sexta-feira, 22 de julho de 2022

Governo poupa mais 530 milhões de francos CFA no pagamento do salário do...

UCRÂNIA/RÚSSIA - Kyiv e Moscovo já assinaram acordo para desbloquear exportação de cereais

© Lusa

Por LUSA  22/07/22 

A Ucrânia e a Rússia assinaram, esta sexta-feira, acordos separados com a Turquia e a ONU para desbloquear a exportação de cerca de 25 milhões de toneladas de cereais presos nos portos do Mar Negro.

Numa cerimónia realizada no Palácio Dolmabahçe, na cidade turca de Istambul, com a parceria da Turquia e da ONU, foram assinados dois documentos - já que a Ucrânia recusou assinar o mesmo papel que a Rússia - devendo o acordo vigorar durante quatro meses, sendo, no entanto, renovável.

Depois de dois meses de duras negociações, os documentos visam criar um centro de controlo em Istambul, dirigido por representantes das partes envolvidas: um ucraniano, um russo, um turco e um representante da ONU, que deverão estabelecer o cronograma de rotação de navios no Mar Negro.

O acordo implica também que passe a ser feita uma inspeção dos navios que transportam os cereais, para garantir que não levam armas para a Ucrânia.

Estas inspeções, que serão realizadas tanto à saída como à chegada dos navios, deverão acontecer nos portos de Istambul.

Acidente de viação na Nigéria provoca 30 mortos e vários feridos graves

© iStock

Por LUSA   22/07/22 

Trinta pessoas morreram queimadas e várias ficaram gravemente feridas na sequência de um despiste de dois autocarros e um carro numa estrada no noroeste do estado nigeriano de Kaduna, anunciaram hoje as autoridades locais.

Os três veículos colidiram na aldeia de Hawan Mai Mashi, ao longo da estrada de 400 quilómetros que liga a cidade de Kano à capital, Abuja, disse Abdurrahman Yakasai, um funcionário local da segurança rodoviária.

"Os três veículos colidiram e pegaram fogo, matando 30 passageiros", disse.

Vários outros passageiros gravemente feridos foram transferidos para o hospital mais próximo, onde estão atualmente a ser tratados.

De acordo com as autoridades, o excesso de velocidade e a condução imprudente estiveram na origem deste acidente fatal.

Os acidentes rodoviários são comuns na Nigéria, o país mais populoso de África e a maior economia do continente. As causas mais comuns são a condução imprudente, veículos sobrecarregados e más condições das estradas.

O estado das vias deteriorou-se nas últimas semanas, na sequência de numerosas tempestades e inundações.

No ano passado, a Nigéria registou 10.637 acidentes rodoviários, dos quais resultaram 5.101 mortos e 30.690 feridos, de acordo com os números da Comissão de Segurança Rodoviária.


Mali: Ataque a base militar onde reside Presidente, sem vítimas

© Reuters

 Por LUSA  22/07/22

A base militar onde reside o presidente do Mali, coronel Assimi Goita, situada perto da capital Bamako, foi hoje atacada por um carro armadilhado e projéteis de artilharia, desconhecendo-se a existência de vítimas deste ataque.

De acordo com fontes militares, o alegado ataque terrorista registou-se cerca das 05:00 (04:00 em Lisboa) na base de Kati.

A base militar de Kati é o centro de operações do pessoal militar envolvido nos dois golpes ocorridos no Mali em 2020 e 2021, após os quais uma junta militar tomou o poder, até hoje.

As mesmas fontes indicaram que nem o Presidente nem o ministro da Defesa, Sadio Camara, que também aí reside, foram feridos, acrescentando que a situação está agora sob controlo.

A causa do tiroteio, das detonações e do destacamento de soldados não são para já conhecidas.

Esta base militar nunca tinha sido alvo de um ataque terrorista.

ESTUDO - Mais de 160 milhões de mulheres sem necessidades contracetivas cobertas

© iStock

Por LUSA  22/07/22 

Mais de 160 milhões de mulheres e adolescentes no mundo não tiveram as suas necessidades contracetivas cobertas em 2019, revela um estudo que aponta a diferença entre regiões e "a lacuna" que continua a existir no uso destes métodos.

Os resultados do estudo, com base em dados de 1.162 entrevistas, foram publicados no The Lancet, num artigo que fornece estimativas sobre o uso, necessidade e tipo de contracetivos em 204 territórios e países entre 1970 e 2019, noticia hoje a agência Efe.

Os autores do trabalho lembram que viabilizar o planeamento da maternidade possibilita que as adolescentes permaneçam na escola e que as mulheres continuem os seus estudos e trabalho que, mais tarde na vida, levarão ao empoderamento social e económico.

Entender quais são os grupos etários cujas necessidades não são atendidas é vital para os agentes políticos se adaptarem e tornarem o tipo de contraceção acessíveis, acrescentam.

O estudo define a taxa de prevalência de contracetivos modernos como a proporção de mulheres em idade reprodutiva (15-49 anos) que usam métodos contracetivos modernos, incluindo esterilização, pílula, preservativos ou DIU (dispositivos intrauterinos).

Em todo o mundo, a proporção de mulheres em idade reprodutiva que utilizam métodos anticoncecionais modernos aumentou de 28% em 1970, para 48% em 2019.

A procura atendida aumentou de 55% em 1970 para 79%, em 2019.

Apesar dos aumentos significativos, as estimativas do estudo indicam que 163 milhões de mulheres que não usaram contracetivos em 2019 consideraram fazê-lo.

Annie Haakenstad, da Universidade de Washington, explica que os resultados indicam que onde uma mulher vive no mundo e a sua idade, continuam a influenciar significativamente o uso de contracetivos.

Por região, o sudeste asiático, leste asiático e Oceânia tiveram o maior uso de contracetivos modernos (65%) e atenderam à procura (90%), enquanto a África Subsaariana teve o menor uso de contracetivos modernos (24%) e resposta à procura (52%).

Entre os países, os níveis de uso de contracetivos modernos variaram de 2% no Sudão do Sul a 88% na Noruega.

A procura não coberta foi maior no Sudão do Sul (35%), República Centro-Africana (29%) e Vanuatu (28%).

O estudo conclui que, em comparação com outros grupos, mulheres e adolescentes entre os 15 e 19 e os 20 e 24 anos têm as menores taxas de procura atendida globalmente, estimadas em 65% e 72%, respetivamente.

Cerca de 43 milhões de mulheres jovens e adolescentes em todo o mundo não tiveram acesso aos contracetivos de que precisavam em 2019.

Por tipo, a esterilização feminina e os anticoncecionais orais foram dominantes na América Latina e nas Caraíbas, a pílula anticoncecional oral e os preservativos foram mais utilizados nos países com alto rendimento, enquanto os DIU e os preservativos foram dominantes na Europa Central, Europa Oriental e Ásia Central.

A esterilização feminina representa mais de metade do uso de contracetivos no sul da Ásia.

Além disso, em vinte e oito países, mais da metade das mulheres usaram o mesmo método, indicando que pode haver disponibilidade limitada de opções nessas regiões.

Para Rafael Lozano, também da Universidade de Washington, o estudo mostra que os anticoncecionais devem não ser apenas disponibilizados a todas as mulheres, mas também devem ser oferecidas as opções adequadas.

"Diversificar as opções em áreas que podem ser excessivamente dependentes de um único método pode ajudar a aumentar seu o uso, especialmente onde o método permanente é o mais utilizado", sublinha.


Leia Também: Japão poderá aprovar pílula do dia seguinte - mas só com 'OK' do homem

PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS PRESIDIU ESTA MANHÃ, A REUNIÃO DO CONSELHO DE MINISTROS

A reunião do Conselho de Ministros que decorreu esta manhã num dos Salões do Palácio da República, foi presidida pelo Chefe de Estado, General Úmaro Sissoco Embaló, estando presente o elenco governamental chefiado pelo Primeiro-Ministro Nuno Gomes Nabiam.

Presidente da República da Guiné-Bissau Umar Sissoco Embaló

Veja Também:

PM | COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS

Sob a presidência do Presidente da República, Sua Excelência General Umaro Sissocó Embaló, o Conselho de Ministros reuniu-se em sessão ordinária semanal.

Confira o Comunicado final na íntegra.👇

2️⃣1️⃣ 0️⃣7️⃣ 2️⃣0️⃣2️⃣2️⃣✅

Nuno Gomes Nabiam- Primeiro Ministro da República da Guiné-Bissau

DIPLOMACIA: Macron visita os Camarões, Benim e a Guiné-Bissau na próxima semana

© Getty Images

Por LUSA  21/07/22 

O Presidente francês, Emmanuel Macron, visitará os Camarões, Benim e a Guiné-Bissau entre segunda-feira e o próximo dia 28 de julho, anunciou hoje o Eliseu.

Esta viagem é a primeira deslocação de Macron desde a sua reeleição, em abril.

A crise alimentar causada pela guerra na Ucrânia, a produção agrícola e as questões de segurança estarão no centro desta viagem, adiantou a Presidência.

Trata-se de "marcar a continuidade e constância do compromisso do Presidente da República no processo de renovação das relações com o continente africano", comentou o Eliseu.

O Presidente francês anunciou na semana passada o seu desejo de "repensar até ao outuno tudo o conjunto [dos dispositivos militares franceses] no continente africano", enquanto a força anti-terrorista Barkhane está em vias de completar a sua partida do Mali.

Macron disse que queria "dispositivos menos expostos e menos colocados", o que classificou como uma "necessidade estratégica".

A primeira etapa desta viagem será os Camarões, a maior economia da África Central. Emmanuel Macron reunir-se-á na terça-feira com o seu homólogo, o Presidente Paul Biya, 89 anos, 40 dos quais à frente do país.

Na agenda das discussões estarão as possibilidades de investimento francês na agricultura camaronesa, de acordo com o Eliseu. Os desafios da luta anti-jihadista no norte dos Camarões também serão discutidos.

Na quarta-feira, o Presidente francês irá viajar para o Benim. O norte do país enfrenta um aumento de ataques mortais, enquanto a ameaça rebelde se alarga do Sahel para os países do Golfo da Guiné.

Cotonou quer o apoio francês em termos de apoio aéreo, inteligência e equipamento, de acordo com o Eliseu.

Na quinta-feira, Macron terminará a sua viagem na Guiné-Bissau, país lusófono na África Ocidental cujo Presidente, Umaro Sissoco Embaló, está prestes a assumir a liderança da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Durante esta viagem, "as questões da governação e do Estado de Direito serão abordadas em todas as fases, sem injunção dos media mas sob a forma de trocas diretas com os seus homólogos", disse a Presidência francesa.

O chefe de Estado será acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e das Forças Armadas, Catherine Colonna e Sébastien Lecornu, o ministro delegado para o Comércio Externo, Olivier Becht, e a secretária de Estado do Desenvolvimento, Chrysoula Zacharopoulou.

Leia Também

© Lusa

Notícias ao Minuto  21/07/22 

O ministro da Saúde da Guiné-Bissau, Dionísio Cumbà, disse hoje à Lusa que a situação da covid-19 está normalizada no país e admitiu que nos últimos dias haja relatos de novos casos de infeção.

"O vírus está a circular entre nós, temos de saber coabitar com o vírus como acontece em todos os países do mundo, mas sem alarmismos", defendeu o governante guineense.

Dionísio Cumbà precisou que a situação da doença na Guiné-Bissau não difere daquela que é atualmente observada nos outros países do mundo.

"Podemos dizer que já não existe aquele medo que tínhamos há dois anos quando a pandemia começou, porque não tínhamos informações sobre a doença", afirmou.

Dionísio Cumbà considerou que a introdução das vacinas no combate à doença e a forma como a população mundial respondeu permitiram que a covid-19 "tenha sido mais ou menos controlada".

"O sistema sanitário mundial conseguiu introduzir a vacinação e desta forma conseguimos controlar as mortes. Há dois anos assistimos a mortes diariamente, agora não", notou Cumbà.

O ministro da Saúde guineense admitiu que, no caso da Guiné-Bissau, a vacinação ainda não atingiu toda a população-alvo e apelou à adesão àquilo que disse ser a "única fórmula de se livrar da doença".

O responsável guineense referiu que mesmo na Europa os relatos apontam para uma nova subida de casos de infeção, o que, disse, também ocorre na Guiné-Bissau, "embora com menos letalidade".

Dados revelados no passado dia 11 pelo Alto Comissariado Contra a Covid-19 - entretanto extinto por decisão do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, no dia 13 -, apontavam para 26 casos ativos e um total acumulado de 172 óbitos entre 8.402 infeções registadas desde março de 2020, quando a pandemia foi oficialmente declarada no país.


quarta-feira, 20 de julho de 2022

MISSÃO CEDEAO 3 : PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS VIAJOU PARA A REPÚBLICA DA GUINÉ, NA SUA QUALIDADE DE PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE STADO E DE GOVERNO DA CEDEAO.

Seguidamente teve lugar no Palácio do Povo uma importante reunião com os 81 membros que compõem o Conselho Nacional de Transição (CNT) à cabeça dos quais se encontrava o respectivo Presidente, Dr. Dansa Kourouma, cujo papel é de um órgão legislativo para esta fase de transição, que reafirmou perante o Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo a sua disponibilidade em cumprir os prazos estabelecidos pelo Cronograma de Transição por eles aprovado.

A finalizar esta maratona diplomática, o Presidente da República da Guiné-Bissau e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, General Úmaro Sissoco Embaló, manteve na Presidência da República da Guiné uma reunião com o Presidente da República e do Comité Militar de Recuperação Nacional, Coronel Mamady Doubouya e os demais membros deste Conselho, que serviu para o actual líder da Guiné-Conakry fazer uma retrospectiva sobre a situação política então existente e que motivou a tomada de poder pelas Forças Armadas e de Segurança, tendo de seguida agradecido de forma efusiva, uma vez mais, o Presidente Úmaro Sissoco Embaló, aquém relembrou ser para além de Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, ser igualmente de um país irmão e vizinho, cuja presença era um elemento facilitador e importante para o actual processo.

Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló


De salientar que as autoridades guineenses agradeceram o facto do próprio General Úmaro Sissoco Embaló, Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da CEDEAO se ter deslocado à República da Guiné, facto este, que segundo os guineenses é demonstrativo do empenho pessoal do actual do Presidente da República da Guiné-Bissau na resolução da actual situação prevalecente neste país vizinho e irmão, por ser a primeira vez que uma delegação deste nível se desloca à Conakry para facilitar esse processo.

Após os primeiros contactos e de melhor se inteirar dos factos, o Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO mandatou o Vice Primeiro-Ministro Soares Sambú e o Mediador da CEDEAO para a Guiné, o ex-Presidente beninense Yayi Boni, para manterem um encontro com o Primeiro-Ministro guineense, Mohamed Béavogui, que serviu, após amplas discussões para abordar em profundidade assuntos políticos actuais na Guiné Conakry e de discutir as etapas subsequentes a serem levadas a cabo no quadro do retorno deste país irmão e vizinho à ordem constitucional.

Paralelamente, o Presidente da República e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO recebeu todos os Embaixadores da CEDEAO acreditados em Conakry, que serviu fundamentalmente para um melhor entendimento da actual situação política guineense.

De seguida o General Úmaro Sissoco Embaló manteve outra reunião com o chamado G-5, um grupo que integra os Embaixadores e Representantes dos Estados Unidos da América, França, União Europeia, União Africana e a Organização das Nações Unidas, que serviu para ouvir estes importantes parceiros de desenvolvimento sobre a situação política vigente no país.




O General Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da República e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO viajou para a capital da Guiné, país vizinho e irmão, para estabelecer os primeiros contactos com as novas autoridades guineenses, liderados pelo Coronel Mamady Doumbouya, acompanhado de uma forte delegação, na qual se destacavam o novo Presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray, do Vice-Primeiro Ministro e Coordenador da Área Económica, Soares Sambú, da Ministra de Estado dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e Comunidades e Presidente do Conselho de Ministro dos Negócios Estrangeiros da CEDEAO e do Embaixador Alfredo Cabral, Conselheiro Diplomático do Presidente da República, tendo integrado na missão a partir de Conakry,  o ex-Presidente da República do Benin, Thomas Boni Yayi, indigitado Mediador da CEDEAO para a República da Guiné, pela última Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da nossa organização regional na reunião magna de Accra/Ghana realizada a 3 de Julho último.

O objectivo da missão do Presidente da República e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO à capital da República da Guiné foi a de constatar in loco a evolução da situação política à luz das decisões aprovadas pela Cimeira da CEDEAO realizada a 3 de Julho último em Accra/Ghana, concernente ao Programa adoptado pela Conselho Nacional de Transição da Guiné e das etapas a serem seguidas com vista à restauração da ordem constitucional.

O Presidente da República da Guiné-Bissau e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, General Úmaro Sissoco Embaló, foi calorosamente recebido pelas autoridades guineenses à cabeça das quais perfilava o Presidente da República e do Comité Militar de Recuperação Nacional, Coronel Mamady Doubouya, com o qual, manteve uma primeira conversação, a que se seguiram reuniões em separado com o Ministro Guineense dos Negócios Estrangeiros, Morissanda Kouyaté e com o Secretário-Geral da Presidência, Coronel Sidiki Camará, que serviram essencialmente para definir os diferentes encontros a terem lugar.

PR desloca-se hoje para Guiné Conacri

 Presidente da República e Presidente em exercício da conferência dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO Umaro Sissoco Embaló desloca-se hoje para República da Guiné Conacri para uma missão da CEDEAO.

Segundo uma nota informativa do gabinete de comunicação e relações públicas da Presidência da República, informa ainda que a viagem terá duração prevista de 24 horas.
© Radio TV Bantaba



Putin diz que se está a criar uma nova ordem mundial "mais justa"

© Contributor/Getty Images

Por LUSA  20/07/22 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou hoje que o Ocidente não tem modelo de futuro para oferecer ao mundo e que se está a criar uma nova ordem mundial "mais justa".

"O Ocidente não pode pode oferecer ao mundo o seu modelo de futuro. A nível local e global, estão a construir-se os alicerces e os princípios de uma ordem mundial harmoniosa e mais justa, socialmente orientada e segura, uma alternativa ao existente", disse num fórum em Moscovo o Presidente russo, que ordenou em fevereiro passado a invasão da Ucrânia, provocando um conflito em que morreram pelo menos 5.000 civis e que levou mais de 12 milhões de pessoas a fugir do país.

Esta nova ordem mundial, definiu Putin, é suficiente para substituir um mundo unipolar, que "pela sua natureza trava o desenvolvimento da civilização".

Argumentou que as elites do mundo ocidental "têm pânico" de que outros centros de desenvolvimento mundial apresentem a sua visão do futuro.

"Não interessa o quanto se esforcem as elites ocidentais e as chamadas supranacionais para manter a ordem existente. Aproxima-se uma nova era, uma nova etapa na história mundial. Só os Estados verdadeiramente soberanos podem garantir uma dinâmica de alto crescimento", sublinhou.

Governo poupa mais 530 milhões de francos CFA no pagamento do salário do mês de Julho-2022

Governo poupa mais quinhentos e trinta milhões de francos CFA no pagamento do salário do mês de Julho-2022_ Resultados preliminares do Recenseamento de Raiz dos Funcionários Públicos realizado pelos Ministérios da Administração Pública e das Finanças.

@Radio Bantaba Jul 20, 2022

ENTREVISTA -A pensar na procriação medicamente assistida? Eis tudo o que deve saber

© Shutterstock

Notícias ao Minuto  20/07/22 

Pedro Xavier, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução e membro da Comissão Nacional de Procriação Medicamente Assistida, aponta os vários tratamentos disponíveis e as taxas de sucesso dos diferentes procedimentos.

A pandemia de Covid-19 atrasou os tratamentos de procriação medicamente assistida (PMA) no setor público. Entretanto, numa altura em que as doações são residuais, muitas destas pessoas com dificuldades em ter filhos biológicos atingiram o limite de idade para aceder a tratamentos de fertilidade. 

"O impacto foi muito significativo e, infelizmente, com graves consequências para os seus beneficiários, sobretudo para os que se encontravam em lista de espera no Serviço Nacional de Saúde", explica Pedro Xavier, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução e membro da Comissão Nacional de Procriação Medicamente Assistida, ao Lifestyle ao Minuto. O aumento desse tempo de espera foi de cerca de seis meses e "passados dois anos ainda não foi possível qualquer recuperação". 

Os termos infertilidade e esterilidade são frequentemente utilizados como sinónimos, embora tal não seja correto. Quais as diferenças?

A infertilidade consiste na ausência de uma gravidez viável após um ano de relações sexuais regulares, sem uso de contraceção. Ou seja, quando há uma notória dificuldade em engravidar, sem que haja uma causa que impeça de forma definitiva que tal possa vir a acontecer. Já o termo esterilidade aplica-se quando está identificada uma causa que impede de forma definitiva a ocorrência de uma gravidez natural, tal como é o caso da ausência de produção de espermatozoides ou a oclusão das duas trompas uterinas.

Pedro Xavier © DR

Quais são as causas mais frequentes de infertilidade feminina?

O destaque vai para as falhas da ovulação e para a patologia das trompas uterinas, do útero ou dos ovários. A idade da mulher é cada vez mais um fator adicional de infertilidade e determinante para a eficácia do seu tratamento.

O diagnóstico é cada vez mais tardio. Nesse sentido, quais os principais desafios?

A grande consequência desse diagnóstico tardio é o início dos tratamentos em idades onde a eficácia já é menor. Por outro lado, o sofrimento prolongado leva a que em muitos casos os casais cheguem a essa fase muito degastados. A estratégia deve ser sensibilizar os profissionais de saúde e os próprios utentes para este problema, de modo a que tudo possa ser concretizado num espaço de tempo mais curto.

Quem deve considerar a congelação dos ovócitos? As mulheres, que tendem a ter os filhos em idades cada vez mais tardias, devem ser incentivadas a congelar os óvulos?

Há dois tipos de indicação para a congelação de ovócitos. Quando existe a necessidade de realizar algum tratamento médicos ou cirúrgico que ponha em risco a integridade do ovário ou o património de óvulos. Neste caso a congelação de óvulos é dita de 'causa médica'. Nos casos em que a mulher pretende preservar o seu potencial reprodutivo, porque, por exemplo, apesar de uma idade já mais avançada não tem um companheiro para engravidar, mas quer fazê-lo mais tarde, é considerada uma congelação não-médica ou 'social'. A idade ideal para a sua realização é difícil de definir, uma vez que, se o fizer muito cedo, poderá nunca necessitar de usar esses óvulos porque acabará por engravidar de forma natural. Por outro lado, depois dos 40 anos os resultados são muito maus. Acredita-se que o ideal será fazê-lo entre os 32 e os 38 anos. No entanto, o ideal é mesmo não adiar excessivamente o projeto para uma gravidez natural.

Deveríamos estar a realizar cerca do dobro dos tratamentos do que o que fazemos atualmente

Qual é o atual estado dos tratamentos da PMA no mundo?

Tem havido uma evolução considerável dos tratamentos em geral, sobretudo no que diz respeito à eficácia e à segurança. O foco tem sido colocado na redução da taxa de gravidezes de gémeos sem comprometer a taxa de sucesso dos tratamentos.

E no país? Qual o estado da PMA e do banco de Gâmetas?

Quando nos comparamos com os países mais desenvolvidos, no que diz respeito às práticas e às taxas de sucesso dos tratamentos, estamos dentro da linha do que se faz nos países mais desenvolvidos. Estamos mal no que respeita à acessibilidade. Em termos concretos, deveríamos estar a realizar cerca do dobro dos tratamentos do que o que fazemos atualmente. Esse número fica aquém por questões relacionadas com dois aspetos. Um deles é a difícil acessibilidade dos doentes aos centros públicos, que, infelizmente, estão longe de conseguir dar uma resposta aos muitos pedidos de tratamentos que lhes chegam. Este facto leva a que as listas de espera, para realizar tratamentos nestes centros sejam inaceitáveis. É um problema crónico. O tempo médio de espera para uma primeira consulta é de cerca de quatro a seis meses e de cerca de 18 meses para a realização de um tratamento de procriação medicamente assistida convencional.

A questão psicológica foi negligenciada durante muitos anos

Se falarmos do Banco Público de Gâmetas o problema é ainda mais gritante, uma vez que os tempos médios de espera para um tratamento com recurso a dádivas de óvulos ou espermatozoides é de aproximadamente três anos e meio. É difícil compreender que, num país que assiste ao envelhecimento progressivo da sua população, não haja um investimento sério num dos poucos setores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que lida ativamente com o aumento da natalidade.  A outra causa para a dificuldade do acesso aos tratamentos prende-se com os elevados custos dos tratamentos nos centros privados, motivo que afasta muitos casais e mulheres do setor privado, onde a resposta é quase imediata.

A pandemia de Covid-19 agravou a situação? 

O impacto foi muito significativo e, infelizmente, com graves consequências para os seus beneficiários, sobretudo para os que se encontravam em lista de espera no SNS. Os Centros de PMA pararam toda a atividade a partir da segunda metade de março de 2020, com exceção para situações inadiáveis de preservação da fertilidade, e só a retomaram, ainda que de forma progressiva, cerca de três meses depois. O aumento desse tempo de espera foi de cerca de seis meses e passados dois anos ainda não foi possível qualquer recuperação.

O apoio psicológico é importante?

A questão psicológica foi negligenciada durante muitos anos, mas atualmente os Centros de PMA já se preocupam bastante com essa vertente do problema. Todos os centros têm uma equipa de psicólogos para dar apoio a estes casais. No entanto, há ainda muito por fazer, nomeadamente nas situações em que os casais sofrem em silêncio e não procuram essa ajuda. É necessário implementar modelos de apoio em que não se esteja à espera de um pedido de ajuda, uma vez que esse pedido nem sempre chega.

Há muitas ideias tidas como verdadeiras que, na realidade, não têm qualquer base científica, como a de que não se engravida devido ao facto de se ter tomado a pílula durante anos seguidos

Quais os tratamentos disponíveis?

Existem dois tipos de abordagem: cirúrgica e médica. A cirúrgica aplica-se no caso de problemas vasculares do testículo ou de certas doenças do útero (pólipos, miomas), das trompas uterinas ou de alguns quistos ováricos. No entanto, a abordagem médica é a mais comum e genericamente podemos dividi-la em dois grupos. Os chamados tratamento de primeira linha, que consistem fundamentalmente em otimizar o processo de fecundação natural. Refiro-me às induções da ovulação e à inseminação intra-uterina (IIU). O outro grupo de tratamentos, ditos de segunda linha, é constituído por um conjunto de procedimentos que designamos por técnicas de procriação medicamente assistida. São tratamentos mais complexos, que envolvem uma componente laboratorial mais importante e em que a fecundação é levada a cabo no laboratório. Os mais comuns são a fertilização in vitro, a microinjeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI), a transferência de embriões criopreservados e os testes genéticos pré-implantação.

Quais as taxas de sucesso dos diferentes procedimentos?

As taxas de sucesso variam com cada um dos tratamentos e com a idade dos pacientes, sobretudo da mulher. No caso da IIU podemos apontar para uma probabilidade de gravidez a rondar os 10 a 15% por cada tratamento. No entanto, com as técnicas de FIV e ICSI estes números podem chegar a valores de 50%, sobretudo nos casais em que as mulheres tenham menos de 35 anos de idade. Se falarmos em tratamentos realizados com ovócitos doados, a taxa de sucesso pode ser superior a 60%.

Qual a percentagem de nascimentos por PMA em Portugal?

Atualmente os tratamentos de PMA contribuem com cerca de 4% do total de nascimentos anuais no nosso país.

A mulher é, quase sempre, a chave do sucesso de um tratamento de fertilidade, uma vez que o ovócito, em termos reprodutivos é mais importante do que o espermatozoide

Quais os principais mitos associados à infertilidade feminina?

Os mitos que rodeiam as questões associadas à reprodução vêm desde os tempos mais antigos. Desde crenças religiosas até às convicções mais populares, há muitas ideias tidas como verdadeiras que, na realidade, não têm qualquer base científica, como a de que não se engravida devido ao facto de se ter tomado a pílula durante anos seguidos. O mais importante é ser esclarecido pelos profissionais de saúde sobre todos estes aspetos e não deixar que a ansiedade se apodere dos casais, uma vez que, mesmo não tendo uma ideia clara da forma como influencia a fertilidade, é intuitivo pensar que tal deverá acontecer.

Continua a associar-se a questão da infertilidade ao sexo feminino. Porém, nem sempre a 'culpa' é delas...

A mulher é, quase sempre, a chave do sucesso de um tratamento de fertilidade, uma vez que o ovócito, em termos reprodutivos é mais importante do que o espermatozoide. É por essa razão que se fala tanto na mulher quando há uma situação de infertilidade. No entanto, as causas identificadas estão atualmente distribuídas de forma quase simétrica, 50% para causas femininas e 50% masculinas, tendo estas últimas vindo a aumentar nos últimos anos devido a fatores relacionados com o estilo de vida.


Leia Também: Sonha ter filhos? Esta doença pode afetar (e muito) a fertilidade