segunda-feira, 27 de março de 2023

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE: Quase 80% dos jovens são-tomenses querem abandonar o país

© Lusa

POR LUSA   27/03/23 

Cerca de 80% dos jovens são-tomenses querem abandonar o país em busca de melhores condições de vida, nomeadamente emprego e saúde, e muitos perderam esperança no desenvolvimento do arquipélago, indica um estudo do Conselho Nacional da Juventude são-tomense.

"O estudo provou que 78% dos jovens querem migrar. Quando nós vemos uma percentagem desse nível, de jovens que pensam sair do país, enquanto plataforma da juventude, isso preocupa-nos e preocupa-nos imensamente", disse à Lusa o secretário-geral do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) de São Tomé e Príncipe, Laudino Tavares.

Segundo o responsável, os inquiridos apontaram como motivos de querer emigrar a necessidade de encontrar melhores condições de vida, questões ligadas à saúde, e outros "vão aventurar-se por falta de oportunidade de emprego" em São Tomé e Príncipe.

"Um jovem que eu inquiria na altura disse-me que ele prefere ir para viver de baixo da ponte. Ficar em São Tomé é que ele não fica. [...] No fundo os jovens estão dispostos a sair do país, não importa para ir fazer o quê lá fora. O importante é sair", relatou o líder juvenil são-tomense.

O estudo foi realizado em julho do ano passado, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), quando São Tomé e Príncipe se preparava para as eleições legislativas, autárquicas e regional realizadas em 25 de novembro. Segundo Laudino Tavares, o documento não teve acolhimento dos partidos concorrentes às legislativas, nem do Governo de então liderado pelo ex-primeiro-ministro Jorge Bom Jesus.

"Fizemos questão de enviar o resultado do inquérito para todos os partidos políticos, depositámos nas sedes dos partidos políticos para colocarem estas preocupações nos seus manifestos eleitorais e isso infelizmente não aconteceu", lamentou.

Após as eleições, o Governo são-tomense que passou a ser liderado pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada, líder da Ação Democrática Independente (ADI), que venceu as legislativas com maioria absoluta de 30 deputados.

O secretário-geral do CNJ considera que, apesar da alternância, a imigração juvenil não parou de crescer e "tem sido o 'calcanhar de Aquiles' nos últimos meses".

"Indubitavelmente isso tende a agravar-se, porque eu converso com os jovens diariamente e o que eu percebo é que ninguém quer ficar no país. Quando se pergunta sobre as causas de emigração, já conhecemos, então é necessário criar condições para que os jovens não sintam essa necessidade de emigrar", sublinhou Laudino Tavares.

"Muita gente acredita que não há sinal de criação de condições para que os jovens fiquem no país", acrescentou.

O estudo realizado pela maior plataforma da juventude são-tomense concluiu também que "a não participação juvenil nas votações eleitorais tem como principais causas a corrupção política e ausência do cartão de eleitor".

Ainda assim, o secretário-geral do CNJ sublinhou que os dados do inquérito provaram que muitos jovens votam e votaram, sobretudo nas eleições presidenciais de 2021.

"Costumávamos pensar que a taxa de abstenção em São Tomé e Príncipe era um problema que vivia no seio da juventude, mas o inquérito que nós fizemos prova o contrário. De acordo com os resultados do inquérito, os jovens são-tomenses participam sim nas eleições, porque nós concluímos que em cada 10 jovens, oito participaram na eleição presidencial de 2021". Precisou Laudino Tavares.

Contudo, concluiu-se que "os jovens classificam a política em São Tomé e Príncipe como péssima" e "dizem que há muita corrupção".

"Ao nível dos resultados do inquérito, os jovens não têm esperança quanto ao desenvolvimento do país. Isso é preocupante, é necessário que os líderes, que os governos comecem a pensar seriamente nisso para tentar devolver essa esperança à juventude, porque principalmente a juventude sem esperança é uma juventude morta e que está à deriva e disposta a ir para onde o vento a atirar", referiu o secretário-geral do CNJ.

O estudo do CNJ foi entregue à nova ministra da Juventude e Desporto, Eurídice Medeiros, e tem sido analisado a nível do Governo.

Durante a campanha de auscultação da população para a preparação do Orçamento Geral do Estado, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, admitiu a preocupação do executivo perante a vaga de emigração jovem.

"Se a maioria da população é jovem e se 78% dessa maioria quer abandonar o país então o país também não tem futuro. [...] Nós não podemos impedir os jovens de sair, mas nós temos consciência de que se nós não fizermos alguma coisa para o jovem encontrar o seu futuro aqui, amanhã quando vamos precisar de um jovem para trabalhar, não teremos jovens para trabalhar", disse Patrice Trovoada durante a conversa com populares no distrito de Cantagalo.

O chefe do Governo são-tomense prometeu a realização de um inquérito para ouvir as ideias dos jovens a fim de "definir uma política que possa resolver o problema".

Na sexta-feira, o ministro da Saúde são-tomense, Celsio Junqueira, disse à Lusa que o sistema de saúde de São Tomé e Príncipe está com carência de profissionais devido ao aumento da emigração de quadros para Portugal desde a facilitação de visto no âmbito do acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Desde que Portugal tornou fácil o acesso à entrada, muitos profissionais de saúde têm saído, então alguns serviços começaram a estar em causa, deixaram de ter o mínimo que é necessário para trabalhar e garantir qualidade de serviço", disse à Lusa Celsio Junqueira.

Face à "vaga de emigração", o ministro da Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais foi autorizado pelo Governo a proceder à contratação de profissionais reformados para compensar a saída de quadros.


Leia Também: Emigração para Portugal causa falta de profissionais de saúde em São Tomé

Rússia acusa NATO de participar diretamente do conflito na Ucrânia

© Contributor/Getty Images

POR LUSA  27/03/23 

O secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, acusou hoje a NATO de participar diretamente no conflito na Ucrânia ao fornecer armas ao país e informação com o objetivo de vencer a Rússia no campo de batalha.

"Na verdade, os países da NATO fazem parte do conflito. Eles transformaram a Ucrânia num enorme campo militar. Enviam armas e munições às tropas ucranianas, fornecem informações, inclusive de satélites e drones", disse o secretário do Conselho de Segurança ao jornal Russian Rossiiskaya Gazeta.

Patrushev adiantou que a NATO está a preparar os militares ucranianos, destacando igualmente que na linha da frente "estão mercenários dos países que lutam ao lado das Forças Armadas" ucranianas.

"Ao tentar prolongar ao máximo este confronto bélico, não escondem o seu objetivo principal, que é derrotar a Rússia no campo de batalha e depois desintegrá-la", acrescentou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Desde o início da guerra, já morrerem mais de 8.300 civis, segundo dados da ONU, que alerta para o facto de os números estarem muito aquém dos reais.

domingo, 26 de março de 2023

O Treinador da Seleção Nacional de Futebol da Guiné-Bissau, Senhor Baciro Candé, promoveu, hoje, em Bissau uma Conferência de Imprensa sobre o jogo dos Djurtus contra as Águias da Nigéria...

 Ministério da Cultura, Juventude e Desportos da Guiné-Bissau

O Treinador da Seleção Nacional de Futebol da Guiné-Bissau, Senhor Baciro Candé, promoveu, hoje, em Bissau uma Conferência de Imprensa sobre o jogo dos Djurtus contra as Águias da Nigéria. 

Na ocasião, Candé, reafirmou que a sua Seleção Nacional está a crescer na unidade e com o espírito de trabalho para vencer os seus jogos, independentemente dos adversários serem mais fortes ou não. 

Este Treinador, assegurou ainda que vai alinhar os jogadores aptos para jogar, com vista a alcançar os resultados positivos.

Baciro, disse que o seu foco com os jogadores é vencer a Nigéria e garantir o apuramento para o próximo CAN. 

Por sua vez, o Capitão da Seleção, Senhor Bura Candé, confirmou que os Djurtus estão unidos para vencer a Nigéria. 

Bissau, 26.03.2023

Gabinete da Comunicação

O Treinador da Seleção Nacional de Nigéria, Senhor José Piceiro, promoveu, hoje em Bissau uma Conferência de Imprensa sobre o jogo da Nigéria conta a Guiné-Bissau...

  Ministério da Cultura, Juventude e Desportos da Guiné-Bissau

O Treinador da Seleção Nacional de Nigéria, Senhor José Piceiro, promoveu, hoje em Bissau uma Conferência de Imprensa sobre o jogo da Nigéria conta a Guiné-Bissau. 

Em declaração à Imprensa, Piceiro, expressou a sua vontade de ganhar o jogo amanhã, que não seria nada fácil. 

Este Treinador, confessou ainda que os jogadores não souberam aproveitar as oportunidades que tiveram em Abuja para ganhar, infelizmente perderam. 

Piceiro, reafirmou ainda que quer ganhar os restantes jogos para ficar em primeiro lugar no grupo de qualificação para o CAN. 

De salientar que o Treinador da Nigéria está acompanhado na Conferência de Imprensa com o Capitão de equipa. 

Bissau, 26.03.2023

Gabinete da Comunicação

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou que "cerca de 1,5 milhões de meninos e meninas ucranianos correm o risco de desenvolver depressão, ansiedade e outros problemas psicológicos" devido à guerra.

© Reprodução/ Presidência da Ucrânia

Notícias ao Minuto   26/03/23 

"A guerra está a destruir a infância das crianças ucranianas"

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou que "cerca de 1,5 milhões de meninos e meninas ucranianos correm o risco de desenvolver depressão, ansiedade e outros problemas psicológicos" devido à guerra.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, destacou, este domingo, que a "guerra está a destruir a infância das crianças ucranianas", após o seu encontro com o embaixador da Boa Vontade da UNICEF, o ator Orlando Bloom, que se dedica, em conjunto com a equipa da organização, ao "apoio humanitário e à proteção de crianças".

Zelensky salientou, em comunicado, que Bloom esteve em território ucraniano mesmo antes da invasão russa e "sabe o que essa agressão trouxe, o quão grandes devem ser os esforços do mundo para detê-la, para restaurar a Ucrânia depois da guerra".

"Discutimos a questão da reconstrução do nosso país, da nossa infraestrutura escolar. Aprecio esta ajuda. Acordámos que as nossas equipas deveriam trabalhar em várias áreas", nomeadamente no que diz respeito ao regresso das crianças "que foram levadas à força para a Rússia", a "criação de abrigos antiaéreos para os nossos filhos" e "suporte técnico do ensino a distância nas áreas e regiões onde é impossível estudar offline devido a ameaças constantes", referiu o líder ucraniano.

E acrescentou: "Milhares de escolas na Ucrânia foram danificadas ou completamente destruídas. Quase 2,7 milhões de crianças em escolas ucranianas são forçadas a estudar online ou num formato misto. Cerca de 1,5 milhões de meninos e meninas ucranianos correm o risco de desenvolver depressão, ansiedade e outros problemas psicológicos".

A UNICEF e o Governo, salientou Zelensky, estão a trabalhar com o objetivo de "devolver uma infância feliz às crianças ucranianas".

Leia Também: Zelensky visitou Kherson: "Vamos restaurar e reconstruir tudo"

Crise na exportação de cajú: GOVERNO COLOCA EM “QUARENTENA” MILHARES DE TONELADAS DE CASTANHA BLOQUEADAS NOS ARMAZÉNS

JORNAL ODEMOCRATA  26/03/2023  

O Diretor Geral do Comércio e Concorrência, Lassana Fati, disse que o executivo pretende colocar em quarentena mais de quarenta mil toneladas de castanha de cajú guardadas nos armazéns para depois procurar um comprador no exterior.

“O governo pretende colocar toda essa quantidade de castanha em quarentena, guardá-la nos armazéns e depois procurar um comprador no exterior. Outra possibilidade é encontrar uma fábrica de processamento da castanha no país que possa assumi-la. Essas opções estão todas em cima da mesa e a grande verdade é que nenhuma decisão foi tomada”, disse ementrevista telefonica ao Jornal O Democrata, para falar dos trabalhos que estão a ser feitos para a abertura da campanha e garantir que não hajam bloqueios da castanha no país. Uma eventualidade lamentada pelos empresários e que pode dificultar a próxima campanha de cajú, se não forem encontrados compradores das castanhas que ainda se encontram bloqueadas nos armazéns.

Mais de quarenta mil toneladas da castanha de cajú estão armazenadas em Bissau e nas regiões. Das 40 mil, segundo o levantamento feito pelo ministério do Comércio, mais de trinta mil estão em Bissau e dez mil nas regiões.  

DG COMÉRCIO: “GOVERNO SEGUE CAMPANHAS NOS PAÍSES VIZINHOS PARA DEFINIR O PREÇO DE REFERÊNCIA DA CASTANHA”

O Democrata soube que até o fecho desta edição, a Guiné-Bissau conseguiu exportar 198 mil toneladas da castanha de cajú a partir dos portos de Bissau, segundo os dados disponíveis do ministério do Comércio.

Fati explicou que, no levantamento nacional feito pela equipa do ministério do Comércio, registou-se um total de mais de 30 mil toneladas de castanha nos armazéns em Bissau e mais de dez mil nas regiões, acrescentando que, de acordo com as diligências feitas, das mais de 30 mil toneladas registadas em Bissau, 15 mil devem ser exportadas em breve, através de um barco que, segundo a sua explanação, está a caminho de Bissau.

“Se conseguirmos exportar mais 15 mil toneladas armazenadas em Bissau, ficarão cerca de 15 mil toneladas. As castanhas que se encontram armazenadas nas regiões devem ser escoadas  para a capital e nós vamos trabalhar para conseguir um comprador “, assegurou, esclarecendo que uma das razões da retenção dessa grande quantidade de castanha no país se deve primeiramente à queda do preço da castanha no mercado internacional, o que obrigou os comerciantes a recusar vender as suas castanhas para não perderem as suas margens de lucros, mas também a produção de outros países como a Tanzânia e Moçambique, acabaram por atrair os compradores.

“O terceiro fator tem a ver com os primeiros contratos assinados entre os nossos empresários e os indianos que até ao momento não conseguiram pagar as castanhas já exportadas. A castanha já foi levada, mas os empresários não receberam o dinheiro”, contou.   

Relativamente à campanha de cajú de 2023, cujo lançamentose pretende fazer lá para o final do mês em curso, disse que o governo espera que haja muita concorrência este ano na campanha com a entrada de um grupo de empresários chineses e de outros países interessados na castanha da Guiné-Bissau. Acrescentou que o grupo de empresários chineses esteve duas vezes no país e manifestou o interesse em comprar a castanha nacional, como também os empresários de outros países manifestaram o mesmo interesse, razão pela qual espera muita concorrência este ano e que o país venda muita quantidade da sua castanha. 

“O mercado chinês até ao momento não era aberto à castanha da Guiné-Bissau, mas se for aberto conforme o interesse que nos mostraram, penso que 2023 vai ser muito concorrido em termos de procura da castanha de cajú da Guiné-Bissau”, afirmou.

Questionado se o ministério do Comércio já tem um preço de base que pretenda apresentar ao Conselho de Ministros, respondeu que já há uma indicação do preço de referência dos países vizinhos que já iniciaram a campanha de cajú, por exemplo, “a Costa de Marfim começou a campanha de caju com o preço base de 315 francos cfa e o Burkina Faso com 300 francos cfa”.

“Esses são indicadores que nos permitem trabalhar na fixação do preço de referência da nossa castanha. Mas é bom dizer que há um trabalho que o comércio está a fazer, aliás, como se sabe existe uma comissão que envolve técnicos de outras instituições que estão a trabalhar na fixação do preço de referência da castanha nacional”, frisou, aproveitando a ocasião para aconselhar os produtores e os guineenses em geral que é preciso envidar  esforços para trabalhar a qualidade da castanha de cajú guineense, porque nos últimos tempos tem havido queixas dos compradores sobre a perda da qualidade da castanha, bem como constatam pedras nos sacos de castanha o que, na sua observação,  mancha a imagem do país e a sua produção.

INTERMEDIÁRIOS: “CASTANHAS NOS ARMAZÉNS JÁ ESTÃO A GERMINAR. A CONDIÇÃO PARA SUA EXPORTAÇÃO É BAIXA”

O presidente da Associação Nacional dos Intermediários de Negócios da Guiné-Bissau, Lassana Sambú, admitiu que há pouca possibilidade de a castanha de cajú que ainda se encontra nos armazéns ser exportada, porque “apresenta pouca qualidade, está a germinar e a condição para a sua exportação é baixa”.

Explicou que essa baixa qualidade se deve às más condições de armazenamento do produto, alertando que há grandes riscos de o novo ano agrícola ser comprometido porque não há nenhuma garantia de que as castanhas em condições péssimas ou em processo de germinação devido à humidade estejam a ser separadas das que têm condições para serem comercializadas.

“A qualidade da castanha corre o risco de baixar para menos,até de 48 por cento. Se acontecer, cairá o preço e baixará a economia nacional, porque é o produto que suporta, em parte,  a nossa economia”, enfatizou.

“Mais de 8 mil toneladas de castanha continuam com os produtores. Se adicionarmos essa quantidade à que está  estocada em Bissau, estaremos  a falar de quase  30 mil toneladas”, afirmou, para de seguida indicar que   tudo isso coloca a campanha de 2023 numa situação muito complicada. 

“Tínhamos alertado o governo que diligenciasse para viabilizar a próxima campanha, porque o seu sucesso dependeria do ano agrícola anterior. Era preciso que fosse escoada toda a castanha para Bissau para evitar a perda de qualidade e, consequentemente, a baixa do preço”, assinalou.

Apesar desses indicadores, Lassana Sambú disse esperar que a campanha de 2023 seja diferente da do ano passado, porque na abertura da campanha do ano passado foram introduzidos alguns impostos, principalmente o de Contribuição Predial Rústica  de produtor, mas essas taxas nunca reverteram em benefício dos produtores, dos operadores económicos nem na melhoria da produção, apenas o governo tem beneficiado desses impostos.

“Para onde foi canalizado o dinheiro desses impostos”, questionou, lembrando que na Contribuição Predial Rústica de exportação, 22 por cento reverteria para fundo de promoção para uma conta consignada, mas até ao momento não se sabe onde foi parar esse dinheiro. O governo tinha outra forma de alargar a sua base tributária para ganhar dinheiro, não superlotar o que já estava superlotado”, disse.

Sambú criticou a forma como o governo faz a sua previsão de receitas para o ano económico, acrescentando que as previsões de receitas a atingir deveriam basear-se no relatório do ano transato.

“Ainda não se conseguiu exportar toda a castanha e o governo nem sequer tem solução para tal e já fez a sua previsão adicional de receitas. Vamos ter problemas,  caso não sejam ultrapassados os problemas que estão a ser levantados”, alertou.

O intermediário espera que a estrutura do custo para a próxima campanha, 2023, seja muito clara, sem prejuízos nem penalizados.

Lassana frisou que, apesar do processo de conversações com o governo para solucionar o problema da castanha que ainda se encontra nos armazéns e a intenção de o governo em comprá-la, ainda há riscos de o preço baixar no mercado internacional.

“Vamos analisar a estrutura do custo, se vai ou não viabilizar a campanha de 2023, porque o governo precisa assumir a sua responsabilidade e concentrar toda a castanha em Bissau. Os compradores conhecem a nossa capacidade produtiva e o tempo em que a nossa castanha perde qualidade. Se a castanha começar a germinar nos armazéns, vai levantar muitas suspeitas sobre a qualidade do produto na próxima campanha e o seu preço no mercado internacional poderá cair”, referiu.  

EXPORTADORES: “GOVERNO NÃO DEVE ABRIR ACAMPANHA DE 2023 COM CASTANHAS AINDA BLOQUEADAS NOS ARMAZÉNS”

O presidente da Associação dos exportadores e importadores, Mamadu Iero Jamanca, alertou, que não é aconselhável abrir uma nova campanha com um  número significativo de castanhas do ano passado nos armazéns, principalmente quando não são criados sistemas de controlo para evitar riscos comerciais.

Interpelado pelos jornalistas à saída do encontro entre os intervenientes do setor privado e a delegação ministerial do Comércio da Gâmbia, disse que a campanha de cajú do anopassado ainda não fechou e nos armazéns continua uma quantidade estimada em 45 mil toneladas de castanha de cajú por exportar.

Jamanca garantiu que estão a ser tomadas medidas para solucionar o atraso na exportação da castanha de 2022 e abrir a nova, mas frisou que a não exportação da castanha poderá ser má para a economia guineense, poderá estar a favorecer riscos  e provocar  perdas económicas para o país e para os operadores económicos.

Apontou como uma das soluções, ter armazéns em condições que vão permitir a conservação adequada da castanha e garantir que não perca a qualidade.

“Parte das cerca de 45 toneladas pode ser dividida para a produção de viveiros novos em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisa Agrária, INPA, permitindo a reestruturação de pomares”, esclareceu.

Relativamente ao encontro com as autoridades gambianas, Jamanca disse que sua organização está empenhada em explorar a parceria com a Gâmbia que tenciona explorar a castanha cajú guineense, devido à sua potencialidade e qualidade.

“Esta prospecção do governo Gambiano ao mercado guineense, particularmente no setor de cajú, vem sequência das orientações que os dois governantes receberam dos respetivos presidentes, sobretudo a sua transformação local. E nós, enquanto entidade que zela pelo setor, vamos explorar esta parceria, porque é possível ser processada e transformada a nossa castanha, mesmo que seja em pequena quantidade”, referiu.

Por: Assana Sambú/Epifânia Mendonça

Do amor ao ódio, o ser humano é capaz de tudo. Mas, afinal, porque odiamos tanto?

Por  cnnportugal.iol.pt   26/03/23

A espécie mais sociável da Terra é também aquela que é capaz de cometer as maiores atrocidades contra os seus semelhantes. E os mesmos humanos que acolhem refugiados de guerra são capazes de manter guerras antigas com o vizinho do lado, ou mesmo com familiares. A guerra na Ucrânia, por exemplo, veio mostrar que “ódio e amor são capazes de acontecer ao mesmo tempo”

Ricardo Barroso é psicólogo e trabalha com agressores. A experiência profissional levou-o, ao longo dos anos, ao contacto com homens e mulheres que agridem e matam os próprios companheiros. Que assaltam, sequestram, violam e roubam. Ricardo assegura que, por trás de cada sentimento negativo que leva alguém a agir assim, há uma história para contar.  

“Existe justificação para uma grande parte das manifestações de ódio que uma pessoa pode ter. As pessoas diferem muito umas das outras e o ditado ‘não faças aos outros o que não gostas que façam a ti’, por exemplo, não é visto da mesma maneira por todos. Há pessoas que até regulam a sua vida por esta frase e há pessoas para quem não faz sentido”, começa por explicar.

Os agressores conjugais, exemplifica Ricardo Barroso, têm “tipicamente trajetórias de vida complicadas e procuram pessoas mais frágeis, que não lhes ponham travão”.

“As pessoas vão-se deparando com um conjunto de obstáculos ao longo da vida, verdadeiras pancadas… que fazem com que, a determinado momento, vejam os outros como objetos”, acrescenta.

Ainda assim, há situações que Ricardo Barroso tem dificuldade em decifrar, como “casos em que uma mãe é conivente com o abuso sexual do seu filho no quarto ao lado". "São casos que ainda temos de perceber.”

O psicólogo sublinha que não se trata de uma justificação para o ódio e as suas manifestações, apenas de uma explicação. O especialista ressalva que todos somos responsáveis pelo nosso próprio comportamento e “o que não faltam são pessoas que tiveram histórias de vida complicadas e que têm o seu presente perfeitamente ajustado”. “A resiliência é isto: pessoas que, face às adversidades da vida, conseguem ultrapassá-las”, aponta.

Todos somos capazes de tudo

Não se iluda a si próprio, garantindo que nunca seria capaz de determinado ato. Todos somos capazes de amar desmesuradamente e de odiar como ninguém. Todos, a determinado momento e perante determinado contexto, somos capazes de materializar um sentimento negativo por alguém, por alguma instituição ou perante alguma situação.

“A mesma pessoa que poderá ter alguma aversão a alguma minoria em Portugal pode ter aberto as suas portas para acolher refugiados ucranianos. Não me espanta. A mesma pessoa pode ter várias identidades sociais e até várias identidades políticas. Ajusta-se e ajuda sobretudo na emergência… num terramoto, numa guerra... Mas, muitas vezes, os vizinhos vivem necessidades, ali ao lado, e não somos capazes de agir”, analisa o sociólogo Cristiano Gianolla, investigador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (UC).

E há quem se aproveite dessa dualidade de sentimentos presente num único ser humano. O sociólogo lembra que “no contexto europeu, mas também noutros continentes, vemos uma ascensão de partidos que tentam crescer com base nessa polarização”. “A pandemia foi, se quisermos, um pretexto, como a guerra na Ucrânia agora também é, para jogar com essa polarização”, acrescenta.

A antropóloga Clara Saraiva dá outro exemplo que mostra como o ódio está presente em cada ser humano: “Os conflitos por causa das águas de rega, nos meios rurais, chegam a resultar em homicídios. Os humanos, muito facilmente escalam para a violência.”

O psicólogo Ricardo Barroso lembra que “o ódio pressupõe a indiferença e quando odiamos alguém, essa pessoa é-nos indiferente". "O desaparecimento dela é-nos indiferente e às vezes é até um alívio e motivo de satisfação e alegria.”

Tudo depende da narrativa

O sociólogo Cristiano Gianolla toma como exemplo a guerra na Ucrânia para nos mostrar como tudo pode mudar, consoante a perspetiva. “Temos ucranianos contra russos e temos minorias dentro da Ucrânia que a narrativa identifica como russos. Um grupo encara o outro como alguém que não merece viver. Que não tem a dignidade de ser humano. O amor e o ódio dependem muito do contexto ou da narrativa que está em volta do mesmo assunto”, resume o especialista.

“Não é uma questão racional. Uma pessoa que diz ‘eu não sou capaz de odiar ninguém’ não sabe como vai reagir se a narrativa mudar. Há ucranianos que não tinham ódio especial pelos russos, mas a guerra trouxe-lhes perdas de pais, de irmãos, de filhos, que os fizeram mudar o sentimento”, sublinha Cristiano Gianolla.

Jorge Silvério, psicólogo do desporto, lembra que o que gere o amor e o ódio “são sobretudo as emoções”. “A maneira como as pessoas veem a realidade deixa de ser racional” e por isso é que temos atletas que perdem a cabeça em campo, adeptos que agridem e ofendem rivais e até, nas camadas jovens, pais a ofenderem crianças da idade dos próprios filhos por razões clubísticas.

“Nos atletas, há um trabalho de controlo emocional muito maior. Temos de trabalhar esse ponto com eles, até porque se podem prejudicar a si próprios ou, no caso de um desporto coletivo, prejudicar a equipa”, explica Jorge Silvério.

A gestão do ódio passa, assim, por “trabalhar aquilo que controlamos”. É assim na vida e é assim no desporto. “Não conseguimos controlar as reações do árbitro, dos adversários, dos colegas, mas conseguimos controlar as nossas emoções. Respirar fundo, fazer respiração abdominal, contar até 10 antes de reagir”, diz Jorge Silvério.

Os efeitos do grupo

E se, na relação de um para um, o ódio já pode dar origem a episódios de violência extrema, o efeito grupo pode potenciar ainda mais a componente violenta dessa emoção negativa. “Sabemos o poder que a coesão grupal tem. Um grupo de 40 ou 50 pessoas que tem um sentimento negativo em relação a um indivíduo ou a outro grupo tem efeitos potencialmente mais agressivos, mais virulentos e até mais violentos. Quando o ódio se exponencia a um grupo tem consequências sociais e gerais muito mais violentas”, exemplifica a antropóloga Clara Saraiva.

E, num cenário macro, o ódio pode dar lugar a episódios ou marcas da História como o Apartheid, a invasão dos edifícios do poder no Brasil no início deste ano, ou a invasão do Capitólio nos Estados Unidos, em janeiro de 2021.

E é também esse ódio grupal que está na origem de muitas guerras que a Humanidade atravessou e atravessa. “Esse ódio grupal grande que está presente também nas guerras é passado por um líder, que passa esse sentimento ao outro - a quem luta. E, muitas vezes, quem luta até nem conhece muito bem a verdadeira razão pela qual está a lutar, porque é movido por um ódio que não é seu. Numa guerra de trincheiras, como foi a II Guerra Mundial, há relatos de soldados alemães e aliados que se conhecem, se relacionam e deixam ser capaz de se matar mutuamente”, recorda Clara Saraiva.

Será o ódio genético ou cultural?

O ódio é, garantem os especialistas, um sentimento característico e inerente à espécie humana. “Nós humanos somos capazes de atos muito abjetos, que no reino animal acontecem por necessidade. O homem mata por ódio. Um tigre mata a gazela por que precisa de comer”, compara a antropóloga Clara Saraiva.

“Olhamos para as emoções como tendo uma parte biológica e inata, mas não podemos esquecer também que as emoções são construídas cultural e socialmente. As emoções não são apenas biológicas, são também culturais”, repete Clara Saraiva.

O psicólogo Jorge Silvério não podia estar mais de acordo e acrescenta que o ódio “pode claramente sofrer uma influência cultural, que tem a ver com os valores, com a forma como a pessoa foi educada, se vem de uma família estruturada ou não”. “Isso depois vai ter uma confluência com a componente genética, mas não há dúvida sobre a componente cultural do ódio”, admite Jorge Silvério.

Estamos a odiar mais agora?

Mas se o ódio sempre existiu, se é inerente à condição humana, porque temos a sensação de que nunca se odiou tanto como agora? Os media poderão ter uma quota parte da culpa. O psicólogo Jorge Silvério lembra que “as coisas têm uma amplitude diferente por causa da cobertura mediática e mais recentemente por causa das redes sociais”.

“Há uma maior perceção do ódio. Não acho que haja nada nos tempos atuais que justifique a crença de que odiamos mais. Não há mais episódios que justifiquem a convicção de maior prevalência de ódio. Mas há uma maior perceção do que é negativo. As redes sociais são um bom meio de manipulação nesse sentido. Usadas para alimentar discursos de ódio, respostas de ódio, fake news… Basta escolher meia dúzia de temas e são um combustível muito eficaz na manipulação das pessoas”, acrescenta Ricardo Barroso.

Também a antropóloga Clara Saraiva coloca na mediatização e sobretudo nas redes sociais a responsabilidade pela propagação do sentimento de que odiamos mais: “As redes sociais são um veículo que permite as pessoas conhecerem mais aquilo que os outros pensam. Mas não só: hoje em dia, temos a guerra em direto. Antigamente, as pessoas sabiam que a guerra existia, mas estava lá longe, mas hoje em dia ela entra-nos pela televisão e pela internet.”

“A Internet é um pau de dois bicos: serve para ajudar causas, resolver situações, mas também serve para muita coisa má. Não acho que a internet exacerbe mais os ódios. Mas é um veículo de divulgação importante”, acrescenta a antropóloga.

A utopia do fim do ódio

O sociólogo Cristiano Gianolla acredita que o combate ao ódio “é uma utopia pela qual vale a pena lutar e trabalhar”. E o psicólogo Ricardo Barroso lembra que esse combate é fundamental e dependente de cada indivíduo. Até porque o indivíduo que odeia é vítima do seu próprio sentimento.

“O ódio corrói-nos internamente e deixa-nos sem forças. Exige uma energia tal, física e cognitiva, uma centração em determinado objeto, que tem limites. O ódio passa a repulsa, como se houvesse vários níveis de ódio e a própria pessoa tem necessidade de não odiar tanto para ultrapassar e conseguir viver a sua vida”, explica Ricardo Barroso.

O combate ao ódio depende, afinal, de cada um de nós, como lembra o psicólogo: “A capacidade de reconhecer o erro e não voltar a repeti-lo é algo determinante no ser humano.”


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LITERATURA: DSP LANÇA LIVRO

Por Ditaduraeconsenso.blogspot.com, 26 de março de 2023

Eis o “KUMUS”, a primeira obra literária de Domingos Simões Pereira, com a chancela da Nimba Edições, prefácio de Mário Máximo, concepção gráfica de Edson Pereira e coordenação editorial de Luís Vicente.

(…) “KUMUS” é sentido pelo autor como um romance de aventura. E a verdade é a de que a vida da Guiné-Bissau nada mais tem sido do que aventura. O presente romance começa nos tempos idos dos anos cinquenta do século XX. Tempo em que os dois personagens principais nascem para a realidade de uma pátria cheia de tradições, dividida por etnias, separada por habitantes do campo e habitantes da cidade e subjugada a um poder colonial. Um poder que era europeu e de cor. Um poder de ascendência do homem branco sobre o homem negro. Mas o facto é que, mesmo sob um regime opressor, os homens e as mulheres e de entre eles, os mais jovens, têm sonhos, ansiedades e querem desbravar futuros. É precisamente esse desiderato que Homi e Kambanó perseguem. Cada um, trilha o seu caminho. Um caminho próprio influenciado por duas forças: a força das tradições da família e a vontade de encontrar, inovando, futuros de diferentes contornos. As mudanças radicais motivadas pela luta anticolonial, em primeiro lugar e, depois, em segundo lugar, motivadas pelas oportunidades franquiadas pela independência da Guiné-Bissau constituem fatores de mutação e aprendi- zagem constantes. Os jovens percebem que é possível chegar tão longe quanto chegam os outros povos ou, até, talvez mais longe".

“KUMUS” termina com dois discursos, perante uma assembleia de cidadãos. Discursos de homens que foram jovens e trilharam caminhos comuns, sentindo os mesmos sonhos. Jovens que, depois, pela força das coisas, isto é, pela força dos contextos e das incidências da vida, seguiram caminhos diversos, na procura de se realizarem pessoalmente e de desbravarem um destino. E tornaram-se homens.

KAMALA HARRIS: Vice-Presidente dos EUA salienta importância de África para o seu país

© Getty Images

POR LUSA   26/03/23 

A vice-Presidente dos EUA, Kamala Harris, iniciou hoje a sua primeira digressão africana no Gana, em que pretende salientar a importância daquele continente para os interesses externos norte-americanos.

"Estou muito entusiasmada com o futuro da África", disse Harris, numa declaração no aeroporto internacional de Kotoka (Acra), onde, ao lado do marido, Douglas Emhoff, foram recebidos pelo vice-Presidente de Gana, Mahamudu Bawumia, no início de uma digressão que passa ainda pela Tanzânia e pela Zâmbia.

Num breve discurso à chegada, a vice-Presidente norte-americana destacou o interesse do seu Governo em aumentar os investimentos dos EUA em África, dias depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter anunciado uma série de deslocações de altos diplomatas a vários países deste continente.

"Quando vejo o que está a suceder em África - onde a idade média é de 19 anos, com tudo o que isso nos diz sobre as oportunidades de crescimento e inovação - percebo um grande potencial tanto para as pessoas deste continente como para o resto do mundo", disse Harris.

A vice-Presidente norte-americana sublinhou o interesse dos EUA em trabalhar com os países africanos para enfrentar os efeitos da crise climática e melhorar a segurança alimentar do continente, o empoderamento de mulheres e jovens e a inclusão digital.

Harris permanecerá no Gana até quarta-feira, quando parte para Dar es Salaam, a cidade mais populosa da Tanzânia e sua capital económica.

A viagem de Harris a África segue-se à visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à Etiópia e ao Níger, no início deste mês, e à da primeira-dama dos EUA, Jill Biden, à Namíbia e ao Quénia, em fevereiro.

Em dezembro passado, durante a cimeira de líderes dos EUA e África, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um investimento mais de 15 mil milhões de euros para acordos comerciais bilaterais com vários países deste continente.


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Mister Baciro Candé em conferência de imprensa de antevisão do com a Seleção da Nígeria.

 Radio TV Bantaba 

Selecionador da Nigeria está em conferência de Imprensa.

Radio TV Bantaba

Último treino da Seleção da Guine-Bissau DURTUS Para o grande Dérbi de Amanhã em Bissau no Estádio Nacional 24 de Setembro

 Radio Voz Do Povo 

EUA/RÚSSIA: "Não temos indicação de que alguma arma nuclear tenha sido transferida"

© Lusa

POR LUSA  26/03/23 

Os Estados Unidos admitiram hoje que não têm "nenhuma indicação" de que a Rússia tenha transferido armas nucleares táticas para a Bielorrússia ou de que as pretendam utilizar na Ucrânia.

"Não temos indicação de que (...) alguma arma nuclear tenha sido transferida", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, quando questionado sobre o anúncio do Presidente russo, Vladimir Putin, segundo o qual a Rússia iria colocar armas nucleares táticas na Bielorrússia.

"Na verdade, também não temos qualquer indicação de que ele pretenda usar armas nucleares na Ucrânia", acrescentou o porta-voz, que sublinhou que, neste momento, nada leva os Estados Unidos a "mudar posição em termos de dissuasão estratégica".

No sábado, Vladimir Putin anunciou que a Rússia iria colocar armas nucleares táticas na Bielorrússia e que 10 aviões já tinham sido equipados para estarem prontos para usar esse tipo de armamento.

"Não há nada de estranho nisto: os Estados Unidos fazem isso há décadas: há muito tempo que colocam as suas armas nucleares táticas no território dos seus aliados", justificou Vladimir Putin, durante uma entrevista televisiva.

O Presidente russo disse ainda que Moscovo irá treinar as tripulações dos aviões com armas nucleares táticas a partir de 03 de abril e terminar a construção de um depósito especial para armas nucleares táticas no território da Bielorrússia em 01 de julho.


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Putin acusa Ocidente de iniciar conflito na Ucrânia: "São responsáveis"

© Getty Images

Notícias ao Minuto  26/03/23 

Chefe de Estado russo recorreu à expressão "golpe armado" e acusou o Ocidente de instigar o conflito na Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou os países Ocidentais de iniciarem e instigarem o conflito Ucrânia.

"Um golpe armado - foi aí que tudo começou. Fomos forçados a proteger a população da Crimeia e, de uma forma ou de outra, acabamos a apoiar o Donbass", começou por dizer o chefe de Estado russo, em resposta a perguntas do jornalista Pavel Zarubin, segundo cita a agência TASS.

"Eles [países Ocidentais] fingem que não tiveram nada a ver com isso. Eles são os responsáveis deste conflito e os instigadores. E hoje estão a entregar mais milhões de munições, equipamentos e por aí fora", acusou.

De acordo com a agência estatal, para o líder russo, o Ocidente cruza todas as linhas vermelhas, incluindo as mais profundas com o envio de armas para a Ucrânia. "Sim, é isso que eles estão a fazer. Fizeram desde o início em 2014. Quando facilitaram um golpe", acusou Putin.

Recorde-se que a a invasão russa à Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022, já causou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas.

Putin justifica a ofensiva com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.


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Mais de 2.000 cabeças de carneiro mumificadas encontradas no Egito

© Egyptian Tourism and Antiquities Ministry/Anadolu Agency via Getty Images

POR LUSA    26/03/23

Mais de 2.000 cabeças de carneiro mumificadas que datam da era ptolemaica foram descobertas no Templo de Ramsés II, na antiga cidade de Abydos, no sul do Egito, disseram hoje as autoridades egípcias.

Múmias de ovelhas, cães, cabras, vacas, gazelas e mangustos também foram exumadas, por uma equipa de arqueólogos norte-americanos da Universidade de Nova Iorque, neste local famoso pelos seus templos e necrópoles, anunciou o Ministério do Turismo e Antiguidades, num comunicado divulgado à imprensa.

Segundo o arqueólogo e secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mostafa Waziri, estas descobertas permitirão conhecer melhor o templo de Ramsés II e as atividades ali desenvolvidas entre a sua construção, durante a sexta dinastia do Império Antigo (entre 2.374 e 2.140 A.C.), e o período ptolemaico (323 a 30 A.C.).

O diretor da missão norte-americana, Sameh Iskandar, citado no mesmo comunicado de imprensa, adiantou que estas cabeças de carneiro são "oferendas", que indicam "um culto a Ramsés II celebrado 1.000 anos após a sua morte".

A equipa descobriu ainda restos de um palácio com paredes com cerca de cinco metros de espessura, datado da sexta dinastia, além de várias estátuas, papiros, restos de árvores antigas, roupas e sapatos de couro.

A 550 km a sul do Cairo e famoso na antiguidade por ter abrigado o túmulo de Osíris, o deus dos mortos, o local pré-dinástico de Abydos é conhecido pelos seus templos, em particular o de Seti, e as suas necrópoles.

As autoridades egípcias têm anunciado regularmente, nos últimos tempos, descobertas arqueológicas, descritas por alguns especialistas como tendo um impacto mais político e económico do que científico, uma vez que o país, com quase 105 milhões de habitantes e em grave crise económica, depende do turismo para repor as suas finanças.

O turismo no Egito emprega dois milhões de pessoas e gera mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Governo tem como meta atingir 30 milhões de turistas por ano até 2028, em comparação com os 13 milhões que tinha antes da covid-19, embora muitos críticos duvidem da concretização do objetivo e apontem para o estado degradado de certos sítios arqueológicos e museus.


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"Não estamos a criar uma aliança militar com a China", garante Putin

© Reuters

Notícias ao Minuto  26/03/23 

A visita do presidente da China, Xi Jinping, a Moscovo, na Rússia, foi um dos momentos mais esperados dos últimos tempos de guerra - dada a proximidade dos dois líderes, que se consideram "bons amigos".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou que Moscovo e Pequim estivessem a criar uma aliança militar e garantiu que todas as cooperações entre os dois Estados eram feitas com "transparência.

"Não estamos a criar uma aliança militar com a China", referiu o chefe de Estado russo numa entrevista emitida na televisão russa e citada pela Interfax. "Temos cooperações na esfera da interação militar e técnica. Não escondemos isso", referiu.

Putin apontou ainda que as relações entre os dois eram "transparentes" e que nada se passava em segredo.

As declarações surgem dias depois de o presidente da China, Xi Jinping, ter visitado Moscovo. Dada as relações diplomáticas a inexistência de uma condenação à Rússia por causa da guerra, este encontro foi um dos mais esperados e comentados dos últimos tempos de guerra.

Por outro lado, Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de estar a levar a cabo um plano para "globalizar" as suas alianças, numa coligação internacional para além da Organização do Tratado do Atlântico Norte [NATO na sigla em inglês] contra os interesses russos, ao estilo das potências do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, em relação ao Reich alemão de Hitler, Itália e Japão.

"O que os Estados Unidos estão a fazer? Eles estão a criar cada vez mais novas alianças, e isso dá aos analistas ocidentais e aos políticos ocidentais, razões para dizer que o Ocidente está a construir novos 'eixos'", rematou.

Putin recordou ainda que, em 2022, a NATO chegou a acordo para um novo conceito estratégico para o desenvolvimento do bloco "onde está escrito diretamente que a NATO vai desenvolver relações com os países da região da Ásia-Pacífico, com países como Nova Zelândia, Austrália e Coreia do Sul".

"Neste documento eles declaram a sua intenção de criar uma 'NATO global'. Como chamamos isso?", concluiu.


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O especialista em relações internacionais, José Palmeira, observa que a escalada da guerra continua a aumentar, face à assinatura do acordo entre a Rússia e a Bielorrússia. Vladimir Putin nega que o armazenamento de armas nucleares no país amigo viole o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

O comentador da CNN Portugal lembra que, antes de 24 de fevereiro - dia em que se deu a invasão - houve exercícios militares russos junto à fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia. "Na altura, a resposta de Vladimir Putin foi que não ia invadir. O que é certo é que invadiu", diz. 


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Mais de 100 pessoas aderiram este Sabado (25-03), a fileira do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde "PAIGC" no Círculo 28.

O ato testemunhado pelo responsável dos renovadores do referido círculo,  que culminou com a entrega dos cartões aos novos militantes do partido.

© Radio TV Bantaba


Grupo paramilitar Wagner distancia-se da Ucrânia e vai apostar em África

© Lusa

POR LUSA   26/03/23 

Fontes próximas do líder da empresa de segurança privada russa Wagner, Yevgeny Prigozhin, relatam que este vai reduzir as operações militares na Ucrânia e apostar no aprofundamento da presença em África, de acordo com a agência de informação financeira Bloomberg.

Citando fontes próximas de Prigozhin conhecedoras da intenção do líder do grupo paramilitar, a Bloomberg escreve que o líder da Wagner é visto em Moscovo como uma ameaça cada vez maior pelas autoridades de segurança e políticas, principalmente desde que foi impedido de recrutar mercenários entre os presos na Rússia, a sua principal fonte de angariação de militares.

O último episódio na desconfiança sobre a mais-valia desta empresa privada de segurança foi a incapacidade de avançar de forma decidida sobre a cidade ucraniana de Bakhmut.

"Com os combatentes a terem muitas dificuldade em avançar mais do que uma dúzia de quilómetros em direção a Bakhmut apesar de meses de combate, os principais líderes militares russos conseguiram criar dúvidas em Putin sobre as capacidades militares da Wagner, argumentando que os resultados obtidos anteriormente resultavam da utilização de muitos presos tornados militares que eram enviados para a morte certa", escreve a Bloomberg.

"Prigozhin está a chatear toda a gente, e a sua única proteção é a relação pessoal que tem com Putin, que ainda o considera útil de alguma forma", disse a consultora política Tatiana Stanovaya, fundadora da R.Politik.

Apesar de não haver ainda um movimento concreto de tropas paramilitares da Wagner na África subsaariana, as fontes ouvidas pela Bloomberg consideram que a atenção de Prigozhin vai estar mais concentrada no continente, principalmente com a situação na Ucrânia a tornar-se mais difícil para as suas tropas.

Num anúncio público divulgado na segunda-feira, a Wagner abria vagas para mercenários para seis meses na Ucrânia e nove a 14 meses em África, onde a Wagner está presente na Líbia, Sudão, Mali e República Centro-Africana (além de estar também na Síria), havendo relatos não confirmados da presença também no Burkina Faso e em Moçambique.

A Bloomberg escreve ainda que, de acordo com relatórios dos serviços de inteligência italianos, o aumento da presença do grupo no Norte de África e na África Ocidental pode fazer aumentar o fluxo de migrantes para a Europa.

Nas palavras do Presidente da França, Emmanuel Macron, ditas em África em fevereiro, a Wagner é "o seguro de vida dos regimes falhados" e é "um grupo de mercenários criminosos".

O grupo é acusado de inúmeras violações dos direitos humanos por várias organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas e a União Europeia.


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"Enquanto Putin tiver armas nucleares, o Ocidente nunca pode respirar de alívio". As reações ao acordo entre a Rúsia e a Bielorrússia

 A Federação Russa assinou um acordo com a Bielorrússia, para possicionar armas nucleares no país amigo, que faz fronteira. 

Em Zaporizhzhia, a enviada especial, Carla Rodrigues, diz que reações oficiais a esta informação são muito poucas. Já nas redes sociais, "é vista com preocupação". 

Dá ainda conta das previsões de um analista militar escritas, este domingo, na imprensa internacional: "Enquanto Vladimir Putin tiver armas nucleares, o Ocidente nunca pode respirar de alívio". 

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A Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa anunciou uma parceria entre o Governo, o PAM e o UNICEF para o apoio às crianças Talibés.

© Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau

 A iniciativa visa assegurar a alimentação e a assistência básica de saúde das crianças talibés das escolas corânicas em Bissau, Bafata e Gabú. O objectivo é respeitar e proteger os direitos fundamentais, no quadro das suas atividades escolares e religiosas.

A formalização desse acto vem responder assim, uma grande preocupação manifestada pelo *Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló* face a este fenómeno.

Os Representantes do PAM e do UNICEF prometeram responder as preocupações do Presidente da República e garantir todo apoio para ajudar a suprir as necessidades das crianças Talibés em alimentação e cuidados de saúde para que não precisem mendigar.

A Ministra de Estado, agradeceu a disponibilidade das duas instituições e lançou um apelo a todas as pessoas de boa vontade com condições no sentido de ajudarem essas crianças.

Discurso da Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa, na cerimónia de anúncio de uma parceria com o PAM e UNICEF para o apoio as crianças Talibés.☝


Vice-presidente dos EUA vai efectuar uma visita a África na próxima semana

O gabinete de Kamala Harris disse que ela vai trabalhar no fortalecimento de parcerias, segurança e prosperidade econômica na sua viagem ao Gana, Tanzânia e Zâmbia

Voaportugues.com março 26, 2023