domingo, 23 de outubro de 2016

Silvestre Alves: “PRESIDENTE NUNCA É OBRIGADO A ACEITAR A PROPOSTA DO PAIGC”

O líder do Movimento Democrático Guineense (MDG), Silvestre Alves, afirmou durante a entrevista ao semanário O Democrata que o “Presidente da República nunca é obrigado a aceitar a proposta do PAIGC”. Acrescentou ainda que o Chefe de Estado tem uma margem de responsabilidade para assumir este ou aquele candidato, contudo advertiu que o Presidente deve fazer um exercício sobre as propostas apresentadas.

O político, que igualmente ocupa a função de porta-voz do Grupo dos cinco partidos políticos sem assento no parlamento (MDG, PSD, Aliança Socialista, Partido Trabalhista e PALOP), falou para a rubrica ‘Grande Entrevista’ com o intuito de fazer uma análise política sobre o ‘Acordo Político’ alcançado, em Conacri, entre os protagonistas da crise política e parlamentar que abala o país.

Avançou neste particular que o novo primeiro-ministro a ser indicado pelo Chefe de Estado deve ser uma figura susceptível de assumir essa responsabilidade, bem como deve ser uma figura conhecida, que tenha dado provas. Uma figura em quem o país se reveja.

O DEMOCRATA (OD): O acordo assinado em Conacri refere, entre outros pontos, a escolha de novo primeiro-ministro de consenso pelo Presidente da República e a formação de governo inclusivo. Na opinião do MDG ou do Grupo dos cinco partidos, o acordo alcançado pode ser uma solução para a saída da crise?

SILVESTRE ALVES (SA): Necessariamente, depois de todas as dificuldades e todos os constrangimentos que se foram sucedendo ao longo do tempo, já lá vão 14 (catorze) meses e alguns dias, portanto, é de saudar este acordo. Infelizmente, lamentamos que não tivesse sido resolvido mais cedo, através do diálogo. Foi necessário enfrentar todas as dificuldades, todos os atrasos, provocando grandes perdas e enormes sacrifícios para a população, assim como para o país. Neste momento temos de saudar o acordo e agradecer os mediadores que permitiram que as partes se sentassem e chegassem a um acordo.

OD: Acha que seria possível alcançar um acordo melhor aqui no país?

SA: Eu penso que as partes tinham o dever de ter obtido um acordo em tempo útil, porque a cada dia que passa aumenta-se o prejuízo para a Guiné-Bissau, mas que o país não pode suportar. Prejuízo de mais de um ano é muito grave.

Os actores políticos tinham o dever de ter conseguido resolver o problema num prazo de 60 (sessenta) dias, o mais tardar. Estas coisas podem ser resolvidas em 15 dias. Portanto, tinha que se chegar a um consenso, ouvir as pessoas que deveriam ser ouvidas e não era necessário ir a tribunal. A situação estava muito clara. Quando as pessoas não são capazes de perceber isso, dificilmente poderão ser governantes,porque não consiguem ler a constituição nem compreender as soluções que a lei estabelece.

Mesmo havendo diferentes leituras, mesmo havendo contradições, é possível chegar a um entendimento sem grandes delongas, porque há limite de interpretações. A interpretação não deve conduzir ao absurdo. As partes tinham o dever de encontrar uma solução, e se não fossem capazes de encontra-la por si mesmas, poderiam a partir daí recorrer à arbitragem, que nomeassem figuras isentas que as representassem na discussão e resolução dos problemas que eles provocaram.

Por exemplo, a perda ou não do mandato dos 15 deputados foi uma questão que complicou o processo, com leituras praticamente absurdas, só para quem não percebe o que é um edifício democrático. Portanto, são problemas que poderiam ter sido ultrapassados.

OD: O que é que originou o extremar de posições das partes desavindas?

SA: A nosso ver, o extremar de posições tem a ver com excesso do protagonismo, o excesso do interesse pessoal e da ganância dos ditos governantes. O país está refém dos seus políticos. E os políticos não conseguem perceber que não é justo. Pelo contrário, é desonesto tentar enriquecer-se a custa da política. Todo aquele que queira enriquecer-se, que queira construir palacetes, que os construa à custa do seu trabalho e do seu esforço.

Infelizmente, ao invés de fazê-lo por conta próprio, preferem ir buscar essas condições no desempenho de funções públicas, prejudicando e dando mau exemplo à toda nova geração. São prejuízos inaceitáveis que explicam o prolongar desta crise. Esperemos que a lição de Conacri tenha ecos e que dê frutos. Mas por aquilo que assistimos até hoje, não estamos tranquilos, embora estejamos com esperanças que o espírito de Conacri prevaleça nas cabeças das pessoas e que se continue a procurar entendimentos para concluir o processo.

OD: Fala-se dos três nomes propostos para chefiar o novo executivo: O General Umaro Sissoco Embaló, Augusto Olivais, ambos do PAIGC e do banqueiro João Aladje Mamadú Fadia. Que nome poderá reunir consenso entre as partes signatárias do acordo e que inspire confiança ao Chefe de Estado?

SA: Não me cabe opinar sobre a figura que poderá reunir mais consenso. Cabe-me ver e, nos termos do acordo, eventualmente opinar o que para mim poderia ser um entendimento, em caso de dificuldade das partes. Parece-me a mim que qualquer destas figuras pode ser objecto de discussão. Todavia, no meu modesto entender, uma figura susceptível de assumir essa responsabilidade deverá ser uma figura conhecida, que tenha dado provas e uma figura em quem o país se reveja.

Não podemos promover aventureiros e nem servidores pessoais. Estamos a gerir o negócio, ou seja, o assunto da República, uma questão de interesse público. Ouvi o apelo de uma associação de promoção da paz para o desenvolvimento, que chamou a atenção exactamente para isso. Que a figura (a escolher) não pode ser alguém que esteja ligado a negócios particulares de ninguém.

Se for um procurador, um intermediário, um agente de alguém, ou seja, na sua vida privada, ninguém tem nada a ver com isso, desde que não prejudique a República. Agora, pegar esses ilustres desconhecidos, gente de estatura duvidosa para pô-los a frente dos destinos do país…já tivemos o caso do Doutor Baciro Djá. Foi uma lição. Os nossos parceiros retiraram-se. Vamos correr o risco outra vez de nova retracção? Então, aí teremos de chamar à responsabilidade a quem tiver provocado essa situação.

OD: Augusto Olivais é um nome que reúne mais consenso?

SA: Como digo, não quero ir por aquilo que se deve fazer. Ou seja, não devo procurar influenciar nada, portanto não me compete dizer quem deve ou nao ser o própximo Primeiro-ministro. O que devo dizer é que quem não deve ser promovido, para não chegarmos outra vez ao impasse. As figuras que claramente nos indicam se forem os preferidos, corremos sérios riscos de voltar a ter alguns constrangimentos no nosso relacionamento com os parceiros do país. Aí sim, acho que é nosso dever, aliás, é dever de cada cidadão dizer cuidado… atenção…

Porque não são as figuras com mais ou menos, ou melhor, que estão em pé de igualdade em termos de possibilidade de servirem o país. Eu, na qualidade de um autor extra da crise, não devo imiscuir–me, interferir ou influenciar de alguma maneira as decisões.

OD: MDG defende também que o poder ou direito de governar deve ser devolvido ao PAIGC, como o vencedor das últimas eleições?

SA: Isto agora não é uma questão de ver a opinião deste ou daquele. Não! Há uma coisa, o Presidente tinha a maior liberdade de indigitação, depois da fragmentação do PAIGC.
PAIGC perdeu claramente a maioria no parlamento, então, não era a força que podia determinar quem deve ser o Primeiro-ministro. O Presidente nunca é obrigado a aceitar a proposta do PAIGC, cuidado… Ele tem uma margem de responsabilidade para assumir este ou aquele candidato, mas tem de fazer mais ou menos este exercício que eu estava a fazer. Se ele entender que o candidato indicado não é uma pessoa idónea, tem o dever de dizer não… E pedir ao partido vencedor das eleiçoes que indique outra figura.

Ora, Conacri trouxe um aspecto novo. A leitura que se faz da Constituição e que foi de alguma maneira integrada no acordo, é o pendor presidencial do sistema do regime. Agora há uma maior intervenção do Presidente: tem que ser uma pessoa da confiança do Presidente. Não basta que o Presidente tenha alguma coisa contra, agora deve ser até pessoa de confiança. O chefe de Estado sai daqui algo reforçado.

Mas também, o acordo diz que os 15 deputados reintegram-se sem mais condições no PAIGC. Ora, se os 15 retomarem seus lugares no PAIGC, o partido sairá também reforçado. Então, o que quer dizer que o Presidente da República tem que buscar um entendimento com todos, mas essencialmente com o PAIGC.

Não sendo possível um consenso entre os três vectores ou tripartido, uma vez que os 15 diluiram-se no PAIGC, regressaram à casa, agora estão em causa os três ou se quisermos, os cinco partidos com representação parlamentar. Portanto, devem ser ouvidos. Todavia, o PAIGC como força com maior representatividade no parlamento é incontornável! Nessa medida, o Presidente deverá levar em maior consideração a posição do PAIGC.

OD: O PAIGC, através do seu líder, continua a defender que o regresso do Grupo de 15 deputados dissidentes será feito na base do respeito dos estatutos do partido. Essa posição dos dirigentes dos libertadores não complica o processo de regresso daqueles dirigentes, decidida através do acordo de Conacri?

SA: Penso que o caso é a forma do regresso dos 15 deputados. No acordo fala-se também do respeito às normas do partido, mas isso não quer dizer que vamos voltar outra vez às clivagens. Se for para voltar às clivagens, então alguém está a sabotar o entendimento chegado em Conacri.
Para nós, a aplicação dos textos deve igualmente ter em consideração o princípio de‘status quo ante’ que está implícito no acordo. Isto é, voltemos atrás para reintegrar os 15 sem condições, de forma a respeitar o texto do acordo. Isso quer dizer que doravante respeitam-se os textos.

OD: Algumas vozes defendem que com o regresso dos 15 ao partido e a consequente resolução da crise, seria o Presidente da República quem sairia a ganhar. Defende a mesma opinião ou tem uma explicação contrária…

SA: Para nós, não nos importa olhar as coisas por esse prisma, sobre quem sai a ganhar ou a perder… Pensamos que o acordo tentou reequilibrar os pratos da balança, porque como eu disse no início, por um lado, reforçou-se o pendor presidencial.

Poderíamos apenas dizer que se clarificou o pendor presidencial, mas não posso deixar de entender que houve um pouco de um toque de reforço. Também houve um reforço do PAIGC e quer-se retirar os protagonismos às partes, no que toca à manutenção do próximo Primeiro-ministro no posto. O acordo pretende que o novo chefe do executivo, a ser escolhido, exerça o seu mandato até às eleições.

Isso demonstra que há uma preocupação do acordo em equilibrar os interesses. Mais do que isso, um ponto que poderíamos eventualmente esquecer é a questão do Pacto de Estabilidade. Tudo isso para nós é desejável, mas para funcionar como deve ser tem que haver, ou seja, será aconselhável que seja negociado um Pacto de Estabilidade, que estabeleça a responsabilidade e a transparência na tomada das decisões institucionais.

Ninguém tem as mãos livres neste acordo. Este ponto do acordo é um ponto menos evidente, porque não foi suficientemente desenvolvido, mas é um ponto da extrema importância. Porque se não houver a transparência para garantir que ninguém vai aproveitar-se para se enriquecer à custa do Estado e em detrimento de quem não conseguiu representar-se, então o acordo poderá acabar por ser pernicioso e acabará ao meio de percurso por levantar novas crises.

É preciso que haja um esforço neste sentido de responsabilização e de transparência na gestão da coisa pública.

OD: Ainda se regista um pessimismo da parte de alguns observadores políticos, em relação ao cumprimento de acordo, sobretudo no concernente a escolha da figura do Primeiro-ministro, que será o objecto de consenso das partes signatárias de acordo. E no entender destes observadores, a única solução da crise é a dissolução do parlamento. Partilham a mesma ideia com esses observadores ou têm opinião diferente?

SA: Dissolver o parlamento agora seria a galinha mágica! Não. Dissolver o parlamento é dizer que os deputados não têm nada a fazer e que fiquem aí e a receber os seus dinheiros, porque é mesmo assim, até que se façam novas eleições ou até que sejam substituídos.

Acho que esta é uma falsa questão. Eu estaria de acordo se isso trouxesse alguma coisa de novo. Agora dissolvendo ou não o parlamento vai ter que se acordar um tempo mínimo para realizar as eleições. Um tempo mínimo para realizar as eleições, seis meses nessas circunstâncias vão ser suficientes? A meu ver, não! Estamos em outubro e se fizermos as contas, então as eleições legislativas seriam em Abril de 2017, que exactamente é o momento crucial do interesse do nosso povo, por causa da campanha da castanha de cajú.

Não estamos a ver a possibilidade de fazer as eleições em Abril e nem em Maio. Em Junho, teremos as chuvas e quem é que me garante que haverá dinheiro para realizar as eleições em Abril ou Maio!? Isso é uma incógnita… Será que temos a situação dos cadernos eleitorais regularizada e garantida? São vários os problemas que tornam difícil a realização das eleições no prazo de seis meses.

OD: A dissolução do parlamento não é a solução neste momento?

SA: A dissolução do parlamento não é factor determinante para a resolução do problema. É verdade que ninguém pode ficar descansado, depois de termos passado mais de 14 meses em ‘lengalengas’ e ter de ir à Conacri para resolver a crise. E ainda, ao que parece, o Presidente da República entende que só depois de vir de Cabo Verde é que vai nomear um novo Primeiro-ministro.

Parece que está tudo em ordem… lamentamos muito que o Presidente da República tenha decidido assim. Urge que a situação seja realmente ultrapassada, porque temos a situação das escolas pendente.

Não se devia perder um só dia na formação das crianças. Se algum governante não tiver a consciência disso, então eu estou aqui para dizer que este governante não tem consciência das suas responsabilidades. Aproveito até para dizer, a semelhança daquilo que se está a falar, que há negócios obscuros que não se sabe…

Viagens cujos proveitos não compreendemos. Especulações de dinheiros aqui e dinheiros alí. Conflitos por causa de ofertas de dinheiro… ou mesmo se se oferecem individualmente a pessoas ou ao país. Se há cofres à disposição do fulano ou do beltrano, que faça o favor de encaminhá-los para o Tesouro Público.

Que façam o favor de desbloquear a situação das escolas, porque nós não podemos estar mais uma vez a perder um ano lectivo. As pessoas pensam apenas no seu umbigo e isso não é ser governante, mas sim ser oportunista.

OD: A quem o Grupo dos cinco partidos imputaria a responsabilidade desta crise política e parlamentar que já se arrasta há 14 meses?

SA: Procuramos sempre fazer uma análise mais objectiva. Nós compreendíamos que eventualmente puderia ser necessário demitir o governo em 2015. Podemos até compreender isso, mas aceitar também as nomeações que se fizeram… Não podemos aceitar a forma atabalhoada como o processo foi conduzido. Então, no nosso entender, a responsabilidade é de todos.

A responsabilidade ainda é de quem pôs em causa a sua governação e em particular pela forma como geriu o negócio público. Por exemplo, a questão da compra da dívida pública que acabou por tornar-se num escândalo da gestão dos assuntos públicos, bem como evidenciou uma falha em toda a medida, sobretudo o uso abusivo dos meios públicos.

Essas situações todas dão-nos mais campo para dizer que, em certa medida, o Presidente da República tinha razão quando demitiu o governo. No entanto, o Presidente pôs a sua razão em risco pela forma como conduziu o processo. Isso não significa dividir as responsabilidades ‘salomonicamente’, nada disso! É ver as coisas com serenidade e analisá-las friamente para se chegar a uma conclusão.

A responsabilidade, neste caso, poderia ser unicamente do primeiro-ministro e da força política que o elegeu, mas infelizmente acabou por ser também da presidência. É bom dizer ainda que a postura equilibrada da ANP também teve altos e baixos.

Nos momentos menos adequados teve baixos que acabaram por contribuir para agravar a situação. Dentro do próprio PAIGC registou-se momentos de avanços e recuos de piões em claros jogos dos interesses pessoais que, no entanto, acabaram por prejudicar o interesse público.

A responsabilidade da crise que vigora no país é partilhada pelos atores políticos que estão na ribalta. O povo deste país tem os olhos abertos e está a entender ou a acompanhar o processo. Portanto, se chegar o momento estará à altura de responsabilizar cada um pelos seus actos cometidos.

OD: Como é que o Grupo vê a posição assumida pela sociedade civil neste processo que está quase a chegar o seu fim…

SA: Infelizmente a sociedade civil tem de ser mais madura. Também deixou-se envolver nisso, onde de um lado arregimentada e do outro foi jogada. Teve momentos menos bons. Estou a falar apenas da parte da sociedade civil que não integra a designada entidades religiosas. Damos os nossos parabéns pelos esforços que têm vindo a desenvolver.

Mas a outra parte associativa da sociedade civil deixou algo a desejar com as suas instabilidades e as suas mudanças de posição que não se mostraram suficientemente explicadas. É natural que nos enganemos na nossa análise e que tenhamos uma posição errada, mas há situações em que a forma como foi envolvida até assumir a uma posição x, tornou-os responsáveis pelos maus efeitos da sua decisão ou da sua participação.
 
Por: Assana Sambú/Sene Camará
Foto: Marcelo N’Canha Na Ritche
odemocratagb.com

BUBO NA TCHUTO RECEBIDO EM EUFORIA À CHEGADA A BISSAU E AFIRMOU : " DUNO DI TCHON NA SI TCHON", FIM DA CITAÇÃO.






Fonte: Braima Darame, via facebook


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BUBO NA TCHUTO RECEBIDO COMO “HERÓI” EM BISSAU

 
O Ex-chefe da Armada guineense, Bubo Na Tchuto regressou à Guiné-Bissau na madrugada deste sábado, 22 de Outubro 2016, sob uma recepção ‘heróica’ de centenas de guineenses que se deslocaram ao aeroporto internacional ‘Osvaldo Vieira’.

Além de cidadãos que marcaram presença no aeroporto de Bissau, outros preferiram aguardar em diferentes artérias da Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria para ovacionar o regresso à casa do contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, recentemente libertado de uma prisão federal norte-americana de Nova Iorque.

Em poucas palavras que se ouviu da boca do Bubo Na Tchuto é – “o filho da terra voltou para sua terra…o lobo não come lobo…vamos caber todos nesta terra…”.

Na Tchuto foi recebido por familiares e amigos, num reencontro emocionante de risos e lágrimas, uma comitiva composta por mais de três dezenas de viaturas acompanharam o contra-almirante até ao hotel onde terá sua primeira noite de regresso a sua terra natal, depois de ter cumprido cerca de quatro anos de prisão nos Estados Unidos da América.

O coordenador para a recepção de contra-almirante, deputado Mário Fambé agradeceu o povo guineense pela recepção calorosa, lamentando o tratamento que o governo e o Estado da Guiné-Bissau deu aos problemas de Bubo e da jornalista guineense desaparecida em Angola.

“Ficamos indignados com o governo e o Estado da Guiné-Bissau que devem defender seus filhos independentemente dos seus actos, ou seja, pelo menos pronunciar-se sobre o assunto. Mas nunca alguém se pronunciou sobre caso de Bubo”, lamentou Fambé com uma voz trémula.

Fambé agradeceu em nome da família, o advogado norte-americano Patrick Joyce que defendeu Na Tchuto na última fase do processo, estendendo o agradecimento à população que deixou de dormir para solidarizar-se com Bubo.

Recorde-se que José Américo Bubo Na Tchuto foi preso a 4 de Abril de 2013 nas zonas marítimas nacionais, de acordo com as testemunhas de um dos presos posteriormente libertado em Cabo Verde, Vasco Nacia.

A colaboração com a justiça norte-americana e o bom comportamento na prisão terão sido factores suficientes para que a pena de Bubo na Tchuto fosse definida em apenas quatro anos, de acordo com a sentença lida no início de Outubro em curso, em Nova Yorque.

Por: Sene Camará
Fotos: Marcelo N’Canha na Ritche
odemocratagb.com


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Contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto.
O antigo chefe da  Armada   da  Guiné-Bissau, contra-almirante Bubo Na Tchuto,  foi libertado  pelas autoridades  dos  Estados  Unidos, onde se encontrava detido desde  Março  de 2013  por alegado envolvimento no narcotráfico. O militar guineense  já se encontra de volta ao seu  país, onde segundo o correspondente  da RFI em Bissau, Mussá  Baldé, foi acolhido festivamente pelos seus compatriotas.       

Condenado  no  dia  4 de Outubro de 2013   a  uma pena  de prisão  de quatro anos, por  tentativa de tráfico de droga  para os Estados Unidos, José Américo Bubo Na Tchuto, cumpriu três anos  e  sete  meses. O contra -almirante  guineense  foi  detido em águas internacionais , no mês de  Março de 2013, por  agentes do DEA( Drug Enforcement Administration, serviço da polícia federal americana encarregado do combate ao tráfico de drogas), na companhia de três cúmplices. Dos  três,  Tchamy Yala  e Papis Djeme  foram   condenados respectivamente a cinco e seis anos e meio  de prisão. O terceiro  condenado  a  uma pena  de três anos, foi  posteriormente libertado e deportado para Portugal em virtude de ser cidadão do país  europeu.

Numa altura em que a  Guiné-Bissau  atravessa  um novo período de crise política, o regresso de Bubo Na  Tchuto  não deixa de suscitar interrogações no seu país.Contudo  22 de Outubro de 201, data do seu  regresso ao país  natal, foi um dia de celebração  para algumas centenas de compatriotas seus, como o confirma na sua crónica  de Bissau, Mussá Baldé.

"O contra-almirante Bubo Na Tchuto, antigo comandante da Armada  guineense, chegou a Bissau na ultima madrugada, mas mesmo o adiantado  da hora, duas da manhã, não demoveu as cerca de cinco centenas de
 pessoas que estavam no Aeroporto de Bissau a espera do militar.  Bubo Na Tchuto, que esteve detido nos Estados Unidos de America  durante cerca de quatro anos, foi recebido num ambiente de festa    sobretudo por jovens que se deslocaram ao aeroporto, para aí saudar o  regresso daquele que é apelidado de General do Povo.


Ao som de música, Bubo Na Tchuto era saudado na mesma medida em quetodos tentavam abraçá-lo e tirar uma fotografia.Dezenas de jovens seguiram a caravana de carros em que Bubo se fez transportar do aeroporto ao centro de Bissau, numa distância de oito quilômetros, gritando palavras de apreço à figura do militar.

“Bubo é um combatente de liberdade da patria, merece todo o nosso carinho”, diziam os jovens".

Outros ainda afirmavam que “Bubo pagou pelo seu erro lá na longínqua América”. Mais magro e com ar cansado, Bubo Na Tchuto mais parecia uma estrela de cinema ou um líder político a regressar ao seu país depois de um feito no  estrangeiro. Com uma bandeira da Guiné-Bissau enrolada no  pescoço, Bubo Na tchuto disse, em curtas declarações aos jornalistas, que se sentia  feliz em retornar ao seu país, onde acredita que cabem todos os  filhos da Guiné-Bissau".
RFI



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BUBO: DA SENTENÇA CUMPRIDA À RECEPÇÃO CALOROSA EM BISSAU

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

RANKING DA FIFA: GUINÉ-BISSAU É O MAIS BEM POSICIONADO DOS PALOP

Seleção nacional da Guiné-Bissau

Bissau, 21 Out 16(ANG) - A Federação Internacional de Futebol (FIFA) divulgou quinta-feira o ranking de seleções referente ao último mês no qual a seleção nacional da Guiné-Bissau superou todos os países africanos falantes da Língua Portuguesa.

Segundo a Rádio Jovem, os Djurtus que na última actualização estava na posição número 73 depois da seleção Cabo-verdiana, agora superou os tubarões azuis que há muito tempo figurava como melhor seleção africana falante da língua Portuguesa e numa ocasião melhor da África (actualização de Março de 2016).

A seleção de todos nós subiu de lugar número 73 para 69 no ranking mundial superando todos os países dos PALOP. Ao nível do continente africano ela é a 17ª melhor, sempre aparecendo acima dos Tubarões Azuis.

 A seleção nacional da Guiné-Bissau sob comando do mister Candé continua a fazer a história e desta vez subiu no ranking mesmo vendo o seu jogo de preparação contra o Canadá adiado para o dia 11 de Novembro.

 Confira o posicionamento dos países dos Palop no Ranking de Fifa actualizado segunda-feira.

1. Guiné-Bissau - 69

2. Cabo-Verde- 71 lugar

3. Guiné-Equatorial - 92º lugar

4. Moçambique -95º lugar

5. Angola - 134º lugar

6. São Tomé- 153º lugar

ANG/Rádio Jovem

ONU: CONSELHO DE SEGURANÇA INFORMADO SOBRE AS NEGOCIAÇÕES DE CONACRI

Fonte: http://www.gbissau.com

DECLARAÇÃO À IMPRENSA SOBRE A GUINÉ-BISSAU

Os membros do Conselho de Segurança foram informados pelo Sr. Modibo Ibrahim Touré, Representante Especial do Secretário-Geral e Chefe do Escritório Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), sobre o diálogo inclusivo entre os líderes políticos, sociedade civil e comunidades religiosas da Guiné-Bissau convocado por Sua Excelência Prof. Alpha Conde, Presidente da República da Guiné e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Mediador para Guiné-Bissau, entre 11 e 14 outubro de 2016, em Conacri, República da Guiné.

Os membros do Conselho de Segurança congratulam-se com esta iniciativa, que faz parte da implementação do roteiro de 6 pontos da CEDEAO para acabar com a crise política na Guiné-Bissau, acordado pelos líderes políticos a 10 de Setembro de 2016, em Bissau;

Os membros do Conselho de Segurança congratulam-se ainda com o acordo de Conakry sobre a implementação do roteiro da CEDEAO e convidam todas as partes interessadas a não pouparem esforços para a sua implementação plena e atempada;

Os membros do Conselho de Segurança manifestaram apoio ao consenso alcançado sobre o processo para a nomeação de um novo primeiro-ministro e para a formação de um governo inclusivo, nos termos do acordo. Eles também encorajaram o presidente Vaz a proceder à nomeação do primeiro-ministro consensual o mais rapidamente possível;

Os membros do Conselho de Segurança recordam que a implementação do acordo poderia restaurar a confiança dos parceiros e permitir que a comunidade internacional cumpra as promessas feitas durante a Conferência de Bruxelas dos parceiros para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, em Março de 2015;

Os membros do Conselho de Segurança expressaram o seu apoio ao Representante Special Touré, e pediram-lhe para continuar a trabalhar em estreita colaboração com todas as partes para a resolução da crise política na Guiné-Bissau.

PRESS STATEMENT ON GUINEA-BISSAU

The Members of the Security Council heard a briefing from Mr. Modibo Ibrahim Touré, Special Representative of the Secretary General and Head of the United Nations Integrated Peacebuilding Office in Guinea-Bissau (UNIOGBIS), on the inclusive dialogue among political leaders, civil society and religious communities of Guinea-Bissau convened by His Excellency Prof. Alpha Conde, President of the Republic of Guinea and Economic Community of West African States (ECOWAS) Mediator for Guinea-Bissau, on 11-14 October 2016, in Conakry, Republic of Guinea.

The Members of the Security Council welcomed this initiative which is part of the implementation of the 6-point ECOWAS roadmap to end the political crisis in Guinea-Bissau, agreed by political leaders on 10 September 2016, in Bissau;

The Members of the Security Council further welcomed the Conakry agreement on the implementation of the ECOWAS roadmap and invited all stakeholders to spare no effort for its full and timely implementation;

The Members of the Security Council expressed support to the consensus reached on the process for the nomination of a new Prime Minister and for the formation of an inclusive Government in accordance the agreement. They also encouraged President Vaz to proceed to the nomination of the consensual Prime Minister as soon as possible;

The Members of the Security Council reminded that the implementation of the agreement could restore the confidence of partners and enable the international community to fulfill the pledges made during the Brussels Conference in March 2015 of the partners for development of Guinea-Bissau;

The Members of the Security Council expressed their support to Special Representative Touré, and requested him to continue to work closely with all stakeholders for the resolution of the political crisis in Guinea-Bissau.

IRMÃ DO EX-PRESIDENTE KUMBA YALÁ AFIRMA QUE O PAÍS NÃO TEM PRESIDENTE DA REPÚBLICA FORTE E COMPETENTE PARA DESBLOQUEAR O PAÍS

Joana Cobdé Nhanca irmã do falecido Presidente Koumba Ialá afirmou hoje(20 Out) em Bissau, que a Guiné-Bissau é um país que não dispõe de um Primeiro Magistrado de Nação forte e capaz, que possa decidir e desbloquear a crise política.

Joana Cobdé que falava em conferência de imprensa na sua residência lembra que, “as instabilidades políticas do passado tinham nome que é Koumba Ialá e apelidados com a etnia Balanta como promotores da instabilidade cíclicas na Guiné-Bissau. E agora, chamam a atual crise política de crise nacional. Não há ninguém a ser responsabilizado e não há nenhuma etnia que é responsável”, observou Joana.

Falando das mediações da crise, Cobdé disse a Comunidade Internacional não pode resolver a crise se os próprios guineenses não se enveredarem no caminho do diálogo franco e conducente para a saída do marasmo. “Comunidade Internacional só está a aumentar a tensão e receitas médicas aos guineenses, já que frustraram várias mediações da crise”, notou.

Com tudo, Joana pediu calma aos guineenses, convicta que o cenário político pode mudar pela positiva a qualquer momento. Deixando claro que não é política ajudava o seu irmão Koumba, mas quando esse escolheu para uma outra direcção foi obrigada a mudar também para apoia-lo, e em Bissau, mesmo não quer fazer política, será sempre obrigado a fazê-lo devido as circunstância, porque “todos estão revoltados”.

A irmã do antigo PR adianta que o país carece de um verdadeiro Estado, porquanto os ideais dos Antigos Combatentes da liberdade da Pátria estão a ser desvirtualizados, acusando os actuais políticos de falta de conhecimento da ciência politica.


Fonte: Conosaba

ESTADO-MAIOR GUINEENSE QUER ERRADICAR ANALFABETISMO NO SEIO DOS MILITARES

O Estado-Maior General das Forças Armadas quer erradicar o analfabetismo no seio dos militares guineenses. Neste sentido, o Estado-Maior e a organização da Sociedade Civil reuniram-se, hoje, 20 de outubro 2016, na segunda conferência de aproximação entre a classe castrense e a sociedade civil.

O encontro decorreu sob lema “No Sindi Um Vela Nacional”. Um assunto que, José Sambú, representante de Estado-Maior General das Forças Armadas, na segunda conferência de aproximação entre a classe castrense e a sociedade civil, espera que não se limite apenas no lema proposto, mas sim erradicar o analfabetismo no seio dos militares.

“Apreendemos a escrever como primeiro passo, porque o processo era de luta de libertação e evoluímos em função da necessidade que havia de manipular algumas armas e assim seguimos passos iguais com o mesmo processo até Conacri”, lembra antigo guerrilheiro guineense nas matas de luta pela independência do país.
O Pastor Cipriano Correia Cá, da Sociedade Civil, disse que a conferência visa permitir que os militares sejam “líderes servidores”, capazes de lidar com conflitos de natureza social.
O líder religioso defende, por isso, a necessidade de os jovens da classe castrense começarem a pensar na mudança de mentalidade e “fechar a porta de liderar para monopólio, e passar a liderar para beneficiar todos”.

“Isso passa pelo respeito às leis da constituição e não o incumprimento da lei e, consequentemente permitir as pessoas compreenderem o espírito de conflito, como aderir a um conflito e quais as consequências de um conflito”, explica.

No ato, a ONG italiana “Mani Tese”, entidade financiadora do encontro, distribuiu cerca de seiscentos mil cadernos, incluindo canetas e outros materiais didáticos a mais de seis organizações da sociedade civil parceiras que atuam, sobretudo, no âmbito da educação não formal.

No capítulo de alfabetização, a conferência decorreu sob tema “Rever o Passado e Escrever o Futuro da Alfabetização”.

Por: Filomeno Sambú
odemocratagb.com

Bubo Na Tchuto libertado e a caminho de Bissau

 José Américo Bubu Na Tchutu

Antigo chefe da Armada da Guiné-Bissau foi libertado pelas autoridades americanas e está nos Marrocos.
 

O contra-almirante guineense José Américo Bubu Na Tchutu foi libertado pelas autoridades dos Estados Unidos, onde estava preso Abril de 2014, e encontra-se em Marrocos a caminho de Bissau.

Fontes diplomáticas disseram à VOA que Bubo Na Tchuto aguarda apenas pela cobertura da representação de Bissau em Rabat para regressar ao país.

Uma fonte familiar contactado pela VOA não confirma, nem desmente a noticia, que já circula também nas ruas de Bissau.

Sentenciado no passado dia 4 a uma pena prisão de quatro anos por tentativa de traficar droga nos Estados Unidos, Na Tchuto cumpriu três anos e sete meses da sua pena.

A decisão de um juiz de Nova Iorque determinou a deportação do antigo homem forte da armada guineense logo que fosse colocado em liberdade, o que, a acreditar nas nossas fontes, já aconteceu.

Bubo Na Tchuto foi preso a 4 de Abril de 2013 nas águas internacionais perto da Guiné-Bissau juntamente com mais três cúmplices.

Antes da sentença de Bubo Na Tchutu, dois antigos colaboradores seus declararam-se culpados de conspiração para traficar droga para os Estados Unidos.

Tchamy Yala e Papis Djeme, detidos na mesma operação secreta da Agência Anti-Droga dos Estados Unidos (DEA) em águas internacionais próximas da Guiné-Bissau, tinha sido condenados a cinco anos e seis anos e meio de prisão, respectivamente.

Um terceiro colaborador, condenado a cerca de três anos, foi libertado e deportado para Portugal, de onde também é cidadão.

O antigo Chefe de Estado-maior da armada guineense foi considerado culpado de tráfico de droga, para o qual, recebia um milhão de dólares por cada operação, segundo a acusação.

O represso de Bubo Na Tchuto pode estar por horas e já provoca muitas perguntas no momento em que o pais enfrenta uma nova crise política.

VOA

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Opinião: Acordo de Conakri _ FIM DA CRISE OU CRISE EM STAND BY?


“Ter razão não dá razão”, diz-se algures.

A crise despoletada em Agosto de 2015 com a demissão do primeiro Governo da legislatura pelo Presidente da República, levou que tentativas várias fossem feitas para serenar os ânimos (no círculo do PAIGC), enquanto em níveis mais amplos, multilaterais, eram desenvolvidas iniciativas e ações que acabaram por envolver a comunidade internacional na busca de uma saída se não consensual, pelo menos adequada à conjuntura atual, tendo em consideração os factores endógenos e exógenos mais proeminentes.

Personalidades de renome internacional com larga experiência em mediação de conflitos; localmente, dirigentes políticos, líderes religiosos e da sociedade civil sucederam-se no vai-vem entre as partes desavindas, imbuídos da melhor das intenções. Mas, apesar de todos os esforços, aparentemente, só houve evolução quando as Nações Unidas, União Europeia, União Africana, vendo o impasse e que as coisas decorriam, deram à CEDEAO o ‘empurrãozinho’ que faltava para que pudesse assumir a mediação e comandar as operações. Ressalve-se, que a geopolítica impõe mesmo que seja assim.

A nomeação do Presidente Condé como mediador da organização sub-regional, pelos vistos, resultou. Presentemente, depois da declaração do Presidente José Mário Vaz de que na quinta-feira, depois de regressar da cerimónia de investidura do seu homólogo de Cabo Verde tratará da nomeação do Primeiro-Ministro, o país accionou o relógio da contagem decrescente. Só que, nem todas as interpretações das declarações do Chefe de Estado dão para apaziguar os espíritos guineenses.

Algumas indicam a possibilidade da escolha do PR não reflectir a indicação do PAIGC que anunciou publicamente a sua preferência por Augusto Olivais, antigo secretário nacional do Partido, deputado da bancada maioritária e do Parlamento da CEDEAO, alegadamente, sem ter em conta o critério “confiança do Presidente da República”. Outras, na praça pública, alegadamente apontam que a preferência presidencial recai no General Oumar Cissoko Embaló, “pessoa da sua confiança”, como recomenda o acordo de Conakry.

O General pesa pelas suas ditas relações com personalidades africanas de alto nível incluindo chefes de governo e de estado, entre outros atributos. É considerado um potencial angariador de recursos financeiros podendo muito contribuir para obter apoios consideráveis de que o país precisa principalmente nesta altura em que está no fundo do poço submergido em dificuldades. Nesse ponto é que se verifica a colisão – PAIGC versus José Mário Vaz. Na realidade, o PAIGC antecipou-se ao decreto presidencial e anunciou o “seu” Primeiro-Ministro contrariando a confidencialidade solicitada aos participantes no fórum de Conakry, com a sua iniciativa de informar os militantes e o povo em geral do que se passa.

Na verdade, ao que consta é receio generalizado que José Mário Vaz venha a insistir numa posição que colida frontalmente com a do  PAIGC. É o cenário de uma nova crise quiçá noutro formato emoldurado de outras especificidades.

Visto de um outro prisma pode-se inferir que, depois das muitas cedências que fez na mesa de negociações, o PAIGC, em contraponto, fez o anúncio para “atar” o PR à disposição constitucional “…tendo em conta os resultados eleitorais” de forma a impedir a adopção de qualquer opção que não seja a sua.

Outrossim, há vozes que afirmam que todas as partes estão fatigadas com a crise e os seus efeitos colaterais, e, José Mário não fica fora. Outras ainda falam da “guerra” que o Presidente terá declarado ao próximo ex-Primeiro-Ministro Baciro Dja ao deixa-lo cair como “mango podre” ingloriamente. Isso poderá, dizem, levar José Mário Vaz a evitar, por “conveniência” mais um confronto público sobretudo com uma figura que, supostamente, sabe muitas coisas que não devem ser esparramadas ao público tendo em conta a baixa quota de popularidade de que goza como Presidente da República.

Entre rumores e ânimos expressivos das diferentes sensibilidades os cidadãos, na generalidade, aguardam impacientemente que o tempo passe célere enquanto na Função Pública o incumprimento de pagamentos salariais começa a aquecer alguns sectores. Mais: o receio é que o prolongamento da crise venha a afectar outras áreas com impacto directo no quotidiano dos cidadãos e venha a engendrar distúrbios de consequências imprevisíveis na sociedade.

«A conversar é que a gente se entende», diz o velho ditado popular, a prova disso acaba de ser dada em Conakry.

Como se usa dizer, nos últimos tempos, manda o bom senso que não haja VENCEDORES NEM VENCIDOS. O essencial é que o entendimento seja pra valer e para durar.

Pelas mostras exibidas no dia-a-dia, o povo cansado quer e deseja paz, estabilidade, tranquilidade, e garantias efectivas de progresso e desenvolvimento. Não há verdade mais que esta, um desejo honesto. VOX POPULI, VOX DEI.

O período da crise serviu para elucidar vários aspectos menos claros da política e, também, para dar uma visão clara do entendimento que a sociedade tem dela.

Por : Humberto Monteiro, Jornalista guineense
odemocratagb.com
Publicada por  Bambaram di Padida

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Obama Signs Executive Order Requiring Loser of Presidential Election to Leave Country


WASHINGTON (News Satire from The Borowitz Report)—In an Oval Office ceremony on Wednesday morning, President Barack Obama signed an executive order requiring the loser of the 2016 Presidential election to leave the country forever.

“This will help the healing begin,” the President said.

The executive order calls for the loser of the November 8th election to depart the country on the morning of November 9th and never return.

“Whoever that turns out to be,” the President said.

Obama acknowledged that the executive order marked a departure from American electoral tradition, but added, “A lot of good will come of this.”

The two most recent losers of U.S. Presidential elections, John McCain and Mitt Romney, issued a joint statement in reaction to the executive order. “We’re O.K. with it,” the statement read.

thenewyorker.com

Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia situações degradantes.

A fuga no domingo, 16, de 24 reclusos do centro de detenção da Polícia Judiciária, na Guiné-Bissau, continua no centro das atenções sem que as autoridades tenham informado sobre a caputa ou não dos foragidos.

O tema agora levanta um debate sobre as condições das prisões no país.

Em 2015, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) , já havia denunciado as deploráveis condições nas prisões guineenses.

O presidente da LGDH, Augusto Mário da Silva, advoga o encerramento de várias delas que, na sua opinião, apresentam péssimas condições de salubridade, além de estarem superlotadas.

”Um centro que tem a capacidade para 25 pessoas recebe neste momento, 90 pessoas. Este centro deve ser encerado, porque não tem condições para albergar as pessoas. Isto é um anexo. As cassas de banho não funcionam. Compreendemos a fragilidade de condições do Estado, mas isso faz parte da política criminal”, sustenta Silva.

Em Bissau, a capital, há dois centros de detenção prisional, sendo um da Policia Judiciária e o outro da Policia de Ordem Pública.

O Director-Geral dos Assuntos Prisionais do Ministério da Justiça, Mussa Baldé, diz que uma das prioridades do Governo tem a ver, justamente, com a construção de uma prisão de maior segurança em Bissau, com o objectivo de superar e prevenir situações do género.

"Estamos a melhor o cento de detenção para receber mais pessoas. Apresentamos uma maquete e o local onde vamos construir uma prisão, que, em princípio, tem um financiador. Estamos a tentar procurar outras soluções para minimizar a situação. Significa que o Estado e o Governo estão a procurar soluções”, garantiu.

Em consequência da evasão dos prisioneiros e face a um homicídio ocorrido no dia seguinte, resultado do assalto a uma mercearia no centro da capital, os citadinos de Bissau, não escondem agora as suas preocupações.

O que, igualmente, não deixou a Liga Guineense dos Direitos Humanos indiferente.

"A continuidade dessas pessoas a monte pode pôr em causa a paz social. É urgente recapturar essas pessoas para fazer que os cidadãos acreditem na ordem jurídica interna”, defendeu o presidente da Liga.

De referir que, actualmente, existe apenas um centro prisional para o cumprimento de pena efectiva, localizado em Bafatá, no leste do país, e construído com o apoio financeiro das Nações Unidas.

Meet Azalea the smoking chimp, new star at Pyongyang zoo

Azalea, the smoking chimpanzee

PYONGYANG, North Korea (AP) — Pyongyang's newly opened zoo has a new star: Azalea, the smoking chimpanzee.

According to officials at the newly renovated zoo, which has become a favorite leisure spot in the North Korean capital since it re-opened in July, the 19-year-old female chimpanzee, whose name in Korean is "Dallae," smokes about a pack a day. Dallae is short for azalea.

They insist, however, she doesn't inhale.

Thrown a lighter by a zoo trainer, the chimpanzee lights her own cigarettes. If a lighter isn't available, she can light up from lit cigarette if one is tossed her way.

Though such a sight would draw outrage in many other locales, it seemed to delight visitors who roared with laughter on Wednesday as the chimpanzee, one of two at the zoo, sat puffing away as her trainer egged her on. The trainer also prompted her to touch her nose, bow thank you and do a simple dance.

The zoo is pulling in thousands of visitors a day with a slew of attractions ranging from such typical fare as elephants, giraffes, penguins and monkeys to a high-tech natural history museum with displays showing the origins of the solar system and the evolution of life on Earth.

Another of the most popular attractions that might come as a surprise to foreign visitors is the dog pavilion, which has everything from German shepherds to Shih Tzus. The zoo also has performances featuring other animals trained to do tricks, including a monkey that slam dunks basketballs, dogs trained to appear as though they can do addition on subtraction on an abacus and doves that fly around and land on a woman skating on an indoor stage.

Renovations for the new zoo began in 2014, as part of North Korean leader Kim Jong Un's efforts to create more modern and impressive structures and leisure centers around the capital. The zoo actually dates back to 1959, when Kim Il Sung, the nation's first leader and the grandfather of Kim Jong Un, ordered it built on the outskirts of the city.

According to its official history, the zoo started off with only 50 badgers.
Azalea, the smoking chimpanzee

Azalea, the smoking chimpanzee

This story has been corrected to fix spelling of Shih Tzu.

AP

A MÃO INVISÍVEL DE BÁ KEKUTÓ?

A MÃO INVISÍVEL DE BÁ KEKUTÓ
Afinal de contas quem estará por detrás de toda a trama política e de maquinação dos últimos dias? 
Se o PRS, no seu Comunicado de Imprensa do dia 18 de Outubro de 2016, sobre o Acordo de Conacri, revela de que a direcção do PAIGC terá escolhido o nome do ex-primeiro-ministro, Carlos Correia; que o senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Eng.º Cipriano Cassamá escolheu o nome do senhor Eng.º Mário Cabral; e a Sociedade Civil escolheu o nome do senhor Alfredo Handem, quem terá proposto então, para cargo de Primeiro-ministro do próximo governo, os senhores Umaru Sissoko Embaló, João Aladje Fadia e Augusto Olivais? 

Lembrem-se de que apenas o PRS, coerentemente, não propôs nome algum para cargo de Primeiro-ministro do próximo governo. Aliás, nem sequer a iniciativa justificaria, visto que há um Governo legal e de consenso que representa a maioria na ANP, capaz de aprovar um Programa de Governo. 

Como estava a referir, na nossa praça pública, ventila-se de que a proposta dos três nomes é do Presidente da República! Pergunto: será que  o Presidente da República é um dos contendores, fazendo parte dos "coassinantes" do acordo? O que se sabe é que cabe ao Presidente da República, como primeiro magistrado da nação nomear o Primeiro-ministro. Portanto, não seria Ele uma das partes do problema, entenda-se.

Portanto, a nossa questão de momento, não é o facto do PAIGC ter embandeirado em arco com o nome do senhor Dr. Augusto Olivais, como sendo a sua proposta original. O que não deixa de ser uma montagem falsa, enganadora e perigosa. 

A questão se coloca em como estes três nomes conseguiram então chegar a mesa das negociações e porquê que só eles tiveram o privilegio de fazer manchete das rádios, jornais e blogs, até a realidade dos factos ter sido revelada pelo Comunicado da Imprensa do PRS. 

Estamos no encalço da figura cuja mão invisível teve o desplante de introduzir os três nomes mais ventilados. 

Chegou o momento de novas alianças. As velhas já lá vão. Bá Kekutó não se mostra, mas tem sido ele quem de facto comanda o jogo pela calada. Bá Kekutó pensa que pode chegar ao poder derrubando Baciro Djá. Para já esta divergência só favorece ao caloteiro DSP. Em relação ao Presidente da República o objectivo seria de o sujar a imagem com nomes como o de Umaru Sissoko Embaló. Ele encontrou-se com Cadogo Jr. em Cabo Verde. Esquecendo-se de que tem pés de barro, pretende jogar uma cartada perigosa de retornar Cadogo Jr. no poder e em contrapartida assumir o cargo de Primeiro-ministro, por ele tão almejado.   

Nigeriano de 92 anos tem 97 mulheres

Idoso tem 125 filhos.
Mohammed Bello Abubakar tem 92 anos, 97 mulheres e 125 filhos
Mohammed Bello Abubakar é conhecido como o "superpolígamo" da Nigéria. O idoso de 92 anos tem 97 mulheres, 125 filhos e garante que não vai ficar por aqui.

Neste país africano, a poligamia é uma prática aceite. Contudo, Mohammed Bello Abubakar consegue ultrapassar todos os limites e é hoje um dos homens mais famosos da região. Uma prática que descreve como sendo "uma tarefa divina".

De acordo com o Independent, este idoso já casou com 107 mulheres. Separou-se posteriormente de 10. Dos 185 filhos que já teve, sobreviveu mais tempo que 60 deles.

Nos últimos dias, a comunicação social internacional deu-o como morto, algo que fez questão de desmentir e garantir: "Estou mais vivo que nunca".

cmjornal.pt

Sub-secretária para Assuntos Africanos assiste à posse do Presidente de Cabo Verde

Os Estados Unidos estarão presentes na posse do Presidente da República de Cabo Verde a realizar-se na próxima quinta-feira, 20, por uma delegação chefiada pela sub-secretária de Estado para os Assuntos Africanos, Linda Thomas-Greenfield

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Olivais da serra, o vento leva a flor

Nas prisões masculinas desenvolve-se um curioso calão psicológico, que, se é duro, não deixa de ser pedagógico. Quando chega um novo elemento, este é «testado», ou seja, provocado. Se mostrar medo, ficará indelevelmente marcado. Momento no qual é preciso afirmar a «soberania» sobre o último reduto íntimo, o nosso próprio espaço. Esse é um ensinamento vital, para um Homem. Aqueles que chumbam nesse teste, ficam inquestionavelmente expostos. Acabam a pau ou a ferro, senão mesmo enrabados por todos. São as «Carlotas».


Domingos Simões Pereira foi a Conacri, engoliu tudo, entregou o ouro ao bandido, assumiu-o publicamente, e refugia-se agora em pretextos fúteis que não passam da confirmação da sua inapelável derrota. O «estatuto» do PAIGC? Mas qual estatuto? Essa do «libertadores» morreu com Cabral, ainda antes da sua formalização. O que tem o PAIGC para apresentar? Mais de quatro décadas de desgovernação? DeSesPerado, recorre a todo o tipo de expedientes de contra-informação, na tentativa de manipular as consciências, na linha da velha e maquiavélica história do seu diabólico Partido.

 DSP não quer confessar que, vítima da sua própria casmurrice, caiu numa armadilha, ao assinar, perante a CEDEAO, o risível «acordo» de Conacri, e que agora, atado à carroça, já só aspira a fugir com o rabo à seringa. Sob pressão (e caiu mal junto da CEDEAO a presença intrometida de Angola, o que terá ajudado), assinou o acordo, mas já só pensa em incumprir. Tenta desinformar, usando os seus canais «dedicados», avançando com o nome de Augusto Olivais, que nunca esteve na mesa das negociações, como o PRS acaba de denunciar em comunicado. Ou seja: embora Olivais fizesse parte dos três nomes propostos por Jomav, não chegou a ser discutido, tendo o PAIGC mantido a sua teimosia em torno de Carlos Correia (na «impossibilidade» de Domingos), esgotando assim os seus cartuchos. Cipriano Cassamá, que se julga uma entidade à parte (e é o principal responsável pelo impasse), ou talvez uma outra ala do PAIGC, propôs Mário Cabral, e a sociedade civil propôs Alfredo Handem.

Jomav, reforçado pelo deslize de Domingos, rapidamente se apropriou dos resultados do «acordo», afirmando que nomeará alguém da sua confiança, e que será por isso necessário «afrouxar» a exigência de consensualidade. Ou seja, que fará o que muito bem lhe apetecer (ou que julgar conveniente, estando a agir de boa fé e por patriotismo...). Ao insistir numa «adenda» ao acordo (que o PRS acaba de recusar liminarmente), Domingos está a completar a vitória de Jomav, tornando-a absoluta. Ou seja, Jomav já não precisa de se cingir aos nomes apresentados, devido a esse precedente: pode assim inovar. Apesar de haver quem pense que possa optar por Sissoko, o Presidente dá, nas entrelinhas, sinais noutro sentido:

«_"A minha chegada vai permitir muitas movimentações ao nível interno porque o importante neste momento, de facto, é que as partes desavindas cheguem a um acordo. O país não pode continuar assim devemos transformar a Guiné-Bissau, nos próximos tempos, num país de trabalho e de criação de riquezas." Embora não querendo revelar mais pormenores, o chefe da nação disse que deverá manter contactos com outras forças e organismos.»

Fonte: Emplastro

COMUNICADO DE IMPRENSA DO PARTIDO DA RENOVAÇÃO SOCIAL

Devido à necessidade de esclarecimento à volta de algumas questões do ACORDO DE CONAKRI que estão a ser objeto de deturpações e interpretações abusivas, o Partido da Renovação Social como parte assinante do Acordo vem através deste comunicado expor o seguinte:

1- Sobre os três nomes propostos pelo Presidente da República para o cargo de Primeiro-Ministro do próximo governo, nas pessoas dos Senhores Umaro Sissoko Embaló, João Aladje Fadiá e Augusto Olivais o Partido da Renovação Social, só se pronunciou em Conakri , a favor de um dos nomes apresentados, remetendo a decisão final da escolha para o senhor Presidente da República, como aliás se pronunciou consensualmente a maioria dos coassinantes do Acordo. Saliente-se por outro lado, que mesmo em circunstâncias normais, o PRS não se teria pronunciado de outro modo porque nunca nos podemos substituir aos poderes do Presidente da República, ou seja cabe ao primeiro magistrado da Nação nomear o Primeiro-Ministro;

2- Esclareça-se que durante as consultas bilaterais promovidas pelo mediador, em nenhum momento, o PRS terá sido confrontado com o nome do senhor Augusto Olivais como tendo sido escolhido pelas partes, e muito menos de que este nome terá reunido algum consenso entre as partes;

3- A forma como tem sido tornado público o nome desta personalidade, pelo PAIGC é no mínimo estranha, porquanto, e segundo informação dos mediadores, durante as consultas bilaterais, o Partido da Renovação Social ficou a saber de que a direcção do PAIGC terá escolhido o nome do ex-primeiro-ministro Carlos Correia e que o senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular escolheu o nome do senhor Mário Cabral. Na mesma linha informaram-nos de que a sociedade civil escolheu o nome do senhor Alfredo Handem.

4- O Partido da Renovação Social informa de que nenhum dos nomes escolhidos pelo PAIGC conseguiu obter o consenso da maioria das partes, pelo contrário, o nome mais consensual foi o escolhido pela maioria dos coassinantes representantes da maioria na Assembleia Nacional Popular capaz de aprovar um Programa de governo.

Pelo exposto o Partido da Renovação Social informa à população e a comunidade internacional de que outra informação à volta desta questão é infundada e revela de questões político-partidárias alheias ao interesse e ao bem-estar do povo guineense.

Bissau, 18 de Outubro de 2016
O Secretariado Nacional de Comunicação

Trabalhadores do Ministério da Economia e Finanças iniciam greve de quatro dias

Os trabalhadores do Ministério da Economia e Finanças iniciaram, esta segunda-feira, uma greve de quatro dias, reivindicando o pagamento de subsídios em atraso.

O porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores das Finanças, Gregório Mbana, assinalou, que os grevistas «reivindicam igualmente substituição de 52 trabalhadores fictícios, enviados ao ministério pela Direcção-Geral das Alfândegas para receberem subsídios».

De acordo com Gregório Mbana, a greve só será levantada «caso o governo se mostre disponível para ir de encontro às suas revindicações».

«E se assim não for», acrescenta o porta-voz, «o Sindicato dos Trabalhadores das Finanças vai entregar, nos próximos dias, outro pré-aviso de greve».

Gregório Mbana garantiu, por outro lado, estarem garantidos os serviços mínimos, «para não paralisar, por completo, o Ministério da Economia e Finanças».

QUEM FALA MAL DOS OUTROS PARA VOCÊ,
FALA MAL DE VOCÊ PARA OS OUTROS.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

JOSÉ MÁRIO VAZ PROMETE ANUNCIAR NOME DO NOVO PRIMEIRO-MINISTRO DEPOIS DE AUSCULTAR PARTES DESAVINDAS

Radio Sol Mansi, 17 Out 2016 - O presidente da República disse que o país conhecerá o novo primeiro-ministro só depois de manter encontros com os signatários de o “acordo de Conacri” e os partidos com representação parlamentar

José Mário Vaz falava, esta segunda-feira, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, a quando da sua chegada ao país depois de ter participado na cimeira da União Africana, em Togo.

“Quando tratamos da democracia representativa quem fala em nome do país são líderes e representantes dos partidos políticos com representação parlamentar”, disse.
 
“A minha chegada vai permitir muitas movimentações ao nível interno porque o importante neste momento, de facto, é que as partes desavindas cheguem a um acordo. O país não pode continuar assim devemos transformar a Guiné-Bissau, nos próximos tempos, num país de trabalho e de criação de riquezas”, afirma.
 
José Mário Vaz disse ainda aos jornalistas que teve a oportunidade de abordar com outros chefes de Estado situações da crise política na Guiné-Bissau.
 
Embora não querendo revelar mais pormenores, o chefe da nação disse que deverá manter contactos com outras forças e organismos que poderão ser revelados antes da sua ida a cabo-verde, na próxima quinta-feira, de onde participará na tomada de posse de o seu homólogo, José Carlos da Fonseca.
 
Depois da cimeira em Togo, José Mário Vaz seguiu para Portugal para o controlo médico. A sua chegada é aguardada com grande expectativa devido a sua responsabilidade na nomeação de o novo Primeiro-ministro de consenso, resultado das negociações de Conacri.
 
Três nomes estão na mesa para ocupar o lugar de o novo líder do executivo. Trata-se de Umaro Sissoko, João Aladje Fadia e Augusto Olivais do PAIGC. ???

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
Imagem: Internet

sábado, 15 de outubro de 2016

"Acordos de Conacri"

Lus par le Ministre d’Etat, Secrétaire Général de la Présidence, Naby Youssouf Kiridi Bangoura, ces accords appelés Accords de Conakry ont été conclus sous la médiation du Président de la République de Guinée, Alpha Condé, désigné à cet effet par la CEDEAO.

L’Accord en dix points a été signé par les différentes parties présentes à Conakry et paraphé par le Médiateur, la CEDEAO, les Nations Unies, ainsi que les représentants des pays amis. Il stipule que :

« Au  terme  des  discussions,  les  parties  bissau-guinéennes  conviennent  des dispositions suivantes :

1. La  procédure  consensuelle  du  choix  d’un  Premier  Ministre  ayant  la confiance du Président de la République.  Le Premier Ministre doit rester en place jusqu’aux élections législatives de 2018;


2. La  formation  d’un  gouvernement  inclusif  selon  un  organigramme  négocié de manière consensuelle avec l’ensemble des partis politiques représentés à  l’Assemblée  Nationale,  sur  le  principe  de  leur  représentation proportionnelle;


3. La  possibilité  de  nommer  au  Gouvernement  inclusif,  des  personnalités indépendantes et de la Société Civile;


4. Le Gouvernement inclusif mettra en œuvre un programme élaboré par une table ronde de dialogue national dans les trente jours suivant la nomination du Premier Ministre;

5. Le  respect  du  principe  en  vigueur  pour  la  nomination  des  hauts fonctionnaires de la République;

6. L’élaboration  et  l’adoption  par  la  table  ronde  de  dialogue  national,  d’un Pacte  de  Stabilité  signé  par  les  principales  forces  politiques  et  sociales, articulant les principes:

7. De recevabilité et de transparence dans les prises de décisions institutionnelles;

8. De réforme de la  constitution permettant d’établir  des relations stables entre les     pouvoirs exécutif, législatif et judiciaire;
III.  De réforme de la loi électorale en vue de l’organisation couplée des élections législatives et locales en 2018;
1. D’une  nouvelle  loi  sur  les  partis  politiques  incluant  le financement public des partis politiques au prorata de leur poids à l’Assemblée Nationale;
2. De réforme des secteurs de défense, sécurité et justice;
3. Le  démarrage  de  la  mise  en  œuvre  d’un  programme  de développement suivant la vision “Terra Ranka”.
4. Le soutien par la CEDEAO, l’Union Africaine, la CPLP, les Nations Unies et l’UE des efforts d’élaboration, de mise en œuvre et de suivi du Pacte de Stabilité,  notamment  par  la  mise  à disposition  d’expertise  de  haut  niveau ainsi que d’autres moyens financiers et logistiques conséquents;
5. La mise en place d’un cadre de suivi et évaluation à trois niveaux afin de garantir la stabilité du processus:
•Au niveau du Conseil des Ministres de la CEDEAO;
•Au niveau de la Commission de la CEDEAO, en partenariat avec les autres partenaires internationaux ;
•Au  niveau  du  Médiateur  qui  rendra  compte  à  la  Conférence  des Chefs d’Etats de la CEDEAO.


9. La  réforme  constitutionnelle  sera  effectuée  dans  le  cadre  d’une  large consultation  nationale  prenant  en  compte  les  structures  de  révision existantes.  La  CEDEAO  et  les  Nations  Unies  mettront  à  disposition  des experts constitutionnalistes de haut;

10. Le principe d’une réintégration effective des 15 députés dissidents au sein du PAIGC, sans conditions, mais conformément aux textes en vigueur au sein du PAIGC. »

La cérémonie de signature présidée par le Médiateur de la CEDEAO a été soutenue par des prières au début et à la fin, par les représentants des confessions religieuses bissai-guinéennes.
La Cellule de Communication du Gouvernement.




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Dirigentes da Guiné-Bissau chegam a acordo para nomear primeiro-ministro e governo de consenso


Dirigentes políticos da Guiné-Bissau concordaram hoje em nomear um primeiro-ministro de consenso, a definir, para liderar um novo governo até final da legislatura (2018), disse fonte diplomática à Lusa.
 

O entendimento encabeça a lista de dez pontos de um documento intitulado "Acordos de Conacri", a que a Lusa teve acesso, subscrito por dirigentes políticos de Bissau durante um encontro iniciado na terça-feira na capital vizinha.

A reunião foi promovida pelo Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, na qualidade de mediador da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para tentar resolver a crise política na Guiné-Bissau.
 

O documento hoje subscrito, redigido em francês, prevê no primeiro ponto a "escolha consensual", sem prazo definido, de "um primeiro-ministro que tenha a confiança do Presidente da República" e que "deve ficar em funções até às eleições legislativas de 2018".
 

O segundo ponto detalha que a formação do novo "governo inclusivo" deverá ser feita de acordo com um "organigrama negociado de forma consensual com todos os partidos políticos representados no parlamento, seguindo o princípio da representação proporcional".
 

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tem maioria absoluta com 57 lugares, o Partido da Renovação Social (PRS) ocupa 41, o Partido da Convergência Democrática (PCD) tem dois eleitos, o Partido da Nova Democracia (PND) tem um deputado, tal como a União para a Mudança (UM).

Em janeiro, um grupo de 15 deputados do PAIGC virou costas ao partido e juntou-se à oposição (PRS) constituindo numa nova maioria que formou o atual governo, empossado pelo Presidente da República.


No entanto, este Executivo não conseguiu fazer funcionar o parlamento para aprovar o seu programa, nem o orçamento de Estado para 2016, levando ao atual bloqueio.


O documento subscrito hoje em Conacri prevê que aqueles "15 deputados sejam reintegrados no PAIGC, sem condições, mas em conformidade com as regras em vigor no partido".


Noutros dois pontos acordados hoje em Conacri é sublinhada "a possibilidade de se nomearem para o governo inclusivo personalidades independentes e membros da sociedade civil" - sendo que o programa do executivo vai resultar de "uma mesa redonda de diálogo nacional a realizar nos 30 dias seguintes à nomeação do primeiro-ministro".


Esta mesa redonda deverá dar origem a um "pacto de estabilidade assinado pelas principais forças políticas e sociais", contendo seis princípios.


Terá que haver prestação de contas e transparência na tomada de decisões institucionais, reformar a Constituição para permitir que haja "relações estáveis entre os poderes executivo, legislativo e judiciário", bem como, reformar a lei eleitoral, "tendo em vista a organização de eleições locais e legislativas em 2018".


Ao mesmo tempo, deve haver uma nova lei sobre os partidos políticos, que preveja o respetivo financiamento em proporção ao seu peso no parlamento, têm de avançar as reformas dos setores da Defesa, Segurança e Justiça e arrancar um plano de desenvolvimento, semelhante ao que foi apoiado por doadores internacionais em 2014 (intitulado "Terra Ranka").


Os restantes pontos dos "Acordos de Conacri" estabelecem mecanismos de seguimento do entendimento a que hoje se chegou, bem como de envolvimento e apoio dos parceiros internacionais para cumprimento do pacto de estabilidade - no caso, da CEDEAO, ONU, União Africana (UA), Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e União Europeia (UE).


Assinam o documento, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Aristides Ocante da Silva, o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e ainda Florentino Pereira, secretário-geral do PRS.
 

Subscrevem-no igualmente Braima Camara, em representação dos 15 deputados dissidentes do PAIGC, bem como os representantes dos partidos com menor representação parlamentar: Vicente Fernandes, presidente do PCD, Malam Djaura, representante do PND e Agnelo Regalla, presidente da UM.
 

Para além dos dirigentes guineenses implicados no acordo, rubricam-no ainda o presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, o presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel Souza, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Serra Leoa, Samura Kamara, bem como o secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto.
 

O acordo conta ainda com as rubricas de Anna Faye, embaixadora do Senegal na Guiné-Conacri, de Modibo Touré, representante da ONU em Bissau, e de Ovídio Pequeno, representante da UA em Bissau.

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Lusa/fim