quinta-feira, 31 de agosto de 2023

𝗖𝗔𝗙 𝗔𝗣𝗥𝗢𝗩𝗢𝗨 𝗢 𝗘𝗦𝗧Á𝗗𝗜𝗢 𝗡𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗟 "𝟮𝟰 𝗗𝗘 𝗦𝗘𝗧𝗘𝗠𝗕𝗥𝗢"

Por Rádio Jovem Bissau

O Estádio Nacional "24 de Setembro" foi aprovado ontem de forma definitiva pela Confederação Africana de Futebol (CAF).

A informação foi avançada hoje (31.08.2023) pela Rádio Difusão Nacional (RDN), que anunciou que a organização que gere o futebol Áfricano deu aval para que o maior palco de futebol do país receba os seus jogos em casa, reunindo todas as condições para receber as competições da CAF.

Recorde-se que a seleção nacional de futebol, (Djurtus) recebeu os seus últimos encontros, em casa sob uma autorização provisória daquela instituição.

Nas duas partidas, referente a fase de qualificação para Campeonato Africano das Nações a realizar-se em Costa de Marfim, tendo perdido contra Nigéria por uma bola sem resposta, e venceu São Tomé e Príncipe pelo mesmo resultado (na condição de visitante), carimbando, assim a sua quarta presença consecutiva numa fase final da prova.

No próximo mês de Setembro, Djurtus vai fechar a última jornada em casa frente à Serra Leoa, também no Estádio 24 de Setembro.

Filipinas rejeitam mapa publicado pela China com territórios disputados

© iStock

POR LUSA   31/08/23 

O ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas rejeitou hoje um novo mapa publicado pela China, que inclui territórios disputados com Manila no Mar do Sul da China.

"As Filipinas rejeitam a versão 2023 do Mapa Padrão da China, publicado pelo Ministério dos Recursos Naturais da China, em 28 de agosto de 2023, devido à inclusão da linha de nove traços (agora de dez traços) que supostamente mostra a soberania da China no Mar do Sul da China", afirmou hoje a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Teresa Daza.

O comentário do Governo filipino surge três dias depois de a China ter publicado uma versão atualizada do mapa do país, que passou a ser utilizada em portais governamentais.

O novo mapa publicado por Pequim coloca quase todo o Mar do Sul da China como parte do território chinês, usando agora a "linha dos dez traços", para delinear as suas reivindicações no Pacífico Oriental e a propriedade dessas águas.

A China e as Filipinas mantêm um conflito pela soberania de várias ilhas e atóis no Mar do Sul da China, territórios que se encontram na sua maioria a menos de 200 milhas da costa oeste das Filipinas, limite estabelecido pela ONU para determinar a soberania marítima dos Estados, uma convenção à qual a China aderiu em 1996.

Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia (PCA) determinou que a reivindicação da China sobre as ilhas disputadas "não tem base legal", decidindo a favor de Manila. Pequim recusou-se a acatar com aquela decisão.

"Esta última tentativa de legitimar a alegada soberania e jurisdição da China sobre zonas marítimas filipinas não tem base no Direito internacional, particularmente na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) de 1982", acrescentou Daza, em comunicado.

As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos meses, enquanto o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., fortaleceu a sua aliança de defesa com os Estados Unidos, revertendo a aproximação a Pequim promovida pelo antecessor, Rodrigo Duterte.

A publicação do novo mapa também gerou críticas de outros países vizinhos da China. A Malásia, país que também disputa territórios com Pequim no Mar do Sul da China, afirmou na quarta-feira que "não reconhece as reivindicações" da China.

A Índia descreveu terça-feira como absurda a publicação do mapa, que inclui vários territórios sob controlo indiano e que ambos os países disputam há décadas.


"Para quem gosta de especular, estou bem". O último vídeo de Prigozhin

© Wagner Account/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto   31/08/23 

De acordo com o site de jornalismo de investigação Bellingcat, o mercenário aparentava estar vestido com a mesma roupa com que surgiu num vídeo publicado a 21 de agosto.

Cerca de uma semana depois da morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, na sequência da queda do jato privado onde seguia com outros nove tripulantes, perto de Moscovo, na Rússia, eis que surgem aquelas que poderão ser as últimas imagens do mercenário.

No vídeo, divulgado pelo canal Grey Zone, associado ao Grupo Wagner, Prigozhin dirigiu-se àqueles que "gostam de especular", tendo assegurando que estava "tudo bem".

"Para todos os que estão a discutir se estou vivo ou não e como estou. É o fim de semana da segunda quinzena de agosto de 2023. Estou em África. Por isso, para quem gosta de especular sobre o meu assassinato, a minha vida privada, o meu trabalho, ou qualquer outra coisa: está tudo bem", garantiu.

De acordo com o site de jornalismo de investigação Bellingcat, o mercenário aparentava estar vestido com a mesma roupa com que surgiu num vídeo publicado a 21 de agosto, o primeiro desde a rebelião falhada contra a Rússia, em junho.

Sublinhe-se que a morte repentina do oligarca russo que liderava aquele grupo de mercenários desencadeou uma enorme onda de especulação, embora o Kremlin tenha garantido que não teve nada que ver com a queda do avião, que ocorreu a 23 de agosto.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou publicamente as suas condolências, tendo, contudo, ressalvado que o seu antigo aliado cometera "grandes erros na vida", numa referência velada à revolta protagonizada pelo líder do Grupo Wagner.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.511 civis desde o início da guerra e 26.717 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.


Despacho Conjunto Agosto/2023: PREÇO DE COMBUSTÍVEL - GUINÉ-BISSAU, GASÓLEO 750 XOF, GASOLINA 802 XOF



Fonte: Gervasio Silva Lopes

Ministro da Educação Nacional e Investigação Cientifica convida instituições Publicas e Privadas para trbalhar na formação técnica e Profissional do País.


© Radio TV Bantaba

O Ministério da Administração Territorial e Poder Local empossa o Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Directores-Gerais do Poder Local e GETAP entre outros serviços.


© Radio Voz Do Povo

"África já financia mais de 75% do seu desenvolvimento, entre receitas e, digamos, poupanças em geral. Não é a ajuda pública ao desenvolvimento e não é o investimento direto estrangeiro que estão a financiar o crescimento e o desenvolvimento", por isso o "'mindset' [mentalidade] tem que mudar", afirmou Cristina Duarte, em entrevista à agência Lusa.

© iStock

POR LUSA   31/08/23 

 Conselheira de Guterres critica "quase subserviência" de África a apoios

A subsecretária-geral das Nações Unidas e conselheira especial do secretário-geral para os Assuntos Africanos criticou a "quase subserviência" de África em relação à ajuda pública ao desenvolvimento, quando o continente já financia mais de 75% do seu crescimento.

"África já financia mais de 75% do seu desenvolvimento, entre receitas e, digamos, poupanças em geral. Não é a ajuda pública ao desenvolvimento e não é o investimento direto estrangeiro que estão a financiar o crescimento e o desenvolvimento", por isso o "'mindset' [mentalidade] tem que mudar", afirmou Cristina Duarte, em entrevista à agência Lusa.

Porquê "uma atitude de quase subserviência em relação à ajuda pública ao desenvolvimento, quando não é essa ajuda a força motriz deste mesmo financiamento?", questionou a conselheira especial do secretário-geral da ONU, António Guterres, para os Assuntos Africanos, e ex-ministra das Finanças de Cabo Verde.

Mudar a mentalidade é o primeiro passo para alterar o paradigma do financiamento para o desenvolvimento em África, defendeu a subsecretária-geral da ONU, sublinhando que a mudança cabe "a todos", seja "os africanos fazedores de política e de políticas em África, sejam os parceiros".

Cristina Duarte considerou que a mentalidade está "excessivamente concentrada na gestão da pobreza" e o que deve acontecer é "tentar concentrar-se, focar-se, na gestão do desenvolvimento", sublinhando que "são duas coisas diferentes, gerir a pobreza e gerir o desenvolvimento".

A conselheira especial insistiu na ideia que vem defendendo de que "a África perde anualmente 500 biliões de dólares [cerca de 457 biliões de euros]" e é preciso ajudar os países africanos "a serem capazes de controlarem melhor os seus fluxos económicos e financeiros".

Com isso, sustentou, os países africanos terão mais espaço de formulação de políticas, e irá mudar o perfil de risco desses mesmos países, com África a aceder a financiamentos externos em que "a avaliação do risco país não é baixa e distorcida".

Cristina Duarte sublinhou também as prioridades definidas pelo secretário-geral, António Guterres, para África, destacando "apoiar de forma desinteressada" a implementação do "desenvolvimento sustentável" de forma efetiva e eficiente.

O sistema das Nações Unidas tem um papel a desempenhar, que é ajudar os países africanos a promover o seu próprio desenvolvimento, mas não é o sistema das Nações Unidas "que chega a África e que tem que promover o desenvolvimento", lembrou.

A instabilidade, agravada por golpes de Estado recentes em vários países africanos, foi também comentada à Lusa pela subsecretária-geral da ONU, que pediu "muito cuidado" e apelou ao bom senso "para não se generalizar".

África tem diversas geografias e culturas que se sobrepuseram e são foco de instabilidade, referiu, e "as democracias formais", disse, sublinhando o "democracias formais" em alguns países, "não em todos, não foram capazes de oferecer a inclusão social, a inclusão económica, a inclusão cultural".

"Temos que entender por que é que está a acontecer e não fazer uma avaliação com base em estereótipos", apelou Cristina Duarte, que na sexta-feira participa nas Conferências do Estoril, que vão decorrer na Nova SBE, em Carcavelos.



Leia Também: ONU. Moçambique e Gana querem África com assento no Conselho de Segurança

ÁFRICA DO SUL: Pelo menos 63 mortos em incêndio em prédio de 5 andares em Joanesburgo

© Getty Images

POR LUSA   31/08/23 

O número de mortos no incêndio num prédio, no centro de Joanesburgo, subiu hoje para 63, disseram as autoridades.

"Os Serviços de Gestão de Emergências da cidade de Joanesburgo confirmam que o número de mortos subiu para 63. A missão de busca ainda está em curso", declarou a agência na rede social X (antigo Twitter).

O porta-voz da agência, Robert Mulaudzi, disse aos meios de comunicação locais que os bombeiros foram alertados para o incêndio por volta da 01:30 (00:30 em Lisboa) e que entre os mortos estava "uma criança que poderá ter entre 01 e 02 anos de idade".

O balanço anterior dava conta de 52 mortos.

"Temos também 43 feridos ligeiros", alguns dos quais sofreram inalação de fumo e foram levados para hospitais para tratamento, indicou.

Não foi possível determinar imediatamente a causa do incêndio, tendo a polícia local isolado o edifício.

O edifício, uma estrutura de tijolo vermelho e branco com janelas queimadas, de acordo com imagens transmitidas pelas televisões sul-africanas televisivas, está situado numa zona desfavorecida do antigo bairro comercial do centro económico da África do Sul.

De acordo com o porta-voz, os residentes tinham-se mudado para o local informalmente.



Leia Também:  Operações de resgate prosseguem em Joanesburgo após incêndio ter feito 63 mortos: “É provável que este número possa subir”


Leia Também: Pelo menos 15 mortos em incêndio em pequena fábrica têxtil nas Filipinas

Gabão. Golpe ocorre após eleições "cheias de irregularidades"

© Reuters

 POR LUSA    31/08/23 

O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, considerou hoje que o golpe de Estado no Gabão, na quarta-feira, aconteceu depois de eleições "cheias de irregularidades".

"Os golpes de Estado militares não são a solução, mas não podemos esquecer que antes, no Gabão, houve eleições cheias de irregularidades", disse o chefe da diplomacia europeia, à entrada para uma reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, na cidade espanhola de Toledo.

Josep Borrell acrescentou que "há golpes de Estado militares e golpes de Estado institucionais".

"Se eu altero as eleições para conquistar o poder, também isso é uma maneira irregular de chegar lá", completou, aludindo à alegada fraude eleitoral que permitiu a perpetuação no poder do Presidente, Ali Bongo.

O alto-representante dos 27 para os Negócios Estrangeiros revelou que até hoje nenhum dos Estados-membros pediu ajuda para retirar cidadãos que estejam no país.

"A situação está calma, não há risco de uma escalada da violência que coloque em perigo os cerca de 10.000 cidadãos europeus que estão lá", disse.

Participam na reunião presencialmente o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e o presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Omar Touray.

Portugal está representado na reunião pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.


Leia Também:  Gabão. EUA instam líderes do golpe de Estado a preservarem regime civil


Leia Também: Secretário-geral da ONU "condena firmemente" tentativa de golpe no Gabão

Mali. Rússia veta resolução da ONU que prorrogava sanções a malianos

© Reuters

POR LUSA    31/08/23 

A Rússia vetou esta quarta-feira uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que prorrogava as sanções contra os malianos que ameaçam a paz no país, medidas que a junta militar no poder exigia que fossem levantadas.

A resolução que previa prolongar por um ano o regime de sanções instituído em 2017 contra indivíduos que põem em perigo o acordo de paz de 2015, e o mandato do comité de peritos responsável pelo seu acompanhamento, recebeu 13 votos a favor, uma abstenção (China) e um voto contra (Rússia).

Moscovo concordou em prolongar as sanções, mas apenas uma última vez, e sobretudo quis dissolver o comité de peritos cuja objetividade contesta com Bamako, aliado do regime russo.

A resolução da Rússia nesse sentido foi rejeitada, com um voto a favor, um contra e 13 abstenções.

O último relatório do comité de peritos publicado na semana passada questionou a violência contra as mulheres perpetrada de forma "sistemática e organizada" pelas forças armadas do Mali e pelos seus "parceiros de segurança estrangeiros", presumivelmente membros do grupo paramilitar russo Wagner.

Este regime de sanções, que implica o congelamento de bens ou proibição de viagens, foi implementado em 2017 e afeta oito indivíduos, nomeadamente líderes de grupos signatários do acordo de paz de 2015, acusados de o colocar em perigo.

Estas sanções foram exigidas pelo governo do Mali na altura, mas a junta agora no poder exige o seu levantamento.

"A razão por detrás do pedido do Mali para a criação deste mecanismo deixou de existir", assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Mali, Abdoulaye Diop, em meados de agosto, numa carta dirigida ao Conselho de Segurança.

A junta militar salientou ainda que as "hostilidades entre os movimentos signatários" tinham terminado.

Mas no seu último relatório, o comité de peritos observou a paralisia da aplicação do acordo de paz de 2015.

Destacando "o aumento das tensões" entre os grupos signatários do acordo, este comité manifestou-se também preocupado com informações de que alguns destes grupos se estariam a armar face ao que consideram ser ameaças das forças armadas do Mali.

Estas preocupações são reforçadas pela retirada da missão de manutenção da paz da ONU no Mali (Minusma), exigida por Bamako.

A missão da ONU já se retirou de quatro bases nas zonas mais remotas do Mali, seguindo um calendário que prevê que até 30 de setembro apenas fiquem em funcionamento quatro bases, entre as quais a de Timbuktu, que fechará até final do ano.

Desde 2012, o Mali enfrenta uma profunda crise de segurança que começou no norte e se espalhou para o centro do país, bem como para os vizinhos Burquina Faso e Níger.



Leia Também: Mali. Quase 13 mil soldados da ONU em retirada "sem precedentes"

SENEGAL: Governo do diz que condenação de opositor Sonko é "definitiva"

© Lusa

POR LUSA  30/08/23 

A ministra da Justiça do Senegal garantiu hoje que a condenação do principal opositor político Ousmane Sonko "é definitiva", o que o torna inelegível para concorrer às eleições presidenciais de 2024.

"A condenação tornou-se definitiva, não se trata de uma conspiração para expulsar um candidato presidencial", garantiu Ismaila Madior Fall, numa entrevista à revista Jeune Afrique, citada pela agência France-Presse.

A exclusão de Sonko da possibilidade de concorrer às eleições presidenciais decorre da sua condenação a dois anos de prisão, em junho, num processo de abuso de uma massagista, em 2021, que o político diz ser um pretexto para o afastar da corrida presidencial.

As autoridades anunciaram a dissolução do seu partido e efetuaram centenas de detenções, o que suscitou fortes críticas por parte dos ativistas dos direitos humanos, mas o governo invoca a necessidade de proteger a população contra o que descreve como um projeto insurrecional dada a convocação frequente de manifestações que muitas vezes acabam em confrontos e por vezes com vítimas mortais.

A ministra estima em "cerca de 500" o número de pessoas detidas em 2023 no âmbito das manifestações.

"Os que estão atrás das grades danificaram lojas e bancos, atacaram postos da polícia e incendiaram câmaras municipais", disse a governante, assegurando que "não há prisioneiros políticos no Senegal".

O Senegal assistiu a uma significativa agitação nas ruas durante os dois anos de impasse entre o Governo e Sonko, detido no final de julho sob várias acusações, nomeadamente de incitamento à insurreição, associação criminosa a um projeto terrorista e atentado à segurança do Estado.

Sonko, candidato declarado às eleições presidenciais de 2024, foi condenado, em maio, a seis meses de prisão suspensa, após recurso, por difamação de um ministro, e a dois anos de prisão, em junho, por um caso que envolvia abusos sexuais.

O popular líder da oposição tem denunciado reiteradamente a instrumentalização da justiça pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para o impedir de concorrer às próximas eleições presidenciais, previstas para 2024.

Conhecido pelo seu discurso antissistema, Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês, e tem muitos seguidores entre a juventude senegalesa.

Desde a sua detenção, eclodiram vários tumultos em Dacar e noutras cidades do país entre as forças policiais e os jovens, que queimaram pneus, montaram barricadas e bloquearam estradas em sinal de protesto.

Os protestos resultantes da prisão de Sonko somam já 15 mortes e danos materiais consideráveis.

Em 30 de julho, entrou em greve de fome e desde 06 de agosto que está hospitalizado, tendo na semana passada sido internado nos cuidados intensivos, segundo os seus advogados.

O advogado Juan Branco, que defende Ousmane Sonko, foi detido em Dacar no início de agosto no âmbito dos distúrbios, colocado sob vigilância judicial e depois deportado para França.



Leia Também: Líder da oposição no Senegal retoma greve de fome apesar de frágil estado

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

GABÃO: Chefe da guarda republicana do Gabão diz que Ali Bongo foi "reformado"

© Malkolm M./Afrikimages Agency/Universal Images Group via Getty Images

POR LUSA   30/08/23 

O chefe da guarda republicana do Gabão e um dos líderes do golpe de Estado que afastou o Presidente do Gabão, disse hoje ao jornal francês Le Monde que Ali Bongo Ondimba foi "reformado".

"Não tinha o direito de exercer um terceiro mandato, a Constituição foi desrespeitada e o próprio método eleitoral não foi bom, por isso, o exército decidiu virar a página e assumir as suas responsabilidades", argumentou o general Brice Oligui Nguema, em declarações ao jornal Le Monde, citado pela agência France-Presse.

Carregado em ombros por centenas de soldados, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal, o chefe da guarda presidencial recusa-se, para já, a considerar-se o novo chefe de Estado do Gabão, garantindo apenas que o presidente, Ali Bongo Ondimba, está "reformado" e detido na sua residência.

"Ainda não me estou a declarar, não estou a pensar em nada neste momento", disse ao jornal, remetendo qualquer decisão para uma reunião das chefias militares, prevista ainda para hoje.

"O objetivo será chegar a um consenso. Todos vão apresentar ideias e as melhores serão escolhidas, assim como o nome da pessoa que vai liderar a transição", garantiu.

Os militares anunciaram que tinham "posto um fim no atual regime" no Gabão e colocaram o presidente, Ali Bongo Ondimba, sob prisão domiciliária, depois de ter vencido as eleições do passado fim de semana.

Há 55 anos que esta nação africana, rica em petróleo e membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), é governada por membros da família Bongo, com o atual presidente a ter sucedido ao seu pai em 2009.

Os residentes manifestaram-se nas ruas para apoiar os militares, mesmo depois de o presidente ter pedido aos "amigos" para "fazerem barulho".

O Gabão enfrenta um golpe de Estado levado a cabo por militares, iniciado pouco depois de terem sido anunciados os resultados das eleições de sábado, segundo os quais o presidente, Ali Bongo Ondimba, permaneceria no poder, dando continuidade a 55 anos de domínio do poder pela sua família.

Um grupo de militares do Gabão anunciou na televisão o cancelamento das eleições presidenciais que reelegeram Ali Bongo e a dissolução de todas as instituições democráticas.

Depois de constatar "uma governação irresponsável e imprevisível que resulta numa deterioração contínua da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos (...) decidiu-se defender a paz, pondo fim ao regime em vigor", declarou um dos militares.

O mesmo militar, alegando falar em nome de um Comité de Transição e Restauração Institucional, disse que todas as fronteiras do Gabão estavam "encerradas até nova ordem".

De acordo com a France-Presse, durante a transmissão televisiva ouviram-se tiros de metralhadoras automáticas em Libreville.

Horas antes, a meio da noite, às 03:30 (mesma hora em Lisboa), o Centro Eleitoral do Gabão (CGE, na sigla em francês) tinha divulgado na televisão estatal, sem qualquer anúncio prévio, os resultados oficiais das eleições presidenciais.

A comissão eleitoral anunciou que o presidente Ali Bongo Ondimba, no poder há 14 anos, tinha conquistado um terceiro mandato nas eleições de sábado com 64,27% dos votos expressos, derrotando o principal rival, Albert Ondo Ossa, com 30,77% dos votos.

O anúncio foi feito numa altura em que o Gabão estava sob recolher obrigatório e com o acesso à Internet suspenso em todo o país, medidas impostas pelo Governo no sábado, dia das eleições.


Leia Também: Gabão: União Africana condena "firmemente a tentativa de golpe" de Estado



ELEIÇÕES EUA: Trump aumenta vantagem nas sondagens após detenção e falta a debate

© Reuters

Notícias ao Minuto    30/08/23 

A foto do antigo presidente na prisão impulsionou-o ainda mais nas preferências dos eleitores do Partido Republicano, e mantém-se como o favorito a disputar a presidência contra Joe Biden em 2024.

A semana passada foi uma das mais conturbadas na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, mas a detenção na Geórgia, a divulgação da sua 'mugshot' [foto tirada em contexto policial] e a falta ao debate entre candidatos conservadores tiveram o efeito paradoxal de tranquilizar os eleitores e de alargar a sua vantagem nas sondagens.

Segundo o mais recente estudo da empresa Morning Consult, realizado a nível nacional, a liderança do antigo presidente saltou de 53% para 62% na semana após ter sido detido por crimes relacionados com a tentativa de reverter os resultados das eleições de 2020 no estado da Geórgia. Para os inquiridos, Trump é de longe o candidato republicano com melhores hipóteses de recuperar a Casa Branca para os republicanos, considerando-o mais elegível que Joe Biden.

O seu principal rival, Ron DeSantis, continua a cair, depois de uma prestação que pouco entusiasmou os analistas e o eleitorado. A campanha do governador da Florida tem conhecido muitos tropeções e gaffes, um contraste dramático em relação à imagem que tinha em 2022 como o grande sucessor a Trump na liderança de um Partido Republicano cada vez mais populista, autoritário, nacionalista e reacionário.

Segundo o Morning Consult, DeSantis caiu de 15% para 13% nas preferências do voto.

Em terceiro lugar mantém-se o empresário multimilionário Vivek Ramaswamy, que tem aproveitado uma fortíssima presença nas redes sociais para ganhar votos junto da classe neoliberal norte-americana. Apesar de cair de 10% para 6% no estudo da Morning Consult, os eleitores conservadores apontaram que Ramaswamy foi o que melhor se saiu no debate do dia 23 de agosto, apesar de ter sido o candidato mais atacado e mais questionado por todo o painel.

Fora do pódio estão o antigo vice-presidente de Trump, Mike Pence (5%), a antiga embaixadora da ONU, Nikki Haley (3%), o antigo senador da Carolina do Sul, Tim Scott (1%), e o antigo governador da Nova Jérsia e maior crítico de Trump, Chris Christie (1%).

Fora do debate e da lista estão vários republicanos que deverão cair da corrida nos próximos meses, incluindo Perry Johnson, Asa Hutchinson, Larry Elder, Ryan Binkley, Doug Burgum e Will Hurd.

O autarca de Miami, Francis Suarez, anunciou que iria suspender a sua campanha, tornando-se no primeiro candidato a desistir.

Do lado dos democratas, Joe Biden já anunciou que se irá recandidatar à presidência e mantém-se como o indiscutível favorito à nomeação no seu partido. Os únicos candidatos a desafiar o atual presidente são a escritora de livros de autoajuda Marianne Williamson, e o magnata Robert F. Kennedy Jr., conhecido pelas suas teorias de conspiração.

O único candidato independente até agora confirmado é Cornel West, o importante professor universitário e ativista dos direitos afro-americanos, que vai procurar conquistar a nomeação pelo Partido Verde.



Leia Também: Biden é visto como demasiado velho para um segundo mandato na Casa Branca

"Uso da força não é forma de resolver problemas"_disse Helena Assana Said Membros da rede de mulheres da CEDEAO para a prevenção de conflitos e mediação _(FEMWISE_WEST ÁFRICA)._G_B


©Radio Voz Do Povo

Delegado da Floresta e Fauna da Região de Cacheu esclarece a situação das madeiras aprendidas em São Domingos


©Radio TV Bantaba

O Gabão é membro da Comunidade Económica e Monetária da África Central, CEMAC, um bloco económico que tem alguns dos líderes do mundo há mais tempo no poder:

 
Por VOA Português 

🇨🇲Nos Camarões, Paul Biya, de 90 anos, é Presidente há 41 anos, desde 1982.

🇨🇬Na República do Congo, Denis Sassou Nguesso, de 80 anos, foi Presidente de 1979 a 1992 e depois de 1997 até ao momento - um total de 39 anos no poder.

🇬🇶O Presidente Teodoro Obiang Nguema, de 81 anos, da Guiné Equatorial, venceu as eleições para um sexto mandato em 2022. Obiang chegou ao poder através de um golpe militar em 1979 e é o chefe de estado mais antigo do mundo.

🇨🇫O Presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera, não está no poder há tanto tempo, mas recentemente prolongou o mandato Presidencial de cinco para sete anos e eliminou o limite de dois mandatos para Presidentes.



Senegal toma uma decisão importante com a Costa do Marfim e o Benin

Por: Mamasamba Balde   Radio TV Bantaba   Agosto 30, 2023

CEDEAO:  OS RELATÓRIOS SOBRE O ENVIO DA FORÇA DE INTERVENÇÃO DA CEDEAO PARA O NÍGER PARECEM ESTAR A MATERIALIZAR-SE, COM INDICAÇÕES DE QUE A CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO DA SUB-REGIÃO ESTÁ PRESTES A DAR O SEU CONSENTIMENTO PARA UMA INTERVENÇÃO IMINENTE.

O EXÉRCITO SENEGALÊS, TENDO MOBILIZADO AS SUAS TROPAS (DETSEN1/ECOMIF E DETSEN 12/MINUSMA) EM THIÈS DESDE 11 DE AGOSTO, APARENTEMENTE POR INSTRUÇÕES DO CHEFE DO ESTADO-MAIOR GENERAL DOS EXÉRCITOS, GENERAL MBAYE CISSÉ, E DO VICE-CHEFE DO ESTADO-MAIOR GENERAL FULGENCE NDOUR ESTÁ SUPOSTAMENTE SE PREPARANDO PARA LANÇAR A IMPLANTAÇÃO.

Segundo o seneweb, a Air Senegal foi solicitada a assegurar o transporte de 900 soldados mobilizados e equipamento militar para Cotonou, Benin, que poderia servir de base de retaguarda para a força de intervenção da CEDEAO. O Coronel Moussa Koulibaly, director de informação e relações públicas das Forças Armadas (DIRPA), declarou no entanto não ter recebido esta informação.

Refira-se que, além do Senegal, a Costa do Marfim e o Benim comprometeram-se a enviar tropas para o Níger para restaurar a ordem constitucional após o golpe de Estado de 26 de julho de 2023. Durante a segunda cimeira extraordinária, os chefes de estado da CEDEAO em Abuja, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, anunciou que a Costa do Marfim forneceria um batalhão de cerca de 1.100 soldados. Alguns países membros, como o Mali e o Burkina Faso, manifestaram o seu apoio moral e militar aos perpetradores do golpe no Níger.

No entanto, coloca-se a questão de saber se o recente golpe no Gabão poderá perturbar os planos dos chefes de gabinete da CEDEAO.

Fonte: S.news

Novos diretores da TGB e RDN tomam posse: Na ocasião, o Secretário de Estado da Comunicação Social Muniro Conte pediu a continuidade dos trabalhos dos antigos diretores.


©Radio TV Bantaba

Gabão. Presidente pede "barulho" aos gaboneses contra tentativa de golpe

POR LUSA   30/08/23 

O Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, apelou aos gaboneses para "fazerem barulho" contra a tentativa de golpe de Estado no país centro-africano, num vídeo que diz ter sido gravado na sua residência.

Ali Bongo aparece num vídeo sentado numa cadeira com uma estante de livros por detrás de si, na primeira aparição em público desde que um grupo de uma dúzia soldados anunciou hoje na televisão estatal a tomada do poder no país, o cancelamento das eleições presidenciais que o terão reeleito, e a dissolução de todas as instituições democráticas.

O chefe de Estado disse ainda que se encontra na sua residência e que a sua mulher e filho estão em locais diferentes.

O canal de televisão estatal, Gabon 24, divulgou entretanto imagens de Brice Oligui Nguema, comandante da Guarda Republicana -- que garantia até agora a segurança do próprio chefe de Estado -- a ser transportado em ombros por um grupo de soldados que gritavam "presidente, presidente".

O Gabão enfrenta desde a madrugada de hoje um golpe de Estado levado a cabo por militares, iniciado pouco depois de terem sido anunciados os resultados das eleições realizadas no passado sábado, dia 26, segundo os quais o Presidente Ali Bongo Ondimba permaneceria no poder, dando continuidade a 55 anos de domínio do poder pela sua família.

Um grupo de militares do Gabão anunciou hoje na televisão o cancelamento das eleições presidenciais que reelegeram Ali Bongo e a dissolução de todas as instituições democráticas.

Depois de constatar "uma governação irresponsável e imprevisível que resulta numa deterioração contínua da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos (...) decidiu-se defender a paz, pondo fim ao regime em vigor", declarou um dos soldados.

O mesmo militar, alegando falar em nome de um Comité de Transição e Restauração Institucional, disse que todas as fronteiras do Gabão estavam "encerradas até nova ordem".

De acordo com jornalistas da agência de notícias France-Presse, durante a transmissão televisiva ouviram-se tiros de metralhadoras automáticas em Libreville.

Horas antes, a meio da noite, às 03:30 (mesma hora em Lisboa), o Centro Eleitoral do Gabão (CGE, na sigla em francês) tinha divulgado na televisão estatal, sem qualquer anúncio prévio, os resultados oficiais das eleições presidenciais.

A comissão eleitoral anunciou que o Presidente Ali Bongo Ondimba, no poder há 14 anos, tinha conquistado um terceiro mandato nas eleições de sábado com 64,27% dos votos expressos, derrotando o principal rival, Albert Ondo Ossa, que obteve 30,77% dos votos.

O anúncio foi feito numa altura em que o Gabão estava sob recolher obrigatório e com o acesso à Internet suspenso em todo o país, medidas impostas pelo Governo no sábado, dia das eleições.



Leia Também: Portugal apela ao "rápido restabelecimento da normalidade" no Gabão

Guiné-Bissau pede mais apoio à União Europeia para combater a pobreza

© Getty Images

POR LUSA   30/08/23 

O ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, Suleimane Seide, pediu hoje mais apoio à União Europeia (UE) para o país africano dinamizar um programa de microcrédito destinado a combater a pobreza nas comunidades locais.

O governante encontrou-se com o embaixador da união Europeia na Guiné-Bissau, Artis Bertulis, com quem abordou questões ligadas à cooperação entre Bissau e Bruxelas, segundo um comunicado distribuído à comunicação social.

O ministro do novo governo da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI)-Terra Ranka transmitiu ao embaixador que "espera ter mais assistência técnica e financeira da União Europeia com vista a dinamizar as atividades de microcrédito, que visam combater a pobreza nas comunidades locais" e para que estas medidas cheguem "a todas as pessoas interessadas".

Suleimane Seide referiu-se também "à difícil situação económica e social existente" na Guiné-Bissau, lembrando que o Governo tem em curso um "programa de emergência para minimizar, particularmente o aumento do custo de vida".

O embaixador da União Europeia, Artis Bertulis, "renovou o apoio de Bruxelas à Guiné-Bissau para ajudar nas reformas económicas, nas pescas, entre outras", segundo divulgou o Governo.

O representante fez saber que a União Europeia "mantém-se empenhada em apoiar a Guiné-Bissau e o seu povo a debelar os desafios existentes" e que "estão a ser criadas as condições para melhorar a cadeia de valores", destacando a exportação de castanha de caju e de pescado para o mercado europeu.

O embaixador da UE reiterou também "a assistência financeira ao país para assegurar a transição digital, apoiar a boa governação", assim como na criação de eco-cidades inclusivas.

O ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau considerou a União Europeia "um parceiro indispensável" e comprometeu-se a "detalhar as áreas da futura cooperação e de assistência".


Cerimónia de tomada de posse dos restantes membros do Governo.

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO

PRESIDENTE DA REPÚBLICA CONFERE POSSE AOS SEGUINTES MEMBROS DO GOVERNO:

SENHORA INDIRA CABRAL EMBALÓ

Ministra da Cultura, Juventude e Desportos

SENHOR ABAS EMBALÓ

Secretário de Estado da Juventude e Desporto

 Presidência da República da Guiné-Bissau



O PtG reage detenção do seu vice-presidente e atual diretor-geral da Floresta, Leonel Infamara Mané pela Polícia Judiciária no âmbito da OPERAÇÃO BISSILÃO.

O Diretor-Geral da Floresta Leonel Mané, o seu contabilista, João Malaca Quindoco e um exator, Baba Baio são apresentados hoje ao Ministério Público por suspeitas de negócios ilegais de madeira. Recordar aqui o discurso do DG Floresta durante a posse dos delegados regionais.

Radio Voz Do Povo

Os jornalistas Tegna Na Fafé e Baio Danso foram nomeados esta terça-feira em Conselho de Ministros para dirigir a Televisão da Guiné-Bissau_TGB e a Rádio Difusão Nacional_RDN, respectivamente.

Na Fafé substitui o ex-diretor geral, Amadú Djamanca enquanto, Baio Danso substituiu Mama Saliu Sané na direção-geral da RDN.

 Radio Voz Do Povo

Gabão. Ali Bongo enfrenta segundo golpe de Estado em 14 anos de poder

© Malkolm M./Afrikimages Agency/Universal Images Group via Getty Images

POR LUSA   30/08/23 

Ali Bongo Ondimba enfrentou nos últimos anos várias lutas para manter o poder herdado do pai, incluindo uma tentativa de golpe de Estado, que agora se repete e ameaça derrubar a dinastia que governa o Gabão há 55 anos.

Horas após o anúncio da dissolução das instituições do país por um grupo de militares no canal de televisão Gabon 24, instalado na própria presidência, o destino do chefe de Estado de 64 anos é ainda desconhecido.

Ali Bongo tinha acabado de ser anunciado como vencedor das eleições presidenciais gabonesas do passado sábado, dia 26, e dado como reeleito para um terceiro mandato pela comissão nacional de eleições do país com 64,27% dos votos, mas os golpistas afirmaram que os resultados tinham sido "truncados".

Em 14 anos no poder, o Presidente, eleito em 2009 após a morte do seu pai - o inamovível Omar Bongo -- revelou-se nos últimos anos um caçador de "traidores" e "aproveitadores" no topo do Estado, revertendo paulatinamente a perceção instalada entre a população de que os dias da dinastia Bongo tinham chegado ao fim com o derrame cerebral que o vitimou em 2018.

A convalescença e reabilitação intensa de Ali Bongo prolongaram-se na altura durante 10 meses, período em que esteve desaparecido no estrangeiro, e o seu reaparecimento foi visto como um milagre, ainda que a ausência tenha feito vacilar o seu poder.

Desde então, os seus opositores têm questionado regularmente a sua capacidade intelectual e física para liderar o país, havendo mesmo quem afirme que um sósia o está a substituir.

Não obstante, se uma rigidez na perna e no braço direitos o impede de se deslocar facilmente, a sua cabeça continua intacta, segundo os visitantes habituais, diplomatas e outros.

Durante o primeiro mandato, Ali Bongo foi a antítese do seu pai: sem o carisma e a desenvoltura do "patriarca" - que reinou sem contestação durante 41 anos o pequeno Estado petrolífero muito rico da África Central -, teve dificuldade em afirmar a sua autoridade, nomeadamente perante os membros inquietos do todo-poderoso Partido Democrático Gabonês (PDG).

A sua reeleição em 2016, já muito contestada pela oposição e oficialmente ganha por apenas 5.500 votos, foi para Ali Bongo um primeiro abanão, seguido de um segundo - o AVC -, que precipitou a sua transformação.

A sua convalescença foi pontuada por um golpe de Estado falhado, com contornos difusos, em 7 de janeiro de 2019, e por uma tentativa do seu então omnipotente chefe de gabinete, Brice Laccruche Alihanga, de o demitir.

Laccruche está preso há mais de três anos, juntamente com vários ministros e altos funcionários, alvo de uma operação "anti-corrupção" implacável.

Num Gabão tomado pela corrupção endémica desde as décadas em que Omar Bongo foi o seu pilar mais emblemático, Ali Bongo tem-se apresentado nos últimos anos a ministros e conselheiros como o "pai do rigor", sujeitando-os a auditorias e demitindo-os à menor suspeita.

Para a oposição, porém, o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior num dos países mais ricos de África em termos do PIB per capita e onde a ausência de políticas capazes de diversificar uma economia demasiado dependente do petróleo empurra uma em cada três pessoas para baixo do limiar da pobreza.

Herdeiro de parte da imensa fortuna do pai, o "Sr. Filho" ou "Bebé Zeus", como era então conhecido, foi durante o primeiro mandato retratado pela oposição como um governante distante do seu povo, retirado em propriedades luxuosas no Gabão e no estrangeiro ou ao volante de numerosos carros de luxo, entregando a política e os assuntos do país à gestão de conselheiros e ministros, que os confundiam com os seus próprios interesses.

Nos últimos anos porém, para além de se assumir como "pai do rigor", Bongo transformou-se também num estratega político, tal como o pai, somando vitórias no seu campo assim como no de uma oposição desunida, a quem retirou pastas ministeriais e títulos de relevo.

Hoje, os seus apoiantes veem-no como uma fénix renascida das cinzas, depois de dolorosas sessões de reeducação. Já os seus críticos, acusam-no de ser movido pelos interesses de um séquito próximo, que não quer largar o poder e os ganhos obtidos em 55 anos de "dinastia Bongo".


Leia Também: UE adverte que golpe no Gabão aumentará a instabilidade na região


Leia Também: Gabão. Presidente em prisão domiciliária com o filho após golpe de Estado