segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ramos-Horta pede “total calma e serenidade” à Guiné-Bissau após acusações de droga

O representante da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, pediu hoje às autoridades civis e militares do país para que tenham “total calma e serenidade” em relação às acusações de tráfico de droga feitas pelos Estados Unidos.

Na quinta-feira, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, foi acusado pelo procurador de Manhattan, Estados Unidos, de participação numa operação internacional de tráfico de drogas e armas.

A acusação surge poucas semanas depois de os Estados Unidos terem anunciado a prisão de Bubo Na Tchuto, antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau, e de outros guineenses acusados de tráfico de droga.
Hoje, questionado pelos jornalistas, Ramos-Horta disse que seria contraproducente que as autoridades reagissem a essa matéria “com grande emoção”.

“Como amigo e irmão digo ao Governo e à liderança das Forças Armadas para fazer uso de total serenidade e calma”, disse o ex-chefe de Estado timorense.

Nas acusações a António Indjai “deve de prevalecer o princípio de direito, de inocente até se provar culpado. O facto de alguém dizer que A, B ou C é culpado não prevalece, porque o que deve prevalecer é o que é decidido num tribunal justo”, disse Ramos-Horta.

Salientando que a ONU não intervém nesse processo, Ramos-Horta considerou que até agora o Governo da Guiné-Bissau tem sabido manter a serenidade.

“Este processo só agora é que está a ser lançado pelos Estados Unidos em termos de acusação, ainda vai levar muito tempo o processo da justiça americana para alguma conclusão em relação a Bubo Na Tchuto e em relação às acusações ao general António Indjai”, disse Ramos-Horta, frisando a “total confiança” na justiça americana, pelo que ter-se-á que provar as acusações feitas.

“Creio que os acusados e os seus familiares podem estar tranquilos”, disse.

Na conferência de imprensa o representante especial do secretário-geral da ONU lembrou também que em maio haverá a cimeira dos 50 anos da União Africana e que “seria altamente simbólico e positivo se a suspensão da Guiné-Bissau fosse levantada”, sendo que para isso teria de haver da parte guineense um roteiro de transição e um “governo mais inclusivo”.

Também em maio, recordou, será a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Guiné-Bissau, que vai “aprovar ou não” uma resolução para uma nova configuração do mandato para o país.

Em fevereiro passado o Conselho de Segurança prorrogou por três meses o mandato do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), para dar tempo a Ramos-Horta para fazer propostas para um novo mandato.

Abrir escritórios das Nações Unidas fora de Bissau, em mais quatro regiões, ter mais guineenses a trabalhar para a ONU, visitar todas as províncias com agências especializadas da ONU e com embaixadores, e encorajar a ida a Bissau de personalidades mundiais são alguns dos desejos de Ramos-Horta.

Bissau (Lusa, 19 de Abril de 2012) 

“Os Americanos queriam raptar António Indjai da mesma maneira que raptaram Bubo Na Tchuto” – Daba Na Walna

                 

O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Daba Na Walna, afirmou no ultimo sábado que o ex-chefe da Armada Bubo Na Tchuto teria sido raptado nas águas do país e não internacionais como alegam os americanos.
“Nós temos informações seguras de que Bubo Na Tchuto estava aqui” e que teria sido “chamado” ao alto-mar, “e ao contrário daquilo que foi veiculado de que terá sido capturado em águas internacionais, soubemos que terá sido capturado aqui na zona de Orango (ilha dos Bijagós)”, disse, em conferência de imprensa, Daba Na Walna.
O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses contou que a captura de Bubo Na Tchuto foi uma cilada dos serviços secretos norte-americanos que visava também “raptar” o Chefe do Estado-Maior, o general António Indjai.
“Esta história começou de uma forma muito rocambolesca aqui no Estado-Maior. Nós recebemos um certo senhor aqui que foi ter com o Chefe do Estado-Maior, que também queria raptar da mesma forma como raptaram o Bubo. Disse que era um homem de negócios, com negócios na Libéria, na Guiné-Conacri, no Senegal, na Costa do Marfim, e veio com a promessa de oferecer ao Estado-Maior General o que nós quiséssemos”, explicou Na Walna.
O general António Indjai, contou ainda o porta-voz dos militares guineenses, teria desconfiado da oferta do alegado homem de negócios, que teria proposto oferecer viaturas e fardamento ao exército.
Na Walna disse que o alegado negociante negou estar envolvido com negócios de droga e que afirmava ser um cidadão de Israel.
O mesmo indivíduo, contou Daba, voltou depois a Bissau num avião particular e quando soube que António Indjai estava no Senegal (por ter perdido a ligação a Bissau depois de ter ido ao Burkina Faso) prontificou-se a ir buscá-lo.
“O objetivo era raptar o Chefe do Estado-Maior”, afirmou o porta-voz, acrescentando que António Indjai recusou a oferta e que mandou os serviços secretos investigarem a proveniência do suposto homem de negócios.
“Como viu que o seu plano não ia passar resolve telefonar, no dia anterior à detenção de Bubo Na Tchuto, dizendo ao Chefe do Estado-Maior para que se encontrassem no alto-mar que ele teria o dinheiro correspondente ao número de viaturas e fardas que prometeu”, disse Na Walna.
De acordo com o porta-voz, António Indjai disse que não costumava “fazer encontros secretos” com quem quer que fosse, e que se tinha viaturas e fardas para oferecer o devia fazer no porto de Bissau e durante o dia, para que todas as pessoas pudessem ver.
Daba Na Walna disse não ter dúvidas de que o objetivo era raptar António Indjai no alto-mar.
“Se o Chefe do Estado-Maior tivesse lá ido era raptado também, com alegada argumentação de que teria sido capturado nas águas internacionais”, afirmou.
Bissau (Lusa, 19 de Abril de 2012)   

Amigos da Guiné-Bissau de Paris com boas perspectivas para o futuro do país

                                 

 Os Amigos da Guiné-Bissau reuniram-se na capital francesa para uma conferência-debate, um ano após o golpe de estado militar de 12 de Abril de 2012.
Balanço e perspectivas para a Guiné-Bissau foi o tema central da conferência.

Várias ideias saíram desta conferência-debate, a que assistiram e intervieram os guineenses da diáspora.
Para Jorge Albino Monteiro, porta-voz do Colectivo dos Cidadãos, Simpatizantes e Amigos da Guiné-Bissau em Paris, o país está parado há já um ano, e em nome do colectivo pede a realização de eleições o mais rapidamente possível. 
Opinião diferente tem Djaló Pires, ministro dos negócios estrangeiros do governo deposto, para quem é necessário erradicar o medo e o poder dos militares, antes de se pensar em eleições na Guiné-Bissau. Primeiro é preciso uma força de intervençao pacífica das Nações Unidas no país.
Também presente nesta conferência esteve o jornalista António Aly Silva, ontem convidado na antena da RFI sobre o mandado de captura internacional por tráfico de droga a António Indjai, chefe do estado maior das Forças Armadas.

Hoje António Aly Silva e colocou em causa o possível interesse e proveito da União Europeia no tráfico de droga que passa pela Guiné-Bissau.
Já Valdir Medina, membro da direcção do Colectivo dos Amigos da Guiné-Bissau, lamenta que esta situação de corrupção e sucessivos golpes de estado já dure há mais de 30 anos, e também ele pede uma missão de acompanhamento por parte das Nações Unidas.
RFI Guiné-Bissau -Artigo publicado em 20 de Abril de 2013 - Atualizado em 22 de Abril de 2013
André Ferreira

Coreia do Norte prepara mais dois lançamentos de mísseis, diz mídia

         

A Coreia do Norte transportou dois lançadores de mísseis de curto alcance para sua costa leste, aparentemente indicando que está avançando nos preparativos para o lançamento de um teste, informou uma agência de notícias sul-coreana neste domingo.
A Coreia do Sul e seus aliados vêm esperando algum tipo de lançamento de míssil norte-coreano durante semanas de hostilidade intensa na península coreana.
Uma fonte militar sul-coreana disse à agência de notícias Yonhap do Sul que imagens de satélite mostraram que as forças norte-coreanas tinham movido dois lançadores móveis de mísseis de curto alcance Scud para a província de South Hamgyeong.
"Os militares estão observando de perto os últimos preparativos do Norte para o lançamento de um míssil", disse a fonte.
A Coreia do Norte transferiu dois mísseis Musudan de médio alcance no início de abril e colocou sete lançadores móveis na mesma área, segundo a Yonhap. Um show norte-coreano poderia ser encenado para coincidir com o aniversário da fundação de seu exército, em 25 de abril.
Um funcionário do Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse que não poderia confirmar a informação e afirmou não haver sinais de atividade incomum na Coreia do Norte. A Coreia do Norte com bastante regularidade dispara mísseis de curto alcance no mar ao largo da costa leste.
A Coreia do Norte intensificou seu desafio às resoluções do Conselho de Segurança da ONU em dezembro, quando lançou um foguete que disse ter colocado um satélite científico em órbita. Críticos dizem que o lançamento foi destinado a desenvolver tecnologia para uma ogiva nuclear montada em um míssil de longo alcance.
A Coreia do Norte prosseguiu, em fevereiro, com o terceiro teste de uma arma nuclear, o que ocasionou novas sanções da ONU, que por sua vez levaram a uma intensificação dramática de ameaças de ataques nucleares contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
A tensão com o Norte diminuiu nos últimos dias. No sábado, a Coreia do Norte reiterou que não desistirá de suas armas nucleares, rejeitando a condição dos EUA para negociações, embora tenha afirmado estar disposta a discutir o desarmamento.
SEUL, 21 Abr (Reuters)

Chefe da diplomacia guineense diz que Serifo Nhamadjo regressa ao país dentro de dias

                              


O ministro dos negócios estrangeiros do governo de transição na Guiné Bissau, afirmou em Dacar, que o Chefe de estado interino, Serifo Nhamadjo, em tratamento médico na Europa, regressa dentro de dias ao país.

O chefe da diplomacia da Guiné Bissau, Faustino Imbali, de passagem por Dacar a caminho de Bissau, no término de um périplo de uma semana através do Senegal, Burkina Faso, Costa do Marfim e Nigéria, fez o balanço com o correspondente de RFI na capital senegalesa, Cândido Camará.

Por outro lado, Faustino Imbali, reagiu à acusação de tráfico de droga e armas feita ao general António Indjai pelas autoridades americanas, mas também à  ausência do país do Presidente de transição Serifo Nhamadjo. 
O chefe da diplomacia guineense, sublinhou na entrevista que a Guiné Bissau, está implicada seriamente no combate ao narcotráfico e que o governo de transição vai dar nos próximos dias uma conferência de imprensa para clarificar todo este assunto. 

RFI 
Faustino Imbali, chefe da diplomacia guineense, entrevistado por Cândido Camará em Dacar

Ex-Presidente de Cabo Verde fala sobre detenções da Guiné-Bissau

Praia - O antigo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, considerou que a prisão do ex-Chefe de Estado-Maior da Armada guineense, Bubo Na Tchuto, pelos serviços secretos norte-americanos, pode ajudar a estabilizar a situação na Guiné-Bissau mas não resolve os problemas daquele país.
 
Em entrevista à rádio pública cabo-verdiana (RCV), Pedro Pires disse acreditar que, com a prisão de Bubo Na Tchuto, o espectro da impunidade desapareceu e que ninguém está acima da lei.

«Já vêm que não estão impunes e que pode haver uma intervenção de fora no sentido de os neutralizar», acrescentou o antigo Presidente da República, em exercício entre 2001 e 2011, e Primeiro-ministro de Cabo Verde entre 1975 e 1991.

Pedro Pires recebeu o «Prémio Mo Ibrahim», em 2011, e vai ser homenageado esta sexta-feira, 19 de Abril, na abertura do XIII Congresso do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder), do qual foi Presidente e Secretário-Geral.

Na sua perspectiva, a prisão de Bubo Na Tchuto, figura que conheceu durante a luta pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, demonstra a fragilidade do Estado guineense.

«Para haver qualquer mudança foi necessário que fossem os americanos, a DEA. Isso demonstra a fraqueza evidente do Estado da Guiné-Bissau», sublinhou Pedro Pires.

O contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto foi detido em águas internacionais, a 2 de Abril, juntamente com quatro oficiais guineenses, por agentes do departamento anti-droga dos EUA (DEA).

Foram todos apresentados a um tribunal de Nova Iorque, que legalizou a prisão sob as acusações de conspiração para fornecimento de armas à guerrilha colombiana FARC, armazenamento cocaína da mesma organização terrorista, venda de armas para uso contra as forças norte-americanas e tentativa de introduzir cocaína no mercado dos EUA.

Esta quinta-feira, 18 de Abril, o Procurador de Manhattan (EUA), Preet
Bharara, apresentou uma queixa juntamente com a DEA num tribunal dos EUA, contra o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, acusando-o de participar numa operação internacional de tráfico de droga e armas.

Bharara e a DEA acusam Indjai de ter usado a sua posição no topo da hierarquia militar guineense para ser intermediário, fazendo da Guiné-Bissau um ponto de passagem de pessoas, que se acredita serem terroristas e narcotraficantes.

Além de Indjai, Preet Bharara e a DEA acusam também o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea guineense, Ibraima Papa Camará, pelos mesmos crimes.

Espera-se agora que as autoridades norte-americanas emitam um mandato internacional de captura contra António Indjai que, a 12 de Abril de
2012, liderou um golpe de Estado contra o Governo de Carlos Gomes Júnior, derrubando o antigo Primeiro-ministro e o Presidente Interino, Raimundo Pereira.

Há precisamente um ano, António Indjai foi incluído na lista de indivíduos alvos de sanções do Conselho de Segurança da ONU, por ter protagonizado o referido golpe de Estado, interrompendo a segunda volta de eleições Presidenciais. Em 2010, os EUA já tinham emitido um mandado internacional de captura a Papa Camará.

A acusação agora feita pelo Procurador de Manhattan e pela DEA, que terão pedido a colaboração dos militares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), estacionados na Guiné-Bissau, criou um ambiente de «medo» nos Quartéis e em certos círculos políticos guineenses, que receiam que os militares da CEDEAO tentem deter as principais chefias do país, entre políticos e militares.

A PNN sabe que António Indjai e Papá Camará têm permanecido entre o Estado-Maior das Forças Armadas e o Quartel da Força Aérea, evitando circular na rua com receio de uma possível captura.


(c) PNN Portuguese News Network

Daba Naualna refuta acusações contra General António Indjai

           

O coronel Daba Naualna, porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau, refutou hoje, Sábado, todas as acusações contra o General António Indjai.

No princípio desta semana, os Estados Unidos da América acusaram o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau de estar envolvido no tráfico de droga e de armas.
Mas, em declarações à imprensa, Daba Naualna evocando o princípio da presunção inocência, disse “enquanto não se provar que o General Indjai em juízo é o responsável, presume-se inocente”.
O porta-voz do Estado maior disse estar irritado com aquilo que considera de “propaganda barata” cujo único objectivo é “crucificar o homem antes do julgamento”. Naualna considerou de preocupante esta situação porque “estamos imolar o general Indjai no altar da liberdade da imprensa”.

O Chefe de Estado-Maior General das Forcas Armadas (CEMGFA), General António Indjai
Daba Naualna serviu-se da ocasião para descrever o estado emocional do Chefe de Estado-maior, em consequência das acusações da prática do crime: “É muito natural que o general Indjai sinta frustrado, desesperado, agoniado, triste, por tudo quanto se fala porque ele é também gente como qualquer um e ninguém de vós gostaria de ouvir o seu nome a ser badalado como agora está a ser feito com o General”.
Durante o encontro com os jornalistas, Daba Naualna admitiu a gravidade da situação porque “o general é considerado como um conspirador contra os estados unidos da América. Quem conspira contra os estados unidos da América tem problema serio”. General Indjai não se teria “sentido bem com isso”, indicou Naualna, tendo acrescentado que toda a família do mais alto oficial militar guineense “está preocupada”.
Apesar destas frustrações, o porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau disse não ser contra a decisão dos EUA investigarem e procurarem saber sobre o tráfico de drogas e de lutar contra a criminalidade transnacional organizada. Aliás, nas palavras de Daba Naualna, “o terrorismo, o tráfico de drogas, o tráfico de armas incomoda todo e qualquer indivíduo do bom senso”.
Todavia, Naualna lamentou a forma como as operações norte-americanas foram feitas no país. Para ele, apesar de se falar tanto da existência de traficantes de armas e de drogas na Guiné-Bissau, “chega-se à conclusão de que chegados aqui os americanos, não constataram e não conheceram nenhum traficante porque senão, não inventariam cenários, tal como vimos”.
Para Daba Naualna, os agentes secretos norte-americanos “teriam aliciado a Bubo na Tchuto” para participar nas suas operações e depois “trefilou-se de que o chefe de estado-maior estaria a conluiar com Bubo, mas toda a gente sabe que desde 26 de Dezembro do ano passado Bubo e o Estado-maior general estão de costas viradas”.
Para além de contestar a forma como os americanos investigaram o suposto tráfico de drogas e de armas, Daba Naualna questionou a forma e até a tese Americana quanto à prisão do antigo chefe da marinha nacional da Guiné-Bissau. Segundo a explicação de Naualna, “nenhum bote chega às águas internacionais. Os botes que temos aqui para a fiscalização marítima só servem par ir até às doze milhas, mais nada. Não vão para além disso”.
Daba Naualna acrescentou ainda ser também este o caso dos botes mais fortes, como os da fiscalização, “mas nem estes conseguem fazer as doze milhas, a não ser que o barco tenha vindo até aqui apanha-lo [José Américo Bubo Na Tchuto] e se então não o apanharam aqui em Bissau, então não foi capturado nas águas internacionais”.
Daba Naualna mostrou-se convencido de que Bubo Na Tchuto teria sido levado para as águas internacionais através doutros meios porque “se for com bote, não chegaria às águas internacionais porque afogaria. Agora onde isto terá sido? Seguramente no território da Guiné-Bissau”.
Recorde-se que uma operação da agência anti-narcotráfico norte-americana (DEA) levou à detenção, a 4 de Abril, do contra-almirante Bubo na Tchuto e assim como doutros cidadãos guineenses e que foram transportados para Nova Iorque, onde estão a aguardar o seu julgamento.
Duas semanas mais tarde, os EUA formalizaram as suas acusações contra António Indjai, o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Indjai é acusado de tráfico de droga e de armas.
De acordo com o documento que indicia António Indjai, o alto oficial guineense terá supostamente participado numa conspiração para fornecer armas à guerrilha colombiana das FARC, considerada terrorista pelos EUA, e terá usado a sua posição no topo da hierarquia militar guineense para fazer passar no país terroristas e narcotraficantes.
Acusações entretanto desmentidas agora pelas autoridades guineenses, através do porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau, o coronel Daba Naualna.
(GBissau.com, 20 de Abril de 2013)

sábado, 20 de abril de 2013

Narco-terrorismo : Sinais que Bissau foi preferindo ignorar

                                   

Por: Nelson Herbert*
Em Julho de 2009, o narcotraficante Jesus Eduardo Valencia Arbelaez, conhecido pelo seu pioneirismo na exploração das rotas africanas para a introdução da cocaína nos mercados europeus e americano, era detido, em Bucareste, Roménia.
Numa operação que contou com a cooperação e o envolvimento de instituições policiais da Roménia, dos Estados Unidos, da Republica Dominicana, do Togo e Serra Leoa, Valencia-Arbelaez líder da “Organização”, cartel da cocaína com raízes na Colômbia e na Venezuela encontrava-se na capital romena para avaliar com a máfia local e as redes do tráfico de droga, a expansão das operações do narcotráfico na África Ocidental.
No âmbito da operação “Bucareste“ dois outros cabecilhas da “Organização “, Geraldo Quintana Perez e Harvey Steven Perez, influentes elementos de ligação com a parceria oeste africana do tráfico de cocaína, detidos na Serra Leoa por essa mesma altura, seriam transferidos para a custódia das autoridades americanas.
Uma lista, no entanto, engrossada meses depois, com as detenções de Javier Caro e Silva Jaramillo, respectivamente no Togo e na República Dominicana.
Extraditado para os Estados Unidos, Valencia-Arbelaez, sob a acusação de conspiração para a introdução de cocaína no mercado dos Estados Unidos, viria em Abril de 2010 a ser condenado por um tribunal do Distrito Sul de Nova Iorque, por sinal o mesmo do “ Caso Bubo Na Tchuto”, a uma pena de 17 anos e meio de prisão.
Diga-se, entretanto, um processo em que a cooperação deste barão da cocaína com as autoridades policiais nacionais, funcionaria como atenuante, justificando por conseguinte esta condescendência da justiça norte-americana, paradoxalmente conhecida por ter uma “mão pesada” perante casos criminais do género.
Basta aqui recordar que por um crime idêntico, a ser provado perante o tribunal, o antigo chefe da armada guineense, Bubo Na Tchuto recentemente detido nas águas internacionais, por agentes da Agencia dos Estados de Combate ao Narcotráfico, DEA, incorre da pena de prisão perpétua.
Criminalistas contactados a propósito, dão como provável, entalado entre as garras da justiça norte-americana, do jeito em que Bubo Na Tchuto, Mamadi Mane e os demais guineenses detidos, se encontram, que a estratégia da defesa desses arguidos guineenses possa ter que passar pela colaboração destes com os tribunais, através da entrega de bandeja do que ainda resta de protagonistas do trafico da cocaína na Guiné-Bissau.
Verdade ou não o certo é que com a detenção dos cabecilhas da “Organização” em Abril de 2010 e a consequente colaboração com as autoridades policiais, os Estados Unidos não só conseguem o desmantelamento daquele cartel narcotraficante como penetram os meandros do “Modus Operandi” das rotas do narcotráfico entre a América do Sul e a África Ocidental.
Daí a operação do fecho ao cerco a parceria sub-regional africana do narcotráfico, foi apenas um compasso de espera. Sinais que entretanto Bissau foi preferindo ignorar!
Lista negra de narcotraficantes
Seria pois no rescaldo da operação de desmantelamento da “Organização” e curiosamente coincidindo com a condenação de Valencia-Arbelaez por um tribunal distrital de Nova Iorque, em Abril de 2010, que os chefes de estado da armada e da força aérea guineenses, respectivamente Bubo Na Tchuto e Ibrahima Papa Câmara passam a figurar da lista de Washington, de barões da droga.
A tal lista negra de “má memoria” que o então presidente Malam Bacai Sanha, e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, preferem em Outubro de 2010, não levar em conta na controversa decisão de recondução do contra almirante Bubo Na Tchuto na chefia do Estado-Maior da Armada bissau-guineense.
Recorde-se que já por essa altura, Washington vinha dando mostras de abertura na cooperação com as autoridades judiciais guineenses particularmente na investigação de casos pendentes da justiça nacional, nomeadamente os assassinatos em Marco de 2009, do então chefe de estado-maior das Forcas Armadas guineenses, Tagma Na Waye, um episódio, fazendo fé nas teses dos norte-americanos, com indícios de envolvimento de células narco-terrorista e do então chefe de estado guineense, Nino Vieira.
A par dos dois oficiais militares bissau-guineenses, Ousmane Conte, filho do ex-presidente conacri-guineense, Lassana Conte integra por essa mesma ocasião, o trio de cidadãos oeste -africanos da lista negra de Washington.
                                 

                                           Ousmane Conte, filho do ex-presidente conacri-guineense, Lassana Conte
Com conhecidas ligações ao narcotráfico na sub-região, facto que chegou inclusive e publicamente em tempos a admitir, sob Ousmane Conte recaem fortes suspeitas, de ter contribuído financeiramente para a campanha presidencial que em 2005 reconduziria, após seis anos de exílio em Portugal, Nino Vieira ao poder na Guiné-Bissau.
Aliás acredita-se que tenha sido através da intermediação desta controversa figura conacri-guineense, que surgiram os primeiros contactos entre a organização de Valencia-Arbelaez e o grupo que viria a se constituir na parceria bissau-guineense do trafico da cocaína naquela sub-região africana.
“Organização” de tentáculos multidireccionais
Com raízes na Colômbia e na Venezuela e ramificações operativas na Bolívia, Espanha, Holanda, Chipre, Estados Unidos, além da Serra Leoa, Mauritânia, Mali e a Guiné-Conacri, este último país, que se acredita ter servido de porta de entrada da
“ Organização” na Guiné-Bissau, Valencia-Arbelaez foi pois o líder de uma sofisticada organização de tráfico internacional de cocaína, que elegeu os corredores aéreos entre a América do Sul e a África Ocidental, fora do alcance dos radares, no negócio da cocaína, que teria por mercado a Europa, os Estados Unidos e o Canadá.
Infiltrada, desde Setembro de 2007, por agentes da Agência dos Estados Unidos de Combate à Droga, DEA, remonta a esse período os primeiros contactos da organização com potenciais fornecedores de aviões cargueiros destinados ao transporte da droga para a África Ocidental.
               

                                         Avião-executivo Gulstream retido em Julho de 2008 no aeroporto de Bissau
Por essa altura, começaram a ser visíveis os primeiros indícios  da conivência  entre os intermediários da organização do narcotraficante colombiano, cuja presença e amiúde vezes referenciada na sub-região, a sectores militares e do poder, particularmente  na Guiné-Conacri e  Guiné-Bissau.
Deste narcotraficante e ainda conhecido a particularidade de andar munido de um mapa da África Ocidental, que exibia sempre e quando fossem necessárias orientações precisas aos pilotos das aeronaves, sobre o ponto exacto do destino da carga, algures na sub-região africana.
Arbelaez vangloriava-se por outro lado do privilégio que as suas aeronaves, gozavam nos aeródromos militares da Guiné-Conacri. Durante o julgamento do caso em Nova Iorque, das gravações áudio e vídeo conseguidas por agentes encobertos da DEA ficou-se, igualmente, a saber dos contornos de um plano de aquisição de um aeroporto privado naquele pais africano pela “Organização”.
Um negócio que a ser consumado, facilitaria o fluxo da cocaína directamente da selva sul-americana para a África Ocidental.
Comité do Senado americano dá luz verde à operação
Em Maio de 2012, um mês depois do golpe militar que se seguiu a controversa gerada pelas eleições presidências na Guiné-Bissau e pela presença de forças angolanas da Missang no pais, o Comité do Senado para o Controlo Internacional de Narcóticos, reúne-se em Washington com a “ Ameaça do Narcotráfico na África Ocidental” na agenda.
Chamados a testemunhar, as distintas agências dos Estados Unidos de combate a narcóticos, munidas de informações privilegiadas, traçam um quadro negro da
(in) viabilidade de alguns estados africanos da região, de instituições infiltradas pelas redes da cocaína, estas com vínculos ao extremismo islâmico.
A África Ocidental muito mais que um simples corredor da droga proveniente da América do Sul com destino a Europa e aos Estados Unidos tinha-se transformado num palco de alianças espúrias entre o narcotráfico e o extremismo islâmico,com os grupos islâmicos radicais  a chamarem a si a responsabilidade de protecção das rotas da cocaína.
“Estamos profundamente preocupados com a situação devido ao pernicioso efeito do tráfico da droga na região e suas conexões as actividades criminais e terroristas no mundo “ alertou na altura William Wechesler, assistente do secretário da defesa norte-americano para o combate aos narcotráficos e as ameaças globais.
Para Washington, o tráfico de droga na África Ocidental assumia-se, cada vez mais “como o sintoma visível de uma doença bem mais grave e desestabilizadora que, lentamente mas de forma progressiva, ia afectando o tecido o tecido social , a estabilidade e as próprias instituições dos estados na região e por tabela, os interesses americanos”.
E a experiência da Guiné-Bissau vem a baila. A infiltração das redes do narcotráfico em varias esferas de governação e das instituições castrenses, com reflexos na paralisação das instituições do Estado naquele país lusófono e evocado como um caso ilustrativo da real dimensão da problemática do narcotráfico na sub-região africana.
Referindo-se aos contornos “endémicos” do tráfico da cocaína na Guiné-Bissau, Johnnie Carson, assistente do secretário de Estado norte-americano chega na altura a indiciar a elite política e militar do país, na sua maioria, de conivência com as redes do narcotráfico.
Durante as audiências a presença de intermediários das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC naquela sub-região africana, isto com base em informações colhidas por agentes policiais norte-americanos infiltrados nas redes da droga, e referida pela primeira vez.
Em causa o interesse da guerrilha colombiana na aquisição dos sofisticados mísseis portáteis terra-ar, por sinal referenciados no arsenal militar das Forças Armadas guineense
Sobre os mísseis portáteis terra-ar sublinhe-se o facto de recentemente o general John Kelly comandante do Comando Militar-Sul norte-americano, ter assegurado perante o Comité do Senado das Forças Armadas estarem as FARC munidas de sistemas portáteis de mísseis terra-ar supostamente adquiridas graças a conexão entre oficiais militares oeste africano e o narcotráfico.
Alegações que Bogotá, através do seu ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzon; e do chefe de Estado-Maior das Forças Armadas colombianas, o general Alejandro Navas, prontificou a desdramatizar.
Pinzon admitiu entretanto a captura em tempos e durante uma incursão militar das forças governamentais daquele país sul-americano contra bases da guerrilha na selva amazónica colombiana, de dois sistemas antiaéreos portáteis, do tipo Strella.
Inoperacional e em avançado estado de degradação Bogotá chegou inclusive a aventar a necessidade de um aprofundamento das investigações para apurar a potencial proveniência de tais armamentos.
Enquanto isso, a possibilidade dos mísseis em questão, caírem nas mãos dos rebeldes e serem utilizados contra helicópteros e aviões caças americanos em apoio as Forças Armadas colombianas envolvidas na ofensiva contra posições rebeldes na Colômbia, adensavam as apreensões de Washington.
A margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Outubro de 2012 e na fase derradeira das investigações do caso António Indjai/Bubo Na Tchuto e numa altura em que os protagonismos do eixo da cocaína na Guiné-Bissau, estariam já identificados, emissários do departamento de estado norte-americano, reúnem-se em Nova Iorque com o presidente interino Serifo Nhamadjo.
A Nhamadjo foi transmitida as preocupações de Washington face ao crescendo do narcotráfico na Guiné-Bissau e a descarada envolvência de sectores das instituições castrenses e governamentais guineenses no tráfico.
De Bissau os norte-americanos pretendiam o aval da presidência de transição para a utilização dos sofisticados “Drones” , na monitorização e combate das rotas do narcotráfico na sub-região .
Diga-se uma espécie de “alibi” de que aparentemente o presidente interino poderá se valer, para tentar sacudir os indícios de uma alegada conivência na conspiração narco-terrorista de Indjai, Na Tchuto e comanditas. Haver vamos!

*Especial Semanário Angolense

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Últimas: António Indjai é formalmente acusado de conspiração narcoterrorista

A Agência Norte-Americana de Combate às Drogas (DEA) acusa formalmente o chefe de estado-maior das Forças Armadas guineenses de conspiração narcoterrorista.
Num press release tornado público hoje na capital Washington, António Indjai é identificado como o co-conspirador de um plano que prévia a intermediação das Forças Armadas guineenses num negócio de armas, nomeadamente mísseis terra-ar, para a guerrilha colombiana das FARC, que os EUA consideram de uma organização terrorista estrangeira.
António Indjai é indiciado de se ter para o efeito usado do seu poder e funções, para envolver o estado e as instituições guineenses num negócio de tráfico de armas – venda de mísseis terra-ar para uma organização terrorista estrangeira e narcoterrorismo e de conspirar para importar drogas para os Estados Unidos.
A “acusação de hoje reflecte o compromisso da DEA para garantir a segurança da nossa nação e proteger os nossos cidadãos”, disse administradora da DEA Michele M. Leonhart. Para ela, “essas acusações revelam como Indjai e o seu regime de terror têm ameaçado a segurança nacional dos EUA, do seu próprio país, e de todo o globo”.
Para a DEA, como chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai “teve acesso privilegiado aos instrumentos do poder nacional que fez dele uma figura significativa no comércio de drogas perigosas para a África Ocidental”.
O comunicado da DEA sublinha a parceria do alto oficial guineense com indivíduos que ele acreditava serem parte de uma organização terrorista como as FARC, o que terá permitido a Indjai “a expansão das suas actividades criminosas, com danos” imprevisíveis.
Assim, a DEA diz ter tomado uma acção decisiva contra “este narco-terrorista” [António Indjai] e a sua rede de facilitadores”.
E nas palavras da Procuradora dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, Preet Bharara, “tal como acontece com tantos funcionários supostamente corruptos, Indjai vendeu a si mesmo, usando o seu país por um preço”.
As acusações contra Indjai, juntamente com as recentes prisões dos seus alegados “co-conspiradores, desmantelaram uma rede de supostos narcoterroristas”, revela a DEA.
Sobre o general António Indjai recaem as seguintes acusações:
  1. Uma acusação de conspiração para se envolver em narco-terrorismo;
  2. Uma acusação de conspiração para distribuir cinco ou mais quilogramas de cocaína, sabendo ou pretendendo que a mesma seja importada para os Estados Unidos;
  3. Uma acusação de conspiração para fornecer apoio material e recursos para uma FTO (organização terrorista internacional);
  4. Uma acusação de conspiração para adquirir e transferir mísseis antiaéreas.
Recorde-se que as mesmas acusações recaem sobre Mamadi Mané e Saliu Sissé, outros detidos recentemente no âmbito da operação encoberta da DEA. Fazem também parte da lista dos detidos — mas com acusações diferentes — o antigo chefe da Marinha guineense, Bubo Na Tchuto, e cidadãos Papis Djemé e Tchamy Yalá.
Washington (18 de Abril de 2013)

U.S. Indicts Guinea-Bissau’s Military Chief in Drug Case

DAKAR, Senegal — The head of Guinea-Bissau’s armed forces, Gen. Antonio Injai, has been indicted by a federal grand jury in New York on cocaine and weapons-trafficking charges, the United States attorney’s office in Manhattan said Thursday, part of an ambitious American operation targeting some of the most powerful figures in a country long considered a major haven for drug smuggling.
According to the indictment, Mr. Injai told informants for the United States Drug Enforcement Administration, who were posing as rebels with the Revolutionary Armed Forces of Colombia, or FARC, that he was willing to store tons of cocaine and ship it to the United States. He is also accused of agreeing to buy weapons for the FARC, which is designated a terrorist organization by the United States.
Two weeks ago, an ally of his, the former head of Bissau’s Navy, was indicted on similar drug charges after being arrested in a sting off the coast of West Africa.
For years, Guinea-Bissau has been considered one of the world’s premier examples of a narco-state, one where the government hierarchy is deeply implicated in the drug trade. But the cases bring those longstanding assertions quite a step further, offering what prosecutors describe as clear evidence of official involvement in trafficking, and aiming to haul senior figures into court.
Unlike the former naval boss, who was lured into a fake meeting on the high seas to be arrested, Mr. Injai remains free in Bissau, the dilapidated capital of the small Western African nation, where he has helped lead two coups d'état in the last three years and is widely considered the real force behind the impoverished country’s nominal government.
In an interview last fall at the crumbling Portuguese colonial fort that serves as military headquarters in Bissau, the burly General Injai indignantly denied that he was involved in the drug trade. “Anybody who has the proof, present it!” he said at the time.
But during that same period, he was meeting with the D.E.A. informants, plotting the reception and shipment of tons of cocaine and weapons for the FARC, according to the indictment.
“The general agreed with the proposal to ship FARC cocaine to Guinea-Bissau for later distribution in the United States and to procure weapons for FARC, including surface-to-air missiles,” the indictment says. Mr. Injai also demanded, and later received, an upfront payment of 20,000 euros from the informants, and was well pleased with it, according to the indictment.
And he told the informants that he would shortly be discussing the plan with the president of Guinea-Bissau. In interviews last fall, officials with both the government and the military agreed that relations between the two were excellent.
On Thursday evening, the Guinea-Bissau government spokesman, Fernando Vaz, said of the indictment: “We don’t have any information on that. When we get the information, we will take a position.”
General Injai was expected to address the charges against him on Friday at a news conference in Bissau.
By ADAM NOSSITER
Published: April 18, 2013