terça-feira, 15 de agosto de 2023

Presidente da Républica, Umaro Sissoco Embaló, desloca-se a Marrocos, em visita privada.


 Presidência da República da Guiné-Bissau

Ocidente a "aumentar" ameaça de "confronto entre potências nucleares"... Acusação é de Lavrov, que fala num "confronto militar direto entre potências nucleares".

© Reuters

Notícias ao Minuto   15/08/23 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia voltou, esta terça-feira, a criticar o Ocidente, acusando os países da NATO de continuarem a enviar armas a Kyiv, ignorando os alertas de Moscovo para uma "disseminação descontrolada" do armamento. O diplomata russo foi mesmo mais longe e disse que o Ocidente está a "a aumentar" a "ameaça de um confronto militar direto entre potências nucleares".

"Hoje, os Estados Unidos e a NATO, bem como a União Europeia, para salvar o seu próprio projeto geopolítico de conter a Rússia e dividir o mundo russo, estão a bombardear armas cada vez mais sofisticadas para a Ucrânia, alimentando assim o conflito e provocando uma disseminação descontrolada [de armas] em todo o mundo", disse Lavrov, na 11.ª Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional, citado pela agência estatal russa TASS.

"Todos os nossos sinais preocupantes estão a ser ignorados ou grosseiramente distorcidos para fins de propaganda (...) foram apresentados alguns factos que ilustram isso. [O Ocidente] está a aumentar de forma irresponsável e significativa a ameaça de um confronto militar direto entre potências nucleares", acrescentou.

Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou o sucedido com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. 

O conflito tem sido condenado pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


Leia Também: A Rússia admitiu hoje que poderá reconsiderar a decisão de não utilizar munições de fragmentação face ao fornecimento deste tipo de armamento à Ucrânia pelos Estados Unidos.

TOMADA DE POSSE DOS CONSELHEIROS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Realizou-se hoje a cerimónia de tomada de posse dos seguintes Conselheiros do Presidente da República, nomeados por Decreto Presidencial n.º 50/2023 de 12 de agosto de 2023: Senhor Nuno Gomes Nabiam, Senhor Marciano Silva Barbeiro, Senhor Fernando Henrique Vaz Mendes.


 Tomada de Posse dos Novos Conselheiros da Sua Excelência Presidente da República👇

Presidência da República da Guiné-Bissau  15.8.2023

Recursos militares ucranianos estão "praticamente esgotados", diz Moscovo

© Getty Images

POR LUSA   15/08/23 

O ministro da Defesa russo afirmou hoje que os recursos do exército ucraniano estão quase esgotados, numa altura em que Kyiv está a realizar uma contraofensiva, iniciada em junho, para retomar territórios ocupados por Moscovo.

Ao intervir numa conferência internacional de segurança em Moscovo, Serguei Shoigu disse que Kyiv não está a conseguir "quaisquer resultados", apesar do "apoio total" do Ocidente.

"Os recursos militares ucranianos estão praticamente esgotados", afirmou Shoigu citado pela agência francesa AFP.

Os aliados ocidentais têm fornecido armamento à Ucrânia para combater a invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

Shoigu disse que as armas ocidentais não têm "nada de único ou invulnerável" para as tropas de Moscovo.

"Estamos prontos a partilhar as nossas avaliações sobre os pontos fracos do equipamento ocidental", disse a uma plateia de líderes militares de vários países.

A 11.ª Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional, organizada pelo exército russo perto da capital, recebe oficialmente mais de 800 convidados de 76 países, mas nenhum do Ocidente.

Shoigu acusou o Ocidente de provocar conflitos em todo o mundo, agravando a situação em torno do conflito entre a China e Taiwan, recorrendo a métodos que utilizou na questão da Ucrânia.

Moscovo tenciona reforçar ainda mais a cooperação militar com os países da região Ásia-Pacífico, incluindo a Coreia do Norte, disse Shoigu, citado pela agência oficial russa TASS.

A Rússia vai também expandir a cooperação militar com países africanos, que "devem ter forças armadas modernas, treinadas e bem equipadas, capazes de responder de forma independente aos desafios e ameaças à sua própria segurança", afirmou.

Shoigu também acusou a Ucrânia de usar o acordo de exportação de cereais através do Mar Negro como cobertura para armazenar equipamento militar nas zonas portuárias, tese que justificaria os recentes bombardeamentos contra cidades como Odessa.

Shoigu afirmou que os aliados ocidentais estavam conscientes destes factos e lamentou que a ONU não os tenha sequer considerado ao pedir a extensão do pacto de exportação, segundo a agência espanhola Europa Press.

Em meados de julho, a Rússia rompeu o acordo, que estava em vigor há mais de um ano, e desde então tem efetuado vários bombardeamentos em zonas que estavam protegidas há meses.

As Nações Unidas, que negociaram os acordos com a Ucrânia, a Rússia e a Turquia, têm apelado para a renovação dos pactos para evitar os efeitos da guerra na segurança alimentar.

O ministro da Defesa admitiu que a ofensiva na Ucrânia se revelou um "teste duro" para o exército russo, mas referiu que a Rússia conseguiu aumentar significativamente a produção de veículos blindados.

A conferência insere-se numa feira da indústria da defesa da Rússia que se realiza até domingo.

A empresa estatal Rostec disse que o fórum apresentará os mais recentes sistemas de artilharia russos, que tiveram em conta a experiência da guerra na Ucrânia e as características do equipamento da NATO apreendido às forças ucranianas.

Moscovo antecipou que serão assinados no fórum contratos no valor de mais de 433 mil milhões de rublos (4,1 mil milhões de euros, ao câmbio atual).


Leia Também: Ministro da Defesa chinês de visita à Rússia e Bielorrússia (esta semana)

Nova vaga de bombardeamentos russos causa três mortos em Lutsk

© Lusa

POR LUSA    15/08/23 

Pelo menos três pessoas morreram esta madrugada na cidade de Lutsk, em Volyn, região do oeste da Ucrânia, num novo ataque com mísseis russos que afetou outras cidades do país.

Além das vítimas mortais, o ataque, que teve como alvo várias empresas da cidade, causou ainda vários feridos que tiveram de ser hospitalizados, disse o chefe da Administração Militar de Volyn, Yuri Pogulyajko, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

O bombardeamento russo afetou outras cidades e o alerta de ataque aéreo foi ativado em todo o país por volta das 04:00 locais (02:00 em Lisboa).

Um míssil russo atingiu uma fábrica em Dnipro, no centro da Ucrânia, ferindo pelo menos duas pessoas, incluindo um homem de 70 anos que foi transportado para o hospital, e causando um incêndio numa área industrial com cerca de 800 metros quadrados, que já foi extinto, disse o chefe da Administração Militar do Dnipro, Sergey Lysak.

Também houve ataques em Lviv, no oeste da Ucrânia, um dos quais causou "grande destruição" num bairro com mais de cem casas, disse o autarca da cidade.

"Felizmente não há vítimas", disse Andrey Sadovy, na plataforma de mensagens Telegram, acrescentando que quatro pessoas receberam atendimento médico, embora nenhuma corra perigo de vida.

De acordo com fontes militares, citadas pela Ukrinform, durante a noite passada as forças russas dispararam cerca de 28 mísseis de cruzeiro, dos quais 16 foram intercetados pelas defesas antiaéreas da Ucrânia.

Os mísseis foram disparados de aviões bombardeiros russos que estão a operar na região do Mar Cáspio e a partir de uma fragata no Mar Negro.

No final da tarde de segunda-feira também houve ataques na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, que deixaram dois mortos e um ferido.


Leia Também: Rússia ataca Ucrânia com dezenas de mísseis perto das fronteiras da NATO


Leia Também: Ucrânia relata combates ferozes e "algum sucesso" na contraofensiva

A carne criada em laboratório já chegou à alta cozinha. Mas é mesmo a opção mais amiga do ambiente? Talvez. E da carteira? Nem por isso

Carne de laboratório 

Por  cnnportugal.iol.pt  15/08/23

É uma técnica cara que ainda não caiu nas graças de todos os reguladores (sobretudo europeus), mas há quem defenda que o futuro - ou parte dele - passe por comer animais que nascem em laboratórios, sem sofrimento e morte à mistura. A carne de cultivo chegou à alta cozinha dos Estados Unidos, mas por cá o caminho ainda é longo

Comer carne sem matar ou causar sofrimento a animais. E, com sorte, sem pesar ainda mais na fatura ambiental, já ela elevada e em dívida constante. É em laboratórios com o ambiente controlado e com toda uma logística que ainda custa milhões que nascem pedaços de carne criados in vitro - a chamada carne de laboratório. 

O primeiro hambúrguer-proveta nasceu em 2013, mas dez anos depois a carne de cultivo continua a dividir opiniões e é muito a conta-gotas que começa a chegar aos restaurantes.

Nos Estados Unidos, por exemplo, só em junho é que duas empresas - a Upside Foods e a Good Meat - foram autorizadas a vender carne de frango criada com células animais. E desde há mês que o restaurante com três estrelas Michelin Bar Crenn, em São Francisco, já coloca esta carne na ementa. A carne de frango feita em laboratório está incluída num menu de degustação de seis pratos. Com um custo a rondar os 150 euros por pessoa, um dos pratos é composto por cerca de 30 gramas de frango in vitro, explica o VOX.

Mas esta é já uma realidade em Singapura desde 2020. Aliás, durante a COP27, o Governo de Singapura colocou a carne cultivada no menu, de modo a trazer para o debate as vantagens deste tipo de produção face à convencional. O governo da Índia está a financiar estudos sobre carnes criadas em laboratório.

Na Europa, o tema está ainda em debate - a Comissão Europeia diz que o continente está preparado para acolher uma nova forma de produção alimentar, mas ainda está longe de datas, financiamentos e regras. Mas há quem já tenha colocado um travão ao assunto: em Itália, o governo de Giorgia Meloni deu luz verde a um projeto de lei que pretende proibir a carne produzida em laboratório e outros alimentos sintéticos. O objetivo, conta a Reuters, é preservar a herança alimentar italiana e proteger a saúde.

Vai a Europa alinhar neste avanço alimentar? “Essa é pergunta de um milhão de euros”, diz Miguel Mourato, professor auxiliar com agregação no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

Na Europa é tudo muito mais complicado, até mesmo para os organismos geneticamente modificados, depende muito das lideranças europeias. Mas se for um processo aceite nos outros países do mundo, vai haver uma grande pressão, sobretudo pelas vantagens ambientais, para que seja aceite na Europa”, crê Miguel Mourato.

O custo de produção é, para já, um dos grandes entraves. Em 2030 espera-se que um quilo custe 63 dólares (Getty Images)

Como se cria carne em laboratório?

“Há vários processos, mas a técnica mais utilizada é pegar numa célula e reproduzi-la num ambiente artificial, tentar simular o que se passa no organismo vivo, onde as células se reproduzem e o crescem, dando origem uma peça muito parecida com o músculo do animal”, explica Miguel Mourato.

Trocando por miúdos, primeiro dá-se o chamado input, que é quando se retira células de um animal vivo ou de um óvulo fecundado. Depois, dá-se início à fase da proliferação, em que as células crescem em biorreactores - sendo colocadas em tanques de aço onde são alimentadas com nutrientes idênticos aos que os animais comeriam. 

A terceira fase é a diferenciação das células e a maturação das mesmas, dois processos que são induzidos com a mudança das condições de cultura. A quarta fase é aquela em que nasce a 'carne' - células diferenciadas são colhidas, preparadas e embaladas, como explica o 2022 State of Industry Report - Cultivated meat and seafood.

E, sim, “em teoria”, diz o investigador, este processo pode ser aplicado em carne de mamíferos, aves ou peixes.

Já o tempo entre a célula se transformar em carne é variável, diz-nos Miguel Mourato. “Depende muito dos processos, mas implica sempre deixar as células reproduzirem-se, formarem uma massa com uma quantidade razoável para depois ser transformada num produto”, explica.

Nutricionalmente falando: a carne de cultivo é igual?

“Não há razão para não ser idêntica, no fundo o que estamos a fazer é que as células cresçam, mas em vez de ser no animal são num biorreactor”, diz o docente da Universidade de Lisboa, destacando que “as características” da carne de cultivo “podem ser as mesmas” da carne dita natural. “O desafio é conseguir a textura e o sabor idênticos à carne, mas a composição nutricional é semelhante”, continua, destacando que, no caso da produção laboratorial, há ainda a vantagem de não haver “problemas de contaminantes”. “Aqui há uma grande vantagem”, atira.

E é isso mesmo o que se lê num estudo publicado em 2022 na revista Environmental Advances diz que “a carne produzida em laboratório é mais sustentável e segura de consumir do que a carne convencional”, apontando a legislação como um dos entraves à sua produção e consumo. 

Também a investigação O Mito da Carne Cultivada: uma revisão, publicado em 2020 na revista Frontiers in Nutrition defende o mesmo: “ao contrário da carne convencional, as células musculares cultivadas podem ser mais seguras, sem quaisquer órgãos digestivos adjacentes”. No entanto, o mesmo estudo aponta para um aspeto negativo: “com esse alto nível de multiplicação celular, é provável que haja alguma desregulação, como acontece nas células cancerígenas”, embora esta questão tenha de ser analisada com maior profundidade noutros estudos.

No entanto, e como as técnicas de produção variam e este é ainda um processo em análise e desenvolvimento - não esquecer que a primeira carne em laboratório nasceu apenas há dez anos -, nem sempre o resultado é o desejado, pelo menos à primeira. Um artigo do cientista Young-Hwa Hwang analisou as características nutricionais e o sabor carne de frango e vaca criada em laboratório e encontrou diferenças substanciais na composição de aminoácidos quando comparada com a carne ‘natural’, “destacando a necessidade de otimização da composição de meios e protocolos de diferenciação/maturação para carne cultivada”, lê-se no 2022 State of Industry Report - Cultivated meat and seafood.

Sobre este ponto, Miguel Mourato diz que é tudo uma questão de se ir testando e aprimorando o processo, defendendo que as carnes em laboratório “podem ser tornadas melhores, como estamos a manipular o produto, podemos construir com determinadas características”, incluindo nutricionais, tornando a proteína, por exemplo, mais completa a nível de micronutrientes (vitaminas e minerais).

Impacto ambiental: a grande dúvida do sucesso laboratorial

É a carne de cultivo mais amiga do ambiente do que a produção convencional de animais, seja gado ou aviário? Ora, esta é a derradeira questão e nem mesmo a ciência tem conseguido encontrar um consenso: há quem acredite que, sim, será menos impactante para o ambiente, mas não agora. Está no futuro a resposta? Sim.

Para Miguel Mourato, a carne de cultivo tem várias vantagens ambientais, sendo a possibilidade de reduzir a produção e desperdício de animais para consumo uma delas.

“A quantidade de animais mortos em todo o mundo para consumo alimentar é surreal”, diz, defendendo que, se a carne de cultivo conseguir reduzir estas mortes, isto poderá até chamar a atenção de novos consumidores: “há pessoas que são vegan por causa da questão do bem-estar animal” e, diz, “se conseguirmos substituir parcialmente” o consumo de carne de animais por esta carne de laboratório, podem ganhar-se novos ‘clientes’.

Mas o especialista destaca outras vantagens ambientais: “terá vantagens do ponto de vista ambiental por necessitar de menos área de solo” e por “não haver gases com efeito de estufa”. Mas nem tudo é tão verde quanto parece e o próprio docente destaca que o impacto no ambiente apenas será amigo quando forem usadas energias renováveis.

"A energia necessária para ‘alimentar’ os reatores que protegem as células à medida que crescem envolve ainda o uso de combustíveis fósseis”, podendo, no entanto, as energias renováveis ser uma realidade num futuro mais ou menos próximo.

E essa é também a visão apresentada por um estudo que projeta o cultivo de carne em laboratório em 2030. “A carne de cultivo tem o potencial de ter um impacto ambiental menor do que as ambiciosas produções convencionais de carne, para a maioria dos indicadores ambientais, mais claramente no que diz respeito ao uso da terra agrícola, poluição do ar e emissões relacionadas ao nitrogénio”, segundo o referido estudo.

Mas a própria técnica em si é um dos pontos negativos a nível ambiental apontados pelo estudo da Universidade da Califórnia, ainda a aguardar publicação por não ter sido revisto pelos pares, e que tem estado nas bocas do mundo. 

A investigação defende que o impacto ambiental da carne cultivada em laboratório provavelmente será maior do que a produção convencional de carne bovina, sobretudo quando a produção não é ainda massificada.

Segundo os investigadores, o facto de ser necessário usar meios de crescimento altamente refinados ou purificados para ajudar as células animais a multiplicarem-se faz com que o processo de cultivo se assemelhe ao da produção de medicamentos, uma abordagem que segundo os autores do estudo requer “mais recursos, o que aumenta o potencial de aquecimento global”. Na prática, e depois de analisarem as emissões conhecidas de CO2 do processo de purificação em laboratório, os cientistas concluíram que o potencial de aquecimento global da carne cultivada é entre quatro e possivelmente 25 vezes maior do que o da carne bovina produzida convencionalmente.

Segundo o MIT, “as emissões de gases de efeito estufa dos animais que comemos (principalmente vacas) representam quase 15% do total global, uma fração que deve aumentar nas próximas décadas”. E há contas que ajudam a perceber o impacto: “um quilo de carne bovina pode representar emissões equivalentes a 100 quilos de dióxido de carbono.

“Tem de se ir atualizando o processo com o tempo”, defende Miguel Mourato, que se mantém otimista: “é uma técnica que vai ter futuro”.

Nos Estados Unidos, por exemplo, só em junho é que duas empresas - a Upside Foods e a Good Meat - foram autorizadas a vender carne de frango criada com células animais (Getty Images)

E custos?

O primeiro hambúrguer-proveta do mundo, feito com células estaminais de vaca, custou nada mais, nada menos do que 298 mil euros - e falamos apenas de 140 gramas de ‘carne’. E agora?

“Neste momento é muito caro”, lamenta Miguel Mourato, mas apressa-se a dizer que “o custo tem estado a baixar” e a tendência é para que continue a baixar, sobretudo se os reguladores aceitarem a comercialização deste tipo de alimentos.

“Estou convencido que é uma técnica que vai ter futuro, e se for aceite pelos reguladores, o custo vai baixar, ainda está a ser feita numa escala muito pequena, mas se produzir a escala maior, pode ser mais económica e competir mesmo com a carne normal”, adianta o professor auxiliar com agregação no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

“Nos Estados Unidos já fazem experiências com chefs de restaurantes com estrela Michelin e mesmo assim estão a perder dinheiro. Por enquanto, não é vantajoso, o primeiro [produto] que surge é sempre mais caro, mas é uma técnica que tem futuro, mas nunca conseguimos prever o futuro, mas creio que se vai conseguir produzir a preços mais vantajosos, até porque há questão do consumo de energia”, que tende a ser menor com a implementação das renováveis.

Segundo a CE Delft, estima-se que até 2030 os custos de produção da carne cultivada possam cair para apenas 5,73 euros por quilo, mas, segundo a organização não governamental Good Food Institute Europe, “para conseguir isso, os setores público e privado precisarão investir quantias significativas em pesquisas e desenvolvimento”.

Mas o mais certo é que estes valores tão cedo não aconteçam. O estudo Quanto custará a produção em larga escala de carne cultivada?, publicado este ano na revista Journal of Agriculture and Food Research, defende que o custo de produção da carne cultivada em células “é projetado com otimismo para ser tão baixo quanto 63 dólares por quilo”, cerca de 56 euros. E quanto é que isso poderá custar ao consumidor? Cerca de 18 dólares [16 euros] por um hambúrguer de 140 gramas, o que os próprios autores dizem que “impedirá a adoção” deste tipo de alimentos por parte do consumidor.

Mas se não fosse o preço, o certo é que as pessoas até testariam a carne de laboratório, como têm dado conta alguns estudos feitos junto da população africana, da população chinesa e até portuguesa: sim, por cá também há essa curiosidade, como diz uma pesquisa feita pela Lantern, que diz que “23% dos consumidores estão abertos à compra de carne de laboratório, aumentando para 32% no caso dos veggies”.

Explosão em posto de combustível na Rússia faz mais de 30 mortos

REUTERS TV

Sicnoticias.pt   15/08/23

Explosão em posto de combustível na Rússia faz mais de 30 mortos

Há mais de 100 feridos na explosão num posto de combustível no Daguestão, república russa no Cáucaso.

Pelo menos 30 pessoas morreram e 75 ficaram feridas na segunda-feira à noite, na sequência de uma explosão num posto de combustível no Daguestão, república russa no Cáucaso.

O governador do Daguestão, Sergei Melikov, confirmou o número de vítimas e disse que três dos mortos eram crianças.

"Um total de 105 pessoas ficaram feridas como resultado do incidente no posto de combustível, das quais 30 morreram", disse hoje o Ministério para Situações de Emergência da Rússia, na plataforma de mensagens Telegram.

Um balanço inicial, feito pelo ministério esta madrugada, apontava para 12 mortos e mais de 60 feridos.

Um avião médico Il-76 foi enviado para a capital do Daguestão, Makhachkala, pelas autoridades russas para transportar os feridos graves para a capital do país, Moscovo, para tratamento, disse o ministério.

O incêndio nos arredores de Makhachkala, localizada no mar Cáspio, atingiu uma área de cerca de 600 metros quadrados, ainda segundo o Ministério para Situações de Emergência.

A mesma fonte acrescentou que 260 bombeiros combateram as chamas, que já foram extintas.

O incêndio começou numa oficina mecânica, onde se encontravam carros estacionados, e propagou-se até à bomba de gasolina, referiu a RIA Novosti, citando o ministério.

De acordo com o Ministério do Interior do Daguestão, dois dos oito tanques de combustível do posto explodiram.

"Depois da explosão, caiu tudo sobre a nossa cabeça, não conseguimos ver nada", relatou uma testemunha, cujo nome não foi mencionado, citada pelo diário russo Izvestia.

Um vídeo publicado no Telegram pela RIA Novosti mostra chamas a saírem de um prédio, seguindo-se uma gigantesca explosão, que causou uma profunda cratera.

As autoridades russas anunciaram a abertura de uma investigação criminal ao incidente.

As famílias das vítimas mortais irão receber um milhão de rublos (cerca de 9.500 euros) cada, disseram as autoridades do Daguestão, e os feridos entre 200 mil a 400 mil rublos (entre 1.900 e 3.700 euros).

A república russa no Cáucaso, vizinha da Chechénia e que faz fronteira com a Geórgia e o Azerbaijão, declarou hoje um dia de luto.

Também na segunda-feira à noite, outra explosão, numa exploração de petróleo na região de Khanty-Mansiysk, no oeste da Sibéria, causou dois mortos e feriu cinco pessoas, disseram as autoridades locais.


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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Cerca de 100.000 migrantes chegaram a Itália desde o início do ano

© Lusa

POR LUSA   14/08/23 

A organização não-governamental (ONG) Mediterranea Saving Humans adiantou hoje que cerca de 100.000 migrantes chegaram a Itália este ano, números já esperados por esta plataforma que pediu também uma "política de receção séria".

"Em Itália, vamos já em 100.000 chegadas, que já prevíamos. Mas não são números incontroláveis. O verdadeiro problema é que falta uma política de receção séria", sublinhou o responsável da plataforma, Luca Casarini.

O líder desta ONG falava desde Trapani, Sicília, onde o seu navio de resgate Mare Jónio está ancorado à espera de inspeções, marcadas para 22 de agosto.

"Depois, estaremos preparados para começar de novo", apontou.

Quase 20.000 homens, mulheres e crianças morreram a tentar chegar a Itália este ano.

Os mais recentes dados do Ministério do Interior italiano, divulgados na semana passada, apontavam que quase 94.000 migrantes desembarcaram na costa italiana este ano, mais do dobro em relação aos 45.000 registados no mesmo período do ano passado.

Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Mediterrâneo Central -- entre o norte da África e a Itália -- é atualmente a rota migratória mais perigosa do mundo. Desde 2014, a OIM contabilizou mais de 20.000 mortes.

No final de julho, ONG que conduzem operações de busca e salvamento no Mediterrâneo relataram à Lusa que estão a enfrentar dificuldades acrescidas este ano face ao endurecimento da política anti-imigração do novo governo italiano, queixando-se de restrições no acesso humanitário.

As ONG debatem-se com as dificuldades acrescidas impostas pela legislação adotada no início do ano pelo Governo de extrema-direita liderado por Giorgia Meloni, que restringe as atividades das organizações humanitárias e já levou à detenção de vários navios de busca e salvamento.


Candidaturas abertas ao Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLISBOA

Estão a decorrer as candidaturas para a nona edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, até ao dia 5 de novembro de 2023.

O Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa tem como objetivo estimular a produção de obras literárias, nos domínios da prosa de ficção (romance, novela, conto e crónica) e da poesia, em língua portuguesa, por escritores que nunca tenham publicado uma obra literária e que procuram uma oportunidade de visibilidade e reconhecimento no cenário literário.

São admitidas candidaturas de concorrentes que sejam pessoas singulares, de qualquer nacionalidade, fluentes na língua portuguesa, com idade não inferior a 16 anos. No caso dos menores de 18 anos, a atribuição de prémios ficará sujeita à entrega de declaração de aceitação pelos respetivos titulares do poder paternal.

A participação na presente iniciativa deverá ser feita até às 24h00 do dia 05-11-2023, por correio eletrónico, para o endereço premioliterario@uccla.pt nos termos previstos no Regulamento.

Este prémio foi criado em 2015, conjuntamente com o Movimento (2014) 800 Anos da Língua Portuguesa. Em 2020 foram estabelecidas duas parcerias: uma com a editora Guerra e Paz, que passará a responsabilizar‐se pela edição da obra premiada e outra com a Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do Festival Literário de Lisboa ‐ 5L.

Constituição dos membros do júri, que integra reconhecidas personalidades do mundo literário e cultural de língua portuguesa:

Domício Proença - Brasil

Germano Almeida - Cabo Verde

Hélder Simbad - Angola

Inocência Mata - São Tomé e Príncipe

José Pires Laranjeira - Portugal

Luís Carlos Patraquim - Moçambique

Luís Costa - Timor-Leste

Tony Tcheka - Guiné-Bissau

Yao Jing Ming - Macau

Rui Lourido - Representante da UCCLA

João Pinto de Sousa - Representante do Movimento 800 Anos de Língua Portuguesa

Regulamento, Declaração de Conformidade (Anexo 1) e Regras relativas à edição da obra premiada (Anexo 2) - https://www.uccla.pt/sites/default/files/regulamento_2023-2024.pdf

Por Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação

Ministério da Cumunicação é um setor muito complicado porque depende do Ministério das Finanças

Radio TV Bantaba 

Communiqué de Presse - Press Statement - Comunicado de Imprensa


 Ecowas - Cedeao 

NÍGER: Tribunal anula condenação de dirigente de coligação apoiante do golpe

© Shutterstock

POR LUSA   14/08/23 

O Tribunal de Recurso de Niamey anulou hoje a condenação de um dirigente de uma coligação apoiante dos militares que deram o golpe de Estado, que estava detido há sete meses por um atentado fundamentalista, anunciou um dirigente associativo.

"O Tribunal de Recurso de Niamey anulou a decisão do Supremo Tribunal (...) que tinha condenado o nosso camarada Abdoulaye Seydou a nove meses de prisão", disse à imprensa Sanoussi Mahaman, secretário-geral do movimento M62 - que apoia os militares no poder - do qual Seydou é coordenador.

Abdoulaye Seydou tinha sido condenado a nove meses de prisão.

"Sempre dissemos que a detenção de Abdoulaye Seydou tinha sido uma decisão arbitrária (...) orquestrada do princípio ao fim", acrescentou Mahaman.

O movimento M62, criado há um ano, é uma coligação de cerca de 10 associações e organizações não-governamentais que se opõem à presença das forças militares francesas no Níger.

Em resposta a um apelo do M62, vários milhares de pessoas manifestaram-se em Niamey para "apoiar" os militares que derrubaram o Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, em 26 de julho, e que são também muito críticos em relação à França.

Condenado em meados de abril, Seydou estava preso preventivamente desde janeiro.

O seu movimento tinha acusado as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de massacrar civis em represália de um ataque extremista islâmico, em 24 de outubro de 2022, contra uma esquadra de polícia em Tamou (sul).

Na sequência deste ataque, o exército retaliou e matou sete "assaltantes" num garimpo ilegal nas proximidades.

A oposição política e as organizações da sociedade civil afirmaram que os ataques tinham causado muitas mais vítimas.


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Suleimane Seide, novo Ministro da Economia e Finanças recebe o gabinete das mãos do Ministro das Finanças cessante Ilídio Vieira Té.


Dionísio Pereira, Novo Ministro das Pescas recebe o gabinete das mãos do Ministro das Pescas Orlando Mendes Viegas



Entrega de dociê ao novo Ministro do ambiente



Botche Cande ex_ministro de Agricultura entrega dociê ao novo ministro Mamasaliu Lamba.


Ex_Ministro das Obras Públicas, Construções e Urbanismo, Fidelis Forbs entrega dociê ao novo Ministro Ildelfonso Duarte Pinto.


 Radio Voz Do Povo

Hoje decorreu no Ministério Das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo a cerimónia de transferência de poderes (passacão) entre o Ministro cessante Sr. Fidelis Forbs e o novo Ministro, Sr. Ildefonso Duarte Pinto

  Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo   MOPHU/ 14.08.2023 (Segunda-Feira)

Ataque terrorista no Níger mata pelo menos sete membros da Guarda Nacional

ISSIFOU DJIBO

Por  sicnoticias.pt  14.08.2023

O número de baixas é ainda provisório, já que “as operações de busca aérea e terrestre para encontrar os assaltantes ainda continuam”.

Sete membros da Guarda Nacional do Níger foram mortos no domingo num ataque terrorista contra um destacamento militar na cidade de Abalak, na região de Tahoua, no centro-sul do país.

Segundo uma fonte da segurança à agência de notícias EFE, o número de baixas é ainda provisório, já que "as operações de busca aérea e terrestre para encontrar os assaltantes ainda continuam".

O ataque, em que três veículos foram incendiados, foi atribuído a rebeldes do Daesh (autodenominado Estado Islâmico).

Abalak é uma das localidades frequentemente vítimas de ataques de grupos extremistas.

Para além da insegurança, o Níger vive uma crise política desde o final do mês passado.

O golpe de Estado de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação, que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

Os militares justificaram o golpe com a "contínua deterioração da situação de segurança e má gestão económica e social" e sublinharam que "todas as instituições" da república estão suspensas.

O golpe foi condenado pela maioria da comunidade internacional, com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a decidir ativar a "força de reserva" do bloco para uma eventual intervenção militar destinada a "restabelecer a ordem constitucional" no Níger, embora tenha assegurado que continuará a apostar no diálogo.

Exército ucraniano diz ter recuperado três quilómetros em Bakhmut

© REUTERS/Anna Kudriavtseva

POR LUSA   14/08/23 

O exército ucraniano recuperou três quilómetros de território próximo a Bakhmut, no leste da Ucrânia, um dos alvos da atual contraofensiva das forças de Kiev, anunciou hoje a vice-ministra da defesa ucraniana.

"No setor de Bakhmut, foram recuperados três quilómetros na semana passada. No total, 40 quilómetros já foram reconquistados no flanco sul do setor de Bakhmut", cidade que foi capturada em maio pela Rússia, afirmou Hanna Maliar à televisão ucraniana.

Mais ao sul da frente leste, a vice-ministra ucraniana relatou uma situação "extremamente difícil" em torno de Avdiivka, localidade que as forças russas estão a tentar tomar aos ucranianos.

Na frente sul da ofensiva ucraniana, lançada em junho, as forças de Kiev registaram "alguns sucessos" ao sul de Staromayorske, uma localidade recuperada no final de julho das forças de Moscovo, acrescentou Hanna Maliar.

Os combates continuam, principalmente para retomar a cidade vizinha de Urozhaine.

Na região de Kherson, a vice-ministra também relatou ações conduzidas por "determinadas unidades" da Ucrânia na margem oriental do Dnieper, de onde o exército russo se retirou em novembro de 2022, tornando o rio a linha de frente.

"Não podemos revelar os detalhes, mas nós realizámos estas ações (...)", afirmou Hanna Maliar, acrescentando que "é preciso desalojar o inimigo e recuperar território" nesta frente de batalha.


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NICOLAU DOS SANTOS AGORA ESTÁ LIVRE DE ACUSAÇÕES DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

Assim vai o caso Nicolau Dos Santos antigo Ministro da Agricultura, e atual Ministro da Defesa Nacional. A Polícia Judiciária sabe disto? Será um dia vai ser reaberto este processo? Meu Deus!?

Por notabanca.blogspot.com



Cientistas já estão a fazer a vacina contra a próxima pandemia

Por SIC Notícias  14/08/23

No Reino Unido, os investigadores chamam-lhe de "Doença X" porque não sabem que vírus a irá provocar e acreditam que em 100 dias terão uma vacina pronta.

A vacina contra a covid-19 demorou quase um ano a ser desenvolvida, um tempo recorde que pode ser batido na próxima pandemia.

Nos laboratórios mais seguros do Reino Unido, os investigadores estão a preparar-se contra a próxima pandemia. Chamam-lhe de "Doença X" porque não sabem que vírus a irá provocar e acreditam que em 100 dias terão uma vacina pronta.

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 Fonte: Gervasio Silva Lopes

Níger. Militares querem processar presidente deposto por "alta traição"

© Lusa

POR LUSA   14/08/23 

Os militares que fizeram o golpe de Estado em julho no Níger anunciaram no domingo que querem processar o presidente deposto, Mohamed Bazoum, por "alta traição" e "ataque à segurança do país".

Num comunicado lido na televisão nacional, o major coronel Amadou Abdramane, um dos membros do regime militar, disse que estão reunidas "provas para processar, perante as autoridades nacionais e internacionais competentes, o presidente deposto e os seus cúmplices internos e estrangeiros, por alta traição e atentado à segurança interna e externa do Níger".

O golpe de Estado no Níger de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação (CNSP), que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

Os militares justificaram o golpe com a "contínua deterioração da situação de segurança e má gestão económica e social" e sublinharam que "todas as instituições" da república estão suspensas.

O golpe foi condenado pela comunidade internacional, nomeadamente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Africana, a Organização da Nações Unidas.

Em 30 de julho, quatro dias após o golpe, os líderes da CEDEAO decidiram sancionar financeiramente o Níger e deram aos militares um ultimato de sete dias para restaurar a ordem constitucional, ameaçando um possível uso da força como último recurso.

No domingo, a junta militar no poder no Níger manifestou vontade de conversar com CEDEAO.

"A junta militar do Níger quer iniciar conversações com a CEDEAO para resolver a crise que o país atravessa e levantar as sanções que lhe são impostas", disse à agência de notícias espanhola EFE, o xeque Abdul Rahman Ahmad, imã chefe da Ansar Ud Society da Nigéria, uma organização muçulmana.


Leia Também: Regime militar do Níger denuncia "sanções ilegais e desumanas" da CEDEAO

Regime militar do Níger denuncia "sanções ilegais e desumanas" da CEDEAO

© Lusa

POR LUSA   14/08/23 

Os militares que fizeram o golpe de Estado em julho no Níger denunciaram no domingo à noite "as sanções ilegais, desumanas e humilhantes" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Num comunicado lido na televisão nacional do Níger, um dos membros do regime, o major coronel Amadou Abdramane, disse que as sanções da CEDEAO estão a "severamente prejudicar" a população do país.

Abdramane disse que as sanções impostas devido ao afastamento do Presidente eleito Mohamed Bazoum "chegam a privar o país de produtos farmacêuticos, alimentares" e do fornecimento de energia elétrica".

No mesmo comunicado, o major coronel disse que o regime militar quer processar Bazoum "e os seus cúmplices internos e estrangeiros, por alta traição e atentado à segurança interna e externa do Níger".

O golpe de Estado no Níger de 26 de julho foi liderado pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Nação, que anunciou a destituição do Presidente e a suspensão da Constituição.

Os militares justificaram o golpe com a "contínua deterioração da situação de segurança e má gestão económica e social" e sublinharam que "todas as instituições" da república estão suspensas.

O golpe foi condenado pela maioria da comunidade internacional.

Em 30 de julho, quatro dias após o golpe, os líderes da CEDEAO decidiram sancionar financeiramente o Níger e deram aos militares um ultimato de sete dias para restaurar a ordem constitucional, ameaçando um possível uso da força como último recurso.

No domingo, a junta militar no poder no Níger manifestou vontade de conversar com CEDEAO.

"A junta militar do Níger quer iniciar conversações com a CEDEAO para resolver a crise que o país atravessa e levantar as sanções que lhe são impostas", disse à agência de notícias espanhola EFE o xeque Abdul Rahman Ahmad, imã chefe da Ansar Ud Society da Nigéria, uma organização muçulmana.


China tenta atrair mais investimento estrangeiro para relançar economia

© Lusa

POR LUSA   14/08/23 

O executivo da China publicou, no domingo à noite, novas diretrizes para "intensificar esforços para atrair investimento estrangeiro", num momento em que a recuperação pós-pandemia da economia chinesa desacelerou.

De acordo com um comunicado divulgado no portal do Conselho de Estado chinês na Internet, o objetivo das novas orientações é "otimizar ainda mais o ambiente para o investimento estrangeiro".

As diretrizes pretendem "melhorar o equilíbrio geral entre a conjuntura nacional e internacional" e "promover um ambiente empresarial de classe mundial, orientado para o mercado, baseado na lei e internacionalizado", referiu o executivo chinês.

O Conselho de Estado apelou às empresas para "aproveitarem as vantagens do enorme mercado chinês" e "fazerem mais esforços para atrair e utilizar o investimento estrangeiro e fazê-lo de forma mais eficaz".

O executivo admitiu que ainda é necessário mais trabalho para garantir que as empresas com investimento estrangeiro serão tratadas como de forma igual às locais, "reforçar a sua proteção" e "fornecer apoio fiscal e tributário".

O comunicado não revelou, no entanto, pormenores sobre as medidas concretas que serão implementadas.

As empresas estrangeiras presentes na China, principalmente as europeias e norte-americanas, têm nos últimos anos pressionado as autoridades a reduzir os setores ou atividades proibidas ou restritas ao investimento estrangeiro.

instituições da UE têm acusado Pequim de falta de reciprocidade no acesso das empresas europeias ao mercado chinês, alegando ainda que as empresas chinesas desfrutam de subsídios e muito mais liberdade para operar, investir ou comprar entidades na Europa.

Por outro lado, a China alterou, em julho, a Lei de Contraespionagem para incluir a "colaboração com organizações de espionagem e seus agentes" na categoria de espionagem e proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional.

Em maio, a polícia chinesa entrou nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de diligência prévia, a Mintz Group.

Estas investigações semearam preocupação no setor e entre potenciais investidores estrangeiros, apesar de Pequim ter defendido tratarem-se de ações isoladas.

Na quarta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem executiva que limita o investimento em tecnologias mais avançadas, como a inteligência artificial ou em computação quântica, na China.

Após um início de ano promissor, a recuperação pós-pandemia da economia chinesa tem mostrado sinais de desaceleração, crescendo 6,3% em termos homólogos no segundo trimestre, menos do que o esperado.

O índice de preços ao consumidor, o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga, de 0,3%, em julho, num fenómeno designado como deflação, que reflete debilidade no consumo doméstico e investimento.