sábado, 13 de agosto de 2022

ENTREVISTA - EX-OFICIAL MILITAR EXORTA POLÍTICOS A DESPOLITIZAREM REFORMA DAS FORÇAS ARMADAS

 JORNAL ODEMOCRATA  13/08/2022  

[ENTREVISTA] O líder do Partido Republicano para a Independência e Desenvolvimento (PRID), António Afonso Té, exortou a classe política guineense a despolitizar a reforma das forças armadas e que o governo deve esclarecer os conceitos da reforma que, segundo a sua explicação, “não é só tirar alguém e pôr outra pessoa, não” . 

“A Guiné-Bissau precisa de sangue novo, de jovens, para dar dinamismo ao país. A reforma nesse sentido foi o que eu disse logo no início. A cooperação com os parceiros deve orientar-se nosentido de criarmos escolas militares no país. Para criar escolas militares no país, precisamos de preparar militares novos e capacitados para que amanhã estejam à altura de instruir e dar aulas nessas escolas. É preciso que tudo se crie, que essas reformas sejam feitas e que a legislação, que penso já existir, seja respeitada e que as forças armadas se subordinem ao poder político, mas isso é possível apenas com as reformas”, assegurou o antigo vice-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, durante uma entrevista [agosto de 2022] ao semanário O Democrata para falar das áreas que devem ser priorizadas na cooperação a nível da defesa com a França ou com qualquer país que queira apoiar a Guiné-Bissau nessa matéria. 

O coronel na reserva e atualmente líder de uma das formações políticas do xadrez político guineense defendeu que a cooperação com o governo francês no setor da defesa ou qualquer outro país deve basear-se primeiramente na formação do pessoal, mas já com escolas militares e instituições militares de ensino. 

“Não existe a possibilidade de se desenvolver as forças armadas sem ser baseada na formação do pessoal: formação técnica e académica para que os militares estejam em posição de resolver osproblemas do país”, defendeu, acrescentando que a Guiné-Bissau deve apresentar à França o quadro geral das áreas em que quer que este país apoie o nosso. 

Avançou que o país deve continuar a trabalhar, estar de pés firmes no chão e apresentar projetos do interesse do país, que não sejam aceites projetos que não sejam favoráveis à Guiné-Bissau. 

O Democrata (OD): António Afonso Té, a França acaba de anunciar um acordo de cooperação no domínio militar com as Forças Armadas da Guiné-Bissau. A Guiné-Bissau vista como “parente pobre” em termos das minas e dos interesses geopolíticos, o que motiva a França a retomar a cooperar com o nosso país e particularmente a nível da defesa?

António Afonso Té (AAT): A França já vinha apoiando a Guiné-Bissau. Quando eu dirigia o departamento de cooperação técnico-militar, já havia enviado para a França alguns militares guineenses para formação e voltaram. Houve até tentativa de dar-me bolsa. A França queria que eu fosse estudar, mas a nível das forças armadas quase tudo já estava consumado, por um lado, por outro, devido à guerra não tive tempo de selecionar outra pessoa que fosse fazer o curso de Estado-Maior.

Essa cooperação já durava há muito tempo. Não veio à tona apenas com a visita do Presidente francês, já existia cooperação técnico-militar entre as forças armadas da Guiné-Bissau e da França, também a nível das forças de segurança.

A França preparou a primeira Polícia da Intervenção Rápida (PIR) do Comissariado da Polícia de Ordem Pública e equipou-a. Portanto, já havia cooperação técnico-militar com a França do ponto de vista operacional, da saúde e da formação. Já estávamos preocupados com a profissionalização, a formação técnico-profissional das forças armadas, para que pudessem estar à altura de executar as missões que lhes são conferidas pela Constituição da República. A nossa cooperação era essencialmente com os países do leste, mas com a intensificação das ações da “Perestroika”, eu estava na União Soviética, vi que o que se estava a passar poderiacair sobre nós e que se não estivéssemos preparados poderíamos ter algumas dificuldades antes de recuperarmos do que estava acontecer.  

Tínhamos uma organização em termos de cooperação técnico-militar com os países do leste e Cuba, e com as reformas na Rússia, então União Soviética, nós já víamos que haveria alterações dos elementos basilares na cooperação técnico-militar. Por outro lado, era necessário que fossemos proativos no sentido de recuperarmosa confiança de todos os países que quisessem cooperar connosco, desde que respeitassem aquilo que nós professamos. Tivemos que diversificar as coisas e essa diversificação levou-nos a recuperar Portugal, continuar com a Cuba e os países da Europa do Leste que quisessem continuar a cooperar com a Guiné-Bissau. Mas era necessário ver do lado de Portugal e da França. 

Em 1991 assinamos um memorando de cooperação técnica com a Argentina, porque já estávamos a tentar encontrar uma solução capaz de dar-nos essa oportunidade de criar as forças armadas repúblicas. Era esse o objetivo, porque as nossas forças armadas eram de um partido, partido libertador. Na altura em que nós começamos a movimentarmo-nos para ver se conseguíamos alterar as coisas, já estávamos nas vésperas da adoção do multipartidarismo, o que significaria que alguns elementos ou paradigmas das forças armadas deveriam ser mudados para que elas pudessem ser capacitadas e adaptadas ao novo contexto que seanunciava. 

Foi nessa altura que um grupo de militares formados em diferentes escolas militares do Ocidente e do leste chegaram à conclusão que era necessário transmitir aos mais velhos a sua visão sobre a situação e o que entendiam que se deveria ser feito na fase em que estavam. Depois de elaborado o documento de base, foram ouvidos pela direção superior das forças armadas (Ministro da defesa, Chefe de Estado-Maior General, Comissário Político, etc) que  aceitarama proposta que fizemos. Fomos para Bubaque para um retiro de quatro meses para concebermos as ideias necessárias para a modernização que queríamos imprimir, no quadro das forças armadas. Isso aconteceu. Trabalhámos e voltámos. Chegou-se à conclusão que devíamos continuar e que as coisas deveriam ser feitas e foi nesse quadro, de acordo aquilo que já tínhamos visto e a visão que já tínhamos da situação das forças armadas no mundo e provavelmente que a bipolarização seria prejudicial, decidimosencontrar soluções para sobreviver nesse oceano de mudanças.

O mundo estava a  mudar de forma rápida e nós devíamos ser capazes de adaptarmo-nos a essas mudanças, tendo em conta a nossa realidade. Foi assim que trouxemos a cooperação com a França, Portugal, Estados Unidos de América, Brasil e váriospaíses africanos, nomeadamente o Senegal, a Argélia, Marrocos, embora nem tanto, e países do Leste que quisessem continuar connosco.

Mantivemos uma posição que nenhum dos países que cooperasse connosco venha a impor-nos condições para cooperar connosco. Porque a tendência era que se tivéssemos a cooperar com o Ocidente, não poderíamos fazê-lo com leste europeu, vice-versa. Mas conseguimos equilibrar as coisas e fazer com que eles fizessem coisas nessa ordem das forças armadas guineenses. Foi assim que  criamos, com os portugueses uma grande escola deengenharia militar, serviço de manutenção militar, o parque automobilístico e o parque mecânico. 

Trabalhamos também com os franceses e os americanos. Com os americanos e franceses, a incidência foi mais sobre a formação. E conseguimos estabelecer as pistas para diversificar a cooperação técnico-militar com vários países. A partir daí, continuamos a trabalhar na construção de umas forças armadas que pudessem evoluir de forma normal , com as mudanças que estavam a acontecer na sequência da abertura ao multipartidarismos, onde o PAIGC já  não era força guia  do  nosso povo. 

Por essa razão teríamos de  acabar com o comissariado político naforma como ele estava, porque era apenas um apêndice do partido nas forças armadas, que tinha como um dos objetivos fundamentais a orientação e a garantia da fidelidade das forças armadas ao partido. A nossa gente não nos compreendeu e tivemos enormes dificuldades de compreender também como era possível que não nos compreendessem. Mas, de forma pacífica, tivemos que trabalhar para convencer a nossa gente. 

Vou dizer-vos uma coisa: uma vez quando estávamos a tentar recuperar Brá, o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas na altura, Ansumane Mané, mandou colocar os militares do Paiol de Brá em estado de alerta, porque estávamos a levar uma delegação portuguesa para aquele espaço, onde depois criamos a grande escola da engenharia militar e dos serviço material. Estávamos a levar essa delegação para mostrar quais eram as dimensões  das nossas necessidades, para podermos ver como é que podíamos satisfazer aquilo que tínhamos como propostas para o setor. Fê-lo porque não estava de acordo com o ministro da Defesa Iafai Camará, mas o medo que ele tinha acabou por não se justificar, porque graças ao trabalho que fizemos a nível de Brá, colocamos o país em segurança  com meios tecnológicos  bastante avançados, ou seja, ninguém podia entrar no paiol sem que o alarme fosse acionado. Na altura em que fizemos esse trabalho, a Guiné-Bissau estava a ser acusada de ser a fornecedora de equipamentos earmamentos aos rebeldes de Cassamance. 

Não importava a Guiné-Bissau entrar em conflito com países vizinhos imediatos, não. Segundo a carta da CEDEAO, nenhum Estado deve albergar uma rebelião ou alguma coisa que parecesse com uma rebelião para criar distúrbios no país vizinho. A partir desse momento, iniciamos o processo de modernização das forças armadas e as reformas que foram mal-aceites pelos políticos que pensaram que estávamos a tirar as forças armadas das mãos do PAIGC. Nasce assim a conspiração que consumou-se na guerra civil de 7 de junho de 1998. É verdade que muitas pessoas não aceitaram, mas algumas compreenderam a nossa intenção de que não era nada mais, nada menos do que adequar as forças armadas ao período que se avizinhava de forma a que se colocasse na devidaposição as forças armadas e respeitassem a Constituição da República e tudo que saísse daquele sistema que se ia montar.

 OD: Afonso Té é militar de formação na reserva e chegou a ocupar cargo chave no exército guineense. Se tivesse que apontar áreas vitais para cooperação com a França, começaria por onde?

AAT: Começaria por tratar da formação do pessoal, mas já com escolas militares, instituições militares do ensino e instituições do ensino militar, porque não existe a possibilidade de se desenvolver as forças armadas sem ser com base na formação do pessoal: formação técnica e académica para que os militares estejam em posição de resolver os problemas do país. Naquela altura estávamos a preparar os militares a não reagirem aos diferentes momentos políticos, porque a nossa missão é efetivamente garantir a integridade territorial, a segurança externa e a calma do país. Infelizmente muitos não nos compreenderam. Alguns que pensávamos que não compreenderam, afinal compreenderam, mas não estavam de acordo, porque pensavam que, com o novo modelo e reformas nas forças armadas não poderiam satisfazer os seus intentos. E foi o que aconteceu. 

Mas não estou a dizer isso para fundamentar algo, não. Na minha época, nós já havíamos diversificado a cooperação técnico-militar. Tínhamos com a França, UEA, Portugal, Cuba, a Rússia, embora latente, mas continuávamos. Porque depois começaram a cobrar-nos conselheiros nas forças armadas e tudo que nós quiséssemos, começaram a cobrar. Nós não tínhamos condições para sustentar essas exigências. Essa cooperação que agora o Macron anunciou com as forças armadas já existia.

OD: É a primeira vez que um Presidente francês visita a Guiné-Bissau. O que pode estar em jogo ou podemos admitir que estamos perante uma afirmação de uma França que está a perder alianças em África, particularmente na Costa. Por exemplo, no Mali e na Guiné-Conacri?

AAT: O que as pessoas talvez não saibam, o cidadão comum não saiba, a riqueza da Guiné não está apenas naquilo que ela pode ter no subsolo, mas também vem mais da sua posição geográfica, que vai expandir em direção à geopolítica e à geoestratégia. Portanto, podemos não ter a ideia concreta daquilo que somos, mas temos uma importância enorme no quadro da CEDEAO e da geopolítica na nossa sub-região. Talvez seja por força da psicose da pobreza. Não somos pobres. O que nos falta é trabalhar para atingir a riqueza que quisermos, mas temos tudo, terra, clima que nos é favorável à produção. O que temos que tentar fazer é ter uma liderança que esteja em condições de orientar o país para que produza e saia da psicose da pobreza.   

OD: A visita de Macron à Guiné-Bissau pode ter a ver com a sua afirmação no bloco sub-regional?

AAT: Acho que sim. Porque seja como for, queiramos ou não, o peso da França na União Europeia acaba por impor. Nós gostávamos que ninguém tivesse peso na nossa organização sub-regional ou continental, mas se ainda precisarmos de apoios desses países para suportar as nossas operações, que são realizadas em função do processo de desenvolvimento dos nossos países, temos que tê-los em consideração, tanto mais que estamos numa situação de globalização. Cada um é membro e cada membro deve fazer esforços no sentido de trabalhar para o processo do desenvolvimento do seu país.  O que eu quero dizer não significa de forma nenhuma que a Guiné-Bissau se deixe levar em duascantigas, não. Aliás, o povo guineense nunca aceitou isso. O guineense pode não saber liderar-se, mas ninguém manda nele. A Guiné precisa, é, de uma visão para sair da situação em que está. Mas qualquer fenómeno que se pareça um pouco com dependência o guineense é alérgico a isso. Muitos podem estar a pensar que o Macron veio à Guiné para tentar resolver os seus problemas  e meter o nosso país na sua vassalagem, não.  Só se os líderes atuais o aceitarem. Se não aceitarem, não pode acontecer. Não acho que devam aceitar, não. Porque estão lá para resolver os problemas dos interesses nacionais. Os objetivos e os interesses são nacionais, mas deve ser estabelecida a cooperação. Eu tenho a minha opinião particular e pessoal em relação à França e o que ela provoca em África. Cooperar não significa meter-se debaixo de teto de alguém para que ele faça tudo e tu recebas Se assim for ficas de certo modo maniatado, não podendo reagir quando tiveres que reagir. É verdade que a Guiné-Bissau não é um espaço francófono, é um espaço lusófono. Mas por várias razões e porque estamos enclavados entre países francófonos, temos que interagir. E essa convivência não tirou nada à Guiné-Bissau, embora tanto o português como outras pessoas pensem que o espaço francês está a engolir o espaço guineense, não. É bom que fique claro que a Guiné-Bissau deve apresentar à França o quadro geral das áreas em que quer que este país coopere. O nosso país deve continuar a trabalhar, estar de pés firmes no chão e apresentar projetos do interesse do país e que não sejam aceites projetos que não sejam favoráveis. 

OD: Havia um acordo no domínio militar entre os dois países, que depois foi interrompido com o conflito civil de 7 de junho. O senhor estava em ativo. Pode falar-nos dos avanços e recuos deste acordo?

AAT: Acordo, não. Cooperação técnico-militar, sim. Avanços, nós já estávamos avançados. Estávamos ao nível onde o embrião das forças armadas já era visível. Os recuos: qualquer que seja guerra civil ou golpe de estado faz recuar o país. Mas não significa que a França ia trazer militares nessa cooperação, o que precisávamos era de paz para que a Guiné-Bissau se construísse, utilizando a cooperação técnico-militar e a cooperação em termos gerais com os outros países. Não vejo como a Guiné-Bissau poderá sair desse tipo de situação, mas ela precisa saber o que quer, defender os seus interesses e aquilo que pensa que sirva os seus interesses.    

OD: Fala-se muito na reforma nos setores da defesa e segurança. Na sua opinião, que mecanismos devem ser usados para o sucesso desta reforma?

AAT: Primeiro, é preciso que os políticos despolitizem a reforma das forças armadas, esclareçam os conceitos, o que é a reforma. Não é só tirar alguém e pôr outra pessoa, não. Pode, sim, ser também isso, porque quer dentro das forças armadas ou em qualquer instituição do Estado haverá sempre pessoas que veem e que se vão, as que são substituídas por outras, mais jovens. O país precisa de sangue novo para dar dinamismo ao país. A reforma nesse sentido foi o que eu disse logo no início. A cooperação deve orientar-se no sentido de criarmos escolas militares . Para criar escolas militares, precisamos de preparar militares novos e capacitados para que amanhã estejam à altura de instruir e de dar aulas nessas escolas. É preciso que tudo se crie, que essas reformas sejam feitas e que a legislação, que penso já existir, que seja respeitada e que as forças armadas se subordinem ao poder político, mas isso é possível apenas com as reformas. Para mim, a reforma deve começar pela instituição de instituições do ensino militar e instituições militares do ensino, para poder satisfazer os interesses do desenvolvimento das forças armadas.

OD: Forças de defesa da Guiné-Bissau não vão às missões de manutenção de paz há anos. A última participação do país foi na Libéria. Mas nos últimos anos o país recebeu duas missões, a última acaba de ser acionada depois do caso de 1 de fevereiro. O que pode estar em causa e o que deve ser feito para retomar esse privilégio?

AAT: Acho que não devem procurar soluções apenas nas forças armadas. É uma situação global do país, em que é difícil o guineense aceitar a solução de consenso. Quando há choque de interesses, temos que encontrar um ponto de equilíbrio para poder ultrapassar esse conflito de interesses. 

Na Guiné, é o que nós não temos. Os militares não são os únicos problemas, porque aquilo que o país quer é o que os militares devem fazer. Os políticos devem cultivar a sua disposição para o consenso. Se esse objetivo for atingido… não se pode esperar até que se atinja em pleno cem por cento, não. É uma coisa que se constrói e os políticos têm que ter capacidade para isso. Enquanto os políticos não tiverem a capacidade de chegar a um consenso diante de diferentes problemas que se apresentam ao país, não vamos sair desta. Por exemplo, o que é que impediu a estabilização e a governabilidade depois das eleições de 2019, com certeza não foram os militares. Fez-se eleições, houve dois partidos mais votados, um que ganhou com maioria relativa, outro com 27 e outro conseguiu 21, mas há um que era um partido “Chaveiro”, que tinha apenas cinco deputados e que todo o mundo precisava dele para resolver o problema. Mas não se chegou a um consenso. 

Há que se negociar para chegarmos a um consenso, porque a arte de negociar vai ser a tábua de salvação e permitir ao país voltar a participar nas missões internacionais de manutenção de paz. Se continuarmos nesse ritmo, as comunidades a que pertencemos estarão sempre com as suas forças no nosso país. O que é que justificou o primeiro de fevereiro? A liderança guineense deve voltar a calma e organizar um encontro de toda gente à volta de uma mesa, que os problemas cruciais sejam postos à mesa e que um acordo de consenso seja alcançado.  Que se diga a verdade, doa a quem doer. Você tem verdade para me dizer que me diga.  Se essa verdade me doer, tenho que pensar sobre a utilidade dessa verdade e dar prioridade a essa utilidade. Porque a reação ao meu ferimento vai prejudicar todos os guineenses. Tem que haver um mecanismo de regulação que esteja em condições de levar-nos, cada vez que há um problema, à volta de uma mesa. Numa crise, todos os momentos são válidos para a negociação e discussão, seja no início, no meio e no fim.

OD: Senhor Afonso Té, o critério de recrutamento era por via das escolas, mas depois de 7 de junho, o formato foi alterado?

AAT: Não sei dizer se foi ou não alterado. O que eu quero dizer é que nós estávamos a contar com a criação ou insuflar ao oficialato e à classe de praça de sargentos porque os antigos combatentes não tiveram tempo de ir à escola para ter um nível aceitável. Precisávamos de novos jovens, por isso fomos recrutar nas escolas. Na altura, criamos duas bases de orientações e duas bases degestão. 

O que eu exijo àquele que recrutei numa escola e mandei estudar numa escola militar, não posso fazê-lo com quem não teve tempo, estava no mato a lutar. Eu era mais rigoroso com aqueles que foram recrutados nas escolas e foram formados do que quem estava todo tempo no mato. Se tivéssemos que fazer a justiça, não podíamos colocar uma pessoa que não teve tempo de estudar, porque estava a lutar, a concorrer com quem tem habilitações literárias. Caso contrário, estaríamos a criar uma situação de desequilíbrio, porque o outro, de acordo com os critérios, estaria a ganhar   e o antigo combatente ficaria prejudicado. Para elevar o nível dos nossos militares, tínhamos que recrutar nas escolas, embora a lei, o serviço militar seja obrigatório.

OD: O atual Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Biaguê Na N´Tan, tem falado na recuperação do Centro de Instrução Militar de Cumeré para a formação de oficiais subalternos e superiores. É possível, na sua opinião, que isso aconteça, num contexto onde a tecnologia dita as regras?

AAT: Sim. A recuperação do centro de Cumeré e diferentes centros militares existentes é mesmo desejável. Também é desejável a construção de novas escolas militares, tendo em conta os novos elementos, porque a natureza das ameaças no mundo de hoje édiferente da natureza das ameaças antes. É preciso que os militares sejam ensinados a pensar nessas ameaças e como lidar com elas. O que não compreendo é quando se recruta sem formar. 

Os militares são recrutados e formados tendo em conta os objetivos da instituição. Quando começamos a participar nas operações da manutenção da paz, os oficiais que mandávamos, porque algunstinham um nível de habilitações literárias baixo acabaram por transformar-se em cozinheiros dos outros. Tivemos que parar para organizar essa gente para que pudessem resolver o problema e o que aconteceu, passamos de zero para oitenta do ponto de vista da nossa prestação. Tivemos excelente prestação em Angola, em Moçambique e na Libéria. Havia dois elementos nessas missões: dinheiro e o cumprimento da missão. Como o Estado guineense pagava mal aos militares, então as pessoas transformaram as missões em lugares para ganhar dinheiro. Até porque é bom ganhar dinheiro, mas era necessário fazer uma composição que integrassetoda a gente. Quando chegar a altura de ganha dinheiro, todos ganham e quando chega a altura de estar a nível da missão que lhe é apresentada uns cumprem, porque podem e sabem, e outros podem ir a reboque.

Por: Filomeno Sambú

Foto: F.S

🇨🇻 💵Preços em Cabo Verde voltam a aumentar em julho e 9,0% num ano

 DW Português para África 

Os preços em Cabo Verde aumentaram 1,2% no mês de julho e acumulam uma subida de 9,0% no espaço de um ano, indicam dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cabo-verdiano compilados pela Lusa.

De acordo com o Índice de Preços no Consumidor (IPC), elaborado pelo INE e divulgado hoje, esta variação mensal em julho fica 0,6 pontos percentuais abaixo da taxa registada em junho.

"A taxa de variação homóloga do IPC total, no mês de julho de 2022, foi de 9,0%, valor superior em 0,8 pontos percentuais ao registado no mês anterior", lê-se no relatório do INE.

No mesmo período, o IPC registou ainda uma variação média dos últimos 12 meses de 6,1%, valor superior em 0,6 pontos percentuais ao verificado em junho.

Cabo Verde fechou 2021 com uma inflação média anual de 1,9%, o valor mais alto desde 2013, já influenciado pelo aumento do preço dos combustíveis no mercado internacional, segundo o Governo cabo-verdiano. (LUSA)


Militância - Cerimónia de militância do Sr. Caramba Turé e o seu movimento CARTUR, na Sede Nacional do Partido.

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 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Coligação presidencial no Senegal venceu legislativas com maioria absoluta

▲Dos 165 lugares da Assembleia, a coligação do Presidente Macky Sall tem agora 82 deputados, contra os 125 conseguidos em 2017, disse o Conselho Constitucional na noite de quinta-feira, confirmando os números provisórios anunciados a 4 de agosto pela Comissão Nacional do Recenseamento dos Votos

Agência Lusa 12 ago 2022

A coligação presidencial no Senegal venceu com margem ligeira as eleições legislativas de 31 de julho. Partido tem agora 82 deputados, contra os 125 conseguidos em 2017.

A coligação presidencial no Senegal venceu com margem ligeira as eleições legislativas de 31 de julho, de acordo com os resultados finais, mantendo uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, obtida graças a um apoio pós-eleitoral.

Dos 165 lugares da Assembleia, a coligação do Presidente Macky Sall tem agora 82 deputados, contra os 125 conseguidos em 2017, disse o Conselho Constitucional na noite de quinta-feira, confirmando os números provisórios anunciados a 4 de agosto pela Comissão Nacional do Recenseamento dos Votos (CNRV).

Ainda assim, esta força ganhou uma maioria absoluta de 83 deputados, contra 82 para a oposição, com a contabilização de um deputado da oposição, Pape Diop, antigo presidente da Assembleia Nacional e do Senado.

Diop anunciou na quinta-feira, durante uma conferência de imprensa, que tinha “tomado a decisão de aderir” à coligação presidencial para evitar “um bloqueio no funcionamento das instituições” no Senegal.

E adiantou que dada a natureza presidencial do sistema político senegalês, uma Assembleia Nacional sob o controlo da oposição conduziria inevitavelmente a uma crise institucional, que estaria repleta de “todo o tipo de perigos”.

A Assembleia Nacional tornar-se-ia então, “não um contrapoder, mas sim um estrangulamento à ação do Presidente da República e do seu governo”, disse Pape Diop.

A aliança da oposição ganhou 80 lugares no Parlamento, incluindo 56 para a coligação “Yewwi Askan Wi”, liderada pelo principal opositor Ousmane Sonko, e 24 para “Wallu Senegal”, liderada pelo ex-presidente Abdoulaye Wade (2000-2012), de acordo com o Conselho Constitucional.

Os outros dois deputados da oposição provêm das fileiras de duas outras pequenas coligações de partidos.

A aliança da oposição tinha anunciado que não iria recorrer ao Conselho Constitucional, por falta de confiança no tribunal.

Yewwi Askan wi também se tinha queixado, a 4 de agosto, sobre a “recusa” do CNRV de o deixar “verificar” as atas das votações em quatro localidades do norte do país, num bastião do Presidente Sall.

A oposição tinha anunciado que pretendia uma vitória nas eleições legislativas para impor uma coabitação ao Presidente Sall e pressioná-lo a desistir do seu plano de concorrer novamente nas eleições presidenciais de 2024.

O Presidente Sall, eleito em 2012 por sete anos e reeleito em 2019 por cinco anos, permanece vago quanto às suas intenções.

Prometeu que nomearia um primeiro-ministro — um cargo que aboliu em 2019 e repôs em dezembro de 2021 — do partido vencedor nas eleições.

Intervenção da Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa, que co-presidiu hoje à sessão de abertura do Comité Director do Quadro de Cooperação do Governo com o Sistema das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Fundo de Consolidação da Paz.

Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau

PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS, GENERAL ÚMARO SISSOCO EMBALÓ RECEBEU EM AUDIÊNCIA A SECRETÁRIA EXECUTIVA DA ALIANÇA DOS LÍDERES AFRICANOS CONTRA A MALÁRIA, A SRA. JOY PHUMAPHI.

Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

A Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) é uma organização intergovernamental dedicada a terminar com as mortes relacionadas com a malária que foi criada durante a 64.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2009. Sob a liderança do Presidente Jakaya Kikwete, da Tanzânia, todos os Chefes de Estado e de Governo africanos têm sido convidados a aderir à parceria.

O objetivo da Aliança é proporcionar um fórum de alto nível, advocacia coletiva para garantir: a aquisição, distribuição e utilização eficiente de intervenções de controlo da malária; a partilha de práticas mais eficazes de controlo da malária; e garantir que a malária permanece na agenda política mundial.

Todos os membros da ALMA estão empenhados para alcançar o objetivo do Secretário-Geral das Nações Unidas de garantir o acesso universal a intervenções de controlo da malária até o final de 2010, com o objetivo de acabar com mortes evitáveis por malária até 2015.



PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS RECEBEU ESTA MANHÃ EM AUDIÊNCIA A EQUIPA COORDENADORA DA AUSCULTAÇÃO NACIONAL "TRANSFORMAR EDUCAÇÃO", COORDENADA PELO CONSELHEIRO PRESIDENCIAL RESPICIO SILVA, EM COMPANHIA DO COORDENADOR RESIDENTE DO SISTEMA DAS NAÇÕES UNIDAS E DA REPRESENTANTE DO UNICEF.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O Presidente da República da Guiné-Bissau, o Governo da Guiné-Bissau, sob a coordenação da Presidência da República, bem como as diferentes Organizações da sociedade civil e instituições académicas guineenses vão apresentar um relatório sobre a situação da educação na Guiné-Bissau na proxima Cimeira Mundial de Educação que se realiza no mês de setembro em Nova lorque sob o lema "Transformar a Educação".

Sob a liderança da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), essas organizações e instituições reúnem-se para discutir e propor recomendações a serem apresentadas na Cimeira.

As consultas nacionais focaram-se nas políticas, planeamento e mudanças orçamentárias necessárias para recuperar as perdas de aprendizado, razão pela qual nos dias 4 a 6 do presente mês de Agosto no processo de auscultação levado a cabo foram não só identificados os estrangulamentos que têm afectado o normal funcionamento do nosso sector de educação, como igualmente foram encontradas as melhores estratégias e soluções para se ultrapassar de vez os grandes constrangimentos que ao longo de décadas têm quase  paralisado o sector educacional nacional.

O General Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas tem dado uma atenção muito especial aos sectores sociais e através de seus Conselheiros tem vindo a seguir e a assumir compromissos que levem à radical transformação da educação no país, razão pela qual assume o presente relatório como um compromisso da República da Guiné-Bissau na Cimeira "Transformar a Educação" a ter lugar a 19 de Setembro à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Caso 1 de Fevereiro: ADVOGADO DOS PRESOS MILITARES DENUNCIA QUE PGR ESTÁ A SER PRESSIONADO PARA TRANSFERIR O PROCESSO PARA TRIBUNAL MILITAR SUPERIOR

Imagem: arquivo Internet

Por: Braima Sigá radiosolmansi.net

O advogado de um grupo de militares detidos por suspeita na tentativa de golpe de Estado do passado 01 de fevereiro denuncia que o Procurador-Geral da República (PGR) está a ser pressionado para transferir o processo dos detidos para o tribunal militar.

As denúncias foram feitas, hoje, por Marcelino Intupe, advogado dos militares detidos na tentativa de golpe de Estado falhado de 1 de fevereiro, durante a conferência de imprensa sobre a situação dos seus constituintes. Entre os detidos está Bubu Na Tchuto, antigo chefe da Armada guineense

“O Procurador-Geral da República sabe que eu sei que de facto está a ser pressionado para transferir o processo para o Tribunal Militar e o propriamente o recém-nomeado presidente do Tribunal Militar Superior foi nomeado com o fim único de pressionar os magistrados que lá estão. Reuniu com os magistrados, avisou os magistrados para julgarem os processos em conformidade com as orientações, onde é que estamos, onde é que estamos?”, questionou.

Marcelino Intupe anunciou por outro lado que várias decisões judiciais estão a ser incumpridas, ele disse ainda que “primeiro há dois despachos do Ministério Público, um mandou libertar os detidos e o outro reforçou para que aquelas pessoas que estão doentes sejam libertadas para o tratamento, não há o cumprimento”.

“Recentemente houve o despacho da juíza que pronunciou e absolveu totalmente das acusações de que já não há julgamento para essas pessoas, e também ninguém cumpriu e intimou para que as pessoas sejam libertadas ninguém cumpriu, até hoje que estou a dizer não há o cumprimento das decisões judiciais e essas decisões judiciais podiam ser objecto de discussão, objecto de contestação da sociedade nacionais e a comunidade internacional que estão cada vez mais silenciadas não pronunciar sobre essas situações”, enfatiza o advogado.

No entender do advogado, estes militares “estão perante o sequestro, não perante uma detenção nem prisão preventiva porque tanto um como o outro ultrapassam o prazo legal então, estão perante um sequestro gravado. A situação deles não é das melhores, alguns estão doentes, outros fracos ou seja estão como estão ”, rematou.

Em fevereiro, dezenas de oficiais militares e civis foram detidos nos dias seguintes da anunciada tentativa de golpe de Estado acusados de participarem no ato que oficialmente deixou 11 mortos na sede do Governo, onde o Presidente da República dirigia uma reunião do Conselho de Ministros.

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Por: Miraide da Silva radiosolmansi.net

A Direcção-Geral de Migração e Fronteiras da Guiné-Bissau alerta que no país existe perigo eminente em relação ao terrorismo e tráfico de seres humanos.

A preocupação foi transmitida, esta quinta-feira, em Bissau, durante a abertura do seminário nacional que visa falar da liberdade de circulação de pessoas e bens no espaço da CEDEAO, destinado aos agentes oficiais e da imigração e fronteiras.

Aicha Indjai, em representação de Diretor-geral de migração e fronteiras, sustenta que atualmente mais do que nunca todos estão confrontados com a situação do terrorismo tráfico de seres humanos e por isso todo o cuidado é pouco.

Ela lembra ainda que no momento o mundo está a confrontar-se com series de atos que perigam a nossa estabilidade, e diante desta situação, lança “vibrante” apelo aos formandos para que “durante dois dias devem no máximo capitalizar os ensinamentos ministrados sobre a livre circulação de pessoas e bens no espaço da CEDEAO”.

Em representação do ministro de Estado e do Interior, Armando Marna, diz que são elaborados métodos que para fazer funcionar as fronteiras, ajudar na transparência de entrada e saída dos estrangeiros.

“Vocês têm grande papel a desenrolar nas fronteiras, serviço de migração e fronteira é um serviço espelho do país tem que ser capitalizado e tem que ser organizado para que possam ter mais conhecimento nas manobras administrativas dos serviços estrangeiros”, lembra.

Durante a formação serão capacitados cinquenta (50) agentes guineenses que englobam os Agentes e Oficiais de Imigração e Fronteiras.

Mais um navio carregado da castanha de caju deixa os Portos de Bissau com destino a Índia, somando mais noventa mil toneladas exportadas. O ministro do Comércio Abás Djaló em reunião com delegados regionais do Comércio anuncia que esta é uma parte de mais de 200 mil toneladas stokadas em Bissau.

Para constatar o evoluir das exportações e a situação da balança, o vice primeiro-ministro, Soares Sambu, coordenador da área económica fez uma visita relâmpago.

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 Radio TV Bantaba

As entidades responsáveis pela segurança rodoviária da Guiné-Bissau, iniciaram hoje uma “Operação Stop”, com a finalidade de sanear o incumprimento das obrigações fiscais por parte dos proprietários das viaturas de transporte público.

A ação foi contestada pela Federação dos Motoristas e Transportadores, através de boicote as atividades. 

Muitos citadinos de Bissau e sobretudo os funcionários públicos tiveram dificuldades em chegar ao serviço, pois tornaram-se insuficientes os táxis e toca-tocas, em condições de circular.

 Radio TV Bantaba

A "Casa Historica" , o antigo escritorio do Engenheiro Amilcar Cabral, em degradacao


Radio TV Bantaba

Pequena declaração!…Chade 11 de Agosto de 2022


 Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional

Transporte terrestres/Federação de Motoristas diz que está a boicotar serviços de transporte público “por incumprimento do memorando assinado com o Governo em 2018”

Bissau, 11 Ago 22 (ANG) - O Presidente da Federação Nacional das Associações dos Transportadores da Guiné-Bissau disse hoje que a sua organização está a boicotar o tansporte público a nível nacional por causa do “incumprimento do acordo assinado com o Governo em 2018”.

Caram Cassamá, em declarações exclusivas hoje a ANG, em jeito de reação à “Operação Stop” hoje iniciada pelas entidades de segurança rodoviária,  disse que desde o mês passado que o Governo está a planear fazer uma “Operação Stop” que segundo ele, tem como objectivo “roubar” o dinheiro aos condutores e proprietários das viaturas.

“Na quarta-feira, tivemos  informações que hoje, vão iniciar a
Operação Stop e neste momento o pessoal de Serviços de Viação estão em todas as arterias de Bisssau por isso, orientamos os nossos associados a pararem as suas viaturas”, disse Cassamá.

Segundo disse, o Memorando do Entendimento assinado em 2018 com o governo contém 17 pontos e  prevê a  realização conjunta de  operações stop, redução de postos de controle nas estradas, proibição de emissão de todos os documentos.

Caram Cassamá disse que nada foi cumprido apesar de ser o próprio executivo o actor das propostas constantes no documento assinado com a Federação.

“Por isso digo que nos 17 pontos do acordo nenhum foi cumprido correctamente, uma vez que já estão a recolocar os postos de controle, já extintos, ou seja, o que estão a fazer é abuso por isso demos a orientação aos nossos associados para parrarem as suas viaturas, em casa, porque não vamos dar o nosso dinheiro à ninguém de uma forma desorganizada”, disse  Cassamá.

Aquele responsável afirmou  que o boicote vai prevalecer enquanto o  Governo não retirar  os agentes de Viação nas estradas.

O Presidente da Federação Nacional das Associações dos Transportadores da Guiné-Bissau disse que já não há nada para negociar com o Governo uma vez que o executivo só deve cumprir o que está no papel.

Entretanto, a ANG constatou que   motoristas com a documentação em dia estão a circular normalmente. 

ANG/MSC/ÂC//SG

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

ILÍDIO TÉ DIZ QUE GUINÉ-BISSAU CRESCEU 5% NA IMPLEMENTAÇÃO DOS PROJETOS DA UEMOA

JORNAL ODEMOCRATA  11/08/2022  

O ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, disse esta quinta-feira, 11 de agosto, que, de acordo com a avaliação da União Monetária dos Estados da África Ocidental (UEMOA), a Guiné-Bissau cresceu 5% na implementação das reformas, das políticas e dos projetos comunitários definidos por essa organização, o que vai permitir ao país tomar medidas adequadas para os constrangimentos identificados, de forma a melhorar a competitividade da economia nacional e o seu potencial de crescimento económico, no quadro comunitário.

Ilídio Té falava na abertura do ateliê de inspeção anual às reformas, às políticas, aos programas e aos projetos comunitários da UEMOA nó país.

Para o ministro das finanças, apesar do crescimento apontado pela edição 2021 da inspeção anual da UEMOA, a Guiné-Bissau precisa trabalhar mais para atingir e superar a média estabelecida pela organização, tendo em conta as dificuldades que o país enfrenta  e que foram agravadas pelo contexto criado pela COVID-19 e com a guerra na Ucrânia.

O governo guineense continua comprometido com os compromissos assumidos e na garantia da “observância escrupulosa” das recomendações saídas da edição 2021, nomeadamente a governação económica, omercado comum e as reformas setoriais.

Por seu lado, o representante residente da Comissão da UEMOA na Guiné-Bissau, Félix Bertin, explicou que o objetivo do ateliê é  fazer um balanço do estado de implementação das reformas comunitárias no país, face aos desafios definidos pela organização.

Lembrou as autoridades guineenses que cinco programas e projetos no domínio da agricultura, foram suspensos devido às dificuldades encontradas na sua implementação e assegurou que, em breve, a organização  irá apresentar propostas para a finalização desses projetos, porque “são programas financiados em benefício das populações dos Estados membros da UEMOA”.

Neste sentido, anunciou  que está marcada para dezembro deste ano a realização da oitava edição da revisão anual das reformas, das políticas, dos programas e dos projetos da UEMOA.

Por: Epifânia Mendonça

Foto: E.M

Secretário-geral da ONU "seriamente preocupado" com central de Zaporíjia... António Guterres manifestou-se acerca dos ataques contra a central nuclear da Ucrânia.

© Getty Images

Notícias ao Minuto  11/08/22 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou-se esta quinta-feira "seriamente preocupado" com a situação da central nuclear de Zaporíjia (Zaporizhzhia). 

Numa declaração partilhada no site oficial da ONU, Guterres diz ter apelado a "todos os interessados ​​para que exerçam o bom senso e a razão e não pratiquem quaisquer ações que possam pôr em perigo a integridade física, a segurança ou a proteção da central nuclear – a maior da Europa". 

Esta reação surge na sequência da escalada que tem vindo a verificar-se na última semana com relatos de "incidentes profundamente preocupantes que poderiam, se continuarem, levar ao desastre", apontou o secretário-geral.

"Peço que todas as atividades militares nas imediações da usina cessem imediatamente e não atinjam suas instalações ou arredores", frisou na declaração. Guterres exortou ainda a "retirada de qualquer pessoal e equipamento militar da central e a evitar qualquer desdobramento de forças ou equipamentos para o local".

A mesma nota sublinhou também que "a instalação não deve ser usada como parte de qualquer operação militar", mas, em vez disso, "é necessário um acordo urgente em nível técnico sobre um perímetro seguro de desmilitarização para garantir a segurança da área". 

"Devemos deixar claro que qualquer dano potencial à Zaporizhzhia ou a qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar, pode levar a consequências catastróficas não apenas para a vizinhança imediata, mas para a região e além. Isso é totalmente inaceitável", sublinha-se ainda.

A central nuclear foi hoje novamente atacada sendo que ambas as partes se acusam mutuamente. Zaporizhzhia já tinha sido atacada duas vezes na semana passada, suscitando preocupação da comunidade internacional.


Visita de Cortesia do Coordenador Nacional Sr. Braima Camará, ao Ex-Chefe de Estado José Mário Vaz.

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O Coordenador Nacional do MADEM-G15, Braima Camará, na sequência das visitas aos órgãos de soberania, instituições, parceiros e organismos internacionais, hoje dia 11 de agosto, realizou uma visita ao Ex-Presidente da República, Senhor José Mário Vaz.

O encontro foi norteado por palavras fraternas e passagem de valores.


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Uma nova força, na nova dinâmica que não para de crescer à volta do nosso partido.

Juntos somos mais fortes .

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CEDEAO, GENERAL ÚMARO SISSOCO EMBALÓ PRESENTE EM NDJAMENA NAS COMEMORAÇÕES DO DIA NACIONAL DO TCHADE.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O Tchad vive uma transição política, após a morte em combate do Presidente driss Déby Itno no dia 21 de Abril de 2021. 

Após a morte do Presidente Idriss Déby Itno,  o Tchade  observa uma  transição de 18 meses, durante a qual, o país da África Central é governo por um Conselho Militar chefiado por Mahamat Idriss Déby Itno, filho do Presidente morto.

Mahamat Idriss é um general de quatro estrelas, que até à morte do pai, era o chefe da segurança pessoal de Idriss Déby.

Com 37 anos  de idade, Mahamat Idriss Déby Itno, chefia o Conselho  Militar encarregado de  assegurar o  período de transição no Tchade, depois da morte do Presidente Idriss Déby Itno, que tinha sido reeleito  recentemente.

Jovem general de quatro estrelas do Exército do Chade, chefe da segurança pessoal do presidente até a morte do seu pai no 20 dia de Abril de 2021, Mahamat Idriss, caracterizou-se sempre pela discrição, embora fosse o responsável,desde 2012, pela poderosa Direcção Geral  dos Serviços de Segurança das Instituições do Estado (DGSSIE), mais conhecida pelo nome de guarda presidencial, formada por tropas de elite.

Em 2009, ele participou na batalha de Am-Dam, no leste do Chade, na qual foi derrotada uma coligação de rebeldes liderada por Timan Erdimil 

Novo homem forte do Chade, Mahamat Idriss era também o segundo comandante das forças chadianas,  que operam na luta anti-terrorista, no norte do Mali.

Ele formou-se na Escola Militar do Chade e posteriormente frequentou por três meses um curso de especialização militar, em Aix-en-Provence, no sul da França. 

Até à data, na sombra do pai, Mahamat terá como missão implementar a  "Carta da Transição"  do Tchade, que  deverá durar dezoito meses.



Chegada do Presidente da República e Presidente em Exercício da CEDEAO ao local onde decorrem as comemorações da Festa da Independência do Tchad

O Presidente da República e Presidente em Exercício da CEDEAO cumprimenta as diferentes individualidades convidadas, bem como os membros Conselho Militar de Transição e dos diferentes órgãos de poder tchadiano.