sábado, 15 de outubro de 2022

Primeiro-ministro reage a greve nos setores de Saúde e Educação.Nuno Gomes Nabiam reconhece os direitos dos trabalhadores e promete negociar.


Radio Voz Do Povo

CHINA: Muro de silêncio rodeia 20º Congresso do Partido Comunista Chinês

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Por LUSA  15/10/22 

Para observadores da política chinesa, o período que antecedeu o 20º Congresso do Partido Comunista, que arranca este fim de semana, destacou-se por ser o mais "silencioso de sempre", apesar da importância histórica do evento.

"Eu já achava a elite política da China bastante opaca, e isto foi antes de qualquer frincha de luz ter sido bloqueada", descreve à agência Lusa Scott Kennedy, Conselheiro para os Negócios e Economia da China, no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão ('think tank') com sede em Washington. "Este é o congresso mais silencioso de sempre", observa.

A dificuldade é agravada pelo encerramento praticamente total das fronteiras da China desde março de 2020. Scott Kennedy é um dos raros pesquisadores estrangeiros que conseguiu visitar o país nos últimos dois anos e meio.

Isto contrasta com congressos anteriores, quando fações que disputavam entre si posições de poder vazavam informações comprometedoras sobre rivais para a imprensa estrangeira.

Em 2012, o período que antecedeu o XVIII Congresso do Partido Comunistav ficou marcado por escândalos sucessivos, que abalaram a elite política do país asiático.

O mais sonante foi o assassinato de um empresário britânico pela mulher de Bo Xilai, uma estrela política em ascensão e um dos principais rivais do actual líder chinês, Xi Jinping, que ascendeu ao poder nesse ano. Bo foi expulso do partido e condenado à prisão perpétua por corrupção.

Poucos dias antes do início do congresso, uma investigação do jornal norte-americano New York Times revelou também como a família do então primeiro-ministro chinês Wen Jiabao juntou uma fortuna avaliada em 2,7 mil milhões de dólares durante o seu mandato.

Mesmo durante o reinado de Mao Zedong (1949-1976), o fundador da República Popular da China, havia facções concorrentes, com altos quadros do Partido Comunista a serem frequentemente afastados, reabilitados e afastados novamente.

Após a sua morte, Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe das reformas económicas que abriram a China ao mundo, nos anos 1980, procurou institucionalizar a sucessão do poder político, basear a tomada de decisão num processo de consulta coletiva, afastar o Partido Comunista de órgãos administrativos do Estado e descentralizar a autoridade pelas províncias e localidades.

Xi Jinping, que deve assegurar um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista durante o 20º Congresso, reverteu aquelas reformas ao centralizar o poder na sua figura e ao afastar rivais políticos e a dissidência interna.

"A opacidade é um reflexo do estreitar do 'circulo de confiança' na liderança da China" e da "centralização extrema de poder por Xi", aponta Christopher K. Johnson, presidente da consultora China Strategies Group e antigo analista de assuntos da China na agência de inteligência norte-americana (CIA), numa conversa com jornalistas estrangeiros colocados em Pequim, por videochamada.

"Quando havia uma governação coletiva, a informação circulava equitativamente entre os membros do Politburo", descreve. "Isto aumentava a possibilidade de ter acesso a fontes".

O analista, que, durante a sua carreira, acompanhou sete congressos do Partido Comunista, ao longo de 30 anos, observa que, hoje, mesmo quadros de nível ministerial têm acesso limitado a informação sobre a agenda política.

A reunião, que se realiza a cada cinco anos, serve sobretudo para reorganizar o Comité Central do Partido, o Politburo e o Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China.

Outro dos 'pratos fortes' do evento são as prioridades e linhas gerais para os próximos cinco anos. Isto é importante para detetar possíveis mudanças políticas, como, por exemplo, a posição de Pequim na questão de Taiwan ou o futuro da política de 'zero casos' de covid-19.

"No final, perceber quem sai e quem entra no Politburo deixou de ser tão relevante como era há dez ou quinze anos", argumenta Johnson. "Xi vai continuar a ser a única voz significativamente responsável pela direção política".


Leia Também: Congresso do Partido Comunista Chinês decorre até 22 de Outubro

FMI: Mais de 120 milhões em África correm risco de morrer à fome

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Por LUSA  15/10/22 

O chefe de divisão no Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional disse hoje que, desde 2019, cerca de 40 milhões de pessoas engrossaram o número de africanos que podem morrer de fome, para um total de 123 milhões.

"A insegurança alimentar é muito preocupante, o número de pessoas em severa insegurança alimentar subiu para 123 milhões; há muitos conceitos sobre má nutrição, insegurança alimentar extrema, mas o que isto significa é que correm risco de vida, há famílias a morrer porque não têm comida suficiente, e o número aumentou massivamente nos últimos três anos, uma em cada três destas pessoas entrou nesta situação desde 2019", disse Luc Eyraud.

Em entrevista à Lusa no âmbito da divulgação do relatório sobre as perspetivas económicas para a região da África subsaariana, o diretor de divisão responsável pela produção do documento afirmou que há muitas razões para a degradação das condições alimentares de boa parte dos países em África, mas salientou as perturbações na cadeia de abastecimento e o aumento de preços, além do impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia e da evolução cambial das moedas africanas.

"Como os preços são em dólares, a inflação sente-se mais nestes países, e as alterações climáticas criaram a maior seca dos últimos 40 anos no Corno de África, por isso juntando todos estes fatores, ficamos com uma preocupação enorme", afirmou o responsável, falando à Lusa através de videoconferência a partir de Washington, onde decorrem os Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial.

Questionado sobre o que podem os países africanos fazer para contrariar a situação, Luc Eyraud disse que, a curto prazo, as transferências de capital para as famílias são fundamentais, mas salientou que a ajuda não pode ser permanente.

"O que aconselhamos a curto prazo é um sistema de transferências sociais bem estabelecido, como acontece em Portugal, mas em África é muito difícil fazer isto, não só pela falta de infraestruturas, mas também pelo peso do setor informal na economia, o que acaba por fazer com que toda a gente tenha subsídios e beneficie dos cortes de impostos sobre a energia e os alimentos", explicou.

"Temos de reconhecer que é legítimo usar estes mecanismos em situação de emergência, mas dadas as vulnerabilidades das finanças públicas, estas ajudas não podem ser permanentes, e esse é o maior desafio: ajudar, sim, mas reconhecer que as ajudas são muito caras e não são direcionadas especificamente para quem delas mais precisa", apontou.

A médio prazo, acrescentou, África precisa de "aumentar a produção alimentar, mas apostando em medidas e técnicas que sejam resilientes às alterações climáticas, por exemplo utilizando novos tipos de sementes".

Desde o início da pandemia de covid-19, no princípio de 2020, o FMI já canalizou cerca de 50 mil milhões de dólares (51,12 mil milhões de euros) para os países da África subsaariana, incluindo os 23 mil milhões de dólares (23,51 mil milhões de euros) em Direitos Especiais de Saque, e tem programas de assistência financeira em 22 dos 45 países da região.

Esta semana, o Fundo lançou a janela de financiamento contra choques, o Fundo de Resiliência e Sustentabilidade, que permitirá aumentar o capital disponível para os países em necessidades, calculado em função de um aumento de 50% sobre o valor que podem pedir emprestado ao FMI, que é atualmente 150% da quota de participação na instituição.

"É um montante decente de verbas que podem dar uma ajuda significativa", disse, salientando que o valor depende de país para país.

Para já, este novo fundo já está dotado de 20 mil milhões de dólares 820,4 mil milhões de euros), e tem já garantidos compromissos no valor de 37 mil milhões de dólares (37,8 mil milhões de euros), perto do objetivo de 45 mil milhões de dólares (46 mil milhões de euros) definido quando foi anunciado.


Leia Também: Prioridade é garantir "segurança das cadeias de abastecimento"

Astronautas regressaram à Terra em nave da SpaceX após missão de 6 meses

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Por LUSA  15/10/22 

Quatro astronautas regressaram à Terra esta sexta-feira numa nave da SpaceX, terminando a sua missão de quase seis meses na Estação Espacial Internacional, onde realizaram várias experiências científicas.

O clima húmido e ventoso em toda a Florida atrasou o regresso ao lar destes astronautas.

Mas a SpaceX e a NASA alcançaram finalmente 'luz verde' esta sexta-feira e os três norte-americanos e um italiano partiram da Estação Espacial Internacional, que era a sua residência desde abril.

A cápsula Dragon Freedom, construída pela empresa aeroespacial privada SpaceX, que transportava a missão Crew-4 da NASA, caiu de paraquedas no oceano Atlântico, perto de Jacksonville, Florida, cerca de cinco horas depois, às 16:55 (21:55 em Lisboa).

Cinco minutos depois, dois pequenos barcos encontraram os astronautas com balões vermelhos e amarelos amarrados aos barcos.

A missão envolveu os astronautas da NASA Kjell Lindgren, Bob Hines e Jessica Watkins, a primeira mulher negra a completar um voo espacial de longo prazo, e Samantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia.

A Crew-4 chegou à estação espacial em 27 de abril para iniciar uma missão científica de seis meses, durante a qual realizaram, entre outras coisas, experiências para estudar as mudanças semelhantes ao envelhecimento que a microgravidade produz nas células imunológicas humanas e a possível maneira de revertê-lo.

Também foi experimentada uma alternativa ao cimento, feito de material encontrado na poeira da Lua e de Marte, com o qual futuras bases espaciais poderão ser eventualmente construídas, poupando missões de longa distância.

Antes do regresso, os astronautas tinham confidenciado que desejavam tomar uma bebida fresca com gelo, comer pizza e gelado, tomar banho, sentir a natureza e, claro, estar com as suas famílias.

Na semana passada tinham chegado à estação espacial os substitutos desta missão, os membros da Crew-5, a quinta missão tripulada conjunta entre a NASA e a SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk.

Restam a bordo da estação espacial três norte-americanos, três russos e um japonês.

A SpaceX envia astronautas para a Estação Espacial Internacional e devolve-os à Terra desde 2020.

De acordo com a empresa privada, a nave Dragon é capaz de transportar até sete passageiros de e para a órbita terrestre "e além".

É também a única nave atualmente em operação capaz de "fazer regressar quantidades significativas de carga" à Terra, e é a primeira privada a transportar humanos para a estação espacial.


Leia Também: SpaceX partilha vídeo onde mostra descolagem e recuperação de foguetão

ABUSOS NA IGREJA: Igreja confrontada com encobrimento de abusos sexuais a nível global

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Por LUSA  15/10/22 

As denúncias de abusos sexuais de menores pela Igreja Católica tornaram-se mais frequentes no final do século XX e início do século XXI, mas a maioria foi encoberta e raramente desencadeou ações judiciais com consequências para os perpetradores.

As queixas sobre tais casos foram recebidas pela hierarquia da Igreja Católica quase sempre com ceticismo e desvalorização dos testemunhos, tendo mesmo, em alguns países, bispos e cardeais a quem foram comunicados casos -- muitos dos quais em contexto escolar - argumentado que, não sendo o abuso sexual de menores um crime público, não eram obrigados a denunciá-los às autoridades civis, pelo que acabavam por ser, em vez disso, ignorados pelas autoridades canónicas.

Números fidedignos não há, apesar dos relatórios ao longo dos anos elaborados sobre o flagelo, que estarão muito longe dos reais, precisamente por causa dessa tendência perpetuada de geração em geração pela Igreja de proteger os seus, apenas quebrada pelo atual líder da instituição religiosa, o Papa Francisco, que já declarou que "um caso de abuso sexual de menores na Igreja Católica já é um caso a mais" e tem prestado atenção às denúncias e afastado os respetivos autores, independentemente de quão alto seja o lugar que ocupam na hierarquia eclesiástica.

Antes do argentino Jorge Bergoglio ocupar a chefia da Igreja Católica, em 2013, houve alguns escândalos com ecos à escala mundial, o primeiro dos quais talvez tenha sido o resultante da investigação, em 2001, do diário Boston Globe, que valeu à equipa "Spotlight", que a realizou, um prémio Pulitzer, pela denúncia de que a hierarquia católica encobrira crimes sexuais cometidos por cerca de 90 padres só naquela cidade norte-americana.

Nessa altura, o antecessor do Papa Francisco, Bento XVI, chegou a ser acusado pelo diário The New York Times de ter diretamente participado no encobrimento de casos de pedofilia ocorridos não só nos Estados Unidos mas também na Alemanha, na década de 1980.

A partir daí, sucederam-se denúncias de proporções gigantescas um pouco por todo o mundo, de França (onde um relatório de 2021 sobre pedofilia responsabiliza diretamente clérigos e religiosos católicos pelo abuso de 216 mil menores entre 1950 e 2020) à Polónia (um dos países mais católicos), passando pelo Canadá (nos 130 internatos para crianças indígenas geridos pela Igreja Católica), Áustria, Bélgica, Irlanda, Países Baixos, México, Chile e Austrália -, que obrigaram a Igreja a reagir.

Logo em 2013, quando Francisco iniciou o seu papado, o Vaticano criou uma comissão especial destinada a proteger menores vítimas de abusos sexuais e combater os casos de pedofilia no clero.

Em fevereiro de 2019, o Papa convocou a Roma os responsáveis pelas conferências episcopais de todo o mundo para um encontro sem precedentes destinado a debater e encontrar soluções para o flagelo do abuso de menores, já designado como "o 11 de Setembro da Igreja Católica".

Em maio desse ano, anunciou legislação mais rigorosa, impondo a obrigatoriedade de os sacerdotes e religiosos denunciarem suspeitas de abusos na Igreja, assim como qualquer encobrimento por parte da hierarquia.

Mais tarde, em dezembro, adotou uma das medidas consideradas mais relevantes nesta matéria: pôs fim ao segredo pontifício para denúncias de abusos sexuais, determinando que os processos canónicos conservados nos arquivos das dioceses e do Vaticano relativos a abusos sexuais cometidos por membros do clero fossem facultados às autoridades civis.

Apesar de tudo isso, em junho de 2021, uma equipa de relatores especiais do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos criticou o Vaticano por continuarem as acusações de obstrução e não-cooperação da Igreja Católica com processos judiciais internos, para impedir a responsabilização dos abusadores e a indemnização das vítimas.

A nível internacional, prossegue a polémica em torno dos abusos sexuais na Igreja Católica, envolvendo o mais recente escândalo um clérigo distinguido em 1996 com o prémio Nobel da Paz: o bispo timorense Ximenes Belo, ex-administrador apostólico de Díli, capital de Timor-Leste.

A denúncia foi feita pelo jornal holandês De Groene Amsterdammer, que divulgou não só depoimentos de alegadas vítimas de abusos do bispo emérito desde 2002, quando eram menores, como também relatos de cerca de 20 pessoas com conhecimento dos casos, entre as quais "figuras públicas, membros do Governo, políticos, funcionários de organizações da sociedade civil e elementos da Igreja".

Tais abusos terão ocorrido entre as décadas de 1980 e 1990 em Timor-Leste, e eram, segundo algumas testemunhas, "do conhecimento comum: toda a gente sabia", incluindo, segundo o diário português Observador, "a Igreja portuguesa, pelo menos desde 2010".

O Vaticano anunciou ter imposto nos últimos dois anos sanções disciplinares a Ximenes Belo, entre as quais limitações à sua liberdade de movimentos e ao exercício do seu ministério. Após a publicação da notícia do jornal De Groene Amsterdammer, o bispo timorense, que morava numa residência dos Salesianos em Lisboa, abandonou-a, encontrando-se incontactável e em paradeiro incerto.

Rússia com dificuldades para repor material militar devido às sanções

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Por LUSA  15/10/22 

O Exército russo perdeu quase 6.000 unidades de equipamento militar desde que iniciou a invasão da Ucrânia, material que não tem capacidade para substituir ou fabricar, devido às sanções ocidentais, refere esta sexta-feira um relatório dos Estados Unidos.

Já em maio, Washington tinha começado a detetar a escassez crítica de suprimentos nas fileiras russas, especialmente de motores a diesel, peças para helicópteros, aeronaves ou tanques blindados.

A capacidade da Rússia em fabricar armas de precisão também foi afetada pela proibição de exportação, segundo aponta um relatório do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional.

Assim, Moscovo começa a sentir os efeitos das sanções, como por exemplo através da escassez de rolamentos para equipamentos militares.

Uma reportagem do jornal The New York Times realça que os serviços de inteligência russos estão a adquirir tecnologia "ilegal", enquanto recorrem a outros países, como Irão e Coreia do Norte.

O vice-secretário do Departamento do Tesouro dos EUA, Wally Adeyemo, explicou esta sexta-feira que "a Rússia não pode aceder a tecnologia avançada", o que "impede a capacidade da sua indústria de defesa em produzir armas, bem como de substituir as que foram destruídas na guerra".

"Dois dos maiores fabricantes de 'chips' na Rússia tiveram que interromper temporariamente a produção, devido à falta de tecnologias estrangeiras críticas", realçou o Departamento do Tesouro em comunicado.

Wally Adeyemo anunciou ainda que o Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano emitiu diretrizes a alertar que as sanções podem ser estendidas a todas as pessoas, empresas ou países que forneçam munições à Rússia ou apoiem o complexo militar-industrial russo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.221 civis mortos e 9.371 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Um Homem de aparentemente 20 anos de idade foi encontrado morto na tentativa de roubo no bairro de santa luzia em Bissau.


Radio Voz Do Povo

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

BURKINA FASO: Ibrahim Traoré nomeado Presidente do Burkina Faso até eleições de 2024

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Por LUSA  14/10/22 

O capitão Ibrahim Traoré, que fez um golpe de Estado no Burkina Faso há 15 dias, o segundo em oito meses, foi hoje nomeado "por unanimidade" Presidente do conselho de transição até às eleições de julho de 2024.

"O capitão Traoré acaba de ser unanimemente nomeado Presidente da transição", disse um membro da junta militar no poder, de acordo com a agência France-Presse, que confirmou a declaração com outro líder militar no país.

A reunião nacional, com cerca de 300 pessoas, adotou o artigo 5 de uma "carta de transição" que estipula que "o presidente do Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração [MPSR, a junta militar no poder] assume as funções de Presidente da transição, chefe de Estado e chefe supremo das Forças Armadas Nacionais".

Traoré tem sido o chefe do MPSR desde o golpe de 30 de setembro.

Na reunião, foi também adotado o artigo 4 da carta, que estipula que "o mandato do Presidente da transição termina com a investidura do Presidente resultante das eleições presidenciais" previstas para julho de 2024, e acrescenta que "o Presidente de transição não é elegível para as eleições presidenciais, legislativas e municipais que serão organizadas para pôr fim à transição".

Em 24 de janeiro, soldados liderados pelo tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba e afiliados no MPSR derrubaram o Presidente Roch Marc Christian Kaboré, acusado de não conseguir fazer frente aos ataque terroristas que se multiplicaram no Burkina Faso.

Os ataques não pararam em oito meses e, perante a constante deterioração da situação, um novo golpe teve lugar em 30 de setembro, levando o capitão Ibrahim Traoré, de 34 anos, ao poder.


CABO VERDE: Advogados cabo-verdianos alertam para "crise profunda" na justiça

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Por LUSA 14/10/22 

O bastonário da Ordem dos Advogados de Cabo Verde, Hernâni Oliveira, considerou hoje que o país vive a "maior crise" na justiça desde a instauração da República e pediu respeito para com a classe.

Numa intervenção, na cidade da Praia, durante a inauguração do novo Campus de Justiça, o porta-voz dos advogados cabo-verdianos saudou as novas instalações, mas entendeu que é possível melhorar a administração da justiça e fazê-lo com respeito pelos valores do Estado de direito e em benefício dos cidadãos e do desenvolvimento do país.

"Num Estado de direito democrático a justiça não tem donos, tem servidores. E todos somos servidores da justiça e todos devemos servi-la com dedicação total e empenho", afirmou o bastonário, para quem a justiça cabo-verdiana atravessa "momentos particularmente agitados", na "mais grave" crise desde a instauração da República.

"As suas causas têm sobretudo a ver com a incapacidade de se realizarem reformas que a adaptassem às necessidades da sociedade e às exigências do desenvolvimento", considerou Hernâni Oliveira, numa cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e da ministra da Justiça, Joana Rosa.

Relativamente aos advogados, enquanto detentores da função constitucional do patrocínio forense, disse que sentem cada vez mais dificuldades em exercer a sua missão, sobretudo por "falta de respeito".

"Um problema que urge resolver é o de que entra-se numa sala de audiências em processos-crime e quase não se distingue o juiz que julga, do procurador que acusa. Uns e outros estão sentados lado a lado como se fossem uma mesma entidade", criticou o bastonário, numa sala cheia dos mais altos representantes da justiça em Cabo Verde.

"De salientar ainda que em eventos da justiça dispensam os advogados como se fossemos desnecessários à justiça, deixando desprotegidos os cidadãos, sobretudo os mais frágeis do ponto de vista económico e cultural", insistiu a mesma fonte.

O bastonário falou ainda sobre o modelo judiciário herdado em Cabo Verde, para dizer que "ficou de certa forma imóvel" perante as mudanças do século XX e sobrecarregado perante as transformações democráticas, económicas, sociais e tecnológicas decorrentes da revolução digital a ocorrer neste século XXI.

"Em Cabo Verde, fazem-se leis progressistas e generosas em matéria de direitos e garantias individuais, de entre as quais emerge, naturalmente, a Constituição da República (...), mas as suas concretas aplicações esbarraram sempre com o imobilismo do sistema e, sobretudo, com a incapacidade deste em assimilar o sentido progressista e humanitário dessas leis", continuou.

E como consequências, apontou a sobrelotação das cadeias, com pessoas oriundas principalmente dos setores mais desfavorecidos da população. "A pobreza e a exclusão social são as principais causas dessa triste realidade".

Reconhecendo que a justiça tem merecido muitas críticas por parte da sociedade por causa da sua "lentidão que desespera", o bastonário da Ordem dos Advogados é de opinião que, mais do que procurar culpados, é dever de todos encontrar soluções, e trabalhar sobre elas.

Apesar deste cenário, deixou uma mensagem de "confiança e de esperança no futuro", entendendo que é possível melhorar a administração da justiça em Cabo Verde.

O novo Campus de Justiça, um investimento de 47 milhões de escudos cabo-verdianos (426 mil euros) do Governo de Cabo Verde, funcionará nas antigas instalações da Escola de Negócios de Governação (ENG) da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), no Palmarejo, recebendo os serviços do atual Palácio da Justiça, do Plateau.

Num edifício de três pisos, o 'campus' contempla, entre outros serviços, um balcão único de atendimento que prestará apoio aos utentes, uma zona de espera com capacidade para 16 pessoas, duas secretarias cíveis, seis secretarias da família e menores, três salas de audiências e secretarias do Ministério Público.

Vai ter ainda três salas de magistrados cíveis, duas salas de magistrados da família e menores, duas salas de procuradores, uma sala de advogados e duas salas de audiência de crianças.


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ONU critica nova lei turca sobre "notícias falsas"

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Por LUSA  14/10/22 

A ONU manifestou hoje preocupação após o voto na quinta-feira pelo parlamento turco de uma lei que poderá implicar a prisão até três anos de jornalistas e utilizadores dos 'media' sociais pela difusão de "notícias falsas".

O gabinete dos direitos humanos das Nações Unidas considerou que esta legislação permite uma interpretação subjetiva e diversos abusos, exortando Ancara a garantir o pleno respeito pela liberdade de expressão.

As novas disposições reforçam o já estrito controlo do Governo sobre os ´media', a oito meses de eleições nacionais e nas quais o Presidente Recep Tayyip Erdogan surge distanciado nas sondagens.

"Estamos preocupados pela adoção na quinta-feira pelo parlamento turco de um conjunto de emendas a diversas leis que se arriscam a restringir consideravelmente a liberdade de expressão" na Turquia, declarou em comunicado Marta Hurtado, a porta-voz do Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

"De acordo com o direito internacional sobre os direitos humanos, a liberdade de expressão não se limita às informações 'verídicas' mas aplica-se às 'informações e ideias de qualquer género'", sublinhou.

"Estas emendas deixam um lugar importante à interpretação arbitrária, subjetiva, e aos abusos", prosseguiu Hurtado.

Em paralelo, também considerou que, num contexto já muito restritivo, as novas leis arriscam-se a limitar ainda mais os direitos das pessoas a pesquisar, receber e partilhar as informações, tal como estão garantidos pelo Pacto Internacional Sobre os Direitos Civis e Políticos, ao qual a Turquia aderiu.

"As recentes emendas arriscam igualmente abrir novos caminhos à repressão das exposições autorizadas pelo direito internacional", acrescentou Hurtado, lamentando que "estas leis tenham sido preparadas e adotadas sem consulta significativa da sociedade civil e dos representantes dos 'media'".

"A liberdade de expressão e o acesso à informação são necessários à participação efetiva das pessoas na vida pública e são essenciais em qualquer democracia. Apelamos à Turquia que assegure o pleno respeito da liberdade de expressão garantido pelo direito internacional", disse ainda.

A maioria dos jornais e das cadeias televisivas turcas estão sob controlo de responsáveis governamentais e dos seus aliados comerciais, na sequência de uma vasta repressão que se seguiu ao fracassado golpe de Estado de 2016.

A Turquia está classificada em 149º lugar entre 180 países no índice anual da liberdade dos 'media', divulgado em 2022 pela Organização não-governamental (ONG) Repórteres sem fronteiras (RSF).

Greves na saúde e educação - Porta-voz da “Frente Social” fala em adesao de 90 por cento


Bissau, 14 Out 22 (ANG) – O Porta-voz de Frente Social diz  que a greve que se observa nos setores da saúde e educação desde o dia 10 regista uma adesão de 90 por cento.

Yoyo João Correia que falava hoje em conferência de imprensa, em jeito de balanço da greve de cinco dias utéis, convocada pelos sindicatos da saúde e da educação numa denominada “Frente Social”,   acusou o Governo de ter-se abdicado  das suas responsabilidades para com os professores e incumbindo-as aos pais e encarregados da educação através da instituição do sistema de auto-gestão nas escolas públicas.

Aquele sindicalista lamentou as consequências provenientes da greve, que termina esta sexta-feira, mas diz que é o único meio para fazer valer os seus direitos.

Yoyo Correia recomenda aos  técnicos e estagiários do sector de saúde para acatarem as orientações da ordem dos médicos e do sindicato, e pediu para  evitarem  de fazer cobranças ílicitas durante a greve, porque “quem for apanhado será entegue à justiça”.

Questionado sobre o próximo passo das suas reivindicações,  respondeu que têm um espaço de concertação onde vão reunir para dicidir.

A Frente Social agrupa SINETSA, SINQUASS, SINDEPROF e FRENAPROFE, dois sindicatos do setor da saúde e dois do ensino.

ANG/JD/ÂC//SG

Guiné-Bissau: Líder da APU-PDGB diz que já dispõe de estruturas objetivas para vencer as próximas eleições legislativas


Bissau, 14 Out 22 (ANG) – O líder da Assembleia do Povo Unido Partido Social Democrata(APU-PDGB), disse que, já dispõe de condições objetivas para vencer as próximas eleições legislativas previstas para  18 de Dezembro do ano em curso.

Nuno Gomes Nabiam que falava hoje na cerimónia de posse de seis vice- presidentes e dos membros do Secretariado Nacional de APU-PDGB, disse que as próximas eleições legislativas serão as mais disputadas na história da democracia do país.

“Por essa razão, advirto aos recém empossados de que têm enormes responsabilidades, porque não basta tomar posse e ir sentar-se em casa, mas sim,  arregaçar as mangas para ir ao terreno para o trabalho”, disse.

Nabiam disse ter a certeza plena de que a “máquina” que acabaram de constituir, e se todos aceitaram trabalhar arduamente e na base de colaboração e de interajuda, as pessoas acabarão por reconhecer que o APU-PDGB é um grande partido.

O político afirmou que dispõe de estruturas implantados em todos os cantos do país, desde secções, sectores à regiões, frisando que as pessoas acreditaram na linha ideológica do partido.

“Estamos conscientes de que temos forças e competências para desenvolver o país”, disse.

Para as funções de vice-presidentes da APU-PDGB foram empossados, Martinho Nab, Augusto Gomes, André Deuna, Almeida Ioncana, Famata Naqui e Samuel Dinis Manuel.

Mais de vinte outros dirigentes de APU-PDGB foram igualmente empossados em diversas funções no Secretariado Nacional do partido. 

ANG/ÂC//SG


Veja Também:

O ato foi presidido pelo seu presidente Nuno Gomes NABIAM.


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Radio TV Bantaba

FOME: Papa Francisco e Guterres alertam para problema de fornecimento de comida

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Por LUSA  14/10/22 

A guerra na Ucrânia agravou a crise alimentar global criada pela covid-19 e haverá sérios problemas de abastecimento de alimentos no mundo sem ação urgente, alertaram hoje personalidades como o Papa Francisco e o secretário-geral da ONU.

O alerta foi lançado pelo Papa Francisco e por António Guterres, mas também pelos presidentes de várias organizações da ONU, que apelaram à necessidade de "trabalhar em conjunto".

Durante a abertura da cerimónia de celebração do Dia Mundial da Alimentação, organizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), várias personalidades deixaram apelos para enfrentar a situação.

O mundo atravessa "a tempestade perfeita" e se 2022 foi considerado o pior ano após a pandemia de covid-19 em termos de segurança alimentar, 2023 "pode ser aquele em que se regista o mais grave problema de abastecimento alimentar", alertou o diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PAM), David M. Beasley.

O responsável admitiu que, embora se tenha chegado a pensar que seria possível acabar com a fome no mundo, "os caminhos tomados nos últimos cinco anos foram os errados".

"Pensámos que o PAM ia ficar sem trabalho, mas depois veio a covid-19 e passou-se de 135 milhões de pessoas com fome para 175 milhões", referiu, acrescentando que "depois veio a crise no Afeganistão e agora a zona do mundo que é a maior fornecedora de cereais está em guerra".

Tudo isto, argumentou, "significa que o número de pessoas com problemas de fome vai aumentar".

Além da oferta de alimentos, o diretor do PAM destacou o grave problema do aumento do preço dos fertilizantes (fornecidos sobretudo pela Rússia), lembrando que "sem fertilizantes, todos vamos passar mal".

No entanto, mesmo face a "uma calamidade sem precedentes", Beasley admitiu esperar que seja possível usar os recursos e talento existentes para cumprir o objetivo de acabar com a fome.

No seu discurso, o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, lembrou que, depois de mais de dois anos de pandemia global, com interrupções nas cadeias de abastecimento internacionais e também com os impactos da guerra na Ucrânia, a economia global tornou-se fraca e os mais vulneráveis estão à beira da fome.

"O número de pessoas com fome continua a aumentar e atualmente é de 828 milhões", enquanto "3,1 mil milhões de pessoas em todo o mundo não conseguem pagar uma dieta saudável, e o número de pessoas em insegurança alimentar aguda aumentou de 135 milhões para 193 milhões", explicou.

Mas, acrescentou, "pela primeira vez, é possível ver uma vontade política maior e mais forte para atingir segurança alimentar" em todos os quadrantes políticos, sociedade civil e parceiros, desde países desenvolvidos a países em desenvolvimento, desde nações ricas a pobres, desde o nível local, nacional e regional ao nível global.

Durante a cerimónia foi lida uma mensagem do Papa Francisco na qual referiu que, para acabar com a fome num mundo em guerra, "é necessário ver os outros como irmãos e irmãs e membros que compõem uma mesma família humana", cujos "sofrimentos afetam todos".

Por sua vez, António Guterres expressou a sua preocupação com o aumento do preço dos combustíveis e dos fertilizantes, causado pela guerra na Ucrânia, e admitiu que o mundo enfrenta "um ano muito difícil para a segurança mundial", pelo que há "um número incrível de pessoas não pode pagar uma dieta saudável".

De acordo com a FAO, o Dia Mundial da Alimentação 2022 sob o tema "Não deixe ninguém para trás" pede "a solidariedade global para transformar os sistemas agroalimentares de forma a promover o crescimento económico inclusivo, enfrentar as desigualdades, aumentar a resiliência e alcançar o desenvolvimento sustentável".

Guiné-Bissau: EMGFA celebra 48º aniversario da fundação da Polícia Militar


Bissau, 14  Out 22 (ANG) – O Estado-maior General das Forças Armadas celebra, hoje,o  48º aniversário da fundação da polícia militar guineense.

 O evento foi assinalado com um ato simbólico de intervenções sobre a história da Polícia Militar(PM), na Amura, em Bissau, sob a presidência do Vice-chefe de Estado-maior General as Forças Armadas, Mamadú Turé.

 O Vice-chefe de Estado-maior General das Forças Armadas manifestou  a sua satisfação em relação aos trabalhos de patrulhamento que a PM tem estado a levar a cabo em Bissau, para garantir segurança as populações.

Disse esperar que a corporação seja instalada nas regiões para garantir segurança às comunidades locais.

Segundo o  coordenador desse corpo do exército ,Orlando Pungana,a  PM foi criada após a proclamação da inpendência, nas Colinas de Boé, no Leste do país, com o objectivio de assumir o controlo da cidade e consequentimente assegurar a entrada dos membros do partido libertador, PAIGC.

Disse que após sua criação, a corporação se instalou  na secção de João Landim e depois nas actuais instalações da polícia jucidiciária junto ao mercado de Bandim, patrulhando as diferenetes artérias de Bissau juntamente com a Polícia Militar portuguesa,  até a retirada total das tropas portugueses no país.

Orlando Pungana revelou que em, 2017,  com a nova orgânica do EMGFA, a PM passou a funcionar como um batalhão,sob o comando de Fidélis Fernandes de Oliveira, como  o objectivo de cumprir e fazer cumprir o regulamento da disciplina militar em observância  e as leis existentes no país.

Este oficial superior das forças armadas lamentou  que o batalhão da policia militar se depara com  falta de meios de transportes, recursos humanos e de formação adequada oas seus recursos humanos.

 “ A Policia Militar trabalha em colaboração com todas as esquadras de Bissau,na  resolução de  problemas que envolvem militares, porque os agentes da policia de Ordem publica não podem resolver  problemas que envolvam qualquer militar”, disse Orlando Pungana.

Para aém dessas intervenções, por dificuldades de ordem financeira, a corporação vai assinalar a data de criação com um almoço de confraternização. 

ANG/LPG//SG


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Radio Voz Do Povo

Açores. Peixe-lua que apareceu morto no Faial é o maior do mundo... Animal pesava 2,8 toneladas.

© Twitter / Alexander Kotrschal

Notícias ao Minuto 14/10/22 

No passado mês de dezembro, um peixe-lua com 2,8 toneladas apareceu morto no porto da Horta, na ilha do Faial, nos Açores. Na altura suspeitou-se, pelo tamanho do animal, que este seria dos maiores alguma vez encontrados, algo que foi agora confirmado pela comunidade científica

Além do peso, o peixe-lua em questão media 3,25 metros de comprimento e 3,6 metros de altura.

O anterior registo era de 1996, no Japão, e o peixe-lua gigante pesava 2,4 toneladas.

"Nós recolhemos os dados com todo o rigor científico e apresentamos os nossos dados a uma revista científica, que os validou, inclusive a calibração da balança. E, perante as provas documentais que mostramos, eles aceitaram o artigo para publicação. Como tal, está validado por investigadores e pela revista científica", explicou José Nuno Pereira, da Associação Naturalistas do Atlântico, à RTP Açores.

Quanto ao arrojamento deste peixe-lua, os cientistas acreditam que está relacionado com o embate numa embarcação, visto que não foram encontrados plásticos ou outros elementos prejudiciais no estômago do animal. O peixe ósseo apresentava, sim, uma contusão na cabeça que pode ter resultado de uma pancada.

Leia Também: E esta? Peixe-zebra pode ajudar a devolver audição a humanos

FOME: Situação alimentar global com "circunstâncias assustadoras"

© Lusa

Por LUSA 14/10/22

O diretor-geral da FAO (sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), Qu Dongyu, defendeu hoje que a situação da alimentação no mundo é, este ano, inédita, enfrentando "circunstâncias assustadoras".

No seu discurso na cerimónia de abertura da semana de comemorações do Dia Mundial da Alimentação, que se assinala no domingo, o responsável da ONU começou por lembrar que o mundo "está a enfrentar vários desafios sobrepostos".

Desafios que, descreveu, são compostos tanto por "desastres naturais" como por desastres "causados pelo homem", sendo que "alguns repetem-se anualmente, mas outros são inesperados e imprevisíveis".

Além disso, sublinhou Qu Dongyu, "após mais de dois anos de pandemia global, com interrupções nas cadeias de abastecimento internacionais", e com os impactos atuais da guerra na Ucrânia, há "atualmente uma economia global fraca".

Uma situação que, lembrou o diretor-geral da FAO, já levou os mais vulneráveis "à beira da fome" e aumentou o número de pessoas que sofrem de fome [para] 828 milhões".

Neste momento, sublinhou, "há 3,1 mil milhões de pessoas em todo o mundo que não podem pagar uma dieta saudável e o número de pessoas em insegurança alimentar aguda aumentou de 135 milhões para 193 milhões", o que constitui "a triste confirmação de que muitas pessoas estão a ser deixadas para trás".

No entanto, considerou o responsável, o Dia Mundial da Alimentação deste ano também não tem precedentes por razões positivas: "apesar das circunstâncias assustadoras que enfrentamos, também temos uma perspetiva promissora e esperançosa".

Segundo afirmou no seu discurso, esta é "a primeira vez que é possível verificar "uma vontade política aumentada e fortalecida sobre segurança alimentar da parte de todos os políticos, sociedades e parceiros-chave - desde países desenvolvidos a países em desenvolvimento, de nações ricas a pobres, e a nível local, nacional, regional e global".

Há um "impulso político para fazer mais e melhor" e "para reconstruir melhor e mais forte, juntos", o que "é inédito", sublinhou.

Assumindo estar otimista, Qu Dongyu lembrou que têm sido postas em prática ações para garantir a disponibilidade contínua de alimentos e iniciativas de resposta a crises, assim como "ações para garantir que o abastecimento de alimentos, rações, fertilizantes, combustível, óleo vegetal, entre outros, seja mantido aberto e funcionando sem problemas".

Embora não tenha especificado, acordos recentes conseguidos entre a Turquia e a Ucrânia e a Turquia e a Rússia permitiu desbloquear os cereais e fertilizantes dos dois países em guerra e recomeçar a sua distribuição pelo mundo, depois de vários meses parados nos portos.

Qu Dongyu enunciou algumas das ações da FAO nos últimos meses, nomeadamente a defesa de duas estratégias temáticas-chave, sobre Ciência e Inovação e sobre Mudanças Climáticas, que, segundo o diretor-geral da organização serão "fatores de mudança que estimularão a implementação do Quadro Estratégico da FAO na próxima década".

O Fórum Mundial da Alimentação, que decorre na próxima semana, irá focar-se em três áreas principais: "Investimento de Mãos Dadas", "Juventude Global na Agricultura" e "Ciência e Inovação", referiu, sublinhando querer ajudar os países a desenvolver "caminhos nacionais para a transformação dos seus sistemas agroalimentares".

INFLAÇÃO: Preços em Cabo Verde voltam a aumentar em setembro

© Lusa

Por LUSA  14/10/22 

Os preços em Cabo Verde aumentaram 0,4% no mês de setembro e acumulam uma subida de 8,7% no espaço de um ano, indicam dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cabo-verdiano.

De acordo com o mais recente Índice de Preços no Consumidor (IPC), elaborado pelo INE, esta variação mensal tem vindo a desacelerar, já que em setembro ficou 0,1 ponto percentual abaixo do registado em agosto, que então tinha ficado 0,7 pontos abaixo do verificado em julho.

"A taxa de variação homóloga do IPC total no mês de setembro de 2022, foi de 8,7%, valor superior em 0,1 ponto percentual ao registado no mês anterior ", lê-se no relatório do INE.

No mesmo período, o IPC registou ainda uma variação média dos últimos 12 meses de 7,1%, valor superior em 0,5 pontos percentuais ao verificado em agosto.

A escalada de preços em Cabo Verde deverá fechar 2022 com um aumento médio global de quase 8% e reduzir para menos de metade no próximo ano, segundo as previsões do Governo cabo-verdiano.

Nos documentos de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2023, noticiados esta semana pela Lusa, o Governo cabo-verdiano admite que "os níveis de preços deverão permanecer elevados, acelerando de 1,9% em 2021 para 7,9% em 2022", o valor mais alto em 25 anos.

"Já para 2023, espera-se que reduza para 4% [3,7%, segundo o detalhe da proposta], refletindo a redução da inflação importada dos principais parceiros comerciais de Cabo Verde", lê-se no documento.

Acrescenta que as classes de bens e serviços "com mais intensidade no crescimento dos preços" em 2022 são os produtos alimentares e as bebidas não alcoólicas, "sendo um risco para a segurança alimentar, sobretudo para as famílias de menor rendimento", bem como a habitação, a água, a eletricidade, o gás e os outros combustíveis e os transportes, "derivado sobretudo dos efeitos da inflação importada".

"Nesta senda, o poder de compra dos agentes económicos, sobretudo dos mais vulneráveis, será altamente afetado, o que pode exigir uma maior intervenção do Estado para garantir o equilíbrio social", admite o Governo, na proposta orçamental para 2023.

Antes dos efeitos da crise inflacionista atual e apesar da pandemia de covid-19, Cabo Verde registou uma taxa de inflação mínima histórica de 0,6% em 2020, e de 0,8% em 2017.

Na proposta do Orçamento do Estado de Cabo Verde para 2023 está prevista uma atualização do salário mínimo nacional, que passará de 13.000 para 14.000 escudos (117 para 126 euros) em 2023 e aumentos salariais de 1 a 3,5% para funcionários públicos e pensionistas com rendimentos mais baixos.

De acordo com o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, os salários na função pública e as pensões dos pensionistas do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) de 15.000 a 33.000 escudos (135 a 296 euros) mensais vão aumentar 3,5% em 2023, acima de 33.000 escudos e até 51.000 escudos (296 a 458 euros) vão aumentar 2% e de 51.000 escudos até 69.000 escudos (458 a 619 euros) vão subir 1%.

"Devemos proteger nesta fase os rendimentos mais baixos de forma direta e os rendimentos mais altos são protegidos de forma indireta através das medidas que estamos a tomar para travar a subida galopante dos preços", esclareceu.

O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística -- setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago -- desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.


Leia Também: As sucessivas crises que têm atingido Cabo Verde, da seca prolongada à pandemia ou ao aumento dos preços, não provocaram fome extrema, mas um terço da população não tem uma dieta saudável, afirmou à Lusa a representante da FAO.

INACEP - Diretor-geral reitera que instituição tem condições técnicas para produzir documentos oficiais de Estado

Bissau, 14 Out 22 (ANG) – O Diretor-geral da Imprensa Nacional (INACEP) disse que a instituição que dirige tem condições técnicas suficientes para produzir documentos oficiais de Estado, nomeadamente, Bilhete de Identidade, Passaporte, Certidão de Nascimento e de Casamento, Carta de Condução, Autorização de Residência entre outros, com melhor qualidade e maior segurança.

Paulino Mendes fez esta afirmação, esta sexta-feira, à repórter da Agência de Notícias da Guiné (ANG),  e  lamentou o fato de algumas instituições do país continuarem a usurpar as competências da Inacep, ao continuarem a  a produzir os referidos documentos, num claro desrespeito  ao Decreto e Estatuto da INACEP aprovado pelo Governo e publicado no suplemento 12, que atribuiu à empresa a competência de produzir documentos oficiais de Estado.

Mendes disse que a INACEP é uma gráfica do Estado que cuida dos seus documentos oficiais de alta segurança,  salientando  que na Lei, nos tempos passados e  na história de todas as Repúblicas, a Gráfica Pública se  encarrega da produção de valores ao Estado, desde selos até dinheiro.

Informou que, nenhum desses documentos está sendo produzido na Imprensa Nacional,  exceto o passaporte que se produz desde 2013.

Aquele responsável sublinhou que a questão da emissão de documentos não está em causa, e segundo diz, a sua empresa é simplesmente impressora ou produtora e a entidade titular de documentos vai continuar a ser ela mesma.

“Não é por acaso que até hoje o Ministério do Interior, através da Direção Geral de Migração e Fronteiras continuou a ser a entidade emissora de passaportes porque aquele serviço é que tem a capacidade de avaliar, autorizar e fazer digitalização deste documento”, explicou.

Paulino Mendes disse que a INACEP imprime os passaportes e devolve ao Serviço de Migração e Fronteiras , frisando que uma gráfica tem  competências de produzir documentos oficiais de Estado e outros, mediante solicitação de entidades que utilizam esses documentos.

Segundo Paulino Mendes, os documentos de Estado são de regime não concorrencial, e são reservados à exclusiva competência de Imprensa Nacional, mas  os responsáveis de departamentos governamentais que emitem alguns desses documentos  não solicitam a produção desses documentos na Inacep, por razões que mendes diz desconhecer.

Contou  que quando chegou a empresa se deparou com algumas dificuldades técnicas, inclusive de uma máquina gigantesca de fazer livros, mas que, de acordo com ele, já foram suprimidas há um ano.

Questionado sobre o quê que a sua instituição está a fazer para sensibilizar os titulares de documentos que não se produzem na Imprensa Nacional, respondeu que não é preciso muita sensibilização sobre o assunto porque o seu cumprimento não tem como destinatário a população em geral, mas sim, as mesmas pessoas que a aprovaram em Conselho de Ministros.

“Estamos a dizer que os departamentos estatais é que devem trazer trabalhos para cá,  a começar pela Presidência da República, onde a Lei foi promulgada, a Primatura onde está o Primeiro-ministro que certamente presidiu a reunião do Governo e os restantes Ministérios que estiveram  e aprovaram”, disse, informando que foi nesta mesma legislatura que o Decreto, que atribui à Inacep a competência exclusida de produção de documentos oficiais, fora aprovado.

ANG/DMG/ÂC//SG

REINO UNIDO: Truss demite ministro das Finanças. Kwarteng esteve 38 dias no cargo... Com esta saída, Kwarteng passa a ser o segundo ministro das Finanças do Reino Unido que menos tempo ficou no cargo.

© Reuters

Notícias ao Minuto  14/10/22 

Kwasi Kwarteng foi, esta sexta-feira, demitido pela primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, avançam a BBC e a SkyNews. O ministro das Finanças esteve (apenas) 38 dias no cargo.

Com esta saída, Kwarteng passa a ser o segundo ministro das Finanças do Reino Unido que menos tempo ficou no cargo. Iain Macleod foi governante que menos tempo tutelou esta pasta - 30 dias -, uma vez que sofreu um ataque cardíaco um mês após ter aceitado a função, conta a BBC.

De recordar que a pressão dentro do próprio partido Conservador sobre o governo para recuar em alguns dos cortes fiscais anunciados terá forçado o agora ex-ministro das Finanças britânico a encurtar uma visita aos EUA.

Este encontrava-se em Washington para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas as crescentes críticas terão levado Kwarteng a antecipar o regresso a Londres em um dia.

É esperada uma declaração de Liz Truss pelas 14 horas - a mesma hora em Portugal Continental. 

O que está em causa? 

O 'mini-orçamento' de 23 de setembro surpreendeu ao incluir, juntamente com medidas para congelar os preços da energia, um grande pacote de cortes fiscais num valor estimado de 45 mil milhões de libras (51 mil milhões de euros) totalmente financiados por endividamento. 

O risco de um aumento insustentável da dívida pública foi mal recebido pelos mercados financeiros, o que resultou na desvalorização da libra e subida dos juros sobre a dívida britânica e do crédito à habitação.

O Banco de Inglaterra foi forçado a intervir no mercado obrigacionista, o que ajudou a estabilizar a libra e a dívida, mas o plano do governo britânico foi criticado pelo FMI devido ao risco de agravar a inflação, e as agências Fitch e Standard and Poor's reduziram de estável para negativo o 'rating' do Reino Unido. 

Kwarteng recuou entretanto da decisão de abolir o escalão máximo de 45% do imposto sobre os rendimentos dos contribuintes mais ricos, poupando 2.000 milhões de libras (2.300 milhões de euros), mas na quarta-feira Liz Truss recusou "absolutamente" reduzir a despesa pública para equilibrar as contas públicas. 


Leia Também: Ministro das Finanças britânico confirma demissão a pedido de Liz Truss

ONU acusa Rússia de usar violações como estratégia deliberada

© Lusa

Por LUSA  14/10/22 

As violações e agressões sexuais atribuídas às forças russas na Ucrânia constituem claramente "uma estratégia militar" e "uma tática deliberada para desumanizar as vítimas", alertou hoje a Representante Especial da ONU para Violência Sexual em Conflito, Pramila Patten.

"Quando mulheres e meninas são sequestradas e violadas durante dias, quando se vê violar meninos e homens, quando se vê uma série de casos de mutilação genital, quando se ouve os depoimentos de mulheres evocando soldados russos equipados com Viagra, [percebe-se que] há, claramente, uma estratégia militar", explicou a advogada das Nações Unidas, em entrevista à agência francesa de notícias AFP.

"As evidências estão todas lá", garantiu, adiantando que "há casos horríveis e violência muito brutal" no terreno.

Segundo referiu, os primeiros casos de violência sexual surgiram "três dias após o início da invasão da Ucrânia [em 24 de fevereiro]".

De acordo com os dados mais recentes, a ONU verificou "mais de 100 casos" de violações e agressões sexuais na Ucrânia desde o início da guerra, mas "isto não é uma questão de números", sublinhou Patten.

"É muito complicado ter estatísticas fiáveis durante um conflito ativo, além de que os números nunca refletem a realidade, porque a violência sexual é um crime silencioso, o menos denunciado e o menos condenado", explicou a responsável da ONU, alegando que há sempre medo de represálias e de estigmatização.

"Os casos relatados representam apenas a ponta do 'iceberg'", assegurou.

As vítimas são principalmente mulheres e meninas, mas também meninos e homens, avançou Pramila Patten, citando um relatório divulgado no final de setembro pela comissão internacional independente de inquérito (criada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU).

Este relatório "confirmou crimes contra a humanidade cometidos pelas forças russas e, de acordo com depoimentos recolhidos, a idade das vítimas de violência sexual varia entre os 4 e os 82 anos. Há muitos casos de violência sexual contra crianças, que são violadas, torturadas e raptadas", sublinha.

"A minha luta contra a violência sexual é, de facto, uma luta contra a impunidade", considerou Pramila Patten, explicando que foi por essa razão que foi para a Ucrânia em maio passado.

"Para enviar um sinal, um sinal forte para as vítimas, para lhes dizer que estamos com elas e para lhes pedirmos que quebrem o silêncio. Mas também para enviar um forte sinal aos violadores, [dizer-lhes que] o mundo os observa e que não ficará sem consequências a violação de uma mulher, de uma menina, de um homem ou de um menino".

A violação como arma de guerra existe em todos os conflitos, desde a Bósnia à Guiné e à República Democrática do Congo (RDC), mas, segundo Patten, a guerra na Ucrânia marca "uma consciencialização" internacional.

"Há agora uma vontade política de lutar contra a impunidade e há um consenso sobre o facto de as violações serem usadas como tática militar e de terror", referiu.

Uma outra grande preocupação avançada pela representante da ONU é o tráfico de pessoas.

"Mulheres, meninas e crianças que fugiram da Ucrânia são muito, muito vulneráveis, e, para os predadores, o que está a acontecer neste país não é uma tragédia, é uma oportunidade", avisa.


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