quarta-feira, 5 de abril de 2023

Coordenador nacional do Madem-g15 Braima Camará em Pilum

 





Radio Voz Do Povo / 
Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

China tem "papel importante" a assumir para a paz na Ucrânia, diz Macron

© LUDOVIC MARIN/AFP via Getty Images

POR LUSA    05/04/23 

O Presidente francês afirmou hoje em Pequim que os chineses têm um papel importante a assumir para a paz na Ucrânia pela sua relação estreita com a Rússia.

"A China, dentro da sua estreita relação com a Rússia, reafirmada nos últimos dias, pode desempenhar um papel importante" na resolução da guerra, declarou Emmanuel Macron durante um discurso à comunidade de franceses residentes na China.

O Presidente francês sublinhou ainda a oposição da China em relação à utilização de armas nucleares e a defesa dos valores das Nações Unidas pelo país.

"A China mostrou o seu compromisso com a Carta das Nações Unidas, com a integridade territorial e a soberania das Nações", acrescentou o Presidente francês.

O líder francês também destacou a proposta de paz apresentada pela China para o conflito na Ucrânia e deixou claro que, embora não a tenha aceitado na sua totalidade, "pelo menos mostra vontade de se comprometer em busca de uma resolução".

Por isso, considerou essencial o diálogo com a China e defendeu que a União Europeia não pode "deixar a exclusividade" da comunicação com outros países, como a Rússia.

Macron pediu que não se reedite uma "lógica de blocos", face às "vozes que se levantam" preocupadas com o futuro das relações entre o Ocidente e a China.

O líder francês também quis recordar os três anos "particularmente difíceis" de pandemia da covid-19 que os residentes da China tiveram de viver, mas mostrou-se "feliz" por regressar ao país após a última viagem em novembro de 2019.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou hoje a Pequim para uma visita de Estado de três dias à China, na sua primeira viagem ao país desde 2019.

O chefe de Estado francês terá um intenso dia de conversações na quinta-feira com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e uma viagem a Cantão, no sul da China, na sexta-feira.

Macron vai abordar com Xi Jinping a guerra na Ucrânia e as relações económicas bilaterais, além da cooperação em outras áreas.

Em território chinês, Macron estará também acompanhado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Os dois representantes europeus terão agendas próprias, mas irão ter uma reunião comum, prevista para quinta-feira, com o Presidente chinês.

Ursula von der Leyen tem prevista outra reunião com Xi Jinping, mas desta vez sozinha.


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A Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa recebeu na sua residência privada, a Vice-Presidente da Comissão da CEDEAO, Damtien Tchinchibidja, que recentemente visitou o nosso país.

O encontro serviu para entre outros assuntos, discutir os projetos que a CEDEAO pretende implementar no país, nomeadamente, nas regiões de Bafatá, Bolama e Quinara.

 Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau


Ministra ucraniana insta população a abandonar territórios ocupados

© Facebook

Notícias ao Minuto  05/04/23 

"O principal é proteger-se e aos seus filhos", disse ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados.

A ministra ucraniana para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados instou, na terça-feira, os ucranianos a abandonar as regiões sob controlo russo, ou que então "se preparem".

"Aconselho os ucranianos nos territórios temporariamente ocupados que, ou fujam para países terceiros, ou se preparem: já sabem o que há que fazer", disse Iryna Vereshchuk, numa mensagem publicada no Telegram.

"O principal é proteger-se e aos seus filhos", argumentou ainda a ministra ucraniana.

Iryna Vereshchuk alertou ainda para a "preocupação nos territórios temporariamente ocupados", que, no entanto, "não é surpreendente". 

A Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, espoletando um conflito armado que resultou, segundo as Nações Unidos, na morte de mais de 8.400 civis. Desde então, o Kremlin ocupou várias regiões do leste da Ucrânia, concentrado os seus esforços, atualmente, em Bakhmut.


Trump poê à venda camisolas com o seu rosto e mensagem "inocente"

© Site da campanha de Trump

POR LUSA   05/04/23 

O ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump colocou à venda camisolas com o seu rosto e a mensagem "inocente" para arrecadar fundos para a sua campanha eleitoral para as próximas presidenciais.

A peça de vestuário com a imagem de Trump, o primeiro ex-presidente norte-americano a sentar-se perante um juiz, pode ser obtida contribuindo com um mínimo de 47 dólares (cerca de 43 euros) para a sua campanha para ser o candidato republicano às eleições presidenciais de 2024.

Trump declarou-se hoje inocente, em tribunal, das 34 acusações contra ele, relacionadas com pagamentos irregulares à atriz pornográfica Stormy Daniels durante a campanha presidencial de 2016, para que não tornasse pública uma relação sexual entre os dois.

A campanha republicana anunciou ter arrecadado mais de sete milhões de dólares desde que o ex-Presidente foi indiciado na sexta-feira passada.

Trump é um dos quatro nomes que lançaram oficialmente a sua campanha para ser o candidato do Partido Republicano às presidenciais em 2024.

O atual Presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, expressou a sua intenção de tentar a reeleição, mas ainda não concorreu formalmente.


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Volodymyr Zelensky chegou à Polónia

© Valeria Mongelli/Bloomberg via Getty Images

POR LUSA  05/04/23 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou hoje de manhã à Polónia para a sua primeira visita oficial ao país, informou a presidência polaca.

"O senhor Presidente atravessou a fronteira polaca. Está em território polaco", disse Marcin Przydacz, assessor da presidência polaca, à televisão TVN24, sem acrescentar detalhes.

O líder ucraniano terá encontros com o seu homólogo polaco, Andrzej Duda, e com o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, para falarem sobre segurança, relações internacionais e económicas, bem como questões histórias e delicadas entre os dois paises, segundo a mesma fonte.

O presidente ucraniano vai encontrar-se com ucranianos residentes na Polónia, o membro da União Europeia (UE) que mais acolheu refugiados do país invadido desde a agressão russa.

"Será uma visita muito especial", disse o passessor da presidência polaca.

Zelensky fez poucas viagens ao exterior desde o início da guerra com a Rússia, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022 por ordem do presidente russo, Vladimir Putin. A Polónia tem sido um importante aliado de Kiev desde o início da invasão.

O presidente ucraniano fez a primeira viagem ao estrangeiro em dezembro de 2022, quando se deslocou aos Estados Unidos, após a qual fez escala em Varsóvia.

Posteriormente, viajou para Londres, Paris e Bruxelas, em fevereiro, fazendo também uma visita curta à Polónia antes de regressar à Ucrânia.


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SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE: Governo são-tomense congela aumento do salário mínimo da Função Pública

© Lusa

POR LUSA   05/04/23

O secretário geral da União Geral dos Trabalhadores disse na terça-feira que foi informado pelo Governo são-tomense de que não haverá aumento do salário mínimo na função pública este ano, contrariando um acordo já estabelecido.

"Terminantemente o Governo diz que este ano não vai haver aumento salarial, mas nós vimos um acordo assinado há um tempo a esta parte com outro Governo em que o salário deveria subir de forma gradativa até os 4.500 dobras [cerca de 180 euros em 2024]", disse Costa Carlos no final da segunda reunião do Conselho de Concertação Social realizada na terça-feira, sob a presidência do primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada.

No ano passado, o salário mínimo na função pública são-tomense mais do que duplicou de 1.100 para 2.500 dobras (cerca de 100 euros), ficando definido o aumento para 3.500 (cerca de 140 euros) em 2023 e atingir 4.500 dobras (cerca de 180 euros) em 2024.

"Não estando desenhado esta possibilidade [de aumentos], encontramos outra forma de irmos falando, setor por setor, sindicato por sindicato com o Governo para se encontrar uma maneira airosa de se resolver a questão, porque chegar e dizer aos colegas apenas que não há aumento salarial, eu acho que vamos entrar numa convulsão social e não essa a nossa intenção", disse o líder sindical.

O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT) disse que o Governo admitiu analisar a situação dos sindicatos de forma setorial antes de concluir a elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE).

"Havemos de voltar aqui nos próximos dias para tomarmos contacto com o Orçamento já desenhado e concluído e aí sim, já teremos uma outra intervenção, uma outra noção do que será a vida dos trabalhadores para este ano, tendo em conta que a inflação está bastante alta. Vem aí o IVA [Imposto Sobre o Valor Acrescentado], vêm aí outros impostos", adiantou o líder da UGT.

Costa Carlos disse que as grandes linhas do OGE apresentadas pelo Governo liderado pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada, "não animam" os sindicatos e "não trazem coisas boas para a classe trabalhadora".

"Nós ainda estamos com alguma calma, e vamos transmitir essa calma para os nossos colegas", referiu, defendendo que o Governo deve adotar outras medidas, nomeadamente a avaliação e promoções nas carreiras profissionais para motivar os trabalhadores.

O secretário-geral da UGT defendeu também "a harmonização da grelha salarial" para combater a insatisfação e desmotivação dos funcionários públicos.

"Essa preocupação foi colocada como foi sempre colocada", sublinhou, Costa Carlos.

Na terça-feira, foram apresentadas as principais linhas do Orçamento Geral do Estado aos partidos políticos com assento parlamentar.

Segundo o Gabinete do Governo, o Movimento Basta, do ex-presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, não compareceu ao encontro com o primeiro-ministro.


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MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO TERRITORIAL EXORTA O POVO A SEGUIR O PARTIDO VENCEDOR DAS LEGISLATIVAS

JORNAL ODEMOCRATA  05/04/2023 

O ministro da Administração Territorial e Poder Local,  Fernando Gomes, exortou a população guineense a seguir o partido que for escolhido nas eleições legislativas de 04 de junho do ano em curso. 

Acrescentou, neste particular, a importância da participação das organizaçōes da sociedade civil guineense, porque sem a mesma, será difícil organizar o processo eleitoral  de forma livre, justa e transparente.  

O governante falava na terça-feira, 04 de abril de 2023, durante a abertura da primeira reunião do Comité de Pilotagem para as eleições legislativas, constituído pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), Governo e os parceiros internacionais. 

Gomes disse que o governo guineense conseguiu financiar 70 por cento  das eleições legislativas, “porque é um ato de soberania e  que deve ser o Estado a financiar todo o processo eleitoral”. Contudo, recordou que o governo sempre beneficiou do apoio dos parceiros internacionais para a realização das eleições. 

Sobre a violência que se regista no período eleitoral nos países africanos, Fernando Gomes assegurou que a referida prática não se regista na Guiné-Bissau, contudo lamentou o facto do fenômeno se registar em diversos países da África, pelo que aproveitou a ocasião para apelar aos partidos que façam das eleições uma festa da democracia e que evitem discursos de ódio. 

Para o presidente interino da Comissão Nacional de Eleições (CNE), N’Pabi Cabi, as estratégias e as ações devem continuar na base de uma dinâmica progressiva e construtiva rumo às eleições livres, justas, equitativas e credíveis.

“Estou ciente que os desafios são inúmeros e enormes, mas as motivações em vencer os problemas são as nossas forças e palavras de ordem”, disse.

Explicou que a reunião tripartida entre o governo, CNE e PNUD, testemunhada pelas organizações da sociedade civil é prova da vontade e firme determinação em fazer tudo num ambiente propício de conjugação de sinergias e capacidades para permitir que as condições técnicas, logísticas e financeiras sejam criadas, de forma a realizar o pleito eleitoral que se vizinha sem sobressaltos, sem constrangimentos e sem dificuldades.

Por sua vez, o representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Tjark Egonhof, advertiu aos presentes que o processo eleitoral não acaba no dia das eleições, porque “é marcado num espírito abrangente não só em tempo, mas em aprofundar as capacidades nacionais para atingir a soberania total das eleições”.

Por: Noemi Nhanguan

AFEGANISTÃO: Missão da ONU pede esclarecimentos sobre interdição de trabalho a afegãs

© DANIEL LEAL/AFP via Getty Images

POR LUSA  05/04/23 

A Missão das Nações Unidas no Afeganistão deverá reunir-se hoje com responsáveis talibãs, em Cabul, para clarificar uma nova interdição governamental que impede as mulheres afegãs de trabalharem para a organização no país, afetado por uma grave crise humanitária.

Na terça-feira a ONU anunciou que os talibãs proibiram as trabalhadoras afegãs, até agora poupados a este tipo de medidas aplicadas às ONG, de trabalharem com a organização em todo o país.

No início do dia, a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (MANUA) anunciou que o pessoal feminino afegão tinha sido impedido de trabalhar na província de Nangarhar, este do país.

"A MANUA ouviu falar de uma ordem das autoridades de facto que proíbe as empregadas nacionais da ONU de trabalharem", disse à imprensa Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

"Foi-nos dito por diferentes canais que a interdição se aplica em todo o país", declarou.

Sublinhando não existir qualquer ordem escrita, a porta-voz precisou que os responsáveis da ONU deverão encontrar-se hoje com as autoridades, em Cabul, para tentarem obter a "clarificação".

Cerca de 3.900 pessoas trabalham para a ONU no Afeganistão, das quais 3.300 são nacionais, segundo os números da organização.

Cerca de 600 mulheres fazem parte destes empregados, entre as quais 400 afegãs.

"Para o secretário-geral, tal interdição será inaceitável e completamente inconcebível", sublinhou Stéphane Dujarric, denunciando uma tendência para "minar a capacidade das organizações humanitárias de ajudarem aqueles que mais precisam", declarou.

"É evidente que, dada a sociedade e a cultura, precisamos de mulheres para levar ajuda humanitária às mulheres", explicou.

Na sociedade afegã, profundamente conservadora e patriarcal, não é permitido a uma mulher falar com um homem que não seja um familiar próximo.

Só uma mulher pode entrar em contacto com um beneficiário de ajuda do mesmo sexo.

Ainda que a ONU esteja neste momento a analisar o impacto sobre as suas operações, é "muito difícil imaginar como distribuirá ajuda humanitária sem o pessoal feminino", acrescentou.

Cerca de 23 milhões de homens, mulheres e crianças são abrangidos por ajuda humanitária, sublinhou, a propósito de um país que vive uma das piores crises humanitárias do planeta.

Desde que regressam ao poder em agosto de 2021, os talibãs adotaram uma interpretação austera do islão, que marcou a sua primeira passagem pelo poder (1996--2001) e multiplicaram as medidas restritivas contra as mulheres.


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TikTok alvo de processos em Portugal que podem valer indemnizações de 1,12 mil milhões de euros

TikTok (Associated Press)

Agência Lusa,   04/04/23

Em causa está a demonstração de que a aplicação não aplica os mecanismos necessários para impedir o registo e a utilização por parte das crianças sem autorização dos pais ou representantes legais

A aplicação TikTok é alvo de dois processos judiciais em Portugal, movidos pela organização não-governamental Ius Omnibus, que pedem a condenação da rede social por práticas ilegais e indemnizações que podem ascender a 1,12 mil milhões de euros.

As ações, que foram distribuídas na terça-feira no Juízo Central Cível de Lisboa, cobrem os utilizadores com menos de 13 anos, para os quais a associação de defesa dos direitos dos consumidores reclama uma indemnização global até 450 milhões de euros, mas também os utilizadores da TikTok com idade superior a 13 anos, cuja ação contempla um pagamento a favor desses utilizadores no total de 670 milhões de euros.

Em causa na ação destinada aos menores de 13 anos está a demonstração de que a plataforma, propriedade do grupo chinês ByteDance, não aplica os mecanismos necessários para impedir o registo e a utilização por parte das crianças sem autorização dos pais ou representantes legais. Na ação que visa os utilizadores com mais de 13 anos são invocadas “práticas comerciais enganosas” e “políticas de privacidade opacas”.

Sublinhando que Portugal é o segundo país europeu, após os Países Baixos, em que são interpostas ações nos tribunais contra a TikTok por supostas práticas ilegais e abusivas, a Ius Omnibus – que estima um total de 3,5 milhões de utilizadores no país - enfatiza os riscos na salvaguarda de dados pessoais e, sobretudo, na proteção de crianças e jovens, que têm um peso significativo no universo de utilizadores.

“O objetivo das duas ações agora intentadas é impedir a plataforma de persistir nas inúmeras práticas ilegais através das quais a TikTok desrespeita a privacidade e recolhe e explora dados pessoais e sensíveis dos seus utilizadores sem a devida autorização, em violação das suas obrigações legais”, acrescenta a organização liderada pela secretária-geral Daniela Antão, que irá apresentar hoje em Lisboa as principais linhas da iniciativa.

A TikTok está a ser objeto de restrições em diversos países, como Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, França e Países Baixos e nas instituições da União Europeia.


Caso Trump. A comparação com Mandela e outras reações dos republicanos

© Reuters

POR LUSA  05/04/23 

A ala dura do Partido Republicano dos Estados Unidos recorreu terça-feira às redes sociais para defender o ex-presidente Donald Trump, alegando que as acusações que este enfrenta são algo "horrível" e resultado de uma "caça às bruxas".

Donald Trump tornou-se hoje no primeiro ex-presidente norte-americano a sentar-se perante um juiz que lhe leu um rol de 34 acusações de um processo-crime que o próprio, ao seu estilo, adjetivou com letras maiúsculas - "surreal".

Com o país em suspenso, e milhares de pessoas concentradas em torno do tribunal de Manhattan, por volta das 15h00 (hora local, 20h00 em Lisboa) ficou a saber-se que eram 34 as acusações a pesar sobre o ex-presidente, por alegadamente ter "orquestrado" uma série de pagamentos para encobrir três casos embaraçosos antes das presidenciais de 2016, adiantou hoje o procurador distrital. 

À medida que o mundo assistia à ida de Donald Trump até ao tribunal, foram várias as reações da ala dura do Partido Republicano face a esta situação.  

"Rezem pelo presidente Trump. Rezem pelo nosso país. Isto é horrível", escreveu no Twitter a congressista Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, que se deslocou a Nova Iorque, onde Trump compareceu hoje em tribunal, para liderar um protesto a seu favor.

A congressista comparou o ex-presidente com grandes figuras históricas, como o líder sul-africano Nelson Mandela ou Jesus Cristo.

Jim Jordan, presidente do Comité Judicial da Câmara de Representantes, afirmou que "a justiça é igual para todos, a menos que esse alguém seja o candidato republicano à Presidência".

Também o republicano George Santos, representante de Nova Iorque no Congresso, manifestou o apoio inequívoco a Trump.

"Votei nele nas primárias e duas vezes para presidente nas eleições gerais. Hoje mostrei a minha cara porque é isso que os verdadeiros seguidores fazem, aparecem nos seus melhores e piores dias", disse no Twitter.

"Boa sorte, senhor presidente. Os Estados Unidos estão consigo nesta caça às bruxas", escreveu por seu turno o também membro do Congresso Matt Gaetz nas redes sociais.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compareceu hoje no tribunal criminal de Manhattan, onde se declarou inocente de 34 acusações de falsificação de registos comerciais, de acordo com diversos órgãos de comunicação social.

A alegação de inocência foi feita durante a breve sessão no tribunal nova-iorquino que durou cerca de 40 minutos e onde os procuradores expuseram a acusação do grande júri visando o ex-presidente e empresário.

As acusações estão ligadas ao caso de um alegado pagamento de suborno a uma ex-atriz pornográfica, Stormy Daniels, que terá servido para comprar o seu silêncio sobre um caso extraconjugal, antes da campanha eleitoral das presidenciais de 2016.

A audiência foi histórica, pois o magnata republicano torna-se o primeiro ex-chefe de Estado norte-americano a comparecer perante um juiz e sob acusação judicial, e pode seguir para julgamento, mesmo que o acusado faça todos os possíveis para evitar esse cenário.

Trump, com 76 anos e já candidato anunciado à corrida à Casa Branca pelos Republicanos, tem criticado nas redes sociais o processo, que está a dividir e a abalar os Estados Unidos.

O bilionário alega a sua inocência e afirma ser vítima de uma "caça às bruxas" orquestrada pelos democratas do presidente Joe Biden, que também acusa de terem "roubado" a sua vitória nas eleições presidenciais de 2020.


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terça-feira, 4 de abril de 2023

AUDIÊNCIA À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO (ENA) E À RÁDIO DIFUSÃO NACIONAL (RDN)

 @Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

PRESIDENTE RECEBE A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE IMPORTADORES E EXPORTADORES

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O Presidente da República, recebeu hoje, em audiência, a Associação Nacional de Importadores e Exportadores.

O Chefe de Estado convocou os empresários para discutir a subida de preços de produtos de primeira necessidade e a situação da campanha de caju do ano transato, ainda com uma quantidade considerável de caju por exportar.

Os empresários reconhecem a subida de preços no mercado, mas colocam como condição para a estabilização de preços a revisão das taxas aduaneiras.


O PRESIDENTE RECEBE A RADIO PAZ DA GUINÉ BISSAU

O Presidente da República recebeu, em audiência, a Radio Paz da Guiné-Bissau.

No encontro, a Radio Paz da Guiné-Bissau fez uma homenagem ao Presidente da República agradecendo com um certificado de mérito pela sua valiosa contribuição no processo de desenvolvimento no nosso país, e para encorajar o Chefe de Estado no que respeita a decisão de pôr fim à mendicidade de crianças talibés.

'Maior' bigode do mundo mede quase 64 cm. "A minha esposa empurrou-me"

© Reprodução Guinness World Records/ Site

Notícias ao Minuto   04/04/23 

O homem explica que começou a deixar crescer o bigode há cerca de 30 anos, depois de um episódio com a esposa.

Um homem do estado norte-americano da Carolina do Sul tornou-se recordista ao deixar crescer o seu bigode, que mede cerca de 63,5 centímetros.

A informação de que Paul Slosar é agora a pessoa com o maior bigode foi confirmada esta terça-feira pela organização dos Recordes Mundiais do Guinness. A medição do bigode foi feito, primeiro, no Campeonato Nacional de Bigodes e Barbas, que aconteceu em Casper, no estado norte-americano de Wyoming, e depois verificado pela organização do Guinness.

O seu bigode é descrito como "esguio, começando no meio do lábio superior com os cabelos extremamente longos e puxados para o lado. As pontas podem ser ligeiramente levantadas".

De acordo com Slosar, este bigode começou a ser mantido há cerca de 30 anos, e o recordista conta como esta aventura começou. "Costumava manter o meu bigode curto. Um dia, depois de aparar o bigode, fui beijar a minha esposa e ela empurrou-me e reclamou", começou por explicar, acrescentando que esta depois terá dito: "Não me beijes depois de aparar o bigode porque é como beijar uma escova de aço!'. E terá sido aí que o homem começou a deixar crescer o bigode.

Foi durante uma visita a Tacoma, no estado norte-americano de Washington, que ele foi abordado sobre o tamanho dos pelos, e acabou por ser desafiado a participar numa competição. Para sua surpresa, ganhou, e foi a partir daí, em 2017, que começou a participar nestes eventos.

O homem diz ainda que acredita que o que bebe também influencia o crescimento do bigode. "Primeiro, acho que funcionava a cerveja Guinness", afirmou, explicando que depois mudou para o uísque Jack Daniels.


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Conheça o homem que teve o nariz mais comprido do mundo

Por superviral.com.br

Ele era conhecido como o homem elefante, com um nariz de 19 cm

O homem Thomas Wedders, um artista de circo do século 18, ganhou fama notável por ter o nariz mais longo do mundo, um recorde que ainda permanece por todos esses anos.

Acreditava-se que Wedders exibiu seu nariz notável em todo Yorkshire (um vilarejo no Reino Unido), mas infelizmente, não havia câmeras naquela época para capturar imagens do nariz recorde.

Seu nariz possuía impressionantes 19 cm, o que foi suficiente para o Guinness World Records recompensá-lo com o título póstumo de “maior nariz do mundo”, relatou o LadBible.

Matéria da revista The Strand, vol. XI, que foi lançado em 1896, disse: “Assim, se os narizes fossem uniformemente exatos em representar a importância do indivíduo, este digno deveria ter acumulado todo o dinheiro e conquistado toda a Europa”.

A revista afirma ainda que Wedders possuía um atraso em sua inteligência.

“Em todo o caso, dizem-nos que este Yorkshireman morreu, nariz e tudo, como ele viveu, em uma condição mental melhor descrita como pura idiotice”.

Cabeça do homem e seu nariz estão no museu

Wedders foi imortalizado para sempre devido à produção de uma em cera de sua cabeça que agora está localizada no museu Ripley’s Believe It or Not.

Não se sabe muito sobre a vida de Wedders além de suas apresentações em espetáculos de circo, pois acredita-se que ele tenha morrido em seu local de nascimento aos 50 anos.

Depois que uma imagem de sua figura de cera viralizou, os usuários do reddit ficaram em choque com o tamanho do nariz.

Um deles escreveu: “O que realmente está acontecendo aqui? Tumor? Crescimento? Acidente genético aleatório? As narinas se estendem até a ponta? Tenho tantas perguntas…”

Talibãs proíbem mulheres afegãs de trabalharem para a ONU em todo o país

© Lusa

POR LUSA  04/04/23 

Os talibãs emitiram uma ordem que proíbe as mulheres afegãs empregadas pela ONU, até agora isentas destas restrições, de trabalharem em qualquer lugar no Afeganistão, adiantou hoje o porta-voz da organização, denunciando uma decisão "inaceitável e francamente inconcebível".

"Fomos informados por diferentes canais que a proibição se aplica a todo o país", realçou Stéphane Dujarric, citado pela agência France-Presse (AFP).

Inicialmente, a missão das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) tinha anunciado que os talibãs tinham proibido as seus funcionárias de trabalhar na província oriental de Nangarhar.

Dujarric referiu que a decisão é para todo o território e que a ONU ainda está à procura de mais informações.

Esta quarta-feira estão marcadas reuniões em Cabul com os "governantes de facto" do país para tentar esclarecer os detalhes, enquanto se avalia o seu possível impacto, acrescentou.

"Para o secretário-geral [António Guterres] tal proibição é inaceitável e francamente inconcebível", apontou, denunciando a vontade de "minar as capacidades das organizações humanitárias para ajudar quem mais precisa".

O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, deixou claro que, sem as mulheres, as Nações Unidas não poderão continuar a ajudar o país população como tem feito.

"As mulheres do nosso quadro são essenciais para que as Nações Unidas prestem uma ajuda vital", sublinhou o porta-voz durante a sua conferência de imprensa diária.

Dujarric vincou que este veto não só viola "os direitos fundamentais das mulheres" como também dificulta a continuidade do trabalho da organização no terreno.

Entre outras coisas, recordou que "dada a sociedade e a cultura" no Afeganistão "são necessárias mulheres para ajudar as mulheres", que estão entre as mais ameaçadas pela enorme crise humanitária no país, aludindo ao facto de que em muitas regiões não é bem visto que os homens atendam as mulheres, ou vice-versa.

De acordo com Dujarric, a proibição é "inaceitável" e contribui para uma "tendência preocupante de minar a capacidade das organizações de ajuda humanitária de alcançar os mais necessitados".

Segundo dados da ONU, entre 30 e 40% do pessoal das organizações humanitárias que entregam, gerem, controlam ou avaliam a necessidade de assistência são mulheres.

Dujarric acrescentou que a organização tem atualmente cerca de 4.000 pessoas a trabalhar no Afeganistão, das quais cerca de 3.300 são nativas do país, embora não tenha revelado quantas são mulheres.

No dia seguinte à proibição, várias ONG anunciaram a suspensão das suas atividades, antes de as retomarem em meados de janeiro com o apoio das suas funcionárias em alguns setores que se beneficiam de isenções, como saúde e nutrição.

As mulheres ou a educação das raparigas são um assunto sensível no Afeganistão, após a tomada do poder pelos talibãs em agosto de 2021.

Os talibã impedem as mulheres de participarem na vida pública do país tendo muitas afegãs perdido os empregos no setor público.

Desde novembro do ano passado as mulheres afegãs foram também proibidas de frequentarem parques, ginásios e banhos públicos.

As mulheres afegãs não são autorizadas a viajar sem serem acompanhadas de um parente do sexo masculino e devem estar sempre cobertas quando saem de casa.

"A nova fronteira da NATO". Vai nascer uma vedação de 200km entre a Rússia e a Finlândia

A Finlândia tem a maior fronteira europeia com a Rússia. Por isso, esta adesão à NATO não quebra apenas mais de 80 anos de neutralidade política, como coloca a Rússia em linha de contacto direto com a Aliança Atlântica, ao longo de 1340 quilómetros. 

A TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal) foi a esta polémica e extensa fronteira e confirmou que uma zona, que era frequentada por milhares de russos, é agora uma floresta de neve, sem horizontes definidos, com muitos locais fantasma.

Este é apenas um excerto de uma reportagem que poderá ser vista na íntegra, no sábado, na CNN Portugal. 

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Cnnportugal.iol.pt  04/04/23 

Grupo opositor do Kremlin reivindica atentado contra blogger russo

© Reuters

POR LUSA   04/04/23 

O Exército Nacional Republicano (NRA) russo, um grupo opositor do Kremlin, reivindicou hoje o atentado à bomba que no domingo vitimou o conhecido 'blogger' militar russo Vladlen Tatarsky.

"Esta ação foi efetuada por nós de forma autónoma. Não mantemos contacto nem recebemos ajuda de nenhuma estrutura estrangeira ou de serviços secretos", assinalou a célula do NRA em São Petersburgo em mensagem no canal Telegram Rospartizan.

A nota recorda que Tatarsky, pseudónimo de Maxime Formin, era um "instigador da guerra e um criminoso de guerra" e o café onde ocorreu a explosão era propriedade do chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, que descrevem como "um dos mais famosos bandidos russos".

O NRA assegura que o atentado não visava civis e que todos os feridos são apoiantes da campanha militar russa na Ucrânia e justificam "os crimes de guerra do regime de [Vladimir] Putin (Presidente russo) na Ucrânia".

O comunicado nega que Daria Trepova - principal suspeita do atentado segundo o Comité Nacional Antiterrorista russo - tenha alguma relação com a explosão.

"Apelamos a todos os cidadãos russos que sigam o nosso exemplo e oponham todo o tipo de resistência ao regime criminoso russo, até à sua completa destruição. Os criminosos não se sentirão seguros em território russo. A Rússia será livre!", conclui a mensagem, também divulgada pelo exilado político russo Ilia Ponomariov, o único deputado que votou contra a anexação da península da Crimeia, concretizada em 2014.

O Comité Nacional Antiterrorista responsabilizou pelo atentado os serviços secretos ucranianos, que supostamente terão utilizado pessoas próximas do ilegalizado Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK) do opositor russo Alexey Navalny, atualmente detido.

Segundo o Comité, Trepova era uma "ativa partidária" do FBK, que durante anos denunciou a corrupção na administração pública.

Trepova já tinha sido condenada a dez dias de prisão em fevereiro de 2022 por uma ação não autorizada contra a guerra na Ucrânia.

O Comité de Investigação da Rússia acusou hoje Trepova de cometer um atentado terrorista com um engenho explosivo e por intermédio de um grupo organizado, que poderá implicar 20 anos de prisão, permanecendo em prisão preventiva durante dois meses.

Na segunda-feira Trepova, 26 anos, reconheceu que entregou a estatueta que provocou a explosão num café de São Petersburgo, na sequência de um vídeo do interrogatório divulgado pelo ministério do Interior.

Trepova entregou supostamente a estatueta a Tatarsky, 40 anos, com um explosivo no seu interior que terá sido ativado por controlo remoto.

O assassinato do 'blogger' recorda o atentado quem em agosto de 2022 matou Daria Dugina, filha do intelectual ultranacionalista Alexandr Dugin, considerado próximo do Kremlin.

O NRA também reivindicou este atentado, apesar de as autoridades russas terem acusado os serviços secretos ucranianos de envolvimento, o que Kyiv negou.

O presidente russo Vladimir Putin condecorou postumamente Tatarsky na segunda-feira, com a Ordem do Valor, à semelhança do que fez com Dugina.

Tatarsky nasceu na região do Donetsk, leste da Ucrânia e de maioria russófona, e em 2014 esteve integrado nas milícias separatistas pró-russas que combatiam o Exército de Kiev.

O 'blogger', que tinha mais de 560.000 subscritores no seu canal do Telegram, ficou conhecido em setembro de 2022 quando no Kremlin, após assistir a um discurso do Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou: "Vamos derrotá-los a todos [os ucranianos], matá-los a todos, roubaremos todos os que quisermos".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.451 civis mortos e 14.156 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Declaração à Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades relativamente ao processo de atribuição de vistos pela Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau.

Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau


RACISMO: Representações da evolução humana são racistas e sexistas, alerta estudo

© Getty Images

POR LUSA   04/04/23 

As representações da evolução humana são racistas e sexistas numa vasta gama de materiais, na comunicação social, na educação e na ciência, indica um estudo hoje divulgado.

Da autoria de investigadores da Universidade de Howard, Estados Unidos, e publicado na revista científica 'Evolutionary Anthropology', o estudo resultou da análise de imagens apresentadas em artigos de investigação científica, museus, locais de património cultural, documentários, programas televisivos, livros de medicina e outros materiais educativos, que chegam a milhões de crianças do mundo inteiro.

Dando como exemplo uma representação de fósseis humanos que foram expostos no 'Smithsonian National Museum of Natural History', em Washington, os investigadores mostram como a representação tradicional sugere que a evolução humana foi de uma pigmentação de pele mais escura para uma pele mais clara.

No artigo publicado sobre o estudo, os investigadores notam, no entanto, que na atualidade só 14% das pessoas são identificadas como "brancas".

Rui Diogo, professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de Howard e principal autor do artigo, disse à Lusa que todo o racismo e sexismo representando a evolução humana mostra a imposição da visão ocidental, ainda que possa ser inconsciente.

"Para o estudo, contactamos pintores, curadores de museus... e o que é curioso é que o racismo e o machismo são quase inconscientes. Poucos admitem que são racistas ou sexistas. Nem pensam nisso, repetem as mesmas narrativas sem pensar", disse o investigador.

Rui Diogo diz entender o porquê de as pessoas seguirem essas narrativas inconscientemente, diz que é o que lhes é apresentado desde pequenas, mas acrescenta que tal não pode ser uma desculpa. "Todos temos responsabilidade, os curadores, os jornalistas, os que escrevem livros para os jovens das escolas".

"Quando falo do Homem das Cavernas, apago instantaneamente a mulher da pré-história", diz, acrescentando que o que se vê nos livros e na Internet sobre a evolução humana dá uma ideia que não corresponde à realidade. "É quase como se fossemos todos brancos e que os outros estão condenados a desaparecer. Charles Darwin já dizia isso".

Questionado pela Lusa Rui Diogo salientou também que mesmo nas publicações na Ásia a narrativa pode ser racista, colocando o asiático em destaque, mas no essencial repete a narrativa ocidental.

Em termos gerais, diz, sobretudo em livros para crianças, a evolução não é representada apenas pelo homem branco, é representada "pelo homem branco ocidental, de gravata".

No artigo, com o título "Not Just in the Past: Racist and Sexist Biases Still Permeate Biology, Anthropology, Medicine and Education", o principal autor lamenta que ainda hoje haja essa tendência de colocar os seres humanos mais escuros como "supostamente mais primitivos" e os mais claros como "mais civilizados".

Essa representação inexata distorce a "autêntica variabilidade biológica humana", salientam os investigadores, que admitem que o racismo e sexismo persistente poderão estar a servir o propósito da "manutenção da supremacia branca e masculina" e a exclusão dos "outros", e alertam que as imagens que são difundidas "minimizam a complexidade" da evolução humana.

Rússia diz que devolverá crianças deportadas se famílias pedirem

© MIKHAIL METZEL/SPUTNIK/AFP via Getty Images

 POR LUSA   04/04/23 

A comissária russa para a infância, Maria Lvova-Belova, alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI), declarou-se hoje disposta a devolver à Ucrânia crianças deportadas, se as respetivas famílias o solicitarem.

As autoridades ucranianas acusam a Rússia de ter "sequestrado mais de 16.000 crianças" da Ucrânia desde o início da ofensiva, há mais de um ano.

Por seu lado, Moscovo assegura ter "salvado" essas crianças dos combates e ter criado procedimentos para as reunir com as famílias.

Numa conferência de imprensa hoje realizada, Maria Lvova-Belova garantiu que não foi contactada por "qualquer representante do poder ucraniano" a propósito das crianças deportadas desde o início da guerra e convidou os respetivos pais a escreverem-lhe uma mensagem de correio eletrónico.

"Escrevam-me (...) para encontrarem a vossa criança", declarou a responsável russa.

Um relatório do seu comissariado hoje divulgado indica que 16 crianças de nove famílias foram reunidas com os respetivos parentes residentes na Ucrânia ou noutro local desde 29 de março, ou seja, na última semana.

No entanto, a comissária russa para a infância recusou-se hoje mais uma vez a divulgar a lista completa com os nomes das crianças ucranianas deportadas para a Rússia desde o início da invasão, a 24 de fevereiro de 2022.

De acordo com o relatório, 380 órfãos ucranianos foram colocados sob a tutela de famílias de acolhimento na Rússia, 22 dos quais menores encontrados abandonados em Mariupol, cidade portuária do sul da Ucrânia devastada por um cerco de quase três meses do exército russo, no ano passado.

Foi atribuída às crianças adotadas a nacionalidade russa, embora conservando a sua nacionalidade de origem.

Segundo Maria Lvova-Belova, um adolescente levado de Mariupol para a Rússia foi detido na fronteira com a Bielorrússia quando tentava regressar à Ucrânia.

Ela assegurou, contudo, que o rapaz tinha sido "atraído para território ucraniano através de manipulação e ameaças" de várias pessoas que classificou como "agentes".

O TPI emitiu em março um mandado de captura histórico para o Presidente russo, Vladimir Putin, e Maria Lvova-Belova, considerando que eles eram os presumíveis responsáveis pelo "crime de guerra de deportação ilegal" de menores ucranianos.

Por sua vez, o Conselho dos Direitos Humanos da ONU exigiu hoje à Rússia que autorize organizações internacionais a visitar crianças e outros civis "deportados à força" da Ucrânia para territórios controlados por Moscovo.

"[A Rússia tem de] parar com a transferência forçada e ilegal e com a deportação de civis e de outras pessoas protegidas no interior da Ucrânia [para o leste] ou para a Federação Russa (...), em particular crianças, incluindo as que estão institucionalizadas, desacompanhadas e/ou separadas", lê-se numa resolução aprovada em Genebra com 28 votos a favor, 17 abstenções e dois votos contra (China e Eritreia).

A ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 405.º dia, 8.451 civis mortos e 14.156 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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