sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Diretor da Organização para Defesa e Desenvolvimento das Zonas Húmidas ODZH, Francisco Gomes Wambar, defende a conservação das zonas húmidas no país


 Radio TV Bantaba

Guiné-Bissau: PRS desafia alegado pagamento de renda por Sissoco Embaló

Por: Rádio Capital Fm

Bissau - (01.02.2023) - Alguns dias depois das portas da sua sede terem sido alegadamente bloqueadas, devido a uma suposta dívida para com o senhorio do Imóvel, junto a Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria, o Partido da Renovação Social (PRS) decidiu hoje, 1 de Fevereiro, “denunciar" o contrato de arrendamento. 

Na missiva endereçada à proprietária do referido imóvel, a Direção Superior do PRS escreve que "considerando a dinâmica que a Direção Superior do partido tem estado a imprimir e que tem refletido no aumento da imagem e da dimensão do Partido quer a nível nacional quer a nível internacional, torna impraticável ou impossível continuar o seu funcionamento no espaço da vossa pertença que, adquirido a titulo de contrato de arrendamento, no qual tem funcionado a Sede Nacional do partido ao longo de vários anos, sempre num ambiente de muito respeito e de cordialidade entre as partes”. “Nesta conformidade, e a luz do contrato de arrendamento em vigor, serve a presente nota para, de forma voluntária e irrevogável, denunciar o referido contrato com efeitos imediatos e consequente devolução das chaves no dia 05 de fevereiro do corrente ano conforme a vossa indicação”, lê-se ainda na carta com a data de 29 de Janeiro último. 

De referir que dias depois da comunicação conjunta dos líderes do PRS e APU-PDGB, num Comício popular em Bissorã, onde Nuno Gomes Nabiam, antigo Primeiro-ministro, afirmou haver a circulação de droga em "abundância" em Bissau, circulou nas redes sociais em como  o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, terá pago a renda da sede do PRS no valor de  25 milhões de francos cfa correspondente a uma  dívida de 10 meses”.

Coreia do Norte lança mísseis de cruzeiro pela quarta vez em dez dias

© Lusa

POR LUSA   02/02/24 

O exército da Coreia do Sul anunciou que o Norte lançou hoje vários mísseis de cruzeiro na direção do mar Amarelo, no quarto teste deste género em dez dias.

"Os nossos militares detetaram vários mísseis de cruzeiro de tipo não identificado lançados pela Coreia do Norte (...) por volta das 11h00" (03h00 em Lisboa), disse o Estado-Maior Conjunto (JCS, na sigla em inglês) sul-coreano, em comunicado.

As agências de informações militares da Coreia do Sul e dos Estados Unidos "estão a realizar uma análise detalhada", acrescentou o JCS.

Este foi o quarto teste deste tipo nos últimos dez dias, depois dos realizados nos dias 24, 28 e 30 de janeiro tanto no mar Amarelo como no mar do Japão.

Horas antes, a imprensa estatal da Coreia do Norte disse que o líder do país, Kim Jong-un, descreveu a construção de novos navios militares como crucial para os preparativos de guerra, na sequência da visita a um estaleiro naval.

O fortalecimento da força naval da Coreia do Norte "representa a questão mais importante na defesa segura da soberania marítima do país e na intensificação dos preparativos de guerra", disse Kim, citado pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

A KCNA não indicou em que dia o líder norte-coreano visitou Nampho, uma cidade portuária a cerca de 65 quilómetros a sudoeste de Pyongyang, nem que tipo de navios de guerra estão a ser construídos nesse estaleiro.

Ainda assim, a agência sublinhou que os navios fazem parte de um plano de desenvolvimento militar a cinco anos definido durante um congresso do partido único da Coreia do Norte no início de 2021.

Nessa altura, Kim divulgou uma extensa lista de recursos militares avançados que pretendia desenvolver, que incluía submarinos com propulsão nuclear e mísseis nucleares que podem ser lançados debaixo de água.

Em Nampho, Kim foi informado sobre o progresso dos projetos navais e os desafios tecnológicos ainda por enfrentar e ordenou aos trabalhadores que "concluíssem incondicionalmente" os esforços dentro do prazo do plano, que vai até 2025, disse a KCNA.

O líder norte-coreano "expressou esperança de que os trabalhadores do estaleiro tenham sucesso na construção dos principais navios de guerra do mundo", acrescentou a agência.

Na segunda-feira, a KCNA tinha dito que Kim supervisionou pessoalmente testes de dois mísseis lançados dois dias antes a partir de um submarino, alegando tratar-se de uma nova geração de mísseis estratégicos de cruzeiro.

O ministro da Unificação da Coreia do Sul disse que o Norte, através de persistentes testes de armas, "parece ter a intenção de fazer [da península coreana] uma região com riscos constantes de conflito militar, como o Médio Oriente".

"Não devemos cair na armadilha norte-coreana", disse Kim Yung-ho, cujo Ministério é responsável pelas relações com Pyongyang, numa entrevista a uma rádio.

O ministro prometeu publicar no final do mês um relatório, com base em entrevistas a mais de 6.300 norte-coreanos que fugiram do país, sobre a situação económica na Coreia do Norte, para deixar claro o colapso do sistema público de abastecimento alimentar.



Leia Também: Fotos de satélite mostram novas demolições ao longo de um caminho, com o tamanho de um quilómetro, na fronteira da Faixa de Gaza com Israel, de acordo com uma análise da agência Associated Press (AP) e de especialistas.

ONU: Terrorismo ameaça Afeganistão e zonas de conflito de África

© Lusa

POR LUSA    02/02/24 

A ameaça terrorista de grupos fundamentalistas islâmicos continua a ser elevada em zonas de conflito em África e no Afeganistão e o risco aumentou em algumas regiões, incluindo na Europa, alertaram especialistas da ONU.

De acordo com um novo relatório, a relação entre o regime talibã do Afeganistão e a rede terrorista da Al-Qaida continua estreita e, de acordo com Estados-membros da ONU, "a elevada concentração de grupos terroristas" no país está a minar a situação de segurança na região.

A maior ameaça para o Afeganistão é o grupo extremista Estado Islâmico (EI) e movimentos afiliados "com a capacidade de se projetar na região e além", disseram os especialistas, num documento enviado ao Conselho de Segurança da ONU.

O relatório anual, que cobre o período até 16 de dezembro de 2023, apontou, a nível regional, para uma sucessão de ataques nos vizinhos Irão e Paquistão e ameaças em países da Ásia Central.

O painel afirmou que, embora nenhum dos grupos afiliados à Al-Qaida tenha recuperado a capacidade de lançar operações de longo alcance, "nutrem ambições globais", havendo registo de "esforços secretos e calibrados para reconstruir a capacidade".

Apesar da derrota no Iraque em 2017 e na Síria, dois anos depois, o EI continua a ter entre três mil e cinco mil combatentes nos dois países, estimou o painel.

No Iraque, o EI está a desenvolver "uma rebelião de baixa intensidade com células terroristas secretas", enquanto na Síria os ataques se intensificaram desde novembro, disseram os especialistas.

Na África Ocidental e no Sahel, afirmou o painel, "a violência e a ameaça aumentaram novamente" nas zonas de conflito, levantando preocupações entre os países membros da ONU.

Os especialistas apontaram para "um défice nas capacidades de contraterrorismo", que o EI e os grupos afiliados à Al-Qaida continuam a explorar.

"A situação está a tornar-se cada vez mais complexa com a fusão de disputas étnicas e regionais com a agenda e as operações destes grupos", afirmaram.

Na África Oriental, o governo da Somália continua uma ofensiva militar, com ataques aéreos e operações militares, que causou perdas significativas ao movimento extremista Al-Shabab, disseram.

Mas o painel referiu que a afiliada da Al-Qaida continua a ter entre sete mil e 12 mil combatentes e receitas anuais estimadas em 100 milhões de dólares (92 milhões de euros), sobretudo de impostos ilegais cobrados em Mogadíscio e no sul da Somália.

O relatório indicou ainda que desde o início da guerra na Faixa de Gaza, entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, a Al-Qaida mudou a mensagem.

"Os Estados-membros estão preocupados que [a Al-Qaida] possa explorar a situação para recuperar relevância e explorar o descontentamento popular sobre o número de vítimas civis, fornecendo orientação àqueles que desejam agir", inspirando "ataques solitários em todo o mundo", afirmou o painel.

Em toda a Europa, "os níveis formais de ameaça terrorista aumentaram (...) depois de ataques no final de 2023 em França e na Bélgica, além de numerosos incidentes terroristas não letais e detenções em vários países europeus", salientaram os especialistas.



Leia Também: Milícias iraquianas apoiadas pelo Irão atacaram uma base norte-americana localizada no campo petrolífero de Al Omar, no leste da Síria, disse o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH)."

PRS abandona sede em Belém na Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria

Radio TV Bantaba Fevereiro 2, 2024

Partido da Renovação Social (PRS) Retorna à Sua Sede Histórica.

O Partido da Renovação Social (PRS) anunciou hoje que irá deixar a sua atual sede na Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria, situada no bairro de Belém, para retornar à sua sede histórica, conhecida como o quartel general, localizada em Cundok, bairro da Ajuda.

Esta decisão foi comunicada através de uma carta endereçada à proprietária do edifício onde a sede está atualmente instalada, Antonieta Fernandes, informando a denúncia do contrato de arrendamento do imóvel e a devolução das chaves para o dia 5 de fevereiro de 2024.

No documento, datado de 29 de janeiro de 2024, com referência N.º 01/PRS/GPIP/RS/2024, o PRS expressa gratidão pela colaboração da senhora Fernandes durante o período de vigência do contrato. O partido salienta a dinâmica e a dimensão que adquiriu tanto a nível nacional como internacional e menciona a impraticabilidade de continuar a renovação no espaço atual, optando assim pelo regresso à sua localização original.

O Dr. Fernando Dias da Costa, que assina a carta como Presidente Interino, reforça o respeito e a cordialidade mantidos entre as partes ao longo dos anos de ocupação. A mudança marca um retorno às raízes para o PRS e uma reafirmação da sua identidade histórica.

O partido ainda não anunciou planos específicos para o desenvolvimento ou utilização da sua sede histórica, mas espera-se que esta mudança simbolize um novo capítulo na sua trajetória política.

A publicação do partido👇

Fonte: Fernando Dias FDC

O Partido da Renovação Social-PRS decide abandonar voluntariamente de vez a sua sede na Avenida Combatentes de Liberdade da Pátria, no bairro de Belém.Voltando para sua sede histórica, o quartel general, em Cundok, bairro de ajuda.

PRS POR UMA AGENDA PRÓPRIA!

CONVICÇÃO E DETERMINAÇÃO.


Hezbollah e forças israelitas seguem troca de ataques junto à fronteira

© JALAA MAREY/AFP via Getty Images

POR LUSA    01/02/24 

O Hezbollah reivindicou hoje ataques contra "equipamento de espionagem" e radares do Exército israelita na zona disputada das Quintas de Shebaa, enquanto Telavive disse que atingiu um posto militar do grupo xiita no sul do Líbano.

Este movimento indicou, em comunicado que o ataque foi realizado com "armas apropriadas" e acrescentou que "há ataques diretos", referindo ainda que a ofensiva ocorre "em apoio ao firme povo palestiniano na Faixa de Gaza e à sua corajosa e honrada resistência", segundo a rede de televisão Al Manar, ligada ao grupo.

O Exército israelita, por sua vez, indicou que um dos seus aviões bombardeou uma "estrutura militar da organização terrorista Hezbollah" em Tir Harfa, no sul do Líbano, não havendo, para já, informações sobre vítimas.

"Durante este dia, vários foguetes foram detetados do Líbano contra território israelita nas áreas de Metula e Kiryat Shmona. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atacaram os locais dos disparos", sublinharam os israelitas.

O Chefe do Estado-Maior das IDF, o tenente general Herzi Halevi, viajou até a fronteira entre Israel e o Líbano para avaliar a situação na área, após repetidos ataques em ambos os lados da fronteira.

Halevi sublinhou que Israel só permitirá que os residentes da zona fronteiriça regressem às suas casas "quando for seguro". Quase 80 mil pessoas deixaram este território após os primeiros ataques do Hezbollah.

A fronteira entre Israel e o Líbano vive o seu maior pico de tensão desde a guerra de 2006, com uma intensa troca de tiros que começou em 08 de outubro, um dia depois do início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano islâmico Hamas, aliado do Hezbollah.

As tensões entre Israel e o Hezbollah, movimento apoiado pelo Irão, aumentaram após a morte, no início de janeiro, do 'número dois' do Hamas, Salé al Aruri, e de seis outros membros do grupo, incluindo dois altos funcionários do seu braço armado, as Brigadas Al Qassam, num atentado à bomba em Beirute, atribuído ao Exército israelita.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, garantiu esta semana que as suas tropas "estão prontas e preparadas para uma campanha a norte".

O risco de um confronto aberto é cada vez mais elevado na fronteira, onde já morreram mais de 230 pessoas, a maioria destas nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 176 vítimas, algumas na Síria.

Do lado israelita, 18 pessoas morreram na fronteira norte, incluindo doze soldados e seis civis, enquanto no Líbano morreram cerca de 20 membros de milícias palestinianas, um soldado e 24 civis, incluindo três crianças e três jornalistas.

O atual conflito foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns no dia 07 de outubro, segundo as autoridades israelitas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea, marítima e terrestre contra a Faixa de Gaza, um pequeno enclave palestiniano com cerca de 2,3 milhões de habitantes.

A guerra causou 27.019 mortos na Faixa de Gaza, segundo um novo balanço divulgado hoje pelo Ministério da Saúde do movimento islamita, que controla o território desde 2007.



Leia Também: Israel anuncia concluir operação em Khan Yunis e tropas para Rafah

Libertados sete reféns sequestrados "por Gaza" numa fábrica na Turquia

© OZAN KOSE/AFP via Getty Images

POR LUSA   01/02/24 

Os sete reféns detidos hoje durante nove horas por um homem armado, que alegou agir "a favor de Gaza", numa fábrica turca do grupo norte-americano Procter & Gamble (P&G) foram libertados ilesos.

Segundo o governador da província de Kocaeli (noroeste), Seddar Yavuz, o sequestrador, um ex-funcionário, foi detido sem violência, durante uma breve operação policial.

"As nossas forças de segurança realizaram a sua operação quando este ia à casa de banho, sem ferir os reféns", explicou o governador, em declarações aos jornalistas no local, especificando que o agressor não alegou fazer parte de nenhum grupo político ou ativista.

O sequestrador pediu o fim das operações militares israelitas em Gaza e a abertura do ponto de passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, acrescentou Yavuz.

Famílias reunidas perto do local confirmaram à agência France-Presse (AFP) que os sete reféns, incluindo uma jovem de 26 anos, estavam seguros.

O homem, que tinha "duas armas" e "um dispositivo possivelmente explosivo", segundo o governador, invadiu o local por volta das 14:30 (11:30 em Lisboa).

De acordo com uma foto publicada por um dos reféns na rede social Instagram - verificada pela AFP -, o homem apareceu com o rosto parcialmente coberto por um 'keffiyeh', o lenço que representa a luta palestiniana.

"Por Gaza", dizia uma mensagem saliente em vermelho numa parede atrás do sequestrador, que tinha também duas bandeiras, turca e palestiniana, frente a frente.

Um porta-voz do fabricante norte-americano de produtos domésticos e de higiene Procter & Gamble disse à AFP que a fábrica de Gebze, na periferia leste de Istambul, foi "evacuada no início do dia".

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um dos líderes mais críticos de Israel desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, denunciou repetidamente o apoio dos EUA a Israel, que chamou de Estado terrorista e genocida.

Apelos ao boicote aos produtos norte-americanos também foram amplamente divulgados na Turquia desde o início do conflito. Vários restaurantes McDonald's e cafés Starbucks - que operam sob licença turca - foram vandalizados em todo o país.

No início de novembro, a polícia turca teve de dispersar, com recurso a gás lacrimogéneo, uma manifestação pró-palestiniana organizada em frente a uma base militar que alojava forças norte-americanas, poucas horas antes de uma visita a Ancara do secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Manifestações em apoio aos palestinos são organizadas regularmente no país.



Leia Também: Trabalhadores feitos reféns em fábrica na Turquia. Será protesto por Gaza

Cerca de 1166 meninos foram submetidos a fanado e conduzidos a barraca de fanado.

A situçāo preocupa o Movimento da Sociedade Civil da Regiāo de Bafatá e a direçāo regional da Educaçāo e, lançam campanhas de sensibilizaçāo sobre a Educaçāo Inclusiva, Participativa para travar o abandono escolar que por campanha de cajú afecta grande numéro de crianças de idade escolar.


Radio Voz Do Povo

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Turquia quer ajudar a "reforçar a independência" do Níger

© Shutterstock

POR LUSA   01/02/24 

A Turquia afirmou hoje que pretende ajudar o Níger a "reforçar a sua independência", depois de Niamey ter anunciado a sua retirada da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

"O presidente Erdogan manifestou o apoio da Turquia às medidas tomadas pelo Níger para reforçar a sua independência política, militar e económica", declarou a Presidência turca após um encontro em Ancara entre o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro do Níger, Ali Mahamane Lamine Zeine, nomeado pelo regime militar no poder em Niamey.

A Turquia diz querer impulsionar o comércio com o Níger, que anunciou na terça-feira - depois do Mali e do Burkina Faso - a sua retirada da CEDEAO, uma decisão com consequências potencialmente profundas para a sua economia e estabilidade política.

A CEDEAO tem tentado, em vão, fazer com que os civis regressem ao poder o mais rapidamente possível em Niamey, Bamako e Ouagadougou, onde golpes de Estado derrubaram presidentes eleitos.

De acordo com a Presidência turca, Erdogan declarou que "a Turquia opõe-se às intervenções militares estrangeiras que vitimam o povo do Níger e continuará a fazê-lo".

Ancara, que alargou a sua presença no Sahel e pretende aumentar ainda mais a sua influência, nomeadamente aproveitando a saída forçada da França, adotou uma atitude conciliatória com os militares que tomaram o poder no Níger na sequência de um golpe de Estado em 26 de julho de 2023.

Ancara está a acompanhar de perto a situação no Níger, um país do Sahel situado na fronteira sul da Líbia, onde a Turquia tem muitos interesses.



Leia Também: Governo de transição do Níger suspende Casa da Imprensa


EUA sugerem iminência de resposta contra milícias pró-iranianas

© Lusa

POR LUSA    01/02/24 

O secretário da Defesa norte-americano defendeu hoje ser altura de desativar "ainda mais" as milícias apoiadas pelo Irão que atacaram forças e navios dos Estados Unidos no Médio Oriente, sugerindo que estão a preparar-se para "operações de grande envergadura".

Lloyd Austin acrescentou que os Estados Unidos se preparam para tomar medidas significativas sobretudo em resposta à morte de três militares norte-americanos na Jordânia num ataque de uma milícia pró iraniana. Há vários dias que os Estados Unidos têm dado a entender que os ataques estão iminentes.

Embora a ameaça de retaliação pelas mortes de domingo tenha levado alguns grupos militantes a dizer que estavam a cessar as hostilidades, hoje os rebeldes iemenitas Huthis continuaram a atacar embarcações e dispararam um míssil balístico contra um navio porta-contentores de bandeira liberiana no Mar Vermelho.

"Agora, chegou o momento de retirar ainda mais capacidade à que retirámos no passado" às milícias, disse Austin na primeira conferência de imprensa desde que foi hospitalizado a 01 de janeiro devido a complicações do tratamento do cancro da próstata.

Os anteriores ataques dos Estados Unidos, apoiados pelo Reino Unido, não impediram que os Huthis continuassem a lançar mísseis e 'drones' (aeronaves não tripuladas) contra navios no Mar Vermelho.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a 07 de outubro, grupos de milicianos apoiados pelo Irão atingiram bases norte-americanas no Iraque e na Síria pelo menos 166 vezes com foguetes, mísseis e 'drones' de ataque unidirecional, atraindo cerca de meia dúzia de contra-ataques norte-americanos a instalações das milícias nos dois países.

O exército norte-americano também realizou ataques aéreos contra os rebeldes Huthis apoiados pelo Irão no Iémen.

Os Estados Unidos atribuíram o ataque à Torre 22 na Jordânia à Resistência Islâmica no Iraque, um grupo de milícias apoiadas pelo Irão que inclui o grupo militante Kataib Hezbollah. Embora o Irão tenha negado qualquer envolvimento, Austin disse hoje desconhecer até que ponto Teerão sabia do ataque.

"Mas isso não tem importância porque o Irão patrocina estes grupos", resumiu, salientando que, "sem esse apoio", os ataques não são possíveis.

Austin disse que o Pentágono ainda está a analisar os dados forenses do 'drone' que atingiu a Torre 22, uma base secreta no nordeste da Jordânia que tem sido crucial para a presença norte-americana na vizinha Síria.

"Não creio que os adversários tenham uma mentalidade de 'um e pronto'. Por isso, têm muita capacidade. Mas os Estados Unidos têm muito mais. Vamos fazer o que for necessário para proteger as nossas tropas", avisou Austin.

No mar Vermelho, os Huthis dispararam contra navios comerciais e militares quase 40 vezes desde novembro. No último ataque, dispararam um míssil balístico contra um navio porta-contentores de bandeira liberiana na quinta-feira, disseram autoridades de defesa dos Estados Unidos.

O ataque ocorreu a oeste de Hodeida, cidade portuária no Iémen detida pelos rebeldes, mas não provocou nem mortos nem feridos, referiu o Centro de Operações Comerciais Marítimas do Reino Unido.

Fonte oficial norte-americana, que solicitou anonimato à agência noticiosa Associated Press (AP), confirmou as indicações avançadas pelo centro de operações britânico e identificou o porta-contentores como "Koi".

Por outro lado, a empresa de segurança privada Ambrey informou na noite de quarta-feira que um navio foi alvo de um míssil a sudoeste de Aden, no Iémen, perto do Estreito de Bab el-Mandeb, entre o mar Vermelho e o Golfo de Aden.

Os Huthis afirmaram que o ataque visava o "Koi", embora as autoridades norte-americanas não tivessem informações sobre qualquer ataque na noite de quarta-feira.

Desde novembro, os rebeldes iemenitas têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho devido à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza contra o grupo islamita palestiniano Hamas, focando maioritariamente as suas operações contra embarcações israelitas ou com ligações a Israel.

No entanto, os Huthis têm frequentemente visado navios com ligações ténues ou inexistentes a Israel, pondo em perigo a navegação numa rota fundamental para o comércio global entre a Ásia, o Médio Oriente e a Europa.

No final de quarta-feira, caças norte-americanos FA-18 atingiram e destruíram 10 'drones' (aeronaves não tripuladas) Huthis que estavam preparados para serem lançados, bem como uma estação de controlo terrestre usada pelos rebeldes, disseram fontes militares dos Estados Unidos.

As mesmas fontes adiantaram também terem intercetado um míssil balístico e outros 'drones' que já estavam no ar.


Governo de transição do Níger suspende Casa da Imprensa

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POR LUSA   01/02/24 

O governo de transição do Níger, formado por uma junta militar, suspendeu a associação Casa da Imprensa, que durante o golpe de Estado de julho apoiou o Presidente deposto, informou hoje a agência de notícias ANP.

O Ministério do Interior do Níger aceitou, na quarta-feira, suspender a associação "até nova ordem", segundo a ANP.

Para gerir a associação foi criado uma comissão composta pelo secretário-geral do ministério como presidente e o secretário-geral do ministério da comunicação como relator.

A ANP referiu que a Casa da Imprensa detém todas as estruturas do setor da imprensa nacional.

A presidência cessante da associação tinha convocado por duas vezes uma assembleia para eleger os novos membros, mas o Ministério do Interior suspendeu ambas as reuniões.

A Casa da Imprensa convocou, a 26 de julho de 2023, dia do golpe de Estado que levou os militares ao poder, uma manifestação a favor da reintegração do Presidente deposto, Mohamed Bazoum, em frente ao Palácio Presidencial, onde se encontrava detido pelos militares.

A manifestação foi interrompida pelas autoridades. E Bazoum está desde então detido na residência presidencial em Niamey, a capital.

Os golpes de Estado no Mali (24 de maio de 2021), Níger (26 de julho de 2023) e Burkina Faso (06 de agosto de 2023) derrubaram governos eleitos democraticamente e conduziram ao poder juntas militares que acusaram as forças ocidentais, em particular a antiga potência colonial (França), de ingerência.

Em setembro, os três países, que tinham formado a Aliança dos Estados do Sahel (AES), acordaram reforçar a cooperação e negociaram acordos de auxílio militar, em caso de intervenção externa.

Os três países alegam também estar sob ataque de grupos extremistas islâmicos e criticaram os governos anteriores de terem falhado nessa matéria.

As tropas francesas foram expulsas e há o registo de elementos do grupo de mercenários russo Wagner no terreno.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem criticado os governos dos três países e vários governantes admitiram a possibilidade de ações militares no terreno para repor a ordem democrática.

Devido às críticas e às sanções impostas, os três países anunciaram a saída da organização sub-regional.



Leia Também: Opinião pública do Burkina Faso, Mali e Níger favorável à CEDEAO

COMUNICADO FINAL DO CONSELHO DE MINISTROS _01.02.2024

 Radio Voz Do Povo

Alto Comissário da ONU chocado com execuções de civis no Mali

© Pedro Rances Mattey/picture alliance via Getty Images

POR LUSA   01/02/24 

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos comunicou hoje estar "chocado com as alegações credíveis de que as forças armadas do Mali executaram pelo menos 25 pessoas na região central de Nara, a 26 de janeiro".  

Além destas alegadas execuções sumárias, Volker Türk manifestou-se também alarmado com a informação de que cerca de 30 civis foram mortos "em ataques de indivíduos armados ainda não identificados em duas outras aldeias - Ogota e Oimbe - na região de Bandiagara durante o fim de semana".

"É essencial que todas as alegações de privação arbitrária da vida, incluindo execuções sumárias, sejam investigadas de forma completa e imparcial e que os responsáveis sejam levados à Justiça em julgamentos que cumpram as normas internacionais", afirmou.

As autoridades do Mali devem igualmente garantir que as tropas, bem como os seus agentes ou aliados, respeitem o direito internacional em matéria de direitos humanos e o direito internacional humanitário, nomeadamente tomando todas as medidas possíveis para assegurar a proteção dos civis, segundo o alto representante. 

"A violência contra civis e pessoas fora de combate é estritamente proibida", reiterou.

Türk?referiu um episódio em que o seu "gabinete corroborou dois outros assassínios" cometidos por membros das forças armadas do Mali e por militares estrangeiros aliados, em que pelo menos 31 civis morreram.

"A 24 de setembro de 2023, 14 pastores foram alegadamente executados em Ndoupa, na região de Ségou, e a 05 de outubro, 17 outros civis foram alegadamente executados na aldeia de Ersane, na região de Gao. Não temos conhecimento de quaisquer investigações por parte das autoridades sobre estes alegados assassínios", concluiu.

Os golpes de Estado no Mali (24 de maio de 2021), Níger (26 de julho de 2023), Burkina Faso (06 de agosto de 2023) derrubaram governos eleitos democraticamente e conduziram ao poder juntas militares que acusaram as forças ocidentais, em particular a antiga potência colonial (França), de ingerência.

Em setembro, os três países, que tinham formado a Aliança dos Estados do Sahel (AES), acordaram reforçar a cooperação e negociaram acordos de auxílio militar, em caso de intervenção externa.

Os três países alegam também estar sob ataque de grupos extremistas islâmicos e criticaram os governos anteriores de terem falhado nessa matéria.

As tropas francesas foram expulsas e há o registo de elementos do grupo de mercenários russo Wagner no terreno.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem criticado os governos dos três países e vários governantes admitiram a possibilidade de ações militares no terreno para repor a ordem democrática.

Devido às críticas e às sanções impostas, os três países anunciaram a saída da organização sub-regional.

Até há dois anos, Portugal teve militares no Mali, no quadro da cooperação internacional.


Em 1 de fevereiro de 2022, uma tentativa de golpe de estado foi realizada contra o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.

 

Foi lançado oficialmente a nova Rede denominada, Nô Rapada Ambiente na Guiné-Bissau (RENORAAM-GB)


 Radio TV Bantaba

PRESIDENTE DA REPÚBLICA RECEBE SECRETÁRIA EXECUTIVA DA COMISSÃO NACIONAL DE FRONTEIRAS

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebeu em audiência a Secretária Executiva da Comissão Nacional de Fronteiras, Balbina De Pina Da Silva.
 
Chefe de Estado, General Umaro Sissoco Embaló, recebe  em audiência, hoje, quinta-feira (01.02), Comissão Nacional de Fronteiras da Guiné-Bissau. @  Radio Voz Do Povo

A  comissão criada em 2016 e promulgada pelo atual Chefe de Estado em 2023, para a identificação e manutenção das marcas da linha fronteiriça com países vizinhos, busca apoio para estabelecer sede própria e condições adequadas, visando realizar missões conjuntas com entidades congêneres do Senegal e Guiné-Conacry, países com os quais compartilhamos fronteiras, para poder cumprir o plano de atividades alinhado com a Agenda da União Africana para 2022-2025.
Presidência da República da Guiné-Bissau / Radio Voz Do Povo 

JUADEM: COMUNICADO À IMPRENSA

 
Fonte: Malafi  Cámara

DOR DE GARGANTA: Gargarejar com água salgada ajuda mesmo a aliviar as dores de garganta?

© Shutterstock

Notícias ao Minuto   01/02/24 

Nas redes sociais, são vários os truques para aliviar os sintomas. Mas será que é mesmo uma solução? Um estudo tentou perceber melhor esta questão.

Quando está doente, gargarejar com água salgada é um remédio caseiro que muitas pessoas acabam por adotar. Seja por conselho de alguém ou por ter visto alguma publicação nas redes sociais, a verdade é que muitas pessoas acabam por fazê-lo. Mas será que resulta mesmo?

Um estudo apresentado durante o American College of Allergy, Asthma and Immunology Annual Scientific Meeting, aqui citado pelo 'website' EatingWell, mostrou que podia ser eficaz na prevenção de hospitalizações devido à Covid-19.

"Fazer gargarejos com água salgada enquanto estiver doente pode aliviar a gravidade dos sintomas", revelou Jimmy Espinoza, um dos autores do estudo.

Acaba por ser uma solução a curto prazo para o alívio da dor. Uma bebida quente pode também ser uma solução. Revela, contudo, que são tratamentos a curto prazo e se não existirem melhorias deve mesmo procurar um médico.



Leia Também: Livre-se da dor de garganta de forma natural e rápida

Conselho Europeu hoje sobre apoio a Kyiv pode decidir futuro da UE

© Lusa

POR LUSA   01/02/24 

Os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se hoje em Bruxelas numa cimeira europeia extraordinária para avançar com apoio financeiro à Ucrânia, que pode alterar o funcionamento do projeto europeu, perante eventual bloqueio húngaro, segundo fontes comunitárias.

"Se quisermos caracterizar esta cimeira, penso que uma palavra é a de encruzilhada. É uma cimeira crucial para todos e, se não tivermos acordo, haverá sérias consequências na forma como a UE funciona", revelou um alto funcionário comunitário, a propósito do Conselho Europeu que hoje realiza.

Bruxelas acolhe a partir das 11:00 (hora local, menos uma em Lisboa), uma reunião extraordinária dos chefes de Governo e de Estado da UE, ameaçada pelo novo eventual bloqueio da Hungria relativo à reserva financeira de 50 mil milhões de euros para a reconstrução e modernização da Ucrânia, prevista no âmbito da revisão do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2024-2027 da UE.

Com as estimativas a indicarem que a Ucrânia, em guerra causada pela invasão russa há quase dois anos, pode perder liquidez a partir de março, o sentimento é de urgência entre as várias fontes europeias ouvidas pela Lusa, que salientam também a frustração dos 26 líderes da UE face ao ceticismo húngaro sobre a reserva financeira de 50 mil milhões de euros (dos quais 17 mil milhões de euros em subvenções) para os próximos quatro anos para reconstrução da Ucrânia pós-guerra, montante que será mobilizado consoante a situação no terreno.

Apesar de 26 Estados-membros concordarem, a Hungria contesta a solução e, em meados de dezembro passado, não foi possível alcançar um acordo no Conselho Europeu sobre a revisão do QFP, sendo que as maiores dificuldades se relacionam com a contestação húngara da suspensão de verbas comunitárias a Budapeste, como do Fundo de Recuperação.

Por a "frustração ser muito pior do que em dezembro", segundo o alto funcionário europeu ouvido pela Lusa, Bruxelas já tem em mente várias alternativas a 26 devido às várias exigências da Hungria, que têm passado por obrigar que as verbas suspensas a Budapeste sejam desbloqueadas ou não se incluam verbas húngaras na reserva financeira para Kyiv.

Entre os 'planos b' estão, por seu lado, avançar com assistência macrofinanceira para empréstimos a Kyiv, à semelhança de um programa existente no ano passado, criar um fundo com contribuições diretas dos Estados-membros e no qual se pudesse também mobilizar subvenções ou ainda avançar com cooperação reforçada (figura prevista no Tratado para avançar em domínios cruciais). Enquanto a primeira medida poderia ser concretizada já em março e só se aplicaria a 2024, as outras duas para um apoio a médio prazo demorariam mais tempo, segundo especialistas envolvidos nas negociações.

Face a eventual bloqueio, os 26 líderes da UE equacionam ainda represálias à Hungria, como a de ativar a alínea que prevê retirar o direito de voto a um país no artigo 7.º do Tratado da UE, relativo à violação do Estado de direito, sendo que esse processo, inédito no projeto europeu, implicaria aval dos restantes países e demoraria algum tempo.

Esta seria "a pior sanção" alguma vez ativada contra um Estado-membro, de acordo com o mesmo alto funcionário da UE, envolvido nas discussões.

Marcada pelo foco de um acordo a 27, ainda que com alternativas estudadas a 26, a cimeira europeia começa com uma reunião por videoconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sem ter hora prevista para acabar.


“Trump tem razão.” Sobre? “A não existência de um exército dissuasor na Europa coloca em perigo a nossa própria existência”

Caças F-16 norte-americanos em exercício da NATO na Europa (Foto: Ronald Wittek/EPA)

João Guerreiro Rodrigues  Cnnportugal.iol.pt  01/02/2024 

Rússia, mais de três milhões de soldados. Exércitos mais numerosos do restante continente europeu: Itália, 337 mil soldados; França, 303 mil; Espanha, 199 mil. Mais: França e Reino Unido têm 515 armas nucleares prontas a usar; a Rússia tem 5.889 ogivas. E todos estes números estão em vias de adquirir toda uma nova dimensão - preocupante - se Donald Trump regressar à Casa Branca. Ele que é isolacionista - e a Europa não está preparada para ficar por sua conta

De um momento para o outro, a 19 de janeiro, todos os controlos de navegação GPS de aviões, carros e telemóveis deixaram de funcionar. Era um dos mais fortes ataques de guerra eletrónica em território de um país da NATO, no território que liga a Polónia aos países do Báltico, uma região que é considerada “o calcanhar de Aquiles” da Aliança. Dias depois, Vladimir Putin viajou de surpresa para o exclave de Kaliningrado (entre a Polónia e a Lituânia), onde teve origem o ataque. Estes sinais levaram vários líderes europeus a alertar que o tempo começa a escassear para que a Europa se prepare para um conflito que pode estar mais próximo do que se pensa.

“A Rússia agora é o inimigo da Europa, quer a Europa queira quer não. A Europa achou a certa altura que a guerra não ia voltar - começa a faltar tempo para se rearmar. A não existência de um exército dissuasor na Europa coloca em perigo a nossa própria existência”, afirma Diana Soller, especialista em Relações Internacionais.

E os principais líderes europeus sabem-no. O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a apelar em janeiro para que a indústria de Defesa europeia aumente significativamente a sua produção e a inovação “ampliando a transformação que já começou” para “não deixar a Rússia ganhar”. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorious, estabelece mesmo um prazo para que isso aconteça. Entre cinco a oito anos, é essa a janela temporal que a Europa tem para “assegurar a segurança do seu próprio continente”.

Mas esse é tempo que a Europa pode não ter, caso a Ucrânia não receba os meios de que precisa para defender o seu território contra a invasão russa. Atualmente, nem a União Europeia nem os Estados Unidos conseguem aprovar os seus pacotes de ajuda a Kiev devido a impasses políticos. O líder dos serviços secretos norte-americanos classificou este potencial abandono da Ucrânia como “um erro de proporções históricas”. O equilíbrio entre produzir equipamentos militares para enviar para a Ucrânia e para rearmar as forças armadas pode mesmo levar a fortes atrasos.

“Há países que não conseguem sequer ceder mais mísseis ou munições à Ucrânia porque não têm sequer para si. Falar em rearmar num prazo de cinco anos é completamente irrealista. Esse processo vai demorar pelo menos entre dez a 15 anos. E Moscovo sabe disso”, sublinha o antigo embaixador da NATO António Martins da Cruz.

Por esse motivo, Daniel Fried, antigo embaixador dos Estados Unidos na Polónia, não hesitou ao afirmar que se a Rússia sentir que pode ocupar uma parte do território da NATO sem repercussões assim o fará. Principalmente numa altura em que a maior parte dos membros da Aliança ainda não cumpre a meta estabelecida em 2014, em que os aliados se comprometiam a gastar pelo menos 2% do PIB na Defesa. Dos 31 membros da NATO, apenas 11 gastaram mais de 2% em 2023. Portugal pertence ao grupo dos que gastam menos do que o prometido.

Tanque Leopard 2 do exército alemão em exercícios (EPA)

“Se continuarmos a apoiar a Ucrânia temos cinco anos, senão podemos ter uma ameaça às portas dentro de três”

Mesmo com as elevadas perdas registadas no campo de batalha na Ucrânia, o exército russo continua a ser um dos mais poderosos do mundo. A Rússia tem neste momento mais de três milhões de soldados, entre militares no ativo e reservistas. Muito à frente dos exércitos mais numerosos do restante continente europeu: Itália, 337 mil soldados; França, 303 mil; Espanha, 199 mil. São números do think thank Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

No campo material, ainda se sente o peso da gigantesca herança militar soviética. Em 2023, a Rússia tinha 6.800 carros de combate, um número muito superior aos da Polónia (647), de Espanha (327) e da Alemanha (376). No entanto, entre veículos destruídos, abandonados e capturados, pelo menos 2678 tanques de guerra russos foram perdidos na Ucrânia, de acordo com o grupo Oryx. Ainda assim, Moscovo teria força suficiente para ameaçar significativamente a segurança europeia, caso os Estados Unidos tenham as suas atenções noutras regiões.

“A Europa, neste momento, não tem capacidade de se defender sozinha face a uma Rússia que se está a rearmar e a converter a economia numa economia de guerra. Em 2024, Moscovo vai aplicar um terço do orçamento em Defesa. A Europa está a reagir mas de uma forma ainda muito lenta”, explica o major-general Isidro de Morais Pereira.

Estagnada por décadas de paz após a queda da União Soviética, a indústria militar europeia tem sido lenta a reagir. Em parte porque esta indústria, que envolve avultados investimentos, e as empresas só admitem aumentar o número de fábricas quando os governos se comprometem com contratos de vários anos que assegurem o escoamento da produção. Mas é preciso ter em conta a inflação que está a afetar a indústria, devido à elevada procura. Uma munição de 155 mm, o calibre pesado mais utilizado pelas forças da NATO e da Ucrânia, viu o preço disparar dos dois mil euros para os oito mil. Um aumento de 300% em menos de dois anos.

Canhão de 155 mm ucraniano dispara sobre posições russas nos arredores de Bakhmut, no Donbass (Getty Images)

No início da invasão russa da Ucrânia, os vários países da União Europeia produziam cerca de 230 mil munições de 155 mm por ano. No final de 2023, esse número aumentou para 600 mil, segundo o ministro da Defesa da Estónia, Hanno Pevkur, que estima que possa atingir o milhão de unidades em 2024. No entanto, o ministro admite que o problema dos países europeus para repor os seus armazéns é grave. “A minha estimativa é que teremos de produzir nos próximos dez anos cerca de 3 milhões de munições por ano.”

Desde o início do conflito, a Rússia tomou medidas para aumentar a produção de quase todos os tipos de equipamentos. Várias fábricas trabalham interruptamente durante 24 horas, com os trabalhadores a desdobrarem-se em três turnos de oito horas. O Governo russo prevê também gastar 6% do PIB em defesa, quando no ano anterior tinha gastado 3,9%. Segundo o think tank Carnegie Endowment for International Peace, a maior parte deste dinheiro será direcionado na produção de equipamentos militares.

“Apoiar a Ucrânia tem de ser a prioridade. É sempre melhor derrotar a ameaça no país dos outros que no nosso próprio país. Se continuarmos a apoiar a Ucrânia temos cinco anos, senão podemos ter uma ameaça às portas dentro de três”, defende o major-general Isidro de Morais Pereira.

Putin e a Rússia compreendem que não podem derrotar a NATO militarmente, só precisam de derrotar a NATO politicamente

Mas o cenário está a tornar-se cada vez mais perigoso para os aliados europeus com a possibilidade de reeleição de Donald Trump, que terá dito em privado à presidente da Comissão Europeia que a NATO estava morta e que os Estados Unidos não responderiam a um pedido de auxílio da Europa em caso de ataque russo. Os especialistas acreditam que, sem o apoio militar norte-americano, a força militar europeia não é suficiente para dissuadir a Rússia de arriscar um ataque contra o território de um dos países da NATO.

Os Estados Unidos têm perto de 100 mil soldados na Europa, com a vasta maioria desta força estacionada na Alemanha e um contingente localizado na Polónia. O número de militares não é grande o suficiente para deter uma possível invasão russa, mas a ameaça de um confronto direto com o gigante americano é o suficiente para travar potenciais pretensões do Kremlin.

Por isso, os especialistas acreditam que o cenário mais provável passa por a Rússia tentar derrotar a aliança politicamente, ao fazer com que os membros da NATO não respondam à ativação do Artigo 5.º, que faz com que os aliados prestem auxílio a um membro atacado. "Vamos assistir à tentativa de influenciar eleições, ciberataques, uso de refugiados, uso de aliados informais como Viktor Orbán para destabilizar a União Europeia", afirma Diana Soller.

Donald Trump após a vitória nas primárias do Iowa (Andrew Harnik/AP)

“Putin e a Rússia compreendem que não podem derrotar a NATO militarmente, só precisam de derrotar a NATO politicamente, tornando efetivamente redundante o Artigo 5º”, diz Ed Arnold, investigador para a segurança europeia no Royal United Services Institute (RUSI), um think tank britânico ao jornal Politico.

Apesar de tudo, a Europa pertence ao grupo que tem países com armas nucleares. Tanto França como Reino Unido têm um arsenal nuclear considerável. Ao todo, os dois países têm 515 armas nucleares prontas a usar. Ainda assim, muito atrás das 5.889 ogivas que a Rússia herdou da União Soviética. Para o embaixador Martins da Cruz, este armamento não é forte o suficiente para travar as ambições do Kremlin.

“Não, a Europa não tem capacidade nem de se defender nem de exercer dissuasão em relação à Federação Russa sem o guarda-chuva de Defesa americano. Reino Unido e França têm armas nucleares, mas não são fortes o suficiente para ser uma força de dissuasão para a Rússia”, garante o embaixador.

Mas para Diana Soller, apesar de “ter as primárias praticamente ganhas”, a possível eleição de Donald Trump não significa que os Estados Unidos vão virar as costas à Europa e à Ucrânia porque a Rússia e o seu presidente não têm as mesmas prioridades de 2016. Hoje a Rússia está muito mais próxima da China de Xi Jinping, que Donald Trump vê como uma ameaça estratégica à liderança dos Estados Unidos.

Ainda assim, Diana Soller defende que o antigo presidente tem razão ao criticar os aliados europeus por não gastarem o necessário na sua própria defesa. A investigadora insiste que se a União Europeia demonstrasse ser uma parceira fundamental do ponto de vista estratégico para Trump, o político republicano dificilmente defenderia o desmantelamento da aliança. "A predisposição de Trump em relação à NATO continua a não ser positiva, mas, com muita pena minha, Trump tem razão. Estamos com um atraso muito grande. O facto de não se rearmar à velocidade necessária faz com que a Europa não seja um elemento dissuasor e que a Rússia nos veja como elo mais fraco."

China apreendeu quase 26 toneladas de droga em 2023

© Lusa

POR LUSA   01/02/24 

A polícia chinesa apreendeu 25,9 toneladas de droga em 2023, um ano em que as autoridades investigaram 42 mil casos relacionados com narcóticos e detiveram mais de 65 mil pessoas ligadas à posse, tráfico ou consumo.

De acordo com um relatório do ministério da Segurança Pública divulgado na noite de quarta-feira, as forças policiais investigaram mais de 200 casos de fabrico de droga no ano passado e apreenderam mais de 740 toneladas de materiais utilizados para o efeito.

Destacam-se as operações na província de Yunnan, que faz fronteira com o Myanmar (antiga Birmânia), o Laos e o Vietname, onde foram registados cerca de 2.900 casos de tráfico de droga transfronteiriço e confiscadas 12,2 toneladas de substâncias ilícitas.

O ministério informou ainda que dez novas drogas - estupefacientes e psicotrópicos - foram adicionadas à lista de substâncias controladas do país em 2023.

A China considera que tem o "sistema de controlo de drogas mais rigoroso do mundo" e o maior número de substâncias proibidas. O tráfico de droga em grande escala é um crime punível com pena de morte no país.



Leia Também: Narcotráfico? China espera que EUA "valorizem oportunidade" de cooperar

EUA dizem ter derrubado 3 drones iranianos e míssil lançado pelos Hutis

© Lusa

POR LUSA    01/02/24 

Os militares dos Estados Unidos anunciaram terem abatido no golfo de Aden três drones iranianos, assim como um míssil antinavio lançado pelos rebeldes Huthis do Iémen.

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) disse que os militares abateram três drones fabricados pelo Irão que se aproximam das posições norte-americanas, pelas 21:10 no Iémen (19:10 em Lisboa), de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira, na rede social X (antigo Twitter).

Menos de uma hora antes, às 20h30, o navio de guerra norte-americano USS Carney abateu um "míssil balístico antinavio" que foi disparado de "áreas controladas pelos Hutis no Iémen", sem causar quaisquer "ferimentos ou danos", disse o comunicado.

Os ataques aconteceram no mesmo dia em que os Estados Unidos e o Reino Unido decidiram sancionar quatro líderes dos Hutis por "atos de terrorismo" contra a navegação comercial no mar Vermelho e no golfo de Aden.

Também na quarta-feira, os Hutis acusaram Washington e Londres de realizarem uma nova vaga de bombardeamentos contra a cidade de Saada, um dos principais redutos dos insurgentes no noroeste do Iémen.

A última vez que os EUA e o Reino Unido bombardearam conjuntamente o Iémen foi em 22 de janeiro, num ataque contra posições Hutis que visava destruir um dos armazéns subterrâneos onde os rebeldes guardavam alguns dos mísseis que utilizam contra navios no mar Vermelho.

No entanto, dois dias depois, os Estados Unidos bombardearam posições militares Hutis no porto de Ras Issa, a norte da cidade portuária de Al Hodeida, nas margens do mar Vermelho.

Na quarta-feira, os Hutis tinham anunciado um ataque contra um contratorpedeiro norte-americano no sul do Mar Vermelho com vários mísseis, uma ação que afirmaram ter sido "no âmbito do legítimo direito à legítima defesa".

Um dia antes, o Centcom tinha declarado que o navio militar USS Gravely abateu um míssil antinavio lançado pelos rebeldes sobre o mar Vermelho.

Os Hutis, grupo apoiado pelo Irão e considerado terrorista pelos EUA, têm realizado centenas de ataques com drones e mísseis contra navios comerciais no mar Vermelho, em resposta aos ataques de Israel na Faixa de Gaza.

A tensão naquela área marítima levou as principais linhas de navegação do mundo a ajustar as rotas para evitar a zona, por onde transitam 8% do comércio mundial de cereais, 12% do comércio de petróleo e 8% do comércio internacional de gás natural liquefeito.

O transporte marítimo de contentores no mar Vermelho caiu perto de 30% no início de janeiro, anunciou na quarta-feira o Fundo Monetário Internacional.



Leia Também: Rebeldes Hutis denunciam novos ataques dos EUA e Reino Unido no Iémen

Governo através do Ministério das Pescas e de Economia Marítima anuncia o fim do período de repouso biológico na Guiné-Bissau


 Radio TV Bantaba