Malick Ndiaye, afirmou que 21 pessoas morreram durante os protestos e sublinhou que "é necessário libertar os presos políticos", segundo a agência noticiosa estatal senegalesa APS.

O Ministério do Interior senegalês calculou em 16 o número de mortos nos tumultos desencadeados pela condenação a dois anos de prisão de Sonko por "corrupção de jovens", no âmbito de um processo por alegada violação e ameaças de morte, acusações que acabaram por ser rejeitadas.

Ndiaye apelou ao Presidente senegalês, Macky Sall, para que "não dê ouvidos àqueles que pensam que a estratégia do terror deve prevalecer" e afirmou que Sonko "é a pessoa mais maltratada no Senegal". O líder da oposição está cercado na sua casa, no bairro de Keur Gorgui, na capital, Dacar, porque se recusa a entregar-se às autoridades.

O partido da oposição, entretanto, já convocou novas manifestações para hoje e sábado em Dacar "contra a injustiça e a detenção de mais de 700 pessoas" nos últimos protestos.

A porta-voz adjunta do partido, Marie-Rose Faye, garantiu que "o PASTEF tomou as medidas necessárias para ajudar as famílias das vítimas em termos de despesas de hospitalização dos feridos, autópsias e honorários de advogados".

Por fim, Faye sublinhou que o partido "está a compilar documentação" sobre as consequências das manifestações com vista a uma eventual queixa ao Tribunal Penal Internacional (TPI), ao mesmo tempo que apelou a que as eleições presidenciais de 2024 sejam "livres, inclusivas e transparentes".

O processo contra Sonko sofreu uma nova reviravolta na quinta-feira, quando a queixosa, Adji Sarr, apresentou um recurso contra a condenação, segundo os seus advogados.

"Voltámos à estaca zero. Haverá um novo julgamento", disse El Hadj Diouf, advogado da mulher, Adji Sarr, conforme relatado pela Radio France Internationale.

Na quarta-feira, Sall ordenou a abertura de investigações "imediatas e sistemáticas" sobre as manifestações que se seguiram à condenação do líder da oposição, uma decisão tomada "tendo em conta a gravidade desproporcionada dos acontecimentos", de acordo com um comunicado emitido pelo Conselho de Ministros após uma reunião para abordar a situação.

A Amnistia Internacional anunciou na quinta-feira que documentou a morte de 23 pessoas, incluindo três crianças, durante os violentos protestos no início do mês no Senegal, após a condenação do líder da oposição Ousmane Sonko a dois anos de prisão.

"As autoridades senegalesas devem proceder imediatamente a uma investigação independente e transparente sobre a morte de pelo menos 23 pessoas, incluindo três crianças, durante as manifestações violentas de 01 e 02 de junho", declarou aquela organização não-governamental (ONG) num comunicado.

O processo contra Sonko por alegada violação foi aberto em março de 2021, quando a detenção do líder da oposição levou a protestos dos seus apoiantes que eclodiram na sequência da sua condenação.

Na semana passada, o Senegal, país vizinho da Guiné-Bissau, mergulhou na pior situação de violência dos últimos anos, depois de Ousmane Sonko, o aguerrido opositor de Sall e candidato às eleições presidenciais de 2024, ter sido condenado a dois anos de prisão por "aliciamento de menores", num caso em que era acusado de violação de uma massagista.

O veredicto impossibilita Sonko de concorrer às presidenciais.


Leia Também: Amnistia documenta 23 mortos nos violentos protestos no Senegal

Repetindo o mesmo erro! ...DSP deve se distanciar dessas pessoas imprudentes!!

É hora de construir o país✅ e não de fabricar mais problemas.❌



Mantenham-no sob vigilância apertada!
FÚRIA DE POVO COLOCA SISSOCO  ENCURRALADO E ENCOSTADO À PAREDE..
Homi stá em DESESPERO TOTAL, ma ina fingi Sak-saki inda pa DISFARÇA.




A NATO vai realizar o maior exercício de defesa aérea desde que foi criada entre 12 e 23 de junho, na Alemanha, com a participação de 10.000 efetivos e 220 aeronaves de 25 países.

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POR LUSA  09/06/23 

 NATO faz maior exercício aéreo num cenário de invasão por forças de leste

A NATO vai realizar o maior exercício de defesa aérea desde que foi criada entre 12 e 23 de junho, na Alemanha, com a participação de 10.000 efetivos e 220 aeronaves de 25 países.

Denominado Air Defender 2023 (AD23), o exercício será coordenado pela Força Aérea Alemã (Luftwaffe) e nele irão participar Suécia e Japão, dois países que não integram a NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Participam também Bélgica, Bulgária, Chéquia, Croácia, Dinamarca, Eslovénia, Estados Unidos, Estónia, Espanha, Finlândia, França, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, Roménia e Turquia.

"Queremos demonstrar a agilidade e rapidez das Forças Aéreas como primeira resposta e mostrar o poder aéreo da NATO", disse o comandante da Luftwaffe, tenente-general Ingo Gerhartz, citado numa publicação da Aliança Atlântica.

O oficial alemão referiu que 100 aviões dos Estados Unidos estarão a voar na Europa durante o exercício para destacar que a dimensão transatlântica "é uma prova sólida da coesão e da solidariedade da NATO".

O maior exercício de defesa aérea da NATO vai realizar-se em plena guerra da Rússia contra a Ucrânia, iniciada por Moscovo em 24 de fevereiro de 2022.

Os países da NATO têm fornecido armamento às forças armadas ucranianas para combaterem as tropas russas, no que Moscovo considera ser uma "guerra por procuração" travada pelo Ocidente contra a Rússia.

A colaboração dos países participantes no AD23 "permite uma dissuasão credível contra um potencial agressor", segundo o chefe da Luftwaffe.

O exercício tem como pano de fundo a invasão fictícia da Alemanha por forças especiais da organização Brückner e outras forças da aliança militar de leste OCCASUS (ocaso, em português), após um confronto de anos com a NATO.

A Rússia, que liderou a aliança militar do Pacto de Varsóvia durante a Guerra Fria entre a antiga União Soviética e o Ocidente, mobilizou uma organização militar privada, o Grupo Wagner, para combater na Ucrânia.

Chefiado pelo empresário Yevgeny Prigozhin, um aliado do Presidente Vladimir Putin, o Grupo Wagner esteve em destaque na batalha por Bakhmut, no leste da Ucrânia, considerada a mais longa e sangrenta desde o início da guerra.

No cenário fictício do AD23, as forças aéreas e terrestres introduzidas na Alemanha a partir do Leste controlam cerca de um quarto do país e tentam avançar para o Mar Báltico e conquistar o porto de Rostock (norte).

"Em consequência, a aliança ocidental desencadeia um estado de defesa [coletiva do território da aliança] ao abrigo do artigo 5.º do Tratado da NATO", segundo o cenário do exercício divulgado pela Luftwaffe.

O artigo 5.º estabelece que um ataque armado contra um Estado-membro da NATO na Europa ou nos Estados Unidos representa um ataque a todos os países da organização, podendo desencadear uma resposta coletiva.

O tratado foi assinado em 04 de abril de 1949, em Washington, pelos 12 países fundadores da NATO, incluindo Portugal, que não participa no exercício AD23.

As tropas e aeronaves participantes no AD23 ficarão estacionadas na Alemanha, Países Baixos e Chéquia.

"Os participantes praticarão Operações Aéreas Compostas em áreas de treino sobre a Alemanha e realizarão as chamadas missões de ida e volta para os Estados Bálticos e a Roménia", segundo a NATO.

As três áreas de exercícios aéreos, no leste, norte e sul da Alemanha, serão utilizadas apenas durante duas a quatro horas por dia, em várias alturas, e, por razões de segurança, estarão fechadas ao tráfego aéreo civil durante esses períodos.

"O ruído das aeronaves não pode ser totalmente evitado. Exercícios como o Air Defender 23 são uma parte importante do treino militar e um pré-requisito para que a Força Aérea Alemã e os seus aliados possam cumprir a missão na defesa nacional e da Aliança", disse a Luftwaffe.



Destruição da barragem de Nova Kakhovka "é uma escalada muito grande do conflito, equivale ao uso de armas de destruição maciça”

 A investigadora Diana Soller esteve esta manhã na CNN Portugal para analisar a destruição da barragem de Nova Kakhovka, bem como a contraofensiva ucraniana, que, de acordo com os EUA, já terá começado, apesar de Kiev insistir que não fará qualquer anúncio sobre a mesma.




Leia Também: Rússia retirou 1.500 pessoas de zonas inundadas após colapso de barragem

VLADIMIR PUTIN "em declínio" cancela conferência de imprensa anual

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Notícias ao Minuto   09/06/23 

O Instituto para o Estudo da Guerra aponta que o presidente russo tem uma posição cada vez mais frágil no interior do Kremlin.

O presidente russo, Vladimir Putin, cancelou uma conferência de imprensa anual que é normalmente marcada para esta altura, com órgãos russos a explicarem que a decisão deve-se à "instabilidade" da guerra na Ucrânia.

A notícia foi avançada na quinta-feira pelo jornal russo Kommersant, que citou fontes no Kremlin. O diário afirmou que a decisão já tinha sido tomada há vários meses devido à progressão da guerra, e o encontro anual com os jornalistas deverá ficar adiado até novembro ou dezembro até que a "situação militar russa esteja mais estável".

Ainda assim, como em março de 2024 os russos voltam às urnas para votar nas eleições presidenciais, o presidente pode voltar ao pódio mais cedo.

No seu último relatório sobre o conflito, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), uma organização norte-americana que estuda a guerra, afirmou que o cancelamento da conferência "indica que o Kremlin acredita que a captura de Bakhmut é uma vitória informativa insuficiente para compensar a situação militar geralmente instável na Ucrânia".

Além disso, o ISW considera que atrasar o fórum 'Linha Direta', no qual o líder russo tem a oportunidade de falar a órgãos internacionais, é um reflexo do "declínio de Putin, de um líder aparentemente envolvido e forte para um mais frequentemente retratado como minuciosamente envolvido em pequenos projetos de infraestrutura".

Há vários dias que o presidente não surge em público nem faz qualquer declaração em direto, com as suas palavras a surgirem na quarta-feira sob a forma de um comunicado, no qual acusou a Ucrânia de ser a responsável pela destruição da barragem de Kakhovka.

Nos últimos dias, os russos têm aumentado os seus esforços para concluir a tomada da cidade de Bakhmut, naquela que tem sido a mais longa e dura batalha de toda a guerra. No entanto, ao mesmo tempo, os ucranianos terão iniciado a sua antecipada contraofensiva, que passará também pelo sul do país, além da região de Donetsk.