sábado, 11 de dezembro de 2021

Presidente da Guiné-Bissau diz que não assinou acordo de partilha do petróleo com Senegal

África 21 Digital com Lusa

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje (11) que não assinou qualquer acordo de partilha de petróleo com o Senegal como foi acusado pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, que falava, na sexta-feira, para deputados do parlamento.

“Para já não existe acordo de petróleo entre a Guiné-Bissau e o Senegal. É preciso que as pessoas saibam estudar para que saibam interpretar. As palavras têm significados diferentes em francês e em português. Há a prospeção e a exploração do petróleo”, disse Embaló.

O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas no aeroporto de Bissau, momentos antes de seguir para a Nigéria onde vai participar numa cimeira de líderes de países da África Ocidental.

Ao responder a uma interpelação de deputados, o primeiro-ministro guineense disse que existe um acordo rubricado entre Umaro Sissoco Embaló e o seu homólogo senegalês, Macky Sal, e que o documento lhe foi entregue no dia 26 de outubro de 2020 pela chefe da diplomacia do país, Suzi Barbosa, num envelope com caráter confidencial.

“O acordo foi assinado pelo Presidente da República [Umaro Sissoco Embaló]. O Governo não foi envolvido”, disse Nabiam reforçando que, na sua opinião, os procedimentos de um acordo do género não estão corretos.

“Penso que as coisas não foram tratadas conforme deviam ser. Quem devia assinar é o Governo, o parlamento ratificar e o Presidente promulgar, mas as coisas foram tratadas de forma contrária”, afirmou o primeiro-ministro guineense.

Sem se referir ao nome de Nuno Nabiam e à figura do primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló afirmou que o que existe com o Senegal é um acordo no âmbito da Agência de Gestão e Cooperação (AGC) que gere a Zona Económica Comum (ZEC) que os dois países partilham no mar.

“O acordo assinado com o meu irmão Macky Sal que dá 30% para a Guiné-Bissau não é sobre o petróleo”, disse Umaro Sissoco Embaló.

“É como ele mesmo disse, fomos a todos os tribunais e perdemos”, observou Embalo, referindo-se às declarações de Nuno Nabiam quando se alude ao facto de a Guiné-Bissau, inicialmente, ter perdido nos tribunais internacionais as disputas sobre a partilha de eventuais recursos petrolíferos que possam existir na ZEC.

Embaló disse já ter comunicado ao presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, a possibilidade de o secretário executivo da AGC, o guineense Inussa Baldé, responder aos deputados “para lhes dizer que não existe qualquer acordo de partilha do petróleo” com o Senegal.

“A Guiné-Bissau não tem petróleo até aqui, mas gostava que tivesse, porque ia transformar este país num Dubai”, defendeu o presidente guineense, salientando ser um “homem sério” e que nunca esteve em nenhum tribunal para responder a ilicitudes.

Prometeu combater “pequeno e grande bandido” na Guiné-Bissau, mesmo que isso lhe custe a vida, disse ter renovado confiança nas chefias das forças de Defesa e Segurança do país, particularmente nos ministros da Defesa, Sandji Fati, e o do Interior, Botche Candé, que o acompanharam ao aeroporto.

Actuellement au Nigeria pour prendre part au 60e sommet ordinaire des Chefs d’Etat de la CEDEAO, le Président Macky est tombé sur une belle surprise: ses homologues Chefs d’Etat ont improvisé une petite fête à l’occasion de ses 60 bougies ce 11 décembre 2021.

Avecmackysall

Mulher mata marido à facada na ilha do Sal

Por Terra Longe Online 11/12/2021 
 

Um homem de nacionalidade guineense foi assassinado hoje à facada pela própria mulher em Santa Maria, na ilha do Sal.

Conforme as informações avançadas pela Curral Grande Web Radio, tudo terá acontecido no início da noite de sexta-feira, 10.  

A vítima, um guineense de 40 anos, foi transportada para o hospital já sem vida.

A suposta agressora é uma cabo-verdiana, que já foi detida, devendo ser apresentada às autoridades judiciárias competentes nas próximas horas.

De realçar que este é o segundo caso de assassinato na ilha do Sal em apenas 24 horas.

Outro caso é da adolescente Eliane, que foi encontrada sem vida supostamente após sofrer agressões sexuais.

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É com profunda consternação que a Embaixada da República da Guiné-Bissau em Cabo Verde tomou conhecimento do desaparecimento físico do cidadão guineense Uié Seidi, residente na Ilha do Sal- Cidade de Santa Maria, na noite de ontem, sexta-feira, dia 10, vítima de um golpe de faca, na região do pescoço, por parte da sua companheira, de nacionalidade caboverdiana, após desentendimento entre os dois.

Após tomar conhecimento, esta Missão Diplomática  logo entrou em contacto com a Comunidade residente na Ilha do Sal, para inteirar-se do sucedido.

 Ainda se comunica que a Embaixada está e continua a acompanhar o desenrolar dos factos através das Autoridades Locais.

Nesta hora de muita dor, a Embaixada endereça sentimentos à família enlutada, aos amigos e conhecidos.

Embaixada da Guiné- Bissau em Cabo Verde

PRESIDENT MUHAMMADU BUHARI DINNER WITH ECOWAS HEADS OF STATE AND GOV. DEC 11TH 2021

By: Buhari Sallau

Nigéria! - Cimeira Ordenaria dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, 11 de Dezembro de 2021


 Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional

Abuja - Nigéria 🇳🇬! - Chegada do Presidente Guineense em Nigéria 🇳🇬, General Umaro Sissoco Embaló para participar na Cimeira Ordenaria da CEDEAO

11 de Dezembro de 2021

 Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional

PR guineense desmente qualquer peritagem ao avião retido em Bissau

Com Notícias ao Minuto 11/12/21 

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que as autoridades do país não pediram qualquer peritagem a um avião retido no aeroporto de Bissau por ordens do Governo por suspeita de transporte de carga ilícita.

De partida para uma reunião de líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), na Nigéria, Sissoco Embaló comentou as informações dadas pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, ao parlamento, na sexta-feira, entre as quais o caso do avião Airbus A340.

Nuno Nabiam disse aos deputados que os peritos norte-americanos que inspecionaram o aparelho não encontraram lá dentro nem drogas e nem armamento, mas sim fardamento militar, no que considera ter sido um alívio para si e para o país.

Um perito acabou detido pela polícia guineense, durante algumas horas, e ouvido no Ministério Público, referiu ainda o primeiro-ministro, que informou também os deputados que este só foi posto em liberdade quando um Juiz de Instrução Criminal considerou não ter havido motivos para a sua detenção.

"O Estado da Guiné-Bissau não sabe da vinda de nenhum especialista", referiu hoje o presidente guineense, explicando que apenas cabe ao Ministério Público solicitar qualquer peritagem no país.

Umaro Sissoco Embaló disse que as Nações Unidas, a União Africana e Portugal, que alegadamente teriam sido solicitados pelo primeiro-ministro a enviarem especialistas de peritagem de aviões, responderam negativamente.

"Nenhum país mandou cá peritos e nós não pedimos qualquer peritagem. Estão aqui os ministros do Interior e da Defesa e quem é o responsável pela segurança nacional é o Presidente da República", sublinhou Embaló.

O Presidente guineense acrescentou ainda que mesmo que fosse o Ministério Público a solicitar uma peritagem internacional os especialistas teriam que apresentar-se com uma credencial junto da Polícia Judiciária, o que, disse, não foi o caso.

"Mas, a própria pessoa que pediu peritagem já vos disse que não há nada de anormal no avião. É um avião que entrou de forma legal na Guiné-Bissau cumprindo com todos os procedimentos", observou Umaro Sissoco Embaló, sem se referir diretamente o primeiro-ministro ou o nome Nuno Nabiam.

O Presidente guineense voltou a exortar sobre a necessidade de "cada um compreender as suas funções" e que é um "homem de Estado para tratar assuntos do Estado no foro próprio".

Presidente da República desloca-se a Abuja para à cimeira da CEDEAO

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló / Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

ANGOLA: ONG conclui que mais de 100 morreram em Cafunfo

Protesto em Luanda, em fevereiro de 2021, contra repressão policial em Cafunfo

dw.com

Observatório para Coesão Social e Justiça crê que há provas para mover uma ação judicial contra responsáveis por mortes em Cafunfo. Além das mortes, confrontos resultaram em quase 30 feridos na Lunda Norte.

O relatório da ONG Observatório para Coesão Social e Justiça sobre as mortes em Cafufo, que durou oito meses, foi apresentado esta sexta-feira (10.12), em Luanda. Em declarações à agência Lusa, o presidente do Observatório para Coesão Social e Justiça, Zola Bambi, disse que o documento será enviado a instituições diplomáticas, comunidade internacional, sobretudo organizações que defendem os direitos humanos, autoridades angolanas, ONG e sociedade em geral interessada.

A ONG concluiU que mais de 100 pessoas morreram, 28 ficaram feridas e mais de 30 foram detidas, no incidente ocorrido em Cafunfo, província da Lunda Norte, em janeiro passado.

Zola Bambi defendeu que o relatório contém "provas suficientes para que cada um tire as suas ilações ou para quem o queira usar como elemento de prova em qualquer ação judicial". O também advogado disse que o trabalho levou a concluir que houve "violação grave", e que as informações veiculadas pelos órgãos oficiais de comunicação e pelas instituições do Estado "não foram verídicas".

"Na nossa conclusão, o caso Cafunfo é um crime de Estado, equiparado a crime contra a humanidade, houve execuções sumárias, torturas, detenções ilegais, arbitrárias, assim como cárceres privados, houve e se mantêm as perseguições, assim sendo se resume à violação dos direitos fundamentais e humanos, estando em causa os tratados internacionais de que Angola é signatária", referiu.

Localidade na Lunda Norte palco de violentos confrontos

Sonegação de informação

Segundo Zola Bambi, "o Estado deixou de proteger os cidadãos e há notória responsabilidade de funcionários de Estado, em diversas escalas, assim como de integrantes das forças de defesa e segurança".

A investigação, prosseguiu Zola Bambi, não permitiu verificar que nesse dia "pudesse haver ato de rebelião armada". "Se sonegou informação, falou-se de um número de morte infimamente representado, enquanto o nosso relatório alcançou mais de 100 mortes, 28 feridos e mais de 30 detidos", disse.

Durante o trabalho foram recolhidos depoimentos de testemunhas, familiares dos mortos, para comprovar a existência das vítimas. "Houve também duas pessoas tidas como mortas no princípio que apareceram, tinham sido alvejadas, viveram na clandestinidade, um protegido por um cidadão e o outro por meios próprios e até ao momento têm ferimentos graves de balas e também com pessoas que participaram no transporte de cadáveres", salientou.

De acordo com Zola Bambi, do relatório consta um apêndice com as entrevistas feitas diretamente aos familiares das vítimas, sobre a sua condição social. "Para confirmar realmente a existência dessas pessoas e o seu passado, se deixou viúva, órfão, onde trabalhava, se receberam o corpo ou não, enterraram, se têm certidão de óbito, tudo isto", explicou.

Repressão e mortes geraram revolta em Angola

 A vila mineira de Cafunfo foi palco de incidentes entre a polícia e populares em 30 de janeiro deste ano, de que resultaram um número indeterminado de mortos e feridos.

Nesse dia, segundo a polícia angolana, cerca de 300 pessoas ligadas ao Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), que há anos defende a autonomia da região, tentaram invadir uma esquadra policial, obrigando as forças de ordem a defender-se, provocando seis mortes.

Debate político

A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local, que alegam que se tratou de uma tentativa de manifestação, previamente comunicada às autoridades, e que os manifestantes estavam desarmados.

Deputados da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), da Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) e do Partido da Renovação Social (PRS), oposição angolana, anunciaram que os incidentes de Cafunfo resultaram em 23 mortos, 21 feridos e 10 pessoas desaparecidas, afirmando que as forças policiais "dispararam indiscriminadamente contra os cidadãos".

Mais tarde a UNITA reviu estes números, ao divulgar um relatório dos cinco deputados daquele partido que se deslocaram a Cafunfo, mas que foram impedidos pelas forças de ordem e segurança de entrar na vila mineira, referindo que pelo menos 28 pessoas morreram de forma "bárbara, hedionda e fria" e 18 ficaram feridas, num protesto com 93 manifestantes.

PM da Guiné-Bissau confirma acordo de petróleo com o Senegal com críticas ao Presidente

Por LUSA

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, confirmou hoje no parlamento a existência de um acordo de petróleo com o Senegal, mas criticou o facto de este ter sido negociado pelo Presidente sem o envolvimento do Governo.

"Na verdade, o primeiro-ministro sabe da existência de um acordo de petróleo entre a Guiné-Bissau e o Senegal", afirmou Nuno Gomes Nabiam, durante uma interpelação feita pelos deputados.

Segundo o chefe do Governo, o acordo foi-lhe entregue pela ministra dos Negócios Estrangeiros em 26 de outubro de 2020 "num envelope com caráter confidencial".

"O acordo foi assinado pelo Presidente da República [Umaro Sissoco Embaló]. O Governo não foi envolvido", disse.

"Penso que as coisas não foram tratadas conforme deviam ser. Quem devia assinar é o Governo, o parlamento ratificar e o Presidente promulgar, mas as coisas foram tratadas de forma contrária", afirmou.

"Nesse acordo, que vou entregar ao parlamento, está estipulado que 70% fica para o Senegal e 30% para a Guiné-Bissau", disse Nuno Gomes Nabiam.

O primeiro-ministro guineense disse também que no entender do Governo o acordo "não pode ser assim, pois está provado que o petróleo de que se fala está no lado da Guiné-Bissau".

"Em nome da solidariedade que sempre marcou a nossa relação com o Senegal, devia ser 15% para o Senegal e 85% para nós, se for caso disso. Mas, devo dizer que estamos a falar de um assunto muito sério que requer um tratamento cuidado", referiu.

"É preciso um aconselhamento técnico, mas desde já podemos afirmar que o petróleo está do lado da Guiné-Bissau", reiterou Nuno Gomes Nabiam. 

@GUINÉ-BISSAU - Nuno Gomes Nabiam está a ser questionado no Parlamento por Deputados da Nação

JOSÉ PEDRO SAMBU DIZ QUE VAI FAZER DO STJ UM TRIBUNAL DE NATUREZA COMUM

Odemocratagb.com 

O presidente eleito do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), José Pedro Sambú, assegurou que fará do STJ um tribunal de natureza comum, que resolverá todos os problemas, não específico à resolução de contenciosos eleitorais.

José Pedro Sambú falava aos jornalistas depois de ter sido declarado vencedor das eleições a presidente do STJ esta sexta-feira, 10 de dezembro de 2021, pela comissão eleitoral.

O presidente eleito apelou aos cidadãos a terem confiança na justiça, porque “todos estamos determinados a levar este barco a bom porto”.

O também juiz conselheiro do STJ e presidente da Comissão Nacional de Eleições apontou como um dos desafios continuar às reformas iniciadas pelo atual vice-presidente do órgão, Lima António André, depois atacar o Tribunal de Relação, na primeira instância, redimensionar, com o apoio do governo, os tribunais setoriais para levar justiça ao povo.

Sambú disse não estar preocupado por ter concorrido sozinho, mas lamentou que os outros adversários não tenham participado.

“Naturalmente, como podem compreender, é um processo democrático e é um direito que lhes assiste de não participarem no escrutínio”, sublinhou.

José Pedro Sambú que também vai dirigir o Conselho Superior da Magistratura Judicial agradeceu aos juízes conselheiros por terem depositado confiança nele para presidir a mais alta instância judicial da Guiné-Bissau.

 “Quero assegurar a todos os magistrados que as portas do Supremo Tribunal de Justiça estarão sempre abertas para o diálogo, para que possamos ultrapassar vários constrangimentos que temos no setor da justiça”, disse, frisando que está disponível a cooperar com todas as entidades operadoras da justiça para “atenuar problemas na justiça”.

Segundo a Comissão eleitoral, no universo de 12 eleitores (11 juízes conselheiros e um desembargador) inscritos, votaram oito, número com o qual José Pedro Sambú venceu as eleições.

“Temos zero votos nulos e em branco e os outros dois candidatos tiveram zero votos, cada”, anunciou o presidente da comissão eleitoral, Humiliano Alves Cardoso.

Por: Filomeno Sambú

Foto: F.S

GUINÉ BISSAU - PERITOS INTERNACIONAIS PARA INSPECIONAR AVIÃO RETIDO NO AEROPORTO INTERNACIONAL OSVALDO VIEIRA ...RTP AFRICA REPORTER.

Radio Bantaba

Ministério do Turismo oferece presentes aos passageiros no quadro da nova época turística

Avião que aterrou ilegalmente na Guiné-Bissau não tem drogas, armas ou explosivos – PM


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, afirmou hoje no parlamento que o avião que aterrou ilegalmente na Guiné-Bissau não tem droga, nem armas, nem explosivos, segundo informações preliminares dos peritos internacionais

“Mandei vir uma equipa de peritos para averiguar, já fizeram o seu trabalho, mas de forma preliminar disseram-me que o avião não tem nem drogas, nem armas, nem explosivos. Disse para mim mesmo ‘Deus obrigado, ainda bem que assim é’”, afirmou Nuno Gomes Nabiam, durante uma interpelação dos deputados.

Segundo o primeiro-ministro guineense, o relatório será divulgado “para que todos os guineenses saibam o que o avião traz na verdade”.

O Primeiro minstro responde as questões dos deputados da nação. @Radio Bantaba

“Agora há um problema grande. Quando o avião saiu da Gâmbia foram limpos os registos do aparelho do sistema de radar internacional”, disse, salientando que é que como se a Gâmbia “tivesse empurrado o problema” para a Guiné-Bissau.

“Fazer sair este avião daqui vai ser um problema”, salientou Nuno Gomes Nabiam.

Nuno Gomes Nabiam disse que é difícil ser primeiro-ministro do país quando é preciso passar o tempo todo a “tentar criar consensos entre as pessoas”, mas que decidiu ficar no cargo porque é preciso “estabilizar a Guiné-Bissau”.

“Temos que ter muita calma e ponderação na resolução dos problemas do país. Portanto, perante toda a informação que já se sabe sobre o avião não percebo a necessidade de criação de uma nova comissão de inquérito a ser dirigida pela Procuradoria-Geral da República”, disse.

Nuno Gomes Nabiam disse também que chegou ao país a 02 de novembro e ninguém lhe soube explicar a proveniência e titularidade do avião estacionado no aeroporto desde dia 29 de outubro.

“Nem o Presidente da República, nem os ministros responsáveis pela área da Segurança, nem o Estado-Maior das Forças Armadas sabiam de nada.??? Dei 48 horas ao ministro do Interior para me informar, através de um relatório, o que se passava com o avião”, disse.

O primeiro-ministro explicou que a tripulação do avião, que abandonou o país, era turca e que o relatório do Ministério do Interior informou também que o avião trouxe fardamento militar, mas o “Estado-Maior das Forças Armadas disse que não sabe de nada”.

“É tudo muito estranho, daí a minha suspeita, enquanto técnico aeronáutico e por isso mandei reter o avião para averiguações. Tudo isso adensou-se quando o ministro da Justiça disse em pleno Conselho de Ministros que mais de 15 toneladas de cocaína estariam no país”, explicou.

Nuno Gomes Nabiam disse ter ficado preocupado porque tinha informações de um avião que aterrou no Mali com 10 toneladas de cocaína e que o “aparelho tinha matrícula da Guiné-Bissau”.

“O que eu posso dizer é que alguns elementos do Estado sabiam da proveniência do avião, mas como não tem havido comunicação entre nós, se calhar o problema podia ser tratado de outra forma. Todo o mundo da aviação civil está com os olhos postos sobre a Guiné-Bissau por causa deste avião”, disse.

“O Governo, o Presidente da República, o povo da Guiné-Bissau estão sob os holofotes internacionais. É minha obrigação limpar o nome da Guiné-Bissau”, acrescentou.

O avião aterrou em Bissau a 29 de outubro a pedido do gabinete do chefe de Estado do país, Umaro Sissoco Embaló. Nuno Gomes Nabiam decidiu impedir o avião de sair do país e anunciou uma investigação externa ao avião, pedindo apoio da comunidade internacional.

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Após ao seu Regresso a Bissau, Umaro Sissoco Embaló faz declaração política face às situações de Aeronave e de Drogas ...Nov 13, 2021👇

EUA impõem novas sanções à China, Coreia do Norte e Myanmar

© Reuters

Notícias ao Minuto  10/12/21 

Os Estados Unidos impuseram hoje uma série de sanções à China, Coreia do Norte e Myanmar (ex-Birmânia), incluindo uma empresa chinesa de reconhecimento facial acusada de apoiar a vigilância da minoria uigur muçulmana em Xinjiang.

As sanções, aplicadas ao abrigo da 'Lei Magnitsky', que visa combater a corrupção e as violações dos direitos humanos, foram anunciadas no Dia Internacional dos Direitos Humanos pelo Departamento do Tesouro norte-americano, que também sancionou um estúdio de animação norte-coreano. 

"Mais de um milhão de uigures e membros de outras minorias étnicas predominantemente muçulmanas foram detidos em Xinjiang" com base em decisões de Erken Tuniyaz, atual presidente desta região autónoma, e do seu antecessor, Shohrat Zakir, lê-se no documento do Tesouro.

O departamento governamental norte-americano sancionou também a empresa SenseTime, especializada no reconhecimento facial e acusada de apoiar a vigilância policial em Xinjiang.

Os dois responsáveis chineses e a empresa, que desenvolve aplicações informáticas de reconhecimento facial e de imagem usados em particular para monitorização de multidões e verificação de identidade, foram visadas devido a alegadas violações dos direitos humanos.

A SenseTime já tinha sido colocada na "lista negra" norte-americana em 2019. 

Há muito atingida por ataques terroristas, a vasta região de Xinjiang vem sendo há vários anos alvo da repressão de Pequim.

Mais de um milhão de uigures foram presos em centros de reeducação política, segundo associações de direitos humanos. Pequim contesta os números e fala em centros de treino vocacional destinados a manter os internados longe da radicalização.

Também alvo de sanções americanas, os estúdios de animação norte-coreanos SEK têm reputação internacional por terem contribuído sobretudo para sucessos globais de filmes como "O Rei Leão" ou "Pocahontas".

Segundo o Tesouro norte-americano, a SEK "usou uma variedade de empresas de fachada para escapar às sanções contra o governo norte-coreano e enganar as instituições financeiras internacionais".

As sanções, as primeiras contra Pyongyang desde que Joe Biden assumiu o cargo, também visam o ministro da Defesa norte-coreano, Ri Yong Gil, e o Ministério Público, acusado de fazer parte de um "processo judicial envolvendo julgamentos fundamentalmente injustos". 

A universidade russa European Institute Justo e o respetivo diretor são sancionados em conexão com a Coreia do Norte, por terem patrocinado "centenas de vistos de estudante" para trabalhadores norte-coreanos empregados na Rússia. 

Para o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, esses trabalhadores geram "receita em moeda estrangeira" usada pelo regime norte-coreano "para apoiar as suas armas ilegais de destruição em massa e programas de mísseis balísticos".

Na Birmânia, quatro líderes regionais e três organizações ligadas ao Ministério da Defesa são punidos por estarem "associados aos ataques do regime militar à democracia e à sua repressão brutal". 

A 01 de fevereiro, o exército birmanês derrubou a chefe do Governo civil de Aung San Suu Kyi, encerrando abruptamente um período democrático de 10 anos. 

As sanções dos Estados Unidos visam também o Batalhão de Ação Rápida do Exército de Bangladesh, acusado de "graves violações dos direitos humanos" na guerra do governo contra o tráfico de drogas. 

No total, 15 pessoas e 10 entidades foram sancionadas pelas ligações às violações de direitos humanos e atos de repressão em todo o mundo.

Hoje, em conjunto com os Estados Unidos e Canadá, também o Reino Unido anunciou novas sanções contra a junta militar no poder em Myanmar devido à repressão contra a população e a violações dos direitos humanos.

O novo pacote de sanções inclui proibição de viagens e congelamento de bens a organismos oficiais para limitar o acesso a armas, equipamentos e financiamento, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.

O Governo britânico também anunciou sanções contra Furqan Bangalzai, ex-comandante da organização terrorista Lashkar-e-Jhangvi, que ajudou a organizar o ataque bombista ao santuário Lal Shahbaz Qalandar, no Paquistão, em 2017, no qual morreram 70 muçulmanos sufis.

Bangalzai fica assim impedido de viajar para o Reino Unido, transferir dinheiro através de bancos britânicos ou ter interesses económicos no país. 

O anúncio coincide com o Dia Internacional dos Direitos Humanos e pretende demonstrar que o Reino Unido está disposto a trabalhar com "democracias e parceiros, como uma rede de liberdade, para pedir contas àqueles que negam essas liberdades fundamentais", afirmou o secretário de Estado britânico para a Ásia, Tariq Ahmad.

Guiné-Bissau aprova ratificação do acordo de mobilidade da CPLP

© Lusa

Por LUSA 10/12/21 

O parlamento da Guiné-Bissau aprovou hoje a ratificação do acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O acordo foi ratificado com o voto dos 90 deputados presentes no parlamento, numa sessão dedicada a interpelar o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam. O parlamento da Guiné-Bissau tem 102 deputados.

O acordo de mobilidade foi assinado em Luanda, em 17 de julho, na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, na qual Angola assumiu a presidência da organização até 2023.

Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe já ratificaram o acordo e Angola já o fez aprovar no parlamento.

O acordo para entrar em vigor precisava de ser ratificado por três dos nove países da organização.

A proposta de acordo sobre mobilidade estabelece um "quadro de cooperação" entre todos os Estados-membros de uma forma "flexível e variável" e, na prática, abrange qualquer cidadão.

Aos Estados é facultado um leque de soluções que lhes permitem assumir "compromissos decorrentes da mobilidade de forma progressiva e com níveis diferenciados de integração", tendo em conta as suas próprias especificidades internas, na sua dimensão política, social e administrativa.

Neste contexto, têm a "liberdade (...) na escolha das modalidades de mobilidade, das categorias de pessoas abrangidas", bem como dos países da comunidade com os quais pretendam estabelecer as parcerias.

O acordo define que a mobilidade CPLP abrange os titulares de passaportes diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço e os passaportes ordinários.

A questão da facilitação da circulação tem vindo a ser debatida na CPLP há cerca de duas décadas, mas teve um maior impulso com uma proposta mais concreta apresentada por Portugal na cimeira de Brasília, em 2016, e tornou-se a prioridade da presidência rotativa da organização de Cabo Verde, de 2018 a 2021.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP, organização que este ano comemora 25 anos.

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Apenas alguns passaportes ficam isentos de vistos a partir de janeiro na CPLP

@antoniocostapm

 LUSA  10 Dezembro 2021

Só os passaportes diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço ficam isentos de vistos a partir de janeiro de 2022. Acordo abrange por enquanto 3 países: Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Os passaportes diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço passam a estar isentos de vistos a partir de 1 de janeiro de 2022 para Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que ratificaram o acordo de mobilidade da CPLP.

Segundo um comunicado divulgado esta sexta-feira pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apenas uma das modalidades de mobilidade previstas no acordo – “a isenção de vistos a favor dos titulares de passaportes diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço – decorre imediatamente da entrada em vigor do acordo”, no início do próximo ano.

O acordo de mobilidade, adianta a organização lusófona, entrará em vigor em 1 de janeiro apenas para Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que já entregaram ao secretariado-executivo da organização os respetivos instrumentos de ratificação – como Portugal fez na quinta-feira, pelas mãos do primeiro-ministro, António Costa.

Ou seja, da entrada em vigor do acordo “não decorre a imediata aplicação de regime de isenção de vistos na CPLP, nem mesmo” para estes três países. “O acordo estabelece a base legal sobre a qual se construirá uma maior mobilidade e circulação no espaço da CPLP”, e que identifica, de forma “não exaustiva, as diferentes modalidades de mobilidade”.

De acordo com a mesma nota, a “aplicação de outras modalidades de mobilidade (como, por exemplo, isenção de vistos em passaportes comuns) exige o estabelecimento de instrumentos adicionais de parceria entre duas ou mais partes”.

“Nestes instrumentos, os Estados-parte (i.e., aqueles onde o acordo está em vigor) escolhem livremente as modalidades de mobilidade, os grupos abrangidos e as outras partes com as quais estabelecem a referida parceria, em linha como o princípio da flexibilidade previsto no acordo”, também chamado de “geometria variável”.

Para os restantes Estados-membros, e tal como previsto no acordo, a entrada em vigor ocorrerá após a entrega dos respetivos instrumentos de ratificação ao secretariado.

Em declarações à RTP, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, explicou esta sexta-feira que o novo regime, que exigirá ainda uma “adaptação da legislação nacional”, irá aplicar-se aos “cidadãos de todos os outros países de língua portuguesa”.

“A partir do próximo ano, aqueles que venham residir para fins de estudo ou de trabalho só precisarão de mostrar que são eles, portanto, com cartão de identidade, que têm o passaporte necessário para realizar a viagem e que têm a sua situação criminal bem”, referiu.

O acordo, acrescentou, “não significa a facilitação dos vistos de curta duração: os vistos Schengen, de turismo, continuarão a ser necessários”, mas “os vistos nacionais, para estudo ou trabalho, passarão a ser automaticamente concedidos”.

O acordo de mobilidade foi assinado em Luanda, em 17 de julho, na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, na qual Angola assumiu a presidência da organização até 2023.

António Costa entregou na quinta-feira ao secretário-executivo da CPLP, Zacarias da Costa, o instrumento de ratificação por Portugal do Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados-membros da organização, destacando tratar-se de “um ato de afirmação política muito importante”.

Dos restantes Estados-membros, Moçambique já ratificou o documento, mas ainda não formalizou a sua entrega junto da CPLP, e Angola e a Guiné-Bissau já o aprovaram ao nível do parlamento.

O acordo, para entrar em vigor, precisava de ser ratificado por três dos nove países da organização. A proposta de acordo sobre mobilidade estabelece um “quadro de cooperação” entre todos os Estados-membros de uma forma “flexível e variável” e, na prática, abrange qualquer cidadão.

Aos Estados é facultado um leque de soluções que lhes permitem assumir “compromissos decorrentes da mobilidade de forma progressiva e com níveis diferenciados de integração”, tendo em conta as suas próprias especificidades internas, na sua dimensão política, social e administrativa.

Neste contexto, têm a “liberdade (…) na escolha das modalidades de mobilidade, das categorias de pessoas abrangidas”, bem como dos países da comunidade com os quais pretendam estabelecer as parcerias.

O acordo define que a mobilidade CPLP abrange os titulares de passaportes diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço e os passaportes ordinários.

A questão da facilitação da circulação tem vindo a ser debatida na CPLP há cerca de duas décadas, mas teve um maior impulso com uma proposta mais concreta apresentada por Portugal na cimeira de Brasília, em 2016, e tornou-se a prioridade da presidência rotativa da organização de Cabo Verde, de 2018 a 2021.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP, organização que este ano comemora 25 anos.