segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Lenta recuperação da camada de ozono mantém humanidade exposta a perigos... A associação ambientalista Zero alertou hoje para a lenta recuperação da camada de ozono, com a humanidade a continuar exposta a níveis elevados de radiação UV, com "impactos sérios na saúde, na agricultura e nos ecossistemas".

© Getty Images   Lusa   15/09/2025

"Apesar nos avanços" para diminuir os gases que o prejudicam, "o buraco de ozono continua preocupante" e este ano já atingiu cerca de 20 milhões de quilómetros quadrados, o dobro da área da Europa, refere a associação em comunicado. 

O documento foi divulgado na véspera do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, que se assinala na terça-feira com o mote "Da Ciência à Ação Global", pretexto para a Zero salientar a urgência de transformar o conhecimento científico em ações concretas.

"A camada de ozono, sendo um escudo vital da Terra que filtra a radiação ultravioleta (UV) e protege os seres vivos, os ecossistemas e as culturas alimentares, exige que a evidência científica seja transformada em ação concreta, por meio de políticas públicas, práticas industriais e escolhas sociais que acelerem a transição para soluções mais sustentáveis e de baixo impacto climático", indica a associação.

Os progressos lentos, decorrentes nomeadamente do Protocolo de Montreal (um acordo mundial em vigor desde 1989 para proteger a camada de ozono eliminando a produção e uso de substâncias prejudiciais, os chamados CFC e HCFC), só devem levar à total recuperação da camada por volta de 2066, diz a Zero.

No comunicado, a associação reconhece os benefícios do Protocolo de Montreal mas diz que são precisas medidas adicionais.

Em Portugal, exemplificam os responsáveis da Zero, já existem fluidos de refrigeração naturais que evitam os CFC e HCFC (clorofluorcarboneto e hidroclorofluorocarboneto, gases refrigerantes que na atmosfera destroem a camada de ozono). Mas a falta de "uma estratégia clara compromete a adoção massiva destas soluções", apontam.

E acrescentam que o caminho para a preservação da camada de ozono e para a mitigação das alterações climáticas exige medidas concretas e urgentes, como apoios ao uso de fluidos de refrigeração naturais, travar o comércio ilegal de substancias nocivas ou melhorar a recolha dos resíduos de equipamentos de refrigeração, como os frigoríficos.

Em 1994, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o 16 de setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, assinalando a data da assinatura, em 1987, do Protocolo de Montreal.

A 16 de setembro de 2009, a Convenção de Viena (sobre proteção da camada de ozono) e o Protocolo de Montreal tornaram-se os primeiros tratados na história das Nações Unidas a alcançar a ratificação universal.

O ozono ocorre naturalmente na estratosfera, o chamado ozono bom, e protege a vida na Terra da radiação UV do sol.

Mas na baixa atmosfera, a troposfera, é criado por reações químicas entre poluentes dos escapes dos automóveis, vapores de gasolina e outras emissões, e aí em concentrações elevadas é tóxico para pessoas e plantas. É o ozono mau.


UA reafirma importância da democracia para a paz e a estabilidade de África... O presidente da Comissão da União Africana (UA), Mahmoud Ali Youssouf, reafirmou hoje, Dia Internacional da Democracia, a importância fundamental deste regime, do estado de direito e da boa governação para a paz, estabilidade e desenvolvimento do continente.

© Lusa  15/09/2025

Segundo um comunicado publicado no site da UA, que tem sede em Adis Abeba, Etiópia, Youssouf recordou os quadros normativos adotados pelo bloco, em particular a Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Governação, que continua a ser o instrumento de referência "que orienta os Estados-Membros nos seus esforços para consolidar instituições democráticas e promover a participação cidadã".

Neste dia simbólico, Youssouf frisou o compromisso inabalável da União Africana em apoiar os seus Estados-membros e os povos de África na realização da democracia.

Apesar da normativa da UA, alguns países membros registaram nos últimos anos um retrocesso da democracia, com a quebra da ordem constitucional como consequência de golpes de Estado perpetrados por militares.

Desde 2020, pelo menos cinco países da África Ocidental e Central sofreram golpes de Estado: Mali, Níger, Burkina Faso, Guiné-Conacri e Gabão.

Gabão é o único que voltou a ter um governo civil após a realização de eleições.


Chegada à Bissau Évariste Ndayishimye, Presidente da República do Burundi para visita de Estado, de três dias.

O Presidente da República do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, recebeu esta manhã desta segunda-feira (15.09) em audiência o Primeiro-ministro da Guine-Bissau Braima Camara que expressou publicamente a sua profunda gratidão pela forma atenciosa como foi acolhido e tratado no Hospital Militar Principal de Dakar.


O Secretário Executivo Adjunto e Coordenador do Departamento de Educação Cívica e Formação do Eleitorado da CNE, Idriça Djaló, presidiu esta segunda-feira (15.09) a abertura da formação destinada aos formadores dos Animadores Cívicos Eleitorais. O ato contou com a participação do Movimento Nacional da Sociedade Civil.

Cerca de 50 civis mortos em ataques no Burkina Faso desde maio... Grupos extremistas mataram cerca de 50 civis em três ataques no norte do Burkina Faso desde maio, informou hoje a Human Rights Watch (HRW), pedindo ao regime militar que garanta melhor proteção à população.

©  Lassana Bary/Twitter   Lusa   15/09/2025

O Burkina Faso, governado há quase três anos por uma junta, é prejudicado pelos ataques mortais de grupos armados terroristas afiliados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico. 

"O Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado à Al-Qaida, atacou a cidade de Djibo, na região do Sahel, em 11 de maio, e a vila de Youba, na região norte, no dia 03 de agosto, matando pelo menos 40 civis", disse a HRW num comunicado.

"O Estado Islâmico do Sahel (EI) atacou um comboio civil que entregava ajuda humanitária à cidade sitiada de Gorom Gorom, na região do Sahel, em 28 de julho, matando pelo menos nove civis", acrescentou.

Os habitantes da aldeia de Youba explicaram à HRW que os extremistas quiseram "punir a comunidade local por não ter obedecido às instruções do GSIM de abandonar algumas colheitas" .

Numa resposta à HRW no dia 15 de agosto, o GSIM assegurou "nunca ter como alvo intencionalmente civis", mencionando "alegações infundadas", ou "no máximo, incidentes causados por balas perdidas", dos quais dizem não ter conhecimento.

A pesquisadora da HRW especialista no Sahel Ilaria Allegrozzi estima que "as autoridades devem garantir uma melhor proteção a todos os civis em perigo".

Ao assumir o poder no final de setembro de 2022, o chefe da junta, o capitão Ibrahim Traoré, prometeu restabelecer a segurança em poucos meses, mas os ataques - que visam soldados e civis - não diminuíram.

A HRW pede que as autoridades "investiguem os abusos, particularmente aqueles cometidos pelos militares e milícias aliadas, e processem judicialmente os responsáveis".

A ONG observa que "o Governo tem cada vez mais atacado civis durante operações" antiterroristas.

O exército buukinabé e os seus auxiliares civis, os Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), são regularmente acusados por ONG, incluindo a HRW, de cometer massacres de civis.

A organização Acled, que contabiliza as vítimas de conflitos no mundo, relata mais de 26 mil pessoas mortas em ataques terroristas - civis e militares - desde 2015 no Burkina Faso, sendo mais de metade nos últimos três anos.


Subida do mar e calor extremo ameaçam milhões de pessoas na Austrália... Milhões de australianos estarão em risco devido ao aumento do nível do mar nas próximas décadas, e as mortes por insolação poderão multiplicar-se, se o aquecimento global não for limitado, alertou um relatório publicado pelo Governo australiano.

© Lusa   15/09/2025 

A primeira Avaliação Nacional de Riscos Climáticos (NCRA, na sigla em inglês), publicada hoje pelo Governo australiano, descreve um futuro de impactos severos, desde ondas de calor extremas até inundações e secas, se a poluição climática proveniente do carvão, petróleo e gás não for drasticamente reduzida. 

Até 1,5 milhões de australianos estarão em risco devido à subida do nível do mar em 2050 e até 3 milhões em 2090, destaca o texto.

"As alterações climáticas irão alterar o nosso modo de vida. As mudanças na Austrália não ocorrerão de forma gradual ou linear", assinala o documento, que alerta para pontos de não-retorno capazes de provocar alterações abruptas.

O estudo modela três cenários: com aumentos de temperatura de 1,5ºC, 2ºC e 3ºC e conclui que, no pior dos casos, as mortes por calor extremo podem quintuplicar: até 440% mais em Sydney, 260% em Melbourne, 300% em Perth ou 420% em Darwin.

"O relatório deixa claro que todo o país tem muito em jogo. O custo de não agir sempre superará o de agir", afirmou o ministro para as Alterações Climáticas, Chris Bowen, na apresentação da avaliação, que acompanhou um plano de adaptação com medidas para proteger as comunidades mais vulneráveis.

O impacto económico também será enorme, com perdas de produtividade de até 423 mil milhões de dólares australianos (238 mil milhões de euros) até 2063, além de um gasto com desastres quase sete vezes maior em 2090 e uma queda no valor das propriedades de mais de 600 mil milhões de dólares (340,8 mil milhões de euros) em 2050.

O relatório alerta também para um aumento sem precedentes das ondas de calor marítimas, que poderão durar meio ano com um aquecimento de 3ºC, e para inundações costeiras, que duplicarão para 1,5 milhões as pessoas expostas em 2050 e para 3 milhões em 2090.

Todos os australianos estarão expostos a maiores riscos climáticos, com um aumento mais rápido e significativo em Queensland, Tasmânia, Nova Gales do Sul e Território da Capital Australiana.

A subida do nível do mar e o aumento de fenómenos extremos ameaçam inundar e danificar infraestruturas costeiras e comunidades em zonas baixas, incluindo grandes cidades e territórios externos, o que poderá deixar 597.000 pessoas diretamente em risco de inundações até 2030.

As comunidades remotas, já vulneráveis devido às comunicações limitadas e cadeias de abastecimento fracas, verão a situação agravar-se no futuro, com custos de transporte que poderão duplicar em algumas regiões de Queensland, Austrália Ocidental e Território do Norte.

A avaliação de riscos foi publicada na mesma semana em que o Governo do primeiro-ministro Antony Albanese divulgará a meta de redução de emissões para 2035, bem como as recomendações da Autoridade de Mudanças Climáticas, uma estratégia nacional para alcançar a neutralidade de carbono e roteiros específicos para seis setores-chave da economia.


Timor. Polícia afasta estudantes com gás lacrimogéneo junto a Parlamento... Uma manifestação de estudantes universitários de Timor-Leste foi hoje dispersa com gás lacrimogéneo pela polícia, depois de os estudantes começarem a atirar pedras contra o Parlamento.

© Lusa   15/09/2025

Os estudantes manifestavam-se contra as regalias dos deputados do Parlamento nacional, incluindo contra a aprovação da compra de novas viaturas, num valor superior a três milhões de dólares. 

O protesto ocorreu ao mesmo tempo que decorre no hemiciclo, a abertura da terceira sessão legislativa da sexta legislatura.

Presente no hemiciclo está o Presidente timorense, José Ramos Horta, bem como um grupo de eurodeputados que iniciou hoje uma visita ao país.

Os estudantes de várias universidades timorenses juntaram-se na Universidade Nacional Timor Lorosae, em frente ao parlamento nacional, às primeiras horas de manhã, em Dili, depois de a polícia timorense ter pedido para que o protesto fosse realizado em Tais Tolu, a cerca de seis quilómetros da capital timorense.

Os estudantes recusaram realizar o protesto nesse local.

"Não há solução. A manifestação vai continuar durante três dias", gritava um estudante, acrescentando que não vão desmobilizar, mesmo que atirem gás lacrimogéneo.

Depois de afastado da frente do Parlamento, o grupo de estudantes em protesto voltou a juntar-se em frente ao estabelecimento de ensino universitário, onde o protesto continua.