segunda-feira, 22 de abril de 2013

Daba Naualna refuta acusações contra General António Indjai

           

O coronel Daba Naualna, porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau, refutou hoje, Sábado, todas as acusações contra o General António Indjai.

No princípio desta semana, os Estados Unidos da América acusaram o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau de estar envolvido no tráfico de droga e de armas.
Mas, em declarações à imprensa, Daba Naualna evocando o princípio da presunção inocência, disse “enquanto não se provar que o General Indjai em juízo é o responsável, presume-se inocente”.
O porta-voz do Estado maior disse estar irritado com aquilo que considera de “propaganda barata” cujo único objectivo é “crucificar o homem antes do julgamento”. Naualna considerou de preocupante esta situação porque “estamos imolar o general Indjai no altar da liberdade da imprensa”.

O Chefe de Estado-Maior General das Forcas Armadas (CEMGFA), General António Indjai
Daba Naualna serviu-se da ocasião para descrever o estado emocional do Chefe de Estado-maior, em consequência das acusações da prática do crime: “É muito natural que o general Indjai sinta frustrado, desesperado, agoniado, triste, por tudo quanto se fala porque ele é também gente como qualquer um e ninguém de vós gostaria de ouvir o seu nome a ser badalado como agora está a ser feito com o General”.
Durante o encontro com os jornalistas, Daba Naualna admitiu a gravidade da situação porque “o general é considerado como um conspirador contra os estados unidos da América. Quem conspira contra os estados unidos da América tem problema serio”. General Indjai não se teria “sentido bem com isso”, indicou Naualna, tendo acrescentado que toda a família do mais alto oficial militar guineense “está preocupada”.
Apesar destas frustrações, o porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau disse não ser contra a decisão dos EUA investigarem e procurarem saber sobre o tráfico de drogas e de lutar contra a criminalidade transnacional organizada. Aliás, nas palavras de Daba Naualna, “o terrorismo, o tráfico de drogas, o tráfico de armas incomoda todo e qualquer indivíduo do bom senso”.
Todavia, Naualna lamentou a forma como as operações norte-americanas foram feitas no país. Para ele, apesar de se falar tanto da existência de traficantes de armas e de drogas na Guiné-Bissau, “chega-se à conclusão de que chegados aqui os americanos, não constataram e não conheceram nenhum traficante porque senão, não inventariam cenários, tal como vimos”.
Para Daba Naualna, os agentes secretos norte-americanos “teriam aliciado a Bubo na Tchuto” para participar nas suas operações e depois “trefilou-se de que o chefe de estado-maior estaria a conluiar com Bubo, mas toda a gente sabe que desde 26 de Dezembro do ano passado Bubo e o Estado-maior general estão de costas viradas”.
Para além de contestar a forma como os americanos investigaram o suposto tráfico de drogas e de armas, Daba Naualna questionou a forma e até a tese Americana quanto à prisão do antigo chefe da marinha nacional da Guiné-Bissau. Segundo a explicação de Naualna, “nenhum bote chega às águas internacionais. Os botes que temos aqui para a fiscalização marítima só servem par ir até às doze milhas, mais nada. Não vão para além disso”.
Daba Naualna acrescentou ainda ser também este o caso dos botes mais fortes, como os da fiscalização, “mas nem estes conseguem fazer as doze milhas, a não ser que o barco tenha vindo até aqui apanha-lo [José Américo Bubo Na Tchuto] e se então não o apanharam aqui em Bissau, então não foi capturado nas águas internacionais”.
Daba Naualna mostrou-se convencido de que Bubo Na Tchuto teria sido levado para as águas internacionais através doutros meios porque “se for com bote, não chegaria às águas internacionais porque afogaria. Agora onde isto terá sido? Seguramente no território da Guiné-Bissau”.
Recorde-se que uma operação da agência anti-narcotráfico norte-americana (DEA) levou à detenção, a 4 de Abril, do contra-almirante Bubo na Tchuto e assim como doutros cidadãos guineenses e que foram transportados para Nova Iorque, onde estão a aguardar o seu julgamento.
Duas semanas mais tarde, os EUA formalizaram as suas acusações contra António Indjai, o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Indjai é acusado de tráfico de droga e de armas.
De acordo com o documento que indicia António Indjai, o alto oficial guineense terá supostamente participado numa conspiração para fornecer armas à guerrilha colombiana das FARC, considerada terrorista pelos EUA, e terá usado a sua posição no topo da hierarquia militar guineense para fazer passar no país terroristas e narcotraficantes.
Acusações entretanto desmentidas agora pelas autoridades guineenses, através do porta-voz do Estado maior das forças armadas da Guiné-Bissau, o coronel Daba Naualna.
(GBissau.com, 20 de Abril de 2013)

sábado, 20 de abril de 2013

Narco-terrorismo : Sinais que Bissau foi preferindo ignorar

                                   

Por: Nelson Herbert*
Em Julho de 2009, o narcotraficante Jesus Eduardo Valencia Arbelaez, conhecido pelo seu pioneirismo na exploração das rotas africanas para a introdução da cocaína nos mercados europeus e americano, era detido, em Bucareste, Roménia.
Numa operação que contou com a cooperação e o envolvimento de instituições policiais da Roménia, dos Estados Unidos, da Republica Dominicana, do Togo e Serra Leoa, Valencia-Arbelaez líder da “Organização”, cartel da cocaína com raízes na Colômbia e na Venezuela encontrava-se na capital romena para avaliar com a máfia local e as redes do tráfico de droga, a expansão das operações do narcotráfico na África Ocidental.
No âmbito da operação “Bucareste“ dois outros cabecilhas da “Organização “, Geraldo Quintana Perez e Harvey Steven Perez, influentes elementos de ligação com a parceria oeste africana do tráfico de cocaína, detidos na Serra Leoa por essa mesma altura, seriam transferidos para a custódia das autoridades americanas.
Uma lista, no entanto, engrossada meses depois, com as detenções de Javier Caro e Silva Jaramillo, respectivamente no Togo e na República Dominicana.
Extraditado para os Estados Unidos, Valencia-Arbelaez, sob a acusação de conspiração para a introdução de cocaína no mercado dos Estados Unidos, viria em Abril de 2010 a ser condenado por um tribunal do Distrito Sul de Nova Iorque, por sinal o mesmo do “ Caso Bubo Na Tchuto”, a uma pena de 17 anos e meio de prisão.
Diga-se, entretanto, um processo em que a cooperação deste barão da cocaína com as autoridades policiais nacionais, funcionaria como atenuante, justificando por conseguinte esta condescendência da justiça norte-americana, paradoxalmente conhecida por ter uma “mão pesada” perante casos criminais do género.
Basta aqui recordar que por um crime idêntico, a ser provado perante o tribunal, o antigo chefe da armada guineense, Bubo Na Tchuto recentemente detido nas águas internacionais, por agentes da Agencia dos Estados de Combate ao Narcotráfico, DEA, incorre da pena de prisão perpétua.
Criminalistas contactados a propósito, dão como provável, entalado entre as garras da justiça norte-americana, do jeito em que Bubo Na Tchuto, Mamadi Mane e os demais guineenses detidos, se encontram, que a estratégia da defesa desses arguidos guineenses possa ter que passar pela colaboração destes com os tribunais, através da entrega de bandeja do que ainda resta de protagonistas do trafico da cocaína na Guiné-Bissau.
Verdade ou não o certo é que com a detenção dos cabecilhas da “Organização” em Abril de 2010 e a consequente colaboração com as autoridades policiais, os Estados Unidos não só conseguem o desmantelamento daquele cartel narcotraficante como penetram os meandros do “Modus Operandi” das rotas do narcotráfico entre a América do Sul e a África Ocidental.
Daí a operação do fecho ao cerco a parceria sub-regional africana do narcotráfico, foi apenas um compasso de espera. Sinais que entretanto Bissau foi preferindo ignorar!
Lista negra de narcotraficantes
Seria pois no rescaldo da operação de desmantelamento da “Organização” e curiosamente coincidindo com a condenação de Valencia-Arbelaez por um tribunal distrital de Nova Iorque, em Abril de 2010, que os chefes de estado da armada e da força aérea guineenses, respectivamente Bubo Na Tchuto e Ibrahima Papa Câmara passam a figurar da lista de Washington, de barões da droga.
A tal lista negra de “má memoria” que o então presidente Malam Bacai Sanha, e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, preferem em Outubro de 2010, não levar em conta na controversa decisão de recondução do contra almirante Bubo Na Tchuto na chefia do Estado-Maior da Armada bissau-guineense.
Recorde-se que já por essa altura, Washington vinha dando mostras de abertura na cooperação com as autoridades judiciais guineenses particularmente na investigação de casos pendentes da justiça nacional, nomeadamente os assassinatos em Marco de 2009, do então chefe de estado-maior das Forcas Armadas guineenses, Tagma Na Waye, um episódio, fazendo fé nas teses dos norte-americanos, com indícios de envolvimento de células narco-terrorista e do então chefe de estado guineense, Nino Vieira.
A par dos dois oficiais militares bissau-guineenses, Ousmane Conte, filho do ex-presidente conacri-guineense, Lassana Conte integra por essa mesma ocasião, o trio de cidadãos oeste -africanos da lista negra de Washington.
                                 

                                           Ousmane Conte, filho do ex-presidente conacri-guineense, Lassana Conte
Com conhecidas ligações ao narcotráfico na sub-região, facto que chegou inclusive e publicamente em tempos a admitir, sob Ousmane Conte recaem fortes suspeitas, de ter contribuído financeiramente para a campanha presidencial que em 2005 reconduziria, após seis anos de exílio em Portugal, Nino Vieira ao poder na Guiné-Bissau.
Aliás acredita-se que tenha sido através da intermediação desta controversa figura conacri-guineense, que surgiram os primeiros contactos entre a organização de Valencia-Arbelaez e o grupo que viria a se constituir na parceria bissau-guineense do trafico da cocaína naquela sub-região africana.
“Organização” de tentáculos multidireccionais
Com raízes na Colômbia e na Venezuela e ramificações operativas na Bolívia, Espanha, Holanda, Chipre, Estados Unidos, além da Serra Leoa, Mauritânia, Mali e a Guiné-Conacri, este último país, que se acredita ter servido de porta de entrada da
“ Organização” na Guiné-Bissau, Valencia-Arbelaez foi pois o líder de uma sofisticada organização de tráfico internacional de cocaína, que elegeu os corredores aéreos entre a América do Sul e a África Ocidental, fora do alcance dos radares, no negócio da cocaína, que teria por mercado a Europa, os Estados Unidos e o Canadá.
Infiltrada, desde Setembro de 2007, por agentes da Agência dos Estados Unidos de Combate à Droga, DEA, remonta a esse período os primeiros contactos da organização com potenciais fornecedores de aviões cargueiros destinados ao transporte da droga para a África Ocidental.
               

                                         Avião-executivo Gulstream retido em Julho de 2008 no aeroporto de Bissau
Por essa altura, começaram a ser visíveis os primeiros indícios  da conivência  entre os intermediários da organização do narcotraficante colombiano, cuja presença e amiúde vezes referenciada na sub-região, a sectores militares e do poder, particularmente  na Guiné-Conacri e  Guiné-Bissau.
Deste narcotraficante e ainda conhecido a particularidade de andar munido de um mapa da África Ocidental, que exibia sempre e quando fossem necessárias orientações precisas aos pilotos das aeronaves, sobre o ponto exacto do destino da carga, algures na sub-região africana.
Arbelaez vangloriava-se por outro lado do privilégio que as suas aeronaves, gozavam nos aeródromos militares da Guiné-Conacri. Durante o julgamento do caso em Nova Iorque, das gravações áudio e vídeo conseguidas por agentes encobertos da DEA ficou-se, igualmente, a saber dos contornos de um plano de aquisição de um aeroporto privado naquele pais africano pela “Organização”.
Um negócio que a ser consumado, facilitaria o fluxo da cocaína directamente da selva sul-americana para a África Ocidental.
Comité do Senado americano dá luz verde à operação
Em Maio de 2012, um mês depois do golpe militar que se seguiu a controversa gerada pelas eleições presidências na Guiné-Bissau e pela presença de forças angolanas da Missang no pais, o Comité do Senado para o Controlo Internacional de Narcóticos, reúne-se em Washington com a “ Ameaça do Narcotráfico na África Ocidental” na agenda.
Chamados a testemunhar, as distintas agências dos Estados Unidos de combate a narcóticos, munidas de informações privilegiadas, traçam um quadro negro da
(in) viabilidade de alguns estados africanos da região, de instituições infiltradas pelas redes da cocaína, estas com vínculos ao extremismo islâmico.
A África Ocidental muito mais que um simples corredor da droga proveniente da América do Sul com destino a Europa e aos Estados Unidos tinha-se transformado num palco de alianças espúrias entre o narcotráfico e o extremismo islâmico,com os grupos islâmicos radicais  a chamarem a si a responsabilidade de protecção das rotas da cocaína.
“Estamos profundamente preocupados com a situação devido ao pernicioso efeito do tráfico da droga na região e suas conexões as actividades criminais e terroristas no mundo “ alertou na altura William Wechesler, assistente do secretário da defesa norte-americano para o combate aos narcotráficos e as ameaças globais.
Para Washington, o tráfico de droga na África Ocidental assumia-se, cada vez mais “como o sintoma visível de uma doença bem mais grave e desestabilizadora que, lentamente mas de forma progressiva, ia afectando o tecido o tecido social , a estabilidade e as próprias instituições dos estados na região e por tabela, os interesses americanos”.
E a experiência da Guiné-Bissau vem a baila. A infiltração das redes do narcotráfico em varias esferas de governação e das instituições castrenses, com reflexos na paralisação das instituições do Estado naquele país lusófono e evocado como um caso ilustrativo da real dimensão da problemática do narcotráfico na sub-região africana.
Referindo-se aos contornos “endémicos” do tráfico da cocaína na Guiné-Bissau, Johnnie Carson, assistente do secretário de Estado norte-americano chega na altura a indiciar a elite política e militar do país, na sua maioria, de conivência com as redes do narcotráfico.
Durante as audiências a presença de intermediários das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC naquela sub-região africana, isto com base em informações colhidas por agentes policiais norte-americanos infiltrados nas redes da droga, e referida pela primeira vez.
Em causa o interesse da guerrilha colombiana na aquisição dos sofisticados mísseis portáteis terra-ar, por sinal referenciados no arsenal militar das Forças Armadas guineense
Sobre os mísseis portáteis terra-ar sublinhe-se o facto de recentemente o general John Kelly comandante do Comando Militar-Sul norte-americano, ter assegurado perante o Comité do Senado das Forças Armadas estarem as FARC munidas de sistemas portáteis de mísseis terra-ar supostamente adquiridas graças a conexão entre oficiais militares oeste africano e o narcotráfico.
Alegações que Bogotá, através do seu ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzon; e do chefe de Estado-Maior das Forças Armadas colombianas, o general Alejandro Navas, prontificou a desdramatizar.
Pinzon admitiu entretanto a captura em tempos e durante uma incursão militar das forças governamentais daquele país sul-americano contra bases da guerrilha na selva amazónica colombiana, de dois sistemas antiaéreos portáteis, do tipo Strella.
Inoperacional e em avançado estado de degradação Bogotá chegou inclusive a aventar a necessidade de um aprofundamento das investigações para apurar a potencial proveniência de tais armamentos.
Enquanto isso, a possibilidade dos mísseis em questão, caírem nas mãos dos rebeldes e serem utilizados contra helicópteros e aviões caças americanos em apoio as Forças Armadas colombianas envolvidas na ofensiva contra posições rebeldes na Colômbia, adensavam as apreensões de Washington.
A margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Outubro de 2012 e na fase derradeira das investigações do caso António Indjai/Bubo Na Tchuto e numa altura em que os protagonismos do eixo da cocaína na Guiné-Bissau, estariam já identificados, emissários do departamento de estado norte-americano, reúnem-se em Nova Iorque com o presidente interino Serifo Nhamadjo.
A Nhamadjo foi transmitida as preocupações de Washington face ao crescendo do narcotráfico na Guiné-Bissau e a descarada envolvência de sectores das instituições castrenses e governamentais guineenses no tráfico.
De Bissau os norte-americanos pretendiam o aval da presidência de transição para a utilização dos sofisticados “Drones” , na monitorização e combate das rotas do narcotráfico na sub-região .
Diga-se uma espécie de “alibi” de que aparentemente o presidente interino poderá se valer, para tentar sacudir os indícios de uma alegada conivência na conspiração narco-terrorista de Indjai, Na Tchuto e comanditas. Haver vamos!

*Especial Semanário Angolense

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Últimas: António Indjai é formalmente acusado de conspiração narcoterrorista

A Agência Norte-Americana de Combate às Drogas (DEA) acusa formalmente o chefe de estado-maior das Forças Armadas guineenses de conspiração narcoterrorista.
Num press release tornado público hoje na capital Washington, António Indjai é identificado como o co-conspirador de um plano que prévia a intermediação das Forças Armadas guineenses num negócio de armas, nomeadamente mísseis terra-ar, para a guerrilha colombiana das FARC, que os EUA consideram de uma organização terrorista estrangeira.
António Indjai é indiciado de se ter para o efeito usado do seu poder e funções, para envolver o estado e as instituições guineenses num negócio de tráfico de armas – venda de mísseis terra-ar para uma organização terrorista estrangeira e narcoterrorismo e de conspirar para importar drogas para os Estados Unidos.
A “acusação de hoje reflecte o compromisso da DEA para garantir a segurança da nossa nação e proteger os nossos cidadãos”, disse administradora da DEA Michele M. Leonhart. Para ela, “essas acusações revelam como Indjai e o seu regime de terror têm ameaçado a segurança nacional dos EUA, do seu próprio país, e de todo o globo”.
Para a DEA, como chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai “teve acesso privilegiado aos instrumentos do poder nacional que fez dele uma figura significativa no comércio de drogas perigosas para a África Ocidental”.
O comunicado da DEA sublinha a parceria do alto oficial guineense com indivíduos que ele acreditava serem parte de uma organização terrorista como as FARC, o que terá permitido a Indjai “a expansão das suas actividades criminosas, com danos” imprevisíveis.
Assim, a DEA diz ter tomado uma acção decisiva contra “este narco-terrorista” [António Indjai] e a sua rede de facilitadores”.
E nas palavras da Procuradora dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, Preet Bharara, “tal como acontece com tantos funcionários supostamente corruptos, Indjai vendeu a si mesmo, usando o seu país por um preço”.
As acusações contra Indjai, juntamente com as recentes prisões dos seus alegados “co-conspiradores, desmantelaram uma rede de supostos narcoterroristas”, revela a DEA.
Sobre o general António Indjai recaem as seguintes acusações:
  1. Uma acusação de conspiração para se envolver em narco-terrorismo;
  2. Uma acusação de conspiração para distribuir cinco ou mais quilogramas de cocaína, sabendo ou pretendendo que a mesma seja importada para os Estados Unidos;
  3. Uma acusação de conspiração para fornecer apoio material e recursos para uma FTO (organização terrorista internacional);
  4. Uma acusação de conspiração para adquirir e transferir mísseis antiaéreas.
Recorde-se que as mesmas acusações recaem sobre Mamadi Mané e Saliu Sissé, outros detidos recentemente no âmbito da operação encoberta da DEA. Fazem também parte da lista dos detidos — mas com acusações diferentes — o antigo chefe da Marinha guineense, Bubo Na Tchuto, e cidadãos Papis Djemé e Tchamy Yalá.
Washington (18 de Abril de 2013)

U.S. Indicts Guinea-Bissau’s Military Chief in Drug Case

DAKAR, Senegal — The head of Guinea-Bissau’s armed forces, Gen. Antonio Injai, has been indicted by a federal grand jury in New York on cocaine and weapons-trafficking charges, the United States attorney’s office in Manhattan said Thursday, part of an ambitious American operation targeting some of the most powerful figures in a country long considered a major haven for drug smuggling.
According to the indictment, Mr. Injai told informants for the United States Drug Enforcement Administration, who were posing as rebels with the Revolutionary Armed Forces of Colombia, or FARC, that he was willing to store tons of cocaine and ship it to the United States. He is also accused of agreeing to buy weapons for the FARC, which is designated a terrorist organization by the United States.
Two weeks ago, an ally of his, the former head of Bissau’s Navy, was indicted on similar drug charges after being arrested in a sting off the coast of West Africa.
For years, Guinea-Bissau has been considered one of the world’s premier examples of a narco-state, one where the government hierarchy is deeply implicated in the drug trade. But the cases bring those longstanding assertions quite a step further, offering what prosecutors describe as clear evidence of official involvement in trafficking, and aiming to haul senior figures into court.
Unlike the former naval boss, who was lured into a fake meeting on the high seas to be arrested, Mr. Injai remains free in Bissau, the dilapidated capital of the small Western African nation, where he has helped lead two coups d'état in the last three years and is widely considered the real force behind the impoverished country’s nominal government.
In an interview last fall at the crumbling Portuguese colonial fort that serves as military headquarters in Bissau, the burly General Injai indignantly denied that he was involved in the drug trade. “Anybody who has the proof, present it!” he said at the time.
But during that same period, he was meeting with the D.E.A. informants, plotting the reception and shipment of tons of cocaine and weapons for the FARC, according to the indictment.
“The general agreed with the proposal to ship FARC cocaine to Guinea-Bissau for later distribution in the United States and to procure weapons for FARC, including surface-to-air missiles,” the indictment says. Mr. Injai also demanded, and later received, an upfront payment of 20,000 euros from the informants, and was well pleased with it, according to the indictment.
And he told the informants that he would shortly be discussing the plan with the president of Guinea-Bissau. In interviews last fall, officials with both the government and the military agreed that relations between the two were excellent.
On Thursday evening, the Guinea-Bissau government spokesman, Fernando Vaz, said of the indictment: “We don’t have any information on that. When we get the information, we will take a position.”
General Injai was expected to address the charges against him on Friday at a news conference in Bissau.
By ADAM NOSSITER
Published: April 18, 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Colóquio sobre a «Extensão da Plataforma Continental da Guiné-Bissau»

                                                      
                                

 Vai decorrer o colóquio sobre a «Extensão da Plataforma Continental da Guiné-Bissau», esta sexta-feira, 19 de Abril, pelas 17.30 horas, no Fórum Picoas Plaza, em Lisboa.

O mar é um desígnio nacional cujo potencial será concretizado pela valorização económica, social e ambiental do Oceano e das zonas costeiras, para benefício de todos os guineenses.

Em 2009, a Guiné-Bissau conseguiu, com a assistência técnica do Reino da Noruega, apresentar informações preliminares sobre os limites exteriores da sua margem continental, às Nações Unidas.

Neste momento, coloca-se a questão da Extensão da Plataforma Continental para além das 200 milhas, documento a ser elaborado por uma equipa de peritos guineenses e noruegueses.

A concretização deste projecto permitirá responder aos desafios colocados para a promoção, crescimento e competitividade da economia do mar.

Neste pressuposto, a organização convida à participação activa na sua apreciação, pois com o empenho de todos será possível fazer do mar um desígnio nacional e renovar, assim, a identidade marítima da Guiné-Bissau.

A jornada temática pretende dar a conhecer, em primeira mão, todo o dossiê em causa, bem como as vantagens e potencialidades que este poderá trazer para o país.

O colóquio terá lugar no Auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL), com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, do Centro de Informação Urbana de Lisboa, da CIDUCA (Cidadania Cultura e Educação), da Cidade de Rio Maior e do projecto Tchintchor – Promover a Guiné-Bissau Positiva

Lisboa (PNN, 15 de Abril de 2013) 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Audiência de Bubo Na Tchuto decorreu esta manhã em Nova Iorque

Defensora oficiosa do antigo chefe da marinha guineense recusa comentar o processo e diz que depois da audiência segue-se a fase de apreciação de provas
                                              

BISSAU — Os guineenses assistiram hoje com alguma expectativa o início júridico do julgamento do contra-almirante, José Américo Bubo Na Tchutu, preso pelas autoridades americanas, sob acusação de envolvimento no tráfico internacional de droga, de armas e de ter assassinado um agente norte-americano.
Basta dizer que os contornos da apreensão e julgamento de Bubo Na Tchutu prometem apresentar perspectivas e um quadro de crispação interna muito preocupante.
·         Audiencia de Na Tchutu

Isto, dias depois do Ministro do Interior, António Suca Ntchama, ter exonerado o Director dos Serviços de Informação do Estado, Serifo Mane, cujas relações não têm sido boas nos últimos tempos, conforme informações apuradas pela Voz de América.


Nada ainda se sabe sobre as razões profundas da demissão de Serifo Mane. Mas, verdade é que muitas vozes, dentro do Governo e de outras estruturas do poder, têm questionado de como é possível que agentes americanos desenvolveram e executaram uma operação desta magnitude, a de apreensão de Bubo Na Tchutu, sem que seja do conhecimento dos serviços da inteligência guineense.
Aliás, dentro das estruturas militares, há quem defenda que os americanos tiveram um empurrãozinho e colaboração de alguém em virtude das divergências que Na Tchutu apresentava com algumas altas patentes da estrutura militar guineense.

Em face ainda deste cenário, envolvendo o Presidente de Transição e o Chefe do Governo, ambos citados pelas agências internacionais, informações disponíveis indicam que o Estado-maior General das Forças Armadas emitiu um despacho, no qual proíbe a deslocação de qualquer oficial militar para o interior ou exterior do país, sem a autorização prévia do Ministro da Defesa, e no caso de oficiais paramilitares, sem a autorização do titular do Interior. Esta medida, considerado de sobreaviso, propõe conter prováveis ou eventuais detenções de mais outros possíveis visados militares ou paramilitares, tal como aconteceu ao almirante José Américo Bubu Na Tchtu.
De referir, entretanto, que o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Governo de Transição, Faustino Fudut IMBALI, encontra-se em Dakar, Capital senegalesa, devendo seguir mais tarde para a Costa do Marfim e a Nigéria.
Aos jornalistas, afirma que a viagem visa informar da situação política vigente, sobretudo quando o país está na fase final do seu período de transição e quando o processo da reforma no sector da defesa e segurança entra numa etapa de execução, sob financiamento da CEDEAO.

Fudut Imbali é portador de uma mensagem do Presidente de Transição, Manuel Serifo NHAMADJO, aos seus homólogos, isto numa altura em que o próprio chefe de Estado de Transição é citado como uma das figuras supostamente envolvidas com o mundo de narcóticos, nomeadamente na aludida operação que resultou na captura de Bubu Na Tchutu.
E, justamente, sobre este particular, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, "não tem dúvidas que tudo não passa de insinuações e que estas mesmas informações são falsas e sem fundamento", fim de citação.

Lassana Casamá
15.04.2013

Violações de direitos humanos ameaçam democracia em Angola - ONG

Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos exige explicações sobre desparecimentos de activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule

                                   

Mário Domingos, organizador de uma a manifestação de 10 de Março , após ter sido agredido por desconhecidos em Luanda
O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH) considerou Segunda-feira em Luanda que os casos de violação dos direitos fundamentais dos cidadãos constituem um obstáculo, para a consolidação da democracia e da paz em Angola.



O coordenador adjunto do CCDH, Lauriano Paulo fez esta afirmação quando apresentava publicamente o balanço dos encontros mantidos com as instituições do executivo angolano, nomeadamente a  presidência da república, a provedoria, e ainda os ministérios da justiça e do Interior a quem apresentou as seguintes inquietações.

"Supostas mortes de cidadãos no Cacuaco, agressões a cidadãos presos na cadeia de Viana, a corrupção, as demolições de casas e deslocamento forcados de famílias" são algumas das violações mencionadas pelo conselho

O CCDH instou o executivo a explicar onde andam os dois activistas cívicos desaparecidos há um ano.

"Que o executivo esclareça o desaparecimento dos cidadãos Alves Kamulingue e Isaias Cassule," disse este activista.

Outra preocupação colocada ás autoridades do estado prende-se com o direito à manifestação e de reunião, garantido na Constituição angolana, artigo 47 e que, segundo disseram,  é constantemente atropelado pelo executivo.

Convidado à conferencia, o assistente da Embaixada Norte Americana em Angola, o especialista em politica Zeferino Teka pensa que a luta pelos direitos humanos 'è um processo e que o país está no caminho certo.

"Pesa-nos quando assistimos as realidades sobre violações de direitos humanos acontecerem mas acreditamos que é um processo continuo," disse
 

Bubo Na Tchuto volta ao tribunal americano em Julho

                                    

O antigo chefe da Armada da Guiné-Bissau, José Américo Bubo Na Tchuto, acusado de tráfico de droga ,tendo também como alegado destino os Estados Unidos, compareceu esta segunda-feira no Tribunal de Nova Iorque, na audiência onde alegou não ter meios para contratar um advogado privado. 

Os guineenses Bubo Na Tchuto, Papis Djeme e Tchamy Yala compareceram nesta segunda-feira no Tribunal de Nova Iorque para responderem à acusação de conspiração de importar droga rumo aos Estados Unidos. Os suspeitos arriscam-se a ser condenados a penas de prisão que se poderão estender até à prisão perpétua.

O caso está a ser conduzido pelo juiz Richard Berman recorde-se que tinham sido detidos por forças americanas no passado dia 5 de Abril, em águas internacionais, perto de Cabo Verde, e foram extraditados para os Estados Unidos.

O embaixador da Guiné-Bissau para a Organização das Nações Unidas, João Soares da Gama, presente ontem em tribunal, em entrevista a Miguel Martins, afirmou não ter possibilidade para contratar um advogado privado para o antigo chefe da Armada guineense.

Seguem-se, agora, 60 dias para analisar as provas recolhidas, a próxima audiência está prevista para o próximo dia 25 de Julho.
RFI

África21 entrevista José Ramos-Horta, representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau

                                     
                                  

"A chave do futuro do país está nas mãos do povo e dos seus líderes. Hoje têm uma oportunidade única de ultrapassar os erros do passado e de procederem a um virar de página", diz Ramos Horta em entrevista à revista África21.
Brasília - O diplomata timorense está ciente das dificuldades da sua missão, mas acredita que desta vez, com maior implicação da comunidade internacional, o país poderá virar a página da violência e da instabilidade. Com a condição das elites políticas guineenses se entenderem e aceitarem a ideia de um Governo inclusivo após as eleições gerais.

África21 Já fez mais de um mês na Guiné-Bissau e ouviu os protagonistas. Quais são as suas impressões?

JOSÉ RAMOS-HORTA - A chave do futuro do país está nas mãos do povo e dos seus líderes. Hoje têm uma oportunidade única de ultrapassar os erros do passado e de procederem a um virar de página. Estou relativamente otimista, que com mais diálogo, com mais concertação com a ONU e desta com os outros parceiros internacionais, encontraremos uma estratégia comum para retirar a Guiné do ciclo de violência e de instabilidade.

A situação guineense não é assim tão complicada, comparada com o Mali e a Somália. Depois da minha primeira semana de encontros em Bissau, em todas as capitais onde a seguir estive para harmonizar posições com os outros parceiros, constatei uma real vontade de apoiar a Guiné-Bissau.

O secretário-geral das Nações Unidas, mesmo com as sérias preocupações relativas ao Afeganistão, Síria, Mali e à RD do Congo, ainda arranja tempo para procurar uma solução para a crise guineense.
Tenho a sensação que os principais atores da crise, a classe política e os militares, parecem cansados e desgastados por estes constantes problemas. Assim, creio que a Guiné-Bissau possui um grande potencial para se tornar um oásis de paz e de prosperidade na sub-região.

É certo que as suas Forças Armadas são pobres e desorganizadas e que o Estado é frágil e minado pelo narcotráfico, mas não enfrenta um conflito étnico-religioso nem a violência existente na Líbia ou no Mali.

Vamos intensificar o diálogo e pensamos lançar os fóruns SRSG, isto é, debates temáticos promovidos pelo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas sobre questões como a reforma e modernização das forças de Defesa e Segurança ou o papel da sociedade civil na democracia.

Tencionamos ainda propor uma sessão aberta, em que queremos desafiar os guineenses a encontrarem um tema da sua escolha, algo nobre, consensual e com capacidade mobilizadora, como foi a luta de libertação nacional. Cabe agora aos intelectuais refletirem sobre esta proposta.

O que acha da iniciativa de colocação dum representante da CPLP em Bissau?

Se a comunidade lusófona for coerente com a preocupação que manifesta com a crise e quiser ser solidária com o país, convinha de facto ter cá alguém. Por exemplo, uma personalidade de elevado perfil, ex-governante ou um general na reserva, disponível para assistir o país até à sua estabilização.

Apesar da atual tensão com a Guiné-Bissau, a CPLP tem uma simpatia genuína pela Guiné-Bissau e alguns dos seus membros, como Brasil, Angola e Moçambique, têm recursos suficientes para sustentar este posto.

Eu é que convidei o embaixador Murargy para vir tomar parte na reunião de reflexão e de concertação dos parceiros, incluindo os bilaterais, como Espanha, China e Rússia, a fim de adotarmos uma posição conjunta sobre o calendário político da transição, designadamente a questão da formação do Governo alargado. Cada parceiro identificará a área em que focalizará o seu apoio.
                                        

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Fórum de Partidos da Guiné-Bissau quer brevidade nas eleições mas aponta 2014

                                    

O Fórum dos Partidos Políticos da Guiné-Bissau que apoiam o Governo de transição defende a realização de eleições “com a maior brevidade política”, mas considera que as mesmas terão de ocorrer em 2014.

Um ano depois do golpe militar que derrubou os governantes eleitos na Guiné-Bissau as eleições deveriam estar já com data marcada, visto que o período de transição foi marcado para terminar em maio. O período de transição foi prolongado entretanto até final do ano, período durante o qual a comunidade internacional quer que se realizem eleições.

Num comunicado divulgado hoje, o Fórum, que agrupa a maior parte dos partidos da Guiné-Bissau (a grande maioria com pouca expressão eleitoral), defende que o cronograma das eleições (que ainda não existe oficialmente) “deve de ser extensivo ao ano de 2014”.

O comunicado justifica a sugestão afirmando que a época das chuvas começa em maio e prolonga-se até outubro, altura em que não se pode fazer o recenseamento eleitoral. “Os procedimentos no terreno iniciar-se-iam apenas em novembro de 2013 e será que num mês seria possível realizar eleições?”, questiona o Fórum.

No comunicado, os partidos perguntam ainda quando estará disponível o financiamento externo para as eleições, quando se iniciam as reformas legislativas necessárias, quando é que serão empossados os membros das comissões nacionais e regionais de eleições, e quando é que se inicia o recenseamento eleitoral.

“São estas e mais perguntas que os defensores da realização das eleições em 2013 deveriam de esclarecer ao povo guineense”, diz o comunicado, que reafirma a defesa da criação de uma Comissão Multipartidária e Social de Transição.

Essa Comissão deverá juntar partidos, sociedade civil e castrense, órgãos de soberania e parceiros internacionais, e destina-se a encontrar “um consenso nacional” para que não se repitam situações de instabilidade no futuro.

As competências da comissão, diz o comunicado, não colidiriam com as da Assembleia Nacional Popular, ou a sua substituição ou dissolução.

Bissau (Lusa, 13 de Abril de 2013)   

Augusto Mansoa: "Carlos Gomes Júnior acusado de crime de sangue não tem lugar num governo"

Carlos Gomes Júnior, antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau. Miguel Martins/RFI
Texto por: João Matos  RFI

Um ano depois do golpe militar na Guiné Bissau, a 12 de Abril, continua a haver reacções e comentários de personalidades ligadas ao mundo da política, diplomacia e sociedade civil guineense.

O médico guineense radicado em Portugal, Augusto Mansoa, dirigente associativo em Lisboa, reage a este aniversário do golpe militar, à prisão de Bubo Na Tchuto, pelas autoridades americanas e ao futuro da Guiné Bissau que tem de passar pelo diálogo entre todos os quadrantes da sociedade guineense.

Em relação à formação de um governo de inclusão de todas as partes, o médico Augusto Mansoa, está de acordo, mas sem a participação de pessoas como o antigo Primeiro Ministro deposto Carlos Gomes Júnior, que segundo ele "é acusado de crime de sangue numa série de assassinatos antes dele ter sido destituído".


Entrevista ao médico guineense Augusto Mansoa  AQUI