sábado, 17 de setembro de 2022

Senegal volta a ter primeiro-ministro após a abolição do cargo em 2019

© Lusa

Por LUSA 17/09/22 

O presidente do Senegal, Macky Sall, nomeou hoje Amadou Ba como novo primeiro-ministro, cargo que abolira em 2019 e depois recuperara em dezembro de 2021, tendo aguardado a realização de eleições locais e legislativas antes da nomeação de hoje.

Amadou Ba, antigo ministro das Finanças, foi nomeado por decreto presidencial num país muito dividido politicamente, cinco dias após uma reabertura parlamentar marcada por um conjunto de incidentes.

Perante o aumento dos preços, o novo chefe de Governo, antigo ministro das Finanças entre 2013 a 2019, e dos Negócios Estrangeiros entre 2019 e 2020, terá a tarefa de conduzir "amplas consultas" e tomar "novas medidas" a nível social, disse Macky Sall na noite de sexta-feira, num discurso à nação transmitido na televisão nacional.

"As medidas para reduzir o custo de vida e apoiar o emprego e o empreendedorismo dos jovens, a luta contra as inundações e as rendas elevadas continuarão a ser para mim a prioridade das prioridades", disse o chefe de Estado senegalês.

Estas prioridades foram hoje recordadas pelo novo primeiro-ministro no seu primeiro discurso, após a leitura do decreto de nomeação pelo secretário-geral da Presidência.

A abolição do cargo de primeiro-ministro em maio de 2019 deveria tornar o funcionamento do Estado mais fluido, e tinha estabelecido um novo equilíbrio de poder ao reforçar o caráter presidencial do regime senegalês.

Na ocasião, a oposição e parte da sociedade civil consideraram a abolição deste cargo como uma tentativa do Presidente Sall para tomar o poder.

Quase três anos e meio depois, o chefe de Estado continua a ser criticado pela oposição pela sua conduta solitária de poder.

Macky Sall, eleito em 2012 por sete anos e reeleito em 2019 por cinco anos, mantém ainda por esclarecer quais as suas intenções para 2024.


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Preço de produtos alimentares: ECONOMISTA EXORTA O GOVERNO A REMOVER BARREIRAS E A REVER AS TAXAS

 JORNAL ODEMOCRATA  17/09/2022  

O economista guineense, Serifo Só, exortou o governo a preocupar-se em remover as barreiras de controlo nas fronteiras e no setor autónomo de Bissau, bem como a trabalhar seriamente na revisão de algumas taxas aplicadas sobre a importação de mercadorias, particularmente aos produtos de primeira necessidade.

O governo decidiu baixar, através de despacho datado de 02 de setembro de 2022 a que a redação do semanário O Democrata teve acesso na terça-feira, 06 do mês em curso, os preços de produtos da primeira necessidade no mercado nacional, designadamente: o arroz cem por cento partido, que saiu de 21 a 22 mil fcfa para 19 mil fcfa por 50 kg; açúcar de 50 kg que se vendia no valor de 30 mil fcfa passa a custar agora 27 mil fcfa e farinha trigo que saiu de 25 mil para 23 mil fcfa por 50 kg.

A decisão, de acordo com o executivo, visa essencialmente minimizar o sofrimento da população e, resulta de um trabalho técnico da Comissão Interministerial instituída pelo Conselho de Ministros para rever os preços dos produtos de primeira necessidade.

De acordo com o mesmo despacho, a medida visa ajudar a população a enfrentar o contexto atual induzido pela “pandemia de COVID-19, a Guerra na Ucrânia e agravado no plano endógeno pela saída da empresa, MAERSK LINE do país”. No despacho conjunto assinado pelos ministros das Finanças e do Comércio, o governo mostrou-se determinado em enfrentar os desafios, mesmo que sejam excepcionais e, esclarece que, a Guiné-Bissau ficou afetada com as flutuações do custo dos produtos essenciais no mercado internacional. 

Sobre a medida, o economista Serifo Só alertou o governo que não devia tomar a decisão de fixar ou baixar preços de produtos da primeira necessidade. Acrescentou que as autoridades nacionais deveriam concentrar-se em saber o que está na origem de aumento dos preços de produtos no mercado, como também ter a coragem de remover todas as barreiras, os postos de controlo de fronteira e no setor autónomo de Bissau, bem como fazer a revisão de algumas taxas impostas a mercadorias importadas, em particular os produtos da primeira necessidade. 

O economista afirmou que concorda em parte com o despacho do governo ao citar a situação da pandemia de coronavírus e a guerra na Ucrânia, mas assegurou que não são apenas esses fatores que abalaram a economia mundial.

“Existem outros fatores internos que devem ser removidos para facilitar a circulação de pessoas que trazem produtos de países vizinhos para vender. A nível de fatores externos, a situação da Covid-19 e da guerra da Rússia e Ucrânia, dois países com maior produção de trigo. Deve-se igualmente à posição cambial da principal moeda das transações comerciais internacionais, Note-se que o dólar tem um valor cambial igual à do euro neste momento, de maneira que estes são os fatores externos”, contou.

Relativamente às condicionantes do fator interno, explicou que o aumento dos impostos aos funcionários públicos o qual incidiu sobre rendimento dos consumidores e comerciantes, tendo acrescentado que outro fator tem a ver com descontrolo nas instituições públicas nomeadamente o desemprego, refletindo-se na subida dos preços.

“A Guiné-Bissau é um país que importa tudo, até mesmo a cultura, então as pessoas que trazem produtos da Gâmbia e do Senegal para vender, enfrentam enormes barreiras em termos de pagamentos, nos diferentes postos da Guarda Nacional e Guarda Fiscal. Tudo isso acaba por refletir-se no consumidor final, porque quando o comerciante faz a estrutura de custo de todos estes componentes e a demora que faz no caminho, acaba por acrescentar algum valor para não perder, então essa situação refletiu-se bastante nos preços dos produtos no mercado” disse para de seguida, exortar o governo de trabalhar seriamente na eliminação dessas barreiras e na revisão das taxas e impostos sobre os produtos da primeira necessidade.

O presidente da Associação dos Consumidores de Bens e Serviços (ACOBES), Bambo Sanhá, nega que o governo tenha baixado os preços de produtos de primeira necessidade, acusando-o de ter legitimado os preços que têm sido praticados pelos comerciantes no mercado nacional. Acusou também os comerciantes de estarem a especular os preços no mercado nacional, fixando um saco de açúcar em 27 mil francos CFA, 19 mil francos CFA para arroz e 23 mil francos CFA para farinha de trigo.

Bambo Sanhá lembrou que há três meses o governo produziu um despacho, no qual fixou 50 kg de por 17.500 franco CFA, um saco de açúcar 25 mil francos CFA e farinha trigo 23 mil francos CFA, mas esse despacho não terá sido cumprido por parte de alguns operadores econômico, justificando que não têm garantia para compensar as próximas importações, uma vez que haviam pago todas as obrigações, antes de o governo baixar a base tributária de 9 para 7 mil francos CFA.

“As populações não estão a beneficiar com o despacho. Por isso, para nós [ACOBES] não houve e nem haverá diminuição dos preços de produtos da primeira necessidade, o que houve é a ausência de autoridade de estado em fazer os comerciantes cumprirem com o primeiro despacho, através de uma inspeção geral de comércio. Assim podemos dizer que não há medidas para estancar a subida de preço dos produtos da primeira necessidade no mercado nacional”, disse Bambo Sanhá.

 Por: Aguinaldo Ampa  

Voar para o espaço "será normal" dentro de 100 anos

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Por LUSA  17/09/22 

O astronauta alemão Matthias Maurer considera que "será normal" voar para o espaço dentro de 100 anos como hoje é vulgar voar de avião, mas será preciso criar regras como as que existem para controlar o tráfego aéreo.

Matthias Maurer falava à agência Lusa, à margem de uma iniciativa promovida pela agência espacial portuguesa Portugal Space, que o levou na sexta-feira a fazer com 30 jovens um voo parabólico, a partir de Beja, que simulou o efeito de gravidade zero, apenas sentido pelos astronautas no espaço.

"Acredito que em 100 anos será normal voar para o espaço como agora é normal voar para Espanha ou para os Estados Unidos em férias", disse, quando questionado sobre o futuro do turismo espacial, que teve um 'boom' em 2021, com viagens suborbitais, mas também orbitais até à Estação Espacial Internacional (EEI), apenas acessíveis a milionários.

O astronauta da Agência Espacial Europeia (ESA), que em maio regressou de uma missão, a primeira, na EEI, onde esteve seis meses, lembrou que hoje viaja-se de avião como não se fazia há 100 anos e que para voar para o espaço de forma mais consistente terá de haver regras.

"Não há regras no espaço, mas se voarmos num avião temos controlo de tráfego aéreo", assinalou, acrescentando que é preciso também evitar a produção de mais lixo espacial, usando foguetões e naves reutilizáveis e desenvolvendo tecnologia que permita "remover grandes satélites" desativados "antes de colidirem".

Matthias Maurer, 52 anos, considera que, dependendo da vontade política, haverá astronautas a voarem para Marte na década de 2040, ou até antes, dado que o conhecimento e a tecnologia espaciais aceleraram muito nos últimos dez anos. Os Estados Unidos ambicionam levar na década de 2030 astronautas para a superfície do planeta, onde terá havido água líquida e vida no passado.

"Voar para o espaço está a entrar numa nova era", afirmou, salientando que se pode aprender com as alterações climáticas de Marte para controlar as da Terra.

Durante a sua missão na EEI, a que chamou de "Beijo Cósmico", por ser uma "declaração de amor ao espaço", Matthias Maurer, formado em ciência dos materiais, fez mais de uma centena de experiências científicas, incluindo testes de novos materiais antimicrobianos, para evitar por exemplo contágios em hospitais por contacto com superfícies contaminadas.

Da cúpula da EEI, uma janela que se "abre" para o espaço, viu "o impacto dos humanos" na Terra, da qual a estação dista 400 quilómetros. Viu não só os efeitos da desflorestação, mas também os da guerra na Ucrânia, que observada do céu surgia "completamente às escuras", apenas pontuada pelos "clarões" de explosões.

Uma das lições que retirou da sua estada na Estação Espacial Internacional é que na Terra, a bem da sua sustentabilidade, todos deviam "trabalhar juntos", em cooperação, tal como os astronautas fazem na EEI, para "serem bem-sucedidos" na sua missão.

"Como humanidade, precisamos de trabalhar juntos e garantir que tratamos o planeta de forma sustentável", sublinhou.

Sobre futuras missões, Matthias Maurer admitiu que podem eventualmente passar por uma nova estada na EEI ou uma viagem à Lua - até à sua órbita ou até à sua superfície.

PAIGC: Portugal em "silêncio cúmplice" face a regime "totalitário" na Guiné-Bissau ...Domingos Simões Pereira

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Por LUSA 17/09/22 

O presidente do PAIGC lamentou o "silêncio cúmplice" de Portugal face às violações dos direitos do povo da Guiné-Bissau por parte de um regime "totalitário", liderado pelo chefe de Estado, que "investe em mecanismos de repressão".

Em entrevista à agência Lusa em Lisboa, Domingos Simões Pereira referiu que atualmente "a comunidade internacional tem falta de liderança", mas lamentou sobretudo a posição de Portugal.

"Pela relevância que Portugal tem junto da União Europeia, junto das Nações Unidas e de outras organizações, de facto, o seu silêncio é cúmplice, porque não se limita a ser um silêncio, já houve manifestações de apoio, já houve manifestações de aproximação sem serem acompanhadas de uma tentativa de compreender a realidade", referiu o líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, na oposição).

Domingos Simões Pereira considerou que este silêncio "preocupa muito" a comunidade guineense em Portugal, que "acompanha e vê o povo português como um povo irmão" e "tem dificuldades em compreender determinados sinais" em vez de apoio para "tentar ajudar a ultrapassar essas situações".

O dirigente do PAIGC considera que o chefe de Estado guineense quer um poder totalitário e investe em meios de repressão do povo em vez de assegurar as suas necessidades básicas.

"Neste momento há um investimento forte da administração, portanto do Governo guineense, não nas escolas, não nos hospitais, não naquilo que é do interesse do povo guineense, mas nos mecanismos de repressão, na aquisição de meios para o controlo de manifestações, para a intimidação do povo", disse.

Simões Pereira, quando instado a dar exemplos dessa repressão, referiu que as pessoas são espancadas por qualquer motivo. "Isto entrou para o dia-a-dia do cidadão guineense, o cidadão guineense hoje é espancado porque, por exemplo, rezou num dia em que não devia rezar".

O próprio líder do PAIGC já foi diversas vezes impedido de sair do país, considerando que as ordens judiciais nesse sentido derivam de ordens políticas do regime guineense.

Domingos Simões Pereira referiu ainda a contradição das decisões do Governo como, por um lado, mandar para casa cerca de 1.000 médicos "porque o processo de recrutamento foi considerado menos transparente" e, por outro, "recruta mais de 10.000 agentes de segurança, quase como um exército paralelo".

Neste sentido, considerou que "a perceção que Umaro Sissoco Embaló tem do poder é o totalitarismo".

"Para ele a democracia é: ele dá ordens e os outros executam. E quando o que está a ser executado lhe parece não coincidente com o seu interesse e as suas ordens, ele pensa que tem o direito de chamar as forças de segurança e as forças de defesa para corrigirem aquilo que ele entende estar mal", disse, referindo-se ao Presidente.

Questionado sobre com que armas pretende combater este regime, disse que é preciso continuar "a alertar o povo guineense" de que os seus direitos "estão a ser postos em causa".

"Impõe-se neste momento que o povo se mobilize, que o povo compreenda a importância de assegurar os seus direitos fundamentais e as suas liberdades e todos juntos podermos realmente pôr fim a esta tentativa de sufoco da sociedade e dos direitos do povo guineense", defendeu.


Ucrânia? "[Putin] não será capaz de fazer o que inicialmente pretendia"

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Por LUSA  17/09/22 

As contrariedades e os recursos limitados de Moscovo na Ucrânia demonstram que as suas forças são incapazes de alcançar os objetivos iniciais do Presidente Vladimir Putin, referiu esta sexta-feira o chefe dos serviços de informações militares do Pentágono.

"Estamos a chegar a um ponto em que acho que Putin terá que rever quais são os seus objetivos para esta operação", sublinhou o tenente-general Scott Berrier, diretor da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em Inglês).

Para Berrier, está "bem claro agora que ele [Putin] não será capaz de fazer o que inicialmente pretendia fazer", salientou, durante uma conferência de inteligência e segurança nacional que decorreu fora de Washington.

Putin enviou as suas tropas para a Ucrânia em fevereiro com o objetivo de derrubar o governo ucraniano próximo do Ocidente, segundo as autoridades norte-americanas.

As forças ucranianas expulsaram os combatentes russos das suas posições ao redor da capital da Ucrânia no início da guerra.

Na semana passada, Moscovo sofreu outro grande revés, quando uma contra-ofensiva ucraniana forçou as suas tropas a recuar de grandes áreas do nordeste da Ucrânia.

"Os russos planearam uma ocupação, não necessariamente uma invasão, e isso atrasou-os", realçou Berrier, citando a relutância de Putin até agora em mobilizar totalmente as forças russas para obter mais mão-de-obra nos combates.

O Presidente Joe Biden e outros funcionários do governo norte-americano tiveram até agora o cuidado de não considerar a última retirada da Rússia como uma vitória ucraniana ou um ponto de viragem na guerra, e analistas alertam que é impossível avaliar o que pode estar por acontecer.

"Ele [Putin] está a chegar a um ponto de decisão. Qual será essa decisão, não sabemos. Mas isso determinará em grande parte quanto tempo este conflito durará", acrescentou Berrier.

Questionado sobre as preocupações de que Putin possa lançar armas de destruição em massa se continuar a sofrer derrotas no campo de batalha pelas forças ucranianas apoiadas pelos EUA e pela NATO, o vice-diretor da CIA, David Cohen, afastou essa ideia.

"Não acho que devemos subestimar o objetivo de Putin em cumprir a sua agenda original, que era controlar a Ucrânia. Não acho que tenhamos visto qualquer razão para acreditar que ele se afastou disso", referiu.

Mas também alertou que os EUA não devem subestimar o "apetite pelo risco" de Putin, lembrando que oficiais russos e o próprio chefe de Estado fizeram alusões ao arsenal nuclear da Rússia, ao alertar a NATO para não se envolver no conflito.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

"Juntos venceremos". Zelensky agradece novo envio de armamento pelos EUA

© Alexey Furman/Getty Images

Por LUSA  16/09/22 

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu hoje ao seu homólogo norte-americano, Joe Biden, o último envio de armamento autorizado na quinta-feira, avaliado em 600 milhões de dólares, aproximadamente o mesmo valor em euros.

"A nossa interação demonstrou a sua eficácia em primeira linha. A Ucrânia procura ser livre. E com o apoio sincero e a solidariedade dos parceiros, o mundo inteiro surpreende-se. Juntos venceremos", indicou Zelensky em mensagem no Twitter.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, autorizou na quinta-feira uma nova entrega de armamento à Ucrânia que eleva para 15,8 mil milhões de dólares a ajuda militar total norte-americana concedida ao exército ucraniano.

A Rússia advertiu os Estados Unidos que caso seja enviado armamento de longo alcance, como tem solicitado Zelensky para presumivelmente atacar posições russas na Crimeia, Washington arrisca-se a ultrapassar uma "linha vermelha".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Leia Também: ONU permite que Zelensky faça discurso virtual na Assembleia Geral

Conferência de imprensa da Comissão organizadora do II° Congresso do MADEM G-15, a ter lugar no ilhéu de Gardete dia 30 de setembro a 2 de outubro.

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

Ukraine government organization: In the past week, the #UAarmy received thousands of tons of ammunition as a gift from the Armed Forces of 🇷🇺 Please note that we do not accept gifts from murderers, torturers, looters, or rapists. In the coming days, we will return everything, right down to the last shell.

Defense of Ukraine  @DefenceU

RÚSSIA/UCRÂNIA: Putin avisa que guerra pode ficar mais "séria" e recusa "ajustes"

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Notícias ao Minuto  16/09/22 

Putin defendeu que o plano da Rússia na Ucrânia "não está sujeito a ajustes", recusando assim os avanços das tropas ucranianas dos últimos dias.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, avisou, esta sexta-feira, que a situação pode piorar na Ucrânia e que não tem pressa em terminar a sua denominada "operação militar especial", rejeitando ainda ajustes na mesma face aos avanços das tropas ucranianas, que pareceu recusar.

"As autoridades de Kyiv anunciaram que lançaram e estão a conduzir uma operação contraofensiva ativa. Bem, vamos ver como ela se desenvolve, como termina", disse Putin, numa conferência de imprensa, no Uzbequistão, fazendo esta declaração com um sorriso no rosto, tal como destaca a Reuters.

Sublinhe-se que esta foi a primeira vez que Putin falou publicamente sobre os recentes avanços da Ucrânia e a derrota das suas tropas, sobretudo na região de Kharkiv.

O chefe de Estado russo abordou depois os ataques que se sucederam a estes avanços, nomeadamente contra estruturas hidráulicas e de eletricidade, e deixou um aviso.

"Recentemente, as forças armadas russas infligiram alguns golpes sensíveis. Vamos supor que sejam um aviso. Se a situação continuar a desenvolver-se assim, a resposta será mais séria", avisou.

Questionado sobre se a chamada "operação militar especial" não precisava de ser corrigida, Putin recusou.

"O plano não está sujeito a ajustes", afirmou.

"O Estado-Maior considera uma coisa importante, outra secundária - mas a tarefa principal permanece inalterada e está a ser implementada", defendeu. "O objetivo principal é a libertação de todo o território do Donbass", acrescentou.

"Este trabalho continua, apesar das tentativas de contra-ataques das forças ucranianas. As nossas operações defensivas no Donbass não param (…). Estão a um ritmo lento, mas continuam. Gradualmente, o exército russo está a ocupar novos territórios", rematou.

Recorde-se que, pouco antes, Putin tinha afirmado que a Rússia faria de "tudo" para acabar com a guerra o mais "rapidamente possível". Esta posição foi transmitida ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, depois de este o confrontar diretamente, dizendo que não estamos numa "era de guerra". 


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Notícias ao Minuto 16/09/22 

A mulher contou o que viu e viveu durante os três meses em que esteve detida pelos russos.

Uma médica ucraniana torturada pelas forças russas explicou como ela embalou outros prisioneiros enquanto eles morriam durante os seus três meses em cativeiro. 

O relato foi feito por Yuliia Paievska aos legisladores norte-americanos que pertencem à Comissão de Segurança e Cooperação na Europa – também conhecida como Comissão de Helsinque dos EUA.

A médica foi detida em março, depois de ter sido mandada parar numa operação de verificação dos documentos. . Antes de ser capturada, a médica conseguiu fazer chegar aos jornalistas da AP um micro cartão de memória com 256 gigabytes de imagens filmadas com uma câmara de corpo. Os vídeos mostram o dia-a-dia da sua equipa de salvamento, em Mariupol, quando esteve sob cerco russo. 

A tortura, conta, começava com os ucranianos a tirarem as roupas antes de serem agredidos. Yuliia recordou ainda como os detidos se ouviam durante semanas, “morrendo depois da tortura sem qualquer ajuda médica”, cita a AP.

Da sua experiência, lembrou que durante uma sessão tortura, um russo lhe perguntou “Sabes porque te fazemos isto?”, ao que a médica respondeu “porque podem”. Das vezes que pediu para ligar ao marido, responderam-lhe que andava a ver "muitos filmes americanos", e que não teria direito a chamada alguma. 

Como se o horror não fosse suficiente, a médica conta ainda que os torturadores incentivavam os prisioneiros -. ela incluída - a que se suicidassem. 

A médica referiu ainda um menino de sete anos que morreu no seu colo por não haver equipamento médico para salvá-lo, bem como um amigo a quem fechou os olhos “antes do corpo ter arrefecido”.

Segundo o autarca de Mariupol, pelo menos 10.000 pessoas desapareceram da cidade durante o cerco russo. O governo da Ucrânia diz ter documentado quase 34.000 crimes de guerra russos desde que a guerra começou em fevereiro.

O Tribunal Penal Internacional e 14 países membros da União Europeia também iniciaram investigações.


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Notícias ao Minuto  16/09/22 

Cerca de 99% dos corpos exumados, esta sexta-feira, em Izyum, têm sinais de morte violenta, avançou Oleg Synegubov, governador regional, no Telegram.

"A escala dos crimes cometidos pelos ocupantes em Izyum é enorme. Isto é um terror brutal e sangrento. Bucha, Irpin, Mariupol (...) Este é o genocídio do povo ucraniano", começou por escrever.

"Entre os corpos exumados hoje, 99% apresentavam sinais de morte violenta. Há vários corpos com as mãos amarradas nas costas, e uma pessoa está enterrada com uma corda no pescoço. Obviamente, estas pessoas foram torturadas e executadas. Há também crianças entre os enterrados", revelou.

Segundo o responsável ucraniano, "a maioria dos túmulos nem tem nomes", "há apenas uma marca com um número".

Depois de identificados os corpos, "todos eles serão enterrados com o devido respeito", disse.

"Cada morte será investigada e tornear-se-á evidência dos crimes de guerra da Rússia nos tribunais internacionais", concluiu.

Recorde-se que as autoridades ucranianas desenterraram corpos, num cemitério, numa zona recentemente recapturada às forças russas.

Trabalhadores retiraram corpo após corpo do solo arenoso numa floresta de pinheiros, onde as autoridades dizem estar 445 sepulturas.

As forças ucranianas conseguiram acesso ao local depois de terem recapturado Izyum, bem como grande parte da região de Kharkiv, numa contraofensiva contra o Exército russo.

A agência de Direitos Humanos da ONU já disse que vai investigar as mortes.


ONU lança iniciativa para promover desenvolvimento económico em África

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Por LUSA  16/09/22 

A Organização das Nações Unidas lançará na próxima semana o 'Global Africa Business Initiative' (GABI, na sigla em inglês), iniciativa para promover o crescimento sustentável dos negócios e o desenvolvimento económico no continente africano.

Organizado pelo Pacto Global das Nações Unidas em parceria com a União Africana, com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) África, Comissão Económica das Nações Unidas para África e gabinete do conselheiro especial da ONU para o continente africano, o lançamento terá lugar em Nova Iorque, no domingo e segunda-feira, à margem da abertura da semana de alto nível da 77.ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

"O GABI é sobre os líderes da África redefinirem a narrativa global e posicionarem as principais parcerias para proporcionar um crescimento sustentável inclusivo para as pessoas e para o planeta", disse Amina J. Mohammed, vice-secretária-geral da ONU, citada em comunicado.

"O próximo capítulo para a África começa por criar pontes para novas oportunidades, onde os africanos chegam ao cenário global para contar as suas próprias histórias e desenvolver poderosos motores económicos -- nos seus próprios termos", acrescentou a diplomata.

Sob o título "África imparável", o evento estará focado nas conversas sobre crescimento económico e oportunidades de investimento, destacando possibilidades em todos os setores.

"O GABI reunirá chefes de Estado africanos, lideranças e filantropos da ONU, bem como 'CEO' [presidentes executivos] e atores-chave do setor privado para ativar um poderoso ecossistema de negócios que promove a prosperidade para todos os africanos e cidadãos do mundo. O evento está pronto para marcar o início de um diálogo crescente com e entre os líderes africanos sobre o impacto do continente no crescimento global", indicou a organização em comunicado.

Entre os oradores esperados no evento está António Guterres, secretário-geral da ONU, Alassane Ouattara, Presidente da Costa do Marfim, Melinda Gates, da Fundação Bill e Melinda Gates, Darren Walker, presidente da Fundação Ford, entre muitos outros.

GUINÉ-CONACRI: Julgamento de massacre de mais de 150 pessoas em Conacri começa dia 28

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Por LUSA  16/09/22 

O aguardado julgamento do massacre do estádio Conakry, em 2009, que marcou a história contemporânea da Guiné-Conacri, terá início em 28 de setembro, anunciou hoje o ministro da Justiça, Alphonse Charles Wright.

Em 28 de setembro de 2009, as forças de segurança da Guiné-Conacri mataram pelo menos 157 pessoas e violaram 109 mulheres no estádio, onde milhares de opositores à candidatura presidencial do então líder da junta, Moussa Dadis Camara, estava reunidos, de acordo com uma comissão de inquérito das Nações Unidas.

O julgamento irá "revisitar" a história do país e assegurar que todos saem dele "com uma nova visão da Guiné, onde a impunidade deixará de ter o seu lugar", disse o ministro da Justiça, citado pela agência France-Presse, após uma reunião do comité diretor do julgamento.

O julgamento, acrescentou, poderia permitir ao país avançar para o "processo de reconciliação que tem sido tão procurado".

A investigação judicial terminou em dezembro de 2017, levando uma dúzia de arguidos a tribunal, incluindo Moussa Dadis Camara.

Mas as vítimas e os seus familiares aguardavam por este julgamento com ansiedade, que foi repetidamente adiado apesar das garantias das autoridades lideradas pelo antigo Presidente Alpha Condé, que governou entre 2010 e 2021.

Os ativistas e defensores dos direitos humanos têm insistido na ida a julgamento dos arguidos, argumentando que isso seria um passo em frente contra a impunidade que afirmam ser a norma na Guiné-Conacri.


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Ensino público - ” Suspenção de novas admissões no sector foi balde de água fria sobre a Cooperativa Escolar São José”, diz diretor executivo


Bissau, 16 Set 22 (ANG) – O diretor executivo da Cooperativa Escolar “São José(CESJ)”, disse que a decisão do Governo de suspender as novas admissões nos sectores da educação e saúde, foi um “balde de água fria” sobre a instituição, por desencorajar a direção daquele estabelecimento de ensino.

Raul Daniel da Silva falava hoje na cerimónia de entrega de certificados aos professores das escolas comunitários do sector de Bissorã, Região de Oio, norte do país, participantes do curso intensivo de formação decorrido entre 09 e 16 de Setembro sob o lema “O que distingue o profissional do amador”.

“A Direção da CESJ lança um vibrante apelo ao Governo para a ponderar essa decisão, que põe em causa o esforço coletivo, sobretudo das escolas vocacionadas para a formação dos professores e do pessoal de saúde,  sectores sociais que merecem maior atenção”, disse.

O Governo decidiu em Conselho de Ministros do dia 25 de Agosto, a suspensão de admissões de novos ingressos de professores e de técnicos de saúde na função pública.

O diretor executivo da Cooperativa Escolar São José pede ainda a ponderação do Governo em relação a suspensão provisória de isenções ao pagamento de taxas aduaneiras de que as ONGs e Entidades Religiosas beneficiavam, sustentando que a decisão afeta parceiros do Governo na Luta contra a pobreza.

Em relação ao seminário de formação intensivo dos professores das escolas comunitárias de sector de Bissorá, Raúl Daniel Informou que o primeiro momento teve como objetivo capacitar os jovens das comunidades rurais, com técnicas pedagógicas do ensino e aprendizagem, elegendo-se como prioridade a didática.

O segundo momento de formação teve como prioridade o uso das novas tecnologias na sala de aula propostas para auxiliar o currículo escolar da CESJ.

Raul Daniel acrescentou que o profissional hoje são aquelas pessoas que mesmo tendo muitas experiências ou competências se esforçam mais para fazer o máximo, aprender o melhor que podem e saber adaptar às novas realidades.

ANG/ÂC//SG


Organizações não governamentais ameaçam suspender actividades na Guiné-Bissau

Este posicionamento surge depois do Governo ter suspenso isenções de importação às organizações não governamentais e igrejas

Por Lassana Cassamá voaportugues.com 16/09/22

BISSAU — Organizações não governamentais na Guine-Bissau ameaçam parar com todos os apoios humanitários, assim como o fornecimento de serviços sociais básicos de saúde, educação e iniciativas de desenvolvimento, em resposta ao despacho do ministro das Finanças, de 2 de Setembro, que suspendeu as isenções concedidas àquelas organizações e entidades religiosas sobre os bens e produtos de qualquer natureza por eles importados ou adquiridos no país.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 16, aquelas organizações e a Casa dos Direitos, agrupados num espaço denominado “Colectivo”, afirmam que “a matéria de isenções fiscais está inserida nas atribuições e competências da Assembleia Nacional Popular, por conseguinte, nem o decreto-lei do Governo, muito menos o despacho de um ministro, podem revogar ou suspender uma lei aprovada pelo Parlamento e em vigor no país desde 1995”.

Daí que “o supra mencionado despacho colide frontalmente com o artigo 46º da Lei nº 02/95 de 24 de Maio, cujo nº 1 consagra que as organizações não governamentais gozam de isenção de direitos e demais imposições aduaneiras para viaturas, equipamentos e materiais importados no quadro de projetos de desenvolvimento”, referem aquelas organizações.

A nota acrescenta que este lamentável despacho entrou em vigor numa altura em que várias organizações importaram toneladas de bens essenciais de apoio humanitário ao povo guineense, nomeadamente, medicamentos de uso gratuito para o Sistema Nacional de Saúde, equipamentos agrícolas, viaturas de uso exclusivo no quadro da execução dos diferentes projetos de desenvolvimento, entre outros”.

Aquele colectivo manifesta, contudo, a sua “firme e inequívoca vontade de estabelecer pontes de diálogo franco com o Governo e demais autoridades nacionais, com vista à resolução desta crise, cujas consequências negativas são incalculáveis para o povo guineense”.

A medida do Governo veio assim juntar-se às recentes tomadas nos sectores da Saúde e da Educação e que já estão a ser fortemente atacadas pela opinião pública guineense.

Guiné-Bissau: A Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiro, Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa convocou hoje o Embaixador de Portugal, José Rui Batista Borges Velez Caroço para falar de questões relacionadas com o funcionamento dos serviços Consulares da Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau, que têm tido queixas pelas dificuldades de agendamento, autenticação e atribuição de vistos, apesar dos esforços efectuados no sentido de melhorar o atendimento público.



 Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau

Já é oficial! ...É anunciada hoje oficialmente o data da inauguração de Mesquita central de Géba para o dia 18 de novembro de ano 2022

Ba Di Géba Poco 

OBITUÁRIO: Morreu o Juiz do Povo

Por  ditaduraeconsenso.blogspot.com

COMPANHIA AÉREA DA COSTA DO MARFIM VAI LIGAR GUINÉ-BISSAU A NOVE CIDADES AFRICANAS

By Rádio Jovem  setembro 16, 2022

A companhia aérea da Costa do Marfim vai ligar nove cidades africanas, entre as quais Joanesburgo, na África do Sul, com a capital da Guiné-Bissau, disse à Lusa esta sexta-feira, 16 de setembro de 2022, o diretor-geral da empresa que gere o aeroporto internacional de Bissau.

Aliu Soares Cassamá indicou que a maioria das ligações deve arrancar na próxima semana.

Além de Joanesburgo, a Air Cote D’Voire vai ligar Bissau a Abidjan (Costa do Marfim), Acra (Gana), Cotonou (Benim) Conacri (Guiné-Conacri), Douala (Camarões) Lomé (Togo), Libreville (Gabão), Lagos (Nigéria) e Yaoundé (Camarões).

Atualmente, a Air Cote D’Voire já realiza voos entre Abidjan, Bissau e Conacri e, “se tudo correr como está previsto”, Aliu Soares Cassamá acredita que, “muito brevemente”, a companhia também escalará a cidade de Praia, em Cabo Verde.

O diretor-geral da empresa que gere o aeroporto Osvaldo Vieira explicou que os voos de ligações de Bissau com as nove cidades africanas já definidas, deverão partir de Abidjan.

“Já não é preciso apanhar tantos voos de conexão para atingir essas cidades africanas. A partir de Bissau, passando por Abidjan, rapidamente o passageiro chega ao seu destino”, observou o responsável do aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau.

Aliu Soares Cassamá, economista formado em Portugal, acredita que até o final do ano, a Air Cote D’Voire deverá iniciar os voos de ligação de Bissau com Lisboa e Paris, atendendo à “grande procura dessas duas capitais” a partir da capital guineense, notou.

Cassamá adiantou estar em curso conversações entre a Air Cote D’Voire com as autoridades aeroportuárias de Portugal e França no sentido de permitirem que os voos daquela companhia aérea cheguem, ainda em 2022, aos dois destinos.

O voo inaugural da Air Cote D’Voire aconteceu em junho, fazendo subir para seis as companhias aéreas que ligam Bissau ao resto do mundo.

As outras companhias são as portuguesas TAP e EuroAtlantic, a multinacional africana Asky, a Air Senegal e a marroquina RAM (Royal Air Maroc).

Fonte: lusa

CHINA: Incêndio num arranha-céus em cidade chinesa causa o pânico... O número de mortos é até agora desconhecido.

© Twitter

Notícias ao Minuto  16/09/22 

Um enorme arranha-céus começou a arder na cidade central chinesa de Changsha, esta sexta-feira, e os vídeos do pânico que está a ser vivido começaram a ser divulgados nas redes sociais.

De acordo com o jornal The Guardian o número de mortos é até agora desconhecido, mas as imagens amplamente partilhadas nas redes sociais mostram um edifício de  grande dimensão completamente em chamas. Tendo em conta que este espaço é a sede da companhia de eletricidade estatal China Telecom podiam estar muitas pessoas no interior.

Na televisão chinesa CCTV, citada pelo jornal The Guardian, anunciava-se que uma coluna de fumo espesso cobria o local e que o fogo estava a consumir várias dezenas de andares.

“Os bombeiros começaram a trabalhar para extinguir as chamas e realizar resgates no local”, acrescentam ainda.


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ANGOLA: "Maior desafio" da UNITA é "despartidarizar instituições do Estado"

© Lusa

Por LUSA  16/09/22 

O líder parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, disse hoje que o "maior desafio" do seu partido para esta legislatura "é trabalhar para despartidarizar as instituições do Estado" angolano, em diálogo com o partido no poder.

"Angola é um regime de transição democrática e o grande desafio dos deputados, particularmente do grupo parlamentar da UNITA, é contribuir para a consolidação do Estado democrático de direito", começou por afirmar Liberty Chiyaka, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de constituição do novo parlamento angolano, após as eleições.

Neste contexto, "o maior desafio da Angola moderna é a despartidarização das instituições do Estado", acrescentou, respondendo ainda aos jornalistas que, numa reunião da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola, na oposição), na quinta-feira, "foi confirmado para continuar a liderar o grupo parlamentar".

Para o dirigente, "está provado que a vontade soberana dos angolanos foi traída pelas instituições partidárias".

"Eu falo da Comissão Nacional Eleitoral, falo do Tribunal Constitucional", disse, sublinhando: "o nosso maior desafio é trabalhar para despartidarizar as instituições do Estado".

Para isso, prometeu que o que o maior partido da oposição em Angola quer, em primeiro lugar, "é dialogar com o grupo parlamentar do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola)".

"Precisamos de ter instituições que reflitam a vontade dos angolanos (...) e ficou claro, da parte da opinião pública que os angolanos rejeitaram a mesma filosofia de governação. Portanto, precisamos de caminhar juntos com uma nova perspetiva", realçou Liberty Chiyaka.

O líder parlamentar adiantou que "a UNITA tem uma proposta clara de uma Angola que aponta para a defesa dos direitos fundamentais dos angolanos e a soberania".

"Portanto é para isso que vamos trabalhar. Temos propostas concretas, que, no momento oportuno, vamos fazer chegar", concluiu.

Os 220 deputados ao parlamento angolano, que inicia a sua quinta legislatura desde a independência do país, em 1975, são investidos hoje.

Os 90 eleitos pela UNITA, apesar de o partido não reconhecer os resultados eleitorais, também integrarão o parlamento.

O presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) anunciou na quarta-feira que os deputados da oposição irão tomar posse "para poderem defender os princípios", ainda que tenha criticado a "falta de legitimidade" do novo Governo.

A próxima legislatura conta com 220 deputados, dos quais 124 foram eleitos em 24 de agosto pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que venceu as eleições, 90 pela UNITA, dois pelo Partido de Renovação Nacional (PRS), dois pela Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e dois pelo estreante Partido Humanista de Angola (PHA).

O chefe de Estado, João Lourenço, que tomou posse na quinta-feira, prometeu "ser o Presidente de todos os angolanos" e promover o desenvolvimento económico e o bem-estar da população.

Lourenço foi reeleito com 51,17% dos votos, numa eleição contestada judicialmente pela oposição, mas validada pelo Tribunal Constitucional. No seu discurso de tomada de posse, felicitou o povo angolano, que considerou "o real e verdadeiro grande vencedor" das eleições de 24 de agosto.

A primeira sessão parlamentar da próxima legislatura tem como ponto alto a investidura dos deputados eleitos, bem como a eleição do presidente da Assembleia Nacional, cargo que deverá ser assumido, pela primeira vez, por uma mulher, a ministra de Estado para a Área Social cessante, Carolina Cerqueira, número três das listas do MPLA.

CELEBRAÇÃO DO ANIVERSÁRIO EM R.P.D

@elufatv

Agência Central de Notícias da Coreia

PC chinês deve "autocorrigir-se" para evitar destino da União Soviética

© Reuters

Por LUSA  16/09/22 

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu hoje que o Partido Comunista Chinês (PCC) é agora o "porta-estandarte" do movimento socialista global e "deve aprender a autocorrigir-se constantemente", para evitar o destino da União Soviética.

A mensagem está num artigo divulgado hoje pela revista Qiushi, a principal publicação do PCC, baseado num discurso interno para os quadros do partido, feito em 2018, no qual Xi reviu os sucessos do passado, mas também fez advertências severas, pedindo aos funcionários que mantenham o "espírito revolucionário" e estejam sempre prontos para autorreflexão e autocorreção.

Sem esse exercício, "mesmo o regime mais poderoso" entraria em colapso, advertiu Xi, observando que a queda repentina, na década de 1990, da União Soviética e do bloco comunista, levou a um período de dificuldades sem precedentes para o movimento socialista global.

Muitos países em desenvolvimento abandonaram o caminho socialista para copiarem o modelo ocidental, disse Xi.

"Hoje, existem cerca de 130 partidos socialistas ou comunistas ativos em 100 países. Muitos países em desenvolvimento olham para a China com inveja e querem aprender sobre a nossa experiência de governação", considerou.

"O socialismo com características chinesas tornou-se o porta-estandarte do desenvolvimento socialista do século XXI", acrescentou.

O líder chinês disse que os quadros do PCC têm a "responsabilidade, capacidade e confiança para realizar contribuições históricas para o progresso do socialismo científico".

Declarou que a chave para o sucesso da China foi a determinação do país em traçar o seu próprio curso e não seguir os modelos de governação de outros.

Xi defendeu que esse espírito "revolucionário" deve ser mantido, e que a China deve estar confiante e determinada em seguir o seu próprio caminho.

"O sucesso da China prova que o socialismo não está morto, mas que está a prosperar", considerou.

Alertou os membros do PCC para que não considerem o sucesso como garantido, e disse que levará ainda muito tempo para a China alcançar o seu "rejuvenescimento".

"Durante esse longo período, como podemos garantir que o Partido Comunista não entra em colapso e que o nosso sistema político mantém o seu vigor", questionou. "Esse é o grande desafio".

"A União Soviética foi tão poderosa, e hoje é apenas uma memória longínqua", lembrou.

Constitucionalmente, a China define-se como "um estado socialista liderado pela classe trabalhadora e baseado na aliança operário-camponesa". O marxismo-leninismo continua a ser "um princípio cardial" do PCC.

Contudo, após a morte do fundador da República Popular da China, Mao Zedong, o desenvolvimento económico - e não o "aprofundamento da luta de classes" -- tornou-se a "tarefa central". A pobre e isolada China, que vivia até então num universo à parte, mergulhada em constantes "campanhas políticas", converteu-se em 40 anos numa potência capaz de disputar a liderança global com os Estados Unidos.

A "liderança coletiva" foi também cimentada pelos líderes chineses e um limite de dois mandatos presidenciais foi incluído na Constituição do país, visando evitar os perigos do poder absoluto, após as políticas desastrosas que marcaram o maoismo.

Desde que ascendeu ao poder, no entanto, Xi Jinping reverteu várias dessas reformas políticas e é hoje o núcleo da política chinesa. Sob a sua liderança, o PCC voltou a assumir o controlo absoluto sobre a sociedade, ensino ou economia.

Em outubro, deverá voltar a quebrar com a tradição política das últimas décadas, ao obter um terceiro mandato como secretário-geral do PCC, no 20º Congresso do Partido.

Berlim assume controlo das subsidiárias alemãs de petrolífera russa

 FILE - The facilities of the oil refinery on the industrial site of PCK-Raffinerie GmbH, jointly owned by Rosneft, are illuminated in the evening in Schwedt, Germany, on May 4, 2022. The German government says it is taking control of Russian oil giant Rosneft’s subsidiary in Germany, citing the need to ensure continued operations at three oil refineries in the country. The Economy Ministry said in a statement Friday, Sept. 16, that Rosneft Deutschland GmbH and RN Refining & Marketing GmbH will be put under the control of Germany’s Federal Network Agency. (Patrick Pleul/dpa via AP, File) (ASSOCIATED PRESS)☝

Por LUSA  16/09/22 

O governo de Berlim anunciou hoje que assumiu o controlo das atividades no país da petrolífera estatal russa Rosneft, que administra várias refinarias alemãs, a fim de "garantir" o abastecimento de energia à Alemanha.

As subsidiárias da Rosneft na Alemanha são colocadas sob "administração fiduciária" pela agência nacional que administra as redes de energia, informou o Ministério da Economia alemão.

Num comunicado, o ministério justifica a decisão com a necessidade de proteger três refinarias detidas pela Rosneft, que representam 12% da capacidade de refinação de petróleo da Alemanha.

"A administração fiduciária neutraliza a ameaça iminente à segurança do fornecimento de energia e estabelece uma base essencial para a proteção e o futuro" da refinaria PCK em Schwedt, referiu o comunicado.

Esta refinaria, no Estado oriental de Brandeburgo, propriedade da Rosneft, poderia ser afetada porque fornece cerca de 90% do petróleo consumido em Berlim e na região circundante, incluindo o aeroporto de Berlim Brandenburg, disse em maio o ministro da Economia alemão.

Na altura, Robert Habeck avisou que o país poderia enfrentar "perturbações" no abastecimento de petróleo, na sequência da iniciativa da União Europeia de proibir gradualmente as importações de petróleo russo.

O ministério prometeu divulgar, hoje à tarde, "um pacote abrangente" de medidas para garantir o abastecimento de petróleo "através de rotas alternativas".

A refinaria PCK em Schwedt recebe atualmente apenas petróleo vindo da Rússia, através de um oleoduto também detido pela Rosneft.

O ministério sublinhou que "fornecedores de serviços críticos essenciais, como seguradoras, empresas de TI [tecnologias de informação] e bancos, mas também clientes, não estavam mais dispostos a trabalhar com a Rosneft".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.


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Delegação chinesa é banida do velório de Isabel II

© Getty

Notícias ao Minuto  16/09/22 

A ordem para excluir a delegação chinesa foi dada pelo presidente da Câmara dos Comuns, Sir Lindsay Hoyle.

Uma delegação do governo chinês foi proibida de prestar homenagem no velório da antiga monarca do Reino Unido Isabel II, que morreu na passada quinta-feira, dia 8 de setembro.

De acordo com a BBC, a ordem para excluir a delegação chinesa foi dada pelo presidente da Câmara dos Comuns. Sir Lindsay Hoyle.

A decisão está relacionada com as sanções do governo chinês a cinco deputados britânicos efetuadas no ano passado. Na altura, a China impôs proibições de viagem e congelamento de bens a nove britânicos - incluindo sete parlamentares - por acusarem Pequim de maltratar muçulmanos Uighur (minoria étnica e religiosa na China).

Como consequência, o embaixador da China no Reino Unido foi banido do Parlamento, uma medida que agora foi estendida a esta delegação que queria prestar homenagem a Isabel II.

Mesmo assim, o vice-presidente da China, Wang Qishan, estará presente no dia do funeral da antiga chefe de estado britânica, apesar de na quinta-feira, o grupo de parlamentares, incluindo os ex-ministros conservadores Iain Duncan Smith e Tim Loughton, pedirem ao ministro dos Negócios Estrangeiros para retirar o convite à presidência chinesa.

Esta questão diplomática acontece depois de vários países ocidentais imporem sanções às autoridades da China depois de alegações de abuso dos direitos contra o grupo minoritário uigur, de maioria muçulmana.

Sabe-se que a China deteve uigures em campos de concentração na região noroeste de Xinjiang, onde surgiram alegações de tortura, trabalho forçado e abuso sexual. Segundo a BBC, o país negou as alegações de abuso, referindo que os campos são instalações de "reeducação" usadas para combater o terrorismo.


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© Lusa

Por LUSA  15/09/22 

A Rússia condenou hoje a atitude "imoral" e "blasfema" do Reino Unido por ter decidido não convidar qualquer representante russo para as exéquias da rainha Isabel II, na segunda-feira, devido às tensões diplomáticas entre os dois países.

"Consideramos esta tentativa britânica de utilizar a tragédia nacional que tocou o coração de milhões de pessoas em todo o mundo (a morte da rainha Isabel II), para fins geopolíticos, para acertar contas com o nosso país (...), profundamente imoral", lamentou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, num comunicado.

"É particularmente blasfemo em relação à memória de Isabel II", acrescentou Zakharova.

Além da Rússia, também a Bielorrússia e Myanmar foram excluídas da lista de convidados para as cerimónias fúnebres da monarca britânica, que morreu a 08 de setembro, aos 96 anos e após mais de 70 de reinado, no castelo de Balmoral, na Escócia.

Por seu lado, um grupo de deputados britânicos sancionados pela China escreveu às autoridades do Reino Unido expressando preocupação pelo facto de o Governo chinês ter sido convidado para o funeral de Estado de Isabel II.

O deputado conservador Tim Loughton disse hoje à estação de televisão pública britânica BBC que o convite à China devia ser retirado, invocando as violações dos direitos humanos do país e o tratamento dado à minoria uigur na região de Xinjiang, no extremo ocidental do país.

O Reino Unido "não pode, de forma alguma, ter representantes oficiais do Governo chinês a participar num acontecimento tão importante", sustentou.

O embaixador chinês no Reino Unido foi proibido de entrar no parlamento britânico depois de Pequim ter, no ano passado, sancionado sete membros da Câmara dos Comuns devido à respetiva posição sobre a China.

Não se sabe ainda se o Presidente chinês, Xi Jinping, que hoje está reunido com o Presidente russo, Vladimir Putin, numa cimeira no Uzbequistão, marcará presença no funeral de Estado que se realiza na segunda-feira.

Notícias na imprensa chinesa sugerem que poderá ser o vice-presidente chinês, Wang Qishan, a representar o país no funeral da monarca com o mais longo reinado da história britânica (70 anos e 214 dias), e o segundo mais longo do mundo, só atrás do rei francês Luís XIV.

Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu a 21 de abril de 1926, em Londres, e tornou-se Rainha de Inglaterra em 1952, aos 25 anos, após a súbita morte do pai, Jorge VI, que subiu ao trono após a abdicação do irmão, Eduardo VIII, que queria casar com uma divorciada norte-americana, Wallis Simpson, o que o protocolo de Estado não permitia.

Após a morte de Isabel II, o seu filho primogénito, de 73 anos, tornou-se rei, como Carlos III.