O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou hoje que a Guiné-Bissau continua a demonstrar "desenvolvimentos positivos" da sua economia, suportados pelo elevado preço do caju e boa gestão orçamental.
"Estamos no princípio das nossas conversações, mas posso dizer que há muitos desenvolvimentos positivos", afirmou Tobias Rasmussen, chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau.
O FMI iniciou quarta-feira a sua quarta avaliação à Guiné-Bissau no âmbito do programa que tem com o país e também a visita vinculada ao abrigo do artigo IV, que ocorre a todos os países que trabalham com aquela organização financeira internacional.
"O crescimento que se tem verificado na economia durante os últimos dois anos continua, apoiado pelos elevados preços do caju e uma boa gestão orçamental que tem melhorado as finanças públicas", disse Tobias Rasmussen.
O responsável sublinhou, contudo, que a avaliação só termina a 03 de outubro.
Questionado pela Lusa sobre as primeiras impressões divulgadas pelo FMI, o ministro das Finanças guineense, João Fadiá, disse que o Governo continua a seguir as "boas práticas".
"Não há nada de novo. É gerir aquilo que temos e da melhor forma, procurando distribuir da forma mais racional e é isso que estamos a fazer e eles estão a constatar", sublinhou João Fadiá.
Em maio, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou a transferência de uma tranche de 3,7 milhões de euros do empréstimo em curso ao país, depois de uma visita técnica.
A proposta de transferência de mais esta tranche faz parte de um plano de financiamento aprovado em 2015, e que pode atingir os 21 milhões de euros, mas que esteve suspenso e que apenas foi retomado em dezembro de 2016, depois de as autoridades guineenses terem recuado na tomada de algumas medidas, com as quais a organização financeira internacional discordava.
O FMI não concordou com a compra da carteira de créditos malparados do setor privado à banca comercial e ainda com o destino que se estava a pensar dar a toros de madeira cortada nas florestas do país e que foram confiscados pelo Estado.
A instituição mundial exigiu a anulação da operação da compra da dívida aos bancos e ainda instou às autoridades a venderem a totalidade da madeira confiscada com o dinheiro a reverter para o Tesouro Público.
O FMI prevê um crescimento económico de cinco por cento para este ano e para 2018 para a Guiné-Bissau.
MSE // PJA
Lusa/Fim
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