sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Portugal "acompanha" condenação da UE sobre eleições na Guiné Equatorial

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POR LUSA  02/12/22 

O Governo português "acompanha" a declaração condenatória da União Europeia em relação às eleições na Guiné Equatorial, nas quais Teodoro Obiang foi reeleito Presidente para um sexto mandato, com 94,9% dos votos, segundo o Tribunal Constitucional do país.

"Com a proclamação dos resultados definitivos das eleições presidenciais, legislativas e municipais pelo Tribunal Constitucional da República da Guiné Equatorial, conclui-se o processo eleitoral. A este respeito, Portugal acompanha as declarações emitidas pelas organizações que integra - CPLP e UE", fez saber o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa nota hoje divulgada no Portal Diplomático.

A União Europeia declarou hoje que "toma nota do resultado das eleições presidenciais, legislativas e locais de 20 de novembro na Guiné Equatorial" e que "lamenta que o ambiente em que foram conduzidas não tenha sido propício a eleições democráticas, pluralistas e participativas".

Bruxelas apela ainda às autoridades equato-guineenses para que "levem a cabo uma investigação exaustiva das alegações de abusos e irregularidades com a máxima urgência".

"É necessário um diálogo plenamente inclusivo e participativo entre todos os partidos políticos e a sociedade civil do país", afirma a nota divulgada hoje pelos serviços diplomáticos da UE.

"Apoiamos as recomendações das missões de observação internacionais destacadas à Guiné Equatorial" que apelaram às autoridades equato-guineenses para garantirem as condições de "diálogo político, facilitem a participação e contribuição significativas da sociedade civil, e tornem os meios de comunicação social públicos igualmente acessíveis a todos", acrescenta Bruxelas.

"A União Europeia insta as autoridades da Guiné Equatorial a melhorar substancialmente a governação democrática no país, em benefício de todos os seus cidadãos", conclui a nota de Bruxelas.

No essencial, o relatório preliminar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que o Governo português diz "acompanhar", apontou a discrepância entre a presença de membros das candidaturas do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE, no poder há 43 anos] na maioria das mesas eleitorais observadas e uma "quantidade significativamente inferior no que diz respeito às candidaturas" dos partidos da oposição Convergência para a Democracia Social (CPDS) e do Partido da Coligação Social Democrata (PCSD), "sobretudo nas províncias do continente".

A missão de observação eleitoral (MOE) da CPLP chamou ainda a atenção para o facto de, nas mesas em que observou o encerramento da votação no passado dia 20, não terem sido "afixadas as atas do escrutínio no local de voto", que é um mecanismo importante no controlo da fraude eleitoral.

A MOE da CPLP recomendou igualmente que "seja assegurado o acesso equitativo dos candidatos e partidos políticos aos órgãos de comunicação social públicos, de modo a promover a difusão das diferentes propostas eleitorais contribuindo para o voto esclarecido".

Os resultados das eleições presidenciais, legislativas (camâras alta e baixa do Parlamento em Malabo) e municipais deram a vitória a Teodoro Obiang Nguema Mbasogo para um novo mandato (o sexto) de sete anos como Presidente da Guiné Equatorial, que governará durante 50 anos, se o cumprir na totalidade.

O PDGE ocupará a totalidade dos 100 assentos parlamentares na câmara baixa do Parlamento em Malabo, venceu todas as disputas para o Senado, onde ocupará os 55 assentos em disputa, e governará todas as câmaras do país.

A Guiné Equatorial, membro da CPLP desde 2014, é o país africano com o maior Produto Interno Bruto (PIB) 'per capita' e o terceiro maior exportador de petróleo do continente, mas a maior parte da sua riqueza continua concentrada nas mãos de poucas famílias, entre as quais, à cabeça e de longe, as da família Obiang Nguema.

A larga maioria dos equato-guineenses vive em condições de pobreza extrema, apesar de o país registar um PIB per capita de 11 264 dólares em 2022, que o coloca em 70º lugar no mundo, à frente de países como o México, Turquia e África do Sul.

Dadas as grandes reservas petrolíferas do país e uma população na ordem dos 1,45 milhões de habitantes, relativamente pequena por comparação com outros estados africanos, é surpreendente que o país tenha recebido dois empréstimos do FMI recentemente, em 2019 e 2021. No entanto, os empréstimos trouxeram pressão para uma maior distribuição dos rendimentos do petróleo.

De acordo com as Nações Unidas, menos de metade da população tem acesso a água potável e 20% das crianças morre antes de completar 5 anos.

O país ocupa a 145.ª posição no mais recente Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas relativo a 2021, e mais de 80% da população vive abaixo do limiar de pobreza, numa situação ainda mais degradada por efeito da queda das receitas petrolíferas a partir de 2014, da pandemia de covid-19 e devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia.


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A preservação da memória nacional para a paz sustentável na Guiné-Bissau desafia agentes que atuam na gestão de arquivos e documentos administrativos públicos. O curso dos arquivistas ministrando pelo Brasil termina sob cuidados do Ministro da Admistracao Publica, Cirilo Mama Saliu Djaló.

Radio Voz Do Povo

GUERRA NA UCRÂNIA: Ataques a infraestruturas críticas são crimes de guerra? ONU investiga

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Notícias ao Minuto  02/12/22 

Desde o início de outubro que a Rússia tem vindo a atacar a infraestrutura crítica da Ucrânia, causando apagões e deixando milhões de pessoas sem eletricidade, água e aquecimento.

Um grupo de investigadores, nomeado pela Organização das Nações Unidas (ONU), está a investigar se os ataques russos à infraestrutura crítica da Ucrânia constituem crimes de guerra.

"Parte da análise em que estamos envolvidos de momento é se os ataques constituem crimes de guerra", disse um membro da equipa de inspeção, em conferência de imprensa citada pelo The Guardian.

Se for provado, o grupo de investigadores vai descobrir o que se poderá "fazer para contribuir com a responsabilização por estes crimes".

De acordo com a agência Reuters, a Rússia afirma que os ataques não visam civis - embora vários edifícios residenciais tenham sido atingidos nos mais recentes ataques -, mas têm como objetivo reduzir a capacidade de lutar da Ucrânia e pressioná-la a negociar.

Desde o início de outubro que a Rússia tem vindo a atacar a infraestrutura crítica da Ucrânia, causando apagões e deixando milhões de pessoas sem eletricidade, água e aquecimento, numa altura em que as rigorosas temperaturas de inverno começam a fazer-se sentir.

Recorde-se que, em março, a comissão de inquérito de três membros estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU já tinha declarado que a Rússia cometeu crimes de guerra em várias regiões ucranianas ocupadas.

Essas acusações são consideradas por Moscovo como uma "campanha de difamação".


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ONU Progressos contra mortalidade materno-infantil com retrocessos em África

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POR LUSA 02/12/22 

O Atlas de Estatísticas da Saúde Africana 2022 indica que o combate à mortalidade materno infantil no continente teve avanços reduzidos comparativamente com a última década e pede mais ações.

Odocumento, que o ONU News - órgão de comunicação oficial das Nações Unidas - divulgou hoje, avaliou nove vetores relacionados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sobre saúde e concluiu, que no ritmo atual, será necessário aumentar o investimento para acelerar as ações rumo de forma a cumprir as metas.

Da comparação feita com resultados da década passada, o novo relatório da Organização Mundial da Saúde, estima que na África Subsaariana 390 mulheres perderão a vida todos os dias para cada 100 mil nascimentos, até 2030.

O número situa-se cinco vezes acima dos objetivos para 2030, menos de 70 óbitos de grávidas para cada 100 mil partos. Além disso é ainda superior à média de 13 mortes para 100 mil nascimentos na Europa, registada em 2017. A média global é de 211 mortes maternas.

A OMS/África afirma que para alcançar os ODS, o continente precisará de reduzir em 86% os níveis de mortalidade materna de 2017, o ano em que os últimos dados foram reportados. Para a agência aquela meta seria irrealista tendo em vista o ritmo da queda atual.

Os índices de mortalidade infantil, por exemplo, são de 72 para cada 1000 nascimentos vivos. A redução anual é de 3,1%, e espera-se uma queda de 54 mortes para cada mil nascimentos até 2030.

Números que estão bem acima da meta de redução para menos de 25 por mil nascimentos.

A diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, diz que o continente conseguiu alcançar alguns dos níveis mais rápidos de redução do globo, em certas áreas de saúde, mas está a perdê-los neste momento.

Assim, para muitas mulheres africanas, ter um bebé ainda é um risco e milhões de crianças morrem antes de completar cinco anos de idade.

Para aquela responsável, os governos precisam de corrigir, de forma radical, aquele percurso e aumentar o passo no cumprimento das metas de saúde.

Para a diretora regional da OMS, os objetivos "não são apenas marcos, mas a própria base de uma vida mais saudável e do bem-estar para milhões de pessoas".

A África também enfrenta outros desafios na saúde como o da dimensão da vacinação.

A mortalidade de crianças abaixo de cinco anos caiu 35%, e as mortes de recém-nascidos também foram reduzidas em 21%. Enquanto a morte de mães baixou 28%.

Na última década, avanços em três áreas ficaram estagnados, especialmente em mortalidade materna.

O continente avançou, porém, no domínio do planeamento familiar, com 56,3% de mulheres em idade reprodutiva recebendo métodos contracetivos em 2020. Mas mesmo neste domínio, África está bem abaixo da média global de 77%.

A OMS acredita que a redução das ações nos domínios da saúde foi agravada pelos efeitos da pandemia da Covid-19 no setor de saúde.

Serviços de atendimento para cuidados pós-natal e unidades de tratamento intensivo neonatal, assim como campanhas de imunização foram afetados.

Por isso, desde 2021, a África tem enfrentado um retorno de surtos de doenças evitáveis por vacinas. O sarampo, por exemplo, aumentou 400% entre janeiro e março de 2022, se comparado ao mesmo período do ano anterior.

O investimento inadequado em saúde e financiamento para programas de saúde são alguns dos maiores retrocessos para alcançar os ODS na saúde, escreve ainda o ONU News.

Recordando que, no ano passado, uma pesquisa da OMS em 47 estados africanos, constatou que uma parcela daquela região tem 1,55 trabalhadores de saúde, incluindo médico, parteira e enfermeiros, para 1 mil habitantes.

Uma média inferior ao limite de densidade de 4,45 profissionais para mil habitantes, o que é necessário para fornecer serviços essenciais e atingir a cobertura universal de saúde.

No continente africano, 65% dos nascimentos são feitos por pessoal qualificado, é a taxa mais baixa do mundo e está bem distante da meta de 90% até 2030.

As mortes neonatais somam quase metade de todos os óbitos de crianças menores de cinco anos.

Deste modo, acelerar a agenda para reduzir essas mortes pode ser o maior passo na diminuição de óbitos de crianças abaixo de cinco anos para menos de 25 por mil nascimentos.


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Visita do Jorge Santos Ministro das Comunidades de Cabo-Verde à Guiné-Bissau.

Radio TV Bantaba

Ministro cabo-verdiano das Comunidades elogia as autoridades de Bissau pelos progressos diplomáticos, clima de credibilidade e estabilidade, resultantes de ganhos da Governação.

Jorge Santos acompanhado pela Secretária de Estado das Comunidades, Salumé dos Santos, foi recebido hoje pelo Presidente da República.

Radio Voz Do Povo

MADEM G15: COMUNICADO


 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

GUINÉ-BISSAU: Novas licenças são "forma civilizada" de acabar com imprensa

Conferência de Imprensa da Rede Nacional dos Rádios Comunitarias e SINJOTECS.👇
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Com LUSA  02/12/22 

A presidente do Sindicato de Jornalistas da Guiné-Bissau, Indira Correia Baldé, afirmou hoje que as novas licenças para a comunicação social exigidas pelo Governo são uma forma "civilizada" de acabar com a imprensa no país.

"Nós entendemos que esta medida é uma forma civilizada de acabar com os órgãos de comunicação social na Guiné-Bissau, porque o Governo sabe que esta medida não é exequível. Não há órgãos de comunicação social com meios para cumprir este despacho", disse Indira Correia Baldé, em declarações aos jornalistas na Casa dos Direitos, em Bissau.

O Governo guineense publicou, com data de 18 de outubro, um despacho conjunto dos ministros das Finanças, Ilídio Vieira Té, e da Comunicação Social, Fernando Mendonça, no qual fixa novos valores para aquisição de alvarás para atividades de radiodifusão, televisão, jornais e filmagens no país.

Para se ter licença para rádio privada com cobertura nacional, o pretendente terá de pagar ao Estado 10 milhões de francos cfa, o equivalente a 15 mil euros, 500 milhões de francos cfa, cerca de 760 mil euros, para adquirir alvará para televisão privada que alcance todo o território guineense.

Quem quiser abrir uma rádio comunitária terá de desembolsar o equivalente a 4500 euros, e se for um jornal privado o custo de alvará é de três mil euros, refere o despacho.

"O Governo recorreu a esta forma para pura e simplesmente fazer calar a comunicação social na Guiné-Bissau", afirmou a presidente do Sindicato de Jornalistas, salientando que a lei foi fabricada "entre quatro paredes" e sem a classe ser ouvida.

Para Indira Correia Baldé, o Governo está a "mostrar a verdadeira face de que é contra a liberdade de imprensa e de expressão".

"Todos nós sabemos no país em que estamos, todos nós sabemos em que condições os órgãos de comunicação social trabalham. O Governo além de calar a imprensa, quer mandar centenas de pessoas para o desemprego", afirmou.

"O Governo está sistematicamente a mostrar que é contra a liberdade de imprensa e de expressão na Guiné-Bissau e então quer dizer que está contra a democracia e nós estamos num país democrático", disse Indira Correia Baldé, salientando que o Governo devia era de estar a criar condições para ter uma comunicação social à altura dos desafios do país.


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O Ministro da Juventude Cultura e Desporto Augusto Gomes recebeu hoje em audiência o ministro da cultura indústria criativa e do mar de Cabo-verde Abrão Aníbal Barbosa Vicente

Radio Voz Do Povo 

Ucranianos dizem que já terão morrido mais de 90 mil soldados russos... Desde o início da invasão russa da Ucrânia, o Kremlin terá ainda perdido 2.916 tanques, 16 navios e 280 aviões.

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Notícias ao Minuto  02/12/22 

O Estado-Maior das Forças Armadas Ucranianas anunciou, esta sexta-feira, que perto de 90.090 soldados russos terão morrido desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Terão sido também destruídos 2.916 tanques, 1.905 sistemas de artilharia, 210 sistemas de defesa aérea e 395 lança-foguetes autopropulsionados e blindados múltiplos, bem como 280 aviões, 262 helicópteros, 1.564 drones, 531 mísseis de cruzeiro, 16 navios, 4.464 veículos e tanques de combustível e 163 peças de equipamento especial.

"O inimigo russo sofreu as perdas mais pesadas no último dia nas direções de Bajmut e Lyman. Os dados estão a ser atualizados. Atinja o ocupante. Vamos ganhar juntos. A nossa força está na verdade", disse o Estado-Maior Geral do Exército Ucraniano, no Facebook.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, espoletando um conflito armado que já resultou, segundo dados das Nações Unidas, na fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais seis milhões serão deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus. Segundo a ONU, contam-se ainda 6.655 civis mortos e 10.368 feridos.


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GUERRA NA UCRÂNIA: Ucrânia já perdeu cerca de 13 mil soldados na invasão da Rússia

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Notícias ao Minuto  02/12/22 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, irá anunciar publicamente os dados oficiais "quando chegar o momento certo".

O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, revelou, na quinta-feira, que as forças armadas da Ucrânia já perderam cerca de 13 mil soldados até agora, na sequência da invasão russa.

"Temos números oficiais do estado-maior, temos números oficiais do comando superior, e eles chegam a [entre] 10 mil e 12.500 a 13 mil mortos", afirmou Podolyak, em declarações ao Kanal 24, cita o The Guardian.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, irá anunciar publicamente os dados oficiais "quando chegar o momento certo".

Recorde-se que a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Leia Também: Zelensky diz que mais de 1.300 prisioneiros foram libertados pelos russos

ONU nomeia nigeriana como coordenadora residente em Timor-Leste

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POR LUSA  02/12/22 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, nomeou a nigeriana Olufunmilayo Abosede Balogun-Alexander, como nova coordenadora residente da ONU em Timor-Leste, anunciou a organização.

O lufunmilayo Abosede Balogun-Alexander, que assumiu funções oficialmente na quinta-feira, tem mais de 30 anos de experiência a trabalhar e a liderar projetos humanitários, de paz e desenvolvimento nas Nações Unidas e em organizações não-governamentais (ONG) internacionais.

Antes de ser nomeada para Timor-Leste, Balogun-Alexander era responsável da Normativa Humanitária e Coordenadora de Ação da ONU Mulheres, agência onde liderou a resposta global das mulheres da ONU às crises humanitárias.

Nas anteriores funções, deu ainda apoio aos escritórios da ONU Mulheres para reforçar a integração de temas de igualdade de género na resposta humanitária das Nações Unidas em países afetados pela crise.

Esteve também destacada na Etiópia e no Quénia, trabalhando com várias instituições, incluindo a ONG Federação Internacional do Planeamento Familiar (International Planned Parenthood Federation).

Liderou a coordenação interagências das Nações Unidas em avaliações conjuntas, no desenvolvimento e aplicação de programas conjuntos da organização, incluindo sobre violência de género, governação e proteção contra a exploração sexual e abuso.

O deputado da Nação, Abdu Mané acompanhado de hóspedes do coordenador do Madem-g15, visitou as aldeias de Geba no leste e de Ingore no Norte, para distribuir roupas usadas e materiais escolares a população carenciada.

Radio Voz Do Povo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

UCRÂNIA/RÚSSIA: Conquistar Ucrânia em 10 dias? Estava na 'bucket list' de Putin

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Notícias ao Minuto  01/12/22 

Conheça o esboço feito por Vladimir Putin, que terá dividido os nomes de alguns responsáveis ucranianos em quatro categorias: os que deviam ser mortos, aqueles que precisavam de intimidação, os que eram neutros e deveriam ser encorajados a colaborar e aqueles que estavam preparados para colaborar.

O presidente da Rússia planeou que a guerra na Ucrânia durasse apenas dez dias, de acordo com documentos obtidos pelo Instituto dos Serviços Reais para a Defesa e Estudos de Segurança (Royal United Services Institute for Defence and Security Studies, RUSI, na sigla em inglês), avança a Sky News.

De acordo com a publicação, esses documentos estarão assinados por Vladimir Putin e não só o responsável russo planeou um combate curto, como também tinha planos para que todo o território ucraniano estivesse anexado em agosto.

Segundo o 'think thank' britânico, apenas um pequeno número de oficiais sabia da dimensão dos planos do presidente e havia mesmo alguns responsáveis da Defesa que não tinham conhecimento da invasão até uma horas antes de esta começar, a 24 de fevereiro.

De acordo com a informação, citada pela Sky News, as forças russas especiais tinham a missão de assassinar responsáveis ucranianos, tendo Moscovo assumido que estes ou "fugiriam ou seriam capturados dada a rapidez da invasão". Para além de ter planeado conseguir o controlado de bancos, estações de eletricidade, campos aéreos, estações de fornecimento de água e do parlamento ucraniano, Putin queria ainda controlar todas as centrais nucleares no país.

O RUSI refere que havia uma lista onde nomes de vários responsáveis ucranianos eram divididos em quatro categorias: os que deviam ser mortos, aqueles que precisavam de intimidação, os que eram neutros e deveriam ser encorajados a colaborar e aqueles que estavam preparados para colaborar.

Segundo o 'think thank', que tem ligações militares, estes documentos tinham planos detalhados sobre como fazer capturas, por forma a que os militares russos se mantivessem no local para controlarem o sistema de energia, e, potencialmente, fazer chantagem com países europeus.

Os documentos do RUSI notaram ainda que para além do "ataque aéreo massivo" planeado contra alvos militares,  Moscovo não planeava destruir caminhos de ferro, por forma a poder abastecer as suas tropas.

Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau Cipriano Cassamá recebeu o Ministro das Comunicadades Cabo-Verde Jorge Santos em visita de cortesia.

Radio TV Bantaba

Marcelino Ntupé acusa Tcherno Bari (tcherninho) do espancamento a que foi alvo, e esse por sua vez nega as acusações

Tcherno Barry "Tcherninho", Chefe de Segurança do Presidente da Republica refuta acusações de alegada implicação no espancamento do advogado Marcalino Intupe, entrevistado hoje pela RTP-África.👇

Radio TV Bantaba

EUA: Biden: "Sabia que a Rússia era cruel, mas não previ que fosse tanto"

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Notícias ao Minuto  01/12/22 

Os presidentes dos Estados Unidos e de França deram, esta quinta-feira, uma conferência conjunta em Washington, no âmbito da visita do líder europeu.

Joe Biden 'abriu' a conferência de impressa reiterando não só o apoio de França e dos Estados Unidos à Ucrânia, como dos restantes aliados.

"Os Estados Unidos e França - juntamente com a NATO, a União Europeia e o G7 - mantemo-nos mais fortes do quer nunca face à agressão da Rússia na Ucrânia", referiu o responsável norte-americano, explicando que falaram "bastante" sobre esse assunto.

Reiterando o apoio à Ucrânia, Biden referiu que a agressão da Rússia tem sido terrível. "Sabia que a Rússia era cruel, mas não previ que fosse tanto", apontou.

"Vamos continuar a apoiar os ucranianos contra a agressão russa", referiu, agradecendo ainda a Emmanuel Macron por receber mais de 100 mil refugiados vindos da Ucrânia. "É um traço de como são os franceses", referiu. Já no início no discurso, Biden falou da relação que os Estados Unidos têm com a França, sublinhando que não só eram aliados históricos, como também eram amigos.

"Putin pensa que pode travar aqueles que se opõem às suas ambições imperialistas, mas atacar civis, infraestruturas, estrangular o acesso à energia à Europa, aumentar a crise alimentar, é magoar pessoas que não estão só na Ucrânia, mas em todo o mundo", continuou.

Já Emmanuel Macron falou do tema da guerra na Ucrânia, tendo referindo que ia aumentar o apoio militar ao país. "Nunca vamos insistir que os ucranianos se comprometam com algo que não é aceitável para eles", referiu, numa declaração que pode ser interpretada como Macron  garantir que nunca irá insistir para que as negociações entre a Ucrânia e a Rússia voltam a acontecer. 

No seguimento destas declarações, Joe Biden referiu ainda que estava disposto a falar com o presidente da Rússia, caso este estivesse disposto a acabar com a guerra - o que parece não ser o caso.

"Mas não o vou fazer sozinho", referiu Joe Biden, referindo-se á decisão ser tomada também pela NATO.

O presidente norte-americano anunciou durante a conferência que os dois países concordaram que a energia limpa deveria ser "mutuamente benéfica". E a cooperação não ficará por aqui, de acordo com Biden. "Estamos a trabalhar para com um Médio Oriente mais próspero e pacífico", afirmou. 

"Trabalhamos estamos ao lado dos iranianos, e para que sejam responsabilizados aqueles que vão contra os direitos humanos no país", notou, sublinhando ainda a "coragem" dos iranianos.

Mas também a China foi tema de conversa nesta conferência, com os dois presidentes a deixarem a promessa de que vão "coordenar" os desafios que podem surgir com a China. 


COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS

Presidida por Sua Excelência Senhor Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, General do Exército Umaro Sissoco Embaló, o Conselho de Ministros reuniu-se hoje, dia 01 de dezembro, em Sessão Ordinária das quintas-feiras, no Palácio da República, em Bissau.

No capítulo de informações gerais, destacaram-se:

• Do Vice Primeiro-Ministro, Ministro da Presidência do Conselho de Ministros Parlamentares e Económica, sobre e Coordenador OS dos Assuntos para Área resultados da Reunião Interministerial para a Reestruturação, em curso, das Entidades Personalizadas do Estado (Empresas e Institutos Públicos).

Falou igualmente dos resultados da Comissão Técnica Interministerial para o acompanhamento e revisão dos preços dos combustíveis e derivados do petróleo e Gás Natural (CTIARP) em ordem à mitigação dos efeitos da crise financeira mundial e seus reflexos no quotidiano dos guineenses.

• Do Ministro de Estado, de Agricultura e Desenvolvimento Rural referente aos ganhos obtidos em decorrência da sua visita de trabalho que efetuou à República do Senegal e que, em muito, irão impulsionar a atividade agrícola nacional, tendo em conta a importância estratégica dos meios agrícolas doados pelo país vizinho, nomeadamente maquinarias, sementes fertilizantes e doses de vacinas para os animais.

Da Ministra da Mulher, Família e da Solidariedade Social, incidindo sobre as comemorações do XXI Aniversário do dia Internacional de não-violência contra as mulheres, subordinado ao lema: Pinte o mundo de laranja: lute contra a violência baseada no género durante a pandemia do Covid-19, através da promoção de uma jornada de 16 dias de ativismo, iniciada a 25 de novembro e que termina à 10 de dezembro corrente, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Na parte DELIBERATIVA, após análise e discussão, o Conselho de Ministros deliberou:

• Aprovar a Proposta de Lei que transpõe a Diretiva n° 01/2011/CM/UEMOA, relativo ao Regime Financeiro das Autarquias Locais.

Bissau, 01 de dezembro de 2022

Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló


Veja Também:

A reunião do Conselho de Ministros. sob a presidência do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embalo, foi marcada por importantes celebrações do Dia Mundial de Combate à Hiv-Sida e Dia Internacional de Não Violência contra Mulher.

@Radio Voz Do Povo

PRESIDENTE VISITA OBRAS DE REABILITAÇÃO DO LICEU NACIONAL “KWAME N´KRUMAH”

Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, General Úmaro Sissoco Embaló visitou demora e atentamente as obras de reabilitação do Liceu Nacional “Kwame N´Krumah”, tendo percorrido e recebido as explicações da empresa e do arquitecto que foram contratados para levar a cabo esta tarefa, que o Chefe de Estado considerou como urgente, necessário e importante.

O General Úmaro Sissoco Embaló foi acompanhado pela Ministra da Educação Nacional e por alguns membros do seu Gabinete e foi interpelado por dezenas de estudantes que manifestaram ao Presidente e Comandante Supremo o seu regozijo por estas obras e também preocupações perante o seu futuro.

O Presidente da República e Comandante Supremo considerou como justas as reivindicações dos estudantes e reafirmou-lhes a sua determinação em corrigir a forma de trabalhar ao nível de alguns sectores vitais ao desenvolvimento nacional o que obrigará o Governo a adoptar novas estratégias de actuação, principalmente nos sectores da educação e da saúde.

O Chefe de Estado relembrou aos estudantes que o funcionamento dos hospitais melhoraram e que hoje o Hospital Nacional “Simão Mendes” registou uma mudança qualitativa e que o mesmo se passará com outros estabelecimentos de saúde do país, hoje já servidos por médicos nacionais que estão sendo ajudados por especialistas senegaleses e nigerianos numa formação mais especializada.

O General Úmaro Sissoco Embaló convidou os estudantes a visitarem as obras de requalificação que a nossa capital enfrenta e a tirarem as devidas ilações pelas obras de melhoramento que algumas avenidas e ruas de Bissau foram alvos com a ajuda de paises e de lideres amigos.

O Presidente Sissoco Embaló anunciou que em Bafatá serão construídos muito brevemente, um hospital e um liceu totalmente modernos, graças ao apoio do Presidente e do Governo da Argélia e que, inclusive, uma equipa técnica argelina já visitou e fez os levantamentos necessários para conceber os projectos e preparar as condições para o arranque imediato das obras.

O Chefe de Estado informou ainda os estudantes presentes na sua visita as obras de reabilitação do Liceu “Kwame N´Krumah” que o país contará muito brevemente com uma escola de nível primário e secundário portuguesa e uma francesa. 

O Presidente da República anunciou igualmente que um Hospital Nacional de Referência será construído brevemente com o apoio dos Emirados Árabes Unidos no recinto onde está instalado o ex-Hospital “3 de Agosto”.

Contudo, o General Úmaro Sissoco Embaló considerou que há desafios muito importantes que o Governo tem que levar a cabo, isto em matéria de actualização, capacitação e requalificação dos professores nacionais a todos os níveis, de modo a que o país possa ter uma educação mais dinâmica e com mais capacidade para servir o ensino guineense, pois uma boa base é sinal forte para se construir o futuro.




O deputado da Nação para Círculo da África deu hoje conferência de imprensa, para alertar sobre o recenseamento eleitoral. Leopoldo da Silva alerta o Presidente da Republica e o Primeiro-ministro para estarem atentos.

Radio Voz Do Povo

Assinala-se hoje, o Dia Mundial de Combate à HIV-Sida. Em Bissau a data foi assinalada com marcha que percorreu a Avenida João Bernardo Vieira e culminou na Praça dos Herois_Império.

Radio Voz Do Povo

Na Guiné-Bissau, a convite do coordenador naciona do MADEM-G15, Sr. Braima Camará, a ONGD - Batalha/Portugal fez uma visita a Geba.

Pelas mãos do seu representante Amadeu Ceiça, fez uma oferta de roupas e materiais didáticos aos citadinos.

Dr. Abdu Mané, líder de bancada parlamentar do MADEM-G15 e Henry Mané - secretário nacional em exercício, acompanharam a entrega dos donativos.

 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

Prosseguem as reuniões entre o Governo e os atores da fileira de caju com vista a exportar a castanha estocada de caju em Bissau.

Depois das Associações dos Agricultores, Intermediários e Exportadores, hoje o Ministro do Comércio Abás Djaló recebeu os Representantes dos Bancos Comerciais do país, com objetivo de criar uma Comissão que visa constituir uma FORÇA_TAREFA à procura de solução viável.

 Radio Voz Do Povo

Foi aberta a quinzena dos Direitos da Criança na presença das Organizações da Sociedade Civil e dos Representantes da Comunidade Internacional residente no país.

 Radio Voz Do Povo


Chegada da Banda Guineense, Os Tabanca Djaz, à Bissau.

Radio TV Bantaba 

LÍDER DO PAIGC: Deputados dissidentes são "sempre um risco" e "reflexo do país"

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POR LUSA  01/12/22 

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) afirmou em entrevista à Lusa que a existência de deputados dissidentes "é sempre um risco" e que isso é um "reflexo" da Guiné-Bissau.

"Eu penso que é sempre um risco e isso é reflexo do país em que vivemos e enquanto não transformarmos a sociedade como um todo, o risco estará sempre presente", disse Domingos Simões Pereira, quando questionado sobre os deputados dissidentes que prejudicaram a representação parlamentar do partido nas duas últimas legislaturas.

Na legislatura que decorreu entre 2014 e 2019, 15 deputados do PAIGC deixaram de acompanhar o partido no parlamento. Na última legislatura, que teve início em 2019, cinco deputados do PAIGC contribuíram para que o partido perdesse a maioria no parlamento.

Para Domingos Simões Pereira, um partido existe para "emprestar uma visão programática própria" e quando os delegados votaram em si foi porque acharam que deve manter as posições que o partido tem assumido sob a sua liderança.

"Até aqui, e isto não é um fenómeno de há quatro ou oito anos, as pessoas apresentam-se no partido, integram as listas do partido, são eleitos como deputados e a partir do momento em que são eleitos entendem que podem transformar o seu mandato em algo mercantil, que vão negociando", explicou Domingos Simões Pereira.

O líder do PAIGC explicou que ocorreram situações em que o partido ganhava eleições com maioria absoluta e tinha de negociar com os seus deputados entes de levar o seu programa à Assembleia Nacional Popular.

"E não é negociar no sentido de esclarecer a sua visão no programa eleitoral, incorporar mais uma medida, não é isso, é discutir dinheiros, quando é que se vai pagar a cada deputado para poder votar no seu programa", afirmou.

"Acho que isso é uma aberração, uma contra decência em todos os sentidos e, portanto, desde 2014 fizemos uma opção. Eu enquanto líder do PAIGC fiz uma opção. O PAIGC vai fixar a sua linha de orientação, em função dos seus princípios em relação ao seu programa e os seus militantes e os seus dirigentes têm obrigação de respeitar os princípios programáticos do partido", salientou Domingos Simões Pereira.

O líder do PAIGC afirmou que tenta sempre assegurar que todas as decisões passam pelos órgãos superiores do partido, que acompanham as suas propostas.

"Acha normal que em assuntos essenciais como a governação, como programa estratégico, revisão da Constituição, um deputado do PAIGC se reserve no direito de contrariar tudo isso, pior, contrariando e colocando o seu mandato à disposição de outras forças a troca de dinheiro, de favores, de compensações", questionou Domingos Simões Pereira.

O líder do PAIGC considerou que o "povo guineense já está a perceber" e ainda vai "perceber melhor a contribuição inestimável" que o partido está a dar.

"Eu já afirmei em 2015 que se a questão fosse simplesmente negociar para acomodar os nossos interesses quem estava em melhor posição de negociar do que eu, que estava como primeiro-ministro, mas há aqui um princípio, quem representa o PAIGC representa uma história e a história vem associada a uma grande responsabilidade", salientou.


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PR Umaro Sissoco Embalo recebe esta quinta-feira, (01.12) em audiência os Presidentes de Contas da Guiné-Bissau, Portugal e Senegal.

Radio Voz Do Povo

ÁFRICA: ONU pede mais fundos para responder às crescentes crises humanitárias

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POR LUSA  01/12/22 

A ONU pediu hoje mais fundos, em 2023, para responder às crescentes necessidades humanitárias, impulsionadas pelo conflito na Ucrânia e pelos efeitos das alterações climáticas, tais como o risco de fome em África.

As agências humanitárias da ONU vão precisar de 51,5 mil milhões de dólares (49,6 mil milhões de euros) no próximo ano, um aumento de 25%. Estes fundos vão permitir financiar programas para ajudar 230 milhões das pessoas mais vulneráveis em 68 países.

"O próximo ano será, portanto, o maior programa humanitário alguma vez lançado a nível mundial", disse aos jornalistas o chefe da agência humanitária da ONU, Martin Griffiths.

Espera-se que um total de 339 milhões de pessoas em todo o mundo precisem de assistência de emergência no próximo ano, contra 274 milhões em 2022.

"É um número enorme e deprimente", lamentou.

O britânico salientou também que as necessidades humanitárias, que atingiram o auge com a pandemia de covid-19 e não diminuíram desde então.

"Secas mortíferas e inundações estão a cobrar o seu preço (...) do Paquistão ao Corno de África. A guerra na Ucrânia transformou parte da Europa num campo de batalha. Mais de 100 milhões de pessoas estão deslocadas em todo o mundo. E tudo isto para além da devastação que a pandemia causou nas pessoas mais pobres do mundo", alertou.

O apelo das Nações Unidas para obter mais fundos pinta um quadro sombrio da situação global.

Pelo menos 222 milhões de pessoas em 53 países estarão extremamente inseguras em termos alimentares até ao final de 2022. Quarenta e cinco milhões de pessoas em 37 países estão em risco de morrer de fome.

"Cinco países já estão a viver aquilo a que chamamos condições de fome, onde podemos dizer (...) pessoas estão a morrer por causa de terem sido forçadas a deslocar-se, insegurança alimentar, falta de alimentos", disse Griffiths.

Estes são o Afeganistão, Etiópia, Haiti, Somália e Sul do Sudão, de acordo com o porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU Jens Laerke.

A saúde pública está também sob pressão em todo o mundo, com a persistência da covid-19 e da mpox (nome dado esta semana pela Organização Mundial de Saúde à doença monkeypox), o ressurgimento do Ébola no Uganda e os múltiplos surtos de cólera em todo o mundo, nomeadamente na Síria e no Haiti.

Tudo isto está a acontecer num contexto de alterações climáticas, que está a aumentar os riscos e vulnerabilidades, particularmente nos países pobres. No final do século, o calor extremo poderá matar tantas pessoas quanto o cancro, de acordo com a ONU.

Em 2022, o apelo foi financiado a 47%, enquanto anteriormente, "antes dos últimos dois a três anos, temos tido um financiamento global de 60 a 65%", disse Griffiths.

A generosidade dos doadores não é suficiente para compensar o rápido crescimento das necessidades, explicou, dizendo esperar que "2023 será o ano da solidariedade, após um ano de sofrimento em 2022".

De acordo com a ONU, a diferença de financiamento nunca foi tão grande, e está atualmente nos 53%, forçando as organizações humanitárias a escolher as populações que vão beneficiar da ajuda.

O país para o qual a ONU necessitará mais fundos no próximo ano é o Afeganistão, seguido pela Síria, Iémen e Ucrânia, à frente da Etiópia.


ESPANHA: Explosivo intercetado tinha como destinatário primeiro-ministro espanhol

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Notícias ao Minuto  01/12/22 

Depois da explosão registada na embaixada ucraniana, as autoridades espanholas detetaram uma série de cartas-bombas em várias localizações, em Madrid e Saragoça.

As autoridades espanholas informaram esta quinta-feira que foi detetado um envelope com "material pirotécnico" que tinha como destinatário Pedro Sánchez, o primeiro-ministro espanhol.

Segundo as informações dadas pelo governo espanhol, citadas pelo El País, a encomenda foi recebida no passado dia 24 de novembro e será semelhante às cartas-bombas encontradas nas últimas 24 horas em Madrid e Saragoça.

O El Mundo explica que foram detetadas encomendas que tinham como alvos o presidente do governo espanhol, o Ministério da Defesa e a base aérea de Torrejón de Ardoz, que somam-se às duas encontradas na quarta-feira.

No total, são então cinco as encomendas suspeitas que chegaram às mãos das autoridades espanholas, incluindo o incidente na embaixada da Ucrânia.

Segundo disse a Polícia Nacional ao El Mundo, a carta enviada ao primeiro-ministro foi detetada e neutralizada pelos serviços de segurança da presidência do governo espanhol. O engenho suspeito foi enviado através de correio postal normal, sem indicação de remetente.

A interceção deu-se no passado dia 24 de novembro e foi notificada ao Tribunal Nacional, mas só foi comunicada hoje depois de o Ministério da Defesa ter recebido esta manhã uma carta incendiária não-explosiva, que se ativa quando é aberto o selo. O engenho foi também detetado pelos serviços de segurança.

Esta madrugada, as autoridades espanholas encontraram a terceira carta-bomba na base aérea espanhola, localizada na periferia de Madrid. O engenho foi detetado graças a uma análise de raios-X e continua um "artefacto incendiário" e tinha como destinatário um novo Centro de Satélites, que tem ajudado a Ucrânia com serviços de inteligência.

A sequência de explosivos começou na tarde de quarta-feira, quando uma carta-bomba explodiu na embaixada ucraniana, em Madrid, deixando ferimentos leves num segurança. O engenho tinha como destinatário o embaixador ucraniano e suscitou preocupações por parte do ministério dos Negócios Estrangeiros em Kyiv.

As autoridades estão a estudar a possibilidade de este se tratar de um ato de terrorismo, mas a investigação ainda não foi concluída. Está também a ser estudada a ligação entre todos os eventos.

Horas depois da primeira carta-bomba, foi detetado um novo dispositivo, desta vez numa fábrica de armamento em Saragoça, tendo sido detonada em segurança pela polícia.


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