quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Entrevisata com Les Mes Monteiro tudu sobre a corte de energia na cidade de Bissau.


 Radio Voz Do Povo

Líder da oposição do Senegal retoma greve de fome

© Getty Images

POR LUSA    18/10/23 

O líder da oposição do Senegal, Ousmane Sonko, anunciou hoje que vai retomar a sua greve de fome "em solidariedade com as mulheres patriotas que foram presas injustamente pelas suas ideias políticas no país".

Ousmane Sonko, fundador do partido Patriotas Africanos do Senegal para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (Pastef), agradeceu, na sua página do Facebook, o apoio que tem recebido dos seus apoiantes desde que foi preso e insistiu na necessidade de continuar a resistir através dos meios que a sua situação lhe permite, razão pela qual vai retomar a greve de fome, pouco mais de um mês depois da última. 

Sonko está há vários meses a efetuar esta prática e, como consequência, já teve agravamentos de saúde.

O líder da oposição anunciou que decidiu recomeçar a greve de fome para marcar a sua "solidariedade com as corajosas irmãs patriotas injustamente presas por exprimirem as suas opiniões políticas", muitas delas ainda hoje.

Sonko denunciou ainda que estas estão "privadas de qualquer contacto com os seus entes queridos".

Através da sua comunicação frisou, ainda, que a sua detenção foi arbitrária, com o objetivo de o impedir de se candidatar às eleições presidenciais, previstas para 25 de fevereiro de 2024, na nação que faz fronteira com a Guiné-Bissau. 

Os advogados de Sonko apresentaram queixas ao Tribunal de Justiça da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e do Supremo Tribunal, numa tentativa de restaurar os direitos políticos do partido na perspetiva das próximas eleições presidenciais.

Sonko foi detido pela última vez no início de agosto, na sequência de uma disputa com um grupo de polícias que o filmava enquanto estava em prisão domiciliária em Dacar, mas também por ter incitado à insurreição ao apelar aos protestos populares numa mensagem publicada nas redes sociais.


CONTRATO DE FORNECIMENTO DE LUZ ENTRE EX-GOVERNO E KARPOWER

 


Por notabanca.blogspot.com

Rocket que atingiu hospital foi lançado por "grupo de terroristas dentro de Gaza", diz Biden

Joe Biden lembra que o Hamas não representa o povo palestiniano e que o grupo está a usar os civis como escudo humano

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO

Por cnnportugal.iol.pt

GUINÉ-BISSAU: Bissau diz estar a pagar dívida, empresa quer mais garantias

© Lusa

POR LUSA    18/10/23 

O Governo da Guiné-Bissau pagou 6,6 milhões de dólares da dívida que levou ao corte de eletricidade, mas a empresa exige mais garantias para restabelecer o fornecimento, disse hoje o ministro da Energia, Issuf Baldé.

O governante falava à imprensa no segundo dia em que a capital do país está sem eletricidade depois da empresa Karpower, dona do barco que produz a energia, ter cortado o fornecimento, às 00:30 de terça-feira, por falta de pagamento.

Em causa está uma dívida de 17 milhões de dólares (15,8 milhões de euros) com a qual o atual Governo, em funções desde agosto, diz ter sido confrontado e que tem estado a negociar, tendo chegado a acordo com a empresa para liquidar 10 milhões de dólares (9,5 milhões de euros).

Depois de feito o acordo, segundo o ministro da Energia, a proprietária do barco exigiu "o pagamento imediato" dos 10 milhões de dólares e o Governo guineense tem estado a negociar com os bancos para juntar o montante em causa.

"Não é fácil arranjar 10 milhões de dólares de um dia para o outro num país como a Guiné-Bissau", referiu.

O ministro afiançou que o Governo pagou até ao dia de ontem (terça-feira) "6,6 milhões de dólares (6,27 milhões de euros)" e falta pagar "3,4 milhões de dólares (3,23 milhões de euros)".

Ainda assim, a empresa exige, segundo disse, uma carta com um plano de pagamento dos 3,4 milhões de dólares e respetivas garantias bancárias para restabelecer a distribuição de energia à população de Bissau.

O ministro indicou que, logo que toda a documentação esteja pronta, a empresa promete retomar o fornecimento de energia, o que pode acontecer ainda hoje.

Apesar de ocorrerem interrupções frequentes no fornecimento de energia de algumas horas, este é o primeiro corte do género desde que Bissau e os arreadores passaram a ser abastecidos pelo barco da empresa turca Karpower, em 2018.

Os geradores, que anteriormente eram a única fonte de energia, têm sido a solução de alguns nos últimos dois dias, mas a maior parte da população está sem energia elétrica.

O primeiro esclarecimento sobre o apagão foi dado, poucas horas depois do início, pela empresa pública Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB), que gere estes serviços básicos.

Na terça-feira, o ministro das Finanças, Suleimane Seide, reuniu-se com os responsáveis pela empresa turca Karpower, que produz a energia no barco, mas a reunião terminou sem uma data para a população voltar a ter luz.

Na conferência de imprensa de hoje, o ministro da Energia indicou que a retoma do fornecimento está dependente de a empresa entender que tem as garantias necessárias para reaver o remanescente da dívida.

O Governo da Guiné-Bissau anunciou, a 15 de setembro, que tinha negociado um plano de pagamento da dívida de eletricidade e evitado o corte, depois de a empresa ter ameaçado interromper o fornecimento, que agora se concretizou.

O atual executivo atribui a fatura em dívida ao Governo anterior e, concretamente, a uma adenda ao contrato inicial com a Karpower, que quase duplica a quantidade de energia fornecida a Bissau, de 17 megawatts para 30 megawatts mensais.

Segundo alega, o gasto "nunca ultrapassa os 22 [megawatts] mensais", o que significa que o país "está a pagar cerca de oito [megawatts] todos os meses, que é faturado e não é consumido".

O novo Governo quer a "renegociação do contrato" e disse já ter transmitido esta condição à empresa fornecedora de energia.



Leia Também: Bissau sem luz por falta de pagamento à única fonte de energia

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Médicos forenses tentam identificar restos mortais em Israel

Numa morgue em Telavive, Israel, restos mortais amontoam-se dentro e fora das instalações, aguardando que os médicos forenses identifiquem as vítimas do ataque do Hamas

Yan Boechat reporta em Israel👇

Por  VOA Português 

ONU rejeita resolução russa de cessar-fogo para aliviar situação em Gaza

© Lusa

POR LUSA   17/10/23 

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou hoje um projeto de resolução proposto pela Rússia que pedia um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar a situação da população civil em Gaza.

A resolução foi rejeitada após quatro votos contra, cinco a favor e seis abstenções dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança, com a maioria dos países que vetou o projeto russo a criticar a falta de referência ao Hamas.

Após a votação, os Estados Unidos, um dos países a posicionar-se contra o texto, justificou a sua posição com o facto do projeto de resolução russo não condenar especificamente o Hamas pelo ataque a Israel.

"Há pouco mais de uma semana, o terror foi desencadeado em Israel pelo Hamas, cujo objetivo declarado é destruir Israel e matar judeus. Este foi o pior massacre do povo judeu desde o Holocausto.(...) E este Conselho tem a responsabilidade de ajudar a resolver esta crise humanitária, condenar inequivocamente o Hamas e reafirmar o direito inerente de Israel à autodefesa ao abrigo da Carta da ONU", disse a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield.

"Infelizmente, a resolução da Rússia não cumpre todas estas responsabilidades (...), não fazendo qualquer menção ao Hamas. Ao não condenar o Hamas, a Rússia está a dar cobertura a um grupo terrorista que brutaliza civis inocentes. É ultrajante, é hipócrita e é indefensável", acusou.

Também a embaixadora britânica junto à ONU, Barbara Woodward, disse não poder apoiar uma resolução que não condene os ataques terroristas do grupo islamita.

"As ações do Hamas foram um ataque existencial à própria ideia de Israel como uma pátria segura para o povo judeu. É injusto que este Conselho ignore o maior ataque terrorista da história de Israel", acrescentou.

O projeto de resolução russo apelava a "um cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e totalmente respeitado" e "condenava veementemente toda a violência e hostilidades dirigidas contra civis e todos os atos de terrorismo", mas não continha nenhuma referência ao Hamas.

Já o embaixador russo junto à ONU, Vasily Nebenzya, lamentou que o Conselho de Segurança "volte a ficar refém do ego e das intenções egoístas" dos países ocidentais, referindo-se aos Estados Unidos, França e Reino Unido que, juntamente com o Japão, votaram contra o seu projeto - que, por outro lado, contou com votos favoráveis da China, Gabão, Moçambique, e Emirados Árabes Unidos.

"Hoje, o mundo inteiro esperou ansiosamente que o Conselho tomasse medidas para pôr fim ao derrame de sangue. Mas os países ocidentais basicamente pisotearam essas expectativas. Acreditamos que a votação de hoje (...) mostra claramente quem é a favor de uma trégua deste bombardeamento indiscriminado e da prestação de assistência humanitária", acrescentou Nebenzya, criticando "interesses puramente egoístas e interesses políticos" do ocidente.

Além de um cessar-fogo humanitário, o projeto russo pedia também a libertação de todos os reféns, o acesso à ajuda e uma retirada segura dos civis.

Apesar de ter sido rejeitado, 25 países concordaram em copatrocinar o texto russo, incluindo numerosos Estados árabes ou muçulmanos, como o Paquistão, a Turquia ou o Egito.

Até ao momento, o órgão mais poderoso da ONU, responsável por manter a paz e a segurança internacionais, não conseguiu tomar uma posição sobre o ataque do Hamas ou sobre a brutal resposta de Israel, com ataques aéreos que mataram 2.750 palestinianos e um cerco a Gaza.

Estava também prevista para a noite de segunda-feira a votação de um projeto de resolução concorrente, da autoria do Brasil, que apelava a "pausas humanitárias" para permitir o acesso humanitário sem entraves a Gaza e que rejeitava e condenava "inequivocamente os hediondos ataques terroristas do Hamas". Contudo, o texto acabou por não ir a votos.

Para ser adotada, uma resolução exige a aprovação de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho, sem qualquer veto de um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China).


Leia Também: Cerca de meio milhão de israelitas deslocados internamente

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Rússia evita condenar Hamas em proposta de resolução na ONU

© Reuters

POR LUSA    16/10/23 

A missão russa junto das Nações Unidas (ONU) afirmou hoje que o projeto de resolução do Conselho de Segurança que apresentou e será hoje votado, sem condenar explicitamente o Hamas pelo ataque a civis israelitas, evita "dividir" a comunidade internacional.

Numa publicação da rede social X (antigo Twitter), Dmitry Polyanskiy, vice-embaixador da Rússia na ONU, defendeu que o projeto de resolução russo "não contém elementos políticos que possam dividir" os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança e "afetar o seu papel na resolução da crise" no Médio Oriente.

O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se hoje às 23h00 (hora de Portugal continental) para decidir sobre o conflito entre Israel e o Hamas e discutir dois projetos de resolução concorrentes: um da autoria da Rússia e outro do Brasil.

Na sexta-feira, a Rússia distribuiu aos Estados-membros do Conselho um projeto de resolução que apela a um "cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e totalmente respeitado", enquanto o Brasil, que preside este mês o Conselho, também apresentará um texto que condena "os odiosos ataques terroristas do Hamas", de acordo com fontes diplomáticas.

O texto proposto por Moscovo "condena veementemente toda a violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo".

Contudo, pelo menos na versão que circulou até domingo, o projeto de resolução não designava o Hamas, enquanto os Estados Unidos insistem em que o Conselho de Segurança condene claramente os "hediondos atos terroristas" do movimento islamita palestiniano que lançou um ataque em 07 de outubro numa escala sem precedentes contra Israel.

Na publicação feita hoje nas redes sociais, Dmitry Polyanskiy apontou que, a fim de equilibrar o seu projeto de resolução, a missão russa propôs "duas alterações que condenam os ataques indiscriminados contra a Faixa de Gaza e apelam a um cessar-fogo humanitário para aliviar a terrível situação da população civil em Gaza".

Não ficou claro se essas alterações mencionam claramente o Hamas.

Para ser adotada, uma resolução exige a aprovação de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho, sem qualquer veto de um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China).



Leia Também: A polícia israelita anunciou hoje que vai começar a armar civis para acelerar a resposta a possíveis atentados e situações de crise nas cidades do país, no décimo dia de guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas.


UCCLA estará presente no 4.º Fórum de Cooperação Municipalista da Lusofonia - 23 a 26 de Outubro de 2023

UCCLA estará presente no 4.º Fórum de Cooperação Municipalista da Lusofonia

Sobre o tema “Governança local para o desenvolvimento sustentável”, a Região Autónoma do Príncipe vai acolher o 4.º Fórum de Cooperação Municipalista da Lusofonia, de 23 a 26 de outubro. A coordenadora da Área Social da UCCLA, Princesa Peixoto, estará presente e fará uma comunicação.

“Governança local para o desenvolvimento sustentável” é o tema central do evento. O programa contará com sessões em torno dos seguintes subtemas: “A cooperação descentralizada como mecanismo de aceleração do cumprimento dos ODS”, “Oceano sem fronteiras”, “Desafios da governação e instrumentos inovadores para o desenvolvimento sustentável”, “Gestão das áreas protegidas: terrestres e marinhas”, “A educação ambiental para as gerações futuras”, “As cidades inteligentes e o desafio da gestão sustentável dos resíduos”, “A coordenação sectorial para o equilíbrio económico, social e ambiental sustentável”, “As ações para a adaptação e mitigação das consequências das alterações climáticas”, “Desenvolvimento sustentável e turismo” e “Alternativas viáveis/sustentáveis ao uso dos recursos naturais”. 

De referir que a técnica responsável pela Área Social da UCCLA, Princesa Peixoto, participará em dois momentos: “Oceano sem Fronteira e Educação Ambiental para Gerações Futuras” e irá moderar a mesa “Desenvolvimento Sustentável e Turismo”.

O 4.º Fórum de Cooperação Municipalista da Lusofonia resulta de uma parceira entre o Governo Regional do Príncipe e o Fundo Galego de Cooperação e Solidariedade e a Rede de Autoridades Locais pelos ODS - rede, criada em 2019, que pretende ser um espaço de participação igualitária por forma a fortalecer o papel das autoridades locais.  

👉Programa do 4.º Fórum de Cooperação Municipalista da Lusofonia...PDF

Com os melhores cumprimentos,

Fonte: Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

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MALI: Missão da ONU no Mali anuncia início de retirada na tensa região norte

© FLORENT VERGNES/AFP via Getty Images

POR LUSA   16/10/23 

A missão de estabilização da ONU no Mali (Minusma) anunciou hoje que começou a retirar-se de dois dos seus campos na região de Kidal, palco de uma escalada militar entre beligerantes pelo controlo do território.

"Num clima de grande tensão, a Minusma iniciou o processo de retirada dos seus campos na região de Kidal, começando por Tessalit e Aguelhok", declarou a missão em comunicado, acrescentando que poderá acelerar a retirada de um terceiro campo, o de Kidal.

Em junho, após meses de relações deterioradas, os coronéis que chegaram ao poder no Mali por um golpe de Estado exigiram a partida da Minusma, destacada desde 2013 no país, afetado pelo fundamentalismo islâmico e por uma profunda crise multidimensional.

A saída da Minusma dos seus campos exacerbou as rivalidades pelo controlo do território entre os grupos armados presentes no norte.

Os grupos separatistas predominantemente tuaregues retomaram as hostilidades contra o Governo central e o Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM, na sigla em francês), ligado à Al-Qaida, intensificou os ataques contra posições militares.

Desde agosto, a Minusma transferiu quatro campos para as autoridades malianas, mas a evacuação dos campos da ONU na região de Kidal e da própria Kidal, um reduto separatista, está a revelar-se a mais perigosa.



Leia Também: Exército maliano e grupo Wagner acusados de decapitaram civis no Mali

Parlamento Europeu apela a confisco de bens russos para financiar reconstrução da Ucrânia

© Lusa

POR LUSA   16/10/23 

O Parlamento Europeu defendeu hoje que o mecanismo de apoio à Ucrânia irá aproximar mais Kyiv da União Europeia e apelou ao confisco de bens russos para ajudar a financiar a reconstrução do país, alvo de uma ofensiva russa.

O eurodeputado Michael Gahler (do Partido Popular Europeu -- PPE), um dos relatores da posição do Parlamento Europeu (PE) sobre a criação do mecanismo, defendeu hoje que este instrumento "traz a Ucrânia para mais perto da União Europeia (UE)", ajudando não só à reconstrução, mas também "ao reforço da democracia" no país.

Gahler apelou à Comissão Europeia, que propôs em 20 de junho a criação deste mecanismo, que garanta que não haja abusos, desperdício e corrupção na utilização dos 50 mil milhões de euros propostos para os próximos quatro anos.

Por seu lado, a co-relatora Eider Gardiazabal Rubial (Socialistas e Democratas - S&D) sublinhou que os eurodeputados pedem ao executivo comunitário para que "em estreita relação com outras instituições e países, estabeleça uma base jurídica que permita confiscar bens públicos russos com o objetivo de financiar a reconstrução da Ucrânia".

Gardiazabal Rubial defendeu ainda a necessidade de serem reforçados o Estado de direito, a luta contra a corrupção e a transparência na Ucrânia, país que ganhou estatuto de candidato à adesão à UE em junho de 2022.

Estas declarações foram transmitidas durante um debate sobre a posição do PE em relação ao mecanismo, na sessão plenária que decorre entre hoje e quinta-feira, em Estrasburgo, França.

Intervindo também no debate, o eurodeputado português José Manuel Fernandes (PSD, PPE) argumentou que o Conselho da UE deve decidir rever o quadro financeiro plurianual "para possibilitar esta ajuda", lembrando que a assistência programada a Kyiv acaba este ano e o orçamento plurianual aprovado não permite mais verbas.

Em nome do executivo comunitário, o comissário europeu responsável pelo orçamento da UE, Johannes Hans, agradeceu a rapidez com que o PE apresentou uma posição para a negociação com o Conselho, reiterando que a criação do mecanismo deve ser aprovada até final do ano.

Hans assegurou ainda que a UE vai avaliar o desempenho de Kyiv e zelar para que sejam aprovadas todas as medidas previstas, incluindo as respeitantes ao Estado de direito.

Bruxelas propôs, em 20 de junho último, a criação do mecanismo para apoiar a recuperação, a reconstrução e a modernização da Ucrânia, num montante até 50 mil milhões de euros a afetar entre 2024 e 2027, abrangendo empréstimos e subvenções, dotando o país de um instrumento financeiro específico cuja função é prestar um apoio coerente e previsível.

A posição do PE sobre esta matéria é votada na terça-feira, ficando a instituição pronta a iniciar negociações com os Estados-membros para um acordo final, assim que o Conselho votar a sua proposta.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.


Presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da GB, anúncia, falta de açucar no mercado nacional


Por  Radio TV Bantaba

Que impacto tem a redução de preços da Guiné-Bissau?

Na Guiné-Bissau, consumidores e especialistas avaliam impacto da redução dos preços de alguns produtos essenciais no mercado nacional. 

O Lassana Cassamá tem a reportagem👇

Por  VOA Português 

Gaza. Putin regista aumento de vítimas civis e contacta homólogos árabes

© Contributor/Getty Images

POR LUSA   16/10/23 

O presidente russo Vladimir Putin alertou hoje para o "aumento catastrófico" do número de vítimas civis em Gaza e para o risco de uma "guerra regional", face à escalada do conflito entre Israel e o Hamas palestiniano.

Segundo o Kremlin, Putin manifestou uma "inquietação extrema face à escalada das hostilidades em larga escala, acompanhada por um aumento catastrófico do número de vítimas civis e um agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza", no decurso de um contacto telefónico com os homólogos iraniano, egípcio, sírio e com o presidente da Autoridade palestiniana.

O Kremlin pediu ainda um "imediato" cessar-fogo entre israelitas e palestinianos e o reinício do processo de diálogo político no Médio Oriente, e admitiu um contacto de Putin com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

De acordo com um comunicado da presidência egípcia, o Presidente Abdel Fattah al-Sisi abordou hoje com Putin a necessidade de proporcionar ajuda humanitária urgente e segura a Gaza, face à deterioração da situação humanitária devido aos bombardeamentos israelitas como represália pelos ataques do Hamas em 07 de outubro.

No contacto telefónico, os dois dirigentes sublinharam a "gravidade da situação humanitária na Faixa de Gaza e a necessidade de proporcionar uma passagem segura e ajuda humanitária de socorro de forma urgente", indica o comunicado da presidência.

As duas partes referiram a importância de "seguir a via da desescalada" para "recuperar a estabilidade e a segurança" e ainda "priorizar a proteção dos civis e proibir que sejam expostos a ataques".

Registou-se ainda a necessidade de "trabalhar seriamente para abordar a origem da crise", em particular a "ausência de um horizonte político para resolver a causa palestiniana de forma justa e permanente, e ainda o estabelecimento do Estado palestiniano segundo a legitimidade internacional acordada".

O Egito aguarda a autorização de Israel para abrir a passagem fronteiriça de Rafah, que liga o norte da península egípcia do Sinai com a Faixa de Gaza, para o envio de ajuda humanitária urgente e permitir a entrada de estrangeiros, mas que tem sido bombardeada pela aviação israelita.

O grupo islamita Hamas lançou no sábado passado um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está "em guerra" com o Hamas.

Em Gaza, os mortos devido aos bombardeamentos já ultrapassam os 2.750, o número mais elevado da história do enclave, que já regista mais vítimas mortais face ao conflito de 2014 que se prolongou por 55 dias, e mais de 9.700 feridos.

Em Israel, e na sequência do ataque do Hamas em 07 de outubro, foram mortas 1.400 pessoas, na maioria civis, o pior registo da história do país.



Leia Também: O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou hoje o Irão e o movimento xiita libanês Hezbollah (pró-iraniano) para não colocarem à prova o exército de Israel no norte do país.

França quer acelerar expulsão de 193 estrangeiros radicalizados

© Reuters

POR LUSA    16/10/23 

França quer acelerar a expulsão de 193 estrangeiros radicalizados em situação irregular naquele país, anunciou hoje o ministro do Interior, Gérald Darmanin, após uma reunião de segurança organizada na sequência do recente ataque que matou um professor.

Um professor francês foi esfaqueado mortalmente na sexta-feira por um antigo aluno radicalizado em frente a uma escola secundária em Arras, no norte de França. O jovem de 20 anos, de nacionalidade russa, estava sinalizado pelas autoridades por suspeitas de radicalização islâmica.

O caso provocou uma onda de indignação e levou o Governo francês a elevar o nível de alerta de ataque para o seu nível máximo, tendo colocado em estado de prontidão cerca de 7.000 militares.

Destas 193 pessoas inscritas no ficheiro de pessoas radicalizadas (FSPRT), 85 "provavelmente já não se encontram em França", referiu, em declarações à agência AFP, o gabinete do ministro do Interior, que clarificou que será necessária uma "verificação caso a caso" sobre estas pessoas.

Foi também solicitado aos autarcas um "novo exame aprofundado" de 2.852 pessoas em situação regular e que constam nos registos do FSPRT.

No total, estão inscritas no FSPRT 20.120 pessoas, incluindo 4.263 estrangeiros em situação regular ou irregular.

Desde 2015, 922 pessoas cadastradas nesta listagem foram expulsas do país, segundo o executivo francês.

O ministro do Interior francês também anunciou hoje que 102 pessoas foram detidas por atos antissemitas ou de apologia pública do terrorismo desde o ataque-surpresa do grupo islamita palestiniano Hamas contra Israel, perpetrado em 07 de outubro.

Entre os 102 detidos, 27 são estrangeiros, informou o ministro, acrescentando que 11 deles estão "atualmente num centro de detenção administrativa ou na prisão".



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Ministro dos Recursos Naturais pede os directores e inspectores gerais a trabalharem fortimente a fim de fazer crescer a económia do País

 Radio TV Bantaba

Florentina da Silva funcionária da empresa Dinâmica exige pagamento de mais de 20 milhões de francos cfa ao seu patrão Fernando carvalho

 
Radio TV Bantaba

Comunidade islamica de Bissaquel, promove, Zihara no âmbito do nascimento do profeta Mohamed

Ocasião serviu para o parta voz da União Nacional dos imames da Guiné-Bissau, Tcherno Bubacar Candé, apelar entendimento das partes em conflito na Faixa de Gaza

 Radio TV Bantaba

Exército israelita continua a concentrar forças no sul do país

© Reuters

POR LUSA   16/10/23 

A presença de forças israelitas na zona sul de Israel intensifica-se nas zonas paralelas à Faixa de Gaza, com forças mecanizadas e transporte de tropas acompanhadas de alguns civis armados.

"Estávamos a viver problemas, uma crise política, mas agora o que temos é união", disse à Lusa um jovem ajudante de uma unidade de enfermeiros a meio caminho entre em Be'er Sheva, 40 quilómetros a leste de Gaza, e a cidade de Sderot. 

"Estou aqui para ajudar a levar equipamento médico para as tropas", acrescenta o jovem fardado e armado, afirmando que a "a maior parte da população de Gaza (mais de um milhão de civis) é, na maior parte, apoiante do Hamas". 

Na Faixa de Gaza estão mais de um milhão de civis, enquano as forças envolvidas na campanha israelita se mobilizam diariamente para as áreas a leste e norte do enclave.

"Em Sderot, arrisco dizer que se encontram neste momento apenas 2.500 civis israelitas", disse à Lusa uma fonte médica do centro de saúde que se mantém operacional na periferia da cidade frente a Gaza.

As ordens de evacuação da cidade foram decretadas na semana passada, mas a retirada é voluntária.

A maior parte dos acessos à principal estrada que liga o norte ao leste de Gaza estão condicionadas por militares israelitas, dando passagem a tanques e a veículos de abastecimento de combustível militar.

Os disparos de artilharia pesada de Israel começaram às 14h15 (14h15 em Lisboa).



Leia Também: Israel. Onze jornalistas palestinianos mortos desde início do conflito

O “metro de Gaza”: a misteriosa rede de túneis subterrâneos utilizada pelo Hamas

Por Joshua Berlinger    CNN,  16/10/23

Em 2021, o Hamas afirmou ter construído 500 quilómetros de túneis sob Gaza.

Os inúmeros túneis sob Gaza são mais conhecidos como passagens utilizadas para contrabandear mercadorias do Egipto e lançar ataques contra Israel.

Mas existe uma segunda rede subterrânea a que as Forças de Defesa de Israel (FDI) se referem coloquialmente como o "metro de Gaza". É um vasto labirinto de túneis, segundo alguns relatos, vários quilómetros abaixo do solo, usado para transportar pessoas e mercadorias; para armazenar rockets e esconderijos de munições; e abrigar centros de comando e controle do Hamas, tudo longe dos olhos curiosos das aeronaves e drones de vigilância das FDI.

Em 2021, o Hamas afirmou ter construído 500 quilómetros de túneis sob Gaza, embora não seja claro se esse número é exato ou se se trata de uma encenação. A ser verdade, os túneis subterrâneos do Hamas teriam um pouco menos de metade do comprimento do sistema de metro de Nova Iorque.

"É uma rede de túneis muito complexa, muito grande - enorme - num pedaço de território bastante pequeno", explica Daphne Richemond-Barak, professora da Universidade Reichman de Israel e especialista em guerra subterrânea.

Não se sabe ao certo quanto terá custado a rede de túneis ao Hamas, que governa a empobrecida faixa costeira. O valor é provavelmente significativo, tanto em termos de mão de obra como de capital.

Gaza está sob um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo por parte de Israel, bem como um bloqueio terrestre por parte do Egipto, desde 2007 e não se crê que possua o tipo de maquinaria maciça tipicamente utilizada para construir túneis subterrâneos profundos. Os peritos afirmam que os escavadores, utilizando ferramentas básicas, devem ter escavado as profundezas do subsolo para desenvolver a rede, que está ligada à eletricidade e reforçada com betão. Há muito que Israel acusa o Hamas de desviar betão destinado a fins civis e humanitários para a construção de túneis.

Os críticos do Hamas também afirmam que os gastos maciços do grupo em túneis poderão ter sido utilizados para construir abrigos anti-bombas para civis ou redes de alerta precoce, como as que existem do outro lado da fronteira em Israel.

A vantagem assimétrica

Os túneis têm sido um instrumento de guerra desde os tempos medievais. Atualmente, oferecem a grupos militantes como o Hamas uma vantagem na guerra assimétrica, anulando algumas das vantagens tecnológicas de um exército mais avançado como as IDF.

O que torna os túneis do Hamas diferentes dos da Al Qaeda nas montanhas do Afeganistão ou dos vietcongues nas selvas do Sudeste Asiático é o facto de ter construído uma rede subterrânea sob uma das áreas mais densamente povoadas do planeta. Cerca de dois milhões de pessoas vivem nos 365 quilómetros quadrados que constituem a Cidade de Gaza.

"É sempre difícil lidar com túneis, não me interpretem mal, em qualquer contexto, mesmo quando se encontram numa zona montanhosa, mas quando se trata de uma zona urbana, tudo é mais complicado - os aspectos tácticos, os aspectos estratégicos, os aspectos operacionais e, claro, a proteção que se pretende garantir à população civil", afirma Richemond-Barak, que é também membro sénior do Lieber Institute for Law and Land Warfare e do Modern War Institute em West Point.

Soldados israelitas de combate especial realizam um exercício de treino utilizando tecnologia de campo de batalha de realidade virtual para simular túneis do Hamas que vão de Gaza a Israel, numa base do exército israelita em Petach Tikva, em abril de 2017. Rina Castelnuovo/Bloomerg/Getty Images/File

Desde o ataque terrorista de 7 de outubro em Israel, no qual pelo menos 1400 pessoas, na sua maioria civis, foram mortas, as FDI têm alegado repetidamente que o Hamas se esconde nestas passagens "debaixo de casas e dentro de edifícios habitados por civis inocentes de Gaza", transformando-os efetivamente em escudos humanos. Desde então, os ataques aéreos militares israelitas já mataram pelo menos 2.670 palestinianos, informou o Ministério da Saúde de Gaza em comunicado no domingo.

Espera-se que as FDI ataquem a rede na sua próxima incursão terrestre em Gaza, uma vez que, nos últimos anos, tem feito um esforço extremo para eliminar os túneis do Hamas. Israel lançou um ataque terrestre a Gaza em 2014 para tentar eliminar as passagens subterrâneas.

Na sexta-feira, Israel avisou cerca de 1,1 milhões de pessoas que vivem em Gaza para se deslocarem para sul antes da sua provável operação, de acordo com as Nações Unidas. Os críticos afirmam que tal ordem é impossível de executar num curto espaço de tempo, no meio de uma zona de guerra. O principal funcionário da ONU para os direitos humanos disse que o pedido de evacuação "desafia as regras da guerra e a humanidade básica".

As pessoas que vivem no norte de Gaza devem fugir para o sul

O exército israelita ordenou a 1,1 milhões de pessoas que abandonassem o norte de Gaza, densamente povoado, incluindo a cidade de Gaza, e se deslocassem para o sul da faixa. As Nações Unidas afirmaram que a instrução causaria "consequências humanitárias devastadoras".


A retirada de civis da cidade de Gaza ajudaria a tornar mais segura a eliminação dos túneis, mas tais operações serão perigosas, considera Richemond-Barak.

As FDI podem tornar os túneis temporariamente inutilizáveis ou destruí-los. De acordo com Richemond-Barak, bombardear as passagens subterrâneas é normalmente a forma mais eficiente de os eliminar, mas esses ataques podem afetar os civis.

O que é claro é que a tecnologia por si só não será suficiente para acabar com a ameaça subterrânea.

Israel gastou milhares de milhões de dólares a tentar proteger a fronteira com um sistema inteligente que inclui sensores avançados e muros subterrâneos, mas mesmo assim o Hamas conseguiu lançar o seu ataque de 7 de outubro por terra, ar e mar.

Para Richemond-Barak, é necessária uma abordagem holística, que recorra a informações visuais, ao controlo das fronteiras e até a pedir aos civis que estejam atentos a qualquer coisa suspeita.

"Não existe uma solução infalível para lidar com uma ameaça de túnel", disse Richemond-Barak. "Não existe um Domo de Ferro para túneis.


Leia Também: Comboio humanitário prepara-se para entrar em Gaza

Israel nega cessar-fogo para saída de estrangeiros da Faixa de Gaza

© Abed Rahim Khatib/picture alliance via Getty Images

POR LUSA    16/10/23 

Israel negou hoje a existência de um cessar-fogo com o Hamas no sul da Faixa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária e a saída de estrangeiros pela fronteira com o Egito.

"Não há cessar-fogo e não há entrada de ajuda humanitária em Gaza em troca da saída de estrangeiros", afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu num curto comunicado citado pela agência francesa AFP.

A situação permanecia confusa esta manhã no posto fronteiriço de Rafah, que liga o sul da Faixa de Gaza à península egípcia do Sinai, onde centenas de pessoas aguardavam a abertura dos portões.

Os Estados Unidos tinham anunciado que Rafah seria aberta hoje de manhã para permitir a saída de estrangeiros retidos na Faixa de Gaza pela guerra entre o grupo islamita Hamas e Israel.

As autoridades do Cairo disseram que a abertura só ocorreria se fosse permitida a entrada de ajuda humanitária, numa operação que estaria a ser coordenada com a ONU.

Segundo testemunhas do lado egípcio, os comboios de ajuda ainda não tinham deixado hoje a cidade de Al-Arich, cerca de 40 quilómetros a leste de Rafah.

Fontes da segurança egípcia disseram hoje à agência EFE que a passagem seria aberta, mas que se desconhecida ainda a hora.

"A passagem vai ser aberta hoje, mas não há confirmação da hora", disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas devido à sensibilidade do assunto, que tem estado a ser negociado com os Estados Unidos.

O exército israelita tem bombardeado Gaza desde que comandos do Hamas mataram mais de 1.400 pessoas durante numa incursão sem precedentes em Israel em 07 de outubro.

Israel declarou guerra ao Hamas e concentrou tropas e armamento junto à fronteira para um eventual ataque terrestre que disse ser destinado a eliminar o grupo islamita.

O Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.

Numa antecipação do ataque, Israel aconselhou os residentes no norte da Faixa de Gaza a fugirem para o sul, tendo dado inicialmente um prazo de 24 horas, que foi sendo alargado após críticas da comunidade internacional, incluindo a ONU.

Em causa está a movimentação de 1,1 milhões de pessoas, cerca de metade da população da Faixa de Gaza.

Já hoje, o porta-voz do exército israelita para a imprensa árabe, Avichay Adraee, anunciou nas redes sociais uma trégua nos bombardeamentos nas zonas demarcadas para a fuga da população do norte para o sul.

As forças israelitas "abster-se-ão de atacar os eixos demarcados entre as 08:00 [locais, 06:00 em Lisboa] e as 12:00 [10:00]", declarou o porta-voz, fazendo acompanhar o anúncio com um mapa a indicar o corredor em causa.

"Para vossa própria segurança, aproveitem este curto espaço de tempo para se deslocarem do norte e da cidade de Gaza para o sul", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

O Hamas disse hoje que os bombardeamentos israelitas provocaram cerca de 2.750 mortos e mais de 9.700 feridos na Faixa de Gaza.

A ONU calcula que a guerra entre Israel e o Hamas já tenha provocado mais de um milhão de deslocados na Faixa de Gaza desde 07 de outubro.

As autoridades israelitas anunciaram hoje também a evacuação de 28 povoações ao longo da fronteira com o Líbano, no norte do país.

A decisão seguiu-se à morte de cinco pessoas por disparos provenientes do Líbano atribuídos à milícia xiita libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irão.



Leia Também: Cerca de 2.750 pessoas foram mortas por ataques israelitas na Faixa de Gaza, de acordo com um balanço atualizado divulgado hoje pelo Ministério da Saúde do Hamas, o movimento islamita no poder no enclave palestiniano.

Vladimir Putin visita China à procura de apoio económico e diplomático

© ALEXEY NIKOLSKY/POOL/AFP via Getty Images

POR LUSA   16/10/23 

O Presidente russo, Vladimir Putin, deve reunir esta semana com os líderes chineses em Pequim, numa visita que sublinha o apoio económico e diplomático da China a Moscovo, sob crescente isolamento, devido à invasão da Ucrânia.

A visita de Putin constitui também uma demonstração de apoio à Iniciativa Faixa e Rota, um gigantesco projeto internacional de infraestruturas que se tornou no principal programa da política externa de Pequim.

A China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão, marcada por disputas em torno do comércio e tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China.

O líder russo é um dos convidados mais importantes a participar no fórum que assinala o 10.º aniversário da iniciativa "Faixa e Rota", ao abrigo da qual as empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias, centrais elétricas e outras infraestruturas em todo o mundo, financiadas por bancos de desenvolvimento chineses. O programa cimentou o estatuto da China como líder e credora entre os países em desenvolvimento.

O programa da visita de Putin não foi confirmado, mas as autoridades chinesas sugeriram que o líder russo chega hoje a Pequim.

Questionado pelos jornalistas na sexta-feira sobre a visita à China, Putin disse que vai conversar com os líderes chineses sobre projetos relacionados com a Faixa e Rota, que Moscovo pretende associar aos esforços empreendidos por uma aliança económica entre nações da antiga União Soviética, maioritariamente localizadas na Ásia Central, para "alcançar objetivos de desenvolvimento comum".

Putin também minimizou o impacto da influência económica da China numa região que a Rússia há muito considera como a sua área natural de influência e onde tem trabalhado para manter a hegemonia política e militar.

"Não temos contradições, pelo contrário, existe uma certa sinergia", afirmou o líder russo.

Putin referiu que ele e Xi também vão abordar os crescentes laços económicos e financeiros entre Moscovo e Pequim.

"Um dos principais domínios são as relações financeiras e a criação de novos incentivos para fazer pagamentos em moeda nacional", disse Putin. "O volume está a crescer rapidamente, há boas perspetivas nas áreas da alta tecnologia e no setor da energia", contou.

Alexander Gabuev, diretor do Centro Carnegie Rússia - Eurásia, afirmou que, do ponto de vista da China, a Rússia é um "país vizinho seguro e amigável e uma fonte de matérias-primas baratas, que apoia as iniciativas chinesas na cena internacional e que é também fonte de tecnologia militar, alguma da qual a China não possui".

"Para a Rússia, a China é a tábua de salvação económica na sua repressão brutal contra a Ucrânia", disse Gabuev, citado pela agência de notícias Associated Press.

"É o principal mercado para as matérias-primas russas, é um país que fornece a sua moeda e sistema de pagamento para regular o comércio da Rússia com o mundo exterior - com a própria China, mas também com muitos outros países, e é também a principal fonte de importações tecnológicas sofisticadas, incluindo bens de dupla utilização que entram na máquina militar russa", descreveu.

Gabuev afirmou que, embora seja improvável que Moscovo e Pequim forjem uma aliança militar formal, a sua cooperação em matéria de defesa vai aumentar.

"Não espero que a Rússia e a China criem uma aliança militar", disse. "Ambos os países são auto-suficientes em termos de segurança e beneficiam de parcerias, mas nenhum deles exige realmente uma garantia de segurança do outro. Ambos pregam a autonomia estratégica", lembrou.

"Mas vai haver uma cooperação militar mais estreita, mais interoperabilidade, mais cooperação na projeção de forças em conjunto, incluindo em locais como o Ártico, e mais esforços conjuntos para desenvolver uma defesa antimíssil que torne o planeamento nuclear dos Estados Unidos e dos seus aliados na Ásia e na Europa mais complicado", acrescentou.

China e a antiga União Soviética foram rivais durante a Guerra Fria, disputando entre si influência entre os Estados comunistas. Desde então, estabeleceram parcerias nas esferas económica, militar e diplomática.

Poucas semanas antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, Putin e Xi declararam, em Pequim, uma amizade "sem limites".

As tentativas de Pequim de se apresentar como mediador de paz neutro na guerra foram amplamente rejeitadas pela comunidade internacional.

A China condenou as sanções internacionais impostas à Rússia, mas não abordou diretamente o mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Putin, acusado de envolvimento no rapto de milhares de crianças na Ucrânia.



Leia Também: Ucrânia diz que repeliu mais de 50 ataques russos nas últimas 24 horas

Pyongyang criticado por alegada transferência de armamento para Moscovo

© Reuters

POR LUSA   16/10/23 

O Governo sul-coreano criticou hoje a Coreia do Norte pela alegada transferência de armamento para a Rússia, depois de os líderes de Pyongyang e Moscovo se terem reunido, em setembro, para reforçar as relações bilaterais.

"A Coreia do Norte negou a troca de armas com a Rússia em várias ocasiões, mas as circunstâncias estão a vir à tona", disse, em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul Koo Byoung-sam, afirmando que o regime de Pyongyang está a "revelar a sua verdadeira natureza".

Koo sublinhou que qualquer troca de armas com a Coreia do Norte deve ser evitada, uma vez que viola as sanções impostas pelas Nações Unidas a Pyongyang.

Recordou, além disso, que "a Rússia, em especial, deve cumprir as obrigações enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU".

As declarações de Koo surgem depois de a Casa Branca ter afirmado, na sexta-feira, que a Coreia do Norte enviou mais de mil contentores com equipamento militar e munições para a Rússia, por via férrea e marítima, para serem utilizados na guerra na Ucrânia.

A Casa Branca revelou imagens que mostram o envio, entre 07 de setembro e 01 de outubro, de uma série de contentores do porto de Rason (nordeste da Coreia do Norte) para Dunay, perto de Vladivostok (extremo oriente da Rússia), que foram depois transportados de comboio para um depósito de munições perto de Tikhoretsk, a cerca de 290 quilómetros da fronteira russa com a Ucrânia.

As imagens de satélite revelam ainda um aumento sem precedentes do tráfego ferroviário de mercadorias na fronteira entre a Rússia e a Coreia do Norte, ultrapassando os volumes de comércio registados antes da pandemia de covid-19.

Acredita-se que estas trocas comerciais foram cimentadas na cimeira de 13 de setembro entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, na região russa de Amur.

Tanto a Casa Branca como os 'media' norte-americanos afirmam que, em troca de artilharia e outros materiais militares que a Rússia pode utilizar na Ucrânia, Pyongyang quer tecnologia militar avançada.



Leia Também: Biden vai pedir ao Congresso que aprove ajuda militar a Israel e Ucrânia

Cabo Verde: Maior investimento estrangeiro abandonado e Governo procura de alternativas

Hotel do projeto Macau Legend Developement, Cidade da Praia, Cabo Verde

Por  voaportugues.com  16/10/23

Com o anúncio do abandono do projeto que, segundo o plano avançado inicialmente, deveria ser inaugurado em 2021, o primeiro-ministro anunciou que o Governo vai reverter a concessão que era de 25 anos e criar condições para o surgimento de novos projetos.

PRAIA — Anunciado há anos como o maior investimento privado externo em Cabo Verde, no valor de 270 milhões de dólares, que iria promover centenas ou milhares de empregos, o Macau Legend Developement abandonou recentemente o projeto de construção de um hotel –casino na cidade da Praia.

Para a história ficaram um hotel não concluído, muito criticado por ser um "corpo estranho" numa zona residencial da capital, Prainha, e uma pequena ponte que liga o ilhéu Santa Maria, Djéu, à cidade.

Ativistas e analistas económicos esperam que o Governo envolva os diferentes atores políticos, empresários e a sociedade civil na formatação e implementação de um novo projeto que seja abrangente e sirva a capital do arquipélago, sem esquecer a preservação ambiental e marinha.

Com o anúncio do abandono do projeto que, segundo o plano avançado inicialmente, deveria ser inaugurado em 2021, o primeiro-ministro anunciou que o Governo vai reverter a concessão que era de 25 anos e criar condições para o surgimento de novos projetos.

“Agora vamos fazer as partes que tem a ver com todo o suporte juridico… depois ver que destino dar a esse investimento que não pode ficar assim como está… isso é claro”, disse Ulisses Correia e Silva.

Ponte que liga o ilhéu de Santa Maria à cidade da Praia construída pelo projeto Macau Legend Developement, Cabo Verde

O presidente da Associação de Turismo de Santiago considera que a ideia da construção de um casino na cidade da Praia foi boa, só que a localização para a construção da infraestrutura foi um erro.

Eugénio Inocêncio diz que agora deve-se aproveitar a oportunidade para desenvolver um projeto que transforme toda a área em espaços de lazer, restaurantes e belas praias balneares.

Inocêncio considera que todas as forças vivas desde o Governo, Câmara Municipal da Praia, personalidades da sociedade civil, estruturas públicas e privadas ligadas ao turismo e empresariado nacional devem juntar as vozes e forças no sentido de se traçar e implementar um projeto com ganhos amplos.

No que toca a meios para a implementação de um novo projeto, Inocêncio diz que estão ao alcance do país e realça que “são valores com retorno, não são custos mas sim investimentos… nomeadamente para se pagar eventuais créditos necesários… é há fundos internacionais para isso”.

Na mesma linha de pensamento, o presidente da Câmara Municipal da Praia considera que a paralisação do projeto deve agora ser aproveitada para se repensar e adaptar o mesmo aos reais anseios do país e à vontade dos cidadãos.

Francisco Carvalho afirma que por se tratar do município que alberga o projeto, o Governo deve envolver a Câmara e fornecer todas as informações.

“Nós já percebemos que os paraenses querem que o Djéu e a Praia da Gamboa sejam devolvida ao seu convivio… sabemos que o espaço representou para Charles Darwin aspeto central… então temos a oportunidade de incluir agora o Djéu dentro desse percurso turístico –cultural”, sustenta o autarca.

Tal como alguns ativistas e ambientalistas, também o edil praiense defende a necessidade da criação de estruturas no futuro projeto, visando estudos e preservação do ambiente e do ecossistema marinho.

Esta ideia é reforçada pela bióloga Ana Gonçalves que trabalha na Associação do Desenvolvimento e Defesa do Ambiente (ADAD).

“Tendo em conta que possui espécies endémicas e uma parte histórica, eu acho que sim que deve ser preservado e ver duma forma sustentável como é que podemos desenvolver o turismo, criar mais áreas verdes ao longo daquela costa”, defende aquela bióloga.

O acordo de concessão para a construção e exploração de uma estância turística vocacionada para jogos no ilheu de Santa Maria foi assinado com o Executivo cabo-verdiano em 2015 e a primeira pedra foi lançada em fevereiro de 2016 pelo empresário macaense, David Show.

As obras arrancaram mas, com o aparecimento de pandemia da Covid-19, ficaram em banho maria, mas agora o Macau Legend Devolopement anunciou o abandono do projecto.

Antes a empresa liderada pelo conhecido magnata de jogos tinha garantido que apresentaria um plano para a retoma das obras, o que acabou por não acontecer.